Há um ano, a Meta (leia-se Facebook) chegou a um valor de mercado de quase 1 trilhão. Hoje seu valor é de 272 bilhões de dólares, o que ainda faz da empresa uma das maiores do mundo. Mas perder 70% do valor de mercado em 12 meses é substancial. A aposta da empresa no metaverso parece que não convenceu o mercado e ao mesmo tempo a rede social perde força.
31 outubro 2022
Queda da Meta
Neymar e a acusação de corrupção e fraude
Segundo o Estado de S Paulo, a promotoria da Espanha retirou as acusações contra o jogador Neymar em um processo de corrução e fraude. Havia um pedido de prisão e multa de 10 milhões de euros. A decisão refere-se ainda polêmica transferência para o Barcelona, quando uma das partes, dona do passe do jogador, entendeu que foi enganada no acordo
A promotoria entendeu que havia presunções, mas não provas e que o fórum mais adequado seria a vara cível, não a criminal.
O Grupo DIS tinha 40% dos direitos econômicos no momento que foi negociado com o Barcelona. O valor anunciado foi de 17,1 milhões de euros e o Grupo recebeu 6,84 milhões. Mas o clube espanhol informou que o valor da negociação foi maior, pois incluía repasse para uma entidade do terceiro setor e comissões para o pai do jogador. Ou seja, seria de 86,2 milhões.
NFTs como investimento
Os pesquisadores examinaram separadamente aqueles que compram NFTs recém-cunhadas e depois as vendem, e aqueles que compram as NFTs no mercado secundário e depois as vendem. A maioria dos traders que compram NFTs recém-cunhadas e depois as vendem perdem dinheiro, apenas 29% desses negócios ganham dinheiro. Daqueles que ganham dinheiro, a maioria desses compradores recebeu um desconto no preço de tabela em sua compra. Dessa minoria que ganha dinheiro, mais de 50% ganha mais de 200% de retorno sobre seu investimento, enquanto 60% daqueles que perdem dinheiro nessas negociações perdem mais de 50%.
Dos traders que compram suas NFTs no mercado secundário e depois as lançam, 65% ganham dinheiro. Mas são apenas 5% desses traders que ganharam 80% desses lucros. Os pesquisadores descobriram que esses traders tendem a ser os mais sofisticados, negociam com mais capital, compram e vendem as NFTs mais caras, negociam com mais frequência e possuem um portfólio maior de NFTs.
A evidência do estudo anterior é clara: a maioria dos traders especulativos de NFT não obtém um retorno positivo. De uma perspectiva de investimento, os resultados são infelizes, mas não surpreendentes. Outro aspecto da negociação de NFTs é que a fraude dentro do ecossistema NFT é considerada desenfreada. O potencial de “maus atores” se envolverem em vendas e negociações nefastas de NFTs (incluindo tokens falsificados ou ativos que eles não possuem) foi descrito como um “contágio” pelo CEO de uma plataforma NFT. O resultado é uma situação em que sua compra de NFT pode acabar sendo inútil. Combinando a dificuldade de obter um retorno positivo e os riscos inerentes, a negociação NFT não é uma boa proposta, portanto, fique longe. Eles têm todos os sinais de ser uma moda de investimento que provavelmente passará.
Veja que não é informado quem fez a pesquisa e como fez. Mas como geralmente há uma tendência a vender novos produtos, os números
30 outubro 2022
Ensinamentos de uma criança e de um ladrão
Ensinamentos de uma criança e de um ladrão, segundo o rabino Dov Baer:
De uma criança você pode aprender:
1) ser sempre feliz;
2) nunca ficar ocioso;
3) chorar por tudo o que você quer.
De um ladrão você pode aprender
1) trabalhar à noite;
2) que se você não puder ganhar o que deseja em uma noite para tentar novamente na noite seguinte;
3) amar seus colegas de trabalho, assim como ladrões se amam;
4) estar disposto a arriscar sua vida mesmo por uma coisinha;
5) não atribuir muito valor às coisas, mesmo que você tenha arriscado sua vida por elas - assim como um ladrão revenderá um artigo roubado por uma fração do seu valor real;
6) suportar todos os tipos de espancamentos e torturas, mas permanecer o que você é;
7) acreditar que seu trabalho vale a pena e não estar disposto a alterá-lo.
29 outubro 2022
Escassez de contadores
Faced with a sharp decline in the number of people taking exams for entry to the profession, and a slide in interest in university accounting courses that hints at deeper trouble to come, the industry is trying to reverse the trend. From the Big Four audit firms to state accounting regulators, players are pursuing a raft of new measures to attract people to a career in accounting, including advertising to high-schoolers and programmes to cut the cost of becoming a certified public accountant (CPA).
