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30 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

O Google alterou a sua capacidade de memorização

Um estudo da Universidade Columbia provou na prática, um conceito que tem gerado polêmica nos últimos anos: o uso da internet pode reduzir a capacidade de memorização das pessoas. Um grupo de 106 voluntários foi submetido a 4 baterias de testes de memória – sendo que, na metade dos caso, tinham um computador para ajudar. Esses voluntários ficaram dependentes da máquina e se saíram mal quando não tinham acesso a ela. Segundo os cientistas, isso acontece porque as pessoas delegam ao Google a obrigação de se lembrar das coisas.

Acesse aqui a pesquisa publicada na revista Science.

Postado por Isabel Sales. Fonte: Superinteressante, n. 295.

Ig Nobel

Aconteceu ontem a cerimônia de entrega do prêmio IgNobel. Aqui o vídeo com a promoção para o evento.A lista completa dos vencedores pode ser encontrada aqui ou aqui.

Neste ano, o destaque foi o prefeito que passou um tanque sobre um carro estacionado (foto). Ele venceu o prêmio da Paz. Entre os outros premiados, pesquisa que certos tipos de besouros podem acasalar com garrafas de cerveja (Biologia), a quantidade de wasabi necessária para despertar pessoas em caso de incêndio (Química), a teoria da procrastinação (literatura), para pessoas que previram que o mundo acabaria em algum momento do passado (matemática), o fato do desejo de urinar afetar as decisão das pessoas (medicina), por tentarem entender a razão das pessoas suspirarem (psicologia), sobre a diferença do lançamento de disco e de martelo, em competições de atletismo (física), sobre a não evidência do bocejo contagioso em certo tipo de tartaruga (fisiologia) e sobre o efeito para segurança pública quando o visor de um automóvel cai no rosto de uma pessoa (segurança pública).

Marca


Conforme relatório divulgado hoje, a empresa Brand Finance PLC avaliou os principais clubes de futebol do mundo. Em primeiro lugar ficou o Manchester United, cuja marca foi estimada em £412milhões, um crescimento de 11% em relação ao ano anterior, de 2010. Este valor é £11 milhões a mais que o Real Madrid, o Segundo colocado. O melhor time do mundo, o Barcelona, foi avaliado em £392milhões.

Fonte: aqui

Publicação


O Brasil é o 13º país na lista dos que mais publicam artigos científicos. Mas, quando o assunto é quantas vezes cada texto é citado por outros pesquisadores, o país vai mal.


Isso acontece principalmente por um motivo: 60% dos artigos publicados por aqui estão em português. E, diferentemente de países como a Espanha, boa parte dos cientistas daqui prefere publicar em revistas brasileiras.

Fonte: aqui

A consciência pelo movimento

Eu li uma reportagem na revista Bons Fluídos n. 149 e automaticamente me lembrei dos estudantes mundo a fora. Às vezes estamos em um ritmo tão intenso que não fazemos nenhum tipo de exercício. Com isso nos cansamos mais rapidamente, engordamos, ficamos menos dispostos e atentos. Eu já falei sobre isso antes e entendo a situação. Mas vale lembrar que ao menos um alongamento para prevenir lesões por esforço repetitivo é essencial!

Seguem abaixo alguns trechos da reportagem “a consciência pelo movimento”.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, estamos cada vez mais sedentários. A boa notícia é que toda forma de exercício ajuda a minimizar esse quadro.

Nem toda hora é de estica, pula e corre. Às vezes, porque estamos num momento mais introspectivo da vida, ou por opção , uma questão de gosto pessoal, o ritmo da atividade física precisa ser mais suave.Queremos menos agitação, menos academia, tudo menos. Mais, só se for prazer. Afinal, a vida já nos impões obrigações demais.

(...) Especialistas, sem preconceito algum, garantem que toda forma de movimento vale a pena.

Com a vida moderna que nos leva a trocar um grande número de esforços físicos pelo simples apertar de botões – justíssimo, merecemos esse conforto! -, estamos economizando movimentos e deixando de usar o corpo em sua potencialidade máxima. Daí surge os encurtamentos, a musculatura fica flácida, e, acredite, um ‘esquecimento’ muscular – que cobrará atenção mais tarde.

(...) estes métodos [técnica de Alexander, método Feldenkrais, rolfing] são formas de se exercitar que têm como objetivo a melhoria ou manutenção de alguns desses aspectos [capacidade aeróbica, força e resistência muscular, flexibilidade]. Mas para possibilitar um condicionamento perfeito, deveriam se associar outras atividades, como corrida ou natação.

O grande valor dessas práticas, no entanto, é trazer de volta a amplitude do gesto. Trabalham alongamento e força muscular.

[...] “No Brasil uma pesquisa nacional de vigilância de fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis (Vigitel, 2010) verificou que apenas 14,9% da população executam o mínimo de atividades físicas no momento de lazer. A mesma proporção de indivíduos (14,1%) é inativa (não pratica nem o básico de atividade leve, seja no lazer, no deslocamento, seja nas tarefas domésticas)”. (...) Para piorar, destaca-se o tempo em frente à TV: cerca de 28% dos entrevistados relataram assistir à televisão três ou mais horas por dia, um indicador importante de sedentarismo.

Para saber mais:

Pilates, Rolfing, Feldenkrais e Método Alexandre:
aqui.

Postado por Isabel Sales. Fonte da imagem:
aqui.

Segredo


Recentemente o IASB escreveu uma carta a European Securities and Markets Authority (ESMA). O aspecto interessante, e revelado pelo colunista Floyd Norris, do New York Times, é que a correspondência foi mantida em segredo até que vazou no jornal Financial Times. Neste momento a correspondência foi colocado no website do Iasb.

Tom Selling discute a razão do segredo. Selling não é um “simpatizante” do Iasb. Ele acredita que o Iasb manteve a correspondência em segredo com medo de uma humilhação publica da Comunidade Européia. Outra possibilidade aventada por Selling é que o Iasb tentou criar uma fuga caso os problemas financeiros da Europa aumentassem em razão dos problemas com suas normas contábeis.

David Tweedie


A Revista Brasileira de Contabilidade, no número de março e abril de 2011 que recebi agora, traz a integra da palestra que David Tweedie, ex-presidente do Iasb, fez no Brasil. Como o estilo é informal, o texto ficou interessante. Num trecho, por exemplo, Tweedie afirma que:

Esta não é uma discussão sobre qual é o melhor método de contabilidade; não é por isso que as IFRS vêm crescendo. 

É pena que o Conselho não disponibiliza o texto para que a divulgação das idéias do ex-presidente (e sua discussão) seja maior.

Roupas e Percepção

Um estudo feito por pesquisadores americanos concluiu que o jeito de se vestir pode mudar a percepção de terceiros sobre a cor da pele de uma pessoa.


Os cientistas vestiram pessoas ou com roupas casuais de trabalho, ou com macacões, e pediram a espectadores que categorizassem os rostos dos modelos como sendo brancos ou negros.


A probabilidade maior era, segundo a pesquisa, que os rostos fossem vistos como brancos quando as pessoas se vestiam com roupas casuais de escritório e como negros quando usavam os macacões.


O relatório da equipe de pesquisadores, baseados nos Estados Unidos, foi publicado na revista científica Plos One. Os cientistas acham que, se as pessoas têm consciência das estratégias que usam para avaliar outras pessoas, os efeitos desses julgamentos subconscientes podem ser diminuídos.


"Este é um artigo realmente interessante que testa hipóteses sobre como nós categorizamos as pessoas", diz a psicóloga Lisa DeBruine, que estuda reconhecimento facial na Universidade de Aberdeen, na Escócia, e que não está envolvida no trabalho. 


(...) "(Os resultados) indicam que a nossa bagagem cultural, e o que estamos esperando ver estereotipicamente, pode literalmente mudar o que nós vemos em outras pessoas", disse o estudante de graduação Jon Freeman, da Universidade Tufts, que liderou o estudo. (...)

