Translate

15 julho 2025

Rir é o melhor remédio

Conselhos para um Pequeno Empresário: Como maximizar o que você paga de imposto 

  1. Encontre o contador mais barato que conseguir. Ponto extra se for amigo do primo do seu cunhado, que acabou de formar 
  2. Entregue seus livros contábeis em cima da hora — de preferência, numa sacola de supermercado. 
  3. Não envolva seu contador em decisões importantes — deixe que ele “resolva depois”. 
  4. Tire quanto quiser da conta bancária da sua empresa - afinal, o dinheiro é seu, né? 
  5. Pague seus impostos com atraso e entregue as declarações depois do prazo - a Receita Federal adora um juro extra. 
  6. Sempre escute o seu amigo Davi do bar. A situação dele parece exatamente com a sua. 
  7. Ignore todos os avisos da Receita — se for urgente, eles entram em contato.
  8. Trate seu contador como um preenchedor de formulários, não como um consultor — pra quê desperdiçar o cérebro dele? 
  9. Mantenha registros ruins — ou melhor, não registre nada. 
  10. E por fim, sempre reclame do valor cobrado pelo seu contador. Afinal, economizar algumas centenas de reais ali é bem mais importante do que os milhares que você poderia economizar em impostos. 

Adaptado: daqui 

14 julho 2025

IESBA e IAASB nas normas de sustentabilidade


A IESBA (International Ethics Standards Board for Accountants) e a IAASB (International Auditing and Assurance Standards Board) formaram recentemente dois grupos técnicos de especialistas para apoiar a implementação global de normas de sustentabilidade. O IIMAG (IESSA Implementation Monitoring Advisory Group), da IESBA, dará suporte à adoção dos International Ethics Standards for Sustainability Assurance e revisões ao código de ética para relatórios sustentáveis. Já o TICG (ISSA 5000 Technical Implementation Contact Group), da IAASB, auxiliará na aplicação do International Standard on Sustainability Assurance (ISSA 5000). 

Com profissionais diversos e experientes, os grupos fornecerão feedback periódico e desenvolverão recursos práticos, garantindo que os padrões sejam relevantes, consistentes e eficazes na promoção de confiança e qualidade em auditorias de sustentabilidade no mundo. 

Por enquanto as normas serão convergentes com as emitidas pelo ISSB. Esta entidade, vinculada a Fundação IFRS, busca a questão do relato, o que difere da busca de asseguração (IAASB) e ética e independência (IESBA). 

Ancelotti condenado por fraude fiscal

Um tribunal de Madrid condenou o técnico de futebol Carlo Ancelotti a um ano de prisão por não pagar impostos sobre direitos de imagem.

Ancelotti recebeu uma pena de 12 meses por fraude fiscal, com o tribunal concluindo que ele cometeu “um delito contra a Fazenda Pública”.

No entanto, ele não cumprirá pena de prisão, já que na Espanha sentenças inferiores a dois anos geralmente são suspensas.

O treinador também foi multado em €386.361,93 (£327 mil) por fraude fiscal relacionada a rendimentos de 2014 — um valor bem abaixo dos €3,2 milhões (£2,7 milhões) originalmente exigidos pela Agência Tributária Espanhola.

A sentença foi proferida após julgamento em abril, no qual Ancelotti respondia por evasão fiscal referente a €1 milhão (£834.275) não pagos sobre direitos de imagem durante sua primeira passagem pelo Real Madrid, entre 2013 e 2015.

Na audiência, Ancelotti afirmou que o clube estruturou seu salário com 15% pagos como direitos de imagem e que confiou essa parte ao seu assessor britânico, sem questionar mais.

Os promotores, no entanto, alegaram que sua estrutura financeira era “complexa” e “confusa”, utilizando empresas de fachada no Reino Unido e nas Ilhas Virgens Britânicas para ocultar os ganhos.

A Agência Tributária saiu frustrada, pois buscava uma pena mínima de quatro anos e nove meses. Ainda assim, como em outros casos de evasão fiscal envolvendo técnicos e jogadores na Espanha, Ancelotti não cumprirá pena em regime fechado.

