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31 março 2022

Valor da informação


Data is one of the most valuable assets in the modern economy. Yet the tools we have to quantify that value are scant. We offer a tool that an investor or financial firm can use to value its existing data, or a potential stream of data that it is considering to acquire. Along with information about the distribution of investor characteristics, researchers can use this tool to trade out the demand curve for data. (...)

The advantage of our measurement tool is its simplicity. While our measure of the value of data is derived from a structural model, computing it does not require estimating structural parameters. Instead, the relevant sufficient statistics are simple means and variances of linear regression residuals. No matter whether the data is public, private, or known only to a fraction of investors, these methods are valid. Even if the data is about sentiments or order flows, as long as it is measured along with the market prices in the observable data set, our data value measure offers a meaningful assessment of its value to an investor.

Da conclusão. O texto completo está aqui

Foto: ThisisEngineering RAEng

IFAC: desempenho em 2021

É bem interessante olhar as demonstrações contábeis dos reguladores. Aqui as demonstrações de 2021 do IFAC. Conforme a própria informação do documento, o IFAC possui 180 membros e associados, em mais de 135 países e jurisdições, representando 3 milhões de contadores. 

A informação foi preparada segundo as normas do próprio IFAC, a International Public Sector Accounting Standards (IPSAS) que foi instituída pelo International Public Sector Accounting Standards Board. (É interessante que o IFAC é uma entidade do terceiro setor e adota as normas do setor público. 

Mas observei em particular a qualidade da gestão financeira do IFAC. Eis alguns dados:

Em 2020 e 2021 a entidade teve um superávit, com uma margem líquida de 6,5%. O giro do ativo é bem elevado e a maior parte do ativo é representado por caixa e equivalentes (76% do ativo!). O valor de caixa corresponde 7 meses de receita. 

É sempre bom ver o regulador bem de saúde financeira.


Ex-Arthur Andersen faz auditoria com melhor qualidade


Um estudo publicado recente mostrou que ter feito parte da Andersen - a Big 5 que fechou por conta a Enron - significa auditoria de maior qualidade. Eis a conclusão via aqui:

[A]udit partners who directly experienced Andersen’s demise impose stricter monitoring evident in their clients exhibiting a lower propensity for misstatements and small profits, and paying higher audit fees. Importantly, these findings reconcile with research in finance and economics implying that firsthand experiences matter more to subsequent behavior than general economic conditions or second- or thirdhand experiences. Collectively, the results shed light on one facet of how partners’ audit quality evolves over time. Our findings suggest that major failures associated with the audit firm in which an auditor works can ultimately result in these affected individuals later delivering higher audit quality, which should benefit audit committees in partner selection decisions and audit firms in designing partner assignment policies.

Links

 Francine e a carta de Buffett - o que ele deixou de fora da carta parece ser importante

Um exemplo de como inflar o número de citações - citando você mesmo. Neste exemplo, 22% das citações indicadas no Scholar é do próprio autor. 

Petrópolis e a tentativa de salvar uma biblioteca, uma banca e uma livraria

Usando a voz de Row Howard para narrar Succession e usando a trilha de Succession para descrever Arrested Development - as duas séries dizem respeito a uma família com problemas e uma empresa idem

Como os russos estão se adaptando na sua estratégia militar na Ucrânia

Rir é o melhor remédio

 

Você deve fazer a análise de uma empresa. Qual a sua preferência? Assistir um vídeo com o resumo, feito por alguém que irá simplificar ao máximo a análise e fazer bastante propaganda do canal ou analisar a fundo cada informação disponibilizada pela empresa? 

30 março 2022

Links

 Países com monarquias

Sistema de Contabilidade Econômica Ambiental da ONU e a incorporação da questão ambiental nas contas nacionais

Ciência questionável e o uso de energia na mineração de bitcoin

Livro eletrônico e a guerra do livro

O metro quadrado no mundo (abaixo)



Efeito da pandemia em um clube de futebol


A DRE do Palmeiras mostra o impacto da pandemia no resultado. E o destaque é a receita. Em 2020 foi de 531 milhões. No ano seguinte, de 910. 

Manipulação dos dados do Covid no mundo - 2

Ainda sobre a manipulação dos dados do Covid no mundo, um ponto interessante comentando por David Wallace-Wells:

Se você ajustar a idade (...) as diferenças [na fatalidade] entre os continentes se tornam mais dramáticas - sugerindo uma reversão dos resultados, em vez de uma convergência. 

O que isto significa? O excesso de mortes da Europa e Estados Unidos não são tão elevados quanto em outros países quando há uma ajuste pela idade. Com este ajuste:

o maior país atingido do mundo não foi os Estados Unidos, que ocupa a 47a. posição em excesso de mortalidade per capita, ou Grã-Bretanha, que ocupa a 85a posição ou mesmo a Índia, que ocupa a 36a. posição. É a Rússia, que perdeu, segundo estimativas do The Economist, entre 1,2 milhão e 1,3 milhão de pessoas, uma taxa de mortalidade duas vezes maior que os Estados Unidos.

