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03 julho 2008

O futuro da GM


Uma possibilidade, apresenta pela Business Week em A GM-FORD Marriage (via Merging GM with Ford?, Brian White), é a junção da GM e Ford.

A longo prazo é uma opção interessante para ambas. Mas o problema é que a GM necessita de uma solução de curto prazo. White acredita que seja uma distração para ambas.

Para Paolo Pezzutti (Is General Motors Closer to a Default?) a estratégia de resultado baseado em carros grandes está errada no atual mercado.

Greg Bensinger e Jeff Green, da Bloomberg, acreditam que um default na GM seja algo possível de acontecer.

Mas como mudar para adaptar a uma situação de maior eficiência e competição no preço?

Victoria Erhart questiona se a estratégia do carro elétrico poderia ser a solução. A GM está incentivando a divisão Volt na tentativa de derrotar a Toyota.

No Gráfico, a cotação da GM nos últimos dozes meses.

Como calcular o valor de uma Social Networks (SN)

Michael Arrignton propõe, em Calculating the Real Market Value of Social Networks (23/06/2008) uma metodologia para avaliar empresas como Orkut, Facebook e MySpace.

O processo começa determinando o Mercado de cada empresa. Já foi observado que diferentes países possuem diferente Social Networks (SN) predominantes. No Brasil, por exemplo, é o Orkut. Em cada país, Arrignton usou a média de gasto em propaganda, conforme estimativa da PWC. Por exemplo, na Austrália o gasto médio é de 148 dólares. Usando esse valor, multiplou pelo número de usuários, para determinar o valor relativo de um usuário. Assim, o usuário do Orkut no Brasil é diferente do usuário do MySpace nos Estados Unidos, já que gastam de maneira diferenciada. Assim, o Orkut ficou em 14º. Na lista de Arrignton (MySpace ficou em primeiro, com um valor relativo de vinte vezes o Orkut.

O próximo passo foi verificar três negociações ocorridas no mercado (Facebook, Bebo e LinkedIn) e sua relação com o peso estabelecido pelo autor. O preço da Facebook e LinkedIn estão próximos, mas não a Bebo. Como a Facebook foi vendida por 15 bilhões de dólares e a relação entre Facebook e Orkut é de 16,4 para 1, o valor do Orkut é determinado como sendo 916 milhões (ou 15 bilhões por 16,4).

02 julho 2008

Rir é o melhor remédio




Fonte: Aqui

Ainda sobre remuneração

Martin Sullivan, chefe executivo deposto da AIG, poderá receber 68 milhões de dólares conforme a Corporate Library, um empresa de pesquisa em governança. Os seus acionistas perderam 41% do valor de mercado desde que ele assumiu a empresa em março de 2005.

Fonte: Aqui

Ford está queimando o Caixa?

Um dos índices mais interessantes de fluxo de caixa é a “taxa de queima” (aqui).
Segundo o Wall Street Journal (Ford Reels as Truck Sales Plunge --- Soaring Gas Prices Force New Production Cuts; Big Three Facing a Cash Drain, Matthew Dolan, John D. Stoll & Kate Linebaugh, 21/06/2008, A1) questiona se a Ford não estaria queimando seu caixa.

Em 31 de março as reservas de caixa da empresa eram de 33,8 bilhões (GM tinha 23,9 bilhões) e estava gastando muito nos novos modelos. Os executivos dizem que possuem caixa para muitos anos, apesar dos problemas atuais.

Dividindo os dados na pesquisa científica


A transparência parece ser algo desejável no mundo empresarial (mas nem sempre é). No mundo científico deveria ser uma regra. Entretanto, poucos periódicos e pesquisadores colocam a disposição do leitor os dados que foram usados numa pesquisa para que possam ser verificados e testados.

O livro SuperCrunches, de Ian Ayres, discute o caso interessante de Lott x Levitt (aqui). Lott fez uma pesquisa relacionando a posse de armas e o crime nos Estados Unidos. A tese defendida por Lott era “mais armas, menos crimes”. Usando os dados que Lott tornou disponível os dados, Ayres e Donashue refizeram os cálculos e conferiram a metodologia e confirmaram que estava errada.

(Levitt, em Freakonomics, deu a entender que Lott teria tratado de maneira inadequada seus dados sobre a questão das armas e o crime nos Estados Unidos.)

Agora o Journal of Political Economy está envolvido em controvérsia pois dois autores que publicaram no periódico, Oberholzer-Gee e Strumpf recusaram a dividir os dados da pesquisa. O editor do JPE é Levitt, que apoiou a decisão dos autores em não compartilhar.

Grasso ganhou


Em 2003 foi revelado que Richard Grasso (foto), então chefe da Bolsa de Valores de Nova Iorque, tinha um pacote de vantagens de remuneração que garantia valores de 140 milhões de dólares. A controvérsia e a discussão foram intensas e terminou na renúncia de Grasso.

Em 2004, o então Attorney General do estado de Nova Iorque, Eliot Spitzer (que depois seria envolvido num escândalo), exigiu a devolução de 140 milhões.

Agora, segundo o Wall Street Journal (Grasso Wins Court Fight, Can Keep NYSE Pay, Aaron Lucchetti, 02/07/2008) a batalha terminou. E Grasso venceu.

Grasso afirmou, depois do anúncio de sua vitória na justiça, que "sempre confiou no sistema"

Aumento de Custos

(...)Donos de fábricas dizem que seus lucros diminuíram por terem de pagar mais por matérias-primas e energia. O fortalecimento da moeda chinesa deixou os produtos de Honghe mais caros para mercados importantes como os Estados Unidos, onde, em maio, o preço de mercadorias chinesas teve um aumento recorde de 4,6% em relação ao ano passado, segundo o Departamento de Comércio americano. Compradores estrangeiros, acostumados com os produtos baratos da China e nervosos por causa da economia fraca em seus países, quase sempre se recusam a pagar mais.

Pequim também contribuiu para esse aperto: empresários dizem que a proteção mais forte do governo para os trabalhadores e o meio ambiente tornou mais caro fazer negócios. Importadores dizem que políticas mais rígidas para a concessão de vistos dificultam suas visitas à China ou a participação em feiras.

Essa pressão é sentida por empresas em todo o país. Mas as mais atingidas são as que alimentam o grande apetite mundial por produtos baratos como brinquedos, utensílios domésticos, sapatos e roupas. Manufaturas de produtos de baixo custo têm sido um dos principais motores do milagre econômico chinês, ajudando a fazer do país o segundo maior exportador mundial, depois da Alemanha. Durante muitos anos, essas empresas continuaram a crescer, expandindo o volume de produção e podando as margens de lucro para ganhar da concorrência. Com o aumento dos custos de material e trabalho e a valorização da moeda chinesa, essas indústrias estão entre as que têm menos capacidade para absorver os custos. (...)

Máquina exportadora da China é ameaçada por aumento de custos
James T. Areddy, The Wall Street Journal, de Honghe, China
The Wall Street Journal Americas - 01/07/2008

Aviação, combustível e economia


(...) Uma viagem entre Rio e São Paulo, que normalmente dura 40 minutos, ganhou dois minutos a mais, com uma economia de 0,5% no consumo de combustível. Agora, o combustível também é comprado com maior freqüência nos aeroportos dos Estados onde o ICMS cobrado é menor.Por enquanto, o mercado financeiro tem reagido com pessimismo à possibilidade de as empresas conseguirem compensar o aumento do petróleo, que chegou ontem a U$ 140 o barril. As ações da TAM e da Gol foram as que mais caíram ontem na Bovespa.

Vôos mais lentos para poupar combustível
Valor Econômico - 02/07/2008

Auditoria e mercado de trabalho

Auditoria aposta em nova lei contábil para manter ritmo
Por Aluísio Alves
01/07/2008
Reuters Focus

As empresas de auditoria independente apostam no potencial de mercado criado com a nova legislação contábil para não perder o "ritmo chinês" de crescimento no Brasil patrocinado pela recente febre de aberturas de capital.

Para isso, estão contratando um batalhão de mais de 2 mil pessoas só neste ano, investindo dezenas de milhões de dólares em treinamento e importando profissionais de diversas partes do mundo.

(...) Um dos desdobramentos desse processo foi a criação de uma agenda para alinhamento do padrão contábil brasileiro às IFRS, modelo já abraçado por mais de 100 países e que será obrigatório para bancos nacionais e para as quase 500 empresas listadas na Bovespa.

O outro é a obrigatoriedade da divulgação de balanços auditados para grandes empresas de capital fechado. Só essa mudança deve trazer imediatamente para o mercado de 400 a 500 novos clientes, estimam as firmas de auditoria.

(...) O ciclo começou com a lei societária Sarbanes-Oxley, que exigiu gastos elevados para implementação de rigorosos controles internos das empresas listadas nas bolsas de Wall Street, inclusive as do Brasil, segunda maior matriz de companhias não-americanas com ADRs.

