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31 julho 2020

Fraude Filmada

A fraude contábil da empresa alemã Wirecard será transformada em documentário, com lançamento previsto para 2021. A ascensão e queda da empresa correspondeu a um dos maiores escândalos contábeis da Alemanha. A "obra de arte" terá a direção de Raymond Ley, com produção de Nico Hoffman e Marc Lepetit.

A expectativa é que o documentário tenha seis episódios de 45 minutos cada. Também deverá existir um podcast da série que estará disponível no audionow.de.

IPSASB


Aqui o link para as normas internacionais do setor público, em dois volumes.

Presos e estrangeiros

O gráfico mostra a proporção de estrangeiros nas prisões. Em Mônaco, 100% dos prisioneiros são estrangeiros. Ou seja, os locais não cometem crimes. Andorra e Emiratos Arábes possuem uma percentagem elevada também. De comum, são em geral países pequenos, vários deles Europeus. Preconceito? Alguns deles são locais atrativos para operações financeiras de diversos tipos. No caso de Mônaco, há outra explicação: a população local é minoria.

Rir é o melhor remédio

Quem nunca usou sua calculadora para fazer uma operação deste tipo?

30 julho 2020

Taxando as Multinacionais

Um artigo bem interessante publicado no Financial Times, denominado Epidemia eleva pressão para taxar mais as multinacionais (traduzido pelo Valor Econômico) discute a situação da taxação das empresas multinacionais. O texto apresenta um exemplo simples, do Savoy:

Em 2018, o Savoy tinha dívidas de 347 milhões de libras e pagava juros de até 15%, altíssimos para a Europa. O dinheiro foi emprestado pela controladora imediata do The Savoy Hotel Limited, uma empresa chamada Dunwilco (1784) Limited, que por sua vez pertence à uma empresa chamada Dunwilco (1783), que por sua vez pertence à Dunwilco (1847), que por sua vez pertence ao dono derradeiro do hotel, a Breezeroad Limited, com registro no Reino Unido. A dívida flui em cascata nessa estrutura empresarial e costuma ser refinanciada a cada um ou dois anos. Para os dois principais acionistas do Savoy Hotel, um dos homens mais ricos do mundo e um dos maiores fundos soberanos, esse arranjo complexo têm dois efeitos notáveis: as contas do Savoy parecem impenetráveis para quem é de fora e a empresa não pagou nada de imposto como pessoa jurídica nos últimos 15 anos.

O exemplo fica mais concreto com dados mais amplos:

No Reino Unido, mais de 50% das subsidiárias de multinacionais estrangeiras atualmente não contabilizam lucros tributáveis, segundo estudo de 2019 da pesquisadora Katarzyna Bilicka, da Universidade de Oxford. Nos EUA, 91 empresas da lista Fortune 500, entre as quais Amazon, Chevron e IBM, pagaram uma taxa efetiva zero em impostos federais em 2018.

De um lado, tem-se corporações com um batalhão de funcionários pensando no planejamento financeiro. De outro, burocratas em diversos países, que não possuem o mesmo interesse e não conseguem extrair impostos das multinacionais. Segundo o texto, a OCDE está preparando um projeto tendo por base dois pilares:

A primeira, chamada de “pilar 1”, fortalece o direito de os países tributarem as empresas a partir das vendas em seus territórios, independentemente de onde a empresa é legalmente constituída (um ganho para a maioria das grandes economias e uma perda para os paraísos fiscais). (...)

O segundo pilar tenta criar um patamar mínimo de imposto a ser aplicado sobre todas as multinacionais. A OCDE estima que as duas reformas elevariam a arrecadação de impostos sobre as empresas em 4% no mundo, somando US$ 100 bilhões ao ano.

Mesmo este valor estimado é pouco em relação ao potencial de taxação das multinacionais.

Imagem aqui

PIB dos EUA caiu 33%

Desde fevereiro, a maior economia do mundo está em recessão. Agora, a informação de que o PIB anualizado do segundo trimestre dos Estados Unidos caiu 32,9%, muito acima da redução de 10% em 1958. A principal razão foi a redução no consumo.

o colapso do PIB era esperado e, de fato, pode ser considerado "melhor que o esperado". A verdadeira questão é o que acontece a seguir e o terceiro trimestre é o trimestre de recuperação em forma de V.

Impairment na Shell

A empresa de petróleo Shell registrou um prejuízo. A razão foi o teste de recuperabilidade.

A empresa ainda foi forçada a fazer uma rebaixa recorde do valor dos seus ativos de petróleo e gás através de uma taxa de redução no valor recuperável de 16,8 mil milhões de dólares depois de rever as suas previsões para os preços globais do petróleo após a pandemia da Covid-19. A depreciação inclui a participação do grupo num campo de petróleo offshore na Nigéria, de propriedade da parceria da empresa italiana de petróleo Eni, que está a ser alvo de um processo judicial, em Itália.

A Shell espera que os preços globais do petróleo permaneçam bem abaixo dos níveis médios de 2019 nos próximos três anos. A petrolífera previa que os preços do petróleo chegassem a 35 dólares por barril em 2020, subindo para 40 dólares em 2021, 50 dólares em 2022 e 60 dólares em 2023. O preço médio do petróleo no ano passado foi de 64,36 dólares por barril.