Na verdade, a região mais atingida do mundo foram os países do antigo Pacto de Varsóvia: Bulgária, Sérvia, Macedônia do Norte, Rússia, Lituânia, Bosnia, Belarus, Georgia, România e Sudão. Peru estaria na 11a. posição. Os dados pode ser acessados no OurWorldData:

(Como a escala está padronizada, fatalidade por 100 mil habitantes, o valor da Bulgária é realmente maior que o excesso de fatalidade ocorrida no Brasil)

Manipulação dos dados do Covid no mundo

Eis que a pandemia lançou um desafio para os pesquisadores: como medir o efeito da pandemia na população mundial? O desafio era grande já que as estatísticas governamentais em alguns lugares não eram adequadas. O número de pessoas que contraíram a doença poderia ser mascarado pela não notificação dos casos; o número de fatalidades dependia do sistema de comunicação entre o hospital e os órgãos governamentais; e a assim por diante.

Para se ter um grande panorama do efeito da pandemia, os pesquisadores usaram uma medida: o excesso de mortalidade. Apesar de ser uma estimativa, o valor é muito mais confiável que as medidas tradicionais. O cálculo é feito observando quantas pessoas falecem em um país em um ano típico. Este número é confrontado com o número de pessoas que faleceram a partir de 2020. A diferença é o excesso de mortalidade e assume que isto ocorreu por conta da pandemia. Uma simples conta de diferença e temos uma boa noção do efeito pandêmico. 

Um artigo publicado no The Lancet em março de 2022 estimou este valor em 18,2 milhões. O texto calculou valores para 191 países. Os pesquisadores também calcularam em algumas subdivisões, como os estados do Brasil. Eis o mapa da pesquisa:

Quanto mais escuro, maior o excesso de mortalidade pela população. A pandemia foi rigorosa em alguns estados do Centro-Oeste, Amazonas, Maranhão, Ceará e São Paulo. O mapa do mundo fornece as seguintes informações:

A pandemia parece que foi rigorosa com a América Latina, os Estados Unidos, alguns países da Europa e o sul da África. Mas poupou parte da Ásia e Oceania. 

É obvio que este excesso de mortalidade é algo "incerto". Assim, o relato da Lancet apresenta um intervalo dos dados. Veja o caso dos estados do Brasil:
A primeira coluna é o número de mortes reportados. A segunda é a taxa de mortalidade. O Brasil tinha 619 mil mortes reportadas, com uma taxa de 146 por cem mil habitantes. A terceira coluna é a estimativa do excesso de mortalidade, com os intervalos superiores e inferiores. No Brasil, 173 mil pessoas morreram de Covid e não estão nas estatísticas oficiais. Este número é da diferença entre o excesso de mortalidade, 792 mil menos 619 mil. Mas pode chegar a 847 mil o número de fatalidade. 

No mundo, o número de fatalidade reportado foi de 5,9 milhões. Mas o cálculo do artigo é de 18,2 milhões. Uma boa parte desta diferença está em países como a Índia, que oficialmente divulgou 490 mil mortes, mas a estimativa foi de 4 milhões de pessoas. 

O gráfico a seguir mostra os países onde a manipulação dos dados foi maior:
Os valores em vermelho são os locais com maior manipulação dos dados: Venezuela, parte da África, China. (Sejamos justos, nem sempre a notificação a menor deve-se a uma manipulação; falhas no processo de coleta dos dados e desconhecimento médico podem contribuir para a diferença)

Mas a metodologia do artigo da The Lancet foi criticado (aqui, por exemplo). O The Economist e o OurWorldData divulgam esta informação, sendo que a revista britânica estima em 20 milhões o excesso de mortos.


Rir é o melhor remédio

 

Depreciação de terreno

29 março 2022

Sorte ou talento? O papel da aleatoriedade

 Resumo:

The largely dominant meritocratic paradigm of highly competitive Western cultures is rooted on the belief that success is due mainly, if not exclusively, to personal qualities such as talent, intelligence, skills, smartness, efforts, willfulness, hard work or risk taking. Sometimes, we are willing to admit that a certain degree of luck could also play a role in achieving significant material success. But, as a matter of fact, it is rather common to underestimate the importance of external forces in individual successful stories. It is very well known that intelligence (or, more in general, talent and personal qualities) exhibits a Gaussian distribution among the population, whereas the distribution of wealth- often considered a proxy of success- follows typically a power law (Pareto law), with a large majority of poor people and a very small number of billionaires. Such a discrepancy between a Normal distribution of inputs, with a typical scale (the average talent or intelligence), and the scale invariant distribution of outputs, suggests that some hidden ingredient is at work behind the scenes. In this paper, with the help of a very simple agent-based toy model, we suggest that such an ingredient is just randomness. In particular, we show that, if it is true that some degree of talent is necessary to be successful in life, almost never the most talented people reach the highest peaks of success, being overtaken by mediocre but sensibly luckier individuals. As to our knowledge, this counterintuitive result- although implicitly suggested between the lines in a vast literature- is quantified here for the first time. It sheds new light on the effectiveness of assessing merit on the basis of the reached level of success and underlines the risks of distributing excessive honors or resources to people who, at the end of the day, could have been simply luckier than others. With the help of this model, several policy hypotheses are also addressed and compared to show the most efficient strategies for public funding of research in order to improve meritocracy, diversity and innovation.