O passo seguinte foi a avalanche doméstica de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), que levou mais de 130 empresas à Bovespa nos últimos quatro anos. Esse movimento fez explodir a demanda por serviços das empresas para ganhar eficiência e se alinhar às melhores práticas de governança.

Por terem atuação global e multidisciplinar, as chamadas "big four" --Price, Deloitte, KPMG e Ernst & Young-- nadaram de braçada, passando a atuar fortemente em serviços de consultoria como nas áreas de gestão e de impostos. Resultado: chamá-las atualmente de firma de auditoria já virou uma incorreção.

"Hoje, 60 por cento do nosso faturamento vem de serviços de consultoria", conta Fernando Alves, presidente da Price, a maior no país. No começo da década, 70 por cento da receita vinham de serviços de auditoria.

Com isso, essas firmas vêm dobrando de tamanho a cada três a quatro anos. As unidades das quatro gigantes no país movimentam cerca de 1,5 bilhão de dólares.

SEM CRISE

Nem a crise nos mercados internacionais deve interromper esse processo. "Vamos dobrar de tamanho de novo nos próximos quatro anos", estima Hellmeister Filho, da Deloitte.

O motivo, segundo as companhias, é que a demanda por produtos prestados por elas, especialmente de auditoria, ainda é baixo no país.

"O Brasil ainda é um dos países menos auditados do mundo", avalia Alves, da Price.

Neste ano, boa parte das contratações previstas pelas "big four" será focada para trabalhar com IFRS.

"Um grande limitador para o crescimento é a falta de talentos", reclama Alves, da Price, que está contratando 500 novos funcionários.

"Se tivéssemos mais gente, teríamos mais clientes", emenda Sergio Ricardo Romani, sócio da Ernst & Young.

Para compensar a escassez de profissionais que combinem conhecimentos de auditoria, finanças, contabilidade, tributação e inglês, essas firmas passaram a buscar novos funcionários nas universidades e investir num caro e demorado processo para complementar a formação.

A Price e a Deloitte têm cada uma cerca de 500 trainees em fase de formação. "Num prazo de dois a três anos eles estarão prontos", conforma-se Hellmeister Filho, da Deloitte.

A Ernst criou em 2007 uma universidade interna só para complementar a formação de seus novos colaboradores, como parte de um projeto educativo que consome 3 por cento da receita.

Muito frequentemente, esse processo inclui a passagem por um treinamento em outras unidades das empresas, na Europa e na América do Norte, que pode levar até dois anos.

"Ainda assim, estamos tendo que importar gente de fora", conta Romani, da Ernst.

"Com uma taxa de crescimento de 30 por cento ao ano, vai ficando difícil achar profissionais especializados", completa Pedro Melo, sócio-líder de auditoria da KPMG no país.

(Edição de Daniela Machado)

01 julho 2008

Rir é o melhor remédio

Patrocinador do médico



Fonte: New Yorker

Petrobrás


"Comprar [a ação da] Petrobrás hoje é igual a ter oportunidade de investir na Aramco 40 anos atrás", diz Shawn Reynolds da Van Eck Global's Hard Assets Fund.

Fonte: Aqui

Ao lado, a cotação, em doze meses, da empresa na bolsa de NY

Novas regras para petróleo


A SEC anunciou o propósito de modernizar as regras para a indústria de petróleo, adotando informações adicionais sobre as reservas das empresas do setor. Entre as novidades é a exigência de relatório baseado no critério da Society of Petroleum Engineers. Além disso, para permitir comparação, exige-se o uso do preço médio dos 12 meses anteriores, na determinação dos valores da reserva, em lugar do preço de uma única data.

Fonte: SEC Proposes Rule Changes to Modernize Oil and Gas Reporting Requirements

A força do pedido

O blog Marginal Revolution relata uma experiência interessante: o poder da justificativa (The power of "because").

Ellen Langer e alguns colegas decidiram mostrar o poder da persuasão da palavra “because”.

Em uma fila com pessoas que esperavam a vez em uma foto copiadora, um estranho pede para “furar” a fila.

Quando utilizou-se uma abordagem direta e normal, 60% das pessoas concordaram e deixaram o estranho passar a frente. Entretanto, quando o pedido foi feito relacionando-o a uma razão (e aí a palavra “because” foi utiizada), 94% concordaram.

Mais ainda: mesmo quando o estranho utilizou a palavra “because” (justificou a sua motivação para furar a fila), porém a razão alegada era sem qualquer sentido, 93% ainda assim deixaram o furão passar à frente. Faz sentido? Você deixaria ou não alguém que lhe pediu furar a fila?

Isso talvez seja interessante para os autores de livros que desejam mostrar formas de ser persuasivo.

Herói


O número de soldados que receberam medalhas por heroísmo tem reduzido ao longo do tempo (de 1900 a 1975), quando se compara com o total de tropas. Além disso, o custo de um herói está maior, já que o número de heróis mortos em batalha aumentou proporcionalmente.
Fonte: The Economics of Heroism

GASB e derivativos

O GASB (Governmental Accounting Standards Board) anunciou uma nova norma para contabilidade pública estadunidense: GASB Statement No. 53, Accounting and Financial Reporting for Derivative Instruments.

O objetivo é melhorar as informações sobre derivativos usados pela contabilidade pública. O Gasb exige o uso do fair value para esses instrumentos financeiros e o regime de competência.

“By requiring the fair values of derivative instruments to be reported on the face of financial statements prepared using the accrual basis of accounting, Statement 53 brings additional transparency to those transactions,” said Robert Attmore, chairman of the GASB. “The application of the financial reporting standards required by this Statement gives the users of financial statements a clearer look into the risks their governments are sometimes exposed to when they enter into these transactions and how those risks are managed.”

GASB Issues Statement No. 53, Accounting and Financial Reporting for Derivative Instruments
Business Wire 30/06/2008

Brasil irá adotar XBRL

Uma boa notícia: a possibilidade de adoção da XBRL (clique aqui para ler notícias anteriores sobre o assunto):

Brasil desenvolve versão nacional de formato eletrônico para balanços
Valor Econômico - 1/7/2008

O Brasil poderá se alinhar às mais avançadas práticas mundiais de divulgação de dados contábeis pela internet dentro de algumas semanas. Já foi considerado compatível e está para ser aprovado um conjunto de regras e padrões para que as empresas apresentem seus balanços pelo modelo XBRL, sigla que, em inglês, deriva de linguagem extensível de informações empresariais. Por ela, qualquer interessado terá mais facilidade e agilidade em monitorar o desempenho das empresas. No fim de maio, a Securities and Exchange Commission (SEC) tornou obrigatório para as 500 maiores empresas em valor de mercado listadas em Nova York, o arquivamento dos balanços também nesse novo formato, a partir do balanço deste ano, a se publicado em 2009.Empresas brasileiras, com recibos de ações nas bolsas dos EUA, também terão de se adequar à regra da SEC. Três brasileiras, no entanto, já participavam do processo de testes e experiências de publicação via XBRL, iniciados em 2006.

"O processo de adoção não é tão complexo, pois trata-se de apenas mais uma maneira de divulgar o balanço, com a vantagem de termos mais transparência", diz Márcio Minoru, diretor para mercado de capitais da Net. "É muito mais rápido para as áreas de relações com investidores disseminarem informações pelo mercado", diz Edson Luiz Riccio, professor à frente do Laboratório de Tecnologia e Sistemas da Informação (Tecsi) da FEA/USP.

Pelo XBRL, assim que uma empresa divulgar seu balanço, infinitas pessoas que tenham em seus computadores códigos específicos cadastrados receberão as informações. Essa linguagem tem a mesma origem do sistema de divulgação de notícias RSS, pelo qual é possível receber informações, quando conectado, em tempo real. O XBRL tem a vantagem de também definir lacunas específicas no qual devem ser encaixadas as informações dos balanços das empresas. Dessa forma, cria-se um padrão para a comparação de companhias. A replicação desses dados também é livre de erros de digitação, porque ela será toda automática, diz Riccio. Será mais fácil e seguro, por exemplo, comparar o lucro líquido de diversas empresas, sem ter de buscar os balanços em papéis ou o seu formato completo no site da cada companhia. Em apenas um programa de computador, será possível ter esses dados, sempre atualizados conforme divulgados pelas companhias.

"No processo de divulgação da companhia, quase nada mudará. Mas para investidores e analistas, o XBRL é uma revolução", diz Denys Pacheco Roman, gerente da empresa de serviços de relações com investidores MZ Consult, que trabalha na versão brasileira da linguagem. Hoje, as companhias daqui entregam à CVM e deixam disponíveis em seus sites arquivos de resultados nas extensões HTML, PDF e DOC. Agora, poderão também produzir a versão XBRL.

