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30 novembro 2023

Sobre conflito de interesse


Quando Sam Altman perdeu o emprego no OpenAI, a startup avaliada em mais de US $ 50 bilhões, houve muitos pecados que me pareciam particularmente graves. A primeira foi que ele estava procurando levantar bilhões para iniciar sua própria empresa de chips, que poderia vender para a OpenAI (lucrando com a venda) e a segunda foi que ele estava levantando bilhões para construir um dispositivo de hardware onde os modelos OpenAI seriam alojados (lucrando novamente). Para turvar ainda mais as águas, o principal parceiro da OpenAI, a Microsoft, compra energia de uma empresa em que Altman é um dos principais acionistas. O fundo interno de VC [Venture Capital] da OpenAI liderou um aporte em uma empresa na qual Altman também é principal acionista. Altman possui ações de algumas das empresas de tecnologia mais movimentadas do mundo, incluindo Stripe, Instacart e Humane. Muitas, se não todas, essas empresas estão usando a tecnologia que a OpenAI está vendendo. 

Isso é conflito de interesses suficiente para fazer o cérebro de um advogado corporativo se espalhar como um sol moribundo. É uma quantidade ridícula de incentivos desalinhados.

(...) É importante mencionar que o conselho não disse nada publicamente. As únicas coisas que sabemos sobre o quê levou à decisão deles parece frágil, na melhor das hipóteses. Minha reação e a do público seriam diferentes se o conselho tivesse realmente dado uma razão substantiva. 

Para seu crédito, Altman fez um trabalho incrível na construção de uma equipe que o adora, e uma persona pública que a mídia e o público em geral também idolatram. Ele construiu uma das empresas de tecnologia do consumidor que mais cresce e mais bem-sucedida de todos os tempos, aparentemente por pura força de vontade. (...)

A postagem acima foi escrita antes da volta de Altman, mas há aspectos interessantes nela. 


História da Riqueza do Brasil e a Contabilidade

É possível encontrar em algumas obras alguma notícia sobre a história da contabilidade no Brasil a partir do início da colonização do país por parte dos portugueses. Se de um lado isto significa deixar de lado contagem de patrimônio rudimentar dos povos que viviam no Brasil, por outro lado valoriza demais um período de marasmo no país. É sempre bom lembrar que em Portugal não tinha adotado as partidas dobradas, algo que só ocorreu em meados dos anos de 1700. O país prefere excluir o progresso e ignora a principal inovação ocorrida na Europa e já de conhecimento de comerciantes desde 1300. 

Ao tentar buscar tirar a diferença entre a economia de Portugal e outros países da Europa, o Marquês de Pombal cria uma escola de negócios e com ela a necessidade de ensinar as partidas dobradas. Isso 450 anos depois do aparecimento das partidas dobradas. E é importante notar que o Brasil, apesar de ser a principal fonte de receita do reino, não tinha imprensa e nem universidade, ao contrário da América Espanhola. Ou seja, estamos no atraso total.

Sobre o fato do Brasil ser a fonte de riqueza de Portugal, veja o que diz Caldeira, Historia da Riqueza, p. 103:

No final do século XVII, o Brasil fornecia cerca de 60% da receita tributária de Portugal, enquanto as demais partes do império ultramarino (possessões africanas, com destaque para Angola, onde traficantes brasileiros pagavam impostos, além de uns poucos domínios asiáticos restantes) forneciam 20%. No total, 80% das receitas tributárias do império vinham das possessões e apenas 20% dos moradores metropolitanos. Naquilo que se refere às despesas, 75% delas eram realizadas no Reino e 25% no ultramar. 

Outro dado interessante, do mesmo livro (p. 159)

Entre 1796 e 1807, as exportações brasileiras corresponderam a nada menos que 83,7% do total de todas as exportações coloniais para a metrópole. 

