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30 agosto 2019

As olimpíadas valem a pena?

Uma análise realizada com os jogos de Londres, de 2012, mostra que os residentes na cidade sede apresentaram melhoria no seu "bem-estar" durante o evento, principalmente na abertura e fechamento. Mas não existiria um "legado". Ou seja, não afeta o restante do país e estaria mais restrito ao período dos jogos. Eis o resumo:

Hosting the Olympic Games costs billions of taxpayer dollars. Following a quasi- experimental setting, this paper assesses the intangible impact of the London 2012 Olympics, using a novel panel of 26,000 residents in London, Paris, and Berlin during the summers of 2011, 2012, and 2013. We show that hosting the Olympics increases subjective well-being of the host city’s residents during the event, particularly around the times of the opening and closing ceremonies. However, we do not find much evidence for legacy effects. Estimating residents’ implicit willingness-to-pay for the event, we do not find that it was worth it for London alone, but a modest wellbeing impact on the rest of the country would make hosting worth the costs.

KPMG e PCAOB: um resumo e um novo capítulo do escândalo

Um dos maiores escândalos na contabilidade mundial ocorreu quando alguns funcionários da empresa de auditoria KPMG obtiveram o roteiro de inspeção do órgão regulador. Agora, em agosto, alguns dos personagens foram condenados à prisão.

No próximo mês será a vez de outro partner da KPMG, que deverá também ser condenado. E em outubro, outro partner, ex-funcionário do PCAOB, entidade que investiga as empresas de auditoria, deve ser condenado. Eis aqui um cronograma de alguns dos fatos mais relevantes do escândalo:

2013 e 2014 - A PCAOB apresenta taxas de deficiências nas auditorias inspecionadas pelo PCAOB de 46% e 54%, nesta ordem. Os executivos da KPMG decidem enganar o sistema de regulação.
2015 - Holder, responsável pela inspeção das empresas de auditoria, sai do PCAOB para a KPMG, compartilhando informações confidenciais. Ela se torna diretora executiva da KPMG, entregando as informaões para Brian Sweet, seu chefe.
Março 2016 - Wada entrega a Holder informações sobre inspeções, que repassa para Sweet, que por sua vez entrega a Middendorf, Whittle e outras pessoas. A KPMG começa a “revisar” as auditorias que seriam inspecionadas, verificando o trabalho realizado e corrigindo algumas coisas.
Fevereiro de 2017 - Wada entrega para Holder a lista de auditorias que seriam inspecionadas. Wada, funcionário do PCAOB, esperava obter um emprego na KPMG. Estas informações são transmitidas para diversas pessoas na KPMG. Neste mês, um funcionário da empresa de auditoria soube que existia a lista de inspeção e o caso chega à Assessoria Jurídica da KPMG, que inicia uma investigação.
Abril de 2017 - A KPMG demite Sweet, Holder, Middendorf, Whittle, Britt e Scott Marcello.
Janeiro de 2018 - Brian Sweet, ex-partner, se declarou culpado de conspiração.
29/10 2018 - Thomas Whittle, também ex-partner, se declara culpado em um acordo de leniência. Deve ser julgado em setembro de 2019. Tanto Sweet quando Whittle fizeram depoimentos que ajudaram a condenar Middendorf.
11 de março - um júri condena David Middendorf, ex-partner nacional de qualidade de auditoria da KPMG, por conspiração. Jeffrey Wada (ex-PCAOB) foi absolvido de conspiração, mas culpado de fraude.
17 de junho - a KPMG chega a um acordo com a SEC, com uma multa de 50 milhões de dólares e obrigação de tomar medidas preventivas.

CMN segue governo e desobriga bancos de publicar balanços em jornais

O CMN (Conselho Monetário Nacional), formado pelo Banco Central e o Ministério da Economia, decidiu nesta 5ª feira (29.ago.2019) desobrigar as instituições financeiras de publicar seus balanços semestrais e anuais em jornais impressos. O presidente Jair Bolsonaro havia editado uma MP (Medida Provisória) que vai ao encontro da nova norma. [...]

As demonstrações agora com a Resolução 4.740 precisam apenas ser publicadas “no sítio da instituição ou em repositório na internet, de acesso público gratuito, que tenha o objetivo específico de divulgação de documentos contábeis e financeiros”.

Antes, se 1 balanço fosse publicado com algum erro ou incompleto, a empresa era obrigada a republicar o conteúdo nas mesmas condições. Agora basta divulgar que o documento sofreu alteração. É preciso também manter os documentos online por pelo menos 5 anos.

MP AFETOU JORNAIS
A medida editada pelo Executivo afetou uma fonte segura de renda para os jornais. De acordo com a estimativa da cifra faturada por veículos impressos com a reserva de mercado que vigorou até 2019, a perda às empresas com a medida deve chegar a R$ 600 milhões. A safra de balanços deste ano já foi publicada. O grande impacto será sentido em 2020.

Havia, entretanto, uma inconsistência entre a norma existente apenas para instituições financeiras (que seguiam orientações do Banco Central) e as empresas de capital aberto em geral (que ficaram submetidas à regra da MP 892 baixada por Jair Bolsonaro em 5 de agosto).

Para complicar, em maio, o CMN havia baixado uma norma que liberava bancos de publicar em papel apenas a partir de 1º de janeiro de 2020. Como instituições financeiras têm de publicar balanços semestrais, houve uma confusão no início deste 2º semestre de 2019.

Agora, o BC se alinhou à MP 892 ao publicar a Resolução 4.720. As novas normas para bancos começam a valer a partir de já. [...]

Muitos bancos já publicaram seus balanços do 1º semestre de 2019 agora no início do mês de agosto. Algumas instituições, entretanto, ainda não divulgaram seus dados –e ficam desobrigadas de fazer isso em meio impresso.

Entre os bancos públicos, a Caixa Econômica Federal ainda não divulgou suas demonstrações financeiras do 1º semestre. Isso deve ser feito na semana que vem, possivelmente em 3 de setembro de 2019. A CEF estará desobrigada de publicar os dados em jornais.

Neste ano, a Caixa gastou R$ 404 mil para publicar seu último balanço, referente a 2018, no jornal Valor Econômico, do Grupo Globo. Como a norma anterior também exigia divulgação no Diário Oficial, houve outro custo de R$ 150 mil. Se a regra não tivesse sido alterada, nos próximos dias, gastaria quantia semelhante para publicar suas contas semestrais. No total, portanto, a CEF poderá economizar perto de meio milhão de reais. [...]

Ainda não está claro se a MP 892 será realmente aprovada pelo Congresso ou se os deputados e senadores vão preferir deixar que a medida caduque e perca a validade. Há pressão da indústria de mídia para que seja criado 1 cronograma para eliminação da publicação de balanços em jornais impressos. Uma regra que havia sido acordada e já aprovada era para finalizar o processo apenas em 2022.

O presidente da República resolveu antecipar o processo, ao editar a MP 892. Caso a medida perca a validade, nova inconsistência de regras será criada, pois o CMN agora baixou a norma que desobriga bancos de publicar seus dados financeiros em veículos impressos.