Talent versus luck: The role of randomness in success and failure
A Pluchino, AE Biondo, A Rapisarda
Advances in Complex systems 21 (03n04), 1850014



Links


Um navegador que está valendo 1,3 bi US$ (Island) - produzido para ser usado na empresa. Portanto, com foco na segurança

Polícia britânica descobre ladrão de bicicleta pela imagem do seu quintal do Google Earth (acima)

Os potenciais problemas (legais) do tapa de Will Smith em Chris Rock

Acionistas da Toshiba rejeitam o plano de dividir a empresa

Assistindo um vídeo de matemática versus Star Wars

Mercado e Fraude

 

A Hindenburg Research LLC é uma empresa de pesquisa de investimento que está focada nas empresas que podem ser potenciais desastres. O nome é uma homenagem ao desastre do Hinderburg, considerado um desastre evitável. A empresa publica relatórios de empresas com má gestão. Basicamente sua estratégia é: investigue uma empresa, encontre algo que possa ser caracterizado como fraude, invista contra a empresa, revele suas descobertas e espere o preço cair.

AstralCodex pergunta se isto não poderia ser um substituto para a imprensa. Isto permitiria que os clientes paguem pela pesquisa de uma empresa como a Hindenburg, sem precisar de comprar outras coisas que não deseja.

Na opinião do site, havendo um bom mercado de previsão, você poderia financiar relatórios investigativos. E permitiria que notícias falsas fossem punidas pelo próprio mercado - se você denunciar uma empresa e não for verdade, os traders deixarão de confiar nos seus relatórios. 

Será que isto não poderia ser uma solução para o mercado de auditoria? Permitir que qualquer pessoa possa divulgar seus relatório; as empresas mais competentes ficariam no mercado e os erros das grandes seriam realmente punidos na sua reputação. 

Foto: Manik Roy

28 março 2022

ISSB + GRI

 

A IFRS Foundation e a Global Reporting Initiative (GRI) assinaram um acordo de colaboração sobre os padrões de sustentabilidade. Em termos práticos, poderá existir programas de trabalho e padrões conjuntos entre o International Sustainability Standards Board (ISSB), o braço de trabalho da IFRS para o assunto e o Global sustainability Standards Board (GSSB).

Se por um lado a IFRS tem como foco o mercado de capitais e o investidor, através de padrões relacionados com as demonstrações contábeis, o GRI procura atender um público mais amplo. Assim, haveria uma complementação no trabalho dos reguladores, o que pode ajudar na redução – ou no aumento, sendo mais cínico – no volume de relatórios para as empresas.

Em 2020 havia um grande número de entidades que se propunham emitir normas para os relatórios de sustentabilidade. A demanda por um sociedade mais preocupada com a questão ambiental, de governança e social – denominada de ESG - foi captada pela IFRS Foundation como uma oportunidade de ocupara um espaço precioso entre as empresas. Em 2021 a Fundação construiu um projeto onde seria possível também lidar com a emissão de padrões, através de uma entidade, a ISSB, oportunisticamente lançada durante o encontro de Glasgow, no final do ano. No lançamento, a ISSB já anunciou que pelo menos três entidades fariam parte do novo comitê.

Enquanto o ISSB juntava forças com outras entidades previamente estabelecidas, era necessário mostrar serviço e, ao mesmo tempo, legitimar com a principal entidade para emissão de normas na área ESG. Enquanto a Europa continua seu trabalho de normatização, através do EFRAG, e os Estados Unidos anunciam um plano para área, via sua Comissão de Valores Mobiliários (SEC), o acrodo pode ajudar na legitimação. Um outra medida, que envolve apressar a divulgação de novas normas, também está sendo utilizada pela ISSB (vide postagem a seguir).

Ao mesmo tempo, as denúncias de manipulação das informações ambientais – denominada de “lavagem verde” – trouxe a preocupação de alguns investidores. Aliado a isto, a Organização Internacional de Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO), entre outras, está buscando o alinhamento dos padrões.

É bom lembrar que o propósito de uma entidade como a IFRS Foundation é a emissão de normas. E estas medidas são coerentes com esta finalidade. Pode não ser a melhor finalidade para o usuário. 

