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05 janeiro 2019

Resenha: série O Homem do Castelo Alto


O Homem No Castelo Alto é uma série do Prime Vídeo, da Amazon. A obra envolve realidade adaptada e mostra o mundo caso os nazistas tivessem ganhado a 2ª guerra mundial. A inspiração veio do livro de Philip K. Dick, também responsável por Minority Report e O Vingador do Futuro. O encarregado pela adaptação é ninguém menos que Ridley Scott, o diretor e produtor britânico por trás de Alien, Blade Runner, Gladiador, Perdido em Marte, e também da série The Good Wife.

Eu demorei para começar a assistir porque achei uma premissa um pouco pesada. E realmente é! É por um lado um pouco pesada, mas também é criativa, inteligente e tão bem-feita que vale o sacrifício. Há uma mistura de ficção histórica, com ficção científica, distopia e romance.

A história se passa 15 anos após as Potências do Eixo derrotarem os Aliados na Segunda Guerra Mundial. A Costa Leste dos Estados Unidos está sob o controle da Alemanha, enquanto a Oeste foi cedida aos japoneses. Entre as duas há uma zona neutra.

A saga traz uma espécie de Guerra Fria entre os dois vencedores, com direito a espiões, uma resistência e rolos de filmes que mostram versões diferentes para o fim da guerra, produzidos por um tal de homem do castelo alto.

Vale a pena? Sim, caso você goste do gênero. Atualmente já é uma série premiada e está com 8,1 na classificação IMDb.

28 dezembro 2018

Resenha: a maravilhosa sra. Maisel

A série Maravilhosa Senhora Maisel foi uma das que mais gostei neste ano. Ela está disponível no Amazon Prime Vídeo, que já resenhamos, mas acredito estar melhorando a cada dia mais.

Ela gira em torno de Miriam Midge Maisel, que parece ter tudo o que uma vida perfeita precisa, para a época: um marido, dois filhos e um apartamento em Manhattan. Mas o marido a deixa pela secretária, ela fica bêbada e, inconformada, acaba fazendo as reclamações em alto e bom tom, em um bar que tem como atrativo dar espaço para que as pessoas apresentem os seus talentos. E mais ou menos assim se deu início a sua vida de comediante stand up. Há um grande porém: isso não é o que é esperado dela.

A série, de forma descontraída, demonstra um pouco da força feminina em um tempo em que a meta das mulheres era se casar. Há inclusive uma cena muito interessante na segunda temporada, em que algumas alunas que estudam artes são questionadas sobre os seus planos futuros. Algumas querem lecionar... Mas é ressaltado o fato de que na faculdade em que estudam, não há professores que não sejam homens. Outras querem apenas achar um bom marido, mas também é levantada a questão de naquele curso só haver mulheres. Isso dá início a um certo tumulto pois algumas alunas querem cancelar o curso, por falta de perspectivas futuras, e outras querem mudar para a faculdade de negócios, onde há muitos homens e potenciais maridos.

Vale a pena? Sim. É divertida, inteligente e os personagens são ótimos. A produção é por conta de Amy Sherman-Palladino, que também foi responsável por Gilmore Girls. A atriz principal, Rachel Brosnahan, está fenomenal no papel.


18 abril 2018

Resenha: Mindset - A Nova Psicologia Do Sucesso

“A opinião que você adota a respeito de si mesmo afeta profundamente a maneira pelo qual leva a sua vida.”

O livro “Mindset – A Nova Psicologia do Sucesso”, escrito pela Carol S. Dweck, fala sobre dois diferentes tipos de mindset: o fixo e o de crescimento. De uma forma muito simplificada: o primeiro se relaciona a crença de que as qualidades humanas são “esculpidas em pedra”. Assim, ou você é inteligente, ou não é. Aqui não foram considerados o esforço, o erro e a perseverança.

Já o mindset de crescimento diz que as qualidades humanas, tais como a habilidade intelectual, podem ser cultivadas. Embora sejamos diferentes em diversos aspectos, cada um de nós é capaz de se desenvolver por meio do esforço e da experiência.
Fonte: Aqui

Uma amiga me indicou esta obra, que me engrandeceu. A ideia é muito simples e até meio óbvia: as pessoas não começam a vida com as suas habilidades. O problema é que muitos acreditam que não podem mudar, ou melhorar após certo nível.

O livro é interessante e descreve pesquisas acadêmicas de forma acessível. Mas como vários livros dessa linha, em certo ponto fica meio repetitivo. Eu recomendo que do capítulo 4 ao 7, você escolha o que te interessar, como esportes ou negócios, por exemplo.

Outro ponto negativo e que observo muito nesse tipo de livro é que para que a pesquisa acadêmica fique, de certa forma, interessante o suficiente para se tornar um best-seller, há certo exagero para destacar as conclusões e há muita simplificação para mostrar o ponto que desejam. Até por isso fica novamente a dica de escolher alguns capítulos ao invés de desistir de vez da obra.

Vale a pena? Sim, especialmente para pais e educadores. É bom ensinar e até se lembrar constantemente que as nossas qualidades podem ser melhoradas e também que podemos adquirir algumas novas. Há muito poder em saber que as pessoas podem se transformar, se assim escolherem.
Mas uma dica é esperar as promoções da Amazon, caso você goste de e-book, porque de R$ 24, o livro geralmente vai para menos de R$10.