As brasileiras pioneiras nesse formato - Petrobras, Bradesco e Net Serviços - fazem parte do grupo experimental de 17 companhias que se dispôs a testar o sistema. Elas encaminharam à SEC seus balanços no padrão americano com a nova linguagem. Hoje, 85 empresas já publicaram balanços nesse formato XBRL na SEC. Por enquanto, o XBRL só existe para os padrões contábeis estrangeiros, o IFRS e o americano. O que o Brasil está desenvolvendo é justamente a adaptação da linguagem XBRL às regras nacionais. O Tecsi, da FEA/USP, é quem está trabalhando na criação o arcabouço para preenchimento dos balanços brasileiros (taxonomia), que foi submetido à organização mundial de criação do XBRL. "A taxonomia nacional já foi considerada compatível com os termos mundiais e deverá ser aprovada em poucas semanas", diz Riccio.

Ele diz que também já está em fase avançada a criação da jurisdição brasileira do XBRL, a primeira da América Latina. A instituição ficará abaixo do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e sua organização já foi definida. O projeto também foi apresentado ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). No organograma da jurisdição está uma representante da Bovespa, a gerente de desenvolvimento de empresas Wang Jiang Horng. "As empresas ganharão com o XBRL porque aumentará a transparência das informações", diz ela. No mercado, sabe-se ainda que a Comissão de Valores Mobiliário (CVM) vê a experiência com simpatia, e espera-se que, no futuro, o regulador participe do projeto e venha a exigir o método de divulgação via XBRL, como a SEC.

A MZ Consult e a KPMG trabalham junto com o grupo da USP no desenvolvimento da versão brasileira. Frank Meylan, sócio da firma de auditoria na área de gerenciamento de riscos, acha fundamental que a CVM torne o XBRL obrigatório para a sua popularização no Brasil. A SEC tornou a publicação obrigatória às grandes dos EUA depois do período experimental.

Para Roman, da MZ Consult, mesmo que a CVM não regule o assunto, as companhias oferecerão o novo formato de arquivo e o mercado (analistas e investidores) utilizará a ferramenta, porque ela é mais amigável. Meylan, porém, acredita que a adoção da nova ferramenta sem a condução do regulador abriria espaço para versões diferentes, para que cada companhia fizesse da forma que entendesse melhor. O XBRL é rígido em suas formas e lacunas a serem preenchidas pelas empresas, respeitando apenas questões específicas de setores, lembra Riccio, do Tecsi.

Para Roman, as empresas do Brasil deveriam aproveitar o momento atual - de revisão dos sistemas de tecnologia da informação de contabilidade em razão da nova legislação, que promoverá a convergência aos padrões do IFRS - para adotar o padrão XBRL. Minoru, da NET, diz que a empresa não teve custos significativos com a adoção do método de divulgação do balanço XBRL, mas ele acredita que, mesmo quando for exigido, o custo será baixo, porque a adoção não é tão trabalhosa. "Mas fica difícil se a empresa não tiver um plano de contas específico e claro."O interesse das companhias brasileiras pelo assunto cresceu exponencialmente depois que a SEC adotou esse formato como obrigatório, conta Roman. Nos EUA a entrega desse relatório será obrigatória para todos a partir de 2011, independentemente do tamanho do negócio. Só em junho, foram cerca de 30 consultas à MZ Consulto a respeito do assunto.

Para Meylan, da KPMG, levará ainda cerca de seis meses, depois de aprovadas as regras nacionais, até que as companhias adotem o novo formato. "É algo muito novo, sobre o qual só agora as empresas estão tomando conhecimento."

30 junho 2008

Links

1. Dicas para economizer na viagem de lua de mel

2. Qual o preço justo para o petróleo?

3. Politicometro (grato alexandre alcantara)

4. Efeito da amizade no crime, na produtividade, na escola

Inbev e Anheuser-Busch

Heidi Moore (A Box Office Look at Anheuser-Busch & InBev) faz uma comparação entre a oferta da Inbev e casos recentes de aquisição. Num determinado ponto, Moore afirma que a oferta da Inbev parece mais organizada que a da Microsoft para a Yahoo.

O Valor justo é justo?

Esta é a pergunta que Liz Moyer faz num artigo para Forbes (How Fair Is Fair-Value Accounting? 25/junho/2008)

Depois de explicar a regra do valor justo, Moyer mostra como a volatilidade do mercado fez com que baixas contábeis nas instituições financeiras tornassem uma preocupação num momento que o mercado está ilíquido.
Com baixas de 350 bilhões de dólares como argumento, a discussão chegou a SEC. A conseqüência da mensuração contábil tem sido o anuncio de corte de empregos.

Rather than making things clearer, the fair-value accounting rules only point to the futility of pricing assets every day in highly volatile markets when the credit markets are frozen solid. The flip side to this? It's unlikely anyone would be complaining if asset values were rising and the markets weren't in crisis.
There many arguments in favor of fair-value accounting. Highly leveraged companies--a term that describes most of Wall Street--might temper their risks if they know the assets they are taking on have to be marked to market value every day. "It's a warning to stay away" from the most volatile assets, says Janet Tavakoli, a Chicago-based structured-finance consultant.

Blog sobre IFRS

Recebi um e-mail de Marcos Cesar Santos divulgando o blog sobre IFRS (www.ifrs.zip.net) . O blog é bom e merece uma visita freqüente. É muito importante o surgimento de blogs sobre contabilidade.

29 junho 2008

Rir é o melhor remédio

O homem lê uma pesquisa que informa sobre o fato de que a maioria das mulheres mentem. Pergunta para sua esposa se ela mente para ele. Ela diz que não e ao mesmo tempo pergunta se ele quer açúcar ou adoçante. "Açúcar" responde ele. Ela coloca adoçante.

Agrenco: o valor da governança

Segundo fontes ligadas aos fundos de investimento, além do suposto esquema, eles também estariam intrigados com a revelação feita pelo Wall Street Journal, publicada no dia da operação da PF. A reportagem diz que 60% do dinheiro captado no IPO foi para o caixa do Credit Suisse (entre pagamento de dívidas, bônus e comissões). A Agrenco levantou R$ 666 milhões na abertura de capital. (...)

O ex-presidente do Instituto Brasil de Governança Corporativa (IBGC), José Guimarães Monforte, é um dos conselheiros da Agrenco. Para investidores, seu nome funciona como um aval da credibilidade da companhia. Além de conselheiro, Monforte foi contratado como consultor para preparar a Agrenco para a abertura de capital. O acordo previa pagamento de R$ 75 mil, além de uma taxa de sucesso de 0,3% do valor da operação, o que dá quase R$ 2 milhões. Monforte não quis dar entrevista.

Fundos querem investigar o que aconteceu com a Agrenco
Patrícia Cançado
28/06/2008
O Estado de São Paulo

Custo em lojas virtuais

O Mercado Livre informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que os preços dos produtos que anuncia podem estar menores porque podem ser seminovos ou porque o usuário que já tem um home theater, por exemplo, ganha outro de presente e, em vez de trocar por outro produto, decide vender por meio do site. (...)

Além do custo do espaço físico ou da locação dele, o site informa que, no comércio virtual, os custos com a contratação de pessoal, os estoques e a logística são inferiores e, por essa razão os produtos podem ser oferecidos por preços menores.

"As grandes redes varejistas empregam milhares de pessoas que atuam em suas lojas físicas. Quantas pessoas são necessárias para atuar numa loja virtual? Na web, você não sabe se aquela empresa é grande ou pequena, mas, sim, se é séria e cumpre com o prometido."

"No Mercado Livre, existem milhares de microempresas com um funcionário: o próprio dono. É ele que, muitas vezes, cuida de tudo: compra do produto, publicação do anúncio, negociação, venda e entrega. Com o crescimento dos negócios, esses microempresários acabam trazendo para a operação seus familiares e amigos."

Lojas virtuais dizem que têm custos menores
Folha de São Paulo - 29/06/2008

28 junho 2008

Efeito do combustível

"Enquanto o frete do quilo custa US$ 1,40, o adicional de combustível varia entre US$ 1,70 e US$ 1,90 em destinos de longo curso", diz Dulce Alves, diretora de operações da Ceva.
Segundo a DHL, multinacional de entregas expressas e serviços de logística em geral, as despesas com o combustível equivaliam a 10% da tarifa de frete e agora já representam 30% do valor. O impacto da sobretaxa de combustível é maior na importação de produtos para o Brasil. (...) O aumento dos preços está levando a DHL a estudar a substituição do transporte aéreo por rodoviário no mercado doméstico. "Avaliamos toda a cadeia de logística do cliente para mostrar as opções", diz Juliana Vasconcelos, diretora de marketing da DHL. A empresa de logística TNT informou, por e-mail, que também tenta "encontrar a composição certa" entre as diferentes opções de transporte, mas usa "o rodoviário sempre que possível". (...) "Com duas empresas aéreas dominando o mercado, simplesmente não há negociação da parte delas", afirma a executiva da DHL. A TAM e a Gol (inclui a Varig) controlam 95% do mercado aéreo de passageiros.


Companhias de logística começam a usar mais transporte rodoviário
24 June 2008 - Valor Econômico

Sony está perdendo a Guerra com o PS3

Conforme a Forbes (via bloggingstocks Sony and the debacle known as PlayStation 3, Steven Mallas, 25/06/2008) a Sony perdeu 3,3 bilhões com o console PlayStation 3. O vencedor hoje é o Nintendo Wii, inovativo, divertido e com preço mais adequado. (aqui links sobre a guerra do console neste blog). A Microsoft, com o Xbox 360, também está perdendo, com um hard em torno de 280 dólares nos países onde os impostos são mais razoáveis.