Roupas alteram maneira como pessoas percebem cor da pele, diz estudo

Países mais endividados

Quais os países mais endividados, em termos proporcionais? O resultado é surpreendente, com a presença de países que poderíamos considerar "saudáveis", como a Escandinávia. Na lista, os vinte mais endividados, em proporção com o tamanho da economia. Ao lado, também, o tamanho da dívida, em dólares:


Estados Unidos = 101% = 14,8 tri
Hungria = 120,1% = 225 bi
Austrália = 138,9% = 1,2 tri
Itália = 146,6% = 2,6 tri
Espanha = 179,4% = 2,46 tri
Grécia = 182% = 580 bi
Alemanha = 185,1% = 5,4 tri
Portugal = 223,6% = 552 bi
França = 250% = 5,4 tri
Hong Kong = 250,4% = 816 bi
Noruega = 251% = 641 bi
Austria = 261,1% = 867 bi
Finlândia = 271,5% = 505 bi
Suécia = 282,2% = 1 tri
Dinamarca = 310,4% = 626 bi
Bélgica = 335,9% = 1,3 tri
Holanda = 376,3% = 2,6 tri
Suiça = 401,9% = 1,3 tri
Grã-Bretanha = 413,3% = 8,98 tri
Irlanda = 1382% ou 172,3 bi

Imagem: Aqui

29 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Kindle Fire

A tabela ilustra a diferença entre o Kindle Fire e o iPad 2 (adaptado daqui). Alguns analistas destacaram o preço e estão otimistas. Outros consideram que o tamanho da tela e a ausência de câmera são os pontos fracos. Provavelmente os outros fabricantes deverão reduzir o preço.

A comparação em termos financeiros foi feita aqui, usando o índice P/L. Enquanto a Amazon tem um índice de 72, a Apple, uma das maiores empresas em valor de mercado, possui um P/L de 12. E nos últimos anos, enquanto a Amazon tem apresentado valorização crescente, o comportamento da Apple é mais errático.

Depreciação e Amortização

A seguir um trecho do Diário Económico de Portugal (“Financiamento da Estradas de Portugal deve ser revisitado”, Nuno Miguel Silva) sobre depreciação:

Vários anos depois deste sistema ter entrado em vigor, ainda acredita na viabilidade financeira da Estradas de Portugal (EP)?


Segundo o Plano Oficial de Contabilidade, uma estrada típica tem um período de vida de 60 anos. Se for bem conservada, tem muito mais tempo de vida. O modelo da EP e das concessões tem de ser visto ao longo deste período, porque se analisarmos o modelo apenas do ponto de vista do investimento directo estamos a abordar apenas os fluxos financeiros. A lógica correcta é analisar o proveito e o custo. Se eu fizer isso, verifica-se que a EP dá lucro. Se não, estamos a falar apenas do período em que temos os custos, que é até 2030. E estamos a obrigar a pagar em 30 anos infra-estruturas que deviam ser amortizadas ao longo de 60 anos.


Fazendo essa análise mais longa, como consegue demonstrar a viabilidade financeira da EP?


Segundo um estudo da própria EP, a preços correntes, em 2005, o saldo positivo das concessões rodoviárias até 2050 era de 26 mil milhões de euros. Depois do novo modelo de financiamento do sector, em 2011, segundo os mesmos métodos e no mesmo período, de acordo com o mesmo estudo, o saldo positivo para a EP e para o Estado português será de 44.600 milhões de euros.


Nesta conjuntura de crise não considera exagerado estarmos a fazer projecções de receitas à distância de 40 anos, quando todos os cenários estão a mudar de um dia para o outro?


O mais correcto era fazermos estas contas com base no VAL [Valor Anual Líquido] em vez dos preços correntes. Do ponto de vista técnico, qualquer número ou metodologia é aceitável, tem é de ser bem explicado. As contas são feitas até 2050 porque esse é o horizonte em que a maior parte da infra-estrutura será amortizada. 


Imagem, aqui

Excesso de Confiança


Quando um professor aplica uma prova individual ele tenta medir o conhecimento de cada aluno. Entretanto, em algumas situações, um professor pode elaborar uma avaliar com consulta, incluindo ao colega. De uma maneira geral, acreditamos que o resultado da avaliação tende a melhor, premiando o grupo como um todo.

Uma pesquisa recente, realizada em Nottingham, mostrou que isto nem sempre é verdadeiro. Duas telas feitas, uma de Klee e outra de Kandinsky, foram apresentadas para dois grupos de pessoas. O primeiro grupo, as decisões deveriam ser individuais. No segundo grupo, as pessoas podiam discutir antes de tomar a decisão. O grupo que fez a consulta teve resultado pior. Ou seja, a consulta dentro do grupo piora o processo decisório, mesmo que as pessoas tenham considerado interessante a conversa no grupo.

Isto é estranho já que para grandes grupos o processo decisório parece melhorar (vide o livro A Sabedoria das Multidões).

Uma possível explicação para o resultado é que este tipo de decisão não é possível provar, de antemão, que um dos componentes do grupo conhece realmente a distinção entre os dois pintores. Ou seja, a resposta não é “demonstrável”. Nestas situações, os membros do grupo são influenciados pelo excesso de confiança daqueles que se julgam especialistas. É como o jogo de conhecimento, onde é possível perguntar aos universitários. Se o universitário diz que “tem certeza” da resposta, o inocente tende a ser conduzido pelo excesso de confiança do especialista (neste caso, o universitário).

(Foto: aqui)

Profissional difícil


Um levantamento realizado pela Robert Half revelou que, no mundo, as áreas de finanças e contabilidade são consideradas as mais difíceis de encontrar profissionais  que atendam aos requisitos das empresas. A resposta foi indicada por 26% e 22% dos entrevistados pela consultoria.


Entre os países que encontram mais dificuldades em preencher as vagas de finanças, estão Itália (45%), Holanda (36%) e Brasil (34%).


No caso de profissionais de contabilidade, destacam-se República Checa (42%), Nova Zelândia (41%) e Austrália (34%). No Brasil, o indicador chegou a 17%.


Fonte: Infomoney. Imagem, aqui

Exame de suficiência


(...) O exame de suficiência de Contabilidade foi criado em 2000 e derrubado quatro anos e dez edições depois por uma liminar que questionava o fato de a prova não ser uma lei federal e sim uma resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Em 2010, a lei federal 12.249 instituiu a aprovação no exame como condição para obter o registro no CFC que permite o exercício da profissão. A segunda prova depois do retorno da avaliação ocorreu no domingo, dia 25. Já o exame de Medicina Veterinária foi extinto em 2007 por uma decisão judicial e ainda não voltou a ser aplicado.


Para o presidente do CFC, Juarez Domingues Carneiro, a suspensão do exame fez com que a qualidade das instituições e dos graduados caísse. “Aumentou o número de processos administrativos, de fiscalizações e de denúncias que chegavam ao aconselho”, afirma. Carneiro vê a prova como um instrumento para estimular as faculdades a garantir a qualidade do curso e fazer com que os alunos se esforcem para adquirir o conhecimento necessário e serem aprovados.


De acordo com Carneiro, quando o exame foi extinto, a taxa de aprovação era de 60%. Na primeira edição após a pausa, realizada neste ano, mais de 16.600 pessoas se inscreveram e 30% foram aprovadas. “Esperamos que na próxima edição a aprovação aumente, pois as mais de 1.200 instituições de ensino superior que oferecem o curso de Contabilidade devem ter tomado algumas medidas para que melhore a qualidade de ensino”, acredita.


A avaliação do Ministério da Educação (MEC), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), também apontou queda na qualidade dos cursos superiores de Contabilidade. Em 2006, 30% dos cursos tiveram conceito Enade (nota dos concluintes) 1 ou 2, considerado insatisfatório. Três anos depois, a porcentagem de cursos com desempenho ruim cresceu para 32%. A avaliação tem critérios diferentes do exame de suficiência e não pressiona tanto as instituições como a prova que garante o registro no Conselho, analisa Carneiro. (...)


Fonte: aqui

Talvez seja necessário um certo cuidado na comparação, já que o exame anterior era diferente do atual (um grande número de técnicos fazia o antigo). De qualquer forma é assustador imaginar que somente 30% dos concluintes estão aptos a exercer a profissão. Ou que alguns estados da federação não se teve nenhum aprovado.

Soccernomics

Por Pedro Correia


Com menos de 1000 dias para a Copa de 2014, seja onde for, todos querem saber quais serão os 32 participantes do evento.Os economistas do Itaú BBA, construíram modelo econométrico para estimar quais são as probabilidades dos países da América do Sul de se classificarem nas eliminatórias locais. Três indicadores de sucesso foram utilizados no modelo, como variáveis explicativas para o sucesso da classificação:qualidade da seleção, tradição de participação em Copas do Mundo e riqueza econômica. A qualidade da seleção foi mensurada através da posição no ranking da Fifa, a tradição foi medida com a contagem do número de finais de Copa disputadas. Para a riqueza econômica foram considerados o PIB per capita, PIB e inflação.