Fonte: Aqui

28 agosto 2019

IA pode ser criativa?

Once we thought drivers, doctors, accountants, and lawyers were irreplaceable. And yet we are beginning to see computers encroaching on those fields. Now, even the most human of professions—those centered on creativity, something we thought of as uniquely human—seem to be programmable. Recently, Chase Bank found that machines generated ad copy that resonated better with audiences than human writers. So what isn’t within the realm of machine learning?

Mas a conclusão não é muito ameaçadora:

And yet, AI’s ability to interact with the humanities doesn’t automatically make it a threat to the most advanced creative endeavors.


Veja aqui

Pirâmide em operação da Investimento Bitcoin

Fonte da imagem: aqui
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM, órgão fiscalizador do mercado de capitais) vai sugerir ao Ministério Público que investigue as atividades da Investimento Bitcoin, firma que promete retorno diário entre 1% e 2% ao longo de um período de 300 dias úteis. A área técnica da autarquia encontrou “indícios de fraude na captação de recursos de terceiros, com características típicas de pirâmide financeira” nas operações da empresa, segundo consta de despacho da Gerência de Orientação aos Investidores 2 (GOI-2), datado de 21 de julho.


O processo administrativo — uma investigação preliminar — foi aberto no fim de abril, a partir de uma consulta e de duas denúncias encaminhadas à autarquia naquele mês. Sem registro na CVM, a empresa aceita apenas depósitos e investimentos em criptomoeda (bitcoin).

A empresa chegou a veicular publicidade em canais de TV aberta, de acordo com as denúncias. O site da Investimento Bitcoin oferece cinco planos de investimento, com valores que vão de US$ 50 a US$ 500 mil, com promessas de taxas de retorno distintas.

Os recursos seriam investidos — conforme informações veiculadas no site — em opções binárias. “As opções binárias se baseiam em negociações atreladas à variação de preços de determinados ativos, como ações, moedas estrangeiras e commodities, por exemplo”, explica Gilson Oliveira, professor do MBA em Finanças do Ibmec RJ.

Para lucrar, o investidor em opções binárias precisa acertar a tendência de preço de um ativo (queda ou subida), dentro de período de tempo pré-determinado. No caso da cotação do dólar, por exemplo, bastaria apenas prever corretamente a tendência (valorização ou desvalorização) sem especificar cotações.

“Não é uma opção [financeira] calcada num ativo subjacente, como uma ação ou uma moeda”, compara Oliveira. Caso acerte a tendência, o investidor em opção binária é remunerado com um percentual do patrimônio investido. Se errar, perde tudo.

O material reunido pela CVM, como parte do processo administrativo, mostra que no fim de abril a Investimento Bitcoin prometia taxa de retorno diário entre 1% e 1,5%, a partir de aplicações no mercado de câmbio e em opções binárias. Ontem, no fim da tarde, o site da empresa anunciava rendimentos de até 2% por dia útil.

Inverossímil
“Não há nenhuma verossimilhança na afirmação de que a sociedade atue com investimentos em opções binárias ou no mercado Forex [compra de uma moeda simultaneamente à venda de outra], pois tais rendimentos são variáveis e extremamente voláteis, não sendo possível garantir um retorno positivo pré-determinado”, diz a Procuradoria Federal Especializada junto à Comissão de Valores Mobiliários (PFE-CVM), em parecer com data de 21 de agosto deste ano.

O parecer recomenda que o Ministério Público do Espírito Santo seja comunicado por meio de ofício a respeito do processo, “em função da existência de indícios da prática de crime de ação penal pública”. O MP capixaba foi escolhido justamente porque a primeira denúncia veio de uma pessoa residente no Espírito Santo.
[...]

Um ponto que chamou a atenção da CVM foi o fato de a Investimento Bitcoin se dispor a pagar comissões sobre o valor aplicado por clientes indicados por outros investidores já cadastrados na plataforma, dentro de uma lógica do chamado “marketing multinível.” [...]

Fonte: Aqui

27 agosto 2019

Rir é o melhor remédio


Lista: municípios mais violentos

Os 20 municípios com maiores taxas homicídios por 100.000 habitantes:

1- Maracanaú (CE) – 145,7
2- Altamira (PA) – 133,7
3- São Gonçalo do Amarante (RN) – 131,2
4- Simões Filho (BA) – 119,9
5- Queimados (RJ) – 115,6
6- Alvorada (RS) – 112,6
7- Marituba (PA) – 100,1
8- Porto Seguro (BA) – 101,6
9- Lauro de Freitas (BA) – 99,0
10- Camaçari (BA) – 98,1
11 - Caucaia (CE) - 96,6
12 - Nossa Senhora do Socorro (SE) - 96,3
13 - Cabo de Santo Agostinho (PE) - 94,0
14 - Marabá (PA) - 89,0
15 - Ananindeua (PA) - 88,1
16 - Fortaleza (CE) - 87,9
17 - Mossoró (RN) - 86,4
18 - Vitória de Santo Antão (PE) - 85,5
19 - Rio Branco (AC) - 85,3
20 - Eunápolis (BA) - 82,8

Fonte: Aqui

26 agosto 2019

Razão para tinta de impressora ser tão cara

A Libra do Facebook será um desastre para a sociedade

Em junho, o Facebook detalhou seus planos para lançar uma criptomoeda (leia mais: aqui). Ela será lastreada em uma cesta de moedas tradicionais, e a rede social promete um funcionamento simples. Será possível, por exemplo, enviar e receber dinheiro via WhatsApp. A empresa de Mark Zuckerberg não é a única por trás do projeto. A Libra Association, uma organização sem fins lucrativos com base em Genebra responsável pela moeda virtual, conta com a participação de empresas como Uber, Visa, PayPal e MercadoLibre, que investiram US$ 10 milhões cada uma para fazer parte do grupo. [...]

Estudiosa e defensora das criptomoedas, Anne Connelly tem uma opinião forte sobre o lançamento. Diz que, apesar dos “grandes” benefícios, será um desastre para nossa sociedade nas próximas décadas. Professora da Singularity University, ela critica o caráter centralizado da moeda virtual do Facebook. Segundo ela, a criptomoeda vai contra a ideia de descentralização trazida pelo blockchain. [...]

Qual você acha que será o impacto da criptomoeda do Facebook, a Libra?
Ela tem o potencial de ser muito boa e muito muito ruim para o mundo. Do lado positivo, há muitas pessoas no globo que não têm acesso a serviços financeiros. Para grande parte delas, a principal forma de acessar a internet é o Facebook. A Libra será absolutamente transformadora para elas.

