Em uma palestra no final do ano, o presidente do Iasb tratou da relação entre padrões contábeis e o longo prazo. Hans Hoogervorst (foto) falou no nono simpósio de pesquisa contábil da Autorité des Normes Comptables (ANC) em Paris, França. Seu tema foi a influência de padrões de elevada qualidade para apoiar investimentos de longo prazo.
Inicialmente seu discurso chamou a atenção para os números não-GAAP, calculados pela administração. Seu raciocínio foi o seguinte: os problemas das medidas de não-GAAP decorre dos incentivos ao curto prazo e a forma de combater é com melhores normas. Para isto, o projeto de Primary Financial Statements e da Management Commentary Practice Statement são cruciais.
O projeto das demonstrações contábeis tem o foco na classificação do lucro. Segundo Hoogervorst, as
empresas precisam de ter subtotais que expliquem melhor as estratégias operacionais e o desempenho. Esta seria, inclusive, uma das razões da proliferação das medidas não-GAAP. O Iasb propôs uma minuta neste sentido.
O projeto do Management Commentary procura definir melhor como os aspectos da estratégia de longo prazo, que escapam das demonstrações financeiras, devem ser informados. Isto inclui o modelo de negócio, os recursos intangíveis e o impacto ambiental.
O restante do discurso foi uma defesa ao IFRS 9. Na verdade, mais de 50% do discurso foi sobre isto. Seria um sinal de que algo deu errado na implantação?
Veja o discurso aqui
31 dezembro 2019
Jones no Fasb
O mandato do presidente do Fasb, Russel Golden, termina na metade de 2020. A fundação que comanda o Fasb, uma entidade do terceiro setor que elabora normas contábeis para os Estados Unidos, anunciou que Richard Jones irá substitui-lo. Se Golden era ex-funcionário da Deloitte e está na presidência do Fasb desde meados de 2013, Jones é proveniente da EY, onde está desde 1987. Ele é graduado pela University of New York. Na EY ele ocupou vários cargos e chegou a participar do Fasac, um braço do Fasb.
O anúncio foi feito há duas semanas pelo FAF. Jones deu a seguinte declaração
O processo independente de definição de padrões é um ativo nacional e é fundamental para nossos mercados financeiros robustos. Estou ansioso para me juntar aos meus novos colegas para continuar a missão de estabelecer e melhorar os padrões contábeis e educar as partes interessadas sobre como implementá-las com sucesso.
O primeiro mandato de Jones vai até meados de 2023, podendo ser novamente conduzido ao posto por mais três anos.
O anúncio foi feito há duas semanas pelo FAF. Jones deu a seguinte declaração
O processo independente de definição de padrões é um ativo nacional e é fundamental para nossos mercados financeiros robustos. Estou ansioso para me juntar aos meus novos colegas para continuar a missão de estabelecer e melhorar os padrões contábeis e educar as partes interessadas sobre como implementá-las com sucesso.
O primeiro mandato de Jones vai até meados de 2023, podendo ser novamente conduzido ao posto por mais três anos.
Fake News
Utilizo o vídeo do discurso feito por Nicolae Ceausescu na véspera do Natal nas minhas aulas de Economia da Informação. Um protesto realizado na cidade de Timisoara, na Romênia, no dia 17 de dezembro de 1989, foi atacado por tiros por pessoas ligadas ao governo comunista. Não se sabe quantos morreram, mas no dia seguinte, o ditador foi visitar o Irã, deixando a situação para ser resolvida por seus subordinados e sua espora. No dia 20, ao retornar à Romênia, Ceausescu encontrou um clima tenso e falou, para televisão estatal, que os eventos ocorridos em Timisoara era um interferência externa na Romênia. A imprensa não apresentava informação sobre os eventos e as pessoas começaram a sintonizar estações de rádios como Voz da América. No dia seguinte, dia 21, organiza-se uma "manifestação de apoio espontânea".
O discurso que Ceausescu fez neste dia passou para a história. Ele pode ser acompanhado abaixo:
O discurso ocorreu em Bucarest, na Praça da Revolução. As pessoas que estavam presentes receberam bandeiras da Romênia e fotografias de Ceausescu e sua esposa, Elena. A plateia era de 80 mil pessoas, que receberiam ordem de quando aplaudir e quando cantar. Na frente, membros do Partido Comunista, que agiam como animadores.
Aparentemente alguns tiros foram disparados. Os trabalhadores no fundo começaram a gritar: Ti - mi - soa - ra e alguns outros entoaram a palavra. Tentando silenciar a multidão, Ceausescu levanta a mão direita. Sua expressão de espanto mostrava que o ditador parecia não acreditar no que estava ocorrendo. Alguns começaram a deixar a praça; Ceausescu e Elena tentaram ordenar que as pessoas permanecessem sentadas. Para acalmar as pessoas, ele fala em aumento de salário e benefícios para as famílias. A fraqueza do regime estava exposta. O rei estava nu.
No Natal, Ceausescu e Elena foram capturados, julgados, condenados e fuzilados.
Gosto deste exemplo, pois é um exemplo do custo da supressão. Agora, fico sabendo que uma parte das notícias sobre Timisoara era uma farsa. Quando Ceausescu foi preso, o público fica sabendo da existência de corpos cobertos de mutilações atribuídas à polícia romena. No cemitério de Temisoara foram descobertos corpos, provas da repressão. Seriam mais de 60 mil mortos, número reduzido para menos de mil tempos depois.
Foi necessário esperar o mês de janeiro para que o balanço fosse avaliado e a mentira do cemitério fosse revelada: os cadáveres eram de pessoas mortas antes dos eventos e depois desenterradas.
Em 22 de dezembro, magistrados romenos e médicos legistas examinaram os cadáveres do cemitério e constataram que as mortes aconteceram muito antes do levante, explicou Balan à AFP. (...)
“A revolução romena também era um imaginário coletivo, um cenário, estávamos esperando por essas imagens, pois Ceausescu era um ditador sanguinário”, analisa o historiador e especialista em mídia Christian Delporte.
“Quando você quer acreditar em alguma coisa, encontra todas as razões para acreditar nela e a natureza onipresente dessa família Ceausescu aumentou a ideia de que tudo era possível”, observa Michel Castex.
Procurar furos, o espetacular, a pressão da concorrência: todos os ingredientes estavam lá para levar ao que a associação Repórteres Sem Fronteiras chamou de “um dos maiores enganos da história da mídia moderna”, que provocou danos à credibilidade da mídia.
O discurso que Ceausescu fez neste dia passou para a história. Ele pode ser acompanhado abaixo:
O discurso ocorreu em Bucarest, na Praça da Revolução. As pessoas que estavam presentes receberam bandeiras da Romênia e fotografias de Ceausescu e sua esposa, Elena. A plateia era de 80 mil pessoas, que receberiam ordem de quando aplaudir e quando cantar. Na frente, membros do Partido Comunista, que agiam como animadores.
Aparentemente alguns tiros foram disparados. Os trabalhadores no fundo começaram a gritar: Ti - mi - soa - ra e alguns outros entoaram a palavra. Tentando silenciar a multidão, Ceausescu levanta a mão direita. Sua expressão de espanto mostrava que o ditador parecia não acreditar no que estava ocorrendo. Alguns começaram a deixar a praça; Ceausescu e Elena tentaram ordenar que as pessoas permanecessem sentadas. Para acalmar as pessoas, ele fala em aumento de salário e benefícios para as famílias. A fraqueza do regime estava exposta. O rei estava nu.
No Natal, Ceausescu e Elena foram capturados, julgados, condenados e fuzilados.
Gosto deste exemplo, pois é um exemplo do custo da supressão. Agora, fico sabendo que uma parte das notícias sobre Timisoara era uma farsa. Quando Ceausescu foi preso, o público fica sabendo da existência de corpos cobertos de mutilações atribuídas à polícia romena. No cemitério de Temisoara foram descobertos corpos, provas da repressão. Seriam mais de 60 mil mortos, número reduzido para menos de mil tempos depois.
Foi necessário esperar o mês de janeiro para que o balanço fosse avaliado e a mentira do cemitério fosse revelada: os cadáveres eram de pessoas mortas antes dos eventos e depois desenterradas.
Em 22 de dezembro, magistrados romenos e médicos legistas examinaram os cadáveres do cemitério e constataram que as mortes aconteceram muito antes do levante, explicou Balan à AFP. (...)
“A revolução romena também era um imaginário coletivo, um cenário, estávamos esperando por essas imagens, pois Ceausescu era um ditador sanguinário”, analisa o historiador e especialista em mídia Christian Delporte.
“Quando você quer acreditar em alguma coisa, encontra todas as razões para acreditar nela e a natureza onipresente dessa família Ceausescu aumentou a ideia de que tudo era possível”, observa Michel Castex.
Procurar furos, o espetacular, a pressão da concorrência: todos os ingredientes estavam lá para levar ao que a associação Repórteres Sem Fronteiras chamou de “um dos maiores enganos da história da mídia moderna”, que provocou danos à credibilidade da mídia.
30 dezembro 2019
Desenvolvimento tecnológico na contabilidade
O texto a seguir foi publicado pelo El País com Susana Duran, que trabalha na Sage. O texto chama Susana de mãe dos robôs contábeis. No final ela lista apps que utiliza.
Las apps de la madre de los robots contables
Por
Patricia Coll Rubio
Susana Duran dirige el laboratorio encargado del desarrollo de tecnología puntera de Sage.
Recién recuperada del jet lag tras volver de Seattle (Estados Unidos), Susana Duran (Barcelona, 1975) dice que vuelve “sorprendida” de los últimos avances en inteligencia artificial de Microsoft y Amazon. Está explorando vías “de colaboración” con esos gigantes tecnológicos en nombre del Centro de Excelencia de Mobile Bots que dirige en Sage. “En lo que se está avanzando es en hacer la inteligencia artificial más humana y, a la vez, en automatizar tareas para ayudar a las personas. La cosa ya no va de robots sin sentimientos”, asegura la directiva de la multinacional especializada en soluciones de gestión empresarial.
Pone como ejemplo la aplicación Seeing AI de Microsoft, que emplea el reconocimiento facial y de vídeo para facilitar la vida de las personas invidentes. “Sustituye los sentidos humanos por la cámara, que te va diciendo dónde tienes que ir, lee por ti, te describe lo que ve la cámara de tu móvil… Lo que más me gustó es esta dimensión humana”, destaca. En Las Vegas presentó junto al director de tecnología global de Sage, Aaron Harris, “un nuevo asistente integrado” de contabilidad desarrollado por el laboratorio que lidera desde Barcelona.