 Foto: Aaron Burden

(Repararam a sopa de letrinhas na postagem? É isto...)

Apressem as normas


Uma norma, antes de ser publicada, geralmente segue um certo ritual. Para que a norma seja legitimada é necessário que seja debatida pelo público, especialmente àqueles que serão afetados pela regra. Isto inclui um período de debate, com possibilidade de até retornar para prancheta caso a norma não agrade. Isto já ocorreu antes, por exemplo, com a norma de leasing (aqui).

Já comentamos aqui que a Fundação IFRS criou um braço somente para normatizar a área de sustentabilidade. Isto foi anunciado em novembro. Em janeiro foi escolhido o comandante para nova entidade. E o quadro deve ser completado até meados do ano. Mas enquanto isto outros atores estão se movimentando. A SEC mudou sua atitude de ser contrária ao assunto recentemente. E o EFRAG está produzindo documentos a pleno vapor. 

Na tentativa de não ficar atrás, o Comitê de Supervisão do Processo (DPOC) confirmou que é válido o presidente e o vice do ISSB divulgarem rascunhos de exposição. Segundo o IasPlus "a definição de padrões nessas áreas é percebida como urgente e, embora o processo de nomeação de membros do ISSB tenha começado, ainda pode demorar um pouco até que o ISSB tenha quorum". 

Veja como é um caso de "concorrência" na área de emissão. O próprio IasPlus indica isto ao afirma que "como várias jurisdições pretendem expor seus próprios requisitos específicos juridicionais nos próprios meses (por exemplo, União Européia e os Estados Unidos", a divulgação do rascunho seria interessante. 

Foto: John Cameron

Rir é o melhor remédio

Recrutamento de especialista

27 março 2022

Princípio da Precaução versus Análise Custo benefício


Li um extenso ensaio sobre Emily Oster, com um monte de links e uma discussão sobre o uso da economia para a vida diária das pessoas.

Antes de comentar o ensaio, uma contextualização. Quando o Freakonomics surgiu, o trabalho de Oster foi colocado em evidência; o seu trabalho sobre a influência da TV a cabo nas mulheres da Índia. Depois disto, Oster decidiu produzir livros, mostrando como as ferramentas analíticas da economia podem ser aplicadas em situações como gravidez ou decisões familiares. Isto inclui a noção de análise custo-benefício.

O problema é que este tipo de análise rejeita o princípio da precaução, amplamente adotado por ambientalistas e especialistas em saúde pública. Quando temos um cenário de incerteza científica sobre os riscos de algo, os tomadores de decisão devem optar por minimizar ou reduzir o risco potencial. Para Oster, o princípio de precaução pode ser ruim para as pessoas. Há, no artigo, um exemplo dos efeitos do álcool na gravidez. Oster considera que os conselhos sobre o assunto são opressivos para as mães já que considera preocupações desnecessárias e restritivas nas suas escolhas. Os estudos sobre os efeitos do álcool na gravidez são inconclusivos e muitos deles de baixa qualidade. A economista interpreta tal fato como sendo igual a baixo risco, o que seria contra o princípio da precaução.

A posição de Oster tornou-se mais proeminente durante a pandemia. Ela escreveu artigos e publicou pesquisas defendendo uma posição mais flexível nas políticas públicas. Isto agradou a direita, que passou a contribuir financeiramente com o Painel Nacional de Resposta Escolar Covid-19, lançado por Oster. Mas a posição da cientista tornou-se crítica naquilo que seria sua principal crítica do princípio da precaução: a fragilidade dos seus dados. Oster usou dados para decretar que a abertura das escolas teria baixo risco na disseminação viral. Usando dados com uma amostra muito pequena – apenas duas semanas de informações – coletada somente nas escolas que participavam do seu Painel, Oster declarou que as escolas não eram foco de transmissão da doença. O problema é que isto não era possível de concluir de forma científica.

Mais ainda: quando questionada, emitiram uma correção, reconhecendo os problemas da qualidade dos dados, mas sustentaram que os erros não alteravam suas conclusões. Eis a conclusão do artigo:

Nossa falha na resposta pandêmica, que resultou em um milhão de mortes até agora [nos Estados Unidos] foi baseada na substituição total de valores morais ou éticos compartilhados por suposições individualistas sobre riscos, benefícios e valor. As realidades de um surto de doença infecciosa mostraram-se profundamente inconvenientes para os privilegiados, os interesses do capital e os ideólogos de direita, que trabalharam para justificar essas hierarquias. O resto de nós deve considerar a ação coletiva e a solidariedade como pré-condições essenciais para atender às necessidades sociais, enfrentar as crises do planeta e trabalhar na direção de um mundo que não sacrifique o bem social no altar do interesse próprio.