23 fevereiro 2018

Resenha: O Ódio Que Você Semeia

Fonte: Aqui
As resenhas são publicadas às quartas, mas vou antecipar esta na vibe Seven Seconds que está no Netflix (só assisti o trailer – que me lembrou desta resenha incompleta – e, por isso, cá estou), hoje quero falar sobre o livro “O Ódio Que Você Semeia” da Angie Thomas. Eu o li no fim do ano passado e, para mim, foi sem dúvida nenhuma a melhor obra do ano. Muitos concordam, já que o livro ganhou diversos prêmios em 2017, incluindo Melhor Estreia e Melhor Ficção Young Adult.

A história foi inspirada pelo movimento “Black Lives Matter” (As Vidas Negras Importam) que ocorreu em 2014 após muitos jovens negros morrerem injustamente nas mãos de policiais e narra a vida de Starr Carter, uma adolescente de 16 anos que presenciou a morte de um amigo. A trama mostra dois lados da vida de Starr: um em seu bairro pobre, periférico e negro; outro em sua escola cara, rica e com colegas brancos.

O balanço entre os mundos é quebrado quando ela presencia Khalil, um amigo de infância, ser baleado por um policial. A notícia se tornou manchete e muitos julgaram o jovem como sendo traficante ou membro de uma gangue. Há protestos tomando as ruas em defesa de Khalil. Policiais e o chefe do tráfico tentam intimidar Starr... Mas o que todo mundo quer saber é: o que aconteceu naquela noite? O que ela responder pode afetar a comunidade dela e até arriscar a própria vida. O que você faria?

Eu traduzi aqui um pouco da sinopse, mas não há palavras que resumam com qualidade o poder desta obra. O que mais me impressionou foi a capacidade da autora em nos fazer sentir, em nos envolver com a história. Eu vi ali muitas coisas sobre racismo que eu realmente nem imaginava e gostaria que mais pessoas tivessem a oportunidade de entender. E é tudo contado de uma forma que me pareceu muito harmônica e bela para uma situação trágica. Eu virei uma fã da autora e aguardo ansiosamente pelo seu próximo livro.

Eu li alguém perguntando em um fórum se este é o tipo de livro que capitaliza em cima de problemas sociais, políticos ou raciais e este não é o caso. Apesar dos três serem tópicos que merecem atenção, como foi bem lembrado por quem respondeu essa questão, não há o sentimento de militância ou superioridade. Existem livros que ensinam coisas importantes... existem livros que você começa a ler e só consegue parar quando termina... e O Ódio Que Você Semeia é os dois.

A obra será adaptada para o cinema, com a atuação da Amandla Stenberg (The Hunger Games, Tudo E Todas As Coisas).

Vale a pena: Sim. E espero que um dia seja leitura obrigatória nas escolas. Eu definitivamente não fiz jus ao livro, mas espero que a indicação valha para instigar a leitura porque é realmente um tema importante e foi escrito por Angie Thomas da melhor forma possível.

05 julho 2017

Resenha: Secrets and Lies

Secrets and Lies é uma série investigativa – a única personagem comum a todas as temporadas é a detetive Andrea Cornell (Juliette Lewis).

Na primeira temporada um pai de família encontra o corpo de um menino que foi assassinado. A detetive começa a investigar a vizinhança e cada mentirinha que uma pessoa conta pra outra vai sendo analisada. 

Na segunda temporada Eric Warner (Michael Early) é um homem bem formado e recém-casado, mas em uma festa para comemorar a aposentadoria de seu pai, sua esposa, Kate, é assassinada. Nesta temporada a investigação ocorre principalmente entre membros da empresa de capital privado da família Warner. Fiquei com a impressão que Kate era contadora, porém as formações não são detalhadas...

Não é uma série tipo CSI, que foca detalhes da cena do crime, mas sim algo mais inspirado nos romances de Agatha Christie. É o famoso “quem foi?”


Vale a pena? Sim, se você gosta de séries policiais e não tem outra série para ver agora. São 10 episódios por temporada, dá pra ver rapidinho e não há muita enrolação... Por outro lado você não vai encontrar encenações dignas das telas de cinema ou pistas que te ajudem a saber antes do tempo quem é o criminoso. 



... esse personagem não sabe o que diz...

Infelizmente a série foi cancelada e só teremos essas duas temporadas... :/

27 julho 2016

Resenha: Superprevisões

O livro Superprevisões (Tetlock e Gardner, Objetiva, 2016) tem como subtítulo "a arte e a ciência de antecipar o futuro". Talvez o título mais adequado, mas menos vendável, fosse Superprevisores. O livro trata de um projeto conduzido por Tetlock há anos denominado Good Judment Project que tenta descobrir os mistérios da previsão. (Este blogueiro chegou a participar durante alguns meses deste projeto)

O livro é um apanhado didático do que já se conhece hoje sobre os mecanismos da previsão. É uma obra bastante crítica dos gurus, como Tom Friedman, afirmando que estes especialistas não são propositalmente claros nas suas projeções. Quando o são, erram muito. Lançando desafios de previsão objetivos e bem específicos, o Good Judment Project conseguiu descobrir que algumas pessoas acertam mais do que a média nas previsões. São pessoas inteligentes, que gostam de descobrir novidades, que ajustam suas previsões constantemente, cautelosos, humildes, probabilísticos, de mente aberta, reflexivos, matematicamente dotados, pragmáticos e determinados. As características do bom previsor está nas páginas 185 e 186 (não no final do livro).

