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30 junho 2008

Links

1. Dicas para economizer na viagem de lua de mel

2. Qual o preço justo para o petróleo?

3. Politicometro (grato alexandre alcantara)

4. Efeito da amizade no crime, na produtividade, na escola

Inbev e Anheuser-Busch

Heidi Moore (A Box Office Look at Anheuser-Busch & InBev) faz uma comparação entre a oferta da Inbev e casos recentes de aquisição. Num determinado ponto, Moore afirma que a oferta da Inbev parece mais organizada que a da Microsoft para a Yahoo.

O Valor justo é justo?

Esta é a pergunta que Liz Moyer faz num artigo para Forbes (How Fair Is Fair-Value Accounting? 25/junho/2008)

Depois de explicar a regra do valor justo, Moyer mostra como a volatilidade do mercado fez com que baixas contábeis nas instituições financeiras tornassem uma preocupação num momento que o mercado está ilíquido.
Com baixas de 350 bilhões de dólares como argumento, a discussão chegou a SEC. A conseqüência da mensuração contábil tem sido o anuncio de corte de empregos.

Rather than making things clearer, the fair-value accounting rules only point to the futility of pricing assets every day in highly volatile markets when the credit markets are frozen solid. The flip side to this? It's unlikely anyone would be complaining if asset values were rising and the markets weren't in crisis.
There many arguments in favor of fair-value accounting. Highly leveraged companies--a term that describes most of Wall Street--might temper their risks if they know the assets they are taking on have to be marked to market value every day. "It's a warning to stay away" from the most volatile assets, says Janet Tavakoli, a Chicago-based structured-finance consultant.

Blog sobre IFRS

Recebi um e-mail de Marcos Cesar Santos divulgando o blog sobre IFRS (www.ifrs.zip.net) . O blog é bom e merece uma visita freqüente. É muito importante o surgimento de blogs sobre contabilidade.

29 junho 2008

Rir é o melhor remédio

O homem lê uma pesquisa que informa sobre o fato de que a maioria das mulheres mentem. Pergunta para sua esposa se ela mente para ele. Ela diz que não e ao mesmo tempo pergunta se ele quer açúcar ou adoçante. "Açúcar" responde ele. Ela coloca adoçante.

Agrenco: o valor da governança

Segundo fontes ligadas aos fundos de investimento, além do suposto esquema, eles também estariam intrigados com a revelação feita pelo Wall Street Journal, publicada no dia da operação da PF. A reportagem diz que 60% do dinheiro captado no IPO foi para o caixa do Credit Suisse (entre pagamento de dívidas, bônus e comissões). A Agrenco levantou R$ 666 milhões na abertura de capital. (...)

O ex-presidente do Instituto Brasil de Governança Corporativa (IBGC), José Guimarães Monforte, é um dos conselheiros da Agrenco. Para investidores, seu nome funciona como um aval da credibilidade da companhia. Além de conselheiro, Monforte foi contratado como consultor para preparar a Agrenco para a abertura de capital. O acordo previa pagamento de R$ 75 mil, além de uma taxa de sucesso de 0,3% do valor da operação, o que dá quase R$ 2 milhões. Monforte não quis dar entrevista.

Fundos querem investigar o que aconteceu com a Agrenco
Patrícia Cançado
28/06/2008
O Estado de São Paulo

Custo em lojas virtuais

O Mercado Livre informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que os preços dos produtos que anuncia podem estar menores porque podem ser seminovos ou porque o usuário que já tem um home theater, por exemplo, ganha outro de presente e, em vez de trocar por outro produto, decide vender por meio do site. (...)

Além do custo do espaço físico ou da locação dele, o site informa que, no comércio virtual, os custos com a contratação de pessoal, os estoques e a logística são inferiores e, por essa razão os produtos podem ser oferecidos por preços menores.

"As grandes redes varejistas empregam milhares de pessoas que atuam em suas lojas físicas. Quantas pessoas são necessárias para atuar numa loja virtual? Na web, você não sabe se aquela empresa é grande ou pequena, mas, sim, se é séria e cumpre com o prometido."

"No Mercado Livre, existem milhares de microempresas com um funcionário: o próprio dono. É ele que, muitas vezes, cuida de tudo: compra do produto, publicação do anúncio, negociação, venda e entrega. Com o crescimento dos negócios, esses microempresários acabam trazendo para a operação seus familiares e amigos."

Lojas virtuais dizem que têm custos menores
Folha de São Paulo - 29/06/2008

28 junho 2008

Efeito do combustível

"Enquanto o frete do quilo custa US$ 1,40, o adicional de combustível varia entre US$ 1,70 e US$ 1,90 em destinos de longo curso", diz Dulce Alves, diretora de operações da Ceva.
Segundo a DHL, multinacional de entregas expressas e serviços de logística em geral, as despesas com o combustível equivaliam a 10% da tarifa de frete e agora já representam 30% do valor. O impacto da sobretaxa de combustível é maior na importação de produtos para o Brasil. (...) O aumento dos preços está levando a DHL a estudar a substituição do transporte aéreo por rodoviário no mercado doméstico. "Avaliamos toda a cadeia de logística do cliente para mostrar as opções", diz Juliana Vasconcelos, diretora de marketing da DHL. A empresa de logística TNT informou, por e-mail, que também tenta "encontrar a composição certa" entre as diferentes opções de transporte, mas usa "o rodoviário sempre que possível". (...) "Com duas empresas aéreas dominando o mercado, simplesmente não há negociação da parte delas", afirma a executiva da DHL. A TAM e a Gol (inclui a Varig) controlam 95% do mercado aéreo de passageiros.


Companhias de logística começam a usar mais transporte rodoviário
24 June 2008 - Valor Econômico

Sony está perdendo a Guerra com o PS3

Conforme a Forbes (via bloggingstocks Sony and the debacle known as PlayStation 3, Steven Mallas, 25/06/2008) a Sony perdeu 3,3 bilhões com o console PlayStation 3. O vencedor hoje é o Nintendo Wii, inovativo, divertido e com preço mais adequado. (aqui links sobre a guerra do console neste blog). A Microsoft, com o Xbox 360, também está perdendo, com um hard em torno de 280 dólares nos países onde os impostos são mais razoáveis.

27 junho 2008

Rir é o melhor remédio

Fumantes



The New Yorker

Links

1. Capas do Olé (jornal argentino) e a rivalidade entre Brasil e Argentina no Futebol

2. As fotos dos índios isolados foram forjadas

3. IFRS nos Estados Unidos e o ensino de Contabilidade

4. Jornalistmo básico: o que é relevante

5. O significado de Bill Gates para Microsoft (The Economist) e aqui

6. Microfinanças

7. Detalhamento sobre a sentença da Exxon (Valdez)

Inbev e Bud 4

Segundo o WS Journal (InBev & Anheuser-Busch: Set Your Weapons to ‘Coup’, Heidi N. Moore) , a Inbev contratacou fazendo um questionamento a Delaware Chancery Court sobre os diretores que foram eleitos em 2006. Apesar de ser uma consulta, é um claro sinal de que a Inbev está pronta para guerra.

Analista com novas regras

Analistas de ações não precisarão mais de registro na CVM
26 June 2008
Valor + News

Os analistas de valores mobiliários devem ser dispensados da exigência de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É o que prevê, entre outras determinações, a minuta de instrução sobre o tema divulgada hoje pela própria autarquia. A proposta de regulamentação ficará em audiência pública até o próximo dia 25 de julho.

De acordo com o documento em que apresenta a minuta, com o fim da exigência de registro a CVM quer estimular a auto-regulação no setor e reduzir os "custos atualmente inerentes ao exercício da atividade de analistas". Pelos termos da minuta, bastará então a pessoa se registrar em uma entidade credenciadora de analistas, como é o caso hoje da Apimec. Atualmente, existe um duplo registro, tanto na entidade quanto na CVM.

Ao mesmo tempo em que transfere essa responsabilidade de controle cadastral para auto-regulação, a CVM deve aumentar a supervisão indireta sobre o trabalho dos analistas, seja via entidade credenciadora, ou por meio da instituição financeira que contratar o analista.

Entre as exigências para os credenciadores estão a existência de código de conduta e a fiscalização e punição dos analistas, a submissão dos testes de qualificação à autarquia e a criação de um programa de educação continuada para averiguar periodicamente a capacidade técnica dos profissionais.

Para as gestoras de recursos e distribuidoras de valores que contratarem analistas, haverá a obrigação de manter o cadastro de cada profissional atualizado, de segregar fisicamente as instalações onde a equipe de análise trabalha das demais atividades da empresa, além de identificar, administrar e eliminar, formalmente, eventuais conflitos de interesses que comprometam a imparcialidade do analista.(...)



Aqui a regra

MasteCard paga para Amex

A MasterCard Worldwide concordou em pagar 1,8 bilhão para a American Express em virtude de lei a favor da concorrência.

Há sete meses a Visa pagou 2,1 bilhão por reclamação semelhante.

Para MasterCard o pagamento resolve um litígio que impedia um maior crescimento do preço da sua ação.

Os pagamentos são resultantes de uma sentença da Suprema Corte dos Estados Unidos que condenou a Visa e o MasterCard por violar leis, barrando os bancos de oferecer cartão de crédito que poderiam ser usados pela Amex e pela Discover Financial.

Obviamente o acordo torna mais plausível acordo similar com a Discover Financial.

June 26, 2008
MasterCard Pays $1.8 Billion to Amex - Eric Dash

Pessoas Ricas e Tempo Gasto

“O economista e Prêmio Nobel Daniel Kahneman encontrou que ser rico é muitas vezes um poderoso preditor que as pessoas gastam menos tempo fazendo coisas agradáveis, e mais tempo fazendo coisas obrigatórias e sentindo estressados”.
Kahneman e os seus colegas consideram que existe uma ilusão mental, onde os pobres pensam que ser rico é ter condições de assistir uma televisão de forma mais confortável, quando na realidade isso significa mais tempo de trabalho e menos lazer passivo.