Lições da Pemex

A empresa de petróleo estatal mexicana Pemex sofreu os mesmos problemas da Petrobras: uma corrupção generalizada. Uma análise de um periódico mexicano faz uma constatação triste sobre a dificuldade de comprovar os atos ilícitos.

La razón es que los delitos que se el imputaban eran de los denominados “formales” que, según los abogados consultados, son aquellos que no tienen una conclusión material fácilmente identificable como si la tiene, por ejemplo, un robo donde se puede regresar lo robado, o el peculado donde puedes devolver el dinero que posiblemente desviaste. Lozoya [ex-presidente da empresa e provavelmente corrupto, foto], al igual que Duarte [ex-governador de um estado do México e provavelmente corrupto], está acusado de asociación delictuosa y cohecho (recibir sobornos).

“Asociación delictuosa es reunirse para cometer un delito. Es un acuerdo que aunque delictivo no tiene una consumación material. Si nos acusan de cohecho pues la afectación es para quien dio el soborno, tampoco hay reparación. Y es lo mismo en el lavado de dinero. La única alternativa es que haya algún decomiso de cuentas o casas, pero eso es distinto a una reparación que se ordene”, dijo Gabriel Regino, experto penalista.

Um ponto comum entre a Pemex e a Petrobras: a presença da Odebrecht como provável corruptora. 

Códigos do Submundo

Um comentário bem pertinente na análise do livro Codes of the Underworld, de Diego Gambetta

Detentores do poder corruptos promovem os mais incompetentes para mostrar que seu poder supera objeções. 

Fiquei pensando sobre este ponto: Calígula (e seu cavalo), Trump (e seu genro) e ... temos bons exemplos aqui.

Contabilidade - há um campo fértil de investigação contábil de fraude e outros crimes. Se este comentário for realmente pertinente, quando um auditor (ou investigador) encontrar em uma entidade um empregado realmente incompetente, isto talvez seja um sinal de que seu chefe pode ser corrupto. 

Rir é o melhor remédio

Este é aquele teste para saber se você está ficando velho. Se você souber para que serve cada um destes objetos, então ...




29 julho 2020

Marketing é a Economia Comportamental Original

O famoso autor Philip Kotler, da área de marketing, escreveu (via aqui) um texto defendendo a ideia que a chamada economia comportamental foi precedida pelo marketing social. Segundo ele,

O campo do marketing classifica e explica a grande variedade de comportamentos humanos há mais de 100 anos. Os profissionais de marketing se basearam nas disciplinas de psicologia, sociologia, antropologia e psicologia social para descrever as grandes variedades de comportamento humano. Os profissionais de marketing ficaram fascinados com exemplos de comportamento "irracional". Por que muitas pessoas continuam seu hábito de fumar quando sabem que isso reduzirá sua vida? Por que as famílias pobres têm tantos filhos que os manterão e a seus filhos pobres? Por que um CEO decide adquirir um concorrente mesmo quando ele sabe que mais da metade de todas as fusões fracassa. (...) Poderíamos ter chamado isso de “economia comportamental” porque sempre estávamos preocupados em equilibrar o lado da demanda e o lado do custo desses esforços.

Imagem: aqui

Contabilidade - há um grande interesse da contabilidade pelo campo comportamental. Várias pesquisas são realizadas para tentar entender como o ser humano se comporta diante da informação contábil, por exemplo. 

Computação em Nuvem e estrutura de custo

A pandemia aumentou a utilização dos serviços de computação em nuvem. Conforme um texto do Valor:

A pandemia alimentou ainda mais a demanda, à medida que a atividade on-line aumentou, oferecendo uma vantagem para os grandes players de nuvem, incluindo Amazon, Microsoft e Google, ajudando a impulsionar o setor de tecnologia durante a crise econômica. A Amazon, líder do setor, disse em abril que sua divisão de nuvem cresceu 33%, para US$ 10,22 bilhões no primeiro trimestre. A companhia vai divulgar os resultados do segundo trimestre nesta quinta-feira.

Do outro lado, a computação em nuvem é uma despesa. Com as atividades reduzidas, pode ser uma despesa que precisa ser reavaliada. Eis um exemplo da Entur, empresa de administração de emissão de bilhetes e planejamento de viagens da Noruega. Esta empresa dobrou seus gastos anuais em três anos.

a covid-19 derrubou a venda de passagens. O uso da nuvem da Entur caiu mais de 50% - mas, para o choque da empresa, sua fatura mensal da nuvem do Google, de cerca de US$ 100 mil, aumentou 7% entre janeiro e abril, porque os aplicativos precisavam continuar em execução. A Entur, então, começou a vasculhar seus relatórios de uso da nuvem e encontrou gastos desnecessários, como pagar por servidores em nuvem adicionais para lidar com aumentos na hora do rush.

Foto: Aqui

Assembleias e a Participação Virtual

Com a pandemia, a CVM regularizou a realização de Assembleias de maneira virtual. Após a normatização, um grande número de empresas fez seu encontro, seja totalmente virtual ou de forma híbrida.

Uma declaração do diretor da CVM sugere que esta não será uma alternativa provisória.

“No cenário sem pandemia, as assembleias híbridas vão ser mais comuns” 

(diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Gustavo Gonzalez).