Por ter sido escrito em conjunto com Gardner, um jornalista, a obra é profunda, mas bastante acessível. As citações acadêmicas foram levadas para o rodapé da obra, o que facilita a leitura.

Na discussão sobre preditores, os autores comentam sobre equipes, lideranças, diagnósticos e erros. O livro difunde uma forma bem interessante de medir o erro de previsão, o índice de Brier. Mas sobretudo enfatizam a grande dificuldade de fazer previsões: mesmo o superprevisor erra muito.

Vale a pena? - para quem gosta de fazer previsões e deseja melhorar seus acertos, para aqueles que acreditam nas obras que falam do futuro e aos que defendem o uso de previsão na contabilidade, esta obra deveria ser objeto de leitura obrigatória. O livro é didático, sem deixar de ser preciso. Como um bom livro de divulgação científica.

16 julho 2016

Resenha: Vies Otimista

O Vies Otimista é um livro da cientista Tali Sharot. Com onze capítulos e 334 páginas, a obra pretende discutir as consequências das pessoas serem otimistas. São mesmo?

Um teste simples mostra isto: pergunte a um grande grupo de pessoas quantas acreditam que são melhores motoristas do que a média da população. De uma maneira geral, de 70 a 80% das pessoas irão responder que são melhores motoristas. Isto não faz sentido, já que provavelmente metade de nós deveria pensar que somos piores no volante que a média e somente a metade que seriam melhores. Mas as pessoas geralmente acreditam que nas habilidades na direção. Somos otimistas por natureza.

O livro mostra as consequências, para o bem e para o mal, deste vies. Mas será que tem fôlego para explorar em 334 páginas este assunto? Apesar de reconhecer a importância do tema e da qualidade científica de Sharot, a minha resposta é não. O grande problema da obra é que este deveria ser um livro de divulgação científica, mas em diversos trechos lembra mais um livro técnico. A obra não consegue transitar entre os exemplos diários e didáticos e o tratamento mais científico. Fica a impressão que faltou um ghost-writer que ajudasse nesta tarefa. Alguém como Dubner no Freakonomics ou Gardner para Superprevisores. Além disto, não existe uma discussão adequada sobre como mensurar o otimismo.

Quando o leitor tem a vontade de pular páginas (e faz isto) é um sinal que obra não consegue atrair sua atenção.

Vale a Pena? Se você não estiver pesquisando sobre o assunto minha sugestão é ler obras mais agradáveis, como os livros de Dan Ariely.

SHAROT, Tali. O Vies Otimista. Rocco, 2015.

Evidenciação: o livro foi adquirido com recursos do blogueiro. 

30 março 2016

Resenha: House of Cards

House of Cards é um drama político vencedor do Golden Globe. A série foi baseada na homônima minissérie da BBC que, por sua vez, foi inspirada pelo livro do político britânico Michael Dobbs.

Um trecho do livro (que, salvo engano, foi utilizada como fala na série) dá o exato tom de House of Cards:

“Política requer sacrifícios. Sacrifícios dos outros, óbvio. Qualquer coisa que um homem atinja ao se sacrificar pelo seu país pode ser alcançada permitindo que outros se sacrifiquem antes. Oportunidade, como diz a minha esposa, é tudo.”

Agendas a serem resolvidas, pessoas a serem eliminadas, políticos a serem criados ou descarrilados, repórteres para esmagar... Essa é parte da trama de House of Cards que foi a primeira série original da Netflix e eles estrearam com estilo, objetivando criar e solidificar a marca. Investiram em um roteiro bem construído, atores de primeira linha, produtores e diretores aclamados pelo público, visando criar uma programação digna de prêmios. Atualmente, é comum ouvir que a Netflix eclipsou o cinema.

O presidente Barack Obama já publicou no Twitter que acompanha a série e pede, por favor, que não compartilhem spoilers.
Resumindo, sem spoilers: quando não recebe o cargo de Secretário de Estado, como previamente prometido pelo presidente dos Estados Unidos, o representante da “Minority Whip Rep”, Frank Underwood, se dedica a um esquema de proporções maquiavélicas contra o presidente. Claire é a esposa que aparenta ser um anjo, mas é o par perfeito para Frank. Doug é o seu braço direito que se esforça até demais para ajudar a por em prática as ideias do chefe. Zoe Barnes é a jornalista extremamente sedenta pelo seu espaço e, com isso, se alia a Frank e divulga notícias exclusivas, mas com o toque exato que ele quer, o tom manipulativo que fará com que seus planos funcionem. Frank é o principal, mas há uma engrenagem de pessoas e profissionais que trabalham em sincronia para que as coisas caminhem a favor de Frank Underwood.

Importante salientar que, para que haja empatia do público com Frank, há a chamada “quebra da quarta parede”. Essa é a mesma técnica utilizada em “Curtindo a Vida Adoidado”, quando o personagem fala diretamente com o público como se ninguém fosse perceber e fosse perfeitamente normal. Estilo "somos amigões então deixa eu te contar...". Então no meio de um esquema, Frank olha para você e diz: “Esta vendo? É assim que o ser humano funciona”.

Quebra da quarta parede
A série vem sido bastante comentada pela quarta temporada ter sido disponibilizada recentemente, no início de março (a quinta só virá em 2017) e pela semelhança com a política brasileira. Frente aos escândalos políticos recentes, os atores inclusive foram abordados para discutir a política brasileira (como “grandes conhecedores” do assunto). A Netfliz produz um ótimo conteúdo e merece todos os elogios, mas certamente a série fez ainda mais sucesso após as comparações com o Brasil.