HOW RICH PEOPLE SPEND THEIR TIME
Washington Post, 23/06/2008 A02
Aqui e Aqui

Celebridade vende


“Nesses dias, é praticamente impossível surfer na internet, abrir um jornal ou revista ou escutar televisão sem ver uma celebridade vendendo algo como guardas-chuvas, soda, carros, telefones, medicamentos, cosméticos, jóias, roupas ou até mesmo fundos mútuos. (...) As estrelas estão em quase 14 por cento dos anúncios do ano passado, segundo a Millward Brown, uma agência de investigação de marketing. Embora o número mais do que duplicou na última década, está abaixo do máximo de 19 por cento em 2004. (Ei, poderia ser maior: Personagens aparecem em 24 por cento dos anúncios na Índia e 45 por cento em Taiwan.)

Estrelas e roqueiros envelhecidos continuam em anúncios por uma razão muito simples: celebridade vende. Se o consumidor acreditar que certa estrela ou cantor pode efetivamente utilizar o produto, as vendas podem decolar. (...)

o Índice Davie Brown, um sistema de avaliação independente on-line que foi iniciado há dois anos para poder acompanhar a comercialização de celebridades(... ) O índice baseia a sua pontuação em oito métricas (...) Os cinco principais [artistas] são Tom Hanks, Will Smith, Michael Jordan, Morgan Freeman e George Clooney.


Nothing Sells Like Celebrity – Julie Creswell – 22/06/2008

Conselho Fiscal


(...) menos de 30% das empresas que fizeram seu IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) em 2007 e 2008 e negociam ações no Novo Mercado - mais exigente dos graus de listagem da bolsa paulista - instalaram Conselhos Fiscais em suas estrutura. (...)

Conselho Fiscal perde espaço nas empresas - Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – 23/06/2008 - Pág. 4)(Luciano Feltrin)

Casamentos mais caros

1. Liza Minnelli e David Gest – 3,5 milhões
2. Paul McCartney e Heather Mills – 3 milhões
3. Elizabeth Hurley & Arun Nayar - 2 milhões de dólares.
4. Christina Aguilera & Jordan Bratman – 2 milhões de dólares
5. Elizabeth Taylor e Larry Fortensky – 2 milhões
6. Tom Cruise e Katie Holmes - 2 milhões de dólares.
7. Madonna e Guy Ritchie – 1,5 milhão - 2000
8. Eva Longoria e Tony Parker – 1,5 milhão de dólares. 2008
9. Michael Douglas & Catherine Zeta-Jones - 1,5 milhão de dólares
10. Elton John e David Furnish – 1,5 milhão
11. Donald Trump e Melania Knauss – 1 milhão
12. Eddie Murphy e Nicole Mitchell – 1 milhão
13. Brad Pitt e Jennifer Aniston - 1 milhão - 2000
14. David e Victoria Beckham - 800 mil dólares. 1999
15. Ashley Judd e Dario Franchitti – 750 mil dólares
16. Mariah Carey e Tommy Mottola – 500 mil dólares (1993)
17. Nicole Kidman e Keith Urban - 250 mil dólares. Junho 2006

Fonte: Aqui

26 junho 2008

Rir é o melhor remédio


Roda gigante de Wall street

Anheuser rejeitará a oferta da Inbev

Como já era previsto, e segundo o NY Times (26/06/2008, Anheuser to Reject InBev Offer, ANDREW ROSS SORKIN) o board da Anheuser-Busch deverá rejeitar a proposta de 46 bilhões da Inbev.

Como isso abre-se a possibilidade de uma luta menos amigável pelo controle da empresa. A empresa justifica a rejeição pela possibilidade de reorganização, corte de custos e outras medidas.

Espera-se uma reação da Inbev. As ações da Anheuser-Busch fechou em 61,76 dólares.

Exxon e Valdez


A Suprema Corte decidiu reduzir a punição da empresa Exxon Mobil pelo desastre do navio Exxon Valdez (foto). Esse acidente significou a morte de milhares de animais (250.000 pássaros marinhos, 2.800 lontras marinhas, 250 águias, 22 orcas, e bilhões de ovos de salmão, segundo a Wikipedia) no Alasca, em 1989.

Inicialmente a punição era de 5 bilhões de dólares. A decisão da Suprema Corte reduziu esse passivo para $500 milhões. A decisão foi por 5 votos a 3 e baseou-se na justificativa que o valor está acima do que usualmente é cobrado em casos marítimos.

Segundo o NY Times (Damages Cut Against Exxon in Valdez Case, ADAM LIPTAK, 26/06/2008), a Exxon já pagou 507 milhões para compensar os 32 mil nativos, pescadores e donos de terra.

O valor de 500 milhões significa 15 mil dólares por reclamante.

Agrenco e Política


No mês de maio de 2008 postei um link sobre o uso de um indicador na análise das empresas: Um contra-indicador - quando uma empresa começa a fazer doações para políticos é tempo de alerta (Nos Estados Unidos!)

E a Agrenco fez doações para políticos em Santa Catarina. O indicador parece funcionar o Brasil:

Agrenco doou R$ 1,2 milhão a políticos de Santa Catarina
Valor Econômico - 26/06/2008

O grupo Agrenco aparece nas últimas duas eleições em Santa Catarina como um dos principais doadores de recursos para campanhas políticas. Somando as duas campanhas mais recentes, os pleitos de 2004 (eleições municipais) e 2006 (eleições para governo do Estado e deputados estadual e federal), a empresa doou cerca de R$ 1,2 milhão para candidatos a prefeito e a deputado pelo PT, PSDB e PMDB de Santa Catarina. A maior parte dos recursos foi doada na disputa eleitoral de 2004: R$ 655 mil.De acordo com as contas prestadas pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi o atual prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (PT), então candidato, que recebeu a maior quantia doada pela empresa: R$ 440 mil, o equivalente a 35% do total de despesas da campanha. O porto de Itajaí é administrado pela prefeitura.Morastoni, que atualmente é candidato à reeleição, não concedeu entrevista.

O chefe de gabinete, Adiel Truppel, argumentou que não há como saber o que ocorre dentro de uma empresa, e que desde que "ela tenha CNPJ e esteja em situação regular, ela pode ser doadora de campanhas". Além do prefeito de Itajaí, outros candidatos de cidades vizinhas receberam recursos da Agrenco, caso do atual prefeito de Balneário Camboriú, Rubens Spernau (PSDB), do prefeito de Camboriú, Edson Olegário (PSDB), o prefeito de São Francisco do Sul, Odilon Ferreira (PMDB) e o prefeito de Imbituba, Beto Martins (PSDB). Nem todos deram entrevistas. Spernau disse que foi apresentado a Francisco Ramos, executivo do grupo, por amigos. Ramos morava em Balneário Camboriú na época. Segundo Spernau, não era possível prever que poderia haver operações irregulares. "Meus amigos pediram ajuda dele e ele contribuiu. Como poderia sonhar que a pessoa teria esse envolvimento todo? Imaginava que estava interessada no abatimento de Imposto de Renda com a doação."De acordo com o delegado da PF, Airton Takada, à frente da Operação Influenza, há indícios de que a Agrenco trabalhava nas campanhas com "a política do toma lá dá cá". "As pessoas que financiaram as campanhas costumavam dizer isso. Temos nos autos essa frase. Não falavam nomes de políticos, mas deixavam claro o lema", disse o delegado.Cerca de R$ 170 mil foram recebidos pelo ex-superintendente do Porto de Itajaí, Décio Lima (PT), na campanha de 2006. Ele foi superintendente de janeiro de 2005 a março de 2006 e atualmente é deputado federal. Lima diz que "doador ninguém escolhe" e comenta que àquela época, a Agrenco era "acima de qualquer suspeita, tinha feito acordo com o grupo japonês Marubeni, atua nos mercados europeu e americano e que se trata uma sociedade anônima, que recebe uma fiscalização rigorosa da bolsa de valores", disse. Lima afirma que não houve má-fé de partido algum que recebeu recursos da empresa. "Quem declarou os recursos não pode ser rotulado como conivente com as irregularidades da empresa."A vice-prefeita de Itajaí, Eliane Rebello (PMDB), e que também foi superintendente do porto, de fevereiro a junho deste ano, concorda com Lima e diz que a Agrenco não levantava suspeitas, especialmente por ter ações listadas na bolsa. Ela afirma que não conhecia pessoalmente ninguém do grupo, tendo sido a doação feita para membros do seu partido.Para a deputada estadual, Ana Paula Lima (PT), esposa de Décio, sua imagem está sendo prejudicada, assim como a de todas as pessoas que receberam recursos da Agrenco e foram transparentes, declarando-os. "O Brasil inteiro acreditou nessa empresa. Ela lesou não só a nós, como também a imagem da cidade de Itajaí e do porto". Além de candidatos de SC, a empresa doou R$ 20 mil para a candidatura de Rosa Lopes (PTB) à prefeitura de Barra de São Miguel, em Alagoas.

Governança na Agrenco


É possível que em uma empresa que siga os princípios da governança corporativa ocorram casos de desvio de dinheiro, fraude no balanço e sonegação fiscal? Esta é uma das perguntas que têm sido feitas nos últimos dias a José Monforte, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e membro do conselho administrativo da Agrenco, empresa do setor de agronegócios que está sendo investigada pela Polícia Federal por suspeita exatamente desses crimes, em um processo que levou à prisão na sexta-feira dois dos seus sócios e mais um executivo.

(...) E quanto às auditorias? Ele lembrou que auditorias internas e externas são feitas por amostragem e é possível que desvios ou mesmo ações criminosas não sejam identificados por essas análises das contas. Seria preciso um sistema extremamente minucioso, detalhista, para ser possível levantar qualquer e toda inadequação.