El equipo de Duran está centrado en innovar en el ámbito de las aplicaciones móviles y los bots. “Nos dedicamos a gestionar todas estas soluciones tecnológicas de Sage y a analizar buenas prácticas de manejo de las mismas”, recuerda su directora. El nacimiento de este laboratorio surgió de una iniciativa de la propia Duran que, a los tres meses de aterrizar en la multinacional, propuso un proyecto de integración de la cartera de aplicaciones móviles de la compañía. “Presenté el problema, que era que cada país desarrollaba sus aplicaciones, y me ofrecí para empezar a trabajar en ello, así que me dieron un pequeño voto de confianza”, recuerda orgullosa.
La fe de la compañía en esta ingeniera barcelonesa se ha ido ampliando con el tiempo. Actualmente, además de dirigir el laboratorio de tecnología al que reportan ingenieros de toda la empresa, Sage la acaba de nombrar technical fellow, un título que las empresas tecnológicas conceden a los directivos que mejor representan a la compañía para que dediquen parte de su tiempo a asistir a eventos, a “evangelizar”. Es la única mujer de los cinco empleados de la multinacional con dicha distinción. “Por mirarlo desde el lado positivo, al menos hay una mujer”, puntualiza la directiva, que en sus ratos libres está comprometida en fomentar la participación de la mujer en el ámbito tecnológico. “Colaboro con Women in Mobile, una organización que tiene como objetivo visibilizar a la mujer a través de un evento anual paralelo al Mobile World Congress”, explica. “Aunque la concienciación por la igualdad de género va mejorando respecto a cuando yo empecé, en la mayoría de encuentros tecnológicos sigo siendo la única mujer”, lamenta. Por eso, cree que debe poner su granito de arena y empujar un poco, porque, de lo contrario, “las cosas no cambian solas”.
Para trabajar, relajarse y añadir un poco de magia a la realidad
1. LINKEDIN.- “Me permite mantenerme al día y contactar con conocidos y desconocidos”.
2. MAIL.- “Sin el correo electrónico desgraciadamente no se puede vivir. Mi teléfono dice que es la aplicación que más utilizo”.
3. SLACK.- “Estoy enganchada a la mensajería instantánea. Slack es la que utilizo para el trabajo, porque funciona muy bien para hacer preguntas rápidas”.
4. HEADSPACE.- “Esta aplicación de relajación tiene cursos y grupos de relajación en directo. También te ayuda a dormir contándote historias”.
5. WIZARDS UNITE.- “Me atrae la realidad aumentada porque es una manera de añadirle ciencia fi cción a la vida, en este caso, un poco de magia. Es un juego tipo Pokemon Go, pero de Harry Potter. Me gusta mucho, no solo porque me haya leído todos los libros de la saga, sino sobre todo porque aprecio que me haga moverme y que cambie en función de donde esté. Ideal para desconectar de la cruda realidad”.
6. SMASH HIT.- “Simplicidad y desconexión. Es un juego sencillo en el que has de romper cristales, estar atento, potenciar tus refl ejos. No necesita conexión.”
7. AMAZON GO- “La utilizo cuando estoy en San Francisco o Seattle, ya que de momento no está en muchas ciudades. La sensación de comprar en la tienda sin cajeros de Amazon es curiosa. La primera vez, para probar, cogí una lata de café con leche, me la metí en el bolso y salí. Sentí que estaba robando y me entraron dudas sobre si me habrían cobrado el producto o no. A los pocos segundos, recibí el recibo de compra. Está lleno de cámaras que no se ven, que te observan continuamente”.
8. EVERNOTE.- “Soy muy de libreta y al principio me daba apuro no utilizar dispositivos electrónicos. He descubierto esta aplicación que me permite tomar notas de forma ordenada y sincronizarlas en mis dos portátiles, mi móvil y mi tablet, en la que escribo mis notas a mano y dibujo esquemas”.
9. SAGE – CONTABILIDAD.- “Ayuda a autónomos y pequeñas empresas a llevar la contabilidad. La tengo para ser la primera en probar todo lo que hacemos”.
Fonte: El País
Las apps de la madre de los robots contables
Por
Patricia Coll Rubio
Susana Duran dirige el laboratorio encargado del desarrollo de tecnología puntera de Sage.
Recién recuperada del jet lag tras volver de Seattle (Estados Unidos), Susana Duran (Barcelona, 1975) dice que vuelve “sorprendida” de los últimos avances en inteligencia artificial de Microsoft y Amazon. Está explorando vías “de colaboración” con esos gigantes tecnológicos en nombre del Centro de Excelencia de Mobile Bots que dirige en Sage. “En lo que se está avanzando es en hacer la inteligencia artificial más humana y, a la vez, en automatizar tareas para ayudar a las personas. La cosa ya no va de robots sin sentimientos”, asegura la directiva de la multinacional especializada en soluciones de gestión empresarial.
Pone como ejemplo la aplicación Seeing AI de Microsoft, que emplea el reconocimiento facial y de vídeo para facilitar la vida de las personas invidentes. “Sustituye los sentidos humanos por la cámara, que te va diciendo dónde tienes que ir, lee por ti, te describe lo que ve la cámara de tu móvil… Lo que más me gustó es esta dimensión humana”, destaca. En Las Vegas presentó junto al director de tecnología global de Sage, Aaron Harris, “un nuevo asistente integrado” de contabilidad desarrollado por el laboratorio que lidera desde Barcelona.
El equipo de Duran está centrado en innovar en el ámbito de las aplicaciones móviles y los bots. “Nos dedicamos a gestionar todas estas soluciones tecnológicas de Sage y a analizar buenas prácticas de manejo de las mismas”, recuerda su directora. El nacimiento de este laboratorio surgió de una iniciativa de la propia Duran que, a los tres meses de aterrizar en la multinacional, propuso un proyecto de integración de la cartera de aplicaciones móviles de la compañía. “Presenté el problema, que era que cada país desarrollaba sus aplicaciones, y me ofrecí para empezar a trabajar en ello, así que me dieron un pequeño voto de confianza”, recuerda orgullosa.
La fe de la compañía en esta ingeniera barcelonesa se ha ido ampliando con el tiempo. Actualmente, además de dirigir el laboratorio de tecnología al que reportan ingenieros de toda la empresa, Sage la acaba de nombrar technical fellow, un título que las empresas tecnológicas conceden a los directivos que mejor representan a la compañía para que dediquen parte de su tiempo a asistir a eventos, a “evangelizar”. Es la única mujer de los cinco empleados de la multinacional con dicha distinción. “Por mirarlo desde el lado positivo, al menos hay una mujer”, puntualiza la directiva, que en sus ratos libres está comprometida en fomentar la participación de la mujer en el ámbito tecnológico. “Colaboro con Women in Mobile, una organización que tiene como objetivo visibilizar a la mujer a través de un evento anual paralelo al Mobile World Congress”, explica. “Aunque la concienciación por la igualdad de género va mejorando respecto a cuando yo empecé, en la mayoría de encuentros tecnológicos sigo siendo la única mujer”, lamenta. Por eso, cree que debe poner su granito de arena y empujar un poco, porque, de lo contrario, “las cosas no cambian solas”.
Para trabajar, relajarse y añadir un poco de magia a la realidad
1. LINKEDIN.- “Me permite mantenerme al día y contactar con conocidos y desconocidos”.
2. MAIL.- “Sin el correo electrónico desgraciadamente no se puede vivir. Mi teléfono dice que es la aplicación que más utilizo”.
3. SLACK.- “Estoy enganchada a la mensajería instantánea. Slack es la que utilizo para el trabajo, porque funciona muy bien para hacer preguntas rápidas”.
4. HEADSPACE.- “Esta aplicación de relajación tiene cursos y grupos de relajación en directo. También te ayuda a dormir contándote historias”.
5. WIZARDS UNITE.- “Me atrae la realidad aumentada porque es una manera de añadirle ciencia fi cción a la vida, en este caso, un poco de magia. Es un juego tipo Pokemon Go, pero de Harry Potter. Me gusta mucho, no solo porque me haya leído todos los libros de la saga, sino sobre todo porque aprecio que me haga moverme y que cambie en función de donde esté. Ideal para desconectar de la cruda realidad”.
6. SMASH HIT.- “Simplicidad y desconexión. Es un juego sencillo en el que has de romper cristales, estar atento, potenciar tus refl ejos. No necesita conexión.”
7. AMAZON GO- “La utilizo cuando estoy en San Francisco o Seattle, ya que de momento no está en muchas ciudades. La sensación de comprar en la tienda sin cajeros de Amazon es curiosa. La primera vez, para probar, cogí una lata de café con leche, me la metí en el bolso y salí. Sentí que estaba robando y me entraron dudas sobre si me habrían cobrado el producto o no. A los pocos segundos, recibí el recibo de compra. Está lleno de cámaras que no se ven, que te observan continuamente”.
8. EVERNOTE.- “Soy muy de libreta y al principio me daba apuro no utilizar dispositivos electrónicos. He descubierto esta aplicación que me permite tomar notas de forma ordenada y sincronizarlas en mis dos portátiles, mi móvil y mi tablet, en la que escribo mis notas a mano y dibujo esquemas”.
9. SAGE – CONTABILIDAD.- “Ayuda a autónomos y pequeñas empresas a llevar la contabilidad. La tengo para ser la primera en probar todo lo que hacemos”.
Fonte: El País
Aumenta o passivo da União
O governo federal viu disparar, nos últimos anos, o risco de perder ações na Justiça com impacto direto nos cofres públicos. As ações judiciais com risco de perda classificado como provável pela União cresceram quase oito vezes desde 2014 e somam R$ 634 bilhões neste ano. Há cinco anos, esse valor era de 81 bilhões.
Os dados fazem parte de um relatório do Tesouro Nacional que analisa os riscos fiscais para o governo federal, divulgado nesta sexta-feira. O documento avalia o risco de a União ter que gastar mais que o previsto no Orçamento por conta de demandas judiciais ou mesmo outros fatores.
O volume estimado de perda provável é bem maior que os R$ 403 bilhões que o governo considera provável receber dos devedores incluídos na dívida ativa da União.
O principal motivo para a disparada nos riscos da União foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tirou o ICMS da base da cálculo do PIS e da Cofins. A perda, só nesse caso, está estimada em R$ 246 bilhões. O Supremo ainda vai definir a aplicação dessa decisão. Será preciso definir, por exemplo, se o governo precisará devolver dinheiro para quem pagou imposto a mais.