“As a profession, our ability to protect the public interest could be at risk,” said Lara Abrash, chief executive of Deloitte’s US audit business. With declining numbers of new entrants and a “cliff” of baby-boomer retirements, a crunch could come within a decade, she said. Christina Ho, a member of the Public Company Accounting Oversight Board, the industry’s regulator, called the shortage a “crisis” in a speech last month. The number of people sitting the CPA exam had hit a decade low even before the pandemic, which caused a further drop to just 72,271 last year, from almost 103,000 five years before. With 43,000 candidates in the first half of 2022, the rebound does not look strong enough to recover lost ground. “The downward trend is very recent,” said Abrash. “As people are planning their careers, we have just lost our ability to tell our story.”
28 outubro 2022
Disfarçando as evidências
Resultado esperado: This study examines managers’ strategic use of concurrent disclosures around the announcement of negative material events. We predict and find that managers disclosing negative 8-K news are more likely to issue a concurrent press release about an unrelated event relative to a press release providing additional context for the 8-K triggering event in order to increase investor information processing costs. This strategy appears distinct from the bundling of news to deter litigation. We find that managers more commonly issue concurrent unrelated press releases when they have stronger incentives to impede the pricing of negative information, and that doing so is associated with a reduction in the speed with which prices reflect the news. Our findings shed light on a previously unexplored tool managers use to exploit investors’ processing capacity constraints to “hide” negative news.
Frase
La hipótesis nula de todo editor y evaluador de una buena revista es ‘Tengo que rechazar este artículo´
Fonte: aqui.
Este artigo está bem interessante. Logo após esta frase há duas suposições:
1. Os editores e pareceristas tem uma quantidade finita de recursos cognitivos e muitas tarefas para fazer
2. Os editores e pareceristas querem maximizar o impacto do periódico
IA, pandemia e efeito sobre a contabilidade
Um texto da Época trata das situações onde a inteligência artificial pode trazer problemas para uma empresa. A IA é uma ferramenta para facilitar o processamento rápido de informações e, em várias situações, tomar decisões que seriam rotineiras.
A pandemia revelou que muitas ferramentas de IA não estavam preparadas para a mudança que ocorreu no comportamento das pessoas. Uma situação foi a negativa de compras legítimas, em razão da mudança de comportamento dos consumidores. E muitas empresas não monitoram a IA após seu lançamento.
O problema é que os erros podem abundar quando as circunstâncias do mundo real se desviam dos exemplos usados para treinar a IA, de acordo com cientistas que gerenciam esses sistemas. No caso da Fico, ela disse que seu software esperava mais compras presenciais do que virtuais, e a proporção invertida levou a uma parcela maior de transações sinalizadas como problemáticas.
Há algumas questões contábeis no texto. Eis um trecho:
A Unity Software , cujo software de anúncios ajuda videogames a atraírem jogadores, estimou em maio que perderia 110 milhões de dólares em vendas este ano, ou cerca de 8% da receita total esperada, depois que sua ferramenta de IA que determina para quem os anúncios devem ser exibidos parou de funcionar tão bem quanto antes. A empresa afirmou que o problema ocorreu depois que o sistema de IA utilizou dados corrompidos para as recomendações.
Na verdade o termo "perda" é inadequado. A empresa deixou de ter receita. Simplesmente o valor de 110 milhões não irá constar da sua demonstração do resultado.
Outro trecho:
O mercado imobiliário Zillow Group anunciou em novembro passado uma baixa contábil de 304 milhões de dólares em casas que comprou - com base em um algoritmo de previsão de preços - por valores superiores aos que poderiam ser revendidos. A empresa de Seattle disse que a IA não conseguiu acompanhar as mudanças rápidas e sem precedentes do mercado e teve que sair do negócio de compra e venda.
Aqui temos um efeito da IA na contabilidade. A decisão de compra de imóvel trouxe prejuízo por falta de ajuste do software.
27 outubro 2022
Sobre a divulgação da sustentabilidade
Eis um argumento interessante:
Mais divulgação resolve pouco aqui. Os investidores estão nadando nos últimos anos. O relatório financeiro médio anual aumentou de 15.000 palavras, em 1997, para mais de 40.000 palavras. E grande parte desse palavreado é de palavreados, acrescentado por advogados, que tentam se proteger contra os processos que poderia acontecer.
Essa tendência foi estudada exaustivamente e há poucas evidências de que os investidores estejam melhor informados. Além disso, o aumento contínuo de fundos passivos e o ressurgimento do varejo como força de mercado deixa menos investidores que realmente lêem. A mudança climática é um problema, mas as chances de ser resolvida por relatórios anuais mais longos são pequenas.
Fonte: aqui. Foto: saeed karimi
Nobel de Economia de 2022 gera polêmica
Nunca é tarde para uma boa discussão:
No ano de 2022, o comitê que escolhe os ganhadores do Nobel não conseguiram agradar a muitos na opção do campo da economia. Ao escolherem três economistas que lidaram com a questão da crise bancária, o comitê provocou uma grande polêmica. Nem todo mundo considera que o prêmio foi "justo" ou "merecido", ao contrário do que ocorreu nos anos anteriores.