Uma das condições necessárias para a adoção das partidas dobradas era a existência de pessoas alfabetizadas. O Brasil não tinha nenhuma tipografia autorizada - era na verdada proibido ter máquinas de impressão inventada por Gutemberg trezentos anos antes, e eram negados todos os pedidos de criação de faculdades no país. Livros, só impressos em Lisboa, com autorização dos censores. Apesar do crescimento econômico do país entre a descoberta e os anos de 1800,  o que incluía um grande mercado interno, o atraso da metrópole teve influencia sobre o nosso país. 

Parte da diferença é reduzida com a chegada de Dom João ao país. Ele trouxe a escola de negócios, chamada de Academia de Comércio, a imprensa, agora permitida, e profissionais contábeis. Com isso, podemos dizer que pela primeira vez o país tem uma contabilidade por partidas dobradas, mas talvez restrita a alguns poucos negócios, mas não ao governo. É preciso uma maior investigação aqui para saber o real grau de desenvolvimento da contabilidade da época. 

Entre o governo de Dom João e de Dom Pedro I, a bagunça das finanças públicas brasileiras, decorrente da má gestão dos dois reis citados, impede um maior progresso dos negócios. O acordo que Pedro fez para acertar a independência do país incluía um empréstimo secreto, usado pelo próprio Pedro, para investir nos seus interesses políticos em Portugal. Pagamos caro para ficar livre dos portugueses e muito mais ainda para livrar de Pedro I. O imperador brasileiro fez um empréstimo de 3 milhões de libras esterlinas da época, que correspondia a dois terços das exportações do país ou 10% da economia, sendo que 600 mil ficou no Banco do Brasil e o restante foi usado no exército e missões diplomáticas na Europa. 

A regência trouxe a primeira eleição do país, mas eram necessários acertos na estrutura que não foi obtido nem com os regentes, nem com o sucessor Pedro II. Merece destaque aqui o governo de Feijó, o primeiro governante eleito do nosso país. Feijó tinha boas qualidades e uma delas era o respeito ao legislativo, algo que não aconteceu com Pedro I e nem com Pedro II. Outra qualidade de Feijó foi sua gestão fiscal. Ele reduziu substancialmente o exército, dispensando 30 mil soldades, o que representava uma redução de gasto de 36% neste item. Cortou a emissão de moeda e vários gastos. Ele conseguiu a aprovação do código criminal e do código de processo, um avanço na justiça brasileira. Sua herança foi o equilíbrio das finanças públicas.  


Apesar do Código Comercial, de leis decorrentes e alguns avanços nos negócios, o período do Império representou um tempo que deveríamos esquecer. Veja o caso da Lei 2711. Segundo Caldeira: 

introduzia restrições para a formação de empresas - restrições tão severas que acabou sendo conhecida como "Lei dos Entraves"

De certa forma, este blog já dedicou bastante espaço para esse período, que teve a primeira obra publicada de contabilidade, a primeira associação de profissionais e normas bancárias. Mas a economia realmente não avançou, teve a invasão do Paraguai e a falência do Banco Souto. 

Minha leitura atual, História da Riqueza, de Jorge Caldeira, e anterior, Adeus Senhor Portugal, revelam esse pano de fundo. Minha lembrança da história da contabilidade é tradicional, ensinada na escola. Minhas descobertas recentes mostram que o país merecia um destino melhor do que o julgo português. E que a vida o Império foi, antes de tudo, um atraso na vida econômica do Brasil. A derrubada de Pedro I, pelo legislativo, e de Pedro II, pelos militares, demorou demais. 