27 junho 2008

Rir é o melhor remédio

Fumantes



The New Yorker

Links

1. Capas do Olé (jornal argentino) e a rivalidade entre Brasil e Argentina no Futebol

2. As fotos dos índios isolados foram forjadas

3. IFRS nos Estados Unidos e o ensino de Contabilidade

4. Jornalistmo básico: o que é relevante

5. O significado de Bill Gates para Microsoft (The Economist) e aqui

6. Microfinanças

7. Detalhamento sobre a sentença da Exxon (Valdez)

Inbev e Bud 4

Segundo o WS Journal (InBev & Anheuser-Busch: Set Your Weapons to ‘Coup’, Heidi N. Moore) , a Inbev contratacou fazendo um questionamento a Delaware Chancery Court sobre os diretores que foram eleitos em 2006. Apesar de ser uma consulta, é um claro sinal de que a Inbev está pronta para guerra.

Analista com novas regras

Analistas de ações não precisarão mais de registro na CVM
26 June 2008
Valor + News

Os analistas de valores mobiliários devem ser dispensados da exigência de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É o que prevê, entre outras determinações, a minuta de instrução sobre o tema divulgada hoje pela própria autarquia. A proposta de regulamentação ficará em audiência pública até o próximo dia 25 de julho.

De acordo com o documento em que apresenta a minuta, com o fim da exigência de registro a CVM quer estimular a auto-regulação no setor e reduzir os "custos atualmente inerentes ao exercício da atividade de analistas". Pelos termos da minuta, bastará então a pessoa se registrar em uma entidade credenciadora de analistas, como é o caso hoje da Apimec. Atualmente, existe um duplo registro, tanto na entidade quanto na CVM.

Ao mesmo tempo em que transfere essa responsabilidade de controle cadastral para auto-regulação, a CVM deve aumentar a supervisão indireta sobre o trabalho dos analistas, seja via entidade credenciadora, ou por meio da instituição financeira que contratar o analista.

Entre as exigências para os credenciadores estão a existência de código de conduta e a fiscalização e punição dos analistas, a submissão dos testes de qualificação à autarquia e a criação de um programa de educação continuada para averiguar periodicamente a capacidade técnica dos profissionais.

Para as gestoras de recursos e distribuidoras de valores que contratarem analistas, haverá a obrigação de manter o cadastro de cada profissional atualizado, de segregar fisicamente as instalações onde a equipe de análise trabalha das demais atividades da empresa, além de identificar, administrar e eliminar, formalmente, eventuais conflitos de interesses que comprometam a imparcialidade do analista.(...)



Aqui a regra

MasteCard paga para Amex

A MasterCard Worldwide concordou em pagar 1,8 bilhão para a American Express em virtude de lei a favor da concorrência.

Há sete meses a Visa pagou 2,1 bilhão por reclamação semelhante.

Para MasterCard o pagamento resolve um litígio que impedia um maior crescimento do preço da sua ação.

Os pagamentos são resultantes de uma sentença da Suprema Corte dos Estados Unidos que condenou a Visa e o MasterCard por violar leis, barrando os bancos de oferecer cartão de crédito que poderiam ser usados pela Amex e pela Discover Financial.

Obviamente o acordo torna mais plausível acordo similar com a Discover Financial.

June 26, 2008
MasterCard Pays $1.8 Billion to Amex - Eric Dash

Pessoas Ricas e Tempo Gasto

“O economista e Prêmio Nobel Daniel Kahneman encontrou que ser rico é muitas vezes um poderoso preditor que as pessoas gastam menos tempo fazendo coisas agradáveis, e mais tempo fazendo coisas obrigatórias e sentindo estressados”.
Kahneman e os seus colegas consideram que existe uma ilusão mental, onde os pobres pensam que ser rico é ter condições de assistir uma televisão de forma mais confortável, quando na realidade isso significa mais tempo de trabalho e menos lazer passivo.

HOW RICH PEOPLE SPEND THEIR TIME
Washington Post, 23/06/2008 A02
Aqui e Aqui

Celebridade vende


“Nesses dias, é praticamente impossível surfer na internet, abrir um jornal ou revista ou escutar televisão sem ver uma celebridade vendendo algo como guardas-chuvas, soda, carros, telefones, medicamentos, cosméticos, jóias, roupas ou até mesmo fundos mútuos. (...) As estrelas estão em quase 14 por cento dos anúncios do ano passado, segundo a Millward Brown, uma agência de investigação de marketing. Embora o número mais do que duplicou na última década, está abaixo do máximo de 19 por cento em 2004. (Ei, poderia ser maior: Personagens aparecem em 24 por cento dos anúncios na Índia e 45 por cento em Taiwan.)

Estrelas e roqueiros envelhecidos continuam em anúncios por uma razão muito simples: celebridade vende. Se o consumidor acreditar que certa estrela ou cantor pode efetivamente utilizar o produto, as vendas podem decolar. (...)

o Índice Davie Brown, um sistema de avaliação independente on-line que foi iniciado há dois anos para poder acompanhar a comercialização de celebridades(... ) O índice baseia a sua pontuação em oito métricas (...) Os cinco principais [artistas] são Tom Hanks, Will Smith, Michael Jordan, Morgan Freeman e George Clooney.


Nothing Sells Like Celebrity – Julie Creswell – 22/06/2008

Conselho Fiscal


(...) menos de 30% das empresas que fizeram seu IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) em 2007 e 2008 e negociam ações no Novo Mercado - mais exigente dos graus de listagem da bolsa paulista - instalaram Conselhos Fiscais em suas estrutura. (...)

Conselho Fiscal perde espaço nas empresas - Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – 23/06/2008 - Pág. 4)(Luciano Feltrin)

Casamentos mais caros

1. Liza Minnelli e David Gest – 3,5 milhões
2. Paul McCartney e Heather Mills – 3 milhões
3. Elizabeth Hurley & Arun Nayar - 2 milhões de dólares.
4. Christina Aguilera & Jordan Bratman – 2 milhões de dólares
5. Elizabeth Taylor e Larry Fortensky – 2 milhões
6. Tom Cruise e Katie Holmes - 2 milhões de dólares.
7. Madonna e Guy Ritchie – 1,5 milhão - 2000
8. Eva Longoria e Tony Parker – 1,5 milhão de dólares. 2008
9. Michael Douglas & Catherine Zeta-Jones - 1,5 milhão de dólares
10. Elton John e David Furnish – 1,5 milhão
11. Donald Trump e Melania Knauss – 1 milhão
12. Eddie Murphy e Nicole Mitchell – 1 milhão
13. Brad Pitt e Jennifer Aniston - 1 milhão - 2000
14. David e Victoria Beckham - 800 mil dólares. 1999
15. Ashley Judd e Dario Franchitti – 750 mil dólares
16. Mariah Carey e Tommy Mottola – 500 mil dólares (1993)
17. Nicole Kidman e Keith Urban - 250 mil dólares. Junho 2006

Fonte: Aqui

26 junho 2008

Rir é o melhor remédio


Roda gigante de Wall street

Anheuser rejeitará a oferta da Inbev

Como já era previsto, e segundo o NY Times (26/06/2008, Anheuser to Reject InBev Offer, ANDREW ROSS SORKIN) o board da Anheuser-Busch deverá rejeitar a proposta de 46 bilhões da Inbev.

Como isso abre-se a possibilidade de uma luta menos amigável pelo controle da empresa. A empresa justifica a rejeição pela possibilidade de reorganização, corte de custos e outras medidas.

Espera-se uma reação da Inbev. As ações da Anheuser-Busch fechou em 61,76 dólares.

Exxon e Valdez


A Suprema Corte decidiu reduzir a punição da empresa Exxon Mobil pelo desastre do navio Exxon Valdez (foto). Esse acidente significou a morte de milhares de animais (250.000 pássaros marinhos, 2.800 lontras marinhas, 250 águias, 22 orcas, e bilhões de ovos de salmão, segundo a Wikipedia) no Alasca, em 1989.

Inicialmente a punição era de 5 bilhões de dólares. A decisão da Suprema Corte reduziu esse passivo para $500 milhões. A decisão foi por 5 votos a 3 e baseou-se na justificativa que o valor está acima do que usualmente é cobrado em casos marítimos.

Segundo o NY Times (Damages Cut Against Exxon in Valdez Case, ADAM LIPTAK, 26/06/2008), a Exxon já pagou 507 milhões para compensar os 32 mil nativos, pescadores e donos de terra.

O valor de 500 milhões significa 15 mil dólares por reclamante.

Agrenco e Política


No mês de maio de 2008 postei um link sobre o uso de um indicador na análise das empresas: Um contra-indicador - quando uma empresa começa a fazer doações para políticos é tempo de alerta (Nos Estados Unidos!)