O Nakedcapitalism apresenta um longo texto indicando que o modelo dos três ganhadores é errado e simplista. O texto destaca que Bernanke sequer era considerado um economista de destaque e mesmo o trabalho citado pelo comitê não era o seu melhor trabalho. O mesmo texto tenta convencer o leitor que o modelo Diamond-Dybvig é visto como fraco.
O site Nakedcapitalism também critica o tempo que Bernanke passou no Fed e como ele conduziu o banco central antes, durante e depois da crise financeira de 2008.
Sobre o modelo Diamond-Dybvig, o Nakecapitalism traz um artigo que tenta desmontar o modelo. Mostra que o modelo deturpa a realidade - o que não é algo "grave" na economia, tornando "os economistas mais estúpidos e mais propensos a fazer a coisa errada antes de lerem o texto".
Outro texto, de John Tanny (via aqui) afirma que Bernanke acredita que o crescimento econômico possui relação com a mudança de preços. Para ele, as ideias de Bernanke é um vergonha para os economistas e para o prêmio.
Outro texto diz que o prêmio é uma piada. E foca na gestão de Bernanke no Fed, especialmente na crise sistêmica de 2008.
O início desse estresse ocorreu apenas cerca de um mês depois que Ben Bernanke proclamou publicamente que os fundamentos da economia global eram fortes.
“A economia global continua forte, apoiada por um sólido crescimento econômico no exterior. No geral, a economia dos EUA parece se expandir em ritmo moderado no segundo semestre de 2007, com o crescimento se fortalecendo um pouco em 2008 a uma taxa próxima à tendência subjacente da economia." - Ben Bernanke, Julho de 2007
Bernanke previu em julho de 2007 que a economia dos EUA se fortaleceria em 2008. Foi apenas um ano após essa previsão que o país e o mundo estavam à porta de um "pior cenário" para os mercados globais: um colapso sistêmico.
Finalmente, no CafeHayek uma frase que chamou a atenção:
O Prêmio Nobel de Economia é financiado não pela Fundação Nobel, mas pelo banco central da Suécia. Normalmente, não acho que isso importe, mas, neste caso, me pergunto se isso acontece. O prêmio de 2022 parece ser uma afirmação dos banqueiros centrais do valor do banco central.
Discrepância de rendimento entre gêneros no Airbnb
Anfitriões do sexo feminino do Airbnb nos Estados Unidos ganham em média cerca de 25% menos por ano do que seus colegas do sexo masculino por seus aluguéis, de acordo com nosso novo estudo. Isso é ligeiramente superior à diferença salarial anual de gênero relatado pelo US Census Bureau e soma mais de US $ 4.000 em ganhos mais baixos por ano.
As diferenças salariais entre gênero costumam ser explicadas pelo fato das mulheres selecionarem empregos que possuam uma jornada menor ou mais flexível, em razão das exigências domésticas. Mas estes empregos também remuneram menos. Mas este não é o caso do Airbnb. Outra pesquisa, com motoristas de Uber, indicou que os homens recebem mais e uma possível explicação seria o comportamento do motorista masculino no trânsito, que assume alternativas mais vantajosas financeiramente, mas mais arriscadas.
Comparativo da nova norma de custos no setor público
Ao final de 2021, Conselho Federal de Contabilidade aprovou a NBC TSP 34, que a partir de 2024 revoga a TBC T 16.11, ambas sobre custos no setor público. Essa alteração representa um marco no que se refere às Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público (NBC TSP), visto que a NBC T 16.11 é a última das normas de primeira geração a ser revogada. Considerando a novidade normativa, que carece de publicações, e a relevância do tema custos para a sociedade, a classe contábil e as entidades, questiona-se nesta pesquisa as diferenças entre essas duas normas. Nesse sentido, o objetivo do artigo é comparar as duas normas, visando identificar os seus principais pontos de semelhanças e de diferenças. Foi adotada uma abordagem metodológica descritiva, com elementos exploratórios, numa pesquisa classificada como documental, com abordagem qualitativa. A pesquisa empregou alguns elementos da técnica de análise de conteúdo, bem como a ferramenta gráfica nuvem de palavras. O artigo coloca lado a lado, de modo sistemático, diversos pontos estruturais e conceituais das normas, tais como objetivos, alcances, terminologias e disposições. Os pontos comparados entre as normas mostram, em síntese, que: ambas não possuem correlação com as normas internacionais; a nova norma é bem maior do que a antiga, com pouco mais do que o dobro de palavras; a norma antiga tem enfoque mais conceitual, enquanto a nova tem vertente mais gerencial; para a nova norma, os principais usuários da informação de custos são os gestores – embora não sejam os únicos; ambas requerem a adoção do regime de competência na geração de informações de custos; e ambas são taxativas quanto ao dever de as entidades do setor público adotarem sistema de custos.