E a contabilidade? - Confesso que não conhecia o princípio da precaução e sua aplicação nas políticas públicas de saúde. Mas sua formulação no texto lembrou o conservadorismo contábil. A aplicação de princípios econômicos de análise, como o uso inapropriado do valuation em mensuração contábil, lembrou o passo que demos na contabilidade a partir dos anos oitenta.

Fadiga de decisão

Decision fatigue is an applicable concept to healthcare psychology. Due to a lack of conceptual clarity, we present a concept analysis of decision fatigue. A search of the term “decision fatigue” was conducted across seven research databases, which yielded 17 relevant articles. The authors identified three antecedent themes (decisional, self-regulatory, and situational) and three attributional themes (behavioral, cognitive, and physiological) of decision fatigue. However, the extant literature failed to adequately describe consequences of decision fatigue. This concept analysis provides needed conceptual clarity for decision fatigue, a concept possessing relevance to nursing and allied health sciences. 

Fonte: aqui

Quando a norma contábil foca na entrega da informação para que o usuário tome a decisão sobre o assunto, está contribuindo com a fadiga da decisão. Mais informação, uma estratégia típica de regulador que não sabe o que pedir, também ajuda no processo. 



26 março 2022

Links


As religiões no mundo

Vídeo: produtos incríveis que saíram do mercado

Os gênios não existem mais? - a participação das pessoas "geniais" na população é cada vez menor (figura acima).  Mas os três argumentos são interessantes: boas ideias são cada vez mais difíceis de encontrar; descobertas são distribuídas nos dias atuais; e a cultura atual não celebra mais os gênios. 

Formações geológicas interessantes

Normas internacionais revisadas recentemente

Rir é o melhor remédio

 

9 ou 6. Uma forma simples de resolver sem confusão. Fonte: aqui

24 março 2022

Representação fidedigna e Mapas da Guerra

Uma das postagens interessantes deste blog nos últimos tempos foi sobre a representação fidedigna. (Se fosse orgulhoso não escrevia isto; todas as postagens do blog são interessantes, não?)

O texto lembra do mapa do metrô, que não reproduz de forma fiel o mapa da cidade e das linhas, mas cumpre sua função sem ser fidedigno. Ou seja, nem sempre a informação deve ter como qualidade este quesito. 

Eis agora uma postagem do Boing Boing sobre os mapas da guerra. Quando a invasão da Ucrânia começou, os jornais apresentavam mapas como este:

Pareciam mapas antigos de guerra. O problema é que o exército não conquista uma extensa área, como parece indicar lá no mapa. Geralmente os soldados caminham por estradas e focam nos seus objetivos militares. Assim, o exército russo não conquistou as áreas em vermelho do mapa acima. 

Com o passar do tempo, alguns jornais mudaram seu desenho para algo assim:
As setas são mais informativas sobre o que está ocorrendo no campo de batalha. Os soldados russos não ocuparam grandes extensões de terras, mas algumas cidades mais relevantes (em vermelho, os círculos). As setas indicam a movimentação das tropas pelas estradas e os traços azuis as barreiras de resistências. É bem mais informativo que o mapa anterior. 

A televisão russa mostra o seguinte mapa:
Bem mais adequado à propaganda russa. 



Retornos e patrimônio em empresas privadas

 Eis o abstract:

We use micro data from Orbis on firm level balance sheets and income statements to document that accounting returns for privately held businesses are dispersed, persistent, and negatively correlated with firm equity. We also show that firms experience large, fat-tailed, and partly transitory changes in output that are not fully accompanied by changes in their capital stock and wage bill. This implies that capital and labor choices are risky, as fluctuations in output are accompanied by large changes in firm profits. We interpret this evidence using a model of entrepreneurial dynamics in which return heterogeneity can arise from both limited span of control, as well as from financial frictions which generate differences in financial returns to saving. The model matches the evidence on accounting returns and predicts that financial returns to saving are half as large and dispersed as accounting returns. Financial returns mostly reflect risk, as opposed to collateral constraints which play a negligible role due to firms' unwillingness to expand and take on more risk.

Fonte: aqui

Contabilidade é um trabalho chato?

A contabilidade tem a fama de ser um trabalho chato. Assim, o resultado de uma pesquisa recente parece não ser surpreendente. Veja a seguir um texto sobre o assunto:

As pessoas acreditam que a contabilidade é uma profissão bastante chata, de acordo com a estudo recente do Universidade de Essex.

O estudo não fez afirmações absolutas sobre o que é e o que não é chato, mas se aprofundou no que as pessoas consideram entediantes. Envolveu pesquisa com mais de 500 pessoas, em uma série de cinco experimentos diferentes, sobre o que elas acham chato, quão chatas essas escolhas são comparadas entre si e como os entrevistados reagem a indivíduos chatos.

Em termos de profissões, os sujeitos disseram que os cinco empregos mais associados às pessoas chatas são, do máximo ao mínimo: análise de dados, contabilidade, impostos / seguros, limpeza e serviços bancários. Por outro lado, as profissões mais emocionantes foram, do máximo ao mínimo: artes cênicas, ciências, jornalismo, profissional de saúde e ensino.