E a Agrenco fez doações para políticos em Santa Catarina. O indicador parece funcionar o Brasil:

Agrenco doou R$ 1,2 milhão a políticos de Santa Catarina
Valor Econômico - 26/06/2008

O grupo Agrenco aparece nas últimas duas eleições em Santa Catarina como um dos principais doadores de recursos para campanhas políticas. Somando as duas campanhas mais recentes, os pleitos de 2004 (eleições municipais) e 2006 (eleições para governo do Estado e deputados estadual e federal), a empresa doou cerca de R$ 1,2 milhão para candidatos a prefeito e a deputado pelo PT, PSDB e PMDB de Santa Catarina. A maior parte dos recursos foi doada na disputa eleitoral de 2004: R$ 655 mil.De acordo com as contas prestadas pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi o atual prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (PT), então candidato, que recebeu a maior quantia doada pela empresa: R$ 440 mil, o equivalente a 35% do total de despesas da campanha. O porto de Itajaí é administrado pela prefeitura.Morastoni, que atualmente é candidato à reeleição, não concedeu entrevista.

O chefe de gabinete, Adiel Truppel, argumentou que não há como saber o que ocorre dentro de uma empresa, e que desde que "ela tenha CNPJ e esteja em situação regular, ela pode ser doadora de campanhas". Além do prefeito de Itajaí, outros candidatos de cidades vizinhas receberam recursos da Agrenco, caso do atual prefeito de Balneário Camboriú, Rubens Spernau (PSDB), do prefeito de Camboriú, Edson Olegário (PSDB), o prefeito de São Francisco do Sul, Odilon Ferreira (PMDB) e o prefeito de Imbituba, Beto Martins (PSDB). Nem todos deram entrevistas. Spernau disse que foi apresentado a Francisco Ramos, executivo do grupo, por amigos. Ramos morava em Balneário Camboriú na época. Segundo Spernau, não era possível prever que poderia haver operações irregulares. "Meus amigos pediram ajuda dele e ele contribuiu. Como poderia sonhar que a pessoa teria esse envolvimento todo? Imaginava que estava interessada no abatimento de Imposto de Renda com a doação."De acordo com o delegado da PF, Airton Takada, à frente da Operação Influenza, há indícios de que a Agrenco trabalhava nas campanhas com "a política do toma lá dá cá". "As pessoas que financiaram as campanhas costumavam dizer isso. Temos nos autos essa frase. Não falavam nomes de políticos, mas deixavam claro o lema", disse o delegado.Cerca de R$ 170 mil foram recebidos pelo ex-superintendente do Porto de Itajaí, Décio Lima (PT), na campanha de 2006. Ele foi superintendente de janeiro de 2005 a março de 2006 e atualmente é deputado federal. Lima diz que "doador ninguém escolhe" e comenta que àquela época, a Agrenco era "acima de qualquer suspeita, tinha feito acordo com o grupo japonês Marubeni, atua nos mercados europeu e americano e que se trata uma sociedade anônima, que recebe uma fiscalização rigorosa da bolsa de valores", disse. Lima afirma que não houve má-fé de partido algum que recebeu recursos da empresa. "Quem declarou os recursos não pode ser rotulado como conivente com as irregularidades da empresa."A vice-prefeita de Itajaí, Eliane Rebello (PMDB), e que também foi superintendente do porto, de fevereiro a junho deste ano, concorda com Lima e diz que a Agrenco não levantava suspeitas, especialmente por ter ações listadas na bolsa. Ela afirma que não conhecia pessoalmente ninguém do grupo, tendo sido a doação feita para membros do seu partido.Para a deputada estadual, Ana Paula Lima (PT), esposa de Décio, sua imagem está sendo prejudicada, assim como a de todas as pessoas que receberam recursos da Agrenco e foram transparentes, declarando-os. "O Brasil inteiro acreditou nessa empresa. Ela lesou não só a nós, como também a imagem da cidade de Itajaí e do porto". Além de candidatos de SC, a empresa doou R$ 20 mil para a candidatura de Rosa Lopes (PTB) à prefeitura de Barra de São Miguel, em Alagoas.

Governança na Agrenco


É possível que em uma empresa que siga os princípios da governança corporativa ocorram casos de desvio de dinheiro, fraude no balanço e sonegação fiscal? Esta é uma das perguntas que têm sido feitas nos últimos dias a José Monforte, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e membro do conselho administrativo da Agrenco, empresa do setor de agronegócios que está sendo investigada pela Polícia Federal por suspeita exatamente desses crimes, em um processo que levou à prisão na sexta-feira dois dos seus sócios e mais um executivo.

(...) E quanto às auditorias? Ele lembrou que auditorias internas e externas são feitas por amostragem e é possível que desvios ou mesmo ações criminosas não sejam identificados por essas análises das contas. Seria preciso um sistema extremamente minucioso, detalhista, para ser possível levantar qualquer e toda inadequação.

"Processo de governança na Agrenco avançava" - 26/06/2008 - Valor Econômico


Uma boa auditoria, mesmo que feita sob amostragem, poderia conseguir descobrir os problemas da empresa. A afirmação de Monforte é infeliz e temos aqui duas justificativa: ou não conhece como funciona a auditoria ou tenta justificar o injustificável.

Como era a operação na Agrenco


(...) A investigação concluiu que a a TC Transportes fazia de conta que praticava serviços para a Agrenco em Itajaí. "Isso dava a entender que poderiam estar lavando dinheiro porque a única forma de praticar essa ação hoje é dando a impressão que você tem uma atividade lícita que na verdade não existe e ainda começar a pagar imposto municipal - o que era o caso da Agrenco", diz Takada. Segundo o delegado, a Polícia Federal também comparou notas fiscais dessa operação que lhe foram fornecidas -ele não quis revelar a fonte- e constatou que a ordem numérica de emissão não era coerente com as datas das notas. "Por exemplo, se a nota de número 1 está datada 25 de março, a nota 2 tem que ser do dia 25 daquele mês em diante, mas às vezes encontramos datas retroativas."Foi instaurado então um procedimento preliminar investigatório, no qual ele diz que foram observadas "situações estranhas": "Um dos acionistas da Agrenco, o senhor Francisco Ramos, que tinha um salário regular de cerca de R$ 40 mil (salário oficial), possuía uma despesa dez vezes maior", afirma o delegado. A Polícia Federal descobriu que os gastos do executivo eram infinitamente maiores do que os seus ganhos porque solicitou a quebra de seu sigilo bancário. Segundo o delegado, foi observado a partir dessas informações iniciais -a investigação começou em agosto de 2007, antes mesmo de a empresa lançar BDRs, recibos de ações, na Bovespa, em outubro- que Francisco Ramos tinha uma "rede de pessoas que trabalhava para ele".

Neste esquema, eles compravam carregamentos de soja que não existiam e dividiam o dinheiro desviado. Parte do valor também era usado no pagamento de propina, para legalizar o negócio.


Diretor da Agrenco comandava esquema
Valor Econômico - 26/06/2008

Pechincha


A Dreyfus, a despeito dos problemas de imagem que recaem sobre a Agrenco, encontrou meios econômicos de ficar com o negócio. E não deixou muito espaço de manobra para os minoritários. A capitalização da holding na qual estão os sócios controladores presos pela Polícia Federal é um meio ágil e barato de ficar com a Agrenco. Ao se tornar acionista indireta, consegue se desvencilhar da cláusula que limita a participação de um sócio a menos 20% - a chamada pílula de veneno. Qualquer acionista, exceto os controladores, que atingirem essa proporção teriam de fazer oferta aos minoritários. Mas tal veneno não é disparado nesse caso, pelo fato de o negócio passar pela holding.No entanto, a Dreyfus será, na prática, a nova controladora da Agrenco Limited. Pela Lei das Sociedades por Ações, a transação poderia demandar oferta por troca de controle aos minoritários, o chamado direito de "tag along". A companhia francesa, porém, condicionou a capitalização da Agrenco à ausência dessa obrigação.

A fatia dos acionistas minoritários, incluindo Credit Suisse e MFC Global, custaria R$ 100 milhões a preços de mercado. O acordo com a Dreyfus resgataria a Agrenco de uma possível insolvência. No mercado, está claro que a empresa enfrentaria dificuldades adicionais de conseguir dinheiro. A situação, antes mesmo do escândalo, já não era confortável: dívida de curto prazo de R$ 1 bilhão e R$ 50 milhões em caixa. Na Bovespa, as ações seguem suspensas desde sexta-feira. A bolsa quer informações sobre os problemas com a PF. Ontem, também na Bolsa de Luxemburgo as transações foram bloqueadas.

Minoritário entre a cruz e a caldeirinha
26/06/2008 - Valor Econômico

Uma solução para Agrenco?

O grupo francês Louis Dreyfus Commodities (LDC) anunciou ontem que fechou um acordo que poderá lhe conferir o controle da Agrenco Holding, que, por sua vez, controla a Agrenco Limited. (...) Ainda não se trata, contudo, de um acerto definitivo.