Fonte: aqui. O caso dele não foi o primeiro nem o último. 

Regras são fáceis de serem emitidas e difíceis de serem revogadas: um exemplo

 

Richard Reid (foto) é britânico de nascimento e também conhecido como o homem do sapato bomba. No caso, ele tentou explodir uma bomba em um voo em 2001. Convertido ao Islã e membro da al-Qaeda, Reid embarcou em um voo que ia de Paris para Miami, mas foi preso e condenado por terrorismo, com uma sentença de 110 anos, sem perdão. 

Como uma medida de segurança, muitas pessoas que viajam são obrigadas a retirar seus sapatos nos aeroportos, por conta da tentativa de ataque de Reid. Mas somente agora alguns países estão retirando as exigências de passar por regra que foi imposta após os atentados de 2001. 

Uma medida teatral, que durou quase 25 anos. Há tanta regra que afeta a contabilidade que poderia ser revogada. 

Movendo de uma Big Four para uma não Big Four

Um estudo entrevistou 38 profissionais sobre a mudança de emprego, de uma Big Four para uma não Big Four. Apesar do número reduzido de entrevista, o tema despertou interesse e foi aprovado em um dos melhores periódicos de contabilidade, o CAR

No estudo, os pesquisadores usaram a sociologia de Bourdieu e mostraram que apesar que muitos enxergarem a nas Big 4 como ideal, alguns aspectos levam os profissionais a repensarem suas aspirações. Após a mudança, esses profissionais ajustam seu habitus e capital para se adaptar ao novo contexto. O estudo questiona a superioridade presumida dos profissionais das Big 4 e a complexidade da mobilidade dentro do campo contábil.

 

Criptos na Europa


A ESMA publicou, em 11 de julho de 2025, diretrizes que estabelecem critérios mínimos de conhecimento e competência para colaboradores de prestadores de serviços de criptoativos (CASPs), seja ao fornecer informação ou aconselhamento. As regras aplicam-se a todos os colaboradores, não apenas aos que prestam aconselhamento, e contemplam formação profissional, experiência prática e desenvolvimento profissional contínuo (CPD), incluindo adequação às características específicas dos criptoativos, como alta volatilidade e riscos cibernéticos. O objetivo principal é reforçar a proteção dos investidores e promover confiança e consistência no mercado de criptoativos na UE. 

O documento de 42 páginas, em língua inglesa, pode ser encontrado aqui 

KPMG, PCAOB, BBVA

Parece digno de uma novela coreana. A Europa criou uma regra de rodízio das empresas de auditoria. Essa regra exige que a cada dez anos, na maioria dos países, exista um mudança na empresa que faz a auditoria: 

Desde 1990 o banco espanhol BBVA era auditado pela empresa Deloitte. Em 2017, o banco mudou a empresa de auditoria para a KPMG, seguindo as regras estabelecidas. Nesse ano, a empresa de auditoria estava enfrentando o escândalo do PCAOB

Para quem já esqueceu, o escândalo foi o seguinte: o PCAOB é entidade criada pela Sarbox com objetivo de fiscalizar a qualidade dos trabalhos das empresas de auditoria. Como a KPMG estava sofrendo com a fiscalização da entidade, adotou uma medida questionável de contratar funcionários do PCAOB para compor seus quadros de funcionários. O grande problema é que os funcionários levaram segredos do regulador para a fiscalizada; sendo mais claro, os ex-empregados do PCAOB trouxeram documentos que ajudavam a KPMG a melhorar seu desempenho na fiscalização.

Em um desdobramento interessante, descobriu-se que um dos ex-funcionários do PCAOB, Brian Sweet, usou seus contatos no PCAOB para favorecer a KPMG na disputa da auditoria do BBVA e isso parece ter dado uma vantagem na disputa do contrato de auditoria. 

Não se sabe qual o nome do funcionário da KPMG Espanha que esteve envolvido. E também se sabe que Brian Sweet, o ex-PCAOB e ex-KPMG, também usou dados sobre as auditorias do Santander.