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Mostrando postagens com marcador racismo. Mostrar todas as postagens
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15 junho 2021

Mudança de nome

A entidade que emite normas de contabilidade para o setor público dos Estados Unidos, o Gasb, anunciou a mudança de nome do relatório. 

De Comprehensive annual financial report para Annual comprehensive financial report. Aparentemente não é uma mudança substancial. O curioso é o motivo. Segundo a entidade, o primeiro termo forma um acrônimo - CAFR - que seria ofensivo em termos raciais para os negros da África do Sul. 

A explicação está melhor detalhada aqui. CFAR, quando falado em voz alta, soa próximo a Kaffir. Na sua origem, Kafir é um descrente do Islã ou infiel. Mas na África do Sul é usado como calúnia racial, sendo uma injúria. 

É importante notar que a mudança no nome não irá alterar o relatório. 

13 março 2018

Preconceito

Duas notícias sobre preconceito. A primeira, a atriz Claire Foy (fotografia), que faz a rainha Elizabeth II na série The Crown, recebe menos que o ator que faz o príncipe Philip. Na sua segunda temporada, a série, uma produção da Netflix, mostra a trajetória da rainha. Como consequência, o papel mais importante seria o da rainha. Na próxima temporada, Foy (e o ator que faz o príncipe) deverá ser substituída por uma atriz mais velha. (Por sinal, assistam. Vale a pena)

Os dados da Forbes mostram que os dez atores mais bem pagos receberam quase 500 milhões de dólares, versus 172 milhões das dez atrizes mais bem pagas.

A segunda notícia é que a revista National Geographic admitiu  que por décadas teve uma postura racista. Até os anos 70, por exemplo, a revista ignorou as pessoas de cor que viviam nos Estados Unidos. E as fotografias de "nativos" eram quase sempre como exóticos, geralmente sem roupa, parecendo selvagens.

23 fevereiro 2018

Resenha: O Ódio Que Você Semeia

Fonte: Aqui
As resenhas são publicadas às quartas, mas vou antecipar esta na vibe Seven Seconds que está no Netflix (só assisti o trailer – que me lembrou desta resenha incompleta – e, por isso, cá estou), hoje quero falar sobre o livro “O Ódio Que Você Semeia” da Angie Thomas. Eu o li no fim do ano passado e, para mim, foi sem dúvida nenhuma a melhor obra do ano. Muitos concordam, já que o livro ganhou diversos prêmios em 2017, incluindo Melhor Estreia e Melhor Ficção Young Adult.

A história foi inspirada pelo movimento “Black Lives Matter” (As Vidas Negras Importam) que ocorreu em 2014 após muitos jovens negros morrerem injustamente nas mãos de policiais e narra a vida de Starr Carter, uma adolescente de 16 anos que presenciou a morte de um amigo. A trama mostra dois lados da vida de Starr: um em seu bairro pobre, periférico e negro; outro em sua escola cara, rica e com colegas brancos.

O balanço entre os mundos é quebrado quando ela presencia Khalil, um amigo de infância, ser baleado por um policial. A notícia se tornou manchete e muitos julgaram o jovem como sendo traficante ou membro de uma gangue. Há protestos tomando as ruas em defesa de Khalil. Policiais e o chefe do tráfico tentam intimidar Starr... Mas o que todo mundo quer saber é: o que aconteceu naquela noite? O que ela responder pode afetar a comunidade dela e até arriscar a própria vida. O que você faria?

Eu traduzi aqui um pouco da sinopse, mas não há palavras que resumam com qualidade o poder desta obra. O que mais me impressionou foi a capacidade da autora em nos fazer sentir, em nos envolver com a história. Eu vi ali muitas coisas sobre racismo que eu realmente nem imaginava e gostaria que mais pessoas tivessem a oportunidade de entender. E é tudo contado de uma forma que me pareceu muito harmônica e bela para uma situação trágica. Eu virei uma fã da autora e aguardo ansiosamente pelo seu próximo livro.

Eu li alguém perguntando em um fórum se este é o tipo de livro que capitaliza em cima de problemas sociais, políticos ou raciais e este não é o caso. Apesar dos três serem tópicos que merecem atenção, como foi bem lembrado por quem respondeu essa questão, não há o sentimento de militância ou superioridade. Existem livros que ensinam coisas importantes... existem livros que você começa a ler e só consegue parar quando termina... e O Ódio Que Você Semeia é os dois.

A obra será adaptada para o cinema, com a atuação da Amandla Stenberg (The Hunger Games, Tudo E Todas As Coisas).

Vale a pena: Sim. E espero que um dia seja leitura obrigatória nas escolas. Eu definitivamente não fiz jus ao livro, mas espero que a indicação valha para instigar a leitura porque é realmente um tema importante e foi escrito por Angie Thomas da melhor forma possível.

