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31 março 2024

Linguagem obscura, não saber o que diz ou não acreditar no que diz

Um texto de Gellman pontua sobre a escrita nebulosa. Ele lembra George Orwell, autor de Revolução dos Bichos, que afirmava que se você não sabe o que está dizendo - ou está dizendo algo que não quer dizer - um estratégia é escrever de forma pouco clara. Gellman usa o argumento para a linguagem científica e o uso da estatística. 

Pode ser isso: Você está tentando escrever algo que não entende completamente, está tentando preencher uma lacuna entre o que você quer dizer e o que é realmente justificado pelos seus dados e análise... e o resultado é "Orwelliano", no sentido de que você está desesperadamente usando palavras para tentar cobrir esse abismo enorme no seu raciocínio.

Vamos agora para uma informação contábil. Parte da informação pode ser transmitida por palavras, gráficos e discurso do executivo. Para o contador, os números das demonstrações deveriam ser um campo de fácil comunicação. Assim, não seriam um problema. Mas a comunicação escrita, gráfica e verbal pode ser um problema.

Vamos nos ater aqui somente à linguagem textual. Junto com os números contábeis, há a necessidade de escrever as notas explicativas, o relatório do auditor e outros textos. E o contador precisa dizer coisas que ou não sabe ou não acredita.

Há técnicas para resolver os problemas da escrita, mas o uso de uma linguagem não clara pode ser uma saída para a situação. Outra possibilidade é usar a linguagem que já existe nos pronunciamentos, reproduzindo o texto, sem comprometer-se com a realidade que ele percebe.

Essa é uma razão interessante pela qual o estudo da linguagem opaca, com termos complicados, frases longas e sem sentido, pode ser útil para o usuário da informação. Saber se o contador entende o que está escrevendo ou acredita naquilo que informa pode ser realmente valioso.

(Imagem ChatGPT)

28 março 2024

Comentário sobre os periódicos nacionais

A expansão dos programas de pós-graduação em nossa área, ocorrida no início do milênio, também trouxe uma consequência importante: o aumento dos periódicos nacionais. Como cada programa “tinha” seu periódico, com algumas exceções, o número de veículos para publicação das pesquisas cresceu substancialmente. Outro fator importante foi o fato de que a grande maioria era em formato digital, o que significava um custo próximo de zero. Tudo parecia funcionar perfeitamente: o aumento no número de alunos e docentes na pós-graduação levava ao crescimento da produção científica, que, por sua vez, impulsionava os periódicos.


Há outro fato que não podemos desprezar que ocorreu no Brasil. Algumas áreas da pós-graduação decidiram deixar de lado as métricas tradicionais de publicação, usadas globalmente, e passaram a contar com uma métrica específica para o nosso país, o Qualis. Assim, um periódico não precisava estar em uma grande base mundial de pesquisa para entrar no Qualis. Também não era relevante a publicação de pesquisa em inglês, a linguagem universal da ciência atual.

Mas, nos últimos anos, os editores de periódicos perceberam três pontos relevantes. O primeiro deles é que a quantidade de artigos de qualidade submetidos parece ter diminuído. Houve também uma redução na demanda por pós-graduação que pode justificar parcialmente essa redução. E a redução no número de alunos da pós – ou talvez seja no número de candidatos dispostos a fazer a pós – ocorreu dado que a expansão da pós atendeu à demanda reprimida que existia, representada por professores mais experientes que precisavam da titulação, e por uma visão de que estudar em uma instituição formal talvez não seja tão vantajoso assim. Este último ponto é polêmico e merece, eu sei, maior aprofundamento.


Mas a menor quantidade de artigos submetidos certamente não foi justificada somente pelo menor número de alunos da pós. Os autores de pesquisa perceberam que publicar em periódicos internacionais tinha algumas vantagens interessantes. Na maioria dos casos, essa publicação é paga, mas o fato de a pesquisa ser indexada em uma base de publicação reconhecida permite que a pesquisa seja citada no exterior. Um dos grandes motores da publicação é o orgulho, e ter um artigo publicado em língua inglesa, citado por um autor de outro país e até reconhecido, compensa o desafio de publicar em periódico internacional.

O segundo ponto relevante que os editores perceberam é que o custo de manter um periódico não é zero. Você precisa ter um apoio administrativo para lidar com a quantidade de artigos que chegam, o registro do periódico em algumas bases, para torná-lo mais atrativo, tem um custo, e o tempo que o editor se dedica à tarefa é muito grande. E a brincadeira cansa. Há pressão para soltar o periódico no prazo, manter-se atualizado em termos de novas tendências, encontrar pareceristas que façam um bom trabalho e lidar com a concorrência. Tornou-se comum os periódicos demorarem mais de 500 dias para recusar um artigo depois de seis rodadas com um parecerista (aconteceu comigo). Outros simplesmente não fazem seu artigo progredir. Ou publicam seu artigo atrasado, afetando seu planejamento de publicação. E muitas pessoas perceberam que ser editor de um periódico significa trabalho, mas muito pouco status.

A percepção chegou de forma forte para alguns periódicos, onde os editores foram fazer outra coisa e ninguém apareceu para se dedicar com empenho à tarefa. Vários deles sumiram. Publiquei, por exemplo, um artigo em um deles e não guardei a versão final em PDF. O resultado é que, quando alguém pede a pesquisa, não tenho como encaminhar. O custo oculto do periódico não foi devidamente calculado no passado e cobra seu preço.

A terceira questão é que o processo de publicar um artigo em um periódico é mais complexo do que parece. Não irei falar aqui da fase de formatação ou da fase de captação dos pareceristas, mas sim do momento após o artigo estar disponível para os leitores. Alguns periódicos internacionais enviam um e-mail bastante atraente com um resumo menos técnico para que a pesquisa cause impacto. Isso envolve podcasts e infográficos que são realmente atraentes. A presença nas redes sociais também é notada, o que inclui postagens específicas em blogs, Instagram ou TikTok. Durante quase vinte anos de blog, confesso que não me lembro de um editor solicitando a divulgação das pesquisas dos periódicos. Fazemos isso por opção, mas a falta de interesse mostra que o caminho da divulgação das pesquisas por parte dos periódicos brasileiros precisa melhorar bastante.

É verdade que alguns poucos periódicos perceberam que precisam estar em bases de dados indexadas para serem vistos. Ou que os artigos só serão lidos se estiverem em língua inglesa. Ou que poderiam lançar um serviço de apoio ao autor para ajudá-lo no processo de submissão e publicação. Ou que o e-mail enviado aos cadastrados não seja apenas algo como "foi publicada uma nova edição". No mundo onde a atenção é importante, atrair o leitor significa ter pessoas que não só irão ler, mas também citar os trabalhos.

Diante desse contexto, o processo de extinção de periódicos continuará acontecendo. Alguns poucos até serão vendidos para editoras internacionais, que passarão a cobrar pela publicação e acesso ao artigo. Outros continuarão com uma qualidade de atendimento ao pesquisador tão ruim que serão extintos ou definharão. 

(Imagem criada pelo GPT a partir do texto acima)

27 março 2024

Ovos na mesma cesta


Apesar de toda a conversa sobre os "Magníficos 7", o mercado de ações dos EUA é um dos menos concentrados do mundo. Suas 10 maiores empresas por valor de mercado - que incluem essas gigantes da tecnologia, além da Berkshire Hathaway e um elenco rotativo de outras - representam 19% do total, muito menos do que no Reino Unido (28%), Alemanha (45%) e Taiwan, onde a gigante de chips TSMC responde por 40% de todo o mercado, de acordo com o novo anuário de investimentos do UBS. Se a Samsung (Coréia do Sul), BHP (Austrália) ou AstraZeneca (Reino Unido) entrassem em colapso, esses países perderiam não apenas campeãs nacionais, mas pilares de seus mercados de capitais. (Do newsletter da Semafor)

Do relatório citado achei interessante:

Eight of the 12 markets in the middle panel have long-established stock exchanges dating back well over a century: Argentina (1854), Brazil (1890), Chile (1893), Greece (1876), Hong Kong SAR (1890), India (1875), Mexico (1894) and Singapore (1911)

A figura a seguir mostra que o mercado hoje é bem mais concentrado do que antes: 



Kahneman ...