A princípio parece descartado a assembleia 100% digital, no cenário posterior à pandemia.

(Imagem aqui)

Investigações não divulgadas da SEC

Resumo:

One of the hallmarks of the SEC’s investigative process is that it is shrouded in secrecy––only the SEC staff, high-level managers of the company being investigated, and outside counsel are typically aware of active investigations. We obtain novel data on all investigations closed by the SEC between 2000 and 2017––data that was heretofore non-public––and find that such investigations predict economically material declines in future firm performance. Despite evidence that the vast majority of these investigations are economically material, firms are not required to disclose them, and only 19% of investigations are initially disclosed. We examine whether corporate insiders exploit the undisclosed nature of these investigations for personal gain. Despite the undisclosed and economically material nature of these investigations, we find that insiders are not abstaining from trading. In particular, we find a pronounced spike in insider selling among undisclosed investigations with the most severe negative outcomes; and that abnormal selling activity appears highly opportunistic and earns significant abnormal returns. Our results suggest that SEC investigations are often undisclosed, economically material non-public events and that insiders are trading in conjunction with these events.

Blackburne, Terrence and Kepler, John and Quinn, Phillip J. and Taylor, Daniel, Undisclosed SEC Investigations (April 25, 2020). Management Science, Forthcoming, Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3507083

Rir é o melhor remédio

Do filme O Poderoso Chefão, Michael Corleone

28 julho 2020

Recebendo comida: como trajar

Este divertido comercial do Just Eat mostra um pedido da empresa para seus clientes: vestir-se decentemente ao abrir a porta. Via aqui.

Energia Verde será secundária por muitos anos

É sempre bom ler um artigo que desafia o pensamento típico com bons argumentos. Este é o caso do artigo de Gail Tverberg, no blog Our Finite World (via aqui). Tverberg argumenta que não é possível um mundo futuro baseado na chamada energia “verde” (hidráulica, solar e eólica). São vários os argumentos, mas gostaria de destacar dois deles.

O primeiro é que estas fontes de energia são intermitentes. Ou seja, está disponível quando o sol estiver brilhando ou o vento soprando. Mas muitas aplicações da indústria a intermitência é um problema. Se você quiser usar um elevador, a energia intermitente pode significar que a máquina pararia de funcionar se não existir vento soprando. Isto é válido para uma série de situações, o que faz com que a energia verde tenha uma limitação de uso. Conforme lembra Tverberg, para ser útil, a eletricidade precisa estar disponível quando existir uma demanda por parte dos usuários. A luz solar pode ser uma boa fonte de energia em dias claros, mas não em períodos nublados ou durante o período noturno. Talvez por este motivo, a energia verde é responsável por uma parcela bem reduzida do abastecimento mundial: aproximadamente 10% tem sua origem nos ventos, no sol ou na força dos rios (gráfico). E isto não deve mudar tão cedo.

O segundo aspecto interessa ao leitor do blog. Refere-se ao custo de produção. Para Tverberg, não sabemos efetivamente quando custa produzir a energia verde, uma vez que em muitos locais do mundo há um forte subsídio para este setor. E parte deste recurso é proveniente do petróleo e derivados. Assim, não é possível comparar a energia verde com as fontes predominantes e afirmar, como pretendem alguns, que os custos estão cada vez mais próximo. Na visão do texto, há ainda um grande futuro para as fontes tradicionais de energia.

Os balanços que estão chegando

Os balanços que as empresas anunciarão nos próximos dias (ou já anunciaram) serão importantes para medir a influência da pandemia sobre os resultados. Uma vez que os efeitos maiores da crise de saúde ocorreu especialmente a partir de final de março, será no segundo trimestre de 2020 que teremos uma ideia melhor como o Covid-19 prejudicou (ou beneficiou) as empresas.

Nesta semana, algumas das maiores empresas do mundo irão divulgar os resultados, como as empresas de tecnologia e de petróleo. O Financial Times (via aqui) resume bem esta situação:

Decorridas duas semanas da safra de balanços corporativos nos Estados Unidos, três lições importantes ficaram claras. Primeiro, Wall Street pode ter sido pessimista demais em relação aos resultados. Segundo, as empresas que parecem estar prosperando na pandemia serão castigadas se seus números desapontarem. E terceiro, as incertezas com o coronavírus tornaram mais difícil para as empresas dizer muitas coisas sobre o futuro.

Um ponto interesse diz respeito a estrutura de custos. Neste sentido, alguns custos não evitáveis justificam um eventual resultado ruim:

Embora as empresas tenham reduzido as folhas de pagamento em resposta às quarentenas, muitas tiveram problemas para reduzir uma série de custos fixos, como as despesas com leasing, e precisaram gastar mais para viabilizar o trabalho a distância ou permitir o distanciamento social, além de realizar medidas de higiene intensas para manter seus funcionários e clientes seguros.

Apesar do foco no resultado, o texto chama atenção para o interesse nos dividendos.

“Talvez o importante nessa safra de balanços não sejam os lucros; talvez sejam os dividendos”, diz Jeff Kleintop, principal estrategista global de investimentos da Charles Schwab. Ele observa que muitos investidores estão em busca de rendas que não estão conseguindo no mercado de bônus.