Após rodarem o modelo econométrico, os economistas verificaram que o indicador de riqueza econômica é irrelevante. Assim, os outros indicadores mostram que a Argentina e Uruguai têm probabilidade de 94,2% e 85,9% de se classificarem. Logo em seguida, estão Chile e Paraguai com 75,3% e 63,1%.

China é menos dependente de exportações

Por Pedro Correia

De acordo com nota publicada pelo HSBC, as exportações líquidas chinesas contribuíram quase zero para o crescimento de 9,6% do PIB chinês no primeiro semestre de 2011. A noção do "Made in China", talvez, esteja em seu fim, pois a baixa depêndencia das exportações revela que a demanda doméstica é fundamental para o país. Assim, qualquer problema econômico chinês nos próximos anos não será tão proveniente dos EUA ou da Zona do Euro. Leia parte da nota dos economistas ,Qu Hongbin e Junwei Sun, do HSBC:


Chinese growth has become much less export-driven. The net exports to GDP ratio has shrunk to 2-3% from 8-9% before the global financial crisis… Domestic demand has contributed 110% of China’s GDP growth since 2009, much higher than the average of around 85% in the previous three years before the crisis.

During 2008-09, when the global economy slipped into a recession and net exports fell by 40% y-o-y, this 3-4ppt contribution turned into a negative 2ppt contribution, cutting the GDP growth rate by 5ppts before the massive stimulus package picked up the slack. This time around the implication is that if the global economy falls into a recession again, net exports would at most cut China’s GDP growth by 1-2 ppts.




Fonte: CEIC, HSBC

28 setembro 2011

Rir é o melhor remédio


Um jogador de xadrez morre e depois de alguns dias um amigo dele ouviu a sua voz.

"Onde você está agora", perguntou ele.

"O que você quer ouvir primeiro, a boa notícia ou a má notícia?"

"Diga-me a boa notícia primeiro."

"Bem, é realmente o céu aqui! Há torneios e sessões relâmpago acontecendo o tempo todo. Morphy, Capablanca, Lasker, Alekhine, Tal, Botvinnik, todos eles estão aqui"

"Fantástico!" o amigo disse, "E a má notícia?"

"Você tem jogo contra Capablanca no sábado."

Fonte: Aqui

Links

Contabilidade
IFRS é considerada imprópria para uso

Auditoria: Brasil, um país diferente

Deloitte
Receita da Deloitte é recorde e beneficiada pela crise

Deloitte acusada de não encontrar fraude na empresa de hipoteca 

Economia
Exermplos de custo de vida elevado do Brasil

Investidores, com 57 bi de capital, apostam no Brasil e Colômbia

Profissão
As profissões mais felizes dos EUA

Teste 524

Quanto tempo sem os "testes". Parece que não fez muita falta. Mas o de hoje é bem longo e interessante:


Na segunda-feira anunciou que a Boeing entregou a primeira unidade do 787 Dreamliner, seu novo avião. As informações indicam que ocorreu um atraso na entrega de três anos e que o custo de pesquisa e desenvolvimento foi de 32 bilhões.

Cada aeronave terá um preço de 200 milhões de dólares e existem 800 unidades já vendidas. Mas a empresa está desenvolvendo esforços no sentido de fabricar 10 unidades por mês.

A Boeing se recusou, até agora, a dizer quantos aviões precisa vender para não ter prejuízo.

a) Qual o conceito do texto em itálico?

b) Considere que a empresa consiga fabricar 10 unidades por mês. Suponha também que a empresa não possua custo de produção. Em quanto tempo a empresa irá “pagar” os gastos com pesquisa e desenvolvimento?

c) O cálculo da alternativa anterior é irreal já que existem custos de produção. A DRE da empresa mostra que o lucro operacional em 2010 foi de 5 bilhões para uma receita de 65 bilhões de dólares. Suponha que esta margem, de 7,7%, será mantida nos próximos anos. Quanto tempo seria necessário para pagar os gastos de P&D, nesta situação?

d) A margem de 7,7% é irreal já que faz parte das despesas o P&D que foi levado a resultado. Só em 2010 foi de 4 bilhões. Isto significa que a comparação mais adequada seria  9 bilhões (4 mais 5 bilhões) sobre uma receita de 65 bilhões. Ou seja, uma margem de 13,87% para cada avião. Para arredondar, vamos considerar uma margem de 14%. Em quanto tempo a empresa irá recuperar os gastos com P&D?

e) Os cálculos anteriores foram realizados sem levar em consideração o valor do dinheiro no tempo. Supondo uma taxa de desconto de 0,5% ao mês (ou 6,2% ao ano), em quanto tempo será o retorno?

f)   Qual a quantidade de aeronaves que a empresa precisaria vender para a última situação?

Auditorias


Mais um capítulo na guerra entre regulador e as big four. Segundo Huw Jones, da Reuters (Grandes firmas de auditoria poderão sofrer abalo enorme com novas regras)

As "Big Four", quatro maiores firmas de auditoria do mundo, podem ser desmembradas, ficando suscetíveis a aquisições, se forem em frente planos radicais da União Europeia para intensificar a concorrência, disse na terça-feira uma autoridade britânica do setor.


O comissário para mercado interno da UE, Michel Barnier, deverá publicar um projeto de lei em novembro para limitar o que considera um conflito de interesses - quando os auditores verificam os balanços contábeis e prestam serviços de consultoria a um mesmo cliente.

Ainda segundo a Reuters:

O Parlamento Europeu, que dará a palavra final aos Estados da União Europeia, deu aos planos seu mais amplo apoio neste mês.


Técnicos do setor de auditoria estimam que entre 28% e 30% das receitas mundiais são provenientes da verificação legal de livros contábeis, com cerca de 18% de serviços de não auditoria prestados ao mesmo cliente de auditoria. Isso significa que cerca de metade das receitas totais provém da prestação de serviços de consultoria a clientes que não estão sendo auditados.


Barnier decidiu legislar na forma de uma regulamentação, que terá obrigatoriedade diretamente aplicável aos Estados da UE, não dando margem a alternativas locais.


O Reino Unido, como sede da base europeia das quatro grandes, provavelmente se oporá a algumas das propostas mais radicais de Barnier, embora seu Office of Fair Trading tenha anunciado em julho ser justificada uma investigação abrangente sobre as condições de concorrência no setor.

O projeto previsto é bastante amplo, conforme informado ontem no blog:

Outros elementos do projeto regulamentar são o diálogo regular entre auditores e suas entidades regulamentadoras; o rodízio de auditoria a cada nove anos; e a proibição às cláusulas restritivas com as quais os bancos insistem em que uma empresa que recebe um empréstimo deva ser auditada por uma das quatro grandes.


A proposta ainda prevê a implementação de auditorias conjuntas, para que o trabalho de uma das quatro grandes seja compartilhado com rivais menores. Isso se aplicaria a empresas com balanço patrimonial acima de €1 bilhão.


A Autoridade Europeia Fiscalizadora de Valores Mobiliários e Mercados desempenharia um papel de coordenação na supervisão dos auditores na UE.


Alguns dos planos já estão sendo aplicados, como a rotatividade, na Itália, e as auditorias conjuntas, na França.


Uma lei da União Europeia que entrou em vigor em 2008 estabelece o rodízio dos sócios auditores - porém não da firma de auditoria envolvida - a cada sete anos. Também diz que o auditor não pode fornecer serviços de consultoria a um mesmo cliente caso isso dê margem a grandes conflitos de interesse, porém muitos países ainda não aplicaram essa lei na íntegra.

Default da Dívida

Os gráficos mostram os defaults de títulos externos ao longo do tempo. O primeiro gráfico cobre o período de 1820 a1920. Neste período percebe-se o default do Brasil nos idos de 1820, no final do século XIX, no início do século XX e durante a primeira guerra. É interessante notar a presença significativa dos países da América Latina: 55 defaults de um total de 76 ou 72%. Observe também a presença de Portugal (3 vezes) e Espanha (3 vezes). 

O segundo período vai de 1920 a 1980. O Brasil aparece após 1930 (duas vezes). Os países da América Latina aparecem 29 vezes e novos “caloteiros” surgem. 


O último gráfico trata do período de 1981 a 2003. O Brasil aparece na década de oitenta (governo Sarney), mas um grande número de países também decreta default, de diversas partes do mundo. Neste período, a Argentina usa este artifício três vezes. 



Durante este período, o nosso país decretou default sete vezes. Isto não é motivo para orgulho, já que o default constante tende a traduzir num aumento nos juros cobrados externamente. 