26 outubro 2022
Projeto de lei na Nova Zelândia pretende implantar linguagem simples no governo
Notícia do The Guardian: A Nova Zelândia aprovou um projeto de lei onde memorandos rebuscados devem ser banidos da burocracia. A lei, denominada de Lei da Língua Simples, exige que os funcionários públicos usem linguagem simples e de fácil compreensão na comunicação com o público. Isto ocorreu na semana passada.
O objetivo é que a comunicação do governo com o público seja mais fácil, especialmente para as pessoas que usam o inglês como segunda língua, pessoas com deficiência ou baixo nível de educação. Apesar de parecer razoável, a proposta teve muita discussão. Há um medo de que a exigência crie mais burocracia.
Mas o defensores entendem que pode economizar dinheiro e tempo. Além de melhorar o acesso do público aos documentos. Quando a comunicação é difícil, as pessoas não entendem e não se envolvem com os serviços disponíveis, perdendo confiança no governo.
No Brasil, o TCU aprovou que as contas sejam apresentadas segundo o relato integrado. Entre as exigências, que a linguagem fosse mais acessível. Uma oportuna dissertação de mestrado de Mariana Azevedo, orientada pela professora da UFF Mariana Bonfim, mostrou que os relatórios ficaram mais complexos. Ou seja, ocorreu o oposto ao declarado pelo TCU.
Estado Atual dos Relatórios de Sustentabilidade - II
O CAQ, uma entidade vinculada com as empresas de auditoria, fez uma pesquisa com as maiores empresas dos Estados Unidos. Das 500 maiores, 464 emitiram algum tipo de relatório ESG independente e 313 responderam ao Questionário de Mudança Climática do CDP. Das empresas que emitiram relatório ESG, um pouco menos de 10% tiveram a garantia de um auditor externo sobre algumas das informações, o que é um número reduzido.
O padrão SASB é o mais usado pelas empresas, seguido do GRI e TCFD.
Mas o fato é que um número expressivo de empresas usa três padrões. Isto justifica a demanda por uma convergência entre os padrões. Mas eis uma informação interessante:Estado atual dos relatórios de sustentabilidade
A KPMG lançou a última edição de seu Relatório Global de Pesquisa em Sustentabilidade : Big shifts, small steps, na terça-feira. O relatório constatou que todas as 100 principais empresas dos EUA fornecem divulgações ambientais, sociais e de governança e, das 250 principais empresas do mundo, 96% estão fornecendo alguma forma de relatório de sustentabilidade. Muitas empresas estão revisando suas estruturas de governança sobre o ESG, formando comitês diretores compostos por líderes executivos que tomam decisões estratégicas sobre compromissos, ações e divulgações.
Embora os padrões da Global Reporting Initiative sejam os padrões de relatórios mais populares em todo o mundo, os padrões do Sustainability Accounting Standards Board são os mais populares nos EUA, com 75% das 100 principais empresas se reportando a ele. O SASB e sua organização controladora, a Value Reporting Foundation, foram consolidados no International Sustainability Standards Board no início deste ano.
Continuem lendo aqui. Foto: Bernd Klutsch
25 outubro 2022
Concentração nos conselhos editoriais dos periódicos
Para pensar:Um dos principais problemas que preocupa um grande número de economistas é a distribuição desigual de recursos econômicos, riqueza e poder (veja as entradas anteriores Rodríguez 2022, Ferreira 2018; Domènech e Sánchez-Cuenca 2022) e, como diz o ditado, "na casa do ferreiro, espeto de pau". Mais de duas décadas atrás Hodgson e Rothman (1999), diante da crescente importância das revistas Top 5 em Economia, se perguntavam se a organização da disciplina econômica era dominada por um pequeno grupo de departamentos. Seus dados, baseados em 30 publicações de revistas consolidadas em economia em 1995, mostraram que membros de conselhos editoriais vieram predominantemente de universidades americanas: 60% de todos os editores obtiveram doutorado em nove instituições americanas, enquanto 40% trabalhavam em 12 instituições americanas. Com uma concentração tão alta de poder em um pequeno grupo de instituições, sua principal preocupação estava na ameaça de que essa situação representasse "o potencial de inovação e mudança": com um pequeno conjunto de instituições dominando a profissão, a variedade de idéias e abordagens necessárias para inovação e mudança estaria em risco.
Terceiro setor: quanto menor despesa administrativa, melhor?
A análise de desempenho, especialmente quando lida com regras práticas simplistas, pode não ser adequada. Regras do tipo "quanto maior, melhor" são, em essência, horrorosas e devem ser usadas com muito, muito cuidado.
Um exemplo foi constatado na utilização da despesa geral e administrativa em entidades do terceiro setor como índice de eficiência. Acredita-se que quanto menor o volume deste item, melhor será a entidade. Isto aparece, por exemplo, no livro Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva, no capítulo relacionado com as entidades do terceiro setor. Esta tem sido a regra usada por muitos doadores: verificar o nível deste tipo de despesa em relação, por exemplo, ao volume de receita. É um sinal do esforço que a entidade faz para captar receita, que será útil no objetivo da entidade.