"Processo de governança na Agrenco avançava" - 26/06/2008 - Valor Econômico


Uma boa auditoria, mesmo que feita sob amostragem, poderia conseguir descobrir os problemas da empresa. A afirmação de Monforte é infeliz e temos aqui duas justificativa: ou não conhece como funciona a auditoria ou tenta justificar o injustificável.

Como era a operação na Agrenco


(...) A investigação concluiu que a a TC Transportes fazia de conta que praticava serviços para a Agrenco em Itajaí. "Isso dava a entender que poderiam estar lavando dinheiro porque a única forma de praticar essa ação hoje é dando a impressão que você tem uma atividade lícita que na verdade não existe e ainda começar a pagar imposto municipal - o que era o caso da Agrenco", diz Takada. Segundo o delegado, a Polícia Federal também comparou notas fiscais dessa operação que lhe foram fornecidas -ele não quis revelar a fonte- e constatou que a ordem numérica de emissão não era coerente com as datas das notas. "Por exemplo, se a nota de número 1 está datada 25 de março, a nota 2 tem que ser do dia 25 daquele mês em diante, mas às vezes encontramos datas retroativas."Foi instaurado então um procedimento preliminar investigatório, no qual ele diz que foram observadas "situações estranhas": "Um dos acionistas da Agrenco, o senhor Francisco Ramos, que tinha um salário regular de cerca de R$ 40 mil (salário oficial), possuía uma despesa dez vezes maior", afirma o delegado. A Polícia Federal descobriu que os gastos do executivo eram infinitamente maiores do que os seus ganhos porque solicitou a quebra de seu sigilo bancário. Segundo o delegado, foi observado a partir dessas informações iniciais -a investigação começou em agosto de 2007, antes mesmo de a empresa lançar BDRs, recibos de ações, na Bovespa, em outubro- que Francisco Ramos tinha uma "rede de pessoas que trabalhava para ele".

Neste esquema, eles compravam carregamentos de soja que não existiam e dividiam o dinheiro desviado. Parte do valor também era usado no pagamento de propina, para legalizar o negócio.


Diretor da Agrenco comandava esquema
Valor Econômico - 26/06/2008

Pechincha


A Dreyfus, a despeito dos problemas de imagem que recaem sobre a Agrenco, encontrou meios econômicos de ficar com o negócio. E não deixou muito espaço de manobra para os minoritários. A capitalização da holding na qual estão os sócios controladores presos pela Polícia Federal é um meio ágil e barato de ficar com a Agrenco. Ao se tornar acionista indireta, consegue se desvencilhar da cláusula que limita a participação de um sócio a menos 20% - a chamada pílula de veneno. Qualquer acionista, exceto os controladores, que atingirem essa proporção teriam de fazer oferta aos minoritários. Mas tal veneno não é disparado nesse caso, pelo fato de o negócio passar pela holding.No entanto, a Dreyfus será, na prática, a nova controladora da Agrenco Limited. Pela Lei das Sociedades por Ações, a transação poderia demandar oferta por troca de controle aos minoritários, o chamado direito de "tag along". A companhia francesa, porém, condicionou a capitalização da Agrenco à ausência dessa obrigação.

A fatia dos acionistas minoritários, incluindo Credit Suisse e MFC Global, custaria R$ 100 milhões a preços de mercado. O acordo com a Dreyfus resgataria a Agrenco de uma possível insolvência. No mercado, está claro que a empresa enfrentaria dificuldades adicionais de conseguir dinheiro. A situação, antes mesmo do escândalo, já não era confortável: dívida de curto prazo de R$ 1 bilhão e R$ 50 milhões em caixa. Na Bovespa, as ações seguem suspensas desde sexta-feira. A bolsa quer informações sobre os problemas com a PF. Ontem, também na Bolsa de Luxemburgo as transações foram bloqueadas.

Minoritário entre a cruz e a caldeirinha
26/06/2008 - Valor Econômico

Uma solução para Agrenco?

O grupo francês Louis Dreyfus Commodities (LDC) anunciou ontem que fechou um acordo que poderá lhe conferir o controle da Agrenco Holding, que, por sua vez, controla a Agrenco Limited. (...) Ainda não se trata, contudo, de um acerto definitivo.

Segundo fato relevante encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operação dependerá, entre outras condicionantes, de "due dilligence", análise da viabilidade legal do negócio, ausência de oferta pública de aquisição aos acionistas da Agrenco Limited e está condicionada também à não insolvência da Agrenco.

De acordo com comunicado da LDC, a operação teria a seguinte estrutura: aumento de capital da Agrenco Holding, no valor de US$ 33,521 milhões, de maneira ainda indefinida; aumento de capital da Agrenco Ltd., por meio de emissão de novas ações, de US$ 65 milhões. A LDC subscreveria, no mínimo, também US$ 33,521 milhões. A proposta incluiria ainda empréstimo conversível em ações de US$ 35 milhões, com prazo de cinco anos e juros de 7,75%.Uma variante do acordo inclui o exercício de bônus de subscrição, que venceriam em três anos.

Dreyfus fecha acordo para assumir Agrenco
Valor Econômico - 26/06/2008

Uma das alternativas propostas é a de aquisição de ações pelo valor de US$ 0,70 por ação ordinária (R$ 1,12 ao câmbio de R$ 1,60), o que, equivaleria a um valor nove vezes menor do que o valor da Oferta Inicial de Ações (IPO, sigla em inglês) - R$ 10,40 - em outubro do ano passado e um pouco abaixo do valor atual das ações da companhia - R$ 1,25. A Agrenco assumiu recentemente problemas de caixa para quitar dívidas de curto prazo, crise que se agravou, na semana passada, com a prisão de três de seus principais executivos.

Em comunicado oficial, o grupo LDC informou que assinou um memorando de entendimentos com a Agrenco pelo qual se dispôs a realizar um aumento de capital na empresa, desde que cumprida uma série de condições, entre elas, a realização de auditoria na empresa, etapa que, segundo o comunicado, começa de imediato. Caso concretizado, esse aumento de capital deverá fazer do Grupo o principal acionista da Agrenco. Até a conclusão do negócio e a assinatura dos contratos definitivos, não haverá qualquer participação do grupo Louis Dreyfus Commodities na gestão da Agrenco.

(...) Agressiva, Louis Dreyfus propõe compra da Agrenco - 26/06/2008
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 10)(Fabiana Batista)

25 junho 2008

Rir é o melhor remédio




Da New Yorker, parece a música Rebelde sem Causa (Ultraje a Rigor). "Graças a infância feliz, vocês destruiram qualquer chance de tornar-me uma escritora"

IFRS na empresas construtoras


IFRS pode surpreender construtoras
Gazeta Mercantil - 25/06/2008

O desafio de entender e executar as regras contábeis internacionais, o chamado padrão IFRS (International Financial Reporting Standards), pode ser mais acentuado para as empresas do setor de construção civil. As especificidades do negócio de incorporação e construção e a falta de regras atuais sobre aspectos como contabilização de gastos com publicidade e reconhecimento de permutas terão impacto direto na receita, lucro e patrimônio das companhias - e até mesmo na contabilização de stock option.

(...) "A primeira diferença é o reconhecimento da função do ativo, com distinção da propriedade que é destinada a locação ou ganho por valorização de terreno e imóvel", diz Ederson Rodrigues de Carvalho, diretor da KPMG (...) O tratamento contábil do investimento poder ser definido pelo modelo de valor de mercado, não depreciado, ou pelo modelo de custo da compra, este depreciado por eventual perda de valor do bem.

No reconhecimento das receitas de incorporação, a atual regra do Conselho Federal de Contabilidade define que o valor dos imóveis vendidos na planta pode ser reconhecido conforme o andamento da obra - se 10% da obra está feita, esse mesmo percentual sobre o preço do imóvel entra na conta de receitas. Mas no IFRS há diferença na atribuição de risco conforme o contrato de construção.

"Hoje a incorporadora e construtora tem a receita na venda conforme percentual da obra, mas no IFRS será na transferência do risco para o comprador. Ou seja, na entrega das chaves", detalha o executivo. Para a prestadora do serviço (a empresa que é apenas construtora), o reconhecimento continua sendo no andamento de obra, já que o risco é da contratante. "A menos que a incorporadora encarregue a contratada desse projeto, como passar a demanda de um shopping que ainda não está desenhado. Nesse caso o risco é da contratada, que só reconhecerá receita quando entregar o empreendimento", explica.

No padrão internacional, os gastos com publicidade são registrados em despesas e não em ativo, como é possível no BR Gaap. Hoje o padrão nacional gera diferentes interpretações, como reconhecer essa despesa amortizada à medida em que a obra é construída ou no momento de veiculação da propaganda. "No IFRS está atrelado à veiculação, já que não dá para vincular claramente o retorno em vendas", pondera Carvalho.

Para Diego Barreto, coordenador de relação com investidores da imobiliária Lopes, apesar das dificuldades iniciais, a conversão de balanços trará muito mais clareza às companhias e ao mercado. "Nossa equipe identificou nas companhias abertas de construção 21 práticas diferentes de contabilização de receitas nas normas atualmente vigentes. Dificulta a noção de custo de capital, nota de ratings e comparação de desempenho, que com o IFRS será mais fácil", avalia.

Barreto cita um levantamento feito pela PricewaterhouseCoopers com bancos europeus que mostra que de 15 instituições, seis tiveram o patrimônio líquido reduzido com a conversão contábil, o que pode pegar de surpresa muitos investidores. Na Lopes, ele garante que os impactos não serão tão agressivos por ser apenas comercializadora, mas já se organizou.

Dividido em três fases, desde identificação de diferenças à divulgação das demonstrações financeiras na nova norma, o processo terá início neste segundo semestre e deve durar 18 meses. "Apresentaremos ao investidor seis meses antes da consolidação, para que possam entender as diferenças com tempo suficiente", diz.

A determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é que as companhias apresentem os balanços consolidados em 31 de dezembro de 2010 já em IFRS - mas os executivos lembram que este demonstrativo terá que trazer o comparativo com o exercício anterior, também ajustado.

Além das diferenças pontuais no negócio de construção, alterações genéricas também podem surpreender. "Poucas pessoas estão se atentando para o impacto sobre amortização de ágio e stock option, por exemplo", destaca Barreto. O plano de remuneração por ações não impacta hoje a linha de lucro das empresasas pois os registros são separados - mas no IFRS deve ser descontado, o que reduzirá significativamente a cifra e pode até levar algumas empresas a rever esses planos de remuneração.

Apesar de oneroso e trabalhoso, a padronização deve ter papel fundamental na atração de estrangeiros e acesso ao mercado externo, avalia Reginaldo Alexandre, vice-presidente da Apimec-SP. "Somando ADRs (recibo de ação brasileira listada nos EUA) e participação na Bovespa, vemos que esse público é responsável por 70% da movimentação diária nas companhias brasileiras", afirma. "Quanto maior a transparência, menor o custo do capital externo".

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Maria Luíza Filgueiras)

Acionista da Gol deve mais de 350 milhões para União



A família Constantino, dona da Gol e da Varig, possui uma dívida tributária de ao menos R$ 377 milhões com a União, a maior parte acumulada no INSS por conta do não recolhimento de contribuições previdenciárias de dez empresas de ônibus do grupo. Em junho de 2006, antes da compra da Varig, ocorrida em março de 2007, a Justiça Federal em São Paulo reconheceu a existência do grupo econômico e penhorou ações da Gol para pagar as dívidas das empresas de ônibus.

(...) A maior devedora é a Viação Planeta Ltda., com sede em Brasília, hoje administrada por uma das filhas de Constantino. A última lista de devedores da Previdência atribui à Planeta débitos de R$ 111 milhões. A Fazenda Nacional cobra da Breda Transportes e Turismo, com sede em São Paulo, administrada por dois filhos do empresário Nenê Constantino, quantia superior a R$ 60 milhões. O valor inclui impostos, contribuições, multas e atualizações.

A contabilidade inclui, ainda, as dívidas atribuídas à Viação Santa Catarina, também de São Paulo, que em setembro de 2007 devia ao INSS R$ 47,5 milhões. A empresa não está mais em nome da família, mas a procuradoria briga na Justiça para dirigir a cobrança aos filhos de Nenê Constantino. A procuradoria acredita que os Constantinos simularam a transferência da empresa a “laranjas” para escapar das cobranças. (...)


Donos da Varig devem à União R$ 377 milhões - Sônia Filgueiras, BRASÍLIA - O Estado de São Paulo - 25/06/2008

Agrenco e Governança



O caso da Agrenco tem um tempero adicional pela presença de José Guimarães Monforte, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), no conselho de administração da companhia. Ele foi eleito, no ano passado, membro independente do colegiado, ao lado de James Wright. O mandato oficial vai até 2009.

Monforte é largamente conhecido no mercado de capitais brasileiro justamente pelo seu trabalho de divulgação e desenvolvimento das boas práticas de governança corporativa pelas companhias abertas nacionais.

Procurado pelo Valor, o executivo não retornou às ligações para comentar os recentes acontecimentos e os possíveis trabalhos de governança que vinha desenvolvendo na empresa.

Em reunião na segunda-feira, ele assumiu, junto com Wright e Theodorus Antonius Zwijnenberg, que também é diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, a co-coordenação do conselho da Agrenco.

A Agrenco infringia umas das regras básicas da boa governança: o presidente executivo era também presidente do conselho de administração - além de sócio controlador do negócio. (...)

Outro pecado de governança da Agrenco era a ausência de um conselho fiscal. Poucas companhias listadas no Novo Mercado têm tal colegiado instalado. (...)

Agrenco infringia regras de governança
25/06/2008
Valor Econômico

BDR sob suspeita


CVM investiga negociação com BDRs
25/06/2008
Valor Econômico

O volume de negociação com os BDRs (recibos de ações) da Agrenco disparou exatamente uma semana antes da operação da Polícia Federal no dia 20. O número de negócios salta de menos de 50 por dia para 530 no dia 13 de junho, mantendo-se perto de mil nos dias seguintes. No dia 16, o volume negociado chegou a R$ 13 milhões, um dos mais altos desde o lançamento do papel em outubro. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) disse que está analisando as operações para ver se houve uso de informação privilegiada.Ontem, quatro dias depois do escândalo envolvendo a prisão dos controladores e principais executivos da Agrenco, a Credit Suisse Corretora enviou relatório aos clientes retirando a recomendação de compra ("outperform") para os BDRs (recibos de ações) da empresa e anunciou a suspensão da cobertura do papel.

A corretora, que pertence ao banco que coordenou a oferta de ações e era a única casa a acompanhar a Agrenco, mantinha preço alvo de R$ 19,00 para o BDR, o dobro do preço de lançamento, e quase 20 vezes maior que a última cotação do BDR antes de ser suspensa na tarde de sexta-feira, a R$ 1,25.Em relatório enviado aos clientes, com data de 24 de junho, o analista Luiz Otávio Campos informa que suspendeu a cobertura da Agrengo até que se torne mais clara a investigação sobre os três executivos da companhia. "Nossa mais recente classificação ('outperform') não deve ser mais considerada", diz o relatório, acrescentando que a corretora "continuará a monitorar o BDR durante a investigação e manterá os investidores informados de qualquer notícia".A suspensão da cobertura não significa que a corretora recomenda a compra ou a venda do papel, explica um executivo do mercado que pediu para não ser citado. Ela é uma prática comum das corretoras quando há um fato muito grave e não há condições de entender o que está acontecendo com uma empresa em determinado momento. "Se os próprios executivos da companhia não podem dar informações, emitir uma ordem de compra ou venda seria especulação", diz esse executivo. Além disso, a negociação do papel está suspensa, o que tornaria inútil uma recomendação. A suspensão também não significa que a corretora deixará de cobrir o papel.

Uma visita aos fóruns de discussão de investidores mostra a força que a recomendação da Credit Suisse tinha sobre os aplicadores. No fórum do site financeiro ADVFN, é possível ver várias histórias de aplicadores que acreditavam na empresa, citando a avaliação da corretora. No dia 11, por exemplo, quando os BDRs da Agrenco chegaram a R$ 3,50, um investidor se animou e escreveu: "Agora é meu preço, esperei e chegou agora. Vou dobrar o capital nela." E continuou: "Vamos acompanhar, essa malvada não vai apanhar mais não", escreveu o investidor, lembrando ainda da estimativa de "outperform" para os papéis feita pelo Credit Suisse.Já no dia 16, outro investidor ressaltava o papel, lembrando que a ação era "considerada 'outperform' pela Credit Suisse". "Com projeção de valorização de 165% em 365d. Comprei mais um pouquinho a 2,76 hoje e to vendo o negócio despencar." (sic)

Mais sobre Agrenco


A empresa de agronegócios Agrenco anunciou, nesta terça-feira, ter aceitado os pedidos de demissão de Antonio Lafelice, que ocupava a presidência da companhia, Antonio Augusto Pires Jr, diretor Operacional, e Francisco Carlos Ramos, diretor de Relações Institucionais. (...)

Em nota, a empresa ressalta "não ter recebido nenhuma notificação ou acusação por parte da Justica e que as ações realizadas pela Polícia Federal estão relacionadas estritamente a investigação dos executivos detidos".


Agrenco aceita pedido de demissão de executivos e anuncia novo presidente - Juliana Rangel - O Globo - 24/06/2008

Acionistas da trading agrícola Agrenco já estudam formas de buscar compensação para os prejuízos que tiveram com o investimento na companhia, cujos três principais executivos, incluindo o maior acionista, foram presos na sexta-feira. (...) Fóruns de investidores na internet deixam claro a ansiedade dos minoritários, que enfatizam a importância de união em busca de uma defesa comum para tentar recuperar parte das perdas de quase 90% desde a chegada do papel no mercado.

Investidores estudam ações contra perdas na Agrenco - 25 June 2008 - Valor Econômico

O advogado Cláudio Gastão Filho, que defende os três executivos do grupo Agrenco, Antônio Augusto Pires Jr., Antônio Iafelice e Francisco Ramos, irá na manhã de hoje para Porto Alegre, no 4º Tribunal Regional Federal (TRF), pedir para que seja revogada a prisão preventiva dos seus clientes. O argumento do advogado é que não há os pressupostos para que seus clientes fiquem presos em uma prisão preventiva. Segundo Gastão, eles têm total interesse para que o caso seja esclarecido rapidamente, uma vez que estão tendo prejuízos com isso. "Eles estão dispostos a colaborar, possuem passado ilibado e não vão se evadir porque possuem patrimônio e família no Brasil". (...)

Gastão, que atua na área criminal e não faz parte dos advogados da própria empresa, disse ontem que não corresponde à realidade o fato de que a empresa teria maquiado balanços. (...)