De 2014 até 2019, os processos contra a União cresceram no total 290%, passando de R$ 559 bilhões para R$ 2,1 trilhões. Nessa conta estão também processos que o governo classifica como perda “possível”.
Daquele montante, enquanto 71% (R$ 1,5 trilhão) se referem a ações de risco possível, 29% (R$ 634 bilhões) diz respeito a ações classificadas com risco de perda provável.
“O comportamento crescente dos valores de passivos contingentes relacionados às demandas judiciais contra a União revela a necessidade de uma especial atenção ao tema”, diz o texto.
Os efeitos orçamentários e financeiros das decisões só se darão no fim do julgamento, com o pagamento das dívidas pela União. Mas isso também tem crescido.
Enquanto em 2014 os pagamentos referentes as ações judiciais ficaram em R$ 19,8 bilhões, em 2018 chegaram a R$ 38,2 bilhões (crescimento de 93%), representando 2,8% de todas as despesas do governo federal. Em 2019, apenas até junho, atingiram R$ 31,6 bilhões, podendo fechar o exercício em R$ 42 bilhões. Para 2020, esse gasto pode chegar a R$ 53 bilhões.
“Considerando que os gastos decorrentes de ações judiciais são despesas primárias (ou seja, são valores que entram na contabilidade federal), a sua trajetória ascendente revela-se ameaçadora do equilíbrio fiscal brasileiro, impactando diretamente importantes parâmetros fiscais, como o teto de gastos e a própria meta de resultado primário”, destaca o relatório.
Fonte: Aqui
Os dados fazem parte de um relatório do Tesouro Nacional que analisa os riscos fiscais para o governo federal, divulgado nesta sexta-feira. O documento avalia o risco de a União ter que gastar mais que o previsto no Orçamento por conta de demandas judiciais ou mesmo outros fatores.
O volume estimado de perda provável é bem maior que os R$ 403 bilhões que o governo considera provável receber dos devedores incluídos na dívida ativa da União.
O principal motivo para a disparada nos riscos da União foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tirou o ICMS da base da cálculo do PIS e da Cofins. A perda, só nesse caso, está estimada em R$ 246 bilhões. O Supremo ainda vai definir a aplicação dessa decisão. Será preciso definir, por exemplo, se o governo precisará devolver dinheiro para quem pagou imposto a mais.
De 2014 até 2019, os processos contra a União cresceram no total 290%, passando de R$ 559 bilhões para R$ 2,1 trilhões. Nessa conta estão também processos que o governo classifica como perda “possível”.
Daquele montante, enquanto 71% (R$ 1,5 trilhão) se referem a ações de risco possível, 29% (R$ 634 bilhões) diz respeito a ações classificadas com risco de perda provável.
“O comportamento crescente dos valores de passivos contingentes relacionados às demandas judiciais contra a União revela a necessidade de uma especial atenção ao tema”, diz o texto.
Os efeitos orçamentários e financeiros das decisões só se darão no fim do julgamento, com o pagamento das dívidas pela União. Mas isso também tem crescido.
Enquanto em 2014 os pagamentos referentes as ações judiciais ficaram em R$ 19,8 bilhões, em 2018 chegaram a R$ 38,2 bilhões (crescimento de 93%), representando 2,8% de todas as despesas do governo federal. Em 2019, apenas até junho, atingiram R$ 31,6 bilhões, podendo fechar o exercício em R$ 42 bilhões. Para 2020, esse gasto pode chegar a R$ 53 bilhões.
“Considerando que os gastos decorrentes de ações judiciais são despesas primárias (ou seja, são valores que entram na contabilidade federal), a sua trajetória ascendente revela-se ameaçadora do equilíbrio fiscal brasileiro, impactando diretamente importantes parâmetros fiscais, como o teto de gastos e a própria meta de resultado primário”, destaca o relatório.
Fonte: Aqui
Oito fracassos/escândalos de 2019
O ano não foi fácil para as empresas. No Brasil, o ano começou com o rompimento em uma barragem da Vale em Brumadinho, MG, que deixou centenas de mortos, e se encerra com uma briga na Odebrecht, entre o pai, Emílio Odebrecht, e filho, Marcelo.
Multinacionais também tomaram as manchetes, como o WeWork, que viu seu valor de mercado derreter depois do fracasso de seu IPO, o Facebook, levado a depor sobre a criação de sua criptomoeda Libra, e a Boeing, que busca se reerguer após dois acidentes fatais com o seu avião 737 Max.
Relembre abaixo 8 fracassos e escândalos empresariais que ocorreram durante o ano de 2019.
Vale
No dia 25 de janeiro, uma barragem de uma mina da Vale em Brumadinho, MG, estourou, deixando 256 mortos, 14 desaparecidos e um grande desastre ambiental. O rompimento levou à troca de presidência: o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, e três diretores da mineradora solicitaram em março o afastamento temporário do comando da companhia. Desde abril, a mineradora é liderada por Eduardo Bartolomeo.
A companhia finalizou, em dezembro, uma investigação sobre as origens do incidente e concluiu que a causa foi a “liquefação estática dos rejeitos” na estrutura.
A Vale estima que, este ano, terá desembolsado 1,6 bilhão de dólares, cerca de 6,55 bilhões de reais, com reparação, indenizações e despesas pelo desastre. Recentemente, a mineradora voltou a apresentar metas de produção de minério de ferro, já que a ordem nos últimos meses era concentrar os esforços na reparação dos danos ambientais e na indenização às vítimas.
WeWork
A saída do fundador Adam Neumann do cargo de CEO da empresa de aluguel de escritórios foi o clímax de uma crise que levou a empresa a perder bilhões em valor de mercado. Em setembro, Neumann deixou o cargo pressionado pelo maior acionista da WeWork, o conglomerado japonês Softbank, levando em troca um pagamento de 1,7 bilhão de dólares.
Depois da fracassada tentativa de fazer uma oferta inicial de ações (IPO, em inglês), que deveria ter acontecido em setembro, a empresa correu o risco de ficar sem caixa e recebeu uma ajuda de mais 10 bilhões de dólares do Softbank. As negociações com bancos para o socorro foram paralisadas hoje, o que complica ainda mais a situação da empresa.
De valor de mercado de 47 bilhões de dólares, o valuation caiu para 8 bilhões de dólares. A WeWork anunciou que vai demitir cerca de 2.400 funcionários no mundo, em estratégia de redução de custos para estabilizar sua operação de escritórios compartilhados.
Correios
A Polícia Federal desarticulou, em setembro, um esquema de fraudes nos Correios que causaram prejuízos de 13 milhões de reais.
A operação Postal Off envolveu 110 policiais e teve início em Santa Catarina em novembro de 2018, quando foi apurado o primeiro indício dos crimes praticados pelo grupo criminoso e que contava com a participação de funcionários dos Correios.
Em nota, os Correios informam que “estão colaborando plenamente com as autoridades. A empresa permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos. Os Correios reafirmam o seu compromisso com a ética, a integridade e a transparência.”
Os Correios estão entre as empresas visadas para privatização no governo Bolsonaro, processo que inclusive levou à troca de presidência na estatal.
Libra (e o Facebook)
O fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, foi convocado pela comissão de serviços financeiros da Câmara a prestar esclarecimentos sobre a libra, a criptomoeda liderada pelo Facebook.
Anunciado em junho, o projeto reúne mais de 20 empresas na chamada Associação Libra. A expectativa era lançar a moeda no ano que vem, mas o plano vem sendo criticado por pontos que vão desde os problemas de privacidade do Facebook quanto à possibilidade de a moeda desestabilizar o sistema financeiro mundial ou ser usada para lavar dinheiro.
A empresa correu a dizer ontem que não é dona da libra. No mês passado, empresas como Mastercard e Visa, as duas principais bandeiras de cartão, e o sistema de pagamentos PayPal deixaram a associação.
Zuckerberg também sofre críticas ao não banir anúncios políticos da rede social. Em um discurso em outubro, ele afirmou que, embora tenha havido ataques de fake news comprovados em países como Irã, Rússia e China, segundo o executivo, suas redes sempre defenderão a “liberdade de expressão”.
Avianca Brasil
A Avianca Brasil, oficialmente OceanAir Linhas Aéreas, parou de voar em maio deste ano, deixando mais de 2.000 funcionários desempregados e milhares de clientes sem informações.
Em recuperação judicial desde dezembro do ano passado, os maiores ativos da companhia aérea eram os seus slots, ou direitos de pouso e decolagem, em aeroportos concorridos. Foram meses da novela de distribuição dos slots (horários de pouso e decolagem) da Avianca no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A disputa envolveu um leilão dos ativos para a Gol e a Latam, não aceito pela Anac, brigas entre credores e entre as próprias companhias aéreas.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) finalmente anunciou em agosto que os 41 slots ficarão com Azul, Map e Passaredo. Logo em seguida, a até então desconhecida Passaredo anunciou a aquisição da MAP, ampliando sua presença em Congonhas.
Ignorando os estragos, sua empresa-irmã, a colombiana Avianca Holdings, diz que quer “virar essa página” e fortalecer seus laços com o Brasil e assinou tratados de codeshare com a Azul e a Gol.
Tanto a Avianca Brasil como a Avianca Holdings têm como maior acionista o Synergy Group, grupo dos irmãos bolivianos naturalizados brasileiros Germán e José Efromovich.
Oi
A operadora de telefonia Oi, em recuperação judicial desde 2016, teve um 2019 dos mais atribulados do capitalismo brasileiro, culminando com o anúncio da mudança na presidência. O presidente da Oi, Eurico Teles, até então visto como o salvador da empresa e líder de sua reestruturação, irá deixar o comando no final de janeiro de 2020.
O anúncio foi feito em 10 de dezembro, no mesmo dia em que a companhia sofreu um mandado de busca e apreensão na Operação Mapa da Mina, nova fase da Lava Jato. A operação investiga contratos da Oi com o filho de Lula, o empresário Fábio Luís Lula da Silva, para benefício da companhia durante a negociação de compra da Telemar.
A companhia negou que a empresa tenha sido beneficiada pelos negócios mencionados pela PF. A Oi disse ainda que “atua de forma transparente e tem prestado todas as informações e esclarecimentos que vêm sendo solicitados pelas autoridades”.
A Oi passou por diversos obstáculos nos últimos meses, como a iminente falta de caixa para manter as operações, lentidão na venda de ativos e pressões de acionistas, além da investigação na Lava Jato.