Foto: aqui

Pressão e manipulação

Eis uma caso onde a pressão por atingir metas termina por conduzir a manipulação dos resultados. A empresa europeia Airbus, de fabricação de aviões, tem várias fábricas pelo continente. A produção espalhada faz com que o planejamento deva ser observado de forma bem rigorosa. Na produção do modelo A350, as instalações na Espanha, em Getafe, manipulou, entre 2016 e 2017,

O problema envolveu uma diferença entre as horas de trabalho que faltavam para terminar o projeto e o que estava realmente pendente. A investigação interna ocorreu em 2018.

Além da suposta maquiagem nas horas pendentes de trabalho, a investigação reuniu testemunhos sobre problemas de natureza industrial no processo de montagem de componentes do A350 confiados à Airbus Getafe, como “a falta de espaço e dificuldades de automação, que eram um obstáculo para que ele poderia alcançar seus objetivos operacionais e financeiros ".

Leia mais aqui. Foto: Airbus

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Em tempos de pandemia, escolhendo o que fazer as 4 horas da manhã

27 julho 2020

Ciência Aberta


Já está no ar o Episódio #2 – Comportamento Desonesto dos Indivíduos nas Decisões em Grupo – da Série Ciência Aberta!

Neste episódio, conversamos sobre a pesquisa de tese de doutorado (PPGCont/UnB) - Honest Individuals, (Dis) Honest Groups? Experiments about the Influence of the Collective on Individual Behavior - da Pesquisadora e Profa. Dra. Mariana Bonfim (UFF), orientado pelo Prof. Dr. César Augusto Tibúrcio Silva (PPGCont/UnB) e com apresentação das discentes de graduação em Ciências Contábeis, Maria Eloisa Jerônimo Rodrigues e Sofia Dias Novais (UnB).

Esta pesquisa foi indicada pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis - PPGCONT/UnB à premiação de melhor Tese 2018, no Edital/UnB/DPG no 008/2020 - Prêmio UnB de Dissertação e Tese 2018 e 2019.

Esta Série é uma parceria entre o Projeto de Extensão – Contabilidade num Ambiente Conectad@ com a Sociedade (Contabilidade Conectada) - e o Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis - PPGCONT/UnB.

Serão episódios de podcast, apresentando de forma prática e objetiva a produção e o conhecimento científico gerados nos cursos de graduação e pós-graduação em Ciências Contábeis da UnB, numa linguagem clara e acessível.

Siga as mídias sociais do Contabilidade Conectada e saiba de todas as novidades e agora, em podcasts.

Acusação com glossário

Um notícia portuguesa sobre o processo de investigação do Espírito Santo, um dos escândalos ocorridos no país europeu.

A acusação no Universo Espírito Santo tem 4.117 páginas. Um processo denso com 25 acusados: 18 pessoas e 7 empresas, acusadas de 348 crimes.

Sendo um processo técnico em termos económicos, o Ministério Público optou por colocar um glossário antes de explicar a acusação. E só para esse fim ocupa 37 páginas, mais de 40 mil caracteres.


O Jornal Econômico fez uma listagem dos termos. Note que um texto com mais de 40 mil caracteres corresponde a cinco artigos científicos, aproximadamente.

Cartoon aqui

Dez regras para conversar melhor


Quando seu trabalho depende de sua habilidade de conversar com as pessoas, você aprende muito sobre como conversar, e aprende que a maioria de nós não sabemos conversar muito bem. Celeste Headlee comanda um programa de rádio há décadas e conhece os ingredientes para uma boa conversa: honestidade, concisão, clareza e uma boa dose de escuta. Nesta palestra tão sagaz, ela compartilha conosco dez regras bastante úteis para termos conversas melhores. "Saiam, conversem com as pessoas, ouçam as pessoas", ela diz. "E, mais importante, estejam preparados para se surpreenderem".

Rir é o melhor remédio

Analisando as Demonstrações Contábeis

26 julho 2020

Uma imagem vale mais que mil palavras

Uma imagem vale mais do que mil palavras. No caso, uma fotografia da Reuters (via aqui) com dois barcos que fazem passeio turístico em Niágara. Com cores vermelhas, um barco canadense, com capacidade para 700 pessoas, com seis à bordo. O outro barco, com capacidade de 500 pessoas, dos Estados Unidos, estava lotado. Nada de distanciamento social em tempos de pandemia.

Contabilidade - Isto me lembrou de um trabalho com o título "Mais que mil palavras" (TCC sob orientação de Fernanda Fernandes Rodrigues), de autoria de Ysmael J C da Silva. A contabilidade utiliza dos números e das palavras na apresentação do seu trabalho. Mas precisa aprender a usar as imagens também.

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Se a Legislação Tributária fosse um carro

25 julho 2020

Covid e Ensino Superior

O texto Are American Colleges and Universities the Next Covid Casualties? analisa a influencia do Covid sobre a educação superior. Apesar do texto ter uma forte referência a questão social dos Estados Unidos, alguns aspectos podem ser usados para pensar a realidade brasileira. A questão do diploma universitário como uma forma de ascensão social é válida para os dois países. A estratificação do ensino, onde a elite dos EUA focava nas universidades famosas - mas nem sempre gratuitas, também existe no Brasil. O problema do financiamento, que no Brasil sustentou o boom das faculdades particulares, também é necessário resolver.