Quando uma entidade do terceiro setor monta uma rede de telemarketing, que passa o dia ligando para as pessoas, solicitando doações, o gasto com despesa geral e administrativa será muito grande. Ou seja, a entidade dedica mais esforço em captar recursos do que atender aos seus objetivos. Esta é a ideia que leva o uso deste parâmetro como critério para verificar a eficiência.
Dois pesquisadores (via aqui) analisaram os dados de mais de 22 mil entidades do terceiro setor nos Estados Unidos, entre os anos de 2008 a 2018. A maioria destas entidades eram museus e teatros e com isto eles puderam verificar se as despesas administrativas tinham alguma relação com o número de pessoas que compareciam aos eventos e exposições. Neste tipo de entidade, o objetivo é divulgar a arte e o número de pessoas que assiste a uma peça ou entra no museu é um sinal de que sua finalidade está sendo realizada.
Os pesquisadores descobriram algo interessante: a relação entre o volume de despesa administrativa, em percentual da receita, não é do tipo "quanto menor, melhor". Na verdade, a relação está traduzida no seguinte gráfico:
O que isto significa? As entidades que possuem pouca despesa administrativa atraem um público bem reduzido para seus eventos. Mas na medida que cresce a despesa, o público também aumenta. Ou seja, gastar pouco em termos de despesa pode não ajudar a atrair as pessoas para os eventos. Mas a partir de um determinado patamar, o aumento dos gastos prejudica o desempenho. Ou seja, passa a prevalecer o "quanto maior, pior". Este ponto, descoberto na pesquisa empírica, é de 35%.Em outras palavras, quando a relação da despesa administrativa em relação as receitas é abaixo de um terço, aproximadamente, "quanto maior, melhor". Mas a regra inverte a partir deste ponto, ou "quanto maior, pior".
Em muitos casos, os gestores das entidades são pressionados a cortar as despesas para atender os critérios dos doadores. Mas este corte pode ser inadequado, já que a entidade negligencia fatores relevantes, como a divulgação, a infraestrutura, os salários do pessoal. Ter um volume reduzido de despesas gerais, pagando baixos salários, trocando funcionários pagos por voluntários, não investindo em equipamentos pode ser bom para alguns doadores, mas afasta o público dos eventos.
Os autores da pesquisa recomendam, no entanto, que o percentual de 35% não seja uma regra fixa. O valor irá depender das características de cada entidade. O importante é não considerar somente a regra do "quanto menor, melhor", que prevalece hoje no terceiro setor.
O Glass começa a publicar artigos técnicos
Rir é o melhor remédio
10 Produtos que todo contador deveria ter para exercer sua profissão:
Amendoim - dando energia para triturar os números
Barbante - para emendar as pontas soltas
Curinga - aproveitando ao máximo qualquer carta que receber
Casaco de lã - para quando entrar numa fria
Toalha - para não sair respingando
Chocolate 90% amargo - quando o café não fizer mais efeito
Hortelã - buscando uma nova perspectiva
Zíper - para manter a boca fechada
Agulha e linha - não abrir o bolso em hipótese nenhuma
Lupa - para não deixar passar nada
Inspirado livremente em https://marksaccjokes.blogspot.com/2022/09/the-accountants-survival-kit.html
24 outubro 2022
Influenciadora digital e o regulador
(Washington Post) – A multa de US$ 1,26 milhão recebida pela celebridade – por não dizer aos fãs que havia recebido US$ 250 mil para promover um ativo digital – é uma prova de que o governo americano está tomando medidas sérias para regular as criptomoedas. Ao mesmo tempo, o artifício de Kim Kardashian para a fraude é o mais recente capítulo de uma história de décadas de pessoas famosas lucrando ao promover produtos para os reles mortais que as veneram.
Do ponto de vista da lei de valores mobiliários, o fato de ela estar promovendo um token de uma criptomoeda esotérica chamada EMAX é irrelevante. A infração dela foi um pecado de omissão: não revelar, ao contrário do que é exigido por lei, aos seus então 225 milhões de seguidores no Instagram que estava sendo paga para promover o ativo. Ela concordou em pagar a tarifa pela infração, com juros, e mais uma multa de US$ 1 milhão. Isso sem dúvidas não é quase nada para ela, além disso, Kim não precisou dizer que tinha feito algo errado.
Mas é digno de nota que a agência reguladora séria tenha ido atrás dela por ter promovido uma criptomoeda, em vez de um golpe de investimento mais banal. O chefe da SEC, Gary Gensler, tem se envolvido em conflitos prolongados com um setor incipiente que está promovendo a noção de “finanças descentralizadas”.