Enquanto isso, trabalha no seu plano de recuperação. A operadora já conseguiu reverter 35 bilhões de reais de sua dívida de 65 bilhões de reais e planeja dobrar em 2020 seus investimentos no segmento corporativo.
Boeing
No início do mês, a Boeing decidiu suspender temporariamente, a partir de janeiro, a fabricação do polêmico modelo de avião 737 MAX, envolvido em dois acidentes que, ao todo, deixaram quase 350 mortos.
Segundo a investigação dos casos, esses acidentes com quase 350 mortos tiveram origem em um problema no software da aeronave e fizeram a Boeing entrar em uma crise sem precedentes.
Hoje, 23, a fabricante de aeronaves anunciou que irá realizar mudanças na diretoria. Dennis A. Muilenburg deixou o cargo de CEO e será substituído por David L. Calhoun, atual presidente do conselho de administração. A mudança passará a valer a partir de 13 de janeiro de 2020. De acordo com comunicado divulgado pela companhia, a nova liderança deve trazer um comprometimento renovado em transparência, além de buscar retomar o 737 Max.
Com a confiança do mercado abalada pelos acidentes, a Boeing entregou menos da metade do número de aeronaves nos primeiros onze meses de 2019 do que no mesmo período do ano passado, afetando seu balanço e toda sua cadeia de fornecedores.
Odebrecht
Além de uma recuperação judicial bilionária, ainda sem um plano aprovado pelos credores, a Odebrecht sofre com as disputas entre pai, Emílio Odebrecht, e filho, Marcelo.
Depois de ser demitido por justa causa e sem direito à indenização, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que carrega o nome de sua família, é alvo de uma investigação interna e corre risco de perder os benefícios da delação premiada que fez com o Ministério Público Federal (MF) e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Marcelo estava afastado de qualquer função administrativa desde que foi preso em 2015, por conta da Operação Lava Jato. Porém, continuava na folha de pagamentos do grupo, recebendo 115 mil reais, além de benefícios como motorista e advogado.
Marcelo se sente injustiçado por ter sido condenado e preso, enquanto outros executivos que teriam cometido crimes, e não aderiram ao acordo de colaboração com o MPF, não passaram um dia na prisão.
Na semana passada, em entrevista ao jornal Valor Econômico, Ruy Sampaio respondeu às declarações de Marcelo e o acusou de chantagear a empresa justamente durante a assinatura do acordo de colaboração com MPF.
Fonte: Aqui
Multinacionais também tomaram as manchetes, como o WeWork, que viu seu valor de mercado derreter depois do fracasso de seu IPO, o Facebook, levado a depor sobre a criação de sua criptomoeda Libra, e a Boeing, que busca se reerguer após dois acidentes fatais com o seu avião 737 Max.
Relembre abaixo 8 fracassos e escândalos empresariais que ocorreram durante o ano de 2019.
Vale
No dia 25 de janeiro, uma barragem de uma mina da Vale em Brumadinho, MG, estourou, deixando 256 mortos, 14 desaparecidos e um grande desastre ambiental. O rompimento levou à troca de presidência: o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, e três diretores da mineradora solicitaram em março o afastamento temporário do comando da companhia. Desde abril, a mineradora é liderada por Eduardo Bartolomeo.
A companhia finalizou, em dezembro, uma investigação sobre as origens do incidente e concluiu que a causa foi a “liquefação estática dos rejeitos” na estrutura.
A Vale estima que, este ano, terá desembolsado 1,6 bilhão de dólares, cerca de 6,55 bilhões de reais, com reparação, indenizações e despesas pelo desastre. Recentemente, a mineradora voltou a apresentar metas de produção de minério de ferro, já que a ordem nos últimos meses era concentrar os esforços na reparação dos danos ambientais e na indenização às vítimas.
WeWork
A saída do fundador Adam Neumann do cargo de CEO da empresa de aluguel de escritórios foi o clímax de uma crise que levou a empresa a perder bilhões em valor de mercado. Em setembro, Neumann deixou o cargo pressionado pelo maior acionista da WeWork, o conglomerado japonês Softbank, levando em troca um pagamento de 1,7 bilhão de dólares.
Depois da fracassada tentativa de fazer uma oferta inicial de ações (IPO, em inglês), que deveria ter acontecido em setembro, a empresa correu o risco de ficar sem caixa e recebeu uma ajuda de mais 10 bilhões de dólares do Softbank. As negociações com bancos para o socorro foram paralisadas hoje, o que complica ainda mais a situação da empresa.
De valor de mercado de 47 bilhões de dólares, o valuation caiu para 8 bilhões de dólares. A WeWork anunciou que vai demitir cerca de 2.400 funcionários no mundo, em estratégia de redução de custos para estabilizar sua operação de escritórios compartilhados.
Correios
A Polícia Federal desarticulou, em setembro, um esquema de fraudes nos Correios que causaram prejuízos de 13 milhões de reais.
A operação Postal Off envolveu 110 policiais e teve início em Santa Catarina em novembro de 2018, quando foi apurado o primeiro indício dos crimes praticados pelo grupo criminoso e que contava com a participação de funcionários dos Correios.
Em nota, os Correios informam que “estão colaborando plenamente com as autoridades. A empresa permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos. Os Correios reafirmam o seu compromisso com a ética, a integridade e a transparência.”
Os Correios estão entre as empresas visadas para privatização no governo Bolsonaro, processo que inclusive levou à troca de presidência na estatal.
Libra (e o Facebook)
O fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, foi convocado pela comissão de serviços financeiros da Câmara a prestar esclarecimentos sobre a libra, a criptomoeda liderada pelo Facebook.
Anunciado em junho, o projeto reúne mais de 20 empresas na chamada Associação Libra. A expectativa era lançar a moeda no ano que vem, mas o plano vem sendo criticado por pontos que vão desde os problemas de privacidade do Facebook quanto à possibilidade de a moeda desestabilizar o sistema financeiro mundial ou ser usada para lavar dinheiro.
A empresa correu a dizer ontem que não é dona da libra. No mês passado, empresas como Mastercard e Visa, as duas principais bandeiras de cartão, e o sistema de pagamentos PayPal deixaram a associação.
Zuckerberg também sofre críticas ao não banir anúncios políticos da rede social. Em um discurso em outubro, ele afirmou que, embora tenha havido ataques de fake news comprovados em países como Irã, Rússia e China, segundo o executivo, suas redes sempre defenderão a “liberdade de expressão”.
Avianca Brasil
A Avianca Brasil, oficialmente OceanAir Linhas Aéreas, parou de voar em maio deste ano, deixando mais de 2.000 funcionários desempregados e milhares de clientes sem informações.
Em recuperação judicial desde dezembro do ano passado, os maiores ativos da companhia aérea eram os seus slots, ou direitos de pouso e decolagem, em aeroportos concorridos. Foram meses da novela de distribuição dos slots (horários de pouso e decolagem) da Avianca no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A disputa envolveu um leilão dos ativos para a Gol e a Latam, não aceito pela Anac, brigas entre credores e entre as próprias companhias aéreas.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) finalmente anunciou em agosto que os 41 slots ficarão com Azul, Map e Passaredo. Logo em seguida, a até então desconhecida Passaredo anunciou a aquisição da MAP, ampliando sua presença em Congonhas.
Ignorando os estragos, sua empresa-irmã, a colombiana Avianca Holdings, diz que quer “virar essa página” e fortalecer seus laços com o Brasil e assinou tratados de codeshare com a Azul e a Gol.
Tanto a Avianca Brasil como a Avianca Holdings têm como maior acionista o Synergy Group, grupo dos irmãos bolivianos naturalizados brasileiros Germán e José Efromovich.
Oi
A operadora de telefonia Oi, em recuperação judicial desde 2016, teve um 2019 dos mais atribulados do capitalismo brasileiro, culminando com o anúncio da mudança na presidência. O presidente da Oi, Eurico Teles, até então visto como o salvador da empresa e líder de sua reestruturação, irá deixar o comando no final de janeiro de 2020.
O anúncio foi feito em 10 de dezembro, no mesmo dia em que a companhia sofreu um mandado de busca e apreensão na Operação Mapa da Mina, nova fase da Lava Jato. A operação investiga contratos da Oi com o filho de Lula, o empresário Fábio Luís Lula da Silva, para benefício da companhia durante a negociação de compra da Telemar.
A companhia negou que a empresa tenha sido beneficiada pelos negócios mencionados pela PF. A Oi disse ainda que “atua de forma transparente e tem prestado todas as informações e esclarecimentos que vêm sendo solicitados pelas autoridades”.
A Oi passou por diversos obstáculos nos últimos meses, como a iminente falta de caixa para manter as operações, lentidão na venda de ativos e pressões de acionistas, além da investigação na Lava Jato.
Enquanto isso, trabalha no seu plano de recuperação. A operadora já conseguiu reverter 35 bilhões de reais de sua dívida de 65 bilhões de reais e planeja dobrar em 2020 seus investimentos no segmento corporativo.
Boeing
No início do mês, a Boeing decidiu suspender temporariamente, a partir de janeiro, a fabricação do polêmico modelo de avião 737 MAX, envolvido em dois acidentes que, ao todo, deixaram quase 350 mortos.
Segundo a investigação dos casos, esses acidentes com quase 350 mortos tiveram origem em um problema no software da aeronave e fizeram a Boeing entrar em uma crise sem precedentes.
Hoje, 23, a fabricante de aeronaves anunciou que irá realizar mudanças na diretoria. Dennis A. Muilenburg deixou o cargo de CEO e será substituído por David L. Calhoun, atual presidente do conselho de administração. A mudança passará a valer a partir de 13 de janeiro de 2020. De acordo com comunicado divulgado pela companhia, a nova liderança deve trazer um comprometimento renovado em transparência, além de buscar retomar o 737 Max.
Com a confiança do mercado abalada pelos acidentes, a Boeing entregou menos da metade do número de aeronaves nos primeiros onze meses de 2019 do que no mesmo período do ano passado, afetando seu balanço e toda sua cadeia de fornecedores.
Odebrecht
Além de uma recuperação judicial bilionária, ainda sem um plano aprovado pelos credores, a Odebrecht sofre com as disputas entre pai, Emílio Odebrecht, e filho, Marcelo.