E qual o lado negativo?
O problema é que, como resultado disso, essas pessoas estarão vulneráveis a muitas das táticas que o Facebook costuma usar. Na história da empresa, há casos como o da Cambridge Analytica, de venda de dados de usuários e de uso da rede para manipulação em eleições nos Estados Unidos e em outros países africanos. Essa não é uma companhia ética e honrada. Quando você pensa no aumento do poder do Facebook, que passará a ter acesso a dados financeiros, a situação pode ficar bem distópica. É assustador que um homem rico de um país ocidental rico tenha controle sobre o sistema financeiro mundial. Há alternativas no setor de criptomoedas para isso, como o bitcoin e outras moedas estáveis [lastreadas em moedas tradicionais]. Portanto, não acho que devamos ver a Libra como uma boa opção.

É muito poder para o Facebook e as empresas envolvidas na Libra Association?
Sim, eles dizem que são descentralizados, mas não são. Em outras criptomoedas, qualquer desenvolvedor pode ter acesso a todo o código. No caso da Libra, esses parceiros são escolhidos a dedo e tiveram de pagar US$ 10 milhões para participar da associação.

A Libra tem enfrentado algumas questões regulatórias antes mesmo de ser lançada. Você acha que o projeto vai ser realmente implementado?
Como é uma grande empresa centralizada, eles podem enfrentar esses desafios regulatórios. Não é o caso de uma moeda descentralizada, como o bitcoin. Acho bom os reguladores estarem assustados. Eles perceberam que se não for o Facebook será a Amazon ou o Walmart ou qualquer outra grande empresa. Os governos precisam começar a pensar em como será um mundo em que as moedas tradicionais podem não ser a escolha princial das pessoas. Mas é difícil aplicar regulações geográficas a um produto que é essencialmente digital. Acho que o Facebook irá tentar entrar com a Libra primeiro em países onde a regulação não é tão rígida, para usá-los como exemplo para pressionar os demais. E, sim, eu acho que a Libra será lançada. Do ponto de vista de sustentabilidade de longo prazo e soberania do indivíduo, será um desastre. Estaremos tirando o controle do sistema financeiro mundial da mão dos governos e passando para uma corporação.

Como a sociedade poderia evitar isso?
Algumas das pessoas mais inteligentes do mundo estão hoje trabalhando em produtos descentralizados. Isso me deixa otimista quanto ao futuro. Se não houvesse nenhuma moeda descentralizada no mundo, eu teria medo. Mas o que o Facebook está fazendo irá levar muita gente para o bitcoin, que oferece uma plataforma melhor. Só de ter as pessoas imaginando um mundo em que haja mais opções de meios de pagamento é uma coisa boa.

Já estamos falando do blockchain há alguns anos. Qual o estágio de adoção dessa tecnologia?
Um pouco do hype se dissipou. Depois de vários ICOs, o setor agora parece estar mais focado em construir as aplicações de que temos falado e com as quais temos sonhado há anos. Há uma adoção mais difundida dessa tecnologia em todo o mundo. As pessoas estão começando a ver o potencial dela, e vários governos e empresas estão cogitando o blockchain para melhorar suas operações. Estamos em um dos períodos mais animadores da tecnologia, onde conceitos e ideias começam a se tornar realidade.

Como as empresas podem aplicar o blockchain?
Primeiro, é preciso ter funcionários que entendam a tecnologia e participem da criptoeconomia. Depois, a empresa deve olhar para si mesma e entender quais são os intermediários que hoje não criam valor para ela. Nessas situações, é viável usar o blockchain. Há bons exemplos atualmente, especialmente em cadeias de fornecimento e na indústria de alimentos, onde informações de procedência são importantes para a saúde e segurança dos consumidores. Outros casos incluem a verificação da veracidade de objetos valiosos.

Há outros setores que podem ser beneficiados pelo blockchain?
Os setores que serão afetados pelo blockchain são os mesmos que foram afetados pela internet: ou seja, todos. A questão é entender quais têm mais potencial de adoção rapidamente, como o de alimentos e o financeiro, e quais irão adotar a tecnologia mais para frente. Há um grande potencial para o blockchain nos governos, por exemplo.

Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio


22 agosto 2019

Disney também

Francine Mckenna traz um caso importante: uma ex-contadora da Walt Disney registrou denúncias sobre a superestimação de receita da empresa durante anos. A denunciante trabalhou na empresa por 18 anos e afirma que o setor de parques e resorts adotava padrões inadequados de reconhecimento da receita. Isto incluía registrar duas vezes a mesma receita, com cartões de brindes - uma quando ocorria a compra e outra quando o brinde era usado - ou registrar quando o cartão era gratuito, recebido por um cliente após uma reclamação.

Kuba, a contadora, oficializou a denúncia na SEC. E logo depois foi demitida. Uma estimativa é que o erro pode ter atingido a 6 bilhões de dólares, somente em um ano (2008-09). Sua primeira denúncia foi feita em 2013. Em 2016 registrou novamente os problemas, com um superior. E somente em 2017 fez o registro na SEC.

A empresa afirmou que as denúncias não têm mérito. Mas Mckenna afirma que SEC está considerando as denúncias e solicitou mais informações.

General Electric 3

Enquanto a saga da General Electric continua no mercado:
(No gráfico o preço da ação no último mês até o dia de hoje). O presidente da SEC, quando o escândalo da Enron, Harvey Pitt, afirmou, em entrevista a CNBC, que o denunciante, Harry Markopolos, poderia ter feito sua denúncia para SEC em primeiro lugar. Isto permitiria receber 30% do valor que seria recuperado pela SEC no caso. Entretanto, ficou estranho que ele fez a denúncia em termos públicos, segundo Pitt. Mas ele reconhece que esta é uma questão secundária. O principal é a contabilidade da empresa.

Rir é o melhor remédio


21 agosto 2019

Autocitação

Uma grande quantidade de citações ocorre com a citação do próprio autor do trabalho. O gráfico da Nature mostra que isto é um praga em alguns países, como Ucrânia e Rússia, mas o Brasil também é comum.

Fim do comércio de tijolo e cimento

Um fenômeno dos últimos anos é a queda do comércio de “tijolo e cimento” (Brick Mort Retail): lojas sendo fechadas, redução de empresas, falências ... Isto tem ocorrido no Brasil e em outros lugares do mundo. Isto tem influencia não somente sobre as lojas, como também sobre os centers de comércio. Em seu lugar, o comércio eletrônico. Uma frase forte, mas verdadeira:

As lojas de departamento de tijolo e cimento têm chance zero contra o varejo online.


A chance é transformar a loja física em um comércio online. Caso contrário irão ceder lugar para Mercado Livre, Amazon e outros. O gráfico a seguir mostra a evolução das vendas das lojas de departamentos nos Estados Unidos, de 1992 até hoje.

Rir é o melhor remédio

Nada pode me parar hoje

20 agosto 2019

General Electric 2

Na semana passada, Harry Markopolos publicou que a centenária empresa General Electric apresentava problemas nas suas demonstrações contábeis. Em um relatório de 175 páginas, Markopolos, que anteriormente tinha denunciado Bernard Madoff, indicou que existiriam problemas graves na empresa, o que fez as ações da empresa recuarem substancialmente.