06 março 2014

Discriminação e Concorrência

Uma constatação interessante: a proporção de minorias na City londrina é muito maior que nas “artes”. Isto é curioso, já que esperaríamos que os “artistas” fossem mais modernos e liberais.

O blog Stumbling and Mumbling considera algumas explicações: (1) o fato dos hindus serem bons com os números, essencial nos empregos de finanças; (2) o efeito Ron Atkinson.

No segundo caso, o blog lembra Gary Becker que afirmou que o grande inimigo da discriminação é a concorrência. No Brasil, uma das primeiras profissões de destaque onde os negros se destacaram foi no futebol. Quando está em jogo a vitória, os clubes fazem um grande esforço para contratar os melhores, independente da cor. Assim, os clubes que começaram a contratar negros na década de vinte perceberam que ganhariam mais partidas como melhores equipes. Assim, a discriminação racial no futebol ficou no passado.

Nas artes do Reino Unido é muito difícil medir o desempenho. Assim, a concorrência não é tão relevante, abrindo espaço para o “branco” de segunda categoria em lugar de uma pessoa de outra raça.

As medidas de redução do racismo no Brasil parece não contemplar este aspecto. Estão mais preocupados em garantir, por lei, “reservas de mercado”. É mais fácil lutar por isto do que pelo aumento da concorrência. Afinal, aumentar a concorrência implica em acabar com monopólios e oligopólios. E isto interessa a classe dirigente?

11 maio 2013

Uma gota de sangue, uma história do pensamento racial

Na postagem sobre o Currículo Racial, recebemos o seguinte comentário do  leitor Lauro Brito de Almeida:

Sou negro, me identifiquei como tal no Lattes. O editorial do "estadão" é, no minimo, mais um daqueles lamentos de quem não gosta da política de cotas para negros. Só quem é NEGRO, como eu, sabe que sempre houve [e haverá] em qualquer sociedade uma separação entre as etnias. No Brasil não é diferente. Tenho 60 anos e já passei por várias situações constrangedoras e certamente, passarei por outras.



Respeito sua opinião  mas não concordo com o senhor, pois a espécie humana não se divide em raças. Por isso, recomendo a leitura do livro do sociólogo Demétrio Magnoli: Uma gota de sangue: história do pensamento racial. Ele trata da construção do mito da raça no mundo e, por consequência, da formulação de leis raciais. Sempre fui contra política de cotas, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, e após a leitura do livro estou convencido que cotas é um mecanismo extremamente falho. Eis um trecho de uma entrevista com Magnoli:




Sugiro também a entrevista com o economista norte-americano Walter Williams:




De qualquer forma, obrigado por sua participação.

08 maio 2013

Currículo Racial


Na plataforma Lattes, o poeta e diplomata Vinícius de Moraes seria preto:

"Eu, por exemplo, o capitão do mato

Vinicius de Moraes
Poeta e diplomata
O branco mais preto do Brasil"



Currículo racial
Editorial O Estado de S.Paulo, 5 de maio de 2013

Parece não haver desvão da sociedade brasileira que esteja livre do germe do racialismo patrocinado pelo Estado. A mais recente investida se deu na Plataforma Lattes, sistema que agrega informações sobre o universo acadêmico, organizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Na Plataforma, os pesquisadores devem manter seu perfil acadêmico e atualizá-lo regularmente com sua produção, para que as instituições de fomento possam medir seus méritos antes de conceder financiamentos. É o chamado Currículo Lattes, sem o qual praticamente nenhum pesquisador hoje no País é reconhecido. Pois agora o CNPq solicita dos acadêmicos uma informação que nada tem de científica ou meritória: a "raça" ou a "cor".

Os pesquisadores que tiveram de atualizar seu Currículo Lattes nos últimos dias depararam-se com essa exigência esdrúxula: "O campo 'Cor ou Raça' é de preenchimento obrigatório para a publicação do Currículo Lattes. Essa informação é solicitada para atender à Lei n.º 12.288, de 20 de julho de 2010". Trata-se da lei que institui o chamado Estatuto da Igualdade Racial, um projeto que, prenhe de boas intenções, oficializou a desigualdade racial no Brasil.

Ao estabelecer uma série de mecanismos que visam a "combater a discriminação de cidadãos afro-brasileiros", o estatuto parte do princípio de que os cidadãos brancos são invariavelmente favorecidos nos concursos e no trabalho graças somente à cor de sua pele, e não a seus méritos pessoais. Portanto, para combater essa suposta discriminação, criou-se outra, que nada tem de hipotética. Pretendeu-se resgatar uma "dívida histórica", referente à escravidão, à custa do artigo constitucional segundo o qual "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza".
Essa aberração jurídica foi corroborada pelo Supremo Tribunal Federal em 2012, ao avalizar a adoção de cotas para negros e pardos nas universidades públicas. "A pobreza tem cor no Brasil", justificou a ministra Rosa Weber, como se a pobreza fosse uma característica inerente aos negros. Poucas vezes a consolidação de um estereótipo social negativo como esse contou com o apoio de tão doutos jurisconsultos.