Eu sou Isabel Sales, viciada anônima em séries. E quando a Netflix lança programas (Fuller House sendo uma exceção merecida) eu espero o acúmulo de algumas temporadas para começar a assistir... então só comecei a assistir House of Cards recentemente. Talvez pelo clima político eu não tenha gostado tanto. Não achei uma série ruim. Os atores são excelentes e o roteiro também (assim como direção, produção e etc). Mas não me animou... Inclusive eu fiquei tão pra baixo que voltei a assistir Full House (a original, com início nos anos 1980) por ser basicamente família e abraços. Um antídoto para a corrupção e mentiras em excesso! Mas eu sou assim mesmo... Eu demorei a “aceitar” Mad Men" e quando voltei a assistir, anos depois, e o fiz do início ao fim, achei uma série fantástica.

Vale a pena? Acho que sim. Mas depende do seu humor... Há violência,sexo e drogas então não é exatamente uma série para se assistir com a família. Pode ser ofensiva a algumas pessoas mais sensíveis. Enfim... fala sobre corrupção, manipulação midiática... e como os americanos dizem: “hits too close to home”.

Outras séries sobre política e Washington: The West Wing (é a mais parecida com House of Cards e é menos forte), Veep (uma comédia indicada a vários prêmios), Scandal (drama criado pela Shonda Rhimes, responsável por How To Get Away With Murder e Grey’s Anatomy), parte de The Good Wife (a série se divide entre direito e política) e 1600 Penn (não conheço, fico devendo).

Disclosure: Infelizmente não temos qualquer associação com a Netflix e a resenha não é patrocinada. Pago a mensalidade, como uma boa viciada cidadã.

16 março 2016

Resenha: Yes Please


Yes Please é um livro da comediante Amy Poehler que se consagrou nos programas Saturday Night Live (SNL) e Parks and Recreation, mas não é um livro de comédia. Nele você lerá histórias desde o início da carreira dela como comediante até a chegada ao SNL, a tentativa de ser uma “pessoa normal”, as preocupações que tem como mãe de dois meninos, as aleatoriedades que se passam em sua cabeça e criativas preocupações com inteligência artificial. É engraçado e a cara da comediante. Ninguém pode acusá-la de ter utilizado um ghost writer!

É difícil avaliar este livro, pois ele não tem uma característica específica que o define. Os gêneros utilizados variam de biografia e memória a autoajuda! E ela realmente é engraçada e traz pensamentos sobre sermos melhores e mais solidários. Frequentemente sofremos por coisas que não merecem a energia que empregamos.

O título do livro se refere a uma regra de improviso que diz que você sempre deve aceitar a situação que lhe é colocada e acrescentar algo a ela – “Sim, e...”. Essa também é uma boa regra para a vida, mas Poehler acrescenta o “por favor” para que haja educação e cuidado.

Nunca é agir muito emocionalmente
pedir o que você quer e precisa
Ela fala sobre ser mulher. Sobre não pedir desculpas por isso. Sobre não se apegar ao que esperam de nós -- como dar abraços, sorrir e ser educada. Ela fala sobre medos e forças A parte mais memorável dá dicas de como agir se alguém esta sendo grosso com você, abusando o poder, faltando com respeito: você deve chamar a atenção dele de uma forma óbvia. Diga: eu não sei por que você está sendo rude já que você é o recepcionista e essa é a parte do dia em que o recepcionista me ajuda. Você deve agir como se ele fosse um ator que esqueceu o papel que está representando. Além de fazer com que a atenção fique voltada para a pessoa, você tem um momento para se acalmar e não fazer algo bobo, tipo cair no choro ou quebrar os óculos estúpidos daquela pessoa.

Penso que se você consegue dançar
e ser livre e não envergonhada,
você pode comandar o mundo
É difícil publicar um livro assim após a fantástica obra da Tina Fey e talvez isso tenha me influenciado a não dar as cinco estrelas para a obra. Talvez umas três Também ouvi o livro da Rachel Dratch, da mesma safra SNL que Fey e Poehler. Os três são bons. Mas aqui fica a dica: ouça os audiolivros ao invés de ler os livros (tanto Fey quanto Poehler ganharam um audie). Como são narrados pelas autoras, que são atrizes e comediantes, fica melhor que o que está escrito no papel. Poehler ainda ousa em seu ebook ao chamar seus pais para participarem, ter um dos capítulos gravados em uma leitura pública do livro (antes do lançamento), além de contar com a participação de diversos amigos e celebridades, como Seth Meyers, Carol Burnett e até Patrick Stewart!

Vale a pena? Sim, se você gosta da atriz e do tipo de comédia que ela retrata. Se você tem certa intolerância para piadas inadequadas, este livro não é para você. Até o mais liberal vai ficar alerta em alguns momentos da narração. Se você é um fã inveterado do Saturday Night Live, compre sem pestanejar.

09 março 2016

Resenha: Esquentando a Relação

Jordan Abrams é um contador de Winnipeg, Canadá. Planejando pedir sua namorada, Rachel, em casamento, ele decide ir para Toronto. Ela não aceita. Sem poder esquecê-la, Jordan acaba exagerando na bebida e é jogado para fora de um clube de stripper. Uma das funcionárias, Julia (fotografia), tem pena e o deixa dormir em seu sofá. No dia seguinte, Jordan fica sabendo que Julia é boa no que faz, mas não tem nenhum controle financeiro; Julia percebe que Jordan é um ótimo gestor financeiro. Um pacto é feito entre eles: Julia ensina Jordan e Jordan ensina Julia.