Inicialmente a empresa reagiu, questionando a lisura do relatório. Em uma frase infeliz, o CEO da empresa afirmou que Markopolos não conversou com ninguém da empresa, antes de divulgar o relatório. Não ajudou o fato da empresa estar sendo investigada pela SEC, a entidade que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos. E ter uma empresa de auditoria que enfrenta resistência dos acionistas minoritários.

Segundo a denúncia, os problemas estão ocorrendo há décadas, com mudanças nas políticas contábeis, para evitar comparação ao longo do tempo. Um dos problemas estaria ocorrendo na seguradora da empresa. Ao confrontar os números da GE com outras seguradoras, Markopolos encontrou que a reserva para perdas por apólice é muito menor na GE que nas entidades similares.

Além disto, sob a ótica de Markopolos a falta de transparência é uma forma de ocultar desempenho ruim. Tracy Cohen, uma especialista em fraudes, diz:

Duvido que Markopolous tenha divulgado todas as suas descobertas neste relatório. Ele [Markopolos] forneceu esse relatório para a SEC como denunciante, e meu palpite é que há mais informações para dar em apoio a uma investigação oficial das práticas contábeis da GE.

O Going-Concern destacou um fato curioso. A ex-chairman do Fasb, Leslie Seidman (foto), apareceu. Ela é agora membro do board de diretores da GE e chairman do comitê de auditoria. E apareceu na CNBC, no dia 15 de agosto, comentando as acusações de Markopolos. Ela afirmou que o relatório estaria cheio de declarações enganosas e imprecisas. E atacou:

Dada a minha experiência no FASB, estou em uma posição única para saber quando vejo alguém que entende contabilidade e alguém que não entende.

Leia mais aqui. Veja a entrevista de Seidman abaixo

Rir é o melhor remédio

Evolução: dos dinossauros aos brinquedos de plástico.

19 agosto 2019

Distribuição de recursos orçamentários nas Universidade Federais

O jornal Estado de S Paulo afirma que o MEC pretende mudar a forma de distribuir recursos entre as universidades federais. Atualmente, as universidades federais recebem o orçamento de custeio e capital (exceto pessoal) baseado no seu tamanho, segundo o jornal (mais adiante, mostraremos que a principal base é o orçamento anterior). Segundo a declaração do secretário, nos dias atuais 90% é tamanho e 10% qualidade.

Pela proposta, a alocação seria para àquelas universidades com melhor desempenho em governança, inovação e empregabilidade, entre outros critérios. Haveria uma discussão com os reitores e uma transição para o novo modelo, que seria implantado no longo prazo. Mas o processo de implantação começaria em 2020. Além disto, o governo pretende usar o ranking de governança para priorizar desbloqueio de recursos.

O ranking da governança é algo novo, calculado pelo TCU. A empregabilidade seria feita a partir dos dados do Enade a base da RAIS, que mede os empregos formais no País. As universidades que conseguirem formar alunos que ingressam no mercado de trabalho seriam premiadas. Outro índice seria a criação de patentes, que corresponderia a proxy da inovação.

Para justificar a media, o secretário afirmou:

Temos gasto de R$ 75 mil reais por aluno na Unifesp e na UFRJ contra R$ 30 mil em universidades do Norte e Nordeste.

Esta é uma frase infeliz, já que a Unifesp está focada em cursos de saúde, que são mais caros. Além disto, o custo de vida da cidade de São Paulo ou do Rio de Janeiro é muito diferente do custo de vida de uma cidade do Norte/Nordeste.

O jornal apresenta uma breve explicação sobre o cálculo atual:

A distribuição de verbas entre universidades federais é feita com base em um cálculo que inclui indicadores como o número de estudantes e a qualidade acadêmica. Esse cálculo resulta na Matriz de Orçamento de Custeio e Capital (Matriz OCC), que determina o valor repassado a cada universidade.
Nesse cálculo, a quantidade de alunos matriculados é o fator que tem mais peso. O Ministério da Educação leva em conta informações como número de matrículas, estudantes formados, evasão escolar e o tipo de curso para calcular o número de “alunos equivalentes” de uma universidade.
O ministério considera que cursos com maior número de laboratórios e uso de equipamentos caros devem receber mais recursos, e inclui essa diferença ao contabilizar os “alunos equivalentes” de cada instituição. Esse índice corresponde a 90% do valor da Matriz OCC de uma universidade.
O outro indicador é a Eficiência e Qualidade Acadêmico-Científico (EQAC), que tem peso de 10% na matriz. Nesse cálculo, são utilizadas as notas dos cursos de graduação no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e os conceitos dos cursos de pós-graduação, avaliados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do MEC.

Minha opinião

Em primeiro lugar, a explicação do jornal deixa de lado um aspecto importante das regras atuais que ajudam a defender uma mudança no atual sistema de distribuição: nenhuma universidade perde recursos com a divisão orçamentária. Vamos imaginar que a aplicação das regras para o ano de 2019 indicou que uma universidade teria a receber $100. No ano passado, esta mesma universidade recebeu $105. Independente dos seus indicadores (e das demais), a universidade receberá $105. Isto significa dizer que a matriz de distribuição é conservadora nas mudanças, beneficiando as universidades mais antigas e que, no momento da definição inicial da regra de distribuição, estava bem posicionada.

Outro aspecto importante: apesar dos dados serem auditados, algumas regras são específicas de cada instituição. Por exemplo, o desligamento dos alunos. Alguns instituição são mais rigorosas que outras, mas de uma maneira geral, as universidades postergam ao máximo o desligamento. Isto distorce estes índices.

Sobre a proposta, é preciso tomar cuidado com a sugestão. Se uso o índice da RAIS termino por favorecer locais onde o mercado de trabalho formal é mais forte (geralmente regiões mais desenvolvidas). O índice de governança do TCU pode ser uma boa proxy, mas deve ser visto com muito cuidado. Será que mediria a qualidade da gestão?

Talvez a análise do MEC pudesse ser voltado para os cursos que deseja incentivar. Em algumas universidades, os profissionais são colocados no mercado, mas com uma salário um pouco acima do mínimo. Outros cursos são feitos por pessoas que já estão empregadas, adicionando pouco valor para economia. Finalmente, usar patentes como sinal de inovação é muito questionável. Mas teremos algo melhor?

Creio que a ação do MEC deveria ser para induzir as universidades a serem mais “seletivas” nas suas escolhas. As grandes universidades do mundo fizeram opções para alguns campos de conhecimento. As universidades brasileiras se sentem pressionadas a oferecer todo tipo de curso. A minha universidade ofereceria 81 cursos. Seria isto relevante?

Se o MEC conseguir criar incentivos para que as universidades possam melhorar a eficiência/eficácia e efetividade na utilização dos recursos do contribuinte, isto será bastante positivo.

Rir é o melhor remédio


16 agosto 2019

General Electric

A postagem sobre o Blog e a GE é para discutir um pouco a notícia de ontem sobre a possibilidade de falência da General Electric.