Depois de ser demitido por justa causa e sem direito à indenização, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que carrega o nome de sua família, é alvo de uma investigação interna e corre risco de perder os benefícios da delação premiada que fez com o Ministério Público Federal (MF) e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Marcelo estava afastado de qualquer função administrativa desde que foi preso em 2015, por conta da Operação Lava Jato. Porém, continuava na folha de pagamentos do grupo, recebendo 115 mil reais, além de benefícios como motorista e advogado.
Marcelo se sente injustiçado por ter sido condenado e preso, enquanto outros executivos que teriam cometido crimes, e não aderiram ao acordo de colaboração com o MPF, não passaram um dia na prisão.
Na semana passada, em entrevista ao jornal Valor Econômico, Ruy Sampaio respondeu às declarações de Marcelo e o acusou de chantagear a empresa justamente durante a assinatura do acordo de colaboração com MPF.
Fonte: Aqui
29 dezembro 2019
Aplicativos de entrega e Refeição
A popularização dos aplicativos de entrega pode gerar uma boa discussão em sala de aula, com aplicação de conceitos de custos e margem.Um restaurante tradicional possui um custo de preparação da comida - próximo ao custo de produção de uma fábrica. Também possui uma grande despesa com pessoal, que inclui cozinheiro, garçom, administradores e outros. Para atrair clientela, o restaurante precisa investir em localização e design do ambiente. Este custo é fixo; no caso do design, o custo ocorre com uma certa periodicidade.
Uma alternativa é abrir um restaurante que serve somente os serviços de entrega, tipo iFood, Uber Eats, Rappi e outros. São denominados de "dark kitchens". O principal custo desta opção é o percentual para a empresa que faz a entrega. Algo que varia entre 15 a 30%. Mas existem custos que podem ser evitados, presentes em um restaurante tradicional. Eis uma lista: garçom (que elimina os 10%), localização (este custo não é totalmente eliminado, mas pode ser reduzido substancialmente), design do ambiente, entre outros.
Observe que a análise aqui é incremental, não sendo necessário analisar cada um dos custos existentes de um restaurante. Por exemplo, o custo de preparação da comida talvez não se altere substancialmente. Pelo contrário, pode até reduzir, com a eliminação de pratos e talheres.
Leia mais sobre o assunto em Madureira, Daniele. Aplicativos de entrega dão as ordens na cozinha. Valro, 11 de dezembro de 2019, p. B1
Uma alternativa é abrir um restaurante que serve somente os serviços de entrega, tipo iFood, Uber Eats, Rappi e outros. São denominados de "dark kitchens". O principal custo desta opção é o percentual para a empresa que faz a entrega. Algo que varia entre 15 a 30%. Mas existem custos que podem ser evitados, presentes em um restaurante tradicional. Eis uma lista: garçom (que elimina os 10%), localização (este custo não é totalmente eliminado, mas pode ser reduzido substancialmente), design do ambiente, entre outros.
Observe que a análise aqui é incremental, não sendo necessário analisar cada um dos custos existentes de um restaurante. Por exemplo, o custo de preparação da comida talvez não se altere substancialmente. Pelo contrário, pode até reduzir, com a eliminação de pratos e talheres.
Leia mais sobre o assunto em Madureira, Daniele. Aplicativos de entrega dão as ordens na cozinha. Valro, 11 de dezembro de 2019, p. B1
Chantagem na Odebrecht
Em novembro de 2014, uma nova fase da operação Lava-Jato começou a investigar o grupo Odebrecht. Estima-se que a empresa pagou mais de 3 bilhões de dólares em propinas, em diversos países do mundo. As investigações levaram a condenação do então presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Marcelo era neto do fundador da empresa e tinha assumido o posto da empresa anos antes.
Recentemente, a prisão foi relaxada. Mas Marcelo tinha perdido poder na empresa e estava excluído das grandes decisões. No dia 16, a empresa trocou o executivo Luciano Guidolin por Ruy Sampaio na presidência do grupo. Sampaio é um executivo da confiança de Emílio Odebrecht, pai de Marcelo. Na sexta, dia 20, uma extensa reportagem do Valor Econômico traz revelações do novo presidente. Sampaio afirmou que Marcelo fez chantagem com a empresa, antes de assinar o acordo de delação premiada, em novembro de 2016. Marcelo exigiu, e conseguiu, que a empresa pagasse 310 milhões de reais para o presidente, sendo 70 milhões através de um título de VGBL em nome da esposa. Somente com o pagamento ele assinaria o acordo de delação. A acusação de chantagem revelou que Marcelo foi o único a receber um valor bem acima da multa que deveria pagar pelo escândalo. Mais ainda, Sampaio revelou que Marcelo era funcionário licenciado da empresa, mas que ainda recebia R$100 mil reais.
No sábado, dia 21 de dezembro, surgiu a notícia que Marcelo tinha sido demitido por e-mail por justa causa, sem direito a indenização. A razão é que ele teria extorquido a empresa. A explicação da empresa era que a demissão foi uma exigência do Ministério Público Federal e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Isto realmente pareceu estranho. Um detalhe é que a ameaça de Marcelo e a aceitação da empresa foi concretizada em um contrato assinado pelas partes, onde existia uma clausula de confidencialidade. E a imprensa teve acesso ao documento, de maneira sigilosa.
Além disto, foi informado que as regras da delação obrigam a revelação do patrimônio da pessoa e Marcelo não teria feito esta revelação. Na segunda, dia 23, mais informação divulgada na imprensa mostra que Marcelo recebia salário durante seu afastamento e benefícios, que totalizavam 200 mil por mês. Desde então, mais nenhuma notícia. Estranho?
Baseado nos seguintes textos:
Valenti, Graziella. Após saída de Marcelo, 8 delatores continuam na Odebrecht. Valor, 23 dez B5
Pereira, Reneé e outros. Odebrecht vai investigar Marcelo. Estado de S Paulo, 22 dez B3
Pereira, Reneé e outros. Por ordem do pai, Marcelo Odebrecht é demitido por justa causa do grupo. Estado de S Paulo, 21 dez B1
Valenti, Graziella. Odebrecht acusa ex-CEO Marcelo de chantagear empresa. Valor, 20 dez B2
Valenti, Graziella. Odebrecht troca presidência do grupo. Valor, 17 dez B3
Recentemente, a prisão foi relaxada. Mas Marcelo tinha perdido poder na empresa e estava excluído das grandes decisões. No dia 16, a empresa trocou o executivo Luciano Guidolin por Ruy Sampaio na presidência do grupo. Sampaio é um executivo da confiança de Emílio Odebrecht, pai de Marcelo. Na sexta, dia 20, uma extensa reportagem do Valor Econômico traz revelações do novo presidente. Sampaio afirmou que Marcelo fez chantagem com a empresa, antes de assinar o acordo de delação premiada, em novembro de 2016. Marcelo exigiu, e conseguiu, que a empresa pagasse 310 milhões de reais para o presidente, sendo 70 milhões através de um título de VGBL em nome da esposa. Somente com o pagamento ele assinaria o acordo de delação. A acusação de chantagem revelou que Marcelo foi o único a receber um valor bem acima da multa que deveria pagar pelo escândalo. Mais ainda, Sampaio revelou que Marcelo era funcionário licenciado da empresa, mas que ainda recebia R$100 mil reais.
No sábado, dia 21 de dezembro, surgiu a notícia que Marcelo tinha sido demitido por e-mail por justa causa, sem direito a indenização. A razão é que ele teria extorquido a empresa. A explicação da empresa era que a demissão foi uma exigência do Ministério Público Federal e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Isto realmente pareceu estranho. Um detalhe é que a ameaça de Marcelo e a aceitação da empresa foi concretizada em um contrato assinado pelas partes, onde existia uma clausula de confidencialidade. E a imprensa teve acesso ao documento, de maneira sigilosa.
Além disto, foi informado que as regras da delação obrigam a revelação do patrimônio da pessoa e Marcelo não teria feito esta revelação. Na segunda, dia 23, mais informação divulgada na imprensa mostra que Marcelo recebia salário durante seu afastamento e benefícios, que totalizavam 200 mil por mês. Desde então, mais nenhuma notícia. Estranho?
Baseado nos seguintes textos:
Valenti, Graziella. Após saída de Marcelo, 8 delatores continuam na Odebrecht. Valor, 23 dez B5
Pereira, Reneé e outros. Odebrecht vai investigar Marcelo. Estado de S Paulo, 22 dez B3
Pereira, Reneé e outros. Por ordem do pai, Marcelo Odebrecht é demitido por justa causa do grupo. Estado de S Paulo, 21 dez B1
Valenti, Graziella. Odebrecht acusa ex-CEO Marcelo de chantagear empresa. Valor, 20 dez B2
Valenti, Graziella. Odebrecht troca presidência do grupo. Valor, 17 dez B3
Fracasso da Libra
O projeto de criação da moeda digital libra, do Facebook, falhou em sua forma atual e precisa ser reformulado para ser aprovado, disse o ministro das Finanças da Suíça, onde a criptomoeda está buscando aprovação.
“Eu não acho [que a libra tem uma chance em sua forma atual], porque os bancos centrais não aceitarão a cesta de moedas”, disse o ministro Ueli Maurer à emissora SRF. “O projeto, desta forma, fracassou”, acrescentou.
A Associação Libra não respondeu imediatamente a um pedido de comentários.
VEJA TAMBÉM: BR Distribuidora acerta venda de fatia de 49% na CDGN Logística
Os planos para a moeda digital liderada pelo Facebook, a ser emitida e administrada pela Associação Libra, com sede em Genebra, levantaram preocupações entre reguladores e políticos ao redor do mundo, que vão desde a privacidade até o potencial de influenciar a política monetária e mudar o cenário financeiro global.
Representantes do projeto, incluindo o co-criador David Marcus, do Facebook, disseram que os obstáculos regulatórios podem adiar o lançamento para além da data planejada em junho do próximo ano.
A proposta da libra prevê que a criptomoeda deve ser apoiada por uma reserva de ativos, como depósitos bancários e dívidas governamentais mantidas por uma rede de depositários. Essa estrutura visa promover a confiança e evitar as oscilações de preço que afetam outras criptomoedas como o bitcoin.
Fonte: Aqui
“Eu não acho [que a libra tem uma chance em sua forma atual], porque os bancos centrais não aceitarão a cesta de moedas”, disse o ministro Ueli Maurer à emissora SRF. “O projeto, desta forma, fracassou”, acrescentou.
A Associação Libra não respondeu imediatamente a um pedido de comentários.