O resultado é que a sociedade está agora legalmente dividida em negros e pardos de um lado e brancos de outro. Por esse motivo, pareceu natural ao governo exigir uma declaração racial formal dos pesquisadores e acadêmicos - como parte de seu currículo pessoal. A Secretaria da Promoção da Igualdade Racial informa que esse dado agora é necessário para "orientar os órgãos públicos federais na adoção de ações de promoção da igualdade racial" e que isso "atende a uma das mais antigas reivindicações do movimento negro brasileiro". A julgar pela explicação da secretária de Políticas de Ações Afirmativas, Angela Nascimento, isso significa que o Estado poderá discriminar pesquisadores em razão de sua raça ou de sua cor na hora de decidir se deve ou não financiá-los, pois o "quesito raça/cor" é "instrumento fundamental da ação governamental no planejamento, avaliação e alcance de tais políticas públicas".

Sofisticou-se, assim, o racialismo. Até aqui, as políticas de ação afirmativa tinham como base apenas levantamentos demográficos genéricos, feitos pelo IBGE, nos quais se preservava o anonimato. Agora, no caso dos pesquisadores, seus nomes estarão vinculados a rótulos como "negro", "branco" ou "amarelo", como se essas definições fizessem parte de suas qualificações. Em artigo no jornal O Globo (18/4), sob o apropriado título O ovo da serpente, a antropóloga Yvonne Maggie se disse "chocada" com a exigência do CNPq, expressando dúvidas pertinentes: "Como essa informação será utilizada? Será sigilosa?".

Há a opção "não desejo responder à pergunta", mas quem garante que o pesquisador que se recusar a informar sua raça não será discriminado por isso? O fato é que a pergunta nem sequer deveria ter sido feita, pois que mérito acadêmico há em ser "branco", "negro" ou "amarelo"?


21 junho 2012

Multa

Na Eurocopa, a multa por racismo (contra o jogador Balotelli) e por ofender um patrocinador oficial. O jogador Bendtner foi multado em cem mil euros por mostrar o nome de um fabricante de cuecas. Fonte: Aqui

27 julho 2009

Racismo inconsciente

O Implicit Association Test é surpreendente e controverso. Trata-se de um teste que verifica se você possui atitudes racistas inconsciente. Resultados do testes mostram que 70% das pessoas possuem atitudes racistas (contra 20% de racismo declarado). No passado já fiz o teste e meu resultado está dentro da maioria das pessoas. (Malcom Gladwell relata que ele também fez o IAT e obteve como resultado atitude racisma. O detalhe é que Gladwell é descendente de negros.)

Agora a Science Daily (Test That Found Widespread Unconscious Racial Bias Validated, 18/6/2009) anuncia que o IAT foi validado por uma pesquisa publicada no Journal of Personality and Social Psychology. O poder do teste é maior em áreas socialmente sensíveis, como a relação racial.

O teste foi criado em 1998 por Greenwald e desenvolvido por Greenwald, Mahzarin Banaji (Harvard) e Brian Nosek (University of Virginia) Desde então, mais de mil pesquisas já foram realizadas no mundo. E mais de 10 milhões de versões do teste foram completadas na internet. (Além do teste racial, fiz recentemente um teste entre Brasil e Estados Unidos e o resultado foi, surpresa, neutron – apesar da maioria dos respondentes ter uma resposta favorável ao Brasil.)

A controvérsia do teste decorre da crença das pessoas que a questão racista é algo do passado.

03 agosto 2007

Intel e racismo


A figura mostra uma propaganda da Intel para o Core2, indicando que o processador possui uma capacidade melhor para os negócios. A questão é que a execução da idéia é racista e a propria empresa reconheceu isto.

08 junho 2007

Efeito da propaganda: banner

De acordo com o Journal of Consumer Research (aqui), uma exposição repetida de uma produto através de um banner gera um sentimento positivo para o produto. Este tipo de pesquisa já tinha sido realizado anteriormente em diversos tipos de propaganda e agora a pesquisa diz respeito as páginas da internet. (Clique aqui para ler mais)


Clique aqui para ter acesso a um teste interessante: você é racista?

07 maio 2007

Links

1. Influência das capas das revistas de negócios e os preços das ações - referente a um artigo do The Financial Analysts Journal onde três pesquisadores mostraram como as ações respondem a capa da Business Week, Fortune e Forbes. As capas tendem a sinalizar um período de retornos anormais.

2. Racismo no basquete - Comprovado o efeito da cor do jogador sobre os árbitros

3. Ganhou na loteria em 1995, colocou o dinheiro em ações de alta tecnologia, teve que pagar multa com o imposto, divorciou e hoje vive da previdência social