Tudo começou com a divulgação de um relatório elaborado por Harry Markopolos (foto) sobre a empresa. Quem é Harry Markopolos? Ele fez um relatório onde identificava, em 2005, problemas com o fundo de Madof, que foi ignorado pela SEC. Ele escreveu um livro sobre o assunto e possui a credibilidade de ter acertado onde muitas pessoas não perceberam um problema.

Agora, Markopolos expõe a GE. O relatório pode ser obtido aqui. Segundo ele, existe uma fraude de 38 bilhões de dólares, que poderia ser a ponta de um iceberg. Comparou a empresa com a Enron, embora tenha afirmado que o problema talvez seja maior que os valores combinados da Enron e WorldCom O relatório afirma que o problema não é de agora. O foco da análise de Markopolos foi o negócio de seguros. Mas que a compra da Baker Hughes também tem problemas contábeis. Além disto, em razão dos problemas contábeis, alguns índices são irreais. Por exemplo, a relação dívida por PL não seria de 3 para 1 e sim 17 para 1. Neste patamar, a empresa não teria status de solvência. Além disto, o capital de giro seria de 20 bilhões de dólares negativo.

Como resultado de suas denúncias, as ações da empresa desabaram ontem. A empresa criticou Markopolos e disse que possui uma posição fortemente líquida. As críticas não teriam fundamento, que o relatório possui erros e representa uma manipulação do mercado, pura e simplesmente. E que o seu autor teria lucro com o seu conteúdo.

Opinião - Na verdade a denúncia não é nova e remota há mais de um ano. Entretanto, Markopolos tem a seu favor o fato de ter previsto, com uma grande antecedência, os problemas com o fundo Madoff. Mais ainda, representa uma crença de diversos analistas sobre os problemas com o fluxo de caixa da empresa e a contabilidade. Os balanços da GE são horrorosos há décadas. A resposta do CEO da empresa não ajuda. Culp disse:

O fato de ele ter escrito um artigo de 170 páginas, mas nunca ter falado com funcionários da empresa mostra que ele não está interessado em análises financeiras precisas, mas apenas em gerar volatilidade para baixo nas ações da GE.

Isto não tem lógica. É necessário falar com alguém de uma empresa para analisar seu desempenho? Isto talvez seja uma comprovação da opacidade das demonstrações da GE.

Frase

Sobre a GE.

GE e postagens recentes do Blog

A General Electric tem sido notícia ruim há algum tempo. Em abril de 2018, a empresa anunciou que republicaria suas demonstrações contábeis em razão do padrão de reconhecimento da receita. Em fevereiro de 2018 publicamos a seguinte postagem:

Este blog fez uma análise da empresa da seguinte forma: se retirar o goodwill do ativo, o PL da empresa ficaria em 40 bilhões, negativo. O gráfico do preço das ações da empresa mostra, a partir de 2008, um crescimento até 2016, quando o preço começa a cair. Mas o preço da ação não garante que a empresa pode falir.

Usando este sítio obtive o Altman Z-Score. Este índice mede a chance de falência da empresa a partir de indicadores calculados por Altman. É uma medida controversa, mas muito usada na prática. O Z-Score da GE é de 1,41, estando na “distress zones”. Ou seja, há um risco efetivo de falência da empresa. Entre as empresas concorrentes, a GE é aquela que possui menor Z-Score, ou seja, com mais chances de falência.

Em maio, em uma postagem sobre a continuidade da KPMG continuar auditando a GE, ousamos falar na “possibilidade de falência” da empresa. Sobre a auditoria, um grupo de acionistas questionava a lealdade da empresa (ou da auditoria), com mais de cem anos analisando as contas da empresa. Na ocasião,

65% dos acionistas votaram pela continuidade da KPMG como auditor da GE. Parece significativo, mas não é. Este é um assunto mais técnico, que não interfere diretamente no bolso do acionista. Assim, a existência de 35% de descontentes pode ser algo notável nesta votação.

Em junho, a empresa saiu do Dow Jones. Ela participava do índice desde 1896 e há 15 anos era a empresa de maior valor de mercado. A empresa era o “único membro fundador” do índice que ainda fazia parte da carteira. A crise provocou uma redução nos dividendos, para 1 centavo. A própria empresa anunciou que estava investigando a sua contabilidade.

Em novembro, postamos https://www.contabilidade-financeira.com/2018/11/ge.html que a crise

[As notícias sobre a General Electric] levantaram uma debate sobre a capacidade de sobrevivência da empresa a médio prazo. A empresa parece ter optado por um plano de enxugamento, vendendo algumas unidades. Típico de uma empresa em crise.

Na postagem, repercutimos Damodaran:

As notícias sobre a General Electric levantaram uma debate sobre a capacidade de sobrevivência da empresa a médio prazo. A empresa parece ter optado por um plano de enxugamento, vendendo algumas unidades. Típico de uma empresa em crise.

No final do ano, surge a notícia que o governo estaria investigando a GE. A divulgação dos resultados em janeiro de 2019 O título era: “GE em recuperação?” Observem a dúvida do título.

15 agosto 2019

Copyright Troll

Malibu Media é um empresa que atua no setor de “copyright troll”. O que seria isto? É uma empresa que afirma possui os direitos autorais e acusa terceiros de infringir a legislação. Usando uma abordagem agressiva, a empresa intimida alguém a pagar para evitar um litígio judicial. Este tipo de ação acontece com fotografias, linhas de código de computação, indústria de moda, etc.

A empresa Malibu enviava “faturas especulativas” para pessoas que baixavam pornografia ou filmes, exigindo o pagamento de direitos autorais. Diante da ameaça do processo ir para um tribunal, algumas pessoas efetuavam pagamento.

Dois investidores, Joshua Hunter e Robert Cook, resolveram investir na empresa e aplicaram quase US$ 3 milhões. Em troca, receberiam 50% da receita. Atuando em um ramo “não confiável”, parece que os investidores não “viram” contabilidade da empresa, acreditando que os fundadores, que atuam no setor de litígio e extorsão, fossem honestos e cumpririam o acordo.

Agora, Hunter e Cook estão processando a Malibu e os fundadores. Os fundadores alegam, no entanto, que foram roubados pelo advogado e também não viram o dinheiro da empresa. E estão processando o advogado. Ao mesmo tempo, o sistema legal dos Estados Unidos começa a punir as empresas de trolls.

Leia sobre o assunto aqui, aqui e aqui

14 agosto 2019

Reconhecimento da Receita: diferença entre IFRS e Fasb

Accountants in America are currently under pressure to comply with Accounting Standard Update 2014-09, “Revenue from Contracts with Customers,” and Accounting Standard Codification (ASC) 606, as released by the Financial Accounting Standards Board (FASB) in their convergence project with the International Accounting Standards Board (IASB) to clarify the principles for revenue recognition and to develop a common revenue standard in the United States and internationally.

While working towards convergence, U.S. Generally Accepted Accounting Principles (U.S. GAAP) and International Financial Reporting Standards (IFRS) still diverge enough to materially affect the financial statements. Companies who have entities that report locally in U.S. GAAP and IFRS should be aware of these differences and the impact to their consolidated financials.