Esta é trama deste filme canadense de 2012. Com uma nota de 6,1 no IMDB, o filme Esquentando a Relação certamente não é uma obra de arte. O fim é previsível... Mas é uma comédia e romance legalzinho. Em razão da sua temática, não é indicado para assistir com a família, mas é bem melhor que muito filme oscarável que tem por aí.

Vale a pena? Para quem gosta de finanças pessoais e de contabilidade é uma boa dica para um fim de noite. Mas não espere muito. Assista sem compromisso.

17 fevereiro 2016

Resenha: Caixa de Pássaros

O forte do livro é o suspense da “porta fechada”. Hitchcock, o mestre dos filmes de suspense, diz que não há nada mais assustador que uma porta fechada e este livro é um belo exemplo ilustrativo. Há um problema começando a ocorrer na Terra, ninguém sabe exatamente o que é, mas mata. Mais particularmente, você se mata. E é algo relacionado à visão. A solução? Tapar as janelas e trancar as portas, só sair de casa vendado. E assim segue a história...

Você sobreviveria? Conseguiria ficar vendado o tempo todo e não ver o por do sol e muito menos dar “só uma espiadela” para ver do que se trata o caos ocorrendo ao seu redor? Eu não sei se eu conseguiria, mas um dos momentos em que me delicio com livros apocalípticos é a caça a medicamentos e mantimentos por prédios vazios.

Eu acho difícil largar um livro e ir dormir, por isso sempre cuido muito bem dos horários em que leio. Dessa vez tive que conscientemente e calmamente guardar o livro e ir fazer outras coisas, pois eu suspeitava uma possível pala de medo paranoico no meio da noite... Mas continue no outro dia, feliz e contente (e com a luz do sol) e tudo ficou bem.

Esta é uma leitura genuinamente tensa e aterrorizante. Essa é uma história fantástica que foca a arrepiante violência primitiva, instintos de sobrevivência e curiosidade, mantendo-se em um bom nível para a apreciação dos fãs de terror psicológico.

Detalhe: é um livro de estréia do autor! E os direitos para o filme já foram vendidos.

Vale à pena: Sim, para quem quer testar seu medo do desconhecido. Já se você é um pouco mais sensível a descrição de cenas violentas, não leia.

MALORMAN, Josh. Caixa de Pássaros 272 p. Intrínseca, 2015.

Evidenciação: Livro adquirido com recursos particulares, sem ligações com os escritores ou a editora.

10 fevereiro 2016

Resenha: Audible

Uma ótima opção para quem quer ler mais são os audiolivros. Você compra um cd ou um mp4 do livro e pode ouvir em qualquer lugar. Há ainda a opção de aumentar a velocidade da narração, ou de diminuir. Quando você volta para o programa, ele recomeça de onde você parou. Em alguns casos há, inclusive, a sincronização entre o ebook e o audiolivro. As possibilidades são incríveis.

Infelizmente a produção nacional ainda é escassa, mas para quem tem um bom ouvido para inglês recomendo o Audible

Audible é uma plataforma de audiolivros desenvolvida pela Amazon. Ao fazer o cadastro, você ganha o primeiro livro de graça e a partir daí pode ser um associado, que recebe descontos nos livros assim como alguns créditos para trocar por livros, ou pode comprar o livro como em uma loja virtual comum. Antes de escolher os livros, ouça a amostra em inglês, pois a narração pode vir com um sotaque que comprometa o entendimento, a voz pode te irritar, além de outras questões que adquirimos com o tempo. Há também o oposto: você gosta tanto de um narrador que começa a procurar livros narrados por ele. (Se você assiste Grey’s Anatomy, há vários livros de literatura young adult narrados pela April Kepner (Sarah Drew)).

O mercado literário leva o audiolivro tão a sério que a data de publicação de uma obra leva em consideração o tempo que leva gravar o áudio também. Imagine o “atraso”! Note a duração de alguns livros: Finding Audrey, o novo livro da Sophie Kinsella, 6h39; The Drunkard’s Walk tem 9h19; o The Hobbit foi dividido em dois arquivos (o que é ruim, pois consome créditos) um com 11h02 e o outro com 6h01 o livro 5 da série As Crônicas de Gelo e Fogo tem 49h. Para gravar, há a participação de narradores, produtores, diretores, etc, além da cabine de gravação e de todo o material acústico. O livro não é narrado como eu leria, mas sim como se eu estivesse contando uma história. É fantástico.

Eu comecei a ouvir por indicação do meu melhor amigo literário e foi um super presente. Eu sou um pouco ansiosa e impaciente então, como uma criança que recebe um picolé para ficar quietinha, o Audible é a minha muleta favorita para enfrentar o trânsito e as filas.

Vale a pena: Sim, especialmente se você é o tipo de pessoa que tenta ler enquanto anda. Ainda, livros narrados pelos próprios autores, como memórias ou biografias, têm um charme extra. A parte que pesa é a cotação do dólar. 

03 fevereiro 2016

Resenha: Experimentos

No início da década de sessenta o cientista social Stanley Milgram recrutou diversas pessoas para um experimento: era solicitado ao indivíduo punir um falso aluno com choques elétricos a cada resposta errada. E quanto mais o aluno errava, mais intensidade tinha o choque. Milgram criou uma situação na qual induzia as pessoas a aplicar um castigo, mesmo sendo uma punição cruel.