Segundo fato relevante encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operação dependerá, entre outras condicionantes, de "due dilligence", análise da viabilidade legal do negócio, ausência de oferta pública de aquisição aos acionistas da Agrenco Limited e está condicionada também à não insolvência da Agrenco.

De acordo com comunicado da LDC, a operação teria a seguinte estrutura: aumento de capital da Agrenco Holding, no valor de US$ 33,521 milhões, de maneira ainda indefinida; aumento de capital da Agrenco Ltd., por meio de emissão de novas ações, de US$ 65 milhões. A LDC subscreveria, no mínimo, também US$ 33,521 milhões. A proposta incluiria ainda empréstimo conversível em ações de US$ 35 milhões, com prazo de cinco anos e juros de 7,75%.Uma variante do acordo inclui o exercício de bônus de subscrição, que venceriam em três anos.

Dreyfus fecha acordo para assumir Agrenco
Valor Econômico - 26/06/2008

Uma das alternativas propostas é a de aquisição de ações pelo valor de US$ 0,70 por ação ordinária (R$ 1,12 ao câmbio de R$ 1,60), o que, equivaleria a um valor nove vezes menor do que o valor da Oferta Inicial de Ações (IPO, sigla em inglês) - R$ 10,40 - em outubro do ano passado e um pouco abaixo do valor atual das ações da companhia - R$ 1,25. A Agrenco assumiu recentemente problemas de caixa para quitar dívidas de curto prazo, crise que se agravou, na semana passada, com a prisão de três de seus principais executivos.

Em comunicado oficial, o grupo LDC informou que assinou um memorando de entendimentos com a Agrenco pelo qual se dispôs a realizar um aumento de capital na empresa, desde que cumprida uma série de condições, entre elas, a realização de auditoria na empresa, etapa que, segundo o comunicado, começa de imediato. Caso concretizado, esse aumento de capital deverá fazer do Grupo o principal acionista da Agrenco. Até a conclusão do negócio e a assinatura dos contratos definitivos, não haverá qualquer participação do grupo Louis Dreyfus Commodities na gestão da Agrenco.

(...) Agressiva, Louis Dreyfus propõe compra da Agrenco - 26/06/2008
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 10)(Fabiana Batista)

25 junho 2008

Rir é o melhor remédio




Da New Yorker, parece a música Rebelde sem Causa (Ultraje a Rigor). "Graças a infância feliz, vocês destruiram qualquer chance de tornar-me uma escritora"

IFRS na empresas construtoras


IFRS pode surpreender construtoras
Gazeta Mercantil - 25/06/2008

O desafio de entender e executar as regras contábeis internacionais, o chamado padrão IFRS (International Financial Reporting Standards), pode ser mais acentuado para as empresas do setor de construção civil. As especificidades do negócio de incorporação e construção e a falta de regras atuais sobre aspectos como contabilização de gastos com publicidade e reconhecimento de permutas terão impacto direto na receita, lucro e patrimônio das companhias - e até mesmo na contabilização de stock option.

(...) "A primeira diferença é o reconhecimento da função do ativo, com distinção da propriedade que é destinada a locação ou ganho por valorização de terreno e imóvel", diz Ederson Rodrigues de Carvalho, diretor da KPMG (...) O tratamento contábil do investimento poder ser definido pelo modelo de valor de mercado, não depreciado, ou pelo modelo de custo da compra, este depreciado por eventual perda de valor do bem.

No reconhecimento das receitas de incorporação, a atual regra do Conselho Federal de Contabilidade define que o valor dos imóveis vendidos na planta pode ser reconhecido conforme o andamento da obra - se 10% da obra está feita, esse mesmo percentual sobre o preço do imóvel entra na conta de receitas. Mas no IFRS há diferença na atribuição de risco conforme o contrato de construção.

"Hoje a incorporadora e construtora tem a receita na venda conforme percentual da obra, mas no IFRS será na transferência do risco para o comprador. Ou seja, na entrega das chaves", detalha o executivo. Para a prestadora do serviço (a empresa que é apenas construtora), o reconhecimento continua sendo no andamento de obra, já que o risco é da contratante. "A menos que a incorporadora encarregue a contratada desse projeto, como passar a demanda de um shopping que ainda não está desenhado. Nesse caso o risco é da contratada, que só reconhecerá receita quando entregar o empreendimento", explica.

No padrão internacional, os gastos com publicidade são registrados em despesas e não em ativo, como é possível no BR Gaap. Hoje o padrão nacional gera diferentes interpretações, como reconhecer essa despesa amortizada à medida em que a obra é construída ou no momento de veiculação da propaganda. "No IFRS está atrelado à veiculação, já que não dá para vincular claramente o retorno em vendas", pondera Carvalho.

Para Diego Barreto, coordenador de relação com investidores da imobiliária Lopes, apesar das dificuldades iniciais, a conversão de balanços trará muito mais clareza às companhias e ao mercado. "Nossa equipe identificou nas companhias abertas de construção 21 práticas diferentes de contabilização de receitas nas normas atualmente vigentes. Dificulta a noção de custo de capital, nota de ratings e comparação de desempenho, que com o IFRS será mais fácil", avalia.

Barreto cita um levantamento feito pela PricewaterhouseCoopers com bancos europeus que mostra que de 15 instituições, seis tiveram o patrimônio líquido reduzido com a conversão contábil, o que pode pegar de surpresa muitos investidores. Na Lopes, ele garante que os impactos não serão tão agressivos por ser apenas comercializadora, mas já se organizou.

Dividido em três fases, desde identificação de diferenças à divulgação das demonstrações financeiras na nova norma, o processo terá início neste segundo semestre e deve durar 18 meses. "Apresentaremos ao investidor seis meses antes da consolidação, para que possam entender as diferenças com tempo suficiente", diz.

A determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é que as companhias apresentem os balanços consolidados em 31 de dezembro de 2010 já em IFRS - mas os executivos lembram que este demonstrativo terá que trazer o comparativo com o exercício anterior, também ajustado.

Além das diferenças pontuais no negócio de construção, alterações genéricas também podem surpreender. "Poucas pessoas estão se atentando para o impacto sobre amortização de ágio e stock option, por exemplo", destaca Barreto. O plano de remuneração por ações não impacta hoje a linha de lucro das empresasas pois os registros são separados - mas no IFRS deve ser descontado, o que reduzirá significativamente a cifra e pode até levar algumas empresas a rever esses planos de remuneração.

Apesar de oneroso e trabalhoso, a padronização deve ter papel fundamental na atração de estrangeiros e acesso ao mercado externo, avalia Reginaldo Alexandre, vice-presidente da Apimec-SP. "Somando ADRs (recibo de ação brasileira listada nos EUA) e participação na Bovespa, vemos que esse público é responsável por 70% da movimentação diária nas companhias brasileiras", afirma. "Quanto maior a transparência, menor o custo do capital externo".

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Maria Luíza Filgueiras)

Acionista da Gol deve mais de 350 milhões para União



A família Constantino, dona da Gol e da Varig, possui uma dívida tributária de ao menos R$ 377 milhões com a União, a maior parte acumulada no INSS por conta do não recolhimento de contribuições previdenciárias de dez empresas de ônibus do grupo. Em junho de 2006, antes da compra da Varig, ocorrida em março de 2007, a Justiça Federal em São Paulo reconheceu a existência do grupo econômico e penhorou ações da Gol para pagar as dívidas das empresas de ônibus.

(...) A maior devedora é a Viação Planeta Ltda., com sede em Brasília, hoje administrada por uma das filhas de Constantino. A última lista de devedores da Previdência atribui à Planeta débitos de R$ 111 milhões. A Fazenda Nacional cobra da Breda Transportes e Turismo, com sede em São Paulo, administrada por dois filhos do empresário Nenê Constantino, quantia superior a R$ 60 milhões. O valor inclui impostos, contribuições, multas e atualizações.

A contabilidade inclui, ainda, as dívidas atribuídas à Viação Santa Catarina, também de São Paulo, que em setembro de 2007 devia ao INSS R$ 47,5 milhões. A empresa não está mais em nome da família, mas a procuradoria briga na Justiça para dirigir a cobrança aos filhos de Nenê Constantino. A procuradoria acredita que os Constantinos simularam a transferência da empresa a “laranjas” para escapar das cobranças. (...)


Donos da Varig devem à União R$ 377 milhões - Sônia Filgueiras, BRASÍLIA - O Estado de São Paulo - 25/06/2008

Agrenco e Governança



O caso da Agrenco tem um tempero adicional pela presença de José Guimarães Monforte, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), no conselho de administração da companhia. Ele foi eleito, no ano passado, membro independente do colegiado, ao lado de James Wright. O mandato oficial vai até 2009.

Monforte é largamente conhecido no mercado de capitais brasileiro justamente pelo seu trabalho de divulgação e desenvolvimento das boas práticas de governança corporativa pelas companhias abertas nacionais.

Procurado pelo Valor, o executivo não retornou às ligações para comentar os recentes acontecimentos e os possíveis trabalhos de governança que vinha desenvolvendo na empresa.