Both ASC 606 and IFRS 15, “Revenue from Contracts with Customers,” operate off of the core principle that an entity is to recognize revenue that represents the transfer of a promised good or service to another party at an amount that the entity deems appropriate for the exchange. Both standards also apply this principle with a five steps process:

Create and identify a contract with the customer.
Identify the performance obligations required by the contract.
Set a price for the transaction.
Allocate this set price to each performance obligation.
Recognize the revenue at the satisfaction of each performance obligation.


Although the adoption of these steps has converged many aspects of GAAP and IFRS, there are some differences that separate the two revenue recognition standards. One practical expedient permitted under ASC 606 allows for an election to recognize all revenue at the transfer of control to the customer. Thus, any shipping and handling activities that occur after the customer obtained control of the entity’s good or service can be treated as a fulfillment cost; separate from the original performance obligation. If the practical expedient is not elected, these fulfillment activities are treated as a part of the entity’s performance obligation, and revenue recognition is deferred until the obligation has been satisfied. Since IFRS 15 does not permit for this practical expedient, IFRS entities could be recognizing revenue at a slower rate than U.S. entities.

Another policy election under U.S. GAAP is the presentation of sales tax and other similar taxes. ASC 606 allows companies to elect to exclude sales tax and certain other taxes from the measurement of the transaction price in step three above. If a company reporting under U.S. GAAP decides to make this election, the company then must consider the fact that IFRS does not permit for the same election. Therefore, transactions reported from entities subject to IFRS could carry a different value.

One important point to note is that IFRS 15 permits a practical option for companies to elect either the full or modified retrospective approach for converting to the new revenue recognition standard. The full approach restates financials as if IFRS 15 has always been applied; whereas the modified approach reports a cumulative adjustment at the time of conversion. Under ASC 606, entities must adopt using the full retrospective method by applying the recognition methods to all contacts that are not considered complete at the first day of the earliest period presented.

In order for a revenue contract to be recognizable, both the FASB and IASB approved a collectability threshold that must be met. This threshold requires that entities must determine if the collectability of revenue is “probable” before recognizing it. However, IFRS and GAAP both provide different definitions for the term “probable” in this context. GAAP defines “probable” as if the future events are likely to occur. IFRS defines “probable” as if the future events are more likely than not to occur. This subtle difference remains because changes in this definition would affect more than one standard for both GAAP and IFRS.

The reversal of impairment losses has also been an area for differences in IFRS and U.S. GAAP. Under IFRS 15, impairment losses taken on contract assets (such as the recoverable costs of obtaining a revenue contract, unbilled receivables, etc.) must be reversed when the impairment conditions no longer exist or have improved. However, IFRS 15 permits an upward reversal of the contract asset’s value that would have been determined, net of any amortization, if no impairment had been previously recognized. Under GAAP, no such reversal for impairment losses is allowed.

There are also some other less common differences between the two revenue recognition standards that are beyond the scope of this article. IFRS 15 was effective January 1, 2018 and ASC 606 has staggered effective dates for U.S. public and nonpublic companies.


Fonte: Aqui

Aramco retorna os planos de IPO

A empresa de petróleo Saudi Aramco, de propriedade do governo da Arábia Saudita, parece estar repensando a possibilidade de lançar a oferta pública de ações (IPO, em inglês), segundo o seu principal executivo, Khalid al-Dabbagh.

Ao mesmo tempo, sua empresa de energia, Saudi Arabia, anunciou que estava adquirindo 20% da empresa Reliance Industries, uma processadora de petróleo da Índia. Após a conclusão do negócio, a Saudi Aramco irá fornecer 500 mil barris dias para a refinaria Reliance Jamnagar.

Sobre a oferta, o diretor financeiro afirmou que a oferta dependerá do acionista, o governo da Arábia Saudita. Mas o fato poderá ocorrer brevemente (aqui também).

Há um problema: o príncipe, Mohammed Bin Salman, insiste em avaliar a empresa em 2 trilhões de dólares, apesar da estimativa mais realista ser de 1,5 trilhão.

Recentemente, a empresa divulgou um lucro de 46,9 bilhões para o primeiro semestre. Um resultado pior que o ano passado, mas ainda assim expressivo. Em 2018, a empresa teve uma receita de 111 bilhões. Sendo avaliada a 1,5 trilhão, a oferta deverá arrecadar 75 bilhões.

Rir é o melhor remédio


Escolhas. Via aqui

13 agosto 2019

Participação Asaf

Em meados de julho, no escritório da Fundação IFRS, em Londres, reuniu-se o Accounting Standards Advisory Forum (ASAF). Participaram representantes das seguintes entidades: Pan African Federation of Accountants (PAFA), representando a África; Asian-Oceanian Standard-Setters Group (AOSSG); Accounting Standards Board of Japan (ASBJ) e Korea Accounting Standards Board (KASB), representando a Ásia e Oceânia; European Financial Reporting Advisory Group (EFRAG); Autorité des normes comptables (ANC); Financial Reporting Council, UK (FRC); e Organismo Italiano di Contabilità (OIC), representando a Europa; Group of Latin American Accounting Standard Setters (GLASS); Canadian Accounting Standards Board (AcSB); e Financial Accounting Standards Board, US (FASB), representando as Américas.

O documento do encontro está disponível aqui. A partir deste documento é possível mensurar o número de vezes que cada entidade foi citada. O resultado é o seguinte:
As entidades que mais participaram fora EFRAG, AOSSG e FRC. Menor participação: PAFA, OIC e GLASS.

O número de vezes que uma entidade é citada não significa necessariamente que sua contribuição tenha sido maior. Tendo comparecido em muitas reuniões, percebi que algumas pessoas gostavam de "participar", mesmo não tendo uma contribuição adequada. Outras, ficavam caladas a maior parte do tempo, mas as poucas participações representavam uma grande contribuição.

Mas não deixa de ser interessante que as vezes em que a entidade foi "citada" no relatório tenha uma relação com o poder de cada grupo: Ásia (China, Índia e Austrália), Europa e Reino Unido. Veja que o Fasb, que seria muito mais um "observador" no grupo, é citado 29 vezes.

12 agosto 2019

Auditoria Externa no Banco do Vaticano

O papa Francisco aprovou uma série de mudanças nas finanças da Igreja Católica. Mais especificamente, nos estatutos do braço financeiro, o Banco do Vaticano. Pelas novas regras, segundo a Reuters, haverá auditoria externa obrigatória e outras alterações para melhorar os controles desta instituição.

O Banco do Vaticano já esteve envolvido em corrupção, evasão fiscal, lavagem de dinheiro e fraude. O Banco, cujo nome oficial é Istituto per le Opere di Religione - IOR, foi fundado em 1942. Somente em 2012, ou seja, 70 anos após sua criação, é que o Banco do Vaticano publicou seu primeiro relatório anual. A primeira auditoria interna é de 1990.

10 agosto 2019

Como Ler mais Livros na Era de Ouro do Conteúdo



Eu assisti a esse vídeo recentemente e achei tão interessante, que fiquei esperando um tempinho livre para poder escrever mais sobre ele, já que não há legendas em português.