O estudo também descobriu que ser percebido como chato leva as pessoas a associarem a baixa competência e baixo calor interpessoal. O periódico disse que isso, por sua vez, poderia levar as pessoas consideradas chatas a estarem com maior risco de danos, dependência e problemas de saúde mental devido à potencial ostracização social.

Certos observadores da profissão contábil podem discordar dessa caracterização, dada a ampla gama de empregos disponíveis para contadores em praticamente todos os setores, muitos dos quais poderiam ser percebidos como, se não emocionantes, pelo menos não chatos. Os resultados sugerem uma falta de conhecimento entre os sujeitos do teste sobre o que os contadores realmente fazem.

Os pesquisadores concordaram que a visão dos contadores, entre outros profissionais, pode não ser totalmente justa e lamentaram que não tenham oportunidades de provar que essas percepções estão erradas porque, como o estudo também descobriu, as pessoas tendem a evitar aqueles que consideram chatos. Além disso, apontou-se que, chatas ou não, essas profissões também desempenham um papel vital na sociedade.

“A verdade é que pessoas como banqueiros e contadores são altamente capazes e têm poder na sociedade - talvez devêssemos tentar não perturbá-los e estereotipá-los como chatos!" disse o Dr. Wijnand Van Tilburg, que liderou o estudo.

O estudo também analisou outras características que os entrevistados podem considerar chatas, concluindo que a pessoa mais chata do mundo será alguém que trabalha na entrada de dados, é religioso, vive em uma cidade versus uma cidade e gosta de assistir TV

Rir é o melhor remédio

 

E alguém pergunta se está tudo bem...

23 março 2022

Resoluções CVM


A CVM decidiu emitir resoluções. Eis as resoluções do dia 22 de março (pode ser que tenha esquecido alguma):

Resolução CVM 71 - 22/03/2022 - Aprova a Consolidação do Pronunciamento Técnico CPC 15(R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, que trata de combinação de negócios.

Resolução CVM 72 - 22/03/2022 - Aprova a Consolidação do Pronunciamento Técnico CPC 25, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, que trata de provisões, passivos contingentes e ativos contingentes. 

Resolução CVM 73 - 22/03/2022 - Aprova a Consolidação do Pronunciamento Técnico CPC 27, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC, que trata de ativo imobilizado.

Resolução CVM 74 - 22/03/2022 - Aprova a Consolidação do Pronunciamento Técnico CPC 29, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC, que trata de ativo biológico e produto agrícola.

Resolução CVM 75 - 22/03/2022 - Aprova a Consolidação do Pronunciamento Técnico CPC 37(R1), do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata da adoção inicial das normas internacionais de contabilidade.

Resolução CVM 76 - 22/03/2022 - Aprova a Consolidação do Pronunciamento Técnico CPC 48, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC, que trata de instrumentos financeiros.

Foto: Christa Dodoo

SEC discute a questão ambiental


A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC, aprovou na segunda uma minuta de documento sobre a mudança climática. O longo documento, de 500 páginas, defende que as empresas com ações negociadas na bolsa de valores devem divulgar informações para os usuários externos. Tendo por base um documento de 2010, a SEC entende as empresas necessitam tornar público informações sobre emissões de gases que possam prejudicar o ambiente. 

A posição da SEC é coerente com a agenda política do governo Biden. Tanto é assim que a decisão da SEC foi comentada positivamente por pessoas vinculadas a Casa Branca. O documento pode receber criticas e comentários nos próximos sessenta dias, antes de ser uma regra obrigatória. 

Há uma expectativa que a medida que incentiva a divulgação seja judicializada. Alguns entendem que não cabe à SEC a normatização da área ambiental. Outros consideram que a SEC já tem instrumentos que incentivam a divulgação; especificamente, qualquer fato que possa afetar, de maneira material, o resultado futuro de uma empresa, deve ser evidenciado. Assim, há dúvidas se a norma teria condições de ser promulgada rapidamente ou até mesmo ser promulgada. 

O mercado de consultoria irá agradecer caso a proposta seja aprovada. Atualmente cerca de um terço das sete mil empresas divulgam algum tipo de informação. Como nos últimos anos há uma redução do entusiasmo das empresas para abrir seu capital, espera-se que a medida por aumentar o custo de divulgação e, naturalmente, reduzir o incentivo pela captação de recursos no mercado acionário. 

Para finalizar, a proposta estipula que as maiores empresas também devem divulgar informações sobre o escopo 3. Isto significa que não basta mostra o impacto da empresa no ambiente, mas também da sua cadeia produtiva. 