As DeFi (sigla em inglês para finanças descentralizadas), como são conhecidas pelos empresários que adoram esses apelidos fofinhos, são um anátema para os reguladores. Toda a ideia de um setor financeiro não regulamentado vai contra a razão de existir uma agência reguladora criada para proteger os investidores. As criptomoedas, como o bitcoin, existem há mais de uma década, mesmo assim a utilidade delas para a sociedade – tirando os golpistas, hackers e outros criminosos – continua sendo uma dúvida.
Gensler usou a ação da SEC contra Kim para divulgar um vídeo excelente do ponto de vista legal para alertar os investidores a não receberem conselhos de investimento de celebridades que podem ter muitas habilidades admiráveis, mas que não inclui o tino para as finanças. “Entretanto, os endossos de celebridades não significam que um produto de investimento é certo para você ou mesmo, sem rodeios, que é lícito”, disse Gensler, sem mencionar qualquer celebridade em particular. (É triste, mas é verdade: dois dias após ser postado no YouTube, o vídeo de dois minutos de “Office Hours With Gary Gensler” – série de vídeos em que ele comenta questões relacionadas ao trabalho da SEC – tinha sido visualizado apenas 10.100 vezes. Kim com certeza não perderia seu tempo produzindo um vídeo para um público tão pequeno.)
O debate vacilante, mas importante em jogo aqui é a definição de um título de investimento. Os entusiastas das criptomoedas gostariam de sugerir, sempre que possível, que os ativos digitais criados por eles são completamente diferentes de ações, títulos e coisas do tipo e, portanto, não devem estar sob a tutela da SEC e de outros órgãos reguladores. Os agentes federais discordam, e quase todas as declarações que eles dão a respeito das criptomoedas são para alertar quanto a seus perigos.
No mesmo dia em que uma agência do governo repreendeu uma Kardashian, o departamento do Tesouro americano divulgou um relatório detalhado com os riscos que as criptomoedas apresentam aos mercados financeiros. O Conselho de Supervisão de Estabilidade Financeira do Tesouro dos EUA defendeu a necessidade de regular melhor os ativos de criptomoedas, ao mesmo tempo em que alertou para os perigos que eles apresentam caso sejam mais incorporados aos mercados financeiros.
Os riscos podem ser novos, mas a promoção exagerada das criptomoedas faz parte de um golpe que existe desde que os mascates batiam de porta em porta para vender seus produtos – relacionados às finanças ou não. O fato de Kim provavelmente não fazer ideia do que estava falando ao divulgar um token EMAX, criado por uma plataforma chamada EthereumMax, condiz com o longo histórico de celebridades – agora chamadas de “influenciadores” – promovendo tudo o que são pagas para vender. Ela disse a seus fãs ter descoberto “há alguns minutos, que a EthereumMax tinha queimado 400 trilhões de tokens – literalmente 50% de sua carteira administrativa”. Fazendo uso do estranho jargão do mundo das criptomoedas, ela basicamente gritou que aquela cunhadora de tokens digitais havia criado um monte de novas reservas. Em outro contexto, ela poderia ter dito: “acabei de descobrir que a Prada está literalmente vendendo milhares de bolsas novas!”. Exceto que essa afirmação seria algo que ela e seus seguidores entenderiam.
Não é tão diferente da enxurrada de celebridades, como Shaquille O’Neal e Martin Luther King III, que, do nada, se tornaram especialistas em empresas de aquisição de propósito específico (SPACs) no auge de curta duração dessa moda de investimento há um ou dois anos. Não é de hoje que as celebridades são questionadas por endossar muito mais do que investimentos. Certa vez, Eleanor Roosevelt provocou uma celeuma por aceitar US$ 35 mil – um pagamento proporcional ao de Kim na década de 1950 – para promover uma marca conhecida de margarina, um produto então evitado por seu círculo social de sangue azul.
A respeito da resposta do público, Eleanor disse: “Metade estava triste porque eu havia prejudicado minha reputação. A outra metade ficou feliz porque eu tinha prejudicado a minha reputação”. Ela não pediu desculpas, pois percebeu que poderia fazer bom uso do dinheiro salvando vidas. “Não dou tanto valor assim à minha dignidade”, disse ela.
É difícil imaginar que Kim Kardashian se sinta pior por promover um token de criptomoeda cujo valor despencou desde que ela o divulgou. O advogado dela disse que Kim decidiu deixar o assunto para trás. Quanto à dignidade dela, é pouco provável que seja prejudicada demais também.
Autor: Adam Lashinsky - Publicado aqui. Foto: Maddi Bazzocco
Preço no carbono no mundo
Os impactos das mudanças climáticas têm um custo - esses impactos já estão acontecendo. Os impactos também causam poluição do ar local, o que mata milhões todos os anos e tem impactos negativos na saúde para muitos.
Uma maneira de resolver isso é colocar um preço no carbono. O objetivo de estabelecer um preço de carbono é capturar alguns desses custos externos no mercado.