Danny Kahneman passed away today.

Here's the Washington Post obituary:

Daniel Kahneman, Nobel-winning economist, dies at 90. He found that people rely on shortcuts that often lead them to make wrongheaded decisions that go against their own best interest  By Chris Powe

"Daniel Kahneman, an Israeli-American psychologist and best-selling author whose Nobel Prize-winning research upended economics — as well as fields ranging from sports to public health — by demonstrating the extent to which people abandon logic and leap to conclusions, died March 27. He was 90.

"His death was confirmed by his stepdaughter Deborah Treisman, the fiction editor for the New Yorker. She did not say where or how he died.

Fonte aqui

26 março 2024

Trump e a fiança

Do jornal Estado de S Paulo:

Um tribunal de apelação de Nova York concordou em adiar a cobrança da sentença de fraude civil do ex-presidente Donald Trump de mais de US$ 454 milhões se ele depositar US$ 175 milhões em um prazo de 10 dias. O ex-presidente teve pouco tempo para comemorar. Em um outro tribunal da cidade, um juiz negou seu esforço para adiar outro processo, marcando o início para o dia 15 de abril. Com isso, Trump provavelmente se tornará o primeiro ex-presidente americano a ser julgado por acusações criminais.

No caso de fraude fiscal, o tribunal de apelação determinou que se o pagamento de US$ 175 milhões for feito no prazo, interromperá o tempo de cobrança e impedirá que o Estado confisque os bens de Trump enquanto ele recorre. O tribunal de apelações também reverteu outros aspectos da decisão anterior que proibiu Trump e seus filhos Eric Trump e Donald Trump Jr. de exercer liderança corporativa por vários anos. No geral, a ordem foi uma vitória significativa para o ex-presidente, que defende o império imobiliário que o lançou na vida pública.


25 março 2024

Empatia com de Waal

Frans de Waal foi um renomado primatologista e etólogo holandês, nascido em 29 de outubro de 1948. Ele é reconhecido por seu trabalho na área da sociobiologia dos primatas, especialmente no estudo do comportamento e da inteligência dos grandes símios. O foco de De Wall foi no estudo dos primatas, concentrando-se em temas como empatia, justiça, cooperação, e a capacidade de paz entre os membros das especies. 

Recentemente eu li a obra de Frans de Waal "A Era da Empatia". É uma obra otimista sobre o ser humano, apesar de usar muitos casos da suas pesquisa. Com 75 anos, de Waal faleceu há dez dias de câncer no estomago. 

iLobby

Após enfrentar a Comissão Internacional de Comércio dos EUA (ITC) em tudo, desde iPhones a relógios inteligentes nos últimos anos, a Apple está aumentando seus esforços de lobby em Washington para reescrever as regras da agência, segundo o NYTimes.

No ano passado, a empresa foi forçada a remover uma funcionalidade de medir o oxigênio no sangue do seu Apple Watch nos EUA após a ITC banir o produto por infrações de patentes. Multas são algo com que a Apple pode lidar, mas a capacidade da ITC de implementar proibições completas é mais preocupante para o fabricante do iPhone, levando a empresa a fazer lobby junto aos legisladores para remodelar o foco da ITC em direção ao que está no "interesse público".


Como gastar dinheiro e influenciar pessoas

Embora gastar muito para conseguir o apoio do governo possa parecer um fenômeno moderno, a prática data quase desde a fundação da nação, com os primeiros lobistas supostamente contratados em 1792, quando veteranos do Exército Continental recrutaram influenciadores políticos para fazer lobby no Congresso por mais compensação.

Embora a indústria farmacêutica tenha sido a maior gastadora na cena do lobby por décadas, as grandes empresas de tecnologia têm aumentado seu orçamento à medida que o escrutínio aumentou. No ano passado, as 5 maiores empresas de tecnologia voltadas para o consumidor gastaram cerca de $76 milhões na busca de seus interesses políticos, segundo dados da Open Secrets. De fato, o gasto de $9,86 milhões da Apple no ano passado parece relativamente frugal em comparação com o Meta e a Amazon, cujos gastos ultrapassaram $19 milhões cada.

Fonte: Chartr

24 março 2024

Confusão ESG no Texas

Postura anti-ESG fica mais complicado de fazer negócios. Da newsletter do NYTimes

O abraço de Wall Street ao financiamento climático está novamente sob ataque na América dos estados vermelhos [republicanos]. Um fundo escolar do Texas disse que estava encerrando seu contrato com a BlackRock para gerenciar cerca de $8,5 bilhões em dinheiro do estado, acusando a firma de boicotar empresas de energia, uma fonte de dinheiro em Texas.


A movimentação de ontem vem enquanto bancos enfrentam uma enxurrada de desafios legais de estados conservadores e à medida que os investidores estão perdendo o interesse em E.S.G. — abreviação para governança ambiental, social e corporativa — estratégias de investimento.

Gigantes de Wall Street já estavam reduzindo a promoção de E.S.G. No mês passado, BlackRock, JPMorgan Chase e State Street reduziram seu envolvimento ou se retiraram do Climate Action 100+, uma coalizão global de gestores de fundos que vinha pressionando empresas a descarbonizarem. (Larry Fink, C.E.O. da BlackRock, também disse que não usava mais o termo "E.S.G.", embora a firma permaneça comprometida com a estratégia.)

O Texas liderou uma nova investida conservadora contra E.S.G. Ao romper com a BlackRock, o Fundo Escolar Permanente do Texas disse que estava cumprindo uma lei de 2021 que restringia municípios e agências estaduais de trabalharem com bancos que fossem considerados como desinvestindo em petróleo e gás ou empresas de armas de fogo. Está entre as maiores retiradas por um estado de um gestor de fundos sobre a questão.

Chris Van Es, um porta-voz da BlackRock, chamou a decisão do fundo de "unilateral e arbitrária", acrescentando que ela "ignora nosso investimento de $120 bilhões em empresas públicas de energia do Texas."

A dura postura anti-E.S.G. pode não ser boa para os negócios. A Associação de Negócios do Texas, um grupo de lobby que inclui grandes empresas de energia, divulgou um relatório este mês descobrindo que a lei de 2021 poderia custar milhões ao estado.

Houve cerca de 145 projetos de lei anti-E.S.G. introduzidos em 28 estados este ano. Mas apenas um foi aprovado, de acordo com Frances Sawyer, chefe da Pleiades Strategy, um grupo de pesquisa de políticas que tem acompanhado as batalhas legislativas. Os projetos de lei estão enfrentando resistência de uma coalizão de ativistas climáticos e grupos empresariais.

"O extremismo está sendo bloqueado", disse Sawyer ao DealBook, apontando para a derrota no mês passado de um projeto de lei de New Hampshire que propôs tornar o investimento E.S.G. com fundos estaduais em um delito criminal.

Imagem: GPT

Trump e a fiança de 454 milhões

O ex-presidente e atual candidato à presidência, Donald Trump, foi condenado por fraude civil em Nova York. A fiança é de 454 milhões de dólares e ele não conseguiu o dinheiro. Nos últimos dias, Trump está procurando possíveis doadores e, ao mesmo tempo, uma possível decisão favorável no tribunal de apelação. Se não conseguir, ele pode perder bens valiosos. 


Mas parece que poucos estão dispostos a ajudar. Em alguns casos, Trump propôs suas propriedades como garantia. Mesmo sendo um bilionário, há um problema de liquidez. Seu patrimônio é composto por imóveis e parte dos recursos já estão vinculados a uma fiança em uma caso de difamação, contra E. Jean Carroll

O prazo termina amanhã, dia 25 de março. Caso não pague, a procuradora Letitia James poderá limpar as contas bancárias de Trump ou confiscar outros ativos menos líquidos, como seus imóveis. Especula que a Trump Tower poderia ser um alvo, já que há uma associação entre Trump e o prédio. 