Eu não conhecia este canal então nem sei dizer muito sobre o que é, cheguei nele por meio daquelas indicações do YouTube. O vídeo em si foi produzido com a intenção de dar dicas sobre como ler mais e para isso o Max Joseph (ex-MTV) consultou alguns profissionais e visitou livrarias pelo mundo. Ficou fantástico! Indico que você o assista ao menos pela fotografia, que é maravilhosa.
Como eu mencionei, o Max Joseph visitou várias pessoas para compor este vídeo:

1º - Tim Urban
O primeiro especialista que ele consultou foi o Tim Urban, um empresário, palestrante e blogueiro do “Wait But Why” (aqui um Ted talk com ele sobre procrastinação).

Inicialmente eles falam sobre o quanto leremos antes de morrer. O Max, por exemplo, como lê um livro por ano e provavelmente viverá mais 55 anos, lerá cerca de 55 obras no resto de sua vida. Gente, é muito pouco. Que desespero!

Em seguida o Tim Urban propõe uma mudança de rotina simples: ler meia hora por dia. Caso o Max adote essa estratégia passará de 55 livros em sua vida para mil. Olha a diferença! 

Aí algumas dicas: quando acordar, ligue um áudio livro enquanto escova os dentes e toma café da manhã. Pronto. Você já concluiu os seus 30 minutos. Se você for a um café e ler por duas horas em um sábado, você alcançará 4/7 da sua quota semanal.

2º Eric Barker
Após o Tim Urban, o nosso protagonista, o Max, visitou o Eric Barker, do blog “Barking Up The Wrong Tree”, que lê entre 50 a 100 livros por ano, principalmente para escrever postagens. Como ele faz isso? Evitando usar o Facebook, e-mail e Twitter no celular. Sabe aquele instinto de checar as mídias sociais? Ele redirecionou o dele para abrir o aplicativo do Kindle.

Além de não se distrair com as mídias sociais, o Eric se permite três “checagens” diárias. Funciona assim: a não ser que ele esteja esperando algo importante, só mexe com o e-mail e as mídias sociais três vezes por dia. Então toda vez que vem aquele impulso de checar o que está acontecendo nas mídias sociais, ele se pergunta: há um bom motivo para isso? Caso a resposta seja “não”, ele o redireciona para a leitura de um blog. ;)

Ele ainda dá a dica do “mínimo esforço viável”. Quando estamos tentando criar um hábito é mais construtivo começar pequeno e manter a constância. Se você quer começar a usar mais o fio-dental, por exemplo, comece com o objetivo de um dente apenas. Torne tão simples que você não possa não o fazer. Se dê a meta de ler uma página por dia. Depois que você conseguir fazer isso diariamente por duas semanas, aumente para duas páginas. Aumente gradualmente ao invés de estabelecer metas loucamente grandes, falhar, se sentir mal e não querer mais fazer... porque aí você já está com um condicionamento pavloviano e não irá mais querer retornar à atividade, pois tentou, não deu certo e sentiu um mal-estar.

A diferença entre uma pessoa que lê 55 livros durante a vida e o outro que lê mil não é grande, é apenas um pequeno hábito.

3º Howard Berg
Depois o Max entrevistou Howard Berg, o leitor mais veloz do mundo. Essa não é muito a minha praia... Todavia, ele mencionou algo que considerei interessante e ao aplicar senti diferença: para ler mais rápido, acompanhe a leitura com o seu dedo.


4º Dra. Ruth J. Simmons
Concordo com a participação que veio depois, a da Dra. Ruth J. Simmons, que ressalta a importância de se apreciar a leitura e tomar o tempo necessário para isso.

A Dra. Ruth foi a primeira mulher afrodescendente a liderar uma universidade Ivy League nos Estados Unidos – ela foi presidente da Smith College e da Brown University. Ela também é referência mundial em Literatura Comparada e ainda leciona esse curso. Max foi visitá-la por a ter considerado a pessoa que melhor poderia indicar quais livros ler nesse nosso tempo limitado de vida.

A Dra Ruth não acredita que exista uma lista estabelecida dos livros que devemos ler. Ler é mais importante do que qualquer outra coisa. Ela acredita, ainda, que livros são uma meditação forçada e isso é algo bom.

Esse foi um pequeno resumo das contribuições feitas pelos entrevistados. Mas aproveito para acrescentar algumas considerações sobre o vídeo:

Eu gosto de fazer turismo literário, o que enlouquece o meu pai, e esse vídeo me animou mais ainda. Acho que não conheço nem meia dúzia das livrarias que ele visitou. Eu me decepcionei um pouco com a Lelo Livreiros, no Porto, porque é tremendamente menor do que eu imaginava e se tornou bem comercial, pois alcançou muita fama depois que divulgaram que lá foi um dos locais em que Harry Potter foi escrito. Eles inclusive cobram entrada. A El Ateneu, em Buenos aires, é maravilhosa! Uma preciosidade que vale muito a visita.
Livraria Cultura em São Paulo

Vale mencionar a decepção da visita dele ao Brasil. Inicialmente ele veio para conhecer uma Saraiva em São Paulo, que já foi fechada. Ele foi então à Cultura, que é linda... Mas em meio a todas as outras que vemos no vídeo, não há como não se frustrar com a pobreza nesse quesito em um país tão culturalmente rico quanto o Brasil. Ele fez um vídeo adicional com trechos do Brasil que você pode conferir aqui.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

09 agosto 2019

Contabilizando em Libras

Olha que descoberta fantástica: Contabilizando em Libras. Este é o canal da Karina Ferreira, que é surda e  resolveu fazer vídeos para falar sobre algumas áreas da contabilidade em Libras. Ela também tem uma conta no Instagram: @contabilizandoemlibras Vamos prestigiá-la!!!



Humor e divulgação de resultados

Rir não é somente um bom remédio, como pode ter influencia sobre os resultados:

Em uma teleconferência da empresa Sally Beauty, um analista perguntou para o gestor:

- Eu queria saber, se não for pedir muito, sobre as tendências

O CEO da empresa, Gary Winterhaulter, respondeu

- É pedir demais

A analista respondeu que tudo bem, e os participantes riram da situação.

Esta história real mostra que em muitos anúncios de resultados, a reação dos executivos (e dos analistas) podem dizer muito sobre o desempenho da empresa.

Uma pesquisa verificou 85.793 conferências, entre 2003 a 2016. Os quatro pesquisadores descobriram que o humor nas conferências pode ser um sinal importante. O aspecto interessante é que quando os gestores usam o humor, isto tem impacto positivo sobre o retorno. Eis o resumo:

We examine analysts’ and managers’ use of humor during public earnings conference calls. Using a sample of 85,793 conference calls from 2003-2016, we find that experienced analysts and analysts with positive views of the company are more likely than other analysts to use humor on conference calls. We also find that analysts tend to use humor when the tone of their question is unusually negative, and that analysts who use humor on conference calls are allowed to speak for a longer period of time and receive longer responses from managers. When managers use humor, abnormal returns surrounding the call are higher, and analysts’ stock recommendation revisions following the call are more positive. Our study provides new evidence on the use of humor in corporate disclosure events, and our findings indicate that humor has economically meaningful implications for public earnings conference calls.