Em reunião na segunda-feira, ele assumiu, junto com Wright e Theodorus Antonius Zwijnenberg, que também é diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, a co-coordenação do conselho da Agrenco.

A Agrenco infringia umas das regras básicas da boa governança: o presidente executivo era também presidente do conselho de administração - além de sócio controlador do negócio. (...)

Outro pecado de governança da Agrenco era a ausência de um conselho fiscal. Poucas companhias listadas no Novo Mercado têm tal colegiado instalado. (...)

Agrenco infringia regras de governança
25/06/2008
Valor Econômico

BDR sob suspeita


CVM investiga negociação com BDRs
25/06/2008
Valor Econômico

O volume de negociação com os BDRs (recibos de ações) da Agrenco disparou exatamente uma semana antes da operação da Polícia Federal no dia 20. O número de negócios salta de menos de 50 por dia para 530 no dia 13 de junho, mantendo-se perto de mil nos dias seguintes. No dia 16, o volume negociado chegou a R$ 13 milhões, um dos mais altos desde o lançamento do papel em outubro. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) disse que está analisando as operações para ver se houve uso de informação privilegiada.Ontem, quatro dias depois do escândalo envolvendo a prisão dos controladores e principais executivos da Agrenco, a Credit Suisse Corretora enviou relatório aos clientes retirando a recomendação de compra ("outperform") para os BDRs (recibos de ações) da empresa e anunciou a suspensão da cobertura do papel.

A corretora, que pertence ao banco que coordenou a oferta de ações e era a única casa a acompanhar a Agrenco, mantinha preço alvo de R$ 19,00 para o BDR, o dobro do preço de lançamento, e quase 20 vezes maior que a última cotação do BDR antes de ser suspensa na tarde de sexta-feira, a R$ 1,25.Em relatório enviado aos clientes, com data de 24 de junho, o analista Luiz Otávio Campos informa que suspendeu a cobertura da Agrengo até que se torne mais clara a investigação sobre os três executivos da companhia. "Nossa mais recente classificação ('outperform') não deve ser mais considerada", diz o relatório, acrescentando que a corretora "continuará a monitorar o BDR durante a investigação e manterá os investidores informados de qualquer notícia".A suspensão da cobertura não significa que a corretora recomenda a compra ou a venda do papel, explica um executivo do mercado que pediu para não ser citado. Ela é uma prática comum das corretoras quando há um fato muito grave e não há condições de entender o que está acontecendo com uma empresa em determinado momento. "Se os próprios executivos da companhia não podem dar informações, emitir uma ordem de compra ou venda seria especulação", diz esse executivo. Além disso, a negociação do papel está suspensa, o que tornaria inútil uma recomendação. A suspensão também não significa que a corretora deixará de cobrir o papel.

Uma visita aos fóruns de discussão de investidores mostra a força que a recomendação da Credit Suisse tinha sobre os aplicadores. No fórum do site financeiro ADVFN, é possível ver várias histórias de aplicadores que acreditavam na empresa, citando a avaliação da corretora. No dia 11, por exemplo, quando os BDRs da Agrenco chegaram a R$ 3,50, um investidor se animou e escreveu: "Agora é meu preço, esperei e chegou agora. Vou dobrar o capital nela." E continuou: "Vamos acompanhar, essa malvada não vai apanhar mais não", escreveu o investidor, lembrando ainda da estimativa de "outperform" para os papéis feita pelo Credit Suisse.Já no dia 16, outro investidor ressaltava o papel, lembrando que a ação era "considerada 'outperform' pela Credit Suisse". "Com projeção de valorização de 165% em 365d. Comprei mais um pouquinho a 2,76 hoje e to vendo o negócio despencar." (sic)

Mais sobre Agrenco


A empresa de agronegócios Agrenco anunciou, nesta terça-feira, ter aceitado os pedidos de demissão de Antonio Lafelice, que ocupava a presidência da companhia, Antonio Augusto Pires Jr, diretor Operacional, e Francisco Carlos Ramos, diretor de Relações Institucionais. (...)

Em nota, a empresa ressalta "não ter recebido nenhuma notificação ou acusação por parte da Justica e que as ações realizadas pela Polícia Federal estão relacionadas estritamente a investigação dos executivos detidos".


Agrenco aceita pedido de demissão de executivos e anuncia novo presidente - Juliana Rangel - O Globo - 24/06/2008

Acionistas da trading agrícola Agrenco já estudam formas de buscar compensação para os prejuízos que tiveram com o investimento na companhia, cujos três principais executivos, incluindo o maior acionista, foram presos na sexta-feira. (...) Fóruns de investidores na internet deixam claro a ansiedade dos minoritários, que enfatizam a importância de união em busca de uma defesa comum para tentar recuperar parte das perdas de quase 90% desde a chegada do papel no mercado.

Investidores estudam ações contra perdas na Agrenco - 25 June 2008 - Valor Econômico

O advogado Cláudio Gastão Filho, que defende os três executivos do grupo Agrenco, Antônio Augusto Pires Jr., Antônio Iafelice e Francisco Ramos, irá na manhã de hoje para Porto Alegre, no 4º Tribunal Regional Federal (TRF), pedir para que seja revogada a prisão preventiva dos seus clientes. O argumento do advogado é que não há os pressupostos para que seus clientes fiquem presos em uma prisão preventiva. Segundo Gastão, eles têm total interesse para que o caso seja esclarecido rapidamente, uma vez que estão tendo prejuízos com isso. "Eles estão dispostos a colaborar, possuem passado ilibado e não vão se evadir porque possuem patrimônio e família no Brasil". (...)

Gastão, que atua na área criminal e não faz parte dos advogados da própria empresa, disse ontem que não corresponde à realidade o fato de que a empresa teria maquiado balanços. (...)

Advogado tenta soltar sócios - 25 June 2008 - Valor Econômico (grifo meu)

O debate envolve a discussão dos direitos dos BDRs, recibos de ações, pois a companhia tem sede nas Bermudas e seus papéis estão listados na Bolsa de Luxemburgo - onde despencaram ontem. Para completar, o nome de grandes instituições estão ligados à ida da companhia à Bovespa e a responsabilidade delas será questionada por aquelas que buscarem ressarcimento para suas perdas. O Credit Suisse emprestou dinheiro à Agrenco e depois coordenou a oferta. A KPMG é auditora independente do negócio e assina os números. Além disso, dois dos maiores escritórios de direito societário do país assinam os documentos da distribuição: Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados e Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados. Os investidores que se sentirem prejudicados pela Agrenco podem entrar na Justiça contra a companhia ou contra os coordenadores da oferta, acredita o advogado Frederico Stacchini. Ele lembra que, nas ofertas públicas, tanto a companhia emissora quanto coordenador líder têm responsabilidade civil sobre as informações divulgadas ao mercado durante o período de distribuição. "A própria Instrução 400 da CVM prevê isso no artigo 56, sobre a responsabilidades em níveis diferentes da companhia e do coordenador." Ambos são responsáveis pela veracidade, consistência e suficiência das informações. "Se provar que a empresa ou o organizador foram omissos ou forneceram informações incompletas, o investidor pode pleitear uma indenização."Quanto estreou na Bovespa, os controladores da empresa já estavam sob investigação da PF. Na prática, significa dizer que tanto a CVM como a Bovespa permitiram, sem saber, a listagem de uma companhia com alto potencial de escândalo. Os trabalhos da polícia começaram em agosto do ano passado e os BDRs da companhia estrearam no pregão em 25 de outubro. Consultada, a assessoria de imprensa da superintendência da PF em Santa Catarina explicou que, inicialmente, as investigações são tratadas como suspeitas e, por isso, as ações práticas só ocorrem após a obtenção de dados mais consistentes pela PF. Questionada, a CVM informou que mantém permanente relacionamento institucional com todos os órgãos públicos que guardam relação com suas atribuições legais, o que inclui a Polícia Federal. Nesse sentido, a autarquia explica que o intercâmbio de informações do mútuo interesse da CVM e das autoridades policiais faz parte da rotina das atividades. "Não obstante, não se pode afirmar, com os elementos ora disponíveis e à luz da legislação aplicável, que a CVM deveria ter sido informada anteriormente acerca dos fatos."João Batista Fraga, superintendente de relações com empresas da Bovespa, acredita que não há meios legais de a bolsa ser alertada pela PF em casos como o da Agrenco. "Se pudesse haver algum convênio de informações, seria ótimo. Mas não sei se isso é possível." No momento, a preocupação da bolsa, segundo ele, é dar transparência aos acionistas sobre os processos envolvendo os executivos.