Trump pode reagir e usar uma legislação de falência para evitar uma medida mais drástica. Trump já teve uma experiência anterior com falência, mas aumentaria os litígios contra as suas empresas. 

Imagem: GPT. Informação: newsletter do NY Times de 19 de março

Dinheiro público para equipes esportivas

Os proprietários das equipes esportivas usam a ameaça de levar a sede de um time para outra cidade sob a justificativa, muitas vezes verdadeira, que estão recebendo benefícios para isso. Ou seja, dinheiro público. Tal fato parece ser comum nos Estados Unidos, conforme newsletter da Bloomberg, que diz: 

Outra tradição, infelizmente, é os donos de times basicamente extorquirem suas comunidades para pagar por esses novos estádios reluzentes, ameaçando levar seus times para cidades mais acolhedoras (ou seja, mais ingênuas) dispostas a desembolsar dinheiro público em elefantes brancos. Os últimos casos aconteceram na Virgínia e em Chicago. 


"Os legisladores estaduais da Virgínia fizeram algo raro," escreve Nia-Malika. "Diante da chance de trazer dois times profissionais, eles bloquearam o acordo vantajoso da arena que seria a grande conquista do Governador Republicano Glenn Youngkin. Outros legisladores e eleitores deveriam prestar atenção e reconhecer o que tem sido claramente óbvio por décadas. Os locais esportivos beneficiam os bilionários proprietários e raramente trazem os benefícios econômicos locais prometidos para as comunidades e contribuintes... se isso significa que os times vão para outro lugar, que assim seja."

Veja que isso não é novidade no Brasil. Há equipes esportivas de futebol que mudam de cidade, como o Grêmio Barueri, que chegou a transferir para Presidente Prudente. Mas a tradição local de um clube e o fato de existirem competições regionais fortes no futebol ainda é um fator que inibe essa mudança. 

Sobre o uso de dinheiro público, não podemos esquecer da construção de estádios de futebol, como a polêmica da Arena Itaquera, com recursos da Caixa


Levitt anuncia aposentadoria

O economista Levitt anunciou sua aposentadoria. O co-autor do famoso Freakonomics parece estar cansado da academia. A revista The Economist fez uma análise do trabalho dele, mas destaco o seguinte: 

O capítulo mais controverso do livro argumentava que a legalização do aborto em todo o território americano em 1973 levou a uma queda no crime nos anos 90, porque mais bebês indesejados foram abortados antes que pudessem crescer e se tornar adolescentes delinquentes. Era um clássico do gênero inteligentinho: um cientista social destemido usando dados para chegar a uma conclusão contraintuitiva e não se esquivando de ofender. No entanto, estava errado. Pesquisadores posteriores encontraram um erro de codificação e apontaram que o Sr. Levitt havia usado o número total de prisões, que depende do tamanho de uma população, e não a taxa de prisão, que não depende. Outros apontaram que a queda no homicídio começou entre as mulheres.


O divórcio sem culpa, ao invés do aborto legalizado, pode ter desempenhado um papel mais significativo. Outros economistas, incluindo James Heckman, colega do Sr. Levitt em Chicago e também ganhador do Prêmio Nobel, preocupavam-se com a trivialização. "Fofo", foi como ele descreveu a abordagem em uma entrevista. Pegue um artigo sobre discriminação no "The Weakest Link", um show de jogos onde os concorrentes votam para eliminar outros participantes dependendo se eles acham que estão custando dinheiro ao errar perguntas (na parte inicial do jogo) ou se são competição para o prêmio por acertá-las (mais tarde). Isso forneceu um cenário no qual o Sr. Levitt pôde observar como a percepção da competência dos outros interagia com racismo e sexismo. Um design astuto — mas talvez de relevância limitada para entender resultados econômicos mais amplos.

No cerne da crítica do Sr. Heckman estava a ideia de que os praticantes de tais estudos estavam focando em "validade interna" (garantir que as estimativas do efeito de alguma mudança fossem corretamente estimadas) sobre "validade externa" (se as estimativas se aplicariam mais geralmente). O Sr. Heckman, em vez disso, achava que os economistas deveriam criar modelos estruturais de tomada de decisão e usar dados para estimar os parâmetros que explicavam o comportamento dentro deles. O debate se tornou tóxico. De acordo com o Sr. Levitt, o Sr. Heckman chegou ao ponto de designar alunos de pós-graduação com a tarefa de desmontar o trabalho do autor de Freakonomics para seu exame final. Você sabia... Nenhum dos dois ganhou. A revolução da credibilidade devorou seus próprios filhos: trabalhos subsequentes muitas vezes revertiam resultados, mesmo que, como no caso daqueles popularizados por Freakonomics, tivessem uma sobrevida como anedotas de festas. O problema se espalhou para o restante da profissão também. Um estudo recente de economistas do Federal Reserve descobriu que menos da metade dos artigos publicados que examinaram poderia ser replicado, mesmo quando recebiam ajuda dos autores originais. Os resultados contraintuitivos do Sr. Levitt saíram de moda e os economistas em geral se tornaram mais céticos. Ainda assim, as abordagens favorecidas pelo Sr. Heckman têm seus próprios problemas. Modelos estruturais requerem suposições que podem ser tão implausíveis quanto qualquer experimento quase-exótico. Infelizmente, muitas pesquisas contemporâneas usam vastas quantidades de dados e as técnicas da "revolução da credibilidade" para chegar a conclusões óbvias. As questões centenárias da economia são tão interessantes quanto sempre foram. As ferramentas para investigá-las permanecem em desenvolvimento.

(Traduzido via ChatGPT)

Medir a corrupção dos países corretamente

(...) Índices globais de corrupção, incluindo o Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional (CPI) e o Índice de Controle da Corrupção do Banco Mundial, atribuem uma única pontuação aos países. Essas métricas consistentemente mostram que os países ricos são “muito limpos” enquanto os países pobres são “altamente corruptos”. Por exemplo, o CPI de 2023 classifica o Reino Unido (com pontuação 71) como o 20º país menos corrupto do mundo, muito mais limpo que a China (42) e o Brasil (36). A maioria dos usuários do CPI, incluindo meios de comunicação, empresas e analistas, interpretam esses números como um fato.


Mas os países mais ricos são realmente menos corruptos que os mais pobres? Métricas unidimensionais como o CPI obscurecem o fato de que variedades qualitativamente diferentes de corrupção não podem ser reduzidas a uma única pontuação. Essas métricas também sub-medem sistematicamente o que chamo de “corrupção dos ricos” – que tende a ser legalizada, institucionalizada e eticamente ambígua – em oposição à “corrupção dos pobres”.

Em países mais pobres, a corrupção assume formas claramente ilegais e ultrajantes, como o roubo de fundos públicos e a aceitação de subornos. Em países ricos, por outro lado, muitos acreditam que o problema desapareceu. Em "The Quest for Good Governance", Alina Mungui-Pippidi conclui até que as economias avançadas alcançaram um estado final de “universalismo ético”, onde “o tratamento igual se aplica a todos”. A Grã-Bretanha é “o executor histórico clássico” neste aspecto, seguido por “fragmentos do império britânico povoado principalmente por populações de descendência europeia”. Em resumo, o rico Ocidente é limpo.

Mas, dado o surgimento do populismo nas democracias de alta renda hoje, muito dele uma reação contra as vantagens desproporcionais desfrutadas pelos ricos e politicamente conectados, o “universalismo ético” parece mais ilusório do que real. Como uma exposição contundente do New York Times em 2020 revelou, metade dos contratos do governo do Reino Unido para suprimentos médicos durante a pandemia da COVID-19 foi para “empresas administradas por amigos e associados de políticos” por meio de uma “Faixa VIP” especial.