Advogado tenta soltar sócios - 25 June 2008 - Valor Econômico (grifo meu)

O debate envolve a discussão dos direitos dos BDRs, recibos de ações, pois a companhia tem sede nas Bermudas e seus papéis estão listados na Bolsa de Luxemburgo - onde despencaram ontem. Para completar, o nome de grandes instituições estão ligados à ida da companhia à Bovespa e a responsabilidade delas será questionada por aquelas que buscarem ressarcimento para suas perdas. O Credit Suisse emprestou dinheiro à Agrenco e depois coordenou a oferta. A KPMG é auditora independente do negócio e assina os números. Além disso, dois dos maiores escritórios de direito societário do país assinam os documentos da distribuição: Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados e Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados. Os investidores que se sentirem prejudicados pela Agrenco podem entrar na Justiça contra a companhia ou contra os coordenadores da oferta, acredita o advogado Frederico Stacchini. Ele lembra que, nas ofertas públicas, tanto a companhia emissora quanto coordenador líder têm responsabilidade civil sobre as informações divulgadas ao mercado durante o período de distribuição. "A própria Instrução 400 da CVM prevê isso no artigo 56, sobre a responsabilidades em níveis diferentes da companhia e do coordenador." Ambos são responsáveis pela veracidade, consistência e suficiência das informações. "Se provar que a empresa ou o organizador foram omissos ou forneceram informações incompletas, o investidor pode pleitear uma indenização."Quanto estreou na Bovespa, os controladores da empresa já estavam sob investigação da PF. Na prática, significa dizer que tanto a CVM como a Bovespa permitiram, sem saber, a listagem de uma companhia com alto potencial de escândalo. Os trabalhos da polícia começaram em agosto do ano passado e os BDRs da companhia estrearam no pregão em 25 de outubro. Consultada, a assessoria de imprensa da superintendência da PF em Santa Catarina explicou que, inicialmente, as investigações são tratadas como suspeitas e, por isso, as ações práticas só ocorrem após a obtenção de dados mais consistentes pela PF. Questionada, a CVM informou que mantém permanente relacionamento institucional com todos os órgãos públicos que guardam relação com suas atribuições legais, o que inclui a Polícia Federal. Nesse sentido, a autarquia explica que o intercâmbio de informações do mútuo interesse da CVM e das autoridades policiais faz parte da rotina das atividades. "Não obstante, não se pode afirmar, com os elementos ora disponíveis e à luz da legislação aplicável, que a CVM deveria ter sido informada anteriormente acerca dos fatos."João Batista Fraga, superintendente de relações com empresas da Bovespa, acredita que não há meios legais de a bolsa ser alertada pela PF em casos como o da Agrenco. "Se pudesse haver algum convênio de informações, seria ótimo. Mas não sei se isso é possível." No momento, a preocupação da bolsa, segundo ele, é dar transparência aos acionistas sobre os processos envolvendo os executivos.

Minoritários da Agrenco buscam meios para compensar prejuízos - 25 June 2008 - Valor Econômico

A escândalo da Agrenco é emblemático por ser o primeiro depois do renascimento do mercado de capitais brasileiro. Acabou a festa, chegam as cobranças. E esse jogo de achar culpados os auditores conhecem bem.A mãe de todos os escândalos contábeis, a Enron, não quebrou os bancos que operavam com a companhia americana de energia, que estava entre as cinco mais admiradas do país: quebrou a Arthur Andersen, a mais respeitada auditoria do mundo até então. (...)
Atuação dos auditores mudou depois do caso Enron - 25 June 2008 - Valor Econômico

Custo do iphone


IPhone custará US$ 173 para a Apple produzir
Gazeta Mercantil - 25/06/2008

O novo iPhone, aparelho móvel com acesso à internet que a Apple começará a vender por US$ 199 no próximo mês, custará US$ 173 por unidade produzida, segundo a empresa de pesquisas ISuppli.

A estimativa inclui o custo dos materiais e de fabricação, divulgou a ISupply, por comunicado. A empresa fez um "desmonte virtual" do dispositivo, usando informações de seus analistas para identificar os componentes, fornecedores e custos de cada peça.

Diferente da primeira versão, a Apple conseguirá US$ 300 em subsídios das operadoras de telefonia por cada dispositivo, estima a ISuppli. O subsídio, combinado com o custo mais baixo, farão mais margem de lucro à Apple, revelou.

As ações da fabricante subiram US$ 0,09 para US$ 173,25 [sic] ontem na bolsa de valores Nasdaq. Os papéis caíram 13% este ano.

O iPhone original custava à empresa US$ 226 e o seu preço de varejo era US$ 399 para um modelo com 8 gigabytes de capacidade de memória. A nova versão pode ter preço baixado para US$ 148 em 2009 e para US$ 126 em 2012, disse a ISuppli.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Bloomberg News)

Aqui também como a Apple cortou custo do Iphone. Aqui sobre custo do Ipod.

Contradição?


Não deixa dúvidas de que a perícia contábil, não se configura como reserva de mercado, é própria do Contador, pois o seu conhecimento é qualificado para atender as investigações do patrimônio num determinado instante, sua estrutura, seus componentes e as relações deste com o todo, descobrindo as falhas ocorridas ao longo da gestão.


Perícia contábil não é corporativismo
João Bosco Lopes
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 25/06/2008

Reajuste no minério


Observe o texto abaixo e o negrito (meu). Como seria a contabilização nesse caso? Esperamos sugestões e discussões. (E como ficaria a questão teórica do reconhecimento?)

Depois de meses de negociação com as maiores siderúrgicas chinesas, as gigantes da mineração Rio Tinto PLC e BHP Billiton Ltd. conseguiram ontem um reajuste de 85% no preço de referência do minério de ferro. (...)

O reajuste, maior do que o negociado pela Companhia Vale do Rio Doce, foi acertado entre as mineradoras e a Baosteel Group Co., a maior siderúrgica da China, mas será válido para todas as siderúrgicas que compram ferro das duas mineradoras. (...)

O aumento é retroativo a 1o de abril. Isso significa que as siderúrgicas que compraram ferro da BHP e Rio Tinto desde essa época terão de pagar a diferença, que provavelmente resultará em bilhões de dólares a mais. (...)

Para a Rio Tinto, a linha dura nas negociações foi importante não apenas para aumentar os lucros, mas também para ajudá-la a se defender da oferta da BHP, ou forçá-la a aumentar o valor para além de 3,4 ações da BHP para cada ação da Rio Tinto. (...)

A Vale fechou um acordo este ano que reajustou o preço do ferro entre 65% e 71%. A BHP e a Rio Tinto rejeitaram-no, argumentando que merecem um pouco mais por causa do frete menor, já que o minério da Austrália está bem mais perto da China do que o da Vale. (...)

Analistas disseram que a diferença entre o preço do acordo anunciado ontem e o acordo da Vale é de US$ 2 bilhões para a Rio Tinto e de metade disso para a BHP. A Rio Tinto está tentando aumentar ainda mais a diferença com um incremento de 14%, ou 30 milhões de toneladas, na produção de minério de ferro deste ano em relação à de 2007.

(Colaboraram Ellen Zhu, de Xangai, e Dana Cimilluca, de Londres)

BHP e Rio Tinto fecham reajustes por minério maiores que o da Vale
Robert Guy Matthews, The Wall Street Journal
24/06/2008
The Wall Street Journal Americas

SEC e brokerage

A Securities and Exchange Commission (SEC to Propose Easing Curbs On Using Foreign Brokerages, Kara Scannell e Jeff D. Opdyke, 26/06/2008, The Wall Street Journal, C1) irá propor que remoção das barreiras existentes para as corretoras estrangeiras. Isso provavelmente tende a diminuir os custos de corretagem em Wall Street. E representa uma tentativa da SEC de enfrentar um mercado cada vez mais sem fronteiras.

24 junho 2008

Rir é o melhor remédio


O jogo de xadrez entre o petróleo e a comida. Fonte: Aqui

Calote do professor

O calote do professor DELÚBIO
Ex-tesoureiro do PT não cumpre decisão judicial, deixa de devolver R$ 164,6 mil ao governo de Goiás e continua empregado, mesmo sem trabalhar

SÉRGIO PARDELLAS
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, um dos principais protagonistas do escândalo do mensalão, está novamente na alça de mira do Ministério Público. Desta vez, ele é acusado de desacatar uma decisão judicial e promover um calote contra o Estado de Goiás. Em maio de 2007, Delúbio foi condenado a devolver R$ 164,6 mil ao governo goiano, mas até agora, passado mais de um ano, não pagou nenhum centavo. O valor se refere aos salários que Delúbio recebeu, segundo a Justiça, de forma irregular, como professor contratado pela Secretaria de Educação. O ex-tesoureiro petista recebia os salários todos os meses, mas não punha os pés na sala de aula. Delúbio foi contratado pelo governo de Goiás em 1974, mas se licenciou diversas vezes sob o argumento de atuar no Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sintego). Na sentença condenatória, o juiz Ari Ferreira de Queiroz, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Goiânia, entendeu que, nos períodos de licença, Delúbio na verdade residia em São Paulo, trabalhava para o PT e não prestava serviços ao sindicato.
Além de não devolver o dinheiro recebido irregularmente, Delúbio continua como funcionário público do Estado de Goiás e permanece longe das salas de aula. "Não é possível que Delúbio, mesmo condenado, não tenha sido demitido", diz o promotor de Soares de Gouvêa, disse que o procedimento administrativo disciplinar contra Delúbio depende de parecer favorável da Procuradoria- Geral do Estado. "A Procuradoria nos comunicou que está fazendo um reexame do processo", disse à ISTOÉ a subchefe da Casa Civil, Avenilma de Lourenço Freitas. O problema é que um procedimento administrativo não pode se sobrepor a uma decisão judicial. Ainda que as medidas internas do governo possam retardar a demissão de Delúbio, elas jamais poderiam impedir o cumprimento da pena imposta: a devolução dos R$ 164,5 mil recebidos ilegalmente.
Para o Ministério Público, os movimentos do petista contra a sua exoneração ocorrem porque ele planeja candidatar- se a deputado federal em 2010. "Sua exoneração a bem do serviço público poderá ser explorada negativamente numa futura campanha política", diz o promotor Krebs. Tanto o ex-tesoureiro do PT quanto seus advogados foram procurados por ISTOÉ, mas não foram encontrados.
Fonte: Aqui

Enviado por Elidna (Edinha), grato

Reputações

As melhores
1) Google
2) Johnson & Johnson
3) Intel
4) General Mills
5) Kraft
6) Berkshire Hathaway
7) 3M
8) Coca-Cola
9) Honda
10) Microsoft

As piores

10) DaimlerChrysler
9) General Motors Corporation
8) ChevronTexaco Corporation
7) Ford
6) Sprint
5) Comcast
4) Exxon
3) Northwest Airlines
2) Citgo
1) Halliburton

As maiores variações:
1) Bank of America
2) Halliburton
3) Wal-Mart
4) Sears
5) Nike

Fonte: Aqui aqui e aqui

Caso Agrenco: responsabilidade de quem?