Há grandes divergências. Lá ocorreu uma redução do corpo docente permanente, embora aqui isto sempre esteve presente nas faculdades particulares, mas não nas universidades públicas. Nos Estados Unidos parte da questão financeira foi solucionada, nos últimos anos, com os alunos estrangeiros, o que não ocorreu no Brasil.

com a pandemia do Covid 19, o aperto financeiro de longo prazo ameaça se transformar da noite para o dia em genuína insolvência, enquanto as instituições lutam para descobrir como executar com segurança sistemas instrucionais dependentes de atividades pessoais e sistemas de apoio que lembram demais os navios de cruzeiro. O presidente da Duke University, Vincent Price, enviou recentemente ao conselho, corpo docente e funcionários um memorando afirmando que a Duke precisaria encontrar entre US $ 150 milhões e US $ 200 milhões adicionais para passar pelo próximo ano acadêmico. Os administradores da Universidade de Michigan e da Universidade de Stanford projetam perdas em uma escala semelhante. 

(...) faculdades e universidades geralmente recebem importantes receitas com pagamentos de estudantes por serviços de dormitórios e refeições. 

Neste ambiente, surge a possibilidade da expansão da instrução on-line. Apesar disto ser possível em alguns nichos, os MOOCs (Massive Open Online Courses) estão na moda. Há um debate interessante sobre este assunto, que passa pela discussão sobre o tamanho ideal de turmas (há alguns estudos que consideram que turmas menores promovem melhor aprendizado). Ao mesmo tempo, a pandemia popularizou estes MOOCS: a inscrição no Coursera aumentou 640% entre março e abril.

Contabilidade - Há muitos aspectos contábeis nesta discussão. A questão dos custos (curso presencial versus on-line) está presente. A fonte de financiamento das instituições - que inclui um necessário debate sobre finanças públicas para o caso brasileiro - também pode ter na contabilidade um instrumento para propor soluções.

Imagem aqui

Evento


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24 julho 2020

Documento do IFAC sobre Ética e Auditoria

O IFAC deu conhecimento de um documento chamado "Fortalecendo o Sistema Internacional de Auditoria e Ética". O documento trata, entre outros pontos, do processo de desenvolvimento de padrões em auditoria no IFAC. O Documento pode ser encontrado aqui

Tributos sobre Empresas no Brasil

Os dados estão no Corporate Tax Statistics Database da OCDE  e consideram impostos sobre a renda das empresas do governo central e dos governos regionais. 
São disponibilizados dados para 108 países: 36 pertencentes à OCDE e 72 não-pertencentes. 
As alíquotas mais altas estão na Índia, 48,3%, seguida pela República Democrática do Congo e por Malta, 35%, e pelo Brasil com 34%. É isso mesmo: as empresas brasileiras pagam a quarta maior alíquota de impostos sobre renda entre os 108 países avaliados pela OCDE. E piora: em nenhum país da OCDE a alíquota é maior que no Brasil. Chega perto, como é o caso da França, mas não é maior.Vale repetir para enfatizar: o Brasil tributa mais as empresas do que todos os países ricos da OCDE. (Isso não é exatamente uma novidade para os leitores deste site. Este artigo, por exemplo, mostra que, após todos os impostos, uma empresa fica com apenas 3% de seu faturamento.)
Considerando todos os países da amostra de 108 países, a alíquota média é de 20,7%. 
Retirando os 11 países onde a alíquota dos impostos sobre a renda das empresas é zero – nenhum deles pertence à OCDE —, a alíquota média sobe para 23%. 
Para os países que não pertencem à OCDE e cobram alíquotas maiores do que zero, a alíquota média é de 22,8% e a mediana é de 25%. 
A figura abaixo mostra as alíquotas desses 61 países que não pertencem à OCDE, com o Brasil em destaque.


1.png


Já na amostra com apenas os países da OCDE, a alíquota média é de 23,3% e a mediana é de 23,5%. A figura abaixo mostra essa amostra de países adicionada ao Brasil. Fica claro que as alíquotas de impostos sobre a renda enfrentadas pelas empresas brasileiras são bem maiores que as de outros países, inclusive de países ricos.


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Fonte: aqui

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Previsão em 2020

23 julho 2020

Prazo adicional para ITR do segundo semestre

Companhias abertas com exercício social findo em 31/12/2019 têm 15 dias adicionais para divulgarem informações referentes ao segundo trimestre de 2020

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) edita hoje, 23/7/2020, a Deliberação CVM 862, que estende em 15 dias o prazo de entrega do formulário trimestral referente ao trimestre encerrado em 30/06/2020 para as companhias abertas registradas na CVM com exercício social findo em 31/12.

O adiamento da entrega considera, de um lado, os impactos sobre a atividade econômica e a produção de informações por parte das companhias abertas. De outro lado, a prorrogação por apenas 15 dias levou em conta a importância de os participantes do mercado de capitais tomarem conhecimento da exata dimensão dos impactos da pandemia da Covid-19 sobre as companhias abertas.


Estas demonstrações são relevantes. Considerando que a pandemia começou em meados de marços, as demonstrações do primeiro trimestre tiveram baixo reflexo do problema. Os impactos maiores devem aparecer no segundo trimestre.