Como, então, o CPI classificou o Reino Unido como o 20º país menos corrupto? A pontuação é baseada não em pesquisas conduzidas internamente pela Transparência Internacional, mas em uma combinação de várias pesquisas de terceiros. Quase todas essas vêm de organizações ocidentais como a Unidade de Inteligência.

Além disso, a formulação dessas pesquisas é frequentemente vaga. Por exemplo, o Anuário de Competitividade Mundial, uma das fontes do CPI, apresenta aos executivos de empresas uma escolha binária grosseira: “Suborno e corrupção: existem ou não existem.” Não é de admirar que o CPI mostre que os países ricos são “muito limpos” ano após ano, mesmo quando seus cidadãos comuns discordam.

Reconhecendo que não havia alternativas a essas métricas convencionais, apesar de numerosas críticas (incluindo do próprio criador do CPI), eu desenvolvi o Índice de Corrupção Desagregado. Como o CPI, o UCI é uma métrica de percepção de corrupção que depende de pesquisas de especialistas. No entanto, ele desagrega a corrupção em quatro variedades distintas: pequenos furtos (extorsão por oficiais de nível de rua), grandes furtos (desfalque por políticos), dinheiro rápido (pequenos subornos para superar obstáculos burocráticos ou assédio) e dinheiro de acesso (grandes pagamentos em troca de privilégios exclusivos e lucrativos, como contratos e resgates).

Enquanto as três primeiras variedades de corrupção - as endêmicas em países pobres - são descaradamente ilegais e diretamente prejudiciais, o dinheiro de acesso pode ser ilegal (como no caso de suborno) ou permitido (como no financiamento de campanhas). Métodos sofisticados de compra de privilégios podem envolver instituições inteiras onde nenhum indivíduo é corrupto. Por exemplo, a lavagem de dinheiro, para a qual Londres é um polo conhecido, pode envolver a movimentação de fundos sem empecilhos através de fronteiras por meio de instituições financeiras amplamente respeitadas. Nos Estados Unidos, os bancos gastaram coletivamente bilhões em lobby por regulamentações laxistas, levando à crise financeira de 2008, mas apenas um banqueiro foi indiciado.

O UCI utiliza uma pesquisa original de especialistas para classificar todos os quatro tipos de corrupção. Para melhorar a qualidade da medição, emprego vinhetas estilizadas que pedem aos respondentes para avaliar a prevalência de cenários representativos específicos em vez de níveis gerais de corrupção. Meu protótipo, cobrindo 15 países, é visualizado abaixo. A pontuação total do UCI de cada país aparece no topo e é dividida nas quatro categorias de corrupção, com uma caixa colorida representando o tipo mais dominante. Agora podemos comparar não apenas os níveis agregados de corrupção percebida, mas também o tipo e configuração da corrupção entre os países.


Uma comparação esclarecedora é entre os EUA e a China. Os EUA são menos corruptos que a China em geral, mas a lacuna é mais estreita na categoria de acesso ao dinheiro, o tipo dominante de corrupção em ambos os países. Notavelmente, a pontuação de acesso ao dinheiro dos EUA é mais alta do que a de países de renda mais baixa como Tailândia e Gana. Se dependêssemos apenas de pontuações agregadas, concluiríamos que os EUA são limpos. Mas, uma vez que as pontuações são desagregadas, podemos explicar o apelo das promessas populistas de "drenar o pântano".

Ainda mais interessante é que diferentes formas de acesso ao dinheiro prevalecem nos EUA e na China. Em uma comparação baseada em uma vinhetas sobre a tomada de suborno por meio de redes pessoais de políticos, a China domina claramente. No entanto, quando nos voltamos para práticas de "porta giratória" e captura regulatória por meio de lobby, os EUA assumem a liderança.


Em resumo, o dinheiro de acesso nos EUA é principalmente institucional, enquanto o problema na China ainda está enredado em relações pessoais envolvendo suborno e pilhas de dinheiro enterrado. A China não é necessariamente mais corrupta do que os EUA, mas sua corrupção certamente tem uma qualidade diferente.

Medir erroneamente a corrupção não é mera tecnicidade. Fundamentalmente, reforça a mensagem ilusória, hipócrita e muitas vezes eurocêntrica de que os países de alta renda alcançaram um estado duradouro de pureza ética. Na realidade, a corrupção não necessariamente desapareceu à medida que os países enriqueceram - em vez disso, evoluiu, tornando-se mais sofisticada e imperceptível.

Devemos continuar a combater a "corrupção dos pobres". Mas, ao desagregar a corrupção, as democracias capitalistas também podem direcionar a atenção urgentemente necessária para alguns de seus problemas mais prementes, incluindo o aumento da desigualdade, a diminuição da confiança pública no governo e o que a administradora da USAID, Samantha Power, chama de "corrupção moderna" (tais redes transnacionais de finanças ilícitas). Superar esses desafios requer medi-los com precisão, em vez de fingir que eles não existem.

A Má Mensuração da Corrupção Poupa os Países Ricos - 22 de Março de 2024 - YUEN YUEN ANG

Há alguns pontos do texto que tenho ressalvas, como argumentar através de alguns exemplos. Mas entendo que o texto possui pontos válidos. Lembro o caso da Suíça, que provavelmente está entre os países menos "corruptos" do mundo, mas a sua riqueza depende também da existência de corrupção em outros países. 

 

23 março 2024

Por que voltar do sistema híbrido para o 100% presencial?

Fonte da imagem: Aqui

Recentemente troquei de emprego tendo como principal motivador a busca pelo sistema híbrido de trabalho, no qual é possível alternar entre o remoto e o presencial.  Reportagens que debatem este tema, têm me chamam especial atenção. Esta, da BBC, traz um trecho que, na minha opinião, sintetiza bem a situação atual: 

[...]um estudo realizado em 2023 por dois professores da Escola de Graduação em Negócios Katz da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Eles examinaram 137 anúncios diferentes de retorno ao escritório no ano passado. A pesquisa concluiu que os gerentes usam as exigências de retorno ao escritório "para reafirmar o controle sobre os funcionários e culpá-los como bodes expiatórios pelo mau desempenho das empresas". 

[...] Bloom prossegue: "No longo prazo, o desempenho melhora mantendo os funcionários felizes e reduzindo os custos de retenção e contratação. As pesquisas mostram com muita clareza que, para os profissionais e para os gerentes, o trabalho híbrido é lucrativo para as empresas." 

Ele acredita que as empresas que assumiram uma posição linha-dura quanto ao retorno ao escritório são exceções e que muitas das que se opuseram ao trabalho remoto irão mudar de posição em breve. 

"Acho que nenhuma empresa no mundo de hoje pode impor uma política contra os talentos", afirma Choudhury. "Simplesmente não vai funcionar. Você irá sentir a dor. Você irá ver algumas das suas melhores pessoas saírem. E, então, haverá uma correção de curso."

21 março 2024

Problema fundamental

Dado que há apenas uma linha de fundo, o problema fundamental da teoria da contabilidade financeira é como projetar e implementar conceitos e padrões que melhor combinem os papéis de informação do investidor e de avaliação do desempenho do gerente para informações contábeis. No futuro, nos referiremos à combinação desses dois papéis da prestação de contas financeira como o problema fundamental. (William Scott, Financial Accounting Theory, 2015, cap. 1)

O livro é de 2015 e parece que o problema fundamental tem adquirido uma conotação não binária nos dias atuais. Apareceu o usuário sociedade que parece estar interessada nas informações contábeis das empresas, especialmente as informações ESG. 


Mas poderia ser argumentado que as informações ESG são para atender aos investidores. Ou seja, o problema fundamental permanece como enunciado por Scott. 