VEJA TAMBÉM: BR Distribuidora acerta venda de fatia de 49% na CDGN Logística
Os planos para a moeda digital liderada pelo Facebook, a ser emitida e administrada pela Associação Libra, com sede em Genebra, levantaram preocupações entre reguladores e políticos ao redor do mundo, que vão desde a privacidade até o potencial de influenciar a política monetária e mudar o cenário financeiro global.
Representantes do projeto, incluindo o co-criador David Marcus, do Facebook, disseram que os obstáculos regulatórios podem adiar o lançamento para além da data planejada em junho do próximo ano.
A proposta da libra prevê que a criptomoeda deve ser apoiada por uma reserva de ativos, como depósitos bancários e dívidas governamentais mantidas por uma rede de depositários. Essa estrutura visa promover a confiança e evitar as oscilações de preço que afetam outras criptomoedas como o bitcoin.
Fonte: Aqui
28 dezembro 2019
Trabalhadores na Samsung
A empresa coreana fundada em 1938 tem sido acusada há tempos de não tratar bem seus empregados. Isto inclui o uso de trabalho infantil por parte dos fornecedores. Mais recentemente, a empresa tem adotado uma postura diferente, incluindo uma política de tolerância zero para violações das leis de trabalho infantil.
Uma das posturas da empresa é a aversão aos sindicatos. Agora o presidente do conselho de administração da Samsung Electronics foi condenado a 18 meses de prisão por sabotar as entidades que representam os funcionários. A condenação é em primeira instância, mas o executivo já foi preso. Entre as atitudes que condenaram o executivo, a ameaça de corte de salários dos funcionários sindicalizados e punir os fornecedores que eram favoráveis aos sindicatos.
Recentemente a empresa começou a ter uma postura mais liberal sobre o assunto. Um sindicato foi criado na empresa em novembro de 2019.
Uma das posturas da empresa é a aversão aos sindicatos. Agora o presidente do conselho de administração da Samsung Electronics foi condenado a 18 meses de prisão por sabotar as entidades que representam os funcionários. A condenação é em primeira instância, mas o executivo já foi preso. Entre as atitudes que condenaram o executivo, a ameaça de corte de salários dos funcionários sindicalizados e punir os fornecedores que eram favoráveis aos sindicatos.
Recentemente a empresa começou a ter uma postura mais liberal sobre o assunto. Um sindicato foi criado na empresa em novembro de 2019.
XP
Fernando Torres, em Reflexões sobre o prospecto da oferta inicial de ações da XP, Valor Econômico em 10 de dezembro, chama a atenção para alguns aspectos da operação:
1. A sede formal da XP é nas Ilhas Cayman, um paraíso fiscal.
2. A estrutura societária permite que alguns minoritários controlem a entidade através da quebra da regra "um voto, uma ação". Isto significa que alguns acionistas são mais acionistas que outros.
Torres lembra também que no Conselho de Administração tem a presença da ex-presidente da CVM, Maria Helena Santana, que muito defendeu a regra de "um voto, uma ação" no Brasil.
O valor da empresa realmente pareceu exagerado. Mas este é o mercado exuberante, nem sempre racional.
1. A sede formal da XP é nas Ilhas Cayman, um paraíso fiscal.
2. A estrutura societária permite que alguns minoritários controlem a entidade através da quebra da regra "um voto, uma ação". Isto significa que alguns acionistas são mais acionistas que outros.
Torres lembra também que no Conselho de Administração tem a presença da ex-presidente da CVM, Maria Helena Santana, que muito defendeu a regra de "um voto, uma ação" no Brasil.
O valor da empresa realmente pareceu exagerado. Mas este é o mercado exuberante, nem sempre racional.
Logistica e Controle na Amazon
A Amazon está se tornando a maior empresa mundial de entregas de encomendas. No passado, a empresa contratava os serviços postais do governo ou empresas de entrega privados, como UPS ou Fedex. No passado a empresa teve problemas de entrega e desde então tem construído uma rede de distribuição mundial.
O objetivo da empresa é reduzir o custo da entrega e ter o controle da cadeia de distribuição. A partir daí, a empresa criou uma estratégia brilhante: começou a incentivar a criação de pequenos negócios que pudesse fazer entregas para a Amazon. O empreendedor entra com veículo e funcionário e a Amazon garante um apoio logístico, um volume de entrega mínimo e outras vantagens. Ou seja, a empresa estaria ajudando a criar milhares de empresas menores e substitui as empresas tradicionais (Correios, UPS, Fedex etc).
A questão do custo de entrega é fundamental para o comércio eletrônico. Quanto mais atrativo for este custo, mais rápido será sua expansão. Ao atrair estes empreendedores, a Amazon consegue empresas com baixo (ou zero) custo de marketing, trabalhadores não sindicalizados e baixo custo administrativo. Atualmente, são 800 empresas só nos Estados Unidos, que empregam 75 mil motoristas, uma média de 94 motoristas por empresa. Estes negócios não existiam há dez anos.
A empresa de entrega tem somente um cliente, que controla tudo. Este é o segundo objetivo. E ao controlar tudo, a Amazon consegue atingir o primeiro objetivo: redução do custo. Como? Apertando estas empresas. Afinal
seu negócio prospera ou morre pela graça da Amazônia
No Brasil, a estratégia da empresa pode ser ajudada pelo enfraquecimento recente dos Correios e a redução da proteção trabalhista. Mas se o nosso país tem uma extensão territorial próxima aos EUA, a distribuição populacional é mais esparsa (temos quase 100 milhões a menos de habitantes e uma parcela expressiva não tem as mesmas condições de renda). Neste sentido, parte da rede de distribuição poderia ficar com a ECT, enquanto a distribuição nas zonas mais populosas seria feita pelo governo.
27 dezembro 2019
Difusão da internet e Corrupção governamental
Este artigo investiga as relações entre difusão da internet, voz e accountability, dimensão cultural, corrupção e eficácia governamental, por meio de análise entre países realizada com 117 nações no período de 2000 a 2014. Adotando a técnica de Análise Robusta de Caminho para a análise de dados, conclui-se que, independentemente dos efeitos das variáveis de controle, a difusão da internet promove menores níveis de corrupção governamental, uma relação que ocorre direta e indiretamente via mediação de voz e accountability, que, por sua vez, apresenta forte correlação com a corrupção governamental. A título de contribuição teórica, reforça-se a compreensão de que a internet constitui uma importante ferramenta de combate à corrupção, além de evidenciar o papel moderador da dimensão cultural na relação entre voz e accountability e corrupção governamental e, sobretudo, de incorporar a eficácia governamental ao modelo teórico.
Corrupção governamental e difusão do acesso à Internet: evidências globais. Autoria de João Carlos Hipólito Bernardes do Nascimento; Marcelo Alvaro da Silva Macedo; José Ricardo Maia de Siqueira e Alexandre Rabêlo Neto. REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Rio de Janeiro 53(6):1011-1039, nov. - dez. 2019
Corrupção governamental e difusão do acesso à Internet: evidências globais. Autoria de João Carlos Hipólito Bernardes do Nascimento; Marcelo Alvaro da Silva Macedo; José Ricardo Maia de Siqueira e Alexandre Rabêlo Neto. REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Rio de Janeiro 53(6):1011-1039, nov. - dez. 2019
Um resumo de 2019
Foram quase 1200 postagens durante o ano de 2019. Você já leu aquelas postagens que tiveram maiores leituras. Nesta aqui iremos lembrar o principais fatos contábeis no Brasil e no mundo.
Brasil
1. Publicação obrigatória de demonstrações contábeis nos jornais - O atual presidente anunciou que estava assinando uma medida provisória derrubando a obrigatoriedade de publicação das demonstrações contábeis nos jornais. Parecia ser uma vingança contra a Rede Globo e seu jornal de negócios, o Valor Econômico. No final do ano, a medida provisória deveria ser convertida em lei. Como o governo não editou outra medida provisória, tudo ficou como antes. A principal notícia contábil do Brasil em 2019 terminou sendo uma “não notícia”.
2. Crise no emprego contábil - Ao longo do ano este blog acompanhou o que estava ocorrendo no setor contábil de mercado de trabalho. E 2019 não foi um bom ano para a contabilidade. Apesar de uma discussão sobre o impacto da tecnologia na contabilidade e o efeito sobre a profissão, o mercado de trabalho não seguiu a tendência da economia, que começou a recuperar os postos de trabalho existentes antes da grande crise econômica brasileira. Desde 2014, foram mais de 40 mil vagas de empregos formais reduzidas.
3. Estrutura Conceitual - Em março tivemos a aprovação da EC pelo Iasb. No final de dezembro, a tradução para o Brasil foi aprovada pelo CPC. É pena que um assunto tão importante não tenha tido a devida discussão (mea culpa: inclusive por parte deste blog).
4. Cendon - A representação brasileira no Board do Iasb mudou: saiu Amaro Gomes, que ficou dois mandatos, funcionário do Bacen, e entrou Tadeu Cendon, da área de auditoria.
5. B3 e as empresas na bolsa - O número de empresas brasileiras com ações na bolsa nunca foi tão pequeno. Mesmo uma empresa como a XP preferiu ter suas ações negociadas no exterior. Qual a razão? A B3, que detém o “monopólio” do mercado de transações de títulos no Brasil é uma empresa muito rentável, conforme destacamos no início do ano no blog. Faz sentido?
6. A Inflação na Contabilidade voltou - Depois de décadas, o CPC incorporou a regra de tratamento inflacionário nas demonstrações contábeis para as empresas brasileiras que fazem transações com economias inflacionárias (Argentina e Venezuela, por exemplo). A Ambev já incorporou a norma na sua demonstração.
7. Finanças públicas - novo governo e novamente a preocupação com as finanças públicas. Diversos unidades da federação estão falidas e muitas delas não fazem nada para reverter o quadro. No segundo semestre, saiu um comentário sobre a possibilidade de acabar com municípios de pequeno porte, reduzindo, em muito, os atuais 5.570 municípios existentes.
Mundo
1. Aramco - a principal oferta pública de ações começou a ser discutida há algum tempo e no final do ano somente uma pequena parcela das ações foram vendidas, em um mercado local. A Aramco terminou escolhendo a IFRS como padrão contábil e o lançamento contou com o apoio de grandes instituições ocidentais.
2. Exxon - A empresa foi processada em Nova Iorque por uma contabilidade enganosa. A origem estaria na opinião que a empresa emitiu sobre os efeitos dos combustíveis fósseis na mensuração dos ativos da empresa. No final do ano o caso foi julgado e vencido pela empresa. Em julgamento estava a contabilidade baseada em opinião, o padrão atual seguido pelo Fasb e Iasb.