Fonte: aqui

Ciclismo: custo e custo de oportunidade

Uma notícia do Estadão sobre ciclismo no cidade:

Desistir da ideia de comprar um carro e usar uma bicicleta para ir ao trabalho todos os dias pode significar economia de até R$ 2.700 por ano, segundo estudo da Coppe, o programa de pós-graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Cálculos dos pesquisadores mostram que pedalar consome R$ 0,12 por km - um sexto da despesa referente a veículos movidos a gasolina, que chega a R$ 0,76. 


O levantamento, coordenado pelo aluno de mestrado Marcelo Daniel Coelho, levou em conta o preço de uma bicicleta nova, a compra de acessórios, a depreciação e a manutenção do equipamento. A pesquisa foi feita com base em percursos de 20 km por dia no Rio e em Porto Alegre, simulando os trajetos de ida e volta ao trabalho durante a semana. (...)


Três aspectos relevantes não abordados no texto (e talvez na pesquisa):

a) quem utiliza a bicicleta para ir ao trabalho "perde tempo" já que este meio de transporte é mais lento. Mas imaginando que o motorista deveria ir para uma academia, o "tempo" economizado no automóvel pode ser compensado pelas horas na academia. Além disto, haveria uma economia com gastos com atividade física.

b) para alguns trabalhadores o ciclismo pode ser inviável pelos problemas na transição entre o uso da bicicleta e estar pronto para o trabalho. Basicamente o burocrata que tem que trabalhar de terno terá problemas em usar a bicicleta.

c) talvez o principal inibidor do uso de bicicleta seja o risco do seu uso frente ao automóvel. Neste sentido duas medidas poderiam ser tomadas para reduzi-lo: (1) aumentar o número de ciclistas, pois isto reduz o potencial de acidentes (vide o livro O Gorila Invisível que explica este fato) e (2) criar condições mais favoráveis para este meio de transporte.

Foto: Aqui

Inveja


Em 30 de junho as doações recebidas pela Universidade de Harvard chegaram a 32 bilhões de dólares. Para se ter uma ideia, o orçamento do Ministério da Educação do Brasil foi de 41 bilhões de reais. Ou seja, o volume de doações recebidas por Harvard é maior que o orçamento do Ministério da Educação.

Com um agravante: parte dos recursos recebidos por Harvard são aplicados no mercado e durante o exercício encerrado agora renderam 21,4% de retorno, um ganho perto de 6 bilhões de dólares.

Foto: aqui

As fraudes mais comuns na partilha de bens no divórcio

Pelo menos dois aspectos bastariam para justificar a volta ao mercado editorial, em setembro, do livro Divórcio, Dissolução e Fraude na Partilha de Bens. A primeira edição, lançada no ano passado, esgotou-se rapidamente. E de lá para cá o tema ganhou novos contornos e interesses, com a aprovação da Emenda Constitucional 66, em julho de 2010, responsável por um aumento expressivo no número de divórcios e, por consequência, de processos recheados de indícios de irregularidades por ocasião da partilha de bens.

Gladston Mamede e Eduarda Cotta Mamede, autores do livro, foram cuidadosos na definição do problema. Identificam e analisam detalhadamente o arsenal de fraudes e artifícios usados para reduzir ao mínimo possível o patrimônio alvo da partilha em casos de divórcios, mas também apontam os meios disponíveis para que sejam evitados ou combatidos, mesmo reconhecendo a dificuldade e os desafios que precisarão ser enfrentados por advogados e juízes, além do cônjuge prejudicado.

Na estratégia de lançamento da segunda edição, os dois autores correram o país em uma série de palestras e debates, sempre com auditórios lotados por platéias multidisciplinares e não apenas por militantes da área do Direito de Família. Faz sentido. No livro, fica clara a influência cada vez maior exercida pelo Direito Empresarial e Tributário sobre relações até então consideradas meramente familiares.

“A sociedade se sofisticou e isso tornou mais complexo o trabalho do advogado”, afirma Gladston. Para ele, o conhecimento elementar que bastava para a advocacia duas ou três décadas atrás já não é suficiente e é preciso acompanhar os novos tempos. “Dizer que a minha área é família e eu não sei nada de empresarial é um risco, porque uma larga zona cinzenta se estabeleceu entre as disciplinas e é exatamente aí que os conceitos se intercomunicam.”

No livro, Gladston e Eduarda debruçam-se, principalmente, sobre as estruturas e estratégias empresariais, societárias e contábeis, reiteradamente utilizadas como mecanismo para o desvio ou a ocultação de bens e valores. Em muitas situações, embora se tenha a certeza de que há algo errado, não se sabe exatamente o que aconteceu, onde o dinheiro e os bens foram parar. “Acontece o mesmo por ocasião das sucessões. Não raras vezes isso acaba por desestruturar a empresa e frustrar a expectativas dos herdeiros”, comparam.

No caso do divórcio, Eduarda Cotta aponta entre “as fraudes mais comuns” aquelas que envolvem movimentos societários e que, de um modo em geral, se caracterizam pela cessão de quotas ou ações no curso da separação ou feitas em um período próximo, como forma de excluir ou reduzir consideravelmente o patrimônio da pessoa física. “Também são comuns determinadas manobras contábeis, que implicam, no final das contas, na redução do valor patrimonial da empresa”, acrescenta.

Há situações de empresas bem sucedidas, mas na hora de um dos cônjuges usufruir de parcela desse patrimônio depara-se como um cenário bem diferente, muitas vezes com patrimônio líquido negativo ou bem próximo disso. Nesses casos, dizem os autores, somente uma auditoria contábil poderá fornecer as respostas, seja pela constatação de simples manobras contábeis, seja por um inexplicável endividamento em período curtíssimo que coincide como o momento da separação judicial.

Para eles, o conhecimento é a principal forma de combate a essas operações, muitas delas encobertas por métodos fraudulentos. “Saber quais são as principais simulações é, antes de tudo, identificar onde o problema pode estar para, assim, tentar detectá-lo e, então, saná-lo”, advertem. Entre as fraudes contábeis mais praticadas, os autores destacam a manipulação de dados, a omissão deliberada de transações, apropriações de bens do ativo circulante, simulação de perdas e danos e fraudes relacionadas aos ativos realizáveis, diferidos ou imobilizados.

O livro também aborda vários artifícios ilegais comuns na área gerencial, como o esvaziamento do patrimônio societário, operações que existem apenas nos livros contábeis e até mesmo a criação de empresas espelho. Dependendo do modelo societário da empresa, não são poucas as ocasiões em que as fraudes contam com a participação ou a anuência de outros sócios, principalmente em casos de alienação de quotas e ações ou cisões fraudulentas da empresa durante o processo de separação do casal.

Impedir não é fácil, admitem os autores. Normalmente quando a parte toma ciência da situação as fraudes já foram praticadas e aí somente o trabalho pericial poderá tentar repor o patrimônio original, diz Eduarda. Para ela, em situações normais e que envolvam patrimônio substancial, o ideal seria que essa situação fizesse parte do planejamento societário.

Além de divórcios, o problema também pode estar presente em casos de sucessões, principalmente quando ocorre a morte de um dos sócios, gerando um quadro de desestruturação da empresa ou frustração das expectativas dos herdeiros. Quando um herdeiro assume a titularidade de quotas, sem sempre a situação é mesma, a começar pelo relacionamento entre os sócios. São donos, herdaram e continuarão exercendo direitos e obrigações, mas essa condição não significa, necessariamente, uma intervenção negativa na gestão da empresa. “É uma possibilidade real de conflito que pode muito bem ser evitada, no casamento ou na sociedade empresarial, poupando tempo, dinheiro e aborrecimentos”, afirma Eduarda.

Fonte: Robson Pereira, Consultor Jurídico

As implicações dos GAAP a partir de uma análise da pesquisa positiva em contabilidade

Implications for GAAP from an analysis of positive research in accounting
S.P. Kothari, K. Ramanna, D. J. Skinner
Journal of Accounting and Economics, v. 10, n. 2-3, p. 246-286, 2010.
Postado por Isabel Sales

A padronização do financial reporting se origina principalmente de três grandes fatores:

1. Controvérsia existente em relação ao grau em que o valor justo deverá ser utilizado como base para o financial reporting;

2. Escândalos e a crise financeira de 2008-2009 levaram alguns autores a argumentarem que os US GAAP (princípios contábeis geralmente aceitos dos Estados Unidos) devem evoluir para a utilização de princípios baseados em normas contábeis ao invés do detalhamento de regras contábeis; e

3. O compromisso de convergência e a colaboração contínua do FASB (Financial Accounting Standards Board) e do IASB (International Accounting Standards Board) poder resultar num padrão global único na próxima década.