Kraft versus PwC

Mistério na declaração do investidor Buffett. Parece existir uma disputa com a PwC sobre a contabilidade da Kraft:

Warren Buffett, the CEO of Berkshire Hathaway, which owns a 27% stake in Kraft, told reporters in May that "there's something going on" with Kraft's finances and that it was in a dispute with its auditor, PricewaterhouseCoopers.

Kraft Heinz was subpoenaed by the Securities and Exchange Commission earlier in 2019 as part of an investigation into its accounting methods. Though Kraft said in June that it completed an internal review of its procurement practices, it noted that the SEC investigation wasn't over.

Entrevista com Tadeu Cendon

A partir de julho, o brasileiro Tadeu Cendon assumiu um papel no Board do Iasb. A seguir, uma entrevista que está no site do Iasb.

Tadeu Cendon, one of two new members of the International Accounting Standards Board (Board), had just finished university when he discovered a passion for accounting. More than 30 years later, and he says he has reached the pinnacle of his career with this most recent appointment. ‘It’s a big achievement and I’m very proud of it,’ he says, adding that he is looking forward to working collaboratively with his fellow Board members in setting IFRS Standards.

Just a few weeks after he joined the Board in July 2019, Tadeu took some time to share his story.

How will your previous experience help you in your new role?
For most of my career I’ve been an auditor. Early on, I was told to learn to put myself in the clients’ shoes. An auditor must listen closely to his client, and learn to see the world from their perspective. But an auditor must also listen to other interested parties, such as standard-setters and regulators. This is essential in problem-solving, especially in complex situations.

I want to take a broader view when I think about the people and organisations involved in standard-setting. The accounting framework focuses on the ‘primary users’ of financial statements but I’d like to think more deeply about other stakeholders too.

What are you most looking forward to in your new role?
I hope that my experience and knowledge will enable me to quickly learn about the Board’s current projects. I’m anxious to make a meaningful contribution to the Board’s discussions just as soon as possible. As a Board member, I’m especially keen to understand the views of everyone involved in the standard-setting process. I’m looking forward to this process of learning and sharing.

What have you enjoyed most about being a member of the Board?
It’s only been a short while, but I enjoy the diversity of the opinions expressed by my fellow Board members and by the technical staff. We all learn a lot all the time. Every day we’re able to challenge ourselves and question the fundamentals of our thinking.

What’s the role of financial reporting in today’s global economy?
A single set of standards, especially a high-quality set of standards, means that companies can provide trusted and useful information to investors. In an ideal world, a single set of shared standards should bring more stability to the global economy by reducing complexity and increasing comparability.

What makes our mission of transparency, accountability and efficiency meaningful to you?
By focusing on these three ideals, the IFRS Foundation can continue to develop accounting standards that allow markets to work fairly. Bringing transparency, accountability and efficiency to global financial markets means that useful information can be delivered to all stakeholders, not just investors

How did you end up following a career in accounting?
At a child, I wanted to study engineering, but I enrolled in business school instead. It was only when I started working as an auditor that I knew I had discovered my passion.

And when you’re not working and following your accounting passion, what do you get up to in your spare time? My family and I have just moved to London from Brazil and I try to spend as much time as possible with them. I used to enjoy fishing but I’m now more of a runner. More broadly, I’m looking forward to exploring and enjoying European culture, both in the UK and on the continent—working in London should provide us with a perfect opportunity to do that.

Fraude científica

Recebi um link de uma reportagem sobre fraude acadêmica. Segundo um texto da USP, que usa informações da Clarivate Analytics, autores de artigos aceitos para publicação estão vendendo participação nos textos. A negociação é feita em um site russo, que não identifica periódicos e autores, exceto para os compradores. O preço depende do lugar na lista de autores. Os periódicos são indexados no Scopus e/ou Web of Science, e a área acadêmica parece ser diversificada.

Há também dados disponíveis sobre as últimas transações de autoria. Destes, em 15 de julho, havia 183 acordos de autoria em periódicos supostamente indexados no Scopus, e 11 supostamente indexados no Web of Science. A geografia das transações abrange principalmente a área pós-soviética (Rússia, Cazaquistão e Ucrânia), mas existem autorias vendidas fora dessa região, principalmente para os Emirados Árabes Unidos, China e Reino Unido.


Minha opinião: este não é o único e mais vergonhoso caso de fraude acadêmica. Provavelmente os editores não sabem deste tipo de transação e por isto os periódicos não podem ser acusados.

(Grato Ducineli e Jomar pela dica)

Rir é o melhor remédio






Criança feliz. Mais fotos (muito mais) aqui

08 agosto 2019

Melhoria nas normas de Contabilidade Pública

O IPSAS está propondo melhoria nas normas internacionais do setor público. O documento pode ser encontrado aqui e o prazo para sugestões vai até setembro. Nas propostas, não estão melhorias já realizadas pelo IASB. Mas inclui as seguintes mudanças

IPSAS 5, Borrowing Costs
IPSAS 13, Leases
IPSAS 21, Impairment of Non-Cash-Generating Assets
IPSAS 26, Impairment of CashGenerating Assets
IPSAS 30, Financial Instruments: Disclosures
IPSAS 33, First-time Adoption of Accrual Basis International Public Sector Accounting Standards (IPSASs).
IPSAS 40, Public Sector Combinations

Fan Bingbing reaparece


Em maio de 2018, a atriz chinesa Fan BingBing foi denunciada por um apresentador de televisão; ela teria recebido uma grande quantia para trabalhar em um filme, mas “assinou” dois contratos. O fisco chinês investigou a história como sendo um caso de evasão fiscal. Por três meses a atriz “desapareceu” das redes sociais. Em outubro, a atriz reaparece, pedindo desculpas pelo crime fiscal. A informação é que a atriz pagou uma multa de 127 milhões de dólares, elogiou as autoridades chinesas e pediu desculpas.

O exemplo da atriz parece que ajudou as autoridades chinesas na cobrança de impostos de celebridades e empresas na área de entreterimento.

No último sábado, Fan deu uma entrevista para o New York Times (via aqui) falando sobre o caso. A atriz agradeceu o governo chinês, na primeira entrevista para imprensa ocidental desde maio de 2018: “me fez sentir calma [a prisão] e pensar seriamente sobre o que eu quero para minha vida futura”.

Além de Fan, muitas pessoas que trabalharam com ela também foram presas. Depois da prisão, Fan chegou a dizer, em rede social, estar envergonhada.

"Sem o Partido [Comunista] e as boas políticas do país [China], sem o amor das pessoas, não haveria Fan Bingbing" escreveu.

Ela chegou a compartilhar um mapa da China, onde Taiwan aparece como território chinês (foto).