Naquele instante, Israel tinha localizado na Argentina o criminoso de guerra Adolf Eichmann, responsável pela execução dos judeus durante a Segunda Guerra. Diante da possibilidade de fuga ou proteção por parte do governo argentino, Israel sequestra Eichman para ser julgado. O julgamento foi controverso e gerou um livro de Arendt denominado Um Relato sobre a Banalidade do Mal.

Arendt teorizou sobre o mal; Milgram mostrou que qualquer ser humano comum seria um Eichman em potencial.

Em suas pesquisas, Milgram demonstrou que sendo “incentivado” por uma autoridade (um cientista, no caso), uma pessoa comum é capaz de dar choques elétricos num desconhecido. Obviamente que Milgram teve o cuidado de não fazer uma tortura real, mas os resultados causaram polêmica e ele foi investigado por comitês de ética e muito criticado.

Milgram foi um dos pioneiros na pesquisa experimental. Trata-se de um ramo da ciência na qual tentamos replicar uma situação do mundo real, para comprovar as teorias. Numa rua movimentada, algumas pessoas, contratadas por Milgram, olham para o céu; as outras pessoas que passam também começam a fazer a mesma coisa, mesmo não existindo nada de anormal acontecendo.

Em outra pesquisa muito relevante para os dias de hoje, Milgram deixou correspondências espalhadas por diversos locais com a recomendação de que quem achasse, tentasse encaminhar para uma pessoa desconhecida, morador de outra cidade. Muitos fizeram a recomendação da pesquisa e Milgram conseguiu rastrear a maneira como as pessoas se esforçaram para entregar a correspondência. Mesmo não conhecendo o destinatário, muitos foram aqueles que atingiram o objetivo. Milgram calculou que em média a correspondência passou entre cinco a seis pessoas antes de chegar ao desconhecido. Este é um número “mágico” que mostra o elo existente entre dois desconhecidos: entre cinco a seis pessoas, independente da distância física existente entre eles. Lembra as redes sociais de hoje.

Vale a pena? O filme é a descrição da vida e obra de Stanley Milgram. É muito didático e destaca os principais feitos do psicólogo. Talvez não seja uma obra de arte (a nota no IMDB é somente 6,6), mas consegue mostrar, sem muita violência, as suas principais realizações. Para quem deseja conhecer um pouco sobre o método experimento ou sobre rede social ou sobre a origem do mal é muito indicado. Com Peter Sarsgaard no papel de Milgram e Winona Ryder como esposa do cientista.

13 janeiro 2016

Resenha 7 Dias no Inferno

Este é um falso documentário e a graça está exatamente aí. O filme trata de uma rivalidade entre dois tenistas profissionais que se encontram num jogo em 2001 que durou sete dias. Andy Samberg (foto, de Brooklin Nine-Nine) é o tenista Aaron Williams e Kit Harington é seu rival, Charles Poole. Mas o engraçado é ver David Copperfield e os tenistas John McEnroe, Chris Evert e Serena Williams falando, como se fosse verdade, dos jogadores.

Vale a Pena? Com menos de cinquenta minutos de duração, o filme é interessante para quem gosta de tênis. Para os demais, é um filme para amar ou odiar. Talvez nem seja isto, mas meramente um filme para esquecer no dia seguinte. Muito mais interessante é ver John McEnroe no CSI New York, por exemplo, quando fez o papel dele mesmo e, ao mesmo, de um artista que ganhava dinheiro sendo McEnroe em festinhas. Ou assistir Wimbledon, uma comédia água com açúcar com Kirsten Dunst e Paul Bettany. Ou Ponto Final, de Woody Allen, com Scarlett Johansson e Jonathan Rhys Meyers, de 2006.Este último, o mais recomendado para quem gosta de um bom filme e não necessariamente de tênis.

06 janeiro 2016

Resenha: Sinatra All or Nothing at All

Este é um documentário de quatro horas de duração sobre o cantor Frank Sinatra. Considerado o maior cantor popular do século XX, Sinatra fez muito sucesso como cantor de orquestra e depois como artista solo. Sinatra soube usar o rádio para tornar-se um sucesso na sua época. A carreira caiu logo após a guerra, mas o cantor persistiu e conseguiu um papel no filme “A Um Passo da Eternidade”, quando ganhou o Oscar. Esta fase da vida é retratada no filme O Poderoso Chefão. Nesta época, Sinatra separou da sua esposa e casou com Ava Gardner. Nos anos sessenta apoia a eleição de Kennedy, mas sentiu-se traído pelo presidente quando resolveu perseguir seus amigos da máfia. Nos anos sessenta casa-se com Mia Farrow, bem mais nova que ele. Em 1971 anuncia sua aposentadoria e faz um show. O documentário está centrado exatamente neste show para contar a história de Sinatra, com destaque para as poucas canções do espetáculo.

O documentário não esconde a amargura do cantor com os Kennedys e destaca o papel do cantor na luta contra o racismo nos Estados Unidos. Deixa claro que o cantor detestava o rock, incluindo Presley. E não esconde seu envolvimento com a máfia, embora tente suavizar a relevância para seu sucesso e carreira. Mostra um Sinatra disposto a aceitar o rock para se ficar nas paradas e fazendo piadas racistas contra seu amigo Sammy Davis Jr.

Diversas pessoas próximas dele falam sobre o cantor. Isto naturalmente tende a dar uma conotação favorável ao cantor.