(Imagem gerada a partir do texto acima, pelo ChatGPT)


Ausência de um lucro verdadeiro


Essa falta de um conceito teoricamente correto de lucro é o que torna a contabilidade ao mesmo tempo frustrante e fascinante. É frustrante por causa da dificuldade de concordar com políticas contábeis. Diferentes usuários geralmente desejarão diferentes trade-offs entre relevância e confiabilidade. Como resultado, muitas vezes há várias maneiras de contabilizar a mesma coisa. É fascinante porque a falta de um conceito bem definido de lucro líquido significa que uma grande quantidade de julgamento deve ser empregada no processo de avaliação de ativos e medição de lucro. É o julgamento que torna a contabilidade valiosa e, de fato, fornece a base para uma profissão.

William Scott, Financial Accounting Theory, cap 2, 2015. Imagem gerada pelo ChatGPT

20 março 2024

Índice do medo

 Avaliar a volatilidade esperada de um ativo ou mercado é parte importante do conjunto de fatores que compõem processos de investimentos. Em diversas bolsas, um índice em especial cumpre este papel, de forma preditiva, ou seja, mede a volatilidade esperada para os próximos 30 dias. É o chamado índice VIX, ou “índice do medo”, que utiliza metodologia do Cboe Volatility Index para prever a volatilidade do mercado acionário americano. O índice chega agora ao Brasil após uma parceria entre a B3 e a S&P Dow Jones Indices (S&P DJI).

O VIX, que começa a ser divulgado nesta terça-feira (19) durante o pregão na B3, segue a mesma metodologia utilizada no mercado americano, ou seja, é calculado com base no mercado de opções. “Nos últimos anos, o mercado de opções de Ibovespa teve um crescimento substancial e mais que dobrou os volumes negociados a partir de 2019. Os formadores de mercado tiveram um papel importante neste movimento”, comenta Henio Scheidt, gerente de Índices da B3, ao explicar a decisão de trazer o VIX ao mercado brasileiro. “O Brasil atingiu um novo patamar em termos de volume de negociações, o que permitiu o lançamento desse índice e possibilitou trazer para o mercado local uma metodologia que já é consolidada em outras partes do mundo.”

O VIX acrescenta ao portfólio de produtos da B3 um indicador de volatilidade que pode ser usado por investidores como referência para medir a percepção do risco. No mundo, o indicador é conhecido por “índice do medo” exatamente por refletir momentos de piora na percepção de risco do investidor. Como o mercado de opções tem por característica embutir uma visão mais negativa ou otimista nos prêmios pagos na compra de opções de venda ou compra de um ativo em uma data futura, o VIX usa como base para ser calculado este segmento do mercado.


“A S&P Dow Jones Indices em parceria com a B3 faz este importante lançamento no Brasil que expande ainda mais o uso de instrumentos de referência baseados em volatilidade, não apenas nos EUA, mas em mercados fundamentais de todo o mundo”, disse Tim Brennan, diretor de Mercados de Capital da S&P Dow Jones Indices, acrescentando que o VIX está presente em várias bolsas do mundo como Canadá, Austrália e Hong Kong.

Assim como no mercado americano, na B3 o índice VIX irá produzir uma medida da volatilidade constante prevista para 30 dias, com base nos preços médios em tempo real das opções de compra e venda do Ibovespa. Dessa forma, mede em tempo real o sentimento dos investidores e a volatilidade do mercado.

A B3 estuda, no futuro, lançar produto atrelados ao VIX, mas ainda sem data definida. “Podemos ter diferentes produtos ligados ao índice, pode ser um ETF, notas estruturadas ou fundos, mas só em um segundo momento. Primeiro queremos entender como o índice de volatilidade implícita irá se comportar”, comenta Scheidt.

Fonte: Capital Aberto

OPA da Britannica

O célebre editora por trás do dicionário Merriam-Webster, Encyclopedia Britannica, está buscando uma avaliação de $1 bilhões em sua oferta pública inicial (IPO), relata a Bloomberg.

A empresa com sede em Chicago poderá abrir o capital já em junho deste ano. Pessoas próximas ao assunto disseram à Bloomberg que as discussões sobre o preço e o momento do IPO ainda estão em andamento. A Encyclopedia Britannica não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

No início deste ano, a empresa anunciado em um comunicado de imprensa que apresentou uma declaração de registro aos EUA. Comissão Valores Mobiliários. A editora tem sido buscando abrir o capital desde pelo menos 2022.

A Encyclopædia Britannica foi publicada pela primeira vez há mais de 255 anos na Escócia, tornando-a a enciclopédia geral mais antiga em língua inglesa.

Fundada em 1768, a editora foi vendida ao investidor Jacob E. Safra em 1996. As marcas da empresa agora também incluem o dicionário Merriam-Webster, o plataforma de recursos educacionais Educação Britânica e o Empresa de software de IA Melingo. Coletivamente, todas as suas marcas tiveram mais de 7 bilhões de visualizações de páginas anualmente, por 150 milhões de estudantes em 150 países.

Em 2022, o CEO Jorge Cauz disse que a receita da empresa naquele ano estava na vizinhança de $100 milhões.

Fonte: Aqui

No Brasil, a marca Barsa, muito conhecida no passado, é de propriedade da Britannica. 

19 março 2024

Clube do Livro

O Clube do Livro é um projeto que visa fomentar o engajamento de docentes e de discentes (graduação e pós-graduação) junto às temáticas abordadas no âmbito do UnB Accounting and Governance Conference (UnBAGC). Tal congresso ocorre anualmente, com a presença de renomados palestrantes internacionais. A cada edição do UnBAGC, ter-se-ão novas edições do Clube do Livro, tratando-se, portanto, de um projeto que poderá ser reeditado a cada ano.

Dentre os palestrantes internacionais já convidados e com presença confirmada no 10th UnBAGC, destaca-se a renomada professora Patricia M. Dechow. Suas pesquisas tratam de acréscimos contábeis, qualidade e confiabilidade dos lucros, no uso de informações sobre lucros na previsão dos retornos das ações e no efeito das previsões dos analistas nas percepções dos investidores sobre o valor da empresa. Para tanto, toma como base os conteúdos pertinentes à Teoria da Contabilidade Financeira.

Um livro de referência para tal conteúdo é do prof. W. R. Scott, que fornece uma apresentação completa das teorias da contabilidade financeira. Em sua 7ª edição, o livro inclui uma cobertura considerável das normas contábeis orientadas para as normas do IASB, bem como das principais normas contábeis dos EUA. Embora a discussão do texto se concentre em relacionar os padrões com a estrutura teórica do livro, a cobertura proporciona aos alunos a exposição ao conteúdo dos próprios padrões. O livro é apropriado para cursos de Teoria da Contabilidade Financeira tanto nos níveis de graduação quanto de mestrado profissional. 

A proposta do Clube do Livro, portanto, nesta sua segunda edição e acoplada ao 10th UnBAGC, é estudar com profundidade a obra citada, promovendo engajamento dos envolvidos no projeto do Clube do Livro e possibilitando uma participação mais efetiva dos pesquisadores no referido evento.

Local:

Os encontros ocorrerão de forma presencial, na Sala de Reuniões - Prédio da FACE/UnB, e virtualmente, pela Plataforma Microsoft Teams. Os links serão disponibilizados, a cada encontro, pelo Instagram.

Cronograma:

Encontro 1 - Introdução e Accounting under Ideal Conditions - Responsável: Mariana Guerra - cap. 1 e 2 - 21/mar

Encontro 2 - The Decision Usefulness Approach to Financial Reporting - Fernanda e Juliana - cap. 3 - 28/mar

Encontro 3 - Efficient Securities Markets - Responsável: Sérgio Nazaré - cap. 4 - 11/abr

Encontro 4 - The Value Relevance of Accounting Information - Responsável: Francisca - cap. 5 - 25/abr

Encontro 5 - The Measurement Approach to Decision Usefulness - Responsável: Paulo Mendes - cap. 6 - 16/maio

Encontro 6 - The Efficient Contracting Approach to Decision Usefulness. Responsável: César - cap. 8 - 23/maio

Encontro 7 - An Analysis of Conflict - Responsável: Tiago Mota - cap. 9 - 13/jun

Encontro 8 - Earnings Management - Responsável: Rodrigo Gonçalves - cap 11 - 27/jun

Fonte: aqui

PwC Internacional assume o controle da PwC Austrália

A chocante revelação de que a PwC Internacional assumiu o controle jurídico da PwC Austrália no ano passado enfureceu os três principais senadores que estão examinando o escândalo dos vazamentos de impostos. Os senadores dizem que foram levados a acreditar anteriormente que o ramo local estava operando de forma independente.