Destarte, Kothari, Ramanna e Skinner revisaram a literatura existente em relação à teoria positiva dos GAAP. Essa teoria prevê que o foco principal do GAAP é o controle. A verificabilidade e o conservadorismo são características críticas dos GAAP moldados por forçar de mercado. No desenvolvimento da pesquisa os autores reconhecem as vantagens de se utilizar fair value em circunstâncias em que os valores justos sejam baseados em preços observados em mercados secundários líquidos, mas defendem que deve haver caução na generalização do fair value para instrumentos financeiros. Conclui-se que, melhor que convergir o US GAAP ao IFRS, a competição entre o FASB e o IASB permitirá que os GAAP respondam melhor às forças de mercado.

Groupon

o Groupon também apresentou os números revisados de sua contabilidade. Da última vez que a empresa informou o relatório, eles alegaram ter US$ 1,5 bilhões em receitas para o primeiro semestre de 2011. Agora, com os relatórios atualizados, a informação é que a receita está em US$ 688 milhões, para o mesmo período. (Fonte: aqui)


Em empresa de tecnologia é muito comum erros na contabilização do total da receita. Estas empresas geralmente não geram lucro ou fluxo de caixa no início do seu ciclo de vida. A receita torna-se a base da avaliação, também sendo usada para determinar a participação no mercado.

Poluição


Pesquisa da OMS revela as cidades mais poluídas do mundo. Em primeiro lugar, Ahwaz, no Irã, com um índice de poluição correspondente a 372. O segundo é para capital da Mongólia, Ulaanbaatar, com 279. Depois Sanandaj (Irã), Ludhiana (Índia) e Quetta (Paquistão).

A cidade com maior poluição no Brasil é o Rio de Janeiro, com 64 de índice.  Ocupa a 144º. Lugar na lista. Depois Cubatão (48 e 204ª.), Região de Campinas (39, 267ª.) e São Paulo (38 (268º.).

Leia mais aqui. Foto: Ahwaz.

27 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Auditorias


Segundo o Financial Times (Europa analisa mudanças drásticas para auditorias, Alex Barker e Jennifer Hughes, publicado no Valor Econômico, 27 set 2011, D4), a Comissão Europeia estuda mudanças no mercado de auditoria:

Pelos planos, que serão anunciados em novembro, as companhias com balanços maiores que €1 bilhão seriam forçadas a contratar dois auditores para conduzir uma “auditoria conjunta” de seus livros, incluindo pelo menos uma firma que não faça parte das Big Four (Deloitte, PwC, Ernst & Young e KPMG).

Além disto, segundo o jornal, o plano prevê o rodízio de auditores para cada nove anos e a proibição de serviços não relacionados com auditoria. Estes serviços representam dois terços das receitas das grandes empresas em alguns países.

O próprio texto do Financial Times prevê que a proposta não será facilmente aprovada pelos países europeus. O jornal (Propostas de Bruxelas pegam as grandes empresas do setor no contrapé, publicado no Valor Econômico, 27 set 2011, D4) considera que as Big Four estão “entre os lobistas mais silenciosamente eficientes do mundo”. O jornal considera que talvez a Comissão Européia esteja jogando pesado agora para barganhar no futuro. De qualquer forma, a proposta final será publicada em novembro deste ano.

Uma das razões para o surgimento do assunto foi, sem dúvida, a crise financeira. Além disto, a preocupação com a concentração do setor de auditorias já existe há anos, antes mesmo da falência da Andersen.

No Brasil, o Valor Econômico ouviu a presidente do Ibracon (Público é contra medidas, diz presidente do Ibracon, Fernando Torres, 27 set 2011), que afirmou que um processo de consulta pública realizado pela Comissão Europeia este ano não deu respaldo a proposta:

“Não existe suporte a essas idéias, seja entre acadêmicos, auditores, membros de conselhos de administração e até reguladores. Se pretendem avançar com a proposta, parece que estão ignorando as informações que receberam”, afirma Ana María, com a ressalva de que não teve acesso ao esboço da proposta, que deve ser apresentada em novembro.

Esta declaração é polêmica, já que os problemas de concentração do setor de auditoria é uma preocupação constante dos “acadêmicos, auditores, membros de conselhos de administração e até reguladores”. E este assunto não é novo na contabilidade. A impressão que ficou é que a presidente do Ibracon defendeu uma posição pessoal.

Foto: aqui

Furnas e CTGPC

A empresa de energia Eletrobras Furnas assinou um contrato com a chinesa China Three Gorges Corporation (CTGPC), construtora da hidrelétrica de Três Gargantas, maior usina do mundo, no Rio Amarelo, na China, para colocar em operação nos próximos dois anos projetos de geração hidrelétrica da ordem de 20 mil megawatts (MW), de acordo com informações da empresa brasileira.

O objetivo do acordo é buscar oportunidades técnicas e comerciais em energia limpa e renovável, segundo nota da empresa.

Ainda segundo a nota, a parceria não visa atuação apenas em solo chinês ou brasileiro, mas também buscará oportunidades em todo o planeta. O acordo prevê que as novas oportunidades no Brasil serão sempre coordenadas por Furnas e a CTGPC será sócia minoritária no capital da sociedade. Quando o negócio for fechado na China os papéis se invertem.

Uma equipe será formada em cada país para discutir detalhes de implementação da cooperação bilateral e elaborar planos de ação pra a seleção de projetos conjuntos, intercâmbio de tecnologia e programas de treinamento.

O acordo foi fechado nesta segunda-feira [26/09].

Postado por Isabel Sales.
Fonte:
Aqui.
Leia a nota publicada por Furnas: Aqui.

Especulador




Fonte: Folha de S. Paulo

Carga tributária

Carga tributária pode superar 36% do PIB neste ano, diz IBPT
Fernanda Bompan
DCI, 26/09/2011


A carga tributária deve ultrapassar o patamar de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. É o que apontam especialistas consultados pelo DCI. Este percentual, de qualquer forma, para eles, será bem acima do peso tributário registrado em 2010, cuja carga alcançou 33,56% do PIB, conforme divulgou a Receita Federal, na última sexta-feira.

O fisco admite que o peso dos tributos sobre os brasileiros segue tendência de alta em 2011. De acordo com os dados anunciados, no ano passado, a carga cresceu 0,42 ponto percentual ante o resultado observado em 2009 (3,14% do PIB). "Para 2011, é um crescimento constante de arrecadação em função das receitas extraordinárias que foram significativas", explicou o coordenador-geral de estudos econômicos e tributários da Receita, Othoniel Lucas de Sousa.

O coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina, Reginaldo Gonçalves, estima que o peso dos impostos federais, estaduais e municipais no País será de 36,8% do PIB. O cálculo dele está baseado na previsão de arrecadação de R$ 1,4 trilhão, do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), para este ano - a descontar o recolhimento do fundo de garantia, que não entra na conta da Receita -, e a projeção que a economia brasileira cresça 4%, para R$ 3,8 trilhões, também para 2011 (estimativa do governo).

"O aumento da carga tributária neste ano com relação a 2010 está baseada no fato de que haverá um avanço econômico. Além de que há importantes fatores considerados sazonais que fazem com que esse peso seja de quase 37% do PIB, como a consolidação dos parcelamentos de Pessoa Física e Pessoa Jurídicas que entram na conta como tributos", explica.

Apesar de não ter um cálculo exato até o fechamento desta edição, o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, disse esperar que a carga tributária de fato ultrapasse os 36% do PIB. "Projetamos crescimento de 9% [real] na arrecadação tributária, para R$ 1,5 trilhão [com o cálculo do montante do fundo de garantia], que também representa um aumento nominal de 15%", aponta.

Já Allan Moraes, advogado tributarista do Salusse Marangoni Advogados e diretor do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) e membro do Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBDT), discorda dos demais especialistas. Na opinião dele, o peso dos impostos sobre os brasileiros deve ficar próximo dos 33% do PIB. Ou seja, não deve apontar crescimento expressivo comparado ao registrado em 2010. "Não acredito que haverá a criação de novos impostos neste ano. O aumento do IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] incidente nas operações de crédito da pessoa física e operações de câmbio, pro exemplo, foi mais uma medida regulatória do que arrecadatória. Por isso não vejo alta expressiva", entende.