Vale a pena? Para quem gosta do cantor sem dúvida. Mas fica uma frustação já que o show no Maracanã, para 170 mil pessoas, não é citado. E Jobim aparece rapidamente numa cena, o que é pouco já que Sinatra aproveitou-se da bossa nova.

16 dezembro 2015

Resenha: John Green e Stephanie Perkins

 Se você quiser um livro feliz e fofo, leia Stephanie Perkins. Para ler algo criativo e contemporâneo, procure John Green. Para um excelente fim de ano procure por livros organizados por eles...

Eu sempre fui aquela pessoa chata que espera o fim de ano e, cheia de entusiasmo, assiste séries e filmes natalinos. Então, no ano passado não pude deixar de ler “Deixe a Neve Cair”. A obra apresenta três contos, um por John Green, outro por Maureen Johnson e o terceiro por Lauren Myracle. Basicamente acontece uma nevasca histórica em uma cidadezinha e cada autor escreve sobre uma situação. De forma sincronizada e homogênea, as historias se entrelaçam e se completam, como se não fossem três autores distintos. Fiquei admirada com a organização e talento dos três. Eu achei que era um livro de contos distintos (eu não li a contracapa, só vi que era com o John Green e comprei), mas fiquei satisfeita com a continuidade. Foi um livro com gosto de frio, cobertor, chocolate quente e carinho.

Pouco depois, ganhei em um amigo-secreto “O Presente do Meu Grande Amor” e quase explodi de alegria: aqui você lê Stephanie Perkins, Gayle Forman, Rainbow Rowell e outros escritores fabulosos. Neste livro as histórias são independentes então, como em qualquer outro livro do gênero, você encontra diamantes e zircônias, mas acredito que exatamente por isso seja uma ótima pedida. São ao todo doze contos, não só de natal, mas de outras crenças e gostos também. Esse livro tem sabor de especial de fim de ano, daquele filme que passa todo ano e, comentando que passa todo ano, todo ano assistimos. É confiável e feliz.

Gostaria de ter encontrado similares este ano, não tive a felicidade, mas ainda há tempo!

Vale a pena: Sim, especialmente nesta época do ano. Eu li os dois no fim do ano passado e foi perfeito. E é um bom presente para quem gosta de natal e de livros. 

09 dezembro 2015

Resenha: Toda Luz Que Não Podemos Ver


Toda Luz Que Não Podemos Ver, de Anthony Doerr, é o livro vencedor do prêmio Pulitzer 2015 na categoria ficção. A obra conta a história de duas crianças e como, em certo ponto, a Segunda Guerra Mundial invadiu a vida delas. Uma é francesa, a outra alemã.

Marie-Laurie, que ficou cega aos seis anos, mora com seu pai em Paris, próximo ao Museu de História Natural, onde ele trabalha como chaveiro. Quando ela está com doze anos, os nazistas ocupam Paris e, para proteger um bem do museu, ela e o pai fogem para Saint-Malo, uma cidadezinha envolta por muros e onde mora seu tio-avô. O pai de Marie-Laurie fez o que pode para que ela continuasse autossuficiente e até construiu uma maquete da vizinhança para que ela se familiarizasse bem com os arredores.

Ao mesmo tempo conhecemos a história de um órfão chamado Werner, que cresce curioso em uma Alemanha envolvida com a guerra. Em uma cidade em que os homens, sem saída, se tornam mineiros, Werner sonha com outros futuros. Mesmo sendo perigoso, segue explorando os arredores, procurando livros, desmontando e remontando rádios, aprendendo tudo o que consegue. Aos dezesseis ele se torna um especialista em rádios, e tem como missão encontrar transmissões da resistência.

Doerr desenvolve uma prosa gostosa e a vontade é ler devagarinho para que se usufrua disso o máximo possível. Mas eu li em dois dias. Quase não larguei! Quando eu li a sinopse não achei que me envolveria tanto com a história, que me surpreendeu em vários aspectos. As descrições são tão bonitas que é possível sentir a atmosfera. A cegueira de Marie-Laurie é tão bem descrita, e de uma forma não-cansativa, que você se vê encarnando ela, passeando pelas ruas contando passos, bueiros, degraus. A história de sua família é tocante, com um amor e simplicidade que nos emociona.

O livro me mostrou a Segunda Guerra de uma forma que eu nunca imaginei e traz uma visão de como era a particularidade da vida de algumas pessoas afetadas pela guerra que não encontrei em outras leituras. Esse livro vai me assombrar por algum tempo.

Vale a pena: Sim. Dê uma paradinha na correria do dia-a-dia e leia. Vale a pena e recomendo com fervor.

02 dezembro 2015

Resenha Jessica Jones

Jessica Jones é uma das séries de televisão na linha do Demolidor (há uma referência ao herói no final da temporada) ou Arrow. Jones é uma heroína com alguns poderes, mas não é nenhuma supergirl. Trabalha como detetive particular, atuando para uma firma de advocacia e às vezes para maridos e esposas traídas. Gosta de uma bebida e seu apartamento é uma bagunça.

No passado Jessica Jones foi controlada pelo vilão Kilgrave e agiu sob suas ordens. Tem a consciência pesada por ter assassinado a esposa de Luke Cage. Sua irmã certinha possui um programa de sucesso numa rádio e será seu apoio na briga contra Kilgrave.