A rede global enviou uma carta jurídica para a PwC Austrália em junho passado, declarando que era uma "firma inadimplente" sob suas regulamentações e ordenou que o ramo local "tomasse todas as medidas necessárias" para nomear o sócio global Kevin Burrowes como diretor executivo interino.

Embora Burrowes relate ao conselho de sócios da PwC Austrália e não diretamente à PwC Internacional, a firma local permanece sob a "remediação supervisionada" da firma global.

Um sinal disso é que membros da equipe jurídica da PwC Internacional e um advogado externo local representando a organização global permanecem estacionados no escritório da firma em Sydney. Outros figurões internacionais da firma também visitam regularmente para verificar as coisas.

Os senadores agora querem convocar executivos da PwC Internacional perante o parlamento para explicar por que a empresa está retendo um relatório sobre aspectos internacionais do escândalo de vazamentos de impostos da firma. (Embora os senadores tenham o poder de compelir testemunhas na Austrália a comparecer, isso não alcança indivíduos baseados no exterior.) 

'Firmas Inadimplentes'

O senador liberal Richard Colbeck, presidente da investigação do Senado sobre consultoria, disse que agora está claro que a organização global estava retendo o relatório, da firma de advocacia Linklaters, para impedir que o assunto dos vazamentos de impostos fosse investigado por autoridades estrangeiras.

Por sua parte, a PwC Austrália acredita que não há nada para ver aqui. O presidente da PwC Austrália, Justin Carroll, disse que era "totalmente apropriado" que a firma local trabalhasse com a PwC Internacional para reformar suas operações.

A carta de "remediação supervisionada" e Os Regulamentos da PricewaterhouseCoopers International Limited são documentos estritamente confidenciais que a maioria dos sócios nunca chega a ver. Não é difícil entender o porquê.

Os regulamentos mostram que a PwC Internacional é toda-poderosa quando se trata de "firmas inadimplentes".

Suas regras de rede dão à PwC Internacional amplos poderes para substituir líderes em firmas membros por uma ampla gama de violações que incluem violar "qualquer um dos padrões da rede, políticas [ou] os documentos organizacionais da empresa".

Como parte desse processo, a PwC Internacional "pode impor qualquer ação corretiva que considere adequada a uma firma inadimplente".

Do Australian Financial Review.

Um comentário: é interessante que muitos escândalos internacionais da Big Four, a empresa mãe tenta deixar claro a autonomia existente, tomando distância do escândalo. Neste caso, a matriz procura evitar que informações que foram repassadas para empresas multinacionais saiam do escopo do Austrália e chegue em outras jurisdições. 

18 março 2024

Curiosidades do mundo da ciência



A música ao vivo parece envolver nossas emoções de maneiras que a música gravada não consegue. Voluntários deitaram em um scanner de ressonância magnética e ouviram faixas compostas por pesquisadores — tocadas ao vivo em um piano ou pré-gravadas. Os pianistas foram instruídos a acentuar sua execução quando o cérebro do ouvinte estava se animando — muito como uma banda ao vivo poderia tocar mais intensamente em resposta à energia da multidão. A performance ao vivo estimulou as partes do cérebro envolvidas no processamento de emoções mais fortemente e consistentemente do que a música gravada. Leia mais aqui

Os países mais afetados por mortes relacionadas a terremotos não são necessariamente aqueles que experimentam terremotos frequentes e fortes. Pesquisadores analisaram dados que remontam a mais de 500 anos e descobriram que a "carga de fatalidade por terremoto" de um país depende do tamanho de sua população, quão resistente a terremotos é sua infraestrutura e sua capacidade de responder a desastres. Isso pode explicar a carga relativamente baixa de países que se encontram ao longo de grandes falhas tectônicas, como Nepal (classificado em 27º), Japão (28º) e Indonésia (31º). A boa notícia é que a carga de fatalidade está diminuindo em todos os lugares, em parte graças a melhores métodos de construção. Leia mais aqui

Desde o seu lançamento em novembro de 2022, o chatbot da OpenAI ajudou cientistas a aumentar sua produtividade na escrita de artigos ou pedidos de financiamento. No entanto, aumentar o fluxo de publicações pode sobrecarregar ainda mais editores e revisores do que já estão. E, embora muitos autores reconheçam o uso de IA, alguns usam discretamente chatbots para produzir pesquisas de baixo valor. "Precisamos voltar e olhar para o que é o sistema de recompensa na academia", diz a cientista da computação Debora Weber-Wulff. O que pode ser necessário é uma mudança da cultura de 'publicar ou perecer' para um sistema que priorize a qualidade em vez da quantidade. Leia mais aqui

Uma verificação em mais de 7 milhões de publicações acadêmicas identificadas com identificadores únicos de objeto digital (DOIs) revela que 28% estão ausentes de arquivos online. "Muitas pessoas têm a suposição cega de que, se você tem um DOI, ele estará lá para sempre", diz Mikael Laakso, que estuda a publicação acadêmica. Mas custa dinheiro preservar conteúdo digital, e o arquivamento envolve infraestrutura, tecnologia e expertise que muitas organizações menores não têm acesso. Leia mais aqui. (Há um destaque aqui que gostaria de fazer para o Brasil, onde muitos periódicos são oriundos de instituições públicas de ensino. Depois de um boom de criação de periódicos, muitos deles estão desaparecendo e, com eles, os artigos publicados. Isso é válido para a área contábil também.)


Doze voluntários consumiram nada além de água por uma semana para revelar, pela primeira vez, o que o jejum faz ao corpo em um nível molecular. Os pesquisadores descobriram que o corpo passa por mudanças significativas e sistemáticas em vários órgãos — mas quaisquer mudanças potencialmente alteradoras da saúde parecem ocorrer apenas após três dias sem comida. Por exemplo, o jejum reduziu os níveis de uma proteína chamada SWAP70, que está ligada à artrite reumatoide — insinuando uma razão pela qual o jejum pode ajudar com a condição dolorosa. Os resultados podem ajudar a entender por que a prática milenar tem benefícios — e se estes podem ser aproveitados para pessoas que não podem jejuar por razões de saúde. Leia mais aqui

17 março 2024

Gráficos

 

Taylor Swift continua no topo do maior artista mundial. Mas entre os 10, quatro são k-pop. Fonte: aqui

Apesar da rede 5G estar disponível desde 2019, ainda estamos no estágio inicial do ciclo de vida, conforme aponta um relatório da empresa Ericson. Cortando a coluna de tempo, o número de smartphones conectado com cada tipo de rede. 

O custo anual do crime cibernético deve chegar a quase 14 trilhões de dólares em 2028, segundo uma estimativa. 
A fertilidade no mundo continua em queda. Na Coréia o valor é de 0,72, sendo que 2,1 é a taxa considerada necessária para "repor" a população atual sem migração. As maiores taxas são dos países africanos (azul escuro no mapa). Em 1963 essa taxa era de 5,3 e sessenta anos depois é de 2,3.

Não é preciso ser rico para ser generoso. O gráfico mostra países que são "pobres", mas generosos, como a Indonésia. O Brasil pode ser visto como pobre e menos generoso, na parte central de baixo do gráfico. 

Um grande número de países possuem um política tributária favorável aos produtos relacionados com a menstruação. Europa, Austrália, Canadá, Índia e Colômbia. Vergonha da América Latina, não? 