Em 2010
O professor da Santa Marcelina destaca, porém, que as projeções dependem de como ficará o câmbio e o crescimento econômico. "A expansão da economia interfere na arrecadação de impostos. Além de que a questão da oscilação do dólar impacta no recolhimento tributário realizado pelas importações e exportações, que entram [indiretamente] no montante utilizado para cálculo da carga", diz Gonçalves.

Othoniel Lucas de Sousa afirmou que, no ano passado, o crescimento da carga tributária foi puxada pelo avanço do PIB, de 7,5%, que aumenta a arrecadação. O recolhimento bruto de tributos em 2010 ficou em R$ 1,233 trilhão, R$ 178 bilhões superior ao valor do ano anterior. Assim, cerca de um terço de tudo o que o brasileiro ganhou naquele ano foi para os cofres públicos.

Segundo o coordenador da Receita, a carga tributária cresceu, principalmente, devido ao aumento de alíquotas de tributos que incidem no mercado financeiro e fim de benefícios fiscais, como o IOF.

O percentual de carga registrado em 2010, contudo, foi quase dois pontos percentuais menor do que o projetado pelo IBPT (35,13% do PIB). "Isso nos chamou atenção. É possível que tenham sido descontadas as multas pagas de juros, que entram como tributos, e o recolhimento pelo Refis da Crise", comentou.

De modo geral, os especialistas entrevistados pelo DCI consideram a carga atual no País muito alta. "O esforço do governo para tirar esse peso de cima dos brasileiros tem que ser muito maior. Não adianta desonerar com percentuais baixos os empresários, por exemplo, e aumentar a alíquota do IPI [Imposto sobre Produto Industrializado] em 30% sobre veículos importados", critica o presidente do IBPT.

Ducktales era um símbolo do imperialismo americano?

Há controvérsias.

Na série animada de 1987, Tio Patinhas vivia viajando para países selvagens, de onde extraía riquezas que levava de volta a Patópolis. A atitude parece repetir a prática histórica conhecida como imperialismo: a expansão econômica ou política de uma potência sobre outras nações. Essa interpretação capitalista não é recente: o livro Para Ler o Pato Donald, lançado por Ariel Dorfman e Armand Mattelart em 1976, já fazia análises que hoje podem ser aplicadas a Ducktales. [Aqui uma crítica ao livro]

A PALAVRA DO RESPONSÁVEL: A Disney diz preferir não comentar esse tipo de críticas.

TERRA DE NINGUÉM: Os tesouros estão sempre em lugares distantes, como o “pequeno país Ronguai”, na América do Sul. Além de imitar a dualidade real entre colônia/metrópole esse recurso narrativo sugeriria que o dinheiro está numa terra sem lei. Portanto, não teria herdeiros nem dono: leva quem chegar primeiro.

ÍNDIO BONZINHO: Patinhas sempre encontra nativos que, pela lógica, seriam os donos legítimos da riqueza local. Mas, seguindo o estereótipo do “bom selvagem”, elas ajudam o herói em troca de ninharias, como na época colonial. No episódio “Patos Congelados”, um pinguim troca um mapa do tesouro por... giz de cera!

DINHEIRO FÁCIL: Nos desenhos, não se vê a origem do dinheiro. Sabemos que Tio Patinhas tem vários negócios, mas quase nunca vemos funcionários produzindo. Segundo Dorfman e Mattelart, isso desvincularia as noções de riqueza e trabalho. Se o dinheiro não está lá, ele precisa vir de outro lugar – como as colônias.

LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO? Tio Patinhas é “esperto” o suficiente para buscar mapas do tesouro e itens mágicos. Seus adversários, porém, tentam roubar diretamente dele – um artifício que serviria para deixar subentendido que, só por sua iniciativa, Tio Patinhas já é o “dono” daquilo que pegou.

Postado por Isabel Sales.
Fonte: Revista Mundo Estranho, p. 26, ed. 116.
Fonte da Imagem: Aqui.

Xadrez em São Paulo

Começou hoje o torneio Grande Slam de Xadrez. Os jogos estão ocorrendo no período da tarde e podem ser acompanhados aqui (Clique enter e escolha Bilbao 2011). Durante a realização dos jogos, um computador faz análise das melhores continuações e informa quem está melhor.

A primeira parte do torneio está sendo realizada em São Paulo e a segunda ocorrerá na cidade espanhola de Bilbao. Estão jogando os três melhores jogadores de xadrez do mundo (o campeão atual Anand, o noruguês Carlsen que é a maior promessa jovem desde Kasparov e o armênio Aronian). Aqui o sítio oficial.

Indicadores econômicos bizarros


Eis uma listagem de indicadores bizarros:

1. Anúncio de exercício e desemprego – Em momento de elevada taxa de desemprego muda os anúncios do exercito. Para evitar que muitas pessoas alistem, os anúncios mostram vídeos com exercícios pesados para afugentar recrutas

2. Prostituição – em épocas de prosperidade existem menos prostitutas e os preços são maiores.

3. Cueca – homens compram menos em tempos difíceis, para economizar. (Anunciado por Alan Greenspan)

4. Garçonetes bonitas – a situação econômica está ruim quando mulheres bonitas aceitam empregos de garçonetes, em lugar de empregos mais atraentes (modelo ou eventos corporativos)

5. Consumo de cerveja – o consumo de cerveja em casa aumenta em épocas de recessão em razão da economia. Isto reflete no número de empregados em bares, que caem mais que em outros setores.

6. Cabelo da japonesa – Os cabelos das mulheres japonesas são cortados mais curtos em períodos de recessão. Isto economiza o dinheiro do salão.

7. Tamanho da saia das mulheres – quanto mais curta a saia melhor para o mercado financeiro. Este índice foi descoberto em 1920, por George Taylor.

8. Índice da pipoca – em períodos de crise, as pessoas fogem para o cinema para ver filmes de aventura e ficção.

9. Desconto no automóvel – em períodos de recessão aumentam os descontos na venda de automóveis.

10. Índice de Pesquisa do Google – o aumento de pesquisa com palavras como desemprego geralmente significa que ele aumentou

11. Brinde em refeição – em períodos de margem reduzida, os restaurantes reduzem os brindes para as crianças, incluindo o número de lápis de cor para colorir.

12. Índice do feijão – período de recessão aumenta o consumo de enlatados. Os consumidores trocam alimentação fora por comer em casa.

13. Índice de Batom – em épocas difíceis, o consumo de batom mais caro aumenta. É uma compensação pela redução no consumo de bolsas e sapatos caros.

14. Gravatas – o consumo de gravatas aumenta na recessão como uma forma dos homens dizerem que estão trabalhando muito. E as gravatas são mais finas.

15. Retorno da ligação do pedreiro – quando a economia está indo bem, é muito difícil receber de volta a ligação do pedreiro. Quando existe muito desemprego, o pedreiro retorna sua ligação muito rápida.

Adaptado daqui

Monografias

Concursos de monografias: atentar para as datas

IV Prêmio SOF de Monografias Inscrições até 10 de outubro de 2011

XVI Prêmio Tesouro Nacional Inscrições até 3 de outubro de 2011

VI Prêmio SEAE 2011 Inscrições até 3 de outubro de 2011

Lembrança oportuna de Romildo Araujo

26 setembro 2011

Grécia

A figura a seguir mostra os países mais comprometidos com o problema grego: França, Alemanha, Grã-Bretanha e Portugal, na ordem. Ao lado, a principal instituição bancária exposta ao risco grego. Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

Educação 3


Comentamos, em postagem anterior, o fato da Kroton ter pago R$5,4 mil por aluno numa faculdade no Mato Grosso. Enquanto isto, a Anhanguera pagou mais pelos alunos da Uniban. A figura a seguir mostra um quadro mais consolidado da questão:
Aqui estão algumas das últimas aquisições realizadas no setor. A mais antiga, de outubro de 2010, também é aquela cujo valor por aluno pago é o menor. O valor da Uniban supera de longe as outras transações ocorridas no setor: R$9,3 mil por aluno.

Existem duas possíveis explicações para o valor elevado pago para adquirir a Uniban: primeiro lugar, a localização, pois a Uniban está localizada no mercado consumidor mais rico do país; segundo lugar, o fato de que esta instituição é uma universidade, que traduz em alguns benefícios em relação ao Ministério da Educação. Outro fator que pode ter sido relevante, mas que é difícil de visualizar, são os cursos oferecidos: alguns exigem pouco investimento e possuem um retorno elevado. Mas talvez exista outra explicação: o número de aluno da Uniban (55 mil) representa um aumento expressivo na participação do mercado.