A primeira temporada estreou com 13 episódios e como ocorre na Netflix todos os episódios já foram liberados. Com destaque para uma mulher no foco da trama, no meio de um monte de séries masculinas, Jones chega a surpreender em certos momentos. Sua independência é algo surpreendente para uma “heroína”. Krysten Ritter, que é a Jessica da série, fez um papel de destaque em Breaking Bad, além de ter sido protagonista de Apartment 23; mas confesso que tive dúvidas se foi uma boa escolha para o papel. Além disto, o desenrolar da série traz dúvidas sobre a continuidade da série sem descambar para episódios comuns.

Vale a pena? A série começa bem, mas parece perder fôlego nos episódios intermediários. Talvez o fato de ter centrado na luta entre Jones e Kilgrave seja responsável por isto.

Aqui uma análise sob a ótica feminista.

16 setembro 2015

Resenha: O Amor Chegou Tarde Em Minha Vida

E aí eu li em algum lugar uma notícia sobre a Ana Paula Padrão e me lembrei: eu ia resenhar o livro dela aqui, mas desisti... ou adiei... Resenha resumida: péssimo livro. Muito, muito ruim. Eu sou luso-brasileira e estou rindo do meu uso inadequado de palavras em resenhas, talvez eu deva deixar essa seção para o Pedro e o professor César porque ou acho o livro sensacional e não ouso escolher palavras para resenhar, ou o acho péssimo e só consigo repetir e repetir que é péssimo.

O livro se chama “O Amor Chegou Tarde em Minha Vida” o que daria uma chance de buscar um tom Elizabeth Gilbert abrasileirado. Mas ela quase não fala sobre amor, sobre o que abriu mão para que ele chegasse tarde, sobre família... Raramente ela menciona o marido e quando isso ocorre tenho a impressão de ser algo tão superficial quanto a alegria falsa que vemos em muitas redes sociais.

Acho que ela tinha sido casada uma vez, não deu certo, daí ela foi entrevistar um empresário e conversa vai, conversa vem, eles se apaixonaram, casaram... Ela trabalhava em horários trocados com o marido, não conseguiam se ver (ela ia sozinha ao cinema, as pessoas tinham pena dela), não conseguiram ter filhos, mas aparentemente era algo romântico, saudável e maduro (eles deixavam recadinhos no espelho do banheiro). Tudo bem... daí ela saiu da Globo e foi para o SBT, não fez inimigos, não coletou dissabores... Como assim? Pedir demissão causa sentimentos desajustados como seu empregador, ou chefe, ou supervisor, se sentir traído, seus colegas sentirem que investiram em você, te treinaram, e você vai largar tudo por sei lá o que. E mesmo se todos se sentissem bem e felizes, a Ana Paula não me passou emoção, não me fez acreditar na história nem me envolver com o que eu estava lendo. Mais me pareceu um livro sobre como ela é espetacular, bem resolvida, bonita e inteligente.

A voz do livro que traz apatia. Eu sofri pra terminar a leitura e só o fiz porque não gosto de deixar livros pela metade. Fico pensando ... “vai que no fim acontece algo legal ou bem escrito que compense a tortura ou faça com que o texto tenha um sentido genial”. Às vezes dá certo!
Talvez, após ler este texto, você leia o livro da Ana Paula e goste. Ou seja, indiferente. Nada como uma péssima crítica para acabar com as expectativas e fazer experiências torturantes passarem para a sonolência.


Vale a pena? Não. Eu, sinceramente, não indico esse livro para ninguém.

Evidenciação: Livro adquirido com recursos particulares, sem ligações com os escritores ou a editora.

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09 setembro 2015

Resenha: Como o Cespe Erra

O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), pertencente à Fundação Universidade de Brasília, é conhecido pela organização de concursos públicos. Por ser uma banca famosa, além de temida, “Como o Cespe Erra” parece ser uma boa aposta para um livro.

Então, ao buscar os livros de contabilidade do programa Kindle Unlimited, ação frequente, tropecei nesta obra organizada por Mateus Maellard. Achei interessante... imagine as possibilidades de um livro com esse título! Então comecei a ler...

Talvez eu tivesse achado o livro digno de ao menos duas estrelas se por acaso não tivesse me lembrado do comentário de um amigo de que as revisões de gabaritos de provas feitas pelo Cespe estavam sendo publicadas com as devidas justificativas pela própria banca organizadora...

Se alguém  decide escrever sobre esses erros, espera-se que haja acréscimo ao conteúdo já fornecido pelo próprio Cespe. Todavia, o livro se limita a colocar a questão, a resposta e a justificativa – que já está pronta no site da banca. Nada mais. Aliás, em poucas questões há uma análise mais profunda à do Cespe, escrita pelo próprio autor. Então, não há debate, não há análise quanti-qualitativa... Não há muita coisa.

Quais os temas mais anulados? Quais são temas seguros? Quais as questões mais contraditórias? Qual o volume de recursos recebidos e quantos são, em média, deferidos? Eu esperava ler isso, no mínimo. Esperava que o autor analisasse todas as questões, para depois saber falar melhor sobre os erros.

Se fosse um trabalho de conclusão de curso de um aluno meu, ele teria que ir muito além que evidenciar as questões anuladas e com o gabarito trocado, acompanhada pela justificativa escrita pelo Cespe.

Vale a pena? Não.

MAELLARD, Mateus. Como o Cespe erra: Contabilidade (Teste-A-Prova Livro 30) Armada Press: 2015.


Disclosure: como mencionado no texto, a autora da resenha teve acesso ao livro com base no serviço Kindle Unlimited, assinado por ela.

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