Maior Tributação do Mundo

A alíquota de 12% proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para o novo imposto federal que pretende substituir o PIS/Cofins pode fazer com que a tributação final sobre o consumo no Brasil seja a maior do mundo.

O novo imposto seria chamado de Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), com uma alíquota única de 12%.

Ao se juntar os tributos estaduais e municipais, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) final chegaria a 35%, nas contas do presidente do Sindifisco Nacional, sindicato dos auditores da Receita. “Será o maior IVA do mundo. O governo não está aumentando a tributação, mas revelando o tamanho da carga tributária”, avalia Kleber Cabral.

Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS ...

Avaliando as intervenções públicas com a Covid

O IFAC e a Universidade de Zurique publicaram uma ferramenta para governos para analisar programas relacionados com o Covid-19. O instrumento permite analisar as intervenções dos governos versus os impactos nas finanças públicas. Isto inclui a avaliação das intervenções e como isto afeta a informação contábil.

“Governos com informações contábeis por competência estão melhor posicionados para entender a verdadeira imagem de suas finanças públicas”, afirmou Ross Smith, diretor do Programa e Técnico da IPSASB. "Compreender o impacto da pandemia nas finanças do governo é especialmente importante quando se considera a necessidade e a capacidade de fornecer intervenções adicionais no futuro".


Clique aqui

Taxa de Câmbio e Política Monetária

Resumo:

We document that a trading strategy that is short the U.S. dollar and long other currencies exhibits significantly larger excess returns on days with scheduled Federal Open Market Committee (FOMC) announcements. We show that these excess returns (i) are higher for currencies with higher interest rate differentials vis-a-vis the United ` States, (ii) increase with uncertainty about monetary policy, and (iii) increase further when the Federal Reserve adopts a policy of monetary easing. We interpret these excess returns as compensation for monetary policy uncertainty within a parsimonious model of constrained financiers who intermediate global demand for currencies.

Exchange Rates and Monetary Policy Uncertainty(with Philippe Mueller and Andrea Vedolin)Journal of Finance, 72(3): 1213–1252, 2017.

Exchange Rates and Monetary Policy Uncertainty | Semantic Scholar

Live: o novo normal e o futuro profissional contábil

O que é o novo normal? Como ele afeta o futuro profissional contábil?

Participe da live hoje (23/07), às 19h30, no canal do Instagram professor Dr. Ednilto Pereira Tavares Júnior.


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Que dia é hoje?

22 julho 2020

IBS ou CBS?

É difícil de entender por que o governo seria contra uma reforma ampla, que inclua o ICMS e o ISS

Segundo a imprensa, o governo deve enviar ao Congresso Nacional, ainda hoje (21 de julho), uma proposta prevendo a substituição de duas contribuições federais (PIS e Cofins) por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Uma análise mais precisa da proposta do governo só poderá ser feita quando o projeto for conhecido, mas ainda assim é possível fazer alguns comentários sobre o que já foi divulgado.

Em particular, vale contrapor o projeto do governo às propostas de reforma tributária em análise no Congresso Nacional (PEC 45, da Câmara dos Deputados, e PEC 110, do Senado), que são mais amplas e propõem substituir cinco tributos federais, estaduais e municipais (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por um único Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

Pelo que foi divulgado até agora, a CBS, que substituiria o PIS e a Cofins, teria as características de um bom imposto sobre o valor adicionado (IVA), com incidência não cumulativa – a uma alíquota uniforme – sobre uma base abrangente de bens e serviços, crédito amplo e garantia de ressarcimento de créditos acumulados. Se essa for de fato a proposta do governo, são características muito semelhantes às do IBS previsto na PEC 45.

A principal diferença parece estar no escopo da CBS e do IBS, que é mais amplo, pois substitui também o IPI, o ICMS e o ISS. Qual seria, nesse contexto, a melhor proposta? Tendo por base uma análise de custo-benefício, certamente o IBS é muito superior à CBS.

Do ponto de vista dos benefícios, a vantagem do IBS é gritante. Segundo estudo do economista Bráulio Borges, a aprovação da PEC 45 elevaria o PIB potencial do Brasil em cerca de 20 pontos porcentuais em 15 anos. Uma reforma apenas do PIS/Cofins teria um efeito muito mais restrito, no máximo de 10% ou 20% daquele esperado de uma reforma ampla que alcance o ICMS – que é o pior imposto do Brasil.

O argumento do governo é de que os custos políticos de uma reforma apenas do PIS/Cofins seriam muito menores, o que facilitaria sua aprovação. Será que isso é verdade? Por um lado, a oposição do setor de serviços (em larga medida infundada) se coloca tanto ao IBS quanto à CBS. De fato, o impacto para o setor de serviços pode até ser maior no caso da CBS, por causa de uma transição mais curta e porque esse é o setor que mais se beneficia do aumento do potencial de crescimento que advém da reforma ampla.

Por outro lado, alguns setores que defendem o IBS podem ser prejudicados pela CBS. Este é o caso, por exemplo, do setor de higiene pessoal, que hoje é beneficiado por um tratamento favorecido no PIS/Cofins, mas é prejudicado por alta tributação no ICMS.