Colocar um preço no carbono alcança algumas coisas. Primeiro, torna os combustíveis, os produtos e os serviços poluentes mais caros. Queimar carvão se torna muito mais caro do que usar energia solar. Carne fica mais cara em relação ao tofu ou alternativas de carne. Torna a opção "mais limpa" menos cara.
Segundo, significa que são aqueles que emitem gases de efeito estufa que pagam por isso.
Existem algumas políticas através das quais os países podem colocar um preço no carbono: Imposto sobre o carbono e o Sistema de comércio de emissões
Muitos países adotaram instrumentos de precificação de carbono.
Quais países possuem imposto sobre carbono?
Quanto é o preço do carbono?
Formação docente em contabilidade e programas de doutorado
No presente trabalho problematizamos a formação docente em Contabilidade no Brasil, por meio da análise dos componentes curriculares voltados para o ensino e pesquisa dos cursos de doutorado da área de Ciências Contábeis. A coleta de dados foi realizada na plataforma Sucupira, considerando as seguintes informações da coleta CAPES de 2019 dos 15 cursos de doutorado existentes no país: objetivos do doutorado; linhas de pesquisa; projetos de pesquisa; disciplinas (formação para o ensino); disciplinas (formação para a pesquisa); e estágio docência. No tocante à formação voltada para o ensino, o cenário atual é preocupante, pois apresenta poucas mudanças em relação aos estudos anteriores, demonstrando poucas iniciativas para a formação pedagógica inicial, fazendo com que os docentes se autorresponsabilizem por seu desenvolvimento didático-pedagógico. Acerca da formação para a pesquisa, os resultados indicam uma formação pautada por disciplinas de caráter metodológico e métodos quantitativos, demonstrando uma formação voltada para o mainstream. A partir desses resultados, esperamos contribuir para a reflexão sobre a (re)formação docente nos programas de doutorado em Contabilidade no Brasil, em um momento de expansão e consolidação da área.
(Re)Formação docente em Contabilidade: uma reflexão sobre os programas de doutorado no Brasil - Camilla Soueneta Nascimento Ngangaa, Silvia Pereira de Castro Casa Nova e João Paulo Resende de Lima - RCO
Como a análise foi a partir das informações inseridas para a Capes, pode existir uma distância entre o informado e o praticado pelos programas. Esta distância pode ser para mais - os programas informam que fazem formação docente, quando isto não ocorre - ou para menos - o que é informado é menos do que é praticado. Em muito casos, os alunos já são docentes e o programa de doutorado é a possibilidade de melhorar seu status como docente ou aumentar a remuneração. Assim, os programas de doutorado no Brasil talvez não sejam a porta de entrada para docência na área contábil neste momento. Isto é interessante, já que em outras áreas, mais consolidadas, dificilmente um docente chega neste estágio sem ter concluído o doutorado.
Nas considerações finais do trabalho, os autores consideram a possibilidade de expandir a pesquisa através de entrevistas com os alunos. Talvez seja interessante.
Eis os programas analisados:
23 outubro 2022
Sobre ativismo de celebridades
Uma frase atribuída a Ricky Gervais (The Office UK)
"Então, se você ganhar um prêmio hoje à noite, não o use como plataforma para fazer um discurso político. Você não está em posição de dar palestras ao público sobre nada. Você não sabe nada sobre o mundo real. Muitos de vocês passaram menos tempo na escola que Greta Thunberg. Então, se você ganhar, aceite seu pequeno prêmio, agradeça ao seu agente e ao seu Deus e vá se f..., OK?"
Esta frase eu encontrei após uma montagem com outra frase de Katy Perry, onde a cantora defende um mundo sem barreiras e fronteiras:
Autoridade tributária do Iraque sofreu um desvio de 2,5 bilhões de euros
Quando os governantes desviam recursos, isto será objeto de notícia anos depois. Mas quando um estranho desvia dinheiro do governo, a investigação deve iniciar já. O que ocorreu com o Iraque lembra um pouco a Malásia. O volume desviado é imenso: 2,5 bilhões de euros. Eis a notícia:
O Governo iraquiano anunciou uma investigação para descobrir o paradeiro de 2,5 mil milhões de euros roubados de um fundo bancário da autoridade tributária, naquele que já é considerado um dos maiores escândalos da história recente do país.
A investigação foi anunciada no sábado pelo ministro iraquiano do Petróleo, Ihsan Abdul Jabbar, e confirmada pelo primeiro-ministro, Mohamed Shia al Sudani.
Segundo adiantou o Ministério das Finanças iraquiano, citado pela agência de notícias Europa Press, um grupo – cujo identidade não foi revelada – apropriou-se de cerca de 2,5 mil milhões de euros em moeda local que pertenciam a fundo da Autoridade Tributária Geral do Iraque e que estava depositado no banco Rafidain.