(...) O único especialista que acompanha a empresa é Luiz Otávio Campos, do Credit Suisse. Em relatório de 15 de maio, o analista recomendou a compra das ações da Agrenco e atribuiu preço-alvo de R$ 19,00. Mesmo depois do noticiário do final de semana, Campos não publicou nenhuma alteração em suas análises. O Credit Suisse coordenou a abertura de capital da empresa, em outubro. Além disso, é acionista do negócio, com uma fatia de quase 7%. Por fim, cerca de 40% dos R$ 666 milhões captados na oferta de ações foram usados para pagar empréstimo feito pelo banco à Agrenco, antes da listagem na bolsa. A instituição não foi a única a assinar a abertura de capital da companhia. Os escritórios Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados e Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados produziram o material da oferta. A KPMG é auditora dos números do balanço da empresa. Além de ter a estréia na bolsa chancelada por instituições renomadas, a companhia conta com José Guimarães Monforte, ex-presidente do conselho do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) como membro independente do conselho de administração da companhia. Foi eleito em agosto de 2007. Diretor comercial irá acumular cargos vagos - Valor Econômico 24/06/2008 - (Colaborou Nelson Niero)

Agrenco: teste do mercado?

(...) Entre as acusações sobre os envolvidos no esquema investigado estão sonegação fiscal, remessa ilegal de dinheiro ao exterior, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva."O problema é que se trata de um cardápio de acusações muito ruim para o mercado", afirma Edison Garcia, superintendente da Associação de Investidores do Mercado de Capitais. Ele acredita que o caso pode gerar cautela adicional por parte dos aplicadores. Além disso, pode afastar investidores que pensavam em colocar dinheiro na bolsa. "O caso terá que ser averiguado em profundidade e, para isso, terão de ser usados todos os procedimentos de regulação e auto-regulação. Que se façam as punições necessárias."

João Batista Fraga, superintendente de relações com empresas da Bovespa, também admite que o impacto para o mercado de capitais brasileiro é negativo. "Acusações desse tipo sempre têm reflexo ruim. Não há como ser diferente."

(...) Até então, a desvalorização era fruto dos problemas de liquidez financeira da companhia. Ao final de março, a empresa tinha dívida de R$ 1,2 bilhão, dos quais mais de 80% venciam em doze meses. Para honrar esses compromissos, contava com um caixa de R$ 52,5 milhões. Para tentar aliviar as dificuldades, planejava uma possível nova emissão de ações, da qual poderia obter cerca de R$ 110 milhões - antes do tombo da sexta-feira.A companhia já estava entre as piores histórias de abertura de capital. O fato de ter sido assessorada por instituições com larga experiência no processo de abertura de capital não impediu que decepcionasse logo na estréia. No primeiro dia, os recibos de ações (BDRs) da companhia caíram 14,23%. Atuaram na coordenação da Agrenco na bolsa o banco Credit Suisse, os escritórios Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados e Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados.

(...) É, porém, de amplo conhecimento que os bancos e escritórios de advocacia também estimularam essa expansão. Bateram na porta de companhias e ofereceram a abertura de capital como um produto: promessa de crescimento e liquidez para parte do patrimônio dos controladores.

No auge das estréias na Bovespa, os investidores começaram a criticar alguns modelos usados pelas novatas. Um dos mecanismos alvo dessas críticas foram os empréstimos fornecidos às empresas pelos bancos que coordenavam as emissões de ações. A Agrenco está justamente entre as companhias que vieram à mercado com essa estrutura. De acordo com o prospecto da oferta de ações, 67,5% da captação na bolsa foi usada para pagar empréstimos e 24,5% para abastecer a empresa de capital de giro - o que já indicava a fragilidade financeira. Dos R$ 425,5 milhões dedicados a honrar as dívidas, mais da metade foi destinado ao Credit Suisse, coordenador da abertura de capital, principal credor da companhia.

(...) Ao iniciar as conversas preliminares sobre a estréia na bolsa, a faixa de preço pensada era de R$ 16 a R$ 21 por ação. Quando efetivamente foi lançada a oferta, esse intervalo foi reduzido para R$ 13 a R$ 17. Mas os BDRs foram vendidos a R$ 10,40. Na sexta-feira, os papéis da Agrenco estavam cotados a R$ 1,25, quando veio a suspensão das transações. (...) (Colaborou Célia de Gouvêa Franco, de São Paulo)

Escândalo da Agrenco testará mercado
23/06/2008
Valor Econômico

Agrenco: Reação da Empresa

SÃO PAULO, 23 de junho de 2008 - A Agrenco informou ao mercado que a prisão de três de seus executivos pela Polícia Federal, na última sexta-feira, causou "surpresa e estranheza". Em comunicado enviado ao mercado, a empresa informa desconhecer a natureza das acusações relativas a estes profissionais ou as razões que motivaram a detenção, visto que a companhia ainda não teve acesso aos autos da investigação. "Porém a Agrenco se compromete a divulgá-las ao mercado tão logo tenha ciência destas", afirma o documento.

AGRONEGÓCIO: Para Agrenco, prisão de executivos é 'surpresa'
23/06/2008 - Gazeta Mercantil News (Tempo Real)

Escândalo da Agrenco

O grupo Agrenco, que abriu seu capital em outubro do ano passado, teve seus principais executivos presos na operação Influenza da Polícia Federal (Executivos de megaexportadora de soja estão entre os presos, Patrícia Cançado , O Estado de São Paulo, 21/06/2008) .

As acusações são de estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e lavagem de ativos.

A partir da constatação de que a empresa recolhia ISS em Itajaí, apesar de não operar no porto de Santa Catarina, chamou a atenção e iniciou as investigações.

Num dos golpes, há indícios de que os três sócios da Agrenco simularam compra de grãos desse produtor e pegaram nota fiscal inidônea. “Em vez de pagar a fatura para o produtor, o dinheiro era dado a um laranja, que distribuía os lucros para todos. O laranja, por acaso, é parente do produtor. Ele recebeu algumas dezenas de milhares de dólares para emprestar a conta bancária”, explica o delegado, que pediu anonimato.
Segundo informações do último balanço financeiro da companhia, a Agrenco é responsável por quase 15% da soja exportada pelo Brasil. Caso as investigações comprovem as operações fictícias, apenas uma parte desse volume realmente foi comprada e vendida.
Os sócios também são acusados de trazer dinheiro de suas contas particulares no exterior para o Brasil por meio de contratos fictícios de prestação de serviços de consultoria. Segundo a PF, as empresas eram criadas para esse fim e desfeitas após a distribuição do dinheiro.( Executivos de megaexportadora de soja estão entre os presos, Patrícia Cançado , O Estado de São Paulo, 21/06/2008)



Conforme normas brasileiras, a empresa Agrenco, que é uma empresa com ações na Bovespa, foi considerada vítima pois os três sócios estariam lesando os outros acionistas.

A conseqüência é que no dia anterior o preço das ações caiu quase 50%, o que determinou a suspensão das negociações.

Para manter a saúde aparente da empresa, os sócios teriam forjado documentos, segundo investigação da PF. No começo do ano, a KPMG, responsável pela auditoria da Agrenco, identificou cerca de 60 irregularidades no balanço, que depois teriam sido sanadas, afirma a polícia. Em 2007, o grupo faturou R$ 3,4 bilhões e teve um prejuízo de R$ 123 milhões. Sua dívida supera R$ 1 bilhão.
A contabilidade da Agrenco é naturalmente complexa. O grupo, criado há 16 anos na França por Iafelice, é formado pela Agrenco do Brasil S.A.; pela Terlogs, que opera o Terminal Marítimo de São Francisco do Sul; por empresas de distribuição na Itália, Reino Unido, Cingapura e Ilha da Madeira, em Portugal; pela Agrenco Argentina; pela Agrenco Shipping and Chartering, do ramo de fretes marítimos; pela Finacom (com sede em Malta), de serviços financeiros. Na Noruega, possui ainda 40% do capital da Danofa, uma das principais processadoras e distribuidoras de soja do norte europeu. ( Executivos de megaexportadora de soja estão entre os presos, Patrícia Cançado , O Estado de São Paulo, 21/06/2008)


Em outro texto (PF prende 24 por crime financeiro, Júlio Castro, 21/06/2008, O Estado de São Paulo) a imprensa detalha mais os problemas da empresa:

Segundo a PF, a organização fazia operações cambiais ilegais, ocultava bens, rendas e movimentações financeiras com a participação de “laranjas”, além de operações comerciais simuladas com o uso de documentos falsos e fraudes em licitações. Há indícios de que a quadrilha corrompia servidores públicos de todas as esferas e níveis para alcançar seus objetivos, notadamente nos portos das cidades catarinenses de São Francisco do Sul e de Itajaí.
A PF apurou a existência de fortes indícios de fraudes em licitações promovidas pelo Porto de Itajaí/SC, como ajuste prévio de vencedora, afastamento irregular das demais concorrentes e superfaturamento dos serviços contratados. Além disso, os presos articulavam-se para praticar crimes contra o mercado acionário, ou seja, adquiriam papéis da empresa Agrenco SA, visando ao lucro indevido. A empresa exporta e importa grãos. As penas previstas para os crimes ultrapassam 50 anos de prisão, além de multas.