Por fim, o argumento de que o IBS tende a gerar resistências federativas deve ser relativizado. Pela primeira vez, desde a Constituinte, todos os secretários estaduais de Fazenda, por intermédio de seu órgão representativo (Comsefaz), estão apoiando uma reforma ampla, que contempla a substituição do ICMS pelo IBS. Adicionalmente, há hoje um ambiente bastante favorável no Congresso Nacional para a discussão de uma reforma tributária abrangente.

É difícil de entender por que o governo seria contra uma reforma ampla, que inclua o ICMS e o ISS, até porque o impacto positivo da aprovação de tal reforma sobre o ambiente de negócios certamente contribuiria muito para a recuperação do País na saída da crise atual. Há, é verdade, a discussão sobre o financiamento de um Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), que pode ter algum custo para a União, mas, desde que o valor do FDR seja razoável, esse custo tende a ser muito menor que os benefícios gerados pelo maior crescimento.

Na hipótese de as negociações sobre a reforma ampla chegarem a um impasse, até é compreensível que se opte por uma mudança mais restrita. Mas esse não parece ser o motivo definidor da posição do governo. A PEC 45 está sendo debatida desde abril do ano passado e até agora o governo não mostrou interesse em participar da discussão. No debate político nem sempre o que prevalece é a racionalidade.


Bernard Appy* - IBS ou CBS?

Fonte: Aqui

elena landau 🇧🇷💜 (@elenalandau) | Twitter

Live: mestrado e doutorado para quem está no serviço público


Se você já é servidor público e tem interesse em saber como cursar um mestrado ou um doutorado, não perca a live do professor Dr. Giovanni Pacelli hoje (22/07) às 20h no canal do @3rcapacita no YouTube.

Projeto Retomada das Livrarias

O projeto Retomada das Livrarias tem o objetivo de arrecadar fundos para ajudar financeiramente as micro e pequenas livrarias, tão importantes para o setor e para a economia do país. Com a reabertura dos estabelecimentos e atividades comerciais em diversas cidades brasileiras, as empresas do setor livreiro precisam receber um incentivo importante para fortalecer seus negócios diante de um novo cenário.
A campanha nasceu da união de esforços da Câmara Brasileira do Livro (CBL), da Associação Nacional de Livrarias (ANL), do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e de importantes players do mercado editorial do Brasil.

Quem pode participar?
Micro e pequenas livrarias podem registrar seu interesse em receber a ajuda financeira originária de doações de pessoas físicas e jurídicas. Uma comissão irá avaliar os dados das empresas cadastradas, validar a participação de cada uma delas de acordo com o perfil dos micro e pequenos negócios do setor para, então organizar o repasse da verba entre as participantes do projeto.

Como doar
As doações podem ser feitas por pessoas físicas ou jurídicas, através de transferência bancária ou no financiamento coletivo KICKANTE com cartão de crédito ou boleto. Juntos podemos fortalecer negócios essenciais para a cultura, a sociedade e a economia do Brasil.

Para doação através de transferência bancária:

Banco Itaú
Ag.0180
c/c 15288-6
Câmara Brasileira do Livro
CNPJ 60.792.942/0001-81


Todos unidos pela retomada das livrarias no Brasil.

Rir é o melhor remédio


21 julho 2020

Irmãos Batista são multados por usar a aeronave da JBS

Será que algo está mudando no mercado de capitais brasileiro? Primeiro, a rapidez da decisão (o caso aconteceu em 2017); segundo, a multa por usar um bem da empresa para fins particulares. Eis o princípio da Entidade em ação. Eis o resumo da decisão da CVM contra os irmãos Batista

Wesley Mendonça Batista, na qualidade de Diretor Presidente da JBS S/A, por: (i) desrespeitar o dever de diligência em razão da não adoção de procedimentos e cautela exigíveis na gestão de companhia aberta ao tomar decisões relativas à implementação de controles e à autorização para o uso de aeronaves da Companhia no período de junho de 2012 a 5/8/2016 (infração ao art. 153 da Lei 6.404/76); (ii) praticar liberalidade à custa da Companhia, ao autorizar a utilização de aeronave de titularidade da JBS pelo Sr. Joesley Batista, em 11/5/2017, para fins particulares (infração ao art. 154, §2º, ‘b’, da Lei 6.404/76).
Joesley Mendonça Batista, na qualidade de Presidente do Conselho de Administração da JBS S/A, por utilizar-se, para fins particulares, de bens e serviços da Companhia (infração ao art. 154, §2º, ‘b’, da Lei 6.404/76).


Imagem: aqui

Microestrutura de Mercado na Era das Máquinas

Resumo:

Understanding modern market microstructure phenomena requires large amounts of data and advanced mathematical tools. We demonstrate how machine learning can be applied to microstructural research. We find that microstructure measures continue to provide insights into the price process in current complex markets. Some microstructure features with high explanatory power exhibit low predictive power, while others with less explanatory power have more predictive power. We find that some microstructure-based measures are useful for out-of-sample prediction of various market statistics, leading to questions about market efficiency. We also show how microstructure measures can have important cross-asset effects. Our results are derived using 87 liquid futures contracts across all asset classes.