3. KPMG e PCAOB - no passado a KPMG contratou ex-funcionários da entidade que fiscaliza as empresas de auditoria nos EUA. Junto com os funcionários, a empresa teve acesso a informações sigilosas que ajudaram a auditoria a melhor se preparar para a fiscalização. Este ano, os funcionários envolvidos no processo foram julgados e condenados.
4. Ghosn - o executivo brasileiro era considerado um exemplo para os gestores mundiais. Comandando uma empresa japonesa e outra francesa do setor de automóveis, Ghosn foi acusado de ter usado recursos da empresa em seu benefício pessoal. Algo chamado “entidade”. O tratamento exemplar incluiu prisão, multa e humilhação.
5. Facebook - a empresa dona da rede social e do serviço de mensagens What´s up lançou no meio do ano uma moeda digital que não aconteceu. A falta de apoio, a pressão dos reguladores, a desconfiança sobre a tecnologia do negócio e que a moeda poderia ser usada para fins ilícitos, foram algumas das razões para o fracasso. E esteve envolvida em situações de utilização de dados pessoais sem autorização.
6. Não GAAP - a utilização de medidas não contábeis é uma grande preocupação dos reguladores. O Iasb vem tratando tentando incorporar as medidas de desempenho nas suas discussões. A SEC também se preocupa, uma vez que estas medidas são manipuláveis.
7. Normas, normas e normas - A agenda do Iasb está cheia. A promessa do atual presidente em parar um pouco a produção das normas parece que foi esquecida. Nos EUA, onde está o “melhor padrão contábil mundial” (segundo as palavras deles), o processo levou ao adiamento do início de diversas normas complexas.
Quem partiu
Vocker, um ex-presidente do Fed e pioneiro no Iasb, faleceu no final do ano. Schnurr, contador-chefe da SEC que tinha sofrido um acidente de bicicleta, também faleceu no meio do ano.
Gigantes que caíram
Thomas Cook, uma agência de viagens centenária, faliu este ano. General Electric e Sears, duas ex-potencias empresariais, estão perto do mesmo destino.
Escândalo do ano
O curso ministrado na EY indicava como as funcionárias deveriam se portar. Em lugar de reconhecer a besteira, a empresa tentou atacar que deu a notícia. Piorou a situação. A palestrante falou coisas como: O cérebro das mulheres é como panqueca e elas possuem dificuldade de concentração, ao contrário dos homens. E cérebro das mulheres é menor que os homens.
As 19 postagens de 2019 mais lidas
Nós fizemos um levantamento com o auxílio do Google Analytics e as postagens de 2019 mais lidas foram:
10. Pirâmide Netflix
13. Fintech x CFC
Obs: Essa forma de divulgação considera apenas os cliques diretos em cada postagem. As que foram lidas por meio da página principal não são consideradas.
26 dezembro 2019
Crise e bancos do governo
Parece algo que ocorreu por aqui. Uma pesquisa realizada na Índia sobre bancos e garantias governamentais apresentou um achado interessante:
Our evidence suggests that access to stronger government guarantees during aggregate crises allows even vulnerable state-owned banks to access and extend credit cheaply despite their under-performance, and this renders private sector banks especially vulnerable to crises.
Our evidence suggests that access to stronger government guarantees during aggregate crises allows even vulnerable state-owned banks to access and extend credit cheaply despite their under-performance, and this renders private sector banks especially vulnerable to crises.
Frase
Atenienses preferiam escravos como controlers e auditores por que eles podiam ser torturados e homens livres não. (The Reckoning, Jacob Soll)
As 19 postagens mais lidas de 2019
Nós fizemos um levantamento com o auxílio do Google
Analytics e as postagens mais lidas em 2019 foram:
1. CCL
7. Margem bruta
10. Margem líquida
13. ROI
15. Giro do ativo
17. Pró-forma
18. Ebitda
O resultado foi bem similar ao de 2018. Destaque para a postagem "Pró-forma" que apareceu pela primeira vez, assim como a " Você sabe a diferença entre incerteza e risco?".
25 dezembro 2019
Símbolo de fraude contábil é solto nos EUA
O ex-executivo da WorldCom, Bernard Ebbers, foi solto nos Estados Unidos. Após cumprir 13 anos de prisão, de um total de 25 anos, por ser uma dos responsáveis por uma das maiores fraudes contábeis daquele país, Ebbers, agora com 78 anos, foi soltou em razão do seu estado de saúde. Em 2005, o Ebbers foi considerado culpado, incluindo uma fraude contábil de 11 bilhões de dólares.
Em 2009 recebeu o título de décimo executivo mais corrupto da história dos EUA, dado pela Times. Em 2013 foi considerado o quinto pior executivo de uma empresa dos EUA, segundo a CNBC.
Em 2009 recebeu o título de décimo executivo mais corrupto da história dos EUA, dado pela Times. Em 2013 foi considerado o quinto pior executivo de uma empresa dos EUA, segundo a CNBC.
Os livros mais vendidos da década
1) E. L. James, Fifty Shades of Grey (2011) // 15.2 million copies
2) E. L. James, Fifty Shades Darker (2011) // 10.4 million copies
3) E. L. James, Fifty Shades Freed (2012) // 9.3 million copies
4) Suzanne Collins, The Hunger Games (2008) // 8.7 million copies
5) Kathryn Stockett, The Help (2009) // 8.7 million copies
6) Paula Hawkins, The Girl on The Train (2015) // 8.2 million copies
7) Gillian Flynn, Gone Girl (2012) // 8.1 million copies
8) John Green, The Fault in Our Stars (2012) // 8 million copies
9) Stieg Larsson, The Girl with The Dragon Tattoo (2008) // 7.9 million copies
10) Veronica Roth, Divergent (2011) // 6.6 million copies
Fonte: Aqui
2) E. L. James, Fifty Shades Darker (2011) // 10.4 million copies
3) E. L. James, Fifty Shades Freed (2012) // 9.3 million copies
4) Suzanne Collins, The Hunger Games (2008) // 8.7 million copies
5) Kathryn Stockett, The Help (2009) // 8.7 million copies
6) Paula Hawkins, The Girl on The Train (2015) // 8.2 million copies
7) Gillian Flynn, Gone Girl (2012) // 8.1 million copies
8) John Green, The Fault in Our Stars (2012) // 8 million copies
9) Stieg Larsson, The Girl with The Dragon Tattoo (2008) // 7.9 million copies
10) Veronica Roth, Divergent (2011) // 6.6 million copies
Fonte: Aqui
151 estratégias quantitativas de negociação
Resumo:
We provide detailed descriptions, including over 550 mathematical formulas, for over 150 trading strategies across a host of asset classes (and trading styles). This includes stocks, options, fixed income, futures, ETFs, indexes, commodities, foreign exchange, convertibles, structured assets, volatility (as an asset class), real estate, distressed assets, cash, cryptocurrencies, miscellany (such as weather, energy, inflation), global macro, infrastructure, and tax arbitrage. Some strategies are based on machine learning algorithms (such as artificial neural networks, Bayes, k-nearest neighbors). We also give: source code for illustrating out-of-sample backtesting with explanatory notes; around 2,000 bibliographic references; and over 900 glossary, acronym and math definitions. The presentation is intended to be descriptive and pedagogical. This is the complete version of the book.
Kakushadze, Zura and Serur, Juan Andrés, 151 Trading Strategies (August 17, 2018). Z. Kakushadze and J.A. Serur. 151 Trading Strategies. Cham, Switzerland: Palgrave Macmillan, an imprint of Springer Nature, 1st Edition (2018), XX, 480 pp; ISBN 978-3-030-02791-9. Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3247865
We provide detailed descriptions, including over 550 mathematical formulas, for over 150 trading strategies across a host of asset classes (and trading styles). This includes stocks, options, fixed income, futures, ETFs, indexes, commodities, foreign exchange, convertibles, structured assets, volatility (as an asset class), real estate, distressed assets, cash, cryptocurrencies, miscellany (such as weather, energy, inflation), global macro, infrastructure, and tax arbitrage. Some strategies are based on machine learning algorithms (such as artificial neural networks, Bayes, k-nearest neighbors). We also give: source code for illustrating out-of-sample backtesting with explanatory notes; around 2,000 bibliographic references; and over 900 glossary, acronym and math definitions. The presentation is intended to be descriptive and pedagogical. This is the complete version of the book.
Kakushadze, Zura and Serur, Juan Andrés, 151 Trading Strategies (August 17, 2018). Z. Kakushadze and J.A. Serur. 151 Trading Strategies. Cham, Switzerland: Palgrave Macmillan, an imprint of Springer Nature, 1st Edition (2018), XX, 480 pp; ISBN 978-3-030-02791-9. Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3247865
Contabilidade do Carbono
A cimeira sobre o clima (COP 25) terminou sem que os países participantes tivessem chegado a acordo sobre a regulamentação do “mercado de carbono”. Falta consenso para prosseguir com medidas eficazes, quer para o combate ao aquecimento global quer para a plena divulgação dos custos do carbono.
O comércio internacional de licenças de emissão teve origem no Protocolo de Quioto. Na UE, para cumprir as metas assumidas, foi lançado, em 2005, o Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE). É um sistema “cap and trade” que define um limite (cap) à emissão de gases com efeito de estufa (GEE) para as instalações abrangidas.
As empresas que operam tais instalações recebem licenças que podem utilizar ou vender. No final de cada período, devem entregar licenças equivalentes às emissões realizadas, pelo que se excederem o limite atribuído têm de adquirir licenças (ou outros instrumentos elegíveis para colmatar o défice) ou pagar uma multa. O número restrito de licenças disponíveis faz com que estas tenham valor de mercado.
Através do preço do carbono pretende-se transmitir um sinal aos agentes económicos, de forma a direcionar as suas decisões para uma economia menos poluente. Para as empresas, o valor comercial das licenças é um incentivo para emitir abaixo do limite, já que podem vender o excedente. Para um crescente número de stakeholders, os custos do carbono são relevantes para a tomada de decisão.
Porém, as empresas que usam normas internacionais de contabilidade (IAS/IFRS) não têm regras específicas sobre o tema, tendo surgido práticas contabilísticas diversas. A mais frequente consiste em reconhecer apenas as licenças compradas e adotar uma abordagem líquida que através da compensação de posições pode levar a que o carbono fique invisível nas contas das empresas. Os organismos regulamentadores reconhecem a necessidade de normalização, mas este não tem sido um tópico prioritário.