Caso deseje mais detalhes, aqui uma análise crítica de Cochrane (aqui também). Ele faz um alerta importante para os excessos da proposta, incluindo um exemplo onde cita o Brasil. Um texto mais jornalístico, e extenso, foi publicado no NY Times. Aqui uma explicação mais técnica do Accountancy Daily. Aqui também. A Forbes trabalha sobre a questão da mensuração. 

Foto: Jeremy Bezanger

FMH e EMH

A hipótese do mercado eficiente (EMH) é bastante conhecida na literatura de finanças. Mas e a FMH ou hipótese do mercado fractal? Interessante, não? Eis um resumo:

The fractal market hypothesis (FMH) is one of the frontier theories of emerging finance and nonlinear science. The relationship between the FMH and the efficient market hypothesis (EMH) is easy to be confused, and its guiding role in investment practice needs to be clarified. For this reason, the theoretical origin, evolution, and cross-integration of EMH and FMH were expounded in this study using the phylogenetic method. The basic work illustrated in this study could help promote the integration and development of securities investment frontier theories using a more unified analysis framework and could guide investment practice at a higher level.

Muito interessante também a linha evolutiva dos autores:

Note que a EMH não começou com Fama, como muitos pensam. O quadro a seguir faz a diferença entre as duas teorias


Links

 Custo da comutação e o prejuízo para sua vida

NFTs e a questão tributária - as transações digitais ainda são objeto de dor de cabeça para as autoridades tributárias

Contadores e ESG - a profissão e o desafio contábil

Propaganda eleitoral e seus efeitos sobre o eleitor - caso da Espanha, mas há similaridades com o Brasil

Dividir o sono pode ajudar a dormir melhor?


Rir é o melhor remédio


 Serve tanto para o professor quanto para o aluno

22 março 2022

Amor, saúde, felicidade e finanças


Em um extrato do livro Why We Love algo bem inspirador. Sobre um estudo realizado por Julianne Holt-Lunstad e seus colegas em 2010

Julianne coletou os dados de 148 estudos que haviam explorado as taxas de mortalidade após doenças cronicas - câncer, doença cardiovascular e insuficiência renal sendo as mais proeminentes - e os aspectos da rede social de uma pessoa. (...) ela concluiu que estar dentro de uma rede social de apoio reduziu o risco de mortalidade em 50%. Isto coloca em igualdade com a interrupção do fumo e manter uma medida saudável de IMC. 

Assim, ter relações sociais de boa qualidade - que é denominado de capital social por Anna Machin, autora do livro, pode ser muito importante para saúde, felicidade e satisfação com a vida. Ter amigos, e isto inclui familiares, pode ser importante e fazer bem para a vida de uma pessoa. Mas como afeta as finanças? Melhor saúde significa melhor qualidade de vida e menor gasto com esta saúde. Nas palavras de Machin:

os neuroquímicos liberados quando você interage com as pessoas que ama têm um papel direto no funcionamento do sistema imunológico

Mas e o amor do título? Citando Machin:

o amor é a força que nos motiva a superar as dificuldades do grupo que vive para cooperar em um nível incomparável em relação a qualquer outra espécie. 

De forma curta: amor é sobrevivência. 

No capítulo 3 do livro Humanidade Bregman traz um ponto interessante. A ciência descobriu que em quatro testes de inteligência - compreensão espacial, cálculo, causalidade e aprendizado social - o ser humano começando a andar teve o mesmo desempenho que os chimpanzés e orangotangos. Exceto em aprendizado social, onde o ser humano foi absurdamente superior. Talvez esta seja a explicação para o fato do Homo sapiens ter prevalecido sobre o Homo Neanderthalensis, especula Bregman. 

Credibilidade da ciência e meio de divulgação

Lembro que já orientei uma pesquisa de TCC próxima, sobre o assunto. A fonte da informação pode fazer diferença em termos de credibilidade

projetamos e implementamos duas pesquisas em que os entrevistados indicaram a credibilidade em encontrar informações científicas on-line. Enquanto a primeira pesquisa comparou credibilidade em vários tipos de mídia, incluindo o Twitter, a segunda pesquisa se concentrou mais de perto nos elementos dos Tweets que podem contribuir para uma maior credibilidade. Este estudo nos permitiu estudar como as informações são percebidas on-line, bem como como os pesquisadores podem moldar suas mensagens para se destacar do dilúvio de informações na web.

O poder dessas pistas formais não deve ser subestimado. Nosso trabalho descobriu como as informações científicas on-line podem parecer mais credíveis, alterando apenas onde e como são apresentadas. A mesma descoberta científica foi percebida como mais credível se estivesse alojada em um local on-line mais credível (Fig. 1 [acima]). As capturas de tela de artigos científicos foram consistentemente consideradas as mais credíveis pelos entrevistados, o que sugere que as descobertas científicas originais geralmente começam em uma posição credível. Outros tipos de mídia, como notícias e postagens de blog, também tendem a ser um pouco credíveis. No entanto, obter cobertura da mídia ou escrever uma postagem completa no blog pode estar além das restrições de alcance ou tempo de um acadêmico ocupado. O Twitter, por outro lado, é a plataforma com a menor barreira de entrada para pesquisadores, facilitando o compartilhamento de seu trabalho pelos pesquisadores. Porém, descobrimos que as informações no Twitter eram consistentemente vistas como menos credíveis do que as outras opções.