Aramco: lucro cai, mas ainda é maior que muita grande empresa

A empresa Saudi Aramco reportou ontem uma queda de 25% nos lucros, em razão da redução dos preços do petróleo. A empresa é controlada pelo governo da Arábia Saudita (95%) e teve um lucro de  $122 bilhões (recorde de $161 bilhões no ano passado — o maior já registrado por uma empresa com ações na bolsa). Esse valor, de 122 bilhões, é mais do que o triplo do que a gigante petrolífera americana ExxonMobil conseguiu.



A Aramco planeja distribuir cerca de $98 bilhões desse lucro em dividendos este ano, enriquecendo ainda mais os já abastados cofres do estado saudita. Além de investimentos em futebol, golfe, tênis e outros esportes globais, o país também está investindo em projetos de desenvolvimento extremamente ambiciosos como parte do plano Visão 2030, que busca diversificar a economia do país para além dos combustíveis fósseis.

O projeto mais notável entre esses é THE LINE: a construção em andamento na Arábia Saudita de uma cidade futurista (ou distópica, dependendo do ponto de vista) que se estende por 170 quilômetros. Estima-se que o custo dessa construção ambiciosa esteja entre $100-200 bilhões, mas alguns especialistas sugerem que possa chegar a $1 trilhão. 

Aversão ao risco e filmes

 

O gráfico mostra os dez filmes com maiores bilheterias por ano. Em 1995 o campeão foi Toy Story. No ano passado, Barbie. O tamanho do ponto indica o valor das receitas. Veja que Avatar é um destaque na metade da figura. 

As cores indicam que filmes são títulos com números ou dois pontos, indicando que se trata de uma sequência. Os filmes que não era uma sequência está em azul; laranja são os filmes que originam de um outro filme, como Avatar de 2022. É possível notar que com o passar do tempo, o número de filmes com a cor laranja tem aumentado na figura. Entre 1995 a 2000 foram 7 filmes; de 2018 a 2023 a soma é de 29 filmes. Isso corresponde a quase a metade dos filmes seis anos. 

As sequências possuem vantagens importantes para que produz: geralmente não dependem de direitos autorais complicados e possuem um público cativo. Em outras palavras, a continuação é uma forma confiável de não perder dinheiro. Mais tecnicamente, é uma escolha baseada na aversão ao risco. 

Novo nome para carro elétrico

 A BYD, empresa que tem impulsionado a indústria de veículos elétricos nos últimos anos com seus carros de baixo custo e números crescentes de vendas/produção, revelou seu modelo mais caro até agora: um supercarro totalmente elétrico de $233 mil para rivalizar com opções "devoradoras de gasolina" de marcas estabelecidas como Ferrari e Lamborghini.


A montadora chinesa, apoiada por Buffett, começou a aceitar pedidos para o Yangwang U9 após lançar o supercarro em um evento em Xangai ontem, relatando que o novo veículo marca “o início de uma nova era em que supercarros totalmente elétricos se tornam uma opção”.

Tem sido alguns anos movimentados para a BYD, tendo destronado a VW como a principal empresa automobilística da China em abril e desbancado a Tesla do topo do gráfico global de vendas de VE no último trimestre do ano, à medida que a empresa continua sua ascensão meteórica.

Fonte: aqui

Revisitando o desastroso acordo da HP

Nas últimas três décadas, a Hewlett-Packard realizou alguns dos acordos mais desastrosos do Vale do Silício. Um deles — a aquisição da Autonomy por 11 bilhões de dólares em 2011 — será foco na segunda-feira, dia 18 de março, quando o julgamento por fraude criminal de Mike Lynch, fundador da empresa britânica de software, está previsto para começar.


A HP declarou que registrou uma baixa contábil no acordo de 8,8 bilhões de dólares devido a fraude. Mas, como escreve Michael de la Merced do DealBook, a defesa de Lynch dependerá de reverter a sabedoria comum de que a Autonomy enganou a HP.

Muitos se lembram da Autonomy como um capítulo embaraçoso para a HP. O acordo foi orquestrado por Léo Apotheker, que como CEO da HP buscou transformá-la em uma empresa de software de ponta. Um ponto chave desse plano era comprar a Autonomy, que se concentrava em análise de dados.

Mas Wall Street se revoltou logo após o anúncio do acordo, e um mês depois Apotheker foi demitido. (James Stewart do The New York Times uma vez o chamou de um candidato ao pior CEO de tecnologia da história.) Lynch foi demitido em maio de 2012. Em novembro daquele ano, a HP registrou uma despesa contábil de 8,8 bilhões de dólares relacionada à Autonomy, citando "impropriedades contábeis" como a retrodatação de contratos e a caracterização inadequada de vendas de hardware para inflar receita.

Lynch buscou oferecer uma narrativa alternativa. Ele culpou executivos seniores que entraram em conflito com ele — incluindo Meg Whitman, que substituiu Apotheker como CEO da HP — pela desintegração da Autonomy. Seus advogados argumentaram que executivos da HP, por exemplo, sabiam sobre as vendas de hardware e não as haviam levantado como um problema.

Eles apontaram para emails internos mostrando cálculos variáveis do valor da Autonomy, que em um momento avaliaram seu valor em mais de 11 bilhões de dólares.

O acordo com a Autonomy teve consequências duradouras. Foi um grande golpe para a HP, que desde então foi ofuscada por empresas como Alphabet e Meta.

E Lynch, uma vez referido como o Bill Gates da Grã-Bretanha, foi repetidamente derrotado em batalhas judiciais ao longo dos anos. Caso ele perca o julgamento criminal nos EUA, ele enfrenta até 20 anos de prisão.

Se o leitor pesquisar poderá encontrar um grande número de postagens do blog sobre o assunto. Muitos anos depois, a impressão que ficou é que nenhum dos dois lados é santo: se Lynch enganou a HP, os executivos não foram céticos o suficiente (para não dizer que foram estúpidos). (Imagem gerada pelo ChatGPT a partir do texto acima)

Fluxo de Caixa Descontado na Apuração de Haveres

O contexto é o seguinte: Em abril de 2021, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, no Acórdão REsp 1.877.331, que o método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD) não é aplicável para a Apuração de Haveres de sócio retirante, a menos que haja previsão expressa no Contrato Social. Os ministros que apoiaram essa decisão argumentaram que o FCD baseia-se em previsões de fluxos de caixa futuros e incertos, representando uma especulação sobre o desempenho futuro da empresa, o que não é justo para o sócio que está se desligando, pois ele não participará dos riscos ou benefícios futuros do negócio. Por isso, concluíram que o critério patrimonial, refletido no Balanço de Determinação, deve ser o utilizado para essa finalidade.

Um artigo recentemente discutiu este ponto. Eis o resumo: 


O objetivo deste ensaio teórico é discutir, à luz da teoria contábil e de finanças, sobre o Acórdão - REsp 1.877.331 da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que decidiu, para efeitos de Apuração de Haveres de sócio retirante, salvo determinação contida no Contrato Social, que o método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD) não é pertinente. Como fundamento para a argumentação deste ensaio, foram incorporados os conceitos de ativo e a sua característica de geração de benefícios econômicos futuros. Para o ensaísta, essa característica é balizadora não só para a mensuração de ativos, como também para a mensuração do valor de uma empresa que é formada por um conjunto de ativos tangíveis e intangíveis. O Fluxo de Caixa Descontado é considerado um dos principais métodos de avaliação de empresas, sendo essencialmente financeiro, derivado da capacidade de geração de benefícios futuros que são projetados, descontados a valor presente, acrescentando ainda o valor da perpetuidade. A mensuração por este método pode considerar a empresa na situação em que se encontra, não sendo necessário projeções de crescimento, fatores macroeconômicos futuros, já que a jurisprudência considera que o futuro não pertence ao sócio retirante. Não obstante, não se pode desconsiderar a capacidade de geração destes benefícios econômicos, o que pode propiciar uma avaliação desprovida do valor justo, prejudicando assim uma das partes no litígio. Embasado nesses aspectos discutidos no ensaio, considera-se assim, a pertinência do uso do Fluxo de Caixa Descontado em processos de Apuração de Haveres.