No âmbito das IAS/IFRS, foi emitida uma norma interpretativa (IFRIC 3), para entrar em vigor em 2005, ano de início do CELE. As soluções aí preconizadas provocariam volatilidade nos resultados das empresas, pelo que a norma foi alvo de contestação e, não tendo obtido parecer favorável para adoção na UE, acabou por ser retirada em 2005. Desde então, apesar de o projeto ter sido retomado em 2007, reativado em 2012 e sujeito a um alargamento de âmbito em 2015, o IASB não voltou a emitir orientação sobre o tema.
Note-se que a evolução do relato sobre matérias ambientais tem sido significativa, mas aparece na esfera da responsabilidade social e ambiental das empresas, fora das demonstrações financeiras. Porém, cada vez mais, os investidores consideram as questões ambientais como fonte de risco e pretendem mais informação financeira.
Em entrevista à Reuters, a 14 de agosto de 2017, Glenn Booraem, do Vanguard Group, defendia que as empresas deviam dar a conhecer de que forma as alterações climáticas podem afetar o seu modelo de negócio e o valor dos seus ativos. Não sendo o Vanguard Group apoiante de medidas ambientais, Glenn Booraem foi questionado sobre as razões desta posição, ao que respondeu “…is not a matter of ideology, it´s a matter of economics…”.
Na medida em que há riscos significativos para a criação de valor, o mercado reclama a plena divulgação desses riscos. Para quem (ainda) não é sensível à causa ambiental, este pode ser o argumento para colocar a contabilidade financeira do carbono na ordem do dia.
Ana Pina - Contabilidade Financeira do Carbono, um projeto sempre adiado - Jornal Econômico. Imagem: aqui
O comércio internacional de licenças de emissão teve origem no Protocolo de Quioto. Na UE, para cumprir as metas assumidas, foi lançado, em 2005, o Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE). É um sistema “cap and trade” que define um limite (cap) à emissão de gases com efeito de estufa (GEE) para as instalações abrangidas.
As empresas que operam tais instalações recebem licenças que podem utilizar ou vender. No final de cada período, devem entregar licenças equivalentes às emissões realizadas, pelo que se excederem o limite atribuído têm de adquirir licenças (ou outros instrumentos elegíveis para colmatar o défice) ou pagar uma multa. O número restrito de licenças disponíveis faz com que estas tenham valor de mercado.
Através do preço do carbono pretende-se transmitir um sinal aos agentes económicos, de forma a direcionar as suas decisões para uma economia menos poluente. Para as empresas, o valor comercial das licenças é um incentivo para emitir abaixo do limite, já que podem vender o excedente. Para um crescente número de stakeholders, os custos do carbono são relevantes para a tomada de decisão.
Porém, as empresas que usam normas internacionais de contabilidade (IAS/IFRS) não têm regras específicas sobre o tema, tendo surgido práticas contabilísticas diversas. A mais frequente consiste em reconhecer apenas as licenças compradas e adotar uma abordagem líquida que através da compensação de posições pode levar a que o carbono fique invisível nas contas das empresas. Os organismos regulamentadores reconhecem a necessidade de normalização, mas este não tem sido um tópico prioritário.
No âmbito das IAS/IFRS, foi emitida uma norma interpretativa (IFRIC 3), para entrar em vigor em 2005, ano de início do CELE. As soluções aí preconizadas provocariam volatilidade nos resultados das empresas, pelo que a norma foi alvo de contestação e, não tendo obtido parecer favorável para adoção na UE, acabou por ser retirada em 2005. Desde então, apesar de o projeto ter sido retomado em 2007, reativado em 2012 e sujeito a um alargamento de âmbito em 2015, o IASB não voltou a emitir orientação sobre o tema.
Note-se que a evolução do relato sobre matérias ambientais tem sido significativa, mas aparece na esfera da responsabilidade social e ambiental das empresas, fora das demonstrações financeiras. Porém, cada vez mais, os investidores consideram as questões ambientais como fonte de risco e pretendem mais informação financeira.
Em entrevista à Reuters, a 14 de agosto de 2017, Glenn Booraem, do Vanguard Group, defendia que as empresas deviam dar a conhecer de que forma as alterações climáticas podem afetar o seu modelo de negócio e o valor dos seus ativos. Não sendo o Vanguard Group apoiante de medidas ambientais, Glenn Booraem foi questionado sobre as razões desta posição, ao que respondeu “…is not a matter of ideology, it´s a matter of economics…”.
Na medida em que há riscos significativos para a criação de valor, o mercado reclama a plena divulgação desses riscos. Para quem (ainda) não é sensível à causa ambiental, este pode ser o argumento para colocar a contabilidade financeira do carbono na ordem do dia.
Ana Pina - Contabilidade Financeira do Carbono, um projeto sempre adiado - Jornal Econômico. Imagem: aqui
24 dezembro 2019
Auditoria: origem das receitas
Os dados da AuditAnalytics mostra as receitas da auditoria desde 2002 nos EUA. Após o escândalo da Enron, a receita de atividades não relacionadas com auditoria reduziu substancialmente (laranja no gráfico), enquanto a receita de auditoria aumentou a partir de 2004 (de azul).
Teste de resistência
Um vídeo da KPMG da Dinamarca (New J & A's - Last day at KPMG 2019) representou, para o Going Concern, um teste de resistência. Eu consegui assistir até o segundo minuto e parei.
Goodreads: melhores livros de 2019
Ficção: Os Testamentos,
Margaret Atwood
Mistério e suspense: A
Paciente Silenciosa, Alex Michaelides
Ficção histórica: Daisy Jones
and The Six: Uma história de amor e música, Taylor Jenkins Reid
Fantasia: Ninth
House, Leigh Bardugo
Romance: Vermelho, Branco
e Sangue Azul, Casey McQuinston
Ficção científica: Recursão,
Blake Crouch
Humor: Dear Girls, Ali Wong
Memória e
autobiografia: Over The Top, Jonathan Van
Ness
História e
biografia: The Five: the untold lives of
the women killed by Jack the Ripper, Hallie Rubenhold
Ciência e
tecnologia: Will My Cat Eat My Eyeballs?:
big questions from tiny mortals about death, Caitlin Doughty
Graphic Novel e Quadrinhos:
Pumpkinheads, Rainbow Rowell
Romance de estreia: Vermelho,
Branco e Sangue Azul, Casey McQuinston
Fantasia jovem adulto: O
Príncipe Cruel, Holly Black
Nível médio e infantil: A
Tumba do Tirano (As provações de Apolo Livro 4), Rick Riordan
Livro de
imagens: A Beautiful Day in the Neighborhood:
the poetry of mister Rogers, Fred Rogers
Desses o único que eu li foi “A Paciente Silenciosa” e achei
uma ótima leitura para quem gosta do gênero.
O prêmio Goodreads Choice Awards é um dos meus preferidos,
pois permite que os usuários da plataforma votem. Isso faz com que apareçam algumas
distorções e a principal, a meu ver, é o fato de quem vota provavelmente não
leu todos os concorrentes de cada categoria. Além de dar muito poder aos
autores com grandes fã clubes, aos livros com grandes campahas publicitárias e
etc. Mas... não deixa de ser divertido! ;) Salvo engano, também consideram
apenas os livros publicados nos Estados Unidos.
Nota: O Skoob, plataforma similar, mas brasileira, não realiza este tipo de evento.
Nota: O Skoob, plataforma similar, mas brasileira, não realiza este tipo de evento.
23 dezembro 2019
Emprego no setor contábil
Em novembro, pelo oitavo mês seguido, o país registrou a criação de 99 mil novos empregos formais. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e correspondem ao mês de novembro. Este foi o melhor resultado de novembro, desde 2010.
Já o setor contábil, considerado o contadores e auditores, escriturários e técnicos em contabilidade, o problema permanece.
A diferença entre o que ocorre na economia e o setor contábil está expressa no gráfico acima. Na linha vermelha, o desempenho do emprego na economia. Se os valores ainda não são próximos ao existente antes da maior crise econômica da história brasileira, o setor contábil continua em crise. São mais de 44 mil vagas destruídas desde 2014, conforme pode ser notado na linha azul.
É possível perceber que o problema da crise também acompanhou o setor contábil até recentemente. O gráfico acima mostra a correlação entre os números do setor versus os valores totais, usando uma série de 24 meses, dados móveis. Recentemente, a correlação que era elevada e positiva caiu e agora é negativa. O que isto significa? Que o que está ocorrendo na economia não está afetando o setor contábil.
A tabela a seguir é uma comparação entre o mês de novembro de 2019 e o mês de novembro de 2018.
Já o setor contábil, considerado o contadores e auditores, escriturários e técnicos em contabilidade, o problema permanece.
A diferença entre o que ocorre na economia e o setor contábil está expressa no gráfico acima. Na linha vermelha, o desempenho do emprego na economia. Se os valores ainda não são próximos ao existente antes da maior crise econômica da história brasileira, o setor contábil continua em crise. São mais de 44 mil vagas destruídas desde 2014, conforme pode ser notado na linha azul.
É possível perceber que o problema da crise também acompanhou o setor contábil até recentemente. O gráfico acima mostra a correlação entre os números do setor versus os valores totais, usando uma série de 24 meses, dados móveis. Recentemente, a correlação que era elevada e positiva caiu e agora é negativa. O que isto significa? Que o que está ocorrendo na economia não está afetando o setor contábil.
A tabela a seguir é uma comparação entre o mês de novembro de 2019 e o mês de novembro de 2018.
Melhores livros de 2019
Prêmio Pulitzer:
Confira ainda a lista de 100 livros notáveis de 2019, do The New York Times.
Drama: Fairview, Jackie Sibblies Drury
História: Frederick Douglass: Prophet of Freedom, David W. Blight
Prêmio São Paulo de Literatura:
Melhor Romance de Ficção: Enterre seus mortos, Ana Paula Maia
Melhor Romance de Ficção de Estreia: O pai da menina morta, Tiago Ferro
Prêmio Jabuti:
Histórias em Quadrinhos: Graphic MSP - Jeremias: Pele. Autores: Rafael Calça, Jefferson Costa
Infantil: A Avó Amarela. Autoras: Júlia Medeiros, Elisa Carareto
Juvenil: Histórias guardadas pelo rio. Autora: Lucia Hiratsuka
Poesia: Nuvens. Autora: Hilda Machado
Romance: O pai da menina morta. Autor: Tiago Ferro
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