Com respeito ao Twitter, apresentar uma figura do artigo ou do resumo traz mais credibilidade. 

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 Grande mestre Sergei Karjakin é banido do xadrez por seis meses pelo apoio à guerra

A marmota que faz previsão do tempo é uma fraude - parece óbvio, mas há pessoas acreditam (vide filme Feitiço do Tempo)

Evolução da democracia ao longo do tempo, com mapa interativo

Finlândia, um país que a população é conhecida por ser séria, foi eleito, pela quinta vez seguida, o país mais feliz do mundo - aqui memes. Talvez o problema esteja na medida.

Rir é o melhor remédio

 

cientista, quando conta uma piada na conferência e quando conta em casa

21 março 2022

Publicação da América Latina em Economia

Using Fontana et al.’s (2019) database, we analyze levels and trends in the global distribution of authorship in economics journals, disaggregating by country/region, quality of journal, and fields of specialization. We document striking imbalances. While Western and Northern European authors have made substantial gains, the representation of authors based in low-income countries remains extremely low -- an order of magnitude lower than the weight of their countries or regions in the global economy. Developing country representation has risen fastest at journals rated 100th or lower, while it has barely increased in journals rated 25th or higher. Fields such as international or development where global diversification may have been expected have not experienced much increase in developing country authorship. These results are consistent with a general increase in the relative supply of research in the rest of the world. But they also indicate authors from developing countries remain excluded from the profession’s top-rated journals.

 

Publicação na área de economia (escuro) e riqueza (azul). América Latina publica menos que sua relevância em termos econômicos. 

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Futebol e Chelsea

Sobre a questão do clube de futebol Chelsea, de propriedade de um russo


Tudo isso que está acontecendo nos ensina uma coisa: O futebol europeu vive em uma dicotomia moral e econômica total isso pode custar caro. Oligarcas de países com uma democracia duvidosa (se não inexistente) são bem-vindos em troca de um punhado de milhões, prejudicando a imagem do esporte mais seguido do mundo.

Na Espanha, temos casos claros com o Catar e a Arábia Saudita patrocinar e dirigir a partir do envelope algumas das principais equipes. E o exemplo mais claro é a Copa do Mundo disputada este ano no Catar, que foi denunciado por uma infinidade de organizações de direitos humanos.

Mesmo que a UEFA se apresse em expulsar equipes russas das competições europeias, o futebol tem muito dinheiro por trás das mãos manchadas. E o pior não é Roman Abramovich.

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 Sobre o valor do p e sua interpretação

A guerra da Rússia e a questão da economia - interessante o papel que Chipre pode ter neste conflito

Lição de Nadal: fazer o melhor não tem idade - o tenista ainda possui um elevado desempenho, com 35 anos de idade

Decisões sem vitória - fatos recentes mostram que muitas pessoas tomam decisões que não haverá resultado "bom" de imediato. Caso das autoridades sanitárias mundiais sobre a pandemia. 


Literatura em Contabilidade Comportamental

Um estudo da produção científica em Contabilidade Comportamental da dissertação de Juliana Moura Villas Boas. Os resultados são:

o estudo identificou crescente interesse (1) sobre o tema, principalmente na última década, e tendência à utilização de instrumentos online neste campo de pesquisa. A produção analisada apresentou características anglo-saxônica (2) e pouca expansão para outros países. O Brasil mostra um esforço de geração de conhecimento na área, embora não se identifique um centro produtor de conhecimento em contabilidade comportamental neste país, vislumbra-se um campo de pesquisa a ser explorado.

(1) Eis um gráfico:

Mas acho que isto deveria ser relativizado. O volume de pesquisa e publicação cresceu em todas as áreas. 
(2) talvez isto seja decorrente do uso de termos em língua inglesa na busca. Talvez. 

18 março 2022

Sobre o dinheiro a receber do Banco Central

 

O anúncio que o Banco Central estaria efetuando pagamento de dinheiro esquecido pelos correntistas criou uma esperança nas pessoas em receber algum recurso. A tabela acima mostra o volume de recurso, por faixa de valor. 

Pensando em termos de finanças públicas e de análise custo-benefício da informação, faz sentido o Banco Central mobilizar um grande volume de recurso para beneficiar milhões de pessoas com alguns centavos? Pense em termos de custo de sistema, controle, pagamento e outros itens. Não seria o caso do Banco Central sentar na mesa com o TCU ou o legislativo e arrumar uma solução mais racional? 

A materialidade não deveria prevalecer?