Minoritários da Agrenco buscam meios para compensar prejuízos - 25 June 2008 - Valor Econômico

A escândalo da Agrenco é emblemático por ser o primeiro depois do renascimento do mercado de capitais brasileiro. Acabou a festa, chegam as cobranças. E esse jogo de achar culpados os auditores conhecem bem.A mãe de todos os escândalos contábeis, a Enron, não quebrou os bancos que operavam com a companhia americana de energia, que estava entre as cinco mais admiradas do país: quebrou a Arthur Andersen, a mais respeitada auditoria do mundo até então. (...)
Atuação dos auditores mudou depois do caso Enron - 25 June 2008 - Valor Econômico

Custo do iphone


IPhone custará US$ 173 para a Apple produzir
Gazeta Mercantil - 25/06/2008

O novo iPhone, aparelho móvel com acesso à internet que a Apple começará a vender por US$ 199 no próximo mês, custará US$ 173 por unidade produzida, segundo a empresa de pesquisas ISuppli.

A estimativa inclui o custo dos materiais e de fabricação, divulgou a ISupply, por comunicado. A empresa fez um "desmonte virtual" do dispositivo, usando informações de seus analistas para identificar os componentes, fornecedores e custos de cada peça.

Diferente da primeira versão, a Apple conseguirá US$ 300 em subsídios das operadoras de telefonia por cada dispositivo, estima a ISuppli. O subsídio, combinado com o custo mais baixo, farão mais margem de lucro à Apple, revelou.

As ações da fabricante subiram US$ 0,09 para US$ 173,25 [sic] ontem na bolsa de valores Nasdaq. Os papéis caíram 13% este ano.

O iPhone original custava à empresa US$ 226 e o seu preço de varejo era US$ 399 para um modelo com 8 gigabytes de capacidade de memória. A nova versão pode ter preço baixado para US$ 148 em 2009 e para US$ 126 em 2012, disse a ISuppli.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Bloomberg News)

Aqui também como a Apple cortou custo do Iphone. Aqui sobre custo do Ipod.

Contradição?


Não deixa dúvidas de que a perícia contábil, não se configura como reserva de mercado, é própria do Contador, pois o seu conhecimento é qualificado para atender as investigações do patrimônio num determinado instante, sua estrutura, seus componentes e as relações deste com o todo, descobrindo as falhas ocorridas ao longo da gestão.


Perícia contábil não é corporativismo
João Bosco Lopes
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 25/06/2008

Reajuste no minério


Observe o texto abaixo e o negrito (meu). Como seria a contabilização nesse caso? Esperamos sugestões e discussões. (E como ficaria a questão teórica do reconhecimento?)

Depois de meses de negociação com as maiores siderúrgicas chinesas, as gigantes da mineração Rio Tinto PLC e BHP Billiton Ltd. conseguiram ontem um reajuste de 85% no preço de referência do minério de ferro. (...)

O reajuste, maior do que o negociado pela Companhia Vale do Rio Doce, foi acertado entre as mineradoras e a Baosteel Group Co., a maior siderúrgica da China, mas será válido para todas as siderúrgicas que compram ferro das duas mineradoras. (...)

O aumento é retroativo a 1o de abril. Isso significa que as siderúrgicas que compraram ferro da BHP e Rio Tinto desde essa época terão de pagar a diferença, que provavelmente resultará em bilhões de dólares a mais. (...)

Para a Rio Tinto, a linha dura nas negociações foi importante não apenas para aumentar os lucros, mas também para ajudá-la a se defender da oferta da BHP, ou forçá-la a aumentar o valor para além de 3,4 ações da BHP para cada ação da Rio Tinto. (...)

A Vale fechou um acordo este ano que reajustou o preço do ferro entre 65% e 71%. A BHP e a Rio Tinto rejeitaram-no, argumentando que merecem um pouco mais por causa do frete menor, já que o minério da Austrália está bem mais perto da China do que o da Vale. (...)

Analistas disseram que a diferença entre o preço do acordo anunciado ontem e o acordo da Vale é de US$ 2 bilhões para a Rio Tinto e de metade disso para a BHP. A Rio Tinto está tentando aumentar ainda mais a diferença com um incremento de 14%, ou 30 milhões de toneladas, na produção de minério de ferro deste ano em relação à de 2007.

(Colaboraram Ellen Zhu, de Xangai, e Dana Cimilluca, de Londres)

BHP e Rio Tinto fecham reajustes por minério maiores que o da Vale
Robert Guy Matthews, The Wall Street Journal
24/06/2008
The Wall Street Journal Americas

SEC e brokerage

A Securities and Exchange Commission (SEC to Propose Easing Curbs On Using Foreign Brokerages, Kara Scannell e Jeff D. Opdyke, 26/06/2008, The Wall Street Journal, C1) irá propor que remoção das barreiras existentes para as corretoras estrangeiras. Isso provavelmente tende a diminuir os custos de corretagem em Wall Street. E representa uma tentativa da SEC de enfrentar um mercado cada vez mais sem fronteiras.

24 junho 2008

Rir é o melhor remédio


O jogo de xadrez entre o petróleo e a comida. Fonte: Aqui

Calote do professor

O calote do professor DELÚBIO
Ex-tesoureiro do PT não cumpre decisão judicial, deixa de devolver R$ 164,6 mil ao governo de Goiás e continua empregado, mesmo sem trabalhar

SÉRGIO PARDELLAS
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, um dos principais protagonistas do escândalo do mensalão, está novamente na alça de mira do Ministério Público. Desta vez, ele é acusado de desacatar uma decisão judicial e promover um calote contra o Estado de Goiás. Em maio de 2007, Delúbio foi condenado a devolver R$ 164,6 mil ao governo goiano, mas até agora, passado mais de um ano, não pagou nenhum centavo. O valor se refere aos salários que Delúbio recebeu, segundo a Justiça, de forma irregular, como professor contratado pela Secretaria de Educação. O ex-tesoureiro petista recebia os salários todos os meses, mas não punha os pés na sala de aula. Delúbio foi contratado pelo governo de Goiás em 1974, mas se licenciou diversas vezes sob o argumento de atuar no Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sintego). Na sentença condenatória, o juiz Ari Ferreira de Queiroz, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Goiânia, entendeu que, nos períodos de licença, Delúbio na verdade residia em São Paulo, trabalhava para o PT e não prestava serviços ao sindicato.
Além de não devolver o dinheiro recebido irregularmente, Delúbio continua como funcionário público do Estado de Goiás e permanece longe das salas de aula. "Não é possível que Delúbio, mesmo condenado, não tenha sido demitido", diz o promotor de Soares de Gouvêa, disse que o procedimento administrativo disciplinar contra Delúbio depende de parecer favorável da Procuradoria- Geral do Estado. "A Procuradoria nos comunicou que está fazendo um reexame do processo", disse à ISTOÉ a subchefe da Casa Civil, Avenilma de Lourenço Freitas. O problema é que um procedimento administrativo não pode se sobrepor a uma decisão judicial. Ainda que as medidas internas do governo possam retardar a demissão de Delúbio, elas jamais poderiam impedir o cumprimento da pena imposta: a devolução dos R$ 164,5 mil recebidos ilegalmente.
Para o Ministério Público, os movimentos do petista contra a sua exoneração ocorrem porque ele planeja candidatar- se a deputado federal em 2010. "Sua exoneração a bem do serviço público poderá ser explorada negativamente numa futura campanha política", diz o promotor Krebs. Tanto o ex-tesoureiro do PT quanto seus advogados foram procurados por ISTOÉ, mas não foram encontrados.
Fonte: Aqui

Enviado por Elidna (Edinha), grato

Reputações

As melhores
1) Google
2) Johnson & Johnson
3) Intel
4) General Mills
5) Kraft
6) Berkshire Hathaway
7) 3M
8) Coca-Cola
9) Honda
10) Microsoft

As piores

10) DaimlerChrysler
9) General Motors Corporation
8) ChevronTexaco Corporation
7) Ford
6) Sprint
5) Comcast
4) Exxon
3) Northwest Airlines
2) Citgo
1) Halliburton

As maiores variações:
1) Bank of America
2) Halliburton
3) Wal-Mart
4) Sears
5) Nike

Fonte: Aqui aqui e aqui

Caso Agrenco: responsabilidade de quem?

(...) O único especialista que acompanha a empresa é Luiz Otávio Campos, do Credit Suisse. Em relatório de 15 de maio, o analista recomendou a compra das ações da Agrenco e atribuiu preço-alvo de R$ 19,00. Mesmo depois do noticiário do final de semana, Campos não publicou nenhuma alteração em suas análises. O Credit Suisse coordenou a abertura de capital da empresa, em outubro. Além disso, é acionista do negócio, com uma fatia de quase 7%. Por fim, cerca de 40% dos R$ 666 milhões captados na oferta de ações foram usados para pagar empréstimo feito pelo banco à Agrenco, antes da listagem na bolsa. A instituição não foi a única a assinar a abertura de capital da companhia. Os escritórios Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados e Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados produziram o material da oferta. A KPMG é auditora dos números do balanço da empresa. Além de ter a estréia na bolsa chancelada por instituições renomadas, a companhia conta com José Guimarães Monforte, ex-presidente do conselho do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) como membro independente do conselho de administração da companhia. Foi eleito em agosto de 2007. Diretor comercial irá acumular cargos vagos - Valor Econômico 24/06/2008 - (Colaborou Nelson Niero)