Educação 2


O empresário paulista Antonio Carbonari Netto fundou a Anhanguera Educacional em 1994, em Leme (SP), para atender uma turma de 200 alunos. Sem capital, ele se uniu a três colegas e hipotecou a própria casa para conseguir um empréstimo no banco. Na segunda-feira 19, a Anhanguera comprou a Uniban por R$ 510 milhões, que ficou nacionalmente conhecida em razão do caso Geisy Arruda, aluna vítima de preconceito por usar um vestido curto em 2009. Com os 55 mil estudantes da nova instituição, a universidade, cujo foco são os jovens da classe C, ultrapassou a marca de 400 mil alunos e tornou-se o segundo maior grupo de ensino superior do mundo. Está atrás apenas da americana Apollo Group, dona da Universidade de Phoenix. Desde que abriu o capital, em março de 2007, a Anhanguera, controlada pelo Pátria Investimentos, lançou-se em uma política agressiva de compras de instituições de ensino. 


Foram mais de 40 escolas de nível superior desde então, nove delas apenas em 2011. “A operação representa um marco na consolidação do setor”, afirmou Alexandre Dias, presidente do grupo Anhanguera, durante o anúncio do negócio, o maior já realizado pela universidade paulista. “Apesar de o preço ser um pouco alto, a escala, a estratégia e as sinergias justificam o valor”, escreveu Marcio Osako, analista de educação do Itaú BBA, em relatório. Nem todos avaliaram o negócio dessa forma. A agência de classificação de risco americana Standard & Poor's colocou a nota de crédito de longo prazo da Anhanguera sob revisão, com implicação negativa. “A aquisição é bem superior ao valor que tínhamos projetado para a empresa”, escreveu a agência, em nota.


 “Isso pode representar um desvio da sua estratégia mais conservadora de crescimento.” O mercado tem também castigado as ações da companhia. Em 2011, os papéis da Anhanguera tiveram uma desvalorização de pouco mais de 40% até a quarta-feira 21, o dobro da queda acumulada da Bovespa, no mesmo período. O valor de mercado da empresa caiu de R$ 5,8 bilhões, em dezembro de 2010, para R$ 3,4 bilhões. Agora, o desafio da Anhanguera, que faturou R$ 1 bilhão em 2010, é integrar as novas operações sem cair na tentação de oferecer um ensino com qualidade de um restaurante fast-food: barato, mas sem sabor.


Fonte: aqui

Educação

A expansão da economia tem feito o País encarar a falta de investimento público na área de educação e, agora, corre atrás do prejuízo para evitar o que já se convencionou chamar de apagão de mão de obra. O Brasil vive, atualmente, da “mão para a boca” para preencher a oferta de postos de trabalho nos mais variados segmentos, principalmente de vagas mais qualificadas. A dificuldade, porém, criou oportunidades de negócios para as empresas que decidiram assumir a dianteira na oferta de vagas para a formação superior. Só na semana passada, dois grupos de educação foram às compras. O lance mais ousado foi dado pelo grupo Anhanguera, de São Paulo, que adquiriu a rede Uniban por R$ 510 milhões. Também a Kroton Educacional anunciou sua terceira aquisição este ano. A empresa adquiriu a União Sorrisense de Educação, em Sorriso, em Mato Grosso, por R$ 7 milhões. Antes a Kroton havia arrematado a Faculdade Atenas Maranhense, no Maranhão, e a União, em Ponta Grossa, no Paraná, em operações que somaram R$ 32 milhões. A empresa avalia, ainda, outras 34 oportunidades de compra.


Atualmente, a educação superior movimenta R$ 28 bilhões por ano no País, com 2.160 instituições privadas, três vezes mais do que nos anos 1990. Grande parte dessa expansão é fruto do investimento maciço feito principalmente por grupos financeiros que entraram no controle das universidades, com a desregulamentação do setor em 1998. Das 15 maiores instituições de ensino no País por faturamento, nove têm a participação de fundos, explica Ryon Braga, presidente da Hoper Consultoria em Educação, do Paraná. “Eles ajudaram a aumentar o número de universitários de 1,8 milhão, em 1998, para os atuais seis milhões de alunos”, diz Braga. A maior parte dos grupos privados buscou escala com fusões e aquisições, ampliando a oferta de vagas para as classes C e D. Um dos fatores decisivos para o maior acesso dos filhos da classe média emergente foi a combinação virtuosa do aumento de renda da população com a redução das mensalidades, cujo valor médio caiu de R$ 980 para R$ 457, propiciada pelo aumento da concorrência no setor. 


A despeito da crescente participação dos alunos egressos das faixas populares, algumas instituições optaram por competir como marcas premium, para atender às classes A e B+, com mensalidades mais salgadas, mas com ofertas de cursos diferenciados e infraestrutura de última geração. É o caso da Anhembi Morumbi, que oferece hoje 130 cursos, incluindo gastronomia, design e aviação civil, em salas dotadas de equipamentos de última geração, com mensalidades acima de R$ 1 mil, mais do que o dobro da média do setor. O curso de aviação, por exemplo, conta, inclusive, com um simulador de voo Boeing 737 NG, similar aos utilizados pelas companhias aéreas. A Anhembi Morumbi também está ampliando a oferta de vagas, com o aumento do número de campi na cidade de São Paulo: o objetivo é sair das atuais seis faculdades e 32 mil alunos, para 13 campi e 70 mil alunos até 2016. “Estamos reforçando, também, a grade de cursos para atender à demanda do mercado brasileiro”, diz Ricardo Grau, CEO da Anhembi Morumbi, que não revela o valor do investimento. Sabe-se apenas que um dos campi a serem inaugurados até o final do ano custou cerca de R$ 10 milhões.


A Anhembi Morumbi tem como parceiro, desde 2005, o fundo de private equity americano Laureate, que participa também do controle de outras dez universidades fora de São Paulo, como a Uninorte, em Manaus, e a Universidade Potiguar, no Rio Grande do Norte. Estima-se que a Laureate venha a investir R$ 1 bilhão até 2015 no Brasil, um dos 28 países em que atua, incluindo China, Estados Unidos e Suíça. O CEO da Laureate, José Loureiro, não confirma o valor a ser aplicado, mas admite que o Brasil tornou-se um mercado decisivo. “Temos 130 mil alunos no País, ou 20% do total, que estão sob o guarda-chuva da Laureate”, diz Loureiro. Outro grupo empresarial que se posiciona no segmento premium é o Ibmec, do Rio de Janeiro, que está associado ao fundo americano Kapital Group, e conta hoje com três campi de graduação e pós em Minas Gerais, Rio e Brasília, além de nove escolas parceiras em pós-graduação, em cursos como economia e administração. “Pelo menos 15 cidades no País comportam escolas como o Ibmec”, diz Vandyck Silveira, CEO do grupo. A meta é ampliar o número de alunos de 13 mil para 40 mil num período de cinco a sete anos. “Não importa o prazo, queremos manter a qualidade que diferencia nossos alunos e lhes garante alto grau de empregabilidade”, afirma Silveira.


É a capacidade do mercado de absorver os recém-formados que deve nivelar daqui para a frente as universidades privadas, avalia Braga, da Hoper. “Em breve, o mercado vai filtrar os candidatos que estudaram em escolas que agregam menor valor”, diz Braga. Isso porque uma mensalidade pode variar de R$ 120 até os R$ 3 mil cobrados pelo Ibmec, dependendo da estrutura oferecida. No caso do Ibmec e da Anhembi Morumbi, a diferenciação ocorre, por exemplo, com a oferta de intercâmbio em escolas de fora do País ou investindo nos cursos onde há mais carência de profissionais, como engenharia. “Nossa primeira turma de engenharia começará em 2012”, diz Silveira, do Ibmec. Todo esforço do setor privado, entretanto, é incapaz de suprir a carência por mão de obra especializada de nível superior que existe hoje em áreas como energia, petróleo e tecnologia. Outra falha grave que parece longe de ser resolvida é a quantidade de alunos carentes que não conseguem acessar o ensino superior.