Considerações sobre o método do fluxo de caixa descontado na apuração de haveres - Claudio Roberto Carissimo. Publicado na Revista Catarinense da Ciência Contábil, v. 23, 1-15, e3433, 2024. (Imagem criada pelo GPT a partir do resumo)

Rir é o melhor remédio


 

Fada do Dente

A tradição da Fada do Dente é parte da cultura ocidental. Basicamente, quando uma criança perde um dos dentes de leite, ela deve colocá-lo embaixo do travesseiro antes de dormir. Durante a noite, a "fada do dente" visita a criança enquanto ela dorme e substitui o dente por uma pequena quantia em dinheiro.

Existem várias explicações para essa tradição, que incluem até o incentivo para que as crianças mantenham boa higiene bucal. O valor deixado pode variar conforme a família e a região, assim como as condições econômicas, as tradições e outras variáveis. Em alguns casos, a "fada" deixa bilhetes para as crianças.

Sua origem parece ser antiga, originária de uma tradição em que uma criança é recompensada pela perda do dente de leite. Uma entidade relacionada à higiene bucal realiza uma pesquisa anual para determinar a média de dinheiro deixada para cada criança. O gráfico a seguir mostra a evolução do valor, em dólar, desde 2013. Atualmente, o valor médio é de 5,84 dólares, mas já foi maior.

Vamos agora considerar como contabilizar o dente e seu valor deixado no travesseiro. Imagine que exista uma entidade gigante, chamada Fada do Dente, que deixa 5,84 dólares por cada dente. Considerando que cada criança perde 20 dentes, podemos calcular o valor da despesa dessa entidade Fada do Dente como sendo 5,84 dólares vezes o número de dentes perdidos por ano vezes o número de crianças. Mas isso seria uma conta de despesa; se não existirem receitas para financiar essa entidade, ela será altamente deficitária.. 



16 março 2024

Exportando e desmatando

 



Uma investigação da Global Witness, reportada pela BBC, descobriu que três grandes produtores de carne, JBS, Minerva e Marfrig, estão envolvidos em desmatamento ilegal no Cerrado brasileiro, especificamente no estado de Mato Grosso. Estas empresas, que negam as acusações, foram ligadas a fazendas que desmataram sem permissão. Este relatório surge em um momento crítico, já que a nova legislação da União Europeia, o Regulamento de Desmatamento da UE, que exige que empresas comprovem que seus produtos não são de terras desmatadas após 2020, está prestes a entrar em vigor. A lei visa combater o desmatamento, mas críticos argumentam que ela pode prejudicar pequenos agricultores incapazes de atender às exigências de dados, além de não ser rigorosa o suficiente para proteger todas as áreas, como o Cerrado, em comparação com a Amazônia. Enquanto isso, o Brasil se destaca como o maior exportador de carne bovina em 2023, com uma projeção de mais de 3 milhões de toneladas, seguido pela Índia, Estados Unidos e Austrália.

Fonte: aqui

Nvidia: Liderando a Revolução da IA com Resultados Financeiros Extraordinários

 

A empresa Nvidia é um dos destaques da nova era da tecnologia apoiada no crescimento da inteligência artificial. Desde maio de 2023 tornou-se o símbolo do surto do mercado de ações impulsionado por IA, contribuindo para os recordes históricos do S&P 500. A empresa não tem decepcionado na divulgação de seus resultados trimestrais. 

No quarto trimestre fiscal, encerrado em 29 de janeiro de 2024, a Nvidia divulgou uma receita de US$ 22,1 bilhões, um aumento de 265% em relação ao mesmo período do ano anterior, superando sua própria previsão de US$ 20 bilhões. Este crescimento foi impulsionado principalmente pelo seu negócio de data centers, que viu um aumento de 409% na receita ano a ano, representando mais de 80% do total de vendas da empresa.

O lucro líquido no trimestre foi de US$ 12,3 bilhões, mais que dobrando o lucro do ano fiscal de 2023, com uma margem bruta impressionante de 76%. 

12 março 2024

Rir é o melhor remédio

 

Fonte: Aqui

Frase



Um dos mistérios do comportamento humano é por que homens e mulheres adultos estão prontos para assinar documentos que não leram, a pedido de vendedores que não conhecem, comprometendo-se a pagar por artigos que não desejam, com dinheiro que não possuem.
- Gerald Hurst

Via: aqui.
Fonte da imagem: aqui.

11 março 2024

Comitê Olímpico Japonês forçado a pagar 13 milhões

 

O Comitê Olímpico Japonês (COJ) foi forçado a retificar declarações fiscais e pagar cerca de 13 milhões de dólares em impostos atrasados, após autoridades fiscais terem descoberto erros entre os anos 2018 e 2022.

O Comitê afirmou que há uma diferença de opinião sobre algumas despesas e o momento de reconhecimento de rendas, mas revisou as declarações e pagou as taxas adicionais. O COJ é uma empresa de interesse público e algumas de suas atividades são isentas de tributação.

Fonte: Aqui

10 março 2024

Rir é o melhor remédio

 Chefe. Líder. ... E o líder do grupo nos trabalhos de faculdade:



Ensaios sobre estágios, carreira e aprendizado. Ou: como aprender a furar um papel

Recentemente eu estava relembrando como era ser uma estagiária e acredito que em muitos aspectos tirei a sorte grande. Eu trabalhei no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e um dos lemas era: “Você sabe? Então ensine.” E o ambiente que vivenciei realmente era assim.

Claro que havia bastante “trabalho de estagiário”, além de problemas diversos. Não dá pra se iludir. Mas por acreditarem também no potencial desses mesmos estagiários, havia ensino que realmente agregava. Consigo olhar pra essa fase com gosto, gratidão e orgulho.

Quando fui trainee na PWC passei por um mês de capacitação intensiva, que também trouxe lições preciosas. Até aula de etiqueta entrava no bolo. Algumas coisas que parecem óbvias, realmente precisa ser colocado no básico para evitar absurdidades. 

Infelizmente pelos relatos que recebo, poucos tem essa sorte. Diversos podem ser os motivos, desde o custo de um funcionário, à falta de conscientização da importância dessa fase de aprendizado. Não vou adentrar nisso.

Venho tentando relembrar algumas das lições que aprendi, sem tentar me passar por uma sábia anciã. Não me considero especialista no assunto. Todavia, gostaria que os estagiários com que já trabalhei aprendessem mais que fórmulas de excel. Que são também muito importantes e vão facilitar a sua vida! Mas, o que mais?

Vocês poderiam me ajudar? Vamos tentar ensinar os que vem depois de nós?

Caso não queiram publicar nos comentários, nos enviem um e-mail em blogcontabilidadefinanceira@gmail.com. Quem sabe não consigamos melhorar a experiência de alguém?

Engraçado que um dos ensinamentos que mais me marcou foi: como aprender a furar um papel. Parece piada, mas não é só furar! Para quem não sabe: você dobra o papel no meio e faz uma marquinha discreta. O lugar daquela marquinha, fica alinhado a um triângulo que há no furador pra garantir a padronização na metade da página. Simples e genial. Me deu a sensação de um bom começo.

Hoje quase não há mais papel, mas há sim uma questão atualmente relevante nessa história. Quem me ensinou foi uma amiga estagiária, com quem até hoje mantenho contato. Aprendi a ver a maioria dos colegas de trabalho de uma forma saudável: são apenas colegas de trabalho. Isso também foi um aprendizado ao longo da carreira. Porém, quando somos estagiários, se dermos sorte, há uma inocência e cumplicidade que garantem um lugar especial dos nossos iguais por toda uma vida.

Então esta é a minha primeira lição: faça e valorize as suas conexões. Não ande apenas com os seus amigos de sempre, tente conversar com quantas pessoas puder, demonstrando interesse genuíno. Quando for a congressos ou palestras, não seja apenas um ouvinte. Aproveite o intervalo para interagir, marcar presença e conhecer pessoas de fora do seu círculo. Isso te trará contatos importantes para a sua caminhada.