Como todo bom escândalo, na véspera a negociação dos papeis da empresa foi anormal:

Segundo um analista, a companhia é alvo de desconfiança há alguns dias. O volume médio de negociações, sempre abaixo de R$1 milhão, chegou a R$13 milhões na segunda-feira. A Bovespa pediu esclarecimentos, e a empresa alegou que a oscilação se deveria à convocação de uma assembléia, em 11 de julho, para discutir a emissão de 25 mil novas ações. No mesmo dia, a produtora de equipamentos Hunter do Brasil pediu a falência de uma subsidiária da Agrenco.
(...) O banco Credit Suisse tem participação de 6,89%. Ontem, no Brasil, ele foi o que mais vendeu ações, num total de R$3,2 milhões.
No ano passado, o banco emprestou US$120 milhões à empresa. Em troca, coordenou o lançamento das ações na Bolsa, quando foram captados R$670 milhões. Na época, recebeu US$10 milhões em dinheiro, além de US$30 milhões em comissão. Além disso, ficou com uma participação acionária na empresa.


(PF prende 24 pessoas por lavagem de dinheiro em SP e Santa Catarina, 21/06/2008, O Globo, p. 34, Adriana Baldissarelli*e Juliana Rangel)

(Veja também a reportagem no Wall Street Journal que mostra a participação do Credit Suisse (aqui)

Abertura de capital no Brasil e o lado perverso

O texto abaixo é de 20 de junho de 2008 e foi publicado no Wall Street Journal Americas. Fala das ofertas públicas no mercado acionário e a decepção com os preços após a oferta inicial.


Febre de aberturas de capital no Brasil tem um lado perverso
Antonio Regalado, The Wall Street Journal, de São Paulo
20 June 2008
The Wall Street Journal Americas

(...) Dois terços dessas companhias têm ações negociadas agora abaixo do preço da oferta pública. E alguns investidores reclamam dos bancos, dizendo que eles adotaram uma abordagem de Velho Oeste, faturando com o frenesi por mercados emergentes ao apressar as ofertas públicas iniciais de companhias que não estavam preparadas para isso. Ao mesmo tempo, dizem os investidores, os bancos adotaram práticas questionáveis, como fazer grandes empréstimos a algumas empresas antes da abertura de capital delas e então receber remunerações extras no dia em que elas chegam ao pregão.
(...) Mesmo nos mercados mais maduros, as ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) sempre foram apostas de risco — afinal, as companhias que captam recursos no mercado aberto pela primeira vez tendem a ser pequenas e com pouca experiência. Tradicionalmente, os investidores eram duplamente cautelosos com operações desse tipo nos mais voláteis mercados emergentes. Como a tolerância dos investidores para risco aumentou nos últimos anos, mais deles estavam dispostos a mergulhar no mundo especialmente arriscado das aberturas de capital de mercados emergentes. Esses países representaram 44% de todo o capital levantado mundialmente com emissões iniciais no ano passado, segundo a firma de pesquisa Dealogic.

Agora, alguns investidores estão lamentando sua ousadia. Mais de 60% das novas ações de 2007 na Índia valem menos do que no dia em que estrearam nas bolsas. Na China, uma das poucas economias emergentes onde ainda há novas emissões, a autoridade do mercado está receosa que investidores pessoa física estejam sendo prejudicados por terem acesso limitado às ações até que elas já tenham subido. O governo começou recentemente a observar as aberturas de capital mais atentamente, estabelecendo inclusive novas regras para apertar a fiscalização sobre bancos. Empresas que recebem uma grande injeção de recursos agora têm de esperar um ano antes de abrir o capital.

(...) As dificuldades que o mercado brasileiro confrontam mostram como um ambiente regulamentar menos rigoroso pode ter ajudado a alimentar a febre. No ano passado, cerca de uma em cada nove companhias que abriram o capital no Brasil o fizeram depois de receber grandes empréstimos dos subscritores que coordenaram suas ofertas públicas. Os empréstimos foram usados para preparar as empresas rapidamente para uma emissão de ações, em alguns casos com a compra de novos ativos. Em troca dos empréstimos, os coordenadores líderes receberam remunerações extras depois da oferta inicial, seja na forma de dinheiro ou de opções de ações.

Esses empréstimos têm o potencial de criar enormes conflitos de interesse. O papel de um subscritor (normalmente um banco) é agir como um intermediário, assessorando uma empresa para definir o preço da oferta e reunindo investidores para a compra dessas ações. Ele então embolsa uma pequena comissão para cada ação que vende. Mas quando um banco tem um interesse maior do que o normal no resultado da oferta — como um grande empréstimo que quer recuperar ou a promessa de ações — especialistas dizem que ele pode definir preços muito altos ou apressar a operação de uma empresa despreparada.

Os bancos “pegaram empresas sem credenciais e lhes deram as credenciais”, diz Octavio Castello Branco, sócio responsável pela assessoria corporativa da gestora Pátria Investimentos.




A partir daqui o texto usa o caso da Agrenco para exemplificar a situação das IPOs no Brasil:

Veja-se o caso da Agrenco LTD., uma empresa de commodities agrícolas cuja ação caiu 78% desde a abertura de capital, em outubro. O Credit Suisse, que é o líder em subscrições de ofertas públicas iniciais no Brasil, levou a Agrenco ao mercado numa transação de R$ 666 milhões. O banco conseguiu investidores e fixou o preço da oferta a R$ 10,40 por ação.

Oito meses antes da operação, o Credit Suisse emprestou à empresa, que já estava bastante endividada, US$ 120 milhões para a construção de duas fábricas esmagadoras de soja e uma unidade de biodiesel, que foram os principais ativos alardeados depois aos investidores.

Em troca do empréstimo, a Agrenco concordou em pagar ao Credit Suisse um bônus em dinheiro de US$ 11,5 milhões e 6,9% de suas ações, caso tivesse uma abertura de capital bem-sucedida. No dia da estréia na bolsa, essas ações acabaram valendo R$ 110 milhões. (O Credit Suisse ainda não vendeu suas ações, que valeriam cerca de R$ 27 milhões hoje.) Além disso, a Agrenco pagou ao banco R$ 30 milhões em comissões de subscrição. Entre a liquidação do empréstimo original, bônus e comissões, a conta da Agrenco chegou a quase 60% do dinheiro que captou na oferta.

“Foi sem dúvida bem caro”, diz o diretor de relações com os investidores da Agrenco, Marco Antônio de Modesti.

Os investidores, por sua vez, ficaram com ações de uma empresa que não cumpriu as expectativas. Mesmo com o salto nos preços dos grãos, o lucro da Agrenco em 2007 ficou em R$ 43 milhões, 50% abaixo do que havia sido prometido. A companhia argumenta que perdeu dinheiro com a disparada do preço do milho, entre outras causas.

O Credit Suisse afirma que em seu papel como financiador e coordenador líder da oferta, não é responsável pelo fraco desempenho da Agrenco. O banco argumenta que, se a Agrenco tivesse esperado para obter um empréstimo mais barato do governo, não teria sido capaz de crescer na mesma velocidade.

Antonio Quintella, presidente do Credit Suisse no Brasil, disse num email que, em transações nas quais o banco emprestou dinheiro a empresas cuja abertura de capital depois coordenou, “os clientes queriam assessoria, financiamento e acesso aos mercados de capitais, todas áreas nas quais somos fortes, e portanto tínhamos a oportunidade de satisfazer todas as necessidades deles em várias frentes”.


A seguir o texto faz um relato de como é a situação nos Estados Unidos:

Nos Estados Unidos, uma série de regras limita a capacidade de um banco de fazer um grande empréstimo a uma empresa e depois subscrever a oferta pública inicial desta. Por exemplo, se uma companhia usa mais de 10% do dinheiro que capta com a venda de ações para pagar um empréstimo a seu subscritor, um subscritor independente tem de ser trazido à mesa para determinar se o preço da oferta foi definido corretamente.

Os bancos de investimento nos EUA tampouco podem cobrar comissões de mais de 9% do valor total de uma oferta. Isso inclui comissões de subscrição, prêmios em ações e quaisquer outras remunerações especiais relacionadas a um empréstimo recente.
Essa supervisão independente da definição do preço de uma oferta não é exigida no Brasil, nem há limites para os bancos. Autoridades de mercado dizem que o único requerimento é que os prospectos ofereçam a informação completa sobre empréstimos e pagamentos especiais.



A questão, para o Journal, diz respeito aos empréstimos captados antes da abertura de capital:

No Brasil, empresas que receberam grandes empréstimos antes da abertura de capital tiveram desempenho bem inferior ao de outras ações em ofertas iniciais. Essas ações caíram cerca de 52%, em média, desde seu lançamento.

O UBS, que concorre ferozmente com o Credit Suisse no país, também fez empréstimos para os controladores de empresas que depois levou ao mercado aberto, como o Banco Cruzeiro do Sul. A instituição tinha um patrimônio líquido de R$ 287 milhões antes de estrear na bolsa. Mais de metade daquilo — R$ 150 milhões — vinham de um empréstimo do UBS apenas três meses antes, segundo o prospecto da oferta. A ação do Cruzeiro do Sul caiu 51% desde a emissão, em junho.

O UBS se negou a responder a questões sobre ofertas específicas. Numa declaração por email, informou: “O UBS oferece uma ampla gama de produtos e serviços de assessoramento a nossos clientes. Nosso objetivo principal é determinar soluções mais apropriadas às necessidades dos clientes.”