O governo criou mecanismos que auxiliaram o acesso dos alunos de menor poder aquisitivo com a oferta de crédito educativo mais barato de programas como ProUni e Fies, mas ainda insuficiente. Segundo o consultor  Braga, embora esse tipo de política seja importante, o contingente de bolsistas representa apenas 10% das vagas no ensino superior privado. “É muito baixo, comparando-se com outros países, como Colômbia ou Chile, onde o crédito público representa mais de 40% das vagas em instituições privadas”, diz Braga. O Plano Nacional de Educação prevê que até 2020 o País tenha dez milhões de universitários, mas o poder público não consegue preencher esse espaço, ainda que os investimentos em educação tenham passado de 3,9% do PIB em 2000 para 5% em 2009. A distorção incomoda até mesmo os empresários do setor privado. “É um absurdo que o País gaste tanto com universidades públicas que vão atender somente os alunos que puderam custear escolas privadas de boa qualidade”, diz Vandyck Silveira, do Ibmec.





Fonte: Aqui

Mudando de profissão


Federer e Nadal. Fonte: aqui

Essência sob a forma



(...) Muitos conceitos trazidos pelas IFRS não são necessariamente inéditos para a doutrina contábil brasileira, mas certamente trazem novidade à prática profissional de muitos contadores e ao ambiente contábil das companhias. Nesse contexto, está sendo quebrado um paradigma cultural há muito presente em nosso ambiente econômico-financeiro, segundo o qual os eventos econômicos eram interpretados e, consequentemente, registrados e mensurados predominantemente conforme sua forma jurídica.


Dois conceitos inter-relacionados são essenciais para o entendimento dessa nova realidade contábil: (i) a representação verdadeira e apropriada; e (ii) a primazia da essência sobre a forma. A contabilidade somente cumprirá sua função essencial de fornecer informações úteis ao processo de tomada de decisão de seus usuários se refletir verdadeiramente a realidade econômica subjacente. Para que essa representação apropriada (true and fair view) possa ser alcançada, é importante observar a primazia da essência econômica sobre a forma jurídica dos eventos econômicos.


Dessa forma, com a mudança iniciada com a edição da Lei 11.638, de 2007, resgata-se a característica fundamental das demonstrações contábeis, que devem representar fidedignamente a realidade dos efeitos econômicos das transações, independentemente do seu tratamento jurídico.


Nesse sentido estabelece o Pronunciamento Conceitual Básico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), aprovado pela Deliberação CVM nº 539, de 14 de março de 2008: 


“33. Para ser confiável, a informação deve representar adequadamente as transações e outros eventos que ela diz representar. Assim, por exemplo, o balanço patrimonial numa determinada data deve representar adequadamente as transações e outros eventos que resultam em ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade e que atendam aos critérios de reconhecimento.


(...)


35. Para que a informação represente adequadamente as transações e outros eventos que ela se propõe a representar, é necessário que essas transações e eventos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade econômica, e não meramente sua forma legal. A essência das transações ou outros eventos nem sempre é consistente com o que aparenta ser com base na sua forma legal ou artificialmente produzida. Por exemplo, uma entidade pode vender um ativo a um terceiro de tal maneira que a documentação indique a transferência legal da propriedade a esse terceiro; entretanto, poderão existir acordos que assegurem que a entidade continuará a usufruir os futuros benefícios econômicos gerados pelo ativo e o recomprará depois de um certo tempo por um montante que se aproxima do valor original de venda acrescido de juros de mercado durante esse período. Em tais circunstâncias, reportar a venda não representaria adequadamente a transação formalizada.”


A reforma da estrutura conceitual básica da contabilidade realizada recentemente pelo International Accounting Standards Board (IASB) que resultou no Pronunciamento sobre o Arcabouço Conceitual relativo às Demonstrações Financeiras (Conceptual Framework for Financial Reporting) – em processo de introdução ao ordenamento brasileiro pelo CPC e pela CVM – em nada altera esse cenário, apesar da aparente omissão da expressão “essência sobre a forma” como bem esclarece na Seção de Premissas para Conclusão (Basis for Conclusion) BC3.26:


“BC3.26 Substance over form is not considered a separate component of faithful representation because it would be redundant. Faithful representation means that financial information represents the substance of an economic phenomenon rather than merely representing its legal form. Representing a legal form that differs from the economic substance of the underlying economic phenomenon could not result in a faithful representation.” 


Como se vê, embora não haja citação expressa do princípio da essência sobre a forma, seus fundamentos são alçados a um nível superior, ou seja, o princípio permeia integralmente o processo de reconhecimento, mensuração e divulgação de informações contábeis.


Assim, as regras contábeis não devem servir de “escudo” que impeça a representação verdadeira e apropriada das transações econômicas. Nos raros casos em que a aplicação de alguma norma (integral ou parcialmente) colida com a representação adequada da realidade econômica, esta última deve prevalecer, como dispõe o Pronunciamento Técnico CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis – aprovado pela Deliberação CVM nº 595, de 15 de setembro de 2009:


“19. Em circunstâncias extremamente raras, nas quais a administração vier a concluir que a conformidade com um requisito de Pronunciamento, Interpretação ou Orientação conduziria a uma apresentação tão enganosa que entraria em conflito com o objetivo das demonstrações contábeis estabelecido na Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, a entidade não aplicará esse requisito e seguirá o disposto no item 20, a não ser que esse procedimento seja terminantemente vedado do ponto de vista legal e regulatório.


20. Quando a entidade não aplicar um requisito de Pronunciamento, Interpretação ou Orientação, de acordo com o item 19, deve divulgar:
(a) que a administração concluiu que as demonstrações contábeis apresentam de forma apropriada a posição financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade;
(b) que aplicou os Pronunciamentos, Interpretações e Orientações aplicáveis, exceto pela não aplicação de um requisito específico com o propósito de obter
representação adequada;
(c) o título do Pronunciamento, Interpretação ou Orientação que a entidade não
aplicou, a natureza dessa exceção, incluindo o tratamento que o Pronunciamento, Interpretação ou Orientação exigiria, a razão pela qual esse tratamento seria inadequado e entraria em conflito com o objetivo das demonstrações contábeis estabelecido na Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis e o tratamento efetivamente adotado; e
(d) para cada período apresentado, o impacto financeiro da não aplicação do
Pronunciamento, Interpretação ou Orientação vigente em cada item nas demonstrações contábeis que teria sido informado caso tivesse sido cumprido
o requisito não aplicado.”


Constata-se que, nos itens citados, o normatizador contábil reconhece expressamente que as normas contábeis devem ser subordinadas aos princípios da representação verdadeira e apropriada (true and fair view) e da primazia da essência sobre a forma. Ou seja, não apenas os efeitos econômicos devem prevalecer sobre a forma, independentemente do tratamento jurídico, como é imperioso, no novo ordenamento contábil, que a representação da realidade econômica seja verdadeira e apropriada. Tão imperioso que, mesmo no caso de conflito com as normas emitidas, a preponderância deve ser da representação adequada. Estes são os pilares centrais desse novo ordenamento.


Este comando é plenamente coerente com o disposto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que estabelece em seu artigo 176:

“Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:” (grifo nosso)


A primazia da essência sobre a forma como elemento central do processo de preparação de demonstrações financeiras que representem verdadeira e apropriadamente a realidade econômica se aplica a todo o processo contábil, na integralidade dos assuntos cobertos pelas normas. No contexto do mercado de capitais, destaca-se, entre outras, a questão da classificação dos instrumentos financeiros como passivos ou instrumentos de capital na representação da realidade econômica das companhias abertas. Neste tópico, atenção especial deve ser dada à essência desses instrumentos vis-à-vis as consequências extremamente indesejáveis que a contabilização inadequada pode gerar para investidores, credores e demais interessados no desempenho das companhias.


Assim, por exemplo, a obrigação contratual de entregar caixa ou outro ativo financeiro ou de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade em condições potencialmente desfavoráveis, essencial para a classificação de um instrumento financeiro como passivo, deve ser analisada levando-se em conta a essência do instrumento e o tipo de obrigação que este cria, efetivamente, para a entidade emissora. Da mesma maneira, é sob a primazia da essência sobre a forma que deve ser analisado o direito incondicional de evitar a entrega de caixa ou outro ativo financeiro para liquidar uma obrigação contratual. Isso porque, não subsistindo tal direito, a obrigação atenderá à definição de passivo financeiro.


Pelo exposto acima, os envolvidos no processo de preparação e auditoria das demonstrações financeiras devem pautar suas interpretações dos eventos econômicos na plena aderência da primazia da essência sobre a forma para que as demonstrações contábeis representem de forma verdadeira e apropriada a realidade econômica das transações contabilizadas.


Fonte: Parecer de Orientação nº 37/11 da CVM