Easley, David and de Prado, Marcos Lopez and O'Hara, Maureen and Zhang, Zhibai, Microstructure in the Machine Age (February 28, 2019). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3345183 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3345183

Market Microstructure Theory | Amazon.com.br

Economia = incentivos

Acreditamos que a lei mais relevante da economia seja oferta-procura. Mas tão (ou mais) importante é o papel do incentivo na decisão econômica. Eis um exemplo muito curioso (que parece o efeito cobra):

Em 1787, o governo britânico contratou capitães de navios para transportar prisioneiros para a Austrália. As condições da primeira viagem levaram à morte de um terço dos condenados e, além disso, ferimentos aos demais. Isso gerou críticas sociais, não apenas da população britânica incentivada pelos jornais, mas também da igreja e até do Parlamento, que estabeleceu regulamentos para o tratamento humano dos prisioneiros nessas viagens.

Todas essas críticas, a que elas levaram? Nada. Nas viagens subsequentes, a população carcerária continuou a ter resultados semelhantes aos da viagem original.

E é aí que os economistas aparecem, gerando os incentivos certos. Dessa forma, em vez de pagar ao capitão do navio por cada preso embarcado, o governo começou a pagar apenas pelos que chegassem vivos.

Adivinha o resultado? Efetivamente! A taxa de sobrevivência passou de 66% para 99%. Os incentivos fizeram mais do que críticas dos conselhos de rua, igreja e governo ...


Veja agora um trecho do editorial do Estado de S Paulo:

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao menos quatro em cada dez diretórios de partidos não informaram à Justiça Eleitoral como gastaram o dinheiro que receberam dos cofres públicos nos últimos anos. Além de receberem recursos do Estado, que deveriam ser investidos em outras áreas, as legendas não dão satisfação de como gastam esse dinheiro. É mais um elemento a confirmar a necessidade de uma profunda e urgente reforma política.

Segundo o TSE, de um total de mais de 100 mil diretórios partidários em cidades e nos Estados, 41,5 mil diretórios (41,3% do total) não apresentaram nenhuma prestação de contas em 2017. No ano seguinte, a situação foi ainda pior. Mais da metade dos órgãos partidários (50,5 mil) não informou à Justiça Eleitoral os dados sobre seus gastos. (...)

Ponto especialmente preocupante é o atraso com que a Justiça Eleitoral julga a prestação de contas dos partidos. Por exemplo, na primeira semana de junho, o TSE julgou um processo relativo a gastos partidários de 2014. No caso, foi determinada a devolução de R$ 27 milhões aos cofres públicos. Entre outros fatores, o alto grau de fragmentação partidária – são 33 partidos – dificulta enormemente a eficiência desse controle.


Contabilidade - É fácil perceber como um problema de prestação de contas dos partidos políticos é um problema de incentivos. Como "incentivar" os partidos a fazerem a prestação de contas? O corpo técnico (e os políticos) devem ter uma boa resposta para isto.

Batalha contra micróbio

O ambiente econômico mundial vive uma batalha contra o Covid-19. Os gráficos mostram que a história recente da humanidade foi uma luta contra os micróbios.
O primeiro mostra o número de mortes com a varíola. Até a metade do gráfico, o número de pessoas mortas era muito grande. Em 1796 a vacina foi criada (foi a primeira vacina) e o número de mortes caiu, até a "extinção" da doença.

O gráfico do meio tem a pólio. Em 1955 a vacina foi desenvolvida (metade do segundo gráfico) e novamente o número de mortos caiu. A redução foi muito mais rápida do que o primeiro gráfico, já que a expansão do conhecimento científico foi mais rápida.

O terceiro gráfico é do sarampo. Novamente, uma vacina reduziu substancialmente o número de mortes.

Talvez por este três casos é que esperamos ansiosamente a criação de uma vacina contra o Covid-19. Sua chegada poderá reduzir substancialmente o número de mortos com a doença. Mas será que iremos repetir os três casos citados? Há algumas razões para o otimismo:

O genoma foi sequenciado em duas semanas e, desde então, cientistas de todo o mundo vêm trabalhando incansavelmente para desenvolver a vacina que encerra a pandemia. Os primeiros resultados da vacina desenvolvida aqui na Universidade de Oxford são promissores.

Contabilidade - enquanto alguns apressados afirmam que os balanços devem trazer o reconhecimento nos negócios dos efeitos do Covid-19, não seria o caso de perguntar se não haverá uma descoberta de uma vacina nos próximos meses? Se isto realmente não ocorrer (ou acontecer de forma mais lenta, a exemplo da Aids), efetivamente teremos que reconhecer que a aquisição realizada nos anos passados devem ter seu goodwill baixado ou que devemos aumentar a estimativa do não recebimento por parte dos clientes.

Mas e se alguém descobrir uma vacina? Bom, a curva de mortes irá cair e quem o cenário sombrio não aconteça. Se uma pessoa afirmar que haverá uma grande descoberta científica contra o Covid nas próximas semanas, você teria base concreta para provar que esta pessoa está errada? Realmente alguém pode afirmar com grande confiança que isto (não) irá ocorrer? Se alguém opina que haverá um cenário sombrio nos próximos meses, será que podemos realmente desacreditar em uma pessoa que faz uma previsão otimista? Na verdade não. Como resolver este impasse? Será que a norma contábil está preparada para um ambiente tão incerto?

Rir é o melhor remédio

Turma 2020