Fausto Guimarãos, diretor de relações com os investidores do Banco Cruzeiro do Sul, diz que o empréstimo do UBS “teve o efeito de preparar o banco para a abertura de capital e aumentar seu tamanho”. Guimarães diz que a operação foi bem e que até agora os resultados do banco estão “de acordo com as projeções antes da oferta pública”. Ele atribuiu a culpa pelo declínio na ação do banco a uma retração geral do mercado causada pela crise do “subprime” americano.
(Colaboraram James T. Areddy e Romit Guha)

22 junho 2008

Rir é o melhor remédio

Meia idade

=> Você sabe que está chegando à meia-idade quando tudo dói e o que não dói não funciona.
=> Meia-idade é quando sua idade começa a aparecer na cintura!.
=> Meia-idade é quando seu médico lhe recomenda exercício ao ar-livre e você pega o carro e sai guiando com a janela aberta.
=> Na meia-idade, jantares a luz de velas não são mais românticos porque não se consegue ler o cardápio.
=> Meia-idade é quando em vez de pentear os cabelos você começa a "arrumar" os que sobram.
=> Infância: época da vida em que fazemos caretas para o espelho. Meia-idade: a época da vida em que o espelho se vinga.
=> Há três períodos na vida: infância, juventude e "você está com uma aparência esplêndida".
=> Você sabe que está na meia-idade quando tudo aquilo que a Mãe Natureza te deu
o Pai Tempo começa levar embora.
=> Meia-idade é quando paramos de criticar a geração mais velha e começamos a criticar a mais nova.
=> Meia-idade é quando sabemos todas as respostas e ninguém nos pergunta nada.

Enviado por Matias (grato)

21 junho 2008

Montadoras em dificuldades

Chryler - A agência Moody's mudou a perspectiva de "estável" para "negativa".

"Durante o mês de maio, esta mudança na demanda do consumidor destacou os desafios de competitividade que a Chrysler enfrenta: a participação geral da companhia no mercado de veículos leves caiu para 10,7%, de 12,7% na comparação anual, em grande medida devido a erosão na posição de sua carteira de carros e declínio nos embarques de frota. Conforme a demanda do consumidor muda dos caminhões e SUVs para os carros, a participação da Chrysler no segmento carros caiu de 8,8% para 5,7%. Em contraste, a participação da companhia no mercado em contração de caminhões leves e SUVs aumentou modestamente de 16,9% para 17,6%. Enquanto o mercado geral dos EUA tenha um mix carros/caminhões de aproximadamente 60/40, o mix carros/caminhões da Chrysler estava ao redor de 32/68. Além disso, considerando o lançamento de 2008 da nova pickup Dodge Ram - tradicionalmente um veículo de alta rentabilidade para a Chrysler - a habilidade da companhia em competir com as mudanças em andamento na demanda do consumidor vão se mostrar desafiadoras", disse a agência. As informações são da Dow Jones. (Suzi Katzumata)


Moody's Revisa Perspectiva Da Chrysler Para Negativa - 20 Junho 2008
DJ em Portuguese

Ford

A agência Moody's revisou a perspectiva de "estável" para "negativa".

A agência observou que, como resultado, da deterioração dos fundamentos do mercado, a Ford anunciou mais cedo que: seu desempenho em 2008 será pior do que de 2007, quando teve um prejuízo pré-impostos de US$ 1,8 bilhão, excluindo Jaguar e Land Rover e itens especiais; a Ford Credit vai incorrer em um prejuízo operacional pré-impostos em 2008; é improvável que a companhia alcance um equilíbrio financeiro durante 2009; e o ritmo de dois anos de "cash burn" (capital consumido pela companhia) para 2008 e 2009 vai exceder o nível estimado anteriormente de US$ 12 bilhões a US$ 14 bilhões.

"A perspectiva negativa para a Ford Credit reflete os negócios e conexões com a Ford e o impacto do declínio dos valores dos veículos usados (em particular caminhões e utilitários SUV) na qualidade de ativo da companhia. Espera-se que este declínio nos valores dos veículos usados venha a resultar em custos de crédito mais altos e despesas de depreciação adicional na Ford Credit, pressionando o resultado operacional. A Ford Credit espera reportar um prejuízo pré-impostos em 2008, excluindo qualquer pagamento potencial relacionado ao acordo de manutenção de lucro da Ford", diz a agência. Contudo, a agência avalia que a Ford Credit possui recursos adequados para honrar suas demandas de caixa no curto prazo. As informações são da Dow Jones. (Suzi Katzumata)


Moody's Revisa Perspectiva Do Rating Da Ford Para Negativa
DJ em Portuguese

GM

A General Motors Corp. suspendeu o desenvolvimento de quase todos os veículos programados para os Estados Unidos nos próximos 18 a 24 meses, para reavaliar se a nova linha atende à demanda numa era de combustível bem mais caro, segundo pessoas a par da questão.

Uma das medidas, a de cancelar a nova geração de picapes e utilitários esportivos, é considerada sintomática de como as modificações na montadora podem ser drásticas. “Eu nunca vi uma mudança tão grande e tão rápida no planejamento dos ciclos de uma empresa deste tamanho”, disse um executivo de um importante fornecedor da GM.

A GM estuda lançar uma picape derivada de um carro de passeio que possa representar uma alternativa às picapes maiores e busca meios de prolongar o ciclo da atual linha de picapes grandes e utilitários em pelo menos três a quatro anos, disseram pessoas que foram informadas sobre o plano. Além disso, a GM está buscando em suas operações asiáticas — como Coréia do Sul e China — carros pequenos que possam ser transportados para os EUA ou eventualmente produzidos no país, para atender à demanda crescente por carros com consumo menor de combustível.

A montadora também tem estudado mais como expandir rapidamente a sua oferta de carros elétricos, que planeja lançar no fim de 2010. “É como agarrar o volante e dar uma guinada à esquerda”, disse um executivo de uma fornecedora que foi informado sobre os planos da empresa.

A mudança de estratégia começou a tomar forma umas duas semanas atrás, na mesma época em que Frederick Henderson foi escolhido pelo conselho para ser o diretor operacional. Henderson e seu porta-voz não responderam a pedidos de entrevista.

Juntamente com seu chefe, o diretor-presidente Rick Wagoner, Henderson está apostando alto que o mercado americano continuará a preferir carros de consumo menor.

GM reavalia todo plano de veículos para os EUA
John D. Stoll, The Wall Street Journal, de Detroit
20/06/2008

20 junho 2008

Rir é o melhor remédio

A prova de que o cinto de segurança protege você

Links

Links

1. Três acusados de fraude na Nortel

2. Banqueiros da UBS condenados

3. India não está pronta para o IFRS

4. Problema de Valor na Bears Stearns

5. Regras de balanços de limitadas podem ser definidas em reunião

Quem manda no petróleo

Alstom


Investigação sobre Alstom foca-se num misterioso Claudio Mendes
David Crawford, Antonio Regalado e David Gauthier-Villars, The Wall Street Journal, de Berlim, São Paulo e Paris
The Wall Street Journal Americas - 19/06/2008

Promotores envolvidos numa investigação de abrangência mundial sobre supostas propinas da gigante francesa da engenharia Alstom SA já começaram a identificar uma rede financeira envolvendo um misterioso intermediário, que pode ter acertado pagamentos para políticos brasileiros em troca de contratos de obras públicas para a empresa.

Investigadores europeus dizem que entre 1998 e 2003 a Alstom usou um homem conhecido como Claudio Mendes — provavelmente um pseudônimo — como o principal canal para supostos pagamentos de propinas no Brasil.

Segundo os promotores, a Alstom transferiu centenas de milhões de dólares a intermediários como Mendes para ganhar contratos na América do Sul e Ásia, através de uma rede clandestina digna de um livro de espionagem.

A Alstom, uma grande fabricante de turbinas elétricas, trens de alta velocidade e vagões de metrô, nega ter feito qualquer coisa errada. Mas há muito em jogo para ela. Se os promotores conseguirem montar um caso contra a empresa, ela pode ser obrigada a pagar multas pesadas ou até ser banida de participar de licitações públicas em mercados de rápido crescimento, como o Brasil.

(...) Mas documentos apreendidos pelas autoridades e aos quais o Wall Street Journal teve acesso mostram que a rede empregada pela Alstom para pagar consultores independentes no Brasil era administrada por integrantes do alto escalão da empresa, em Paris. Promotores também dizem que o esquema, que transferia recursos através de empresas fantasma e contas em bancos suíços, servia para apagar os indícios de participação da Alstom no pagamento das propinas.

(...) Nos dois casos, os investigadores acreditam que as empresas violaram até as próprias leis de suborno da Europa, relativamente brandas. Até uns dez anos atrás, muitos países europeus permitiam não só que as empresas pagassem “comissões” a autoridades estrangeiras, como também as descontassem do imposto. A Alemanha proibiu a prática em 1999 e a França em 2000. (...)

Num memorando posterior, Bernard Metz, executivo da Alstom em Paris, explicou que Mendes era íntimo do então governador Mário Covas e podia agilizar as coisas. Metz, já falecido, reproduziu a promessa de Mendes de que poderia obter o apoio do “partido político no poder” do estado, na época o PSDB, do “gabinete do Tribunal de Contas” e “da Secretaria de Energia” em troca de uma comissão de 7,5% do valor do contrato, segundo o memorando.

Mais baixa no Citigroup


Citigroup deve registrar novas reduções em valores de ativos no 2º trimestre
FolhaNews - 19/06/2008

O diretor-financeiro do gigante americano Citigroup, Gary Crittenden, disse nesta quinta-feira que o banco deve registrar reduções "substanciais" nos valores de ativos ligados a hipotecas de risco (chamadas de "subprime") e que os custos das linhas de crédito ao consumidor podem "continuar a aumentar ao longo do ano.

"Continuaremos a ter adendos adicionais substanciais em nossa exposição aos "subprime´ neste trimestre", disse. Segundo Crittenden, o Citigroup irá fazer reservas de capital maiores que as que fez no primeiro trimestre para cobrir as eventuais perdas com esses ativos.

(...) Desde o início da crise, no ano passado, o Citigroup já registrou mais de US$ 40 bilhões em perdas com créditos de risco e reduções de valor em ativos --como os CDOs (collateralized debt obligations, títulos de dívida lastreados em outros ativos).(...)