El Rafidain, o maior banco do Iraque, com 165 agências no Iraque e escritórios no Cairo, Beirute ou Abu Dhabi, já garantiu que não tem nada a ver com o furto desse valor astronómico, recolhido entre setembro de 2021 e agosto de 2022.
“A tarefa do banco limitou-se a desembolsar os títulos da Autoridade Tributária Geral das suas agências após verificar a validade da sua emissão”, explicou o banco em comunicado divulgado pela agência oficial de notícias iraquiana INA.
O primeiro-ministro assegurou nas redes sociais que a resolução deste escândalo assume um caráter “prioritário”.
“Não hesitaremos em adotar medidas para prevenir e punir a corrupção, que se espalhou descaradamente nas articulações do Estado e das suas instituições”, disse o chefe do Governo em relação ao longo histórico de corrupção que afeta o Iraque, que ocupa a posição 157 entre 180 países que integram o Índice de Transparência Internacional.
Foto: Saad Salim
22 outubro 2022
Frase
De Robin Hanson
a principal energia emocional por trás do ativismo climático é o desejo de impedir que os humanos tenham qualquer impacto substancial na natureza.Ou seja, a natureza é algo sagrado. E alguns dos participantes do debate são contrários "à fissão nuclear, a fusão nuclear e a hidroeletricidade, os quais evitam o aquecimento do CO2. Eles até simpatizam com aqueles que se opõem a novos projetos de energia solar e eólica e a qualquer desenvolvimento da terra que tenha impactos substanciais na natureza."
Foto: Gemma Evans
21 outubro 2022
James Bond em dois gráficos
A franquia do agente 007 foi a maior durante décadas, considerando somente as bilheterias nos Estados Unidos. A partir dos anos setenta surge Star Wars, que irá ultrapassar o valor arrecadado pelo agente após a década passada. O Universo Marvel tem um grande crescimento recente, como Vingadores, Pantera Negra e Homem de aço.
No entanto, o valor acumulado da franquia em termos de receita é de 6,1 bilhões de dólares, já corrigidos pela inflação.
Um estudo publicado em um periódico de medicina examinou e quantificou o consumo de álcool por parte do agente nos seus filmes. A conclusão era que o agente tinha um problema com a bebida. Com o passar do tempo, os filmes de 007 tornaram um grande espaço para venda de produtos. Nos anos 60 eram 5 produtos por filme. Mas na década de 2010 eram 30 produtos por filme. Incluindo marcas de bebida.
Evidenciação de despesa de propaganda pode ser útil
Publicly listed firms have the discretion to disclose (or not) advertising spending in their annual (10-K) reports. The disclosure of advertising spending can provide valuable information because advertising is a leading indicator of future performance. However, estimates of advertising spending are available from data providers, arguably mitigating the need for its formal disclosure. This study argues that firms' disclosure of advertising spending provides more complete and public information and therefore lowers investor uncertainty about future firm performance (idiosyncratic risk). Empirical analyses show this effect is largely driven by the negative effect of disclosure of advertising spending on analyst uncertainty. Consistent with agency theory, the negative effect of the disclosure of advertising spending on analyst uncertainty is stronger for firms with more financial resources, lower disclosure quality, and that are in more competitive industries. Additional analyses show that the disclosure of advertising spending has a significant positive effect on firm value in specific sectors. These results, therefore, identify an avenue for Chief Marketing Officers to play a greater role in managing investor relations. In addition, they suggest strong merit for the Securities and Exchange Commission and the Financial Accounting Standards Board to reconsider current regulations governing advertising spending disclosure.
O artigo chama-se "Does Disclosure of Advertising Spending Help Investors and Analysts?" de autoria de Sungkyun Moon, Kapil Tuli e Anirban Mukherjee para o Journal of Marketing. Via aqui. Foto: Joshua Earle
Um Nobel tem seis vezes mais chances de ter seu artigo aprovado
20 outubro 2022
Mobilidade no país da desigualdade
We provide the first estimates of intergenerational income mobility for a developing country, namely Brazil. We measure formal income from tax and employment registries, and we train machine learning models on census and survey data to predict informal income. The data reveal a much higher degree of persistence than previous estimates available for developed economies: a 10 percentile increase in parental income rank is associated with a 5.5 percentile increase in child income rank, and persistence is even higher in the top 5%. Children born to parents in the first income quintile face a 46% chance of remaining at the bottom when adults. We validate these estimates using two novel mobility measures that rank children and parents without the need to impute informal income. We document substantial heterogeneity in mobility across individual characteristics – notably gender and race – and across Brazilian regions. Leveraging children who migrate at different ages, we estimate that causal place effects explain 57% of the large spatial variation in mobility. Finally, assortative mating plays a strong role in household income persistence, and parental income is also strongly associated with several key long-term outcomes such as education, teenage pregnancy, occupation, mortality, and victimization.
Trabalho em parceria com pesquisadores da UFPE