No período do segundo império ocorreu um aumento na alfabetização da população, de 2% para 17%. Isso era pouco no comparativo com o mundo moderno, onde vários países já estavam próximos de alcançar a alfabetização da população adulta. A população saiu de 4,4 milhões de habitantes em 1819 para 14,3 milhões em 1890. A renda per capita saiu de 670 dólares, em 1820, para ridículos 704 dólares, em 1890. Compare isso com os Estados Unidos, que saiu de 1300, em 1820, para 4 mil, em 1900. Foi o século perdido:

o século XIX como um todo e o período imperial em particular, foi um período de estagnação da economia brasileira e, por outro lado, de aceleração da economia mundial. Foi, portanto, um período de acentuado atraso para o país na comparação com o mundo (Caldeira, p. 297)

27 novembro 2023

Museu da Internet

 Se temos museu de várias coisas, surge agora o museu da internet. Sites antigos são curiosos de ver. Eis uma amostra:


em 2005

em 2004

2004

em 2001

em 2002

23 novembro 2023

Armadilha da Mídia Social

 Eis o resumo


Individuals might experience negative utility from not consuming a popular product. For example, being inactive on social media can lead to social exclusion or not owning luxury brands can be associated with having a low social status. We show that, in the presence of such spillovers to non-users, standard measures that take aggregate consumption as given fail to appropriately capture welfare. We propose a new methodology to measure welfare that accounts for these consumption spillovers, which we apply to estimate the consumer surplus of two popular social media platforms, TikTok and Instagram. In large-scale, incentivized experiments with college students, we show that, while the standard welfare measure suggests a large and positive surplus, our measure accounting for consumption spillovers indicates a negative surplus, with a large share of active users deriving negative utility. We also shed light on the drivers of consumption spillovers to non-users in the case of social media and show that, in this setting, the “fear of missing out” plays an important role. Our framework and estimates highlight the possibility of product market traps, where large shares of consumers are trapped in an inefficient equilibrium and would prefer the product not to exist.

Ou seja, o medo de perder tem um papel importante e há uma armadilha na mídia social. 

When Product Markets Become Collective Traps: The Case of Social Media - Leonardo Bursztyn, Benjamin R. Handel, Rafael Jimenez & Christopher Roth - WORKING PAPER 31771 - DOI 10.3386/w31771


Filmes e finanças: gráficos

Primeiro o custo médio de um filme por gênero:

O retorno do investimento irá depender da qualidade do filme:


A seguir, o retorno médio por gênero, com destaque para os filmes de horror:


Alguns dos filmes com maior retorno, com destaque para Bruxa de Blair

O problema é que o filme de horror geralmente não tem um bom rating:




GAAP e o futuro de Trump

Em um texto do mês passado,  o site Business Insider procurou dois comediantes contadores (existe essa figura) para esclarecer sobre o GAAP e o julgamento do Trump. Como o leitor bem informado sobre notícias contábeis deve saber, o ex-presidente está sendo julgado por fraude de 250 milhões de dólares por não ter obedecido aos princípios contábeis geralmente aceitos ou GAAP. 

O texto pode ser encontrado no link anterior e gostaria de destacar aqui alguns trechos. Nós, do blog, já tínhamos postado que o filho do ex-presidente, quando perguntado sobre o que sabia do assunto, disse, com a profundidade encontrado nos piores alunos de uma universidade, que GAAP era "geralmente aceito". 

O problema é que Trump prometeu, aos bancos onde pegou empréstimos, que estava obedecendo ao GAAP. 

"O GAAP é como um GPS para contadores", explica Tammara Buckey, uma contadora baseada em Huntsville, Alabama, coach de carreira e comediante.

"Ele nos diz para onde ir e como chegar lá. Embora algumas pessoas ainda acabem em um campo de milho", ela acrescenta. "Ou na prisão." (...)

Enquanto isso, Steve Gianturco, contador e comediante baseado em Long Island, Nova York, auto-intitulado fã de longa data de Trump, pergunta: "Por que alguém está surpreso que ele exagera?"

"Ele é o mesmo cara de sempre", observa Gianturco. "Ele é consistentemente Trump."

Ou seja, pode não ser fidedigno, mas é consistente. 

"O GAAP trata de seguir as mesmas regras contábeis repetidamente. E você pensaria que Trump entende, já que ele diz as mesmas coisas repetidamente."

Quem decide o que é um GAAP? 

Os princípios contábeis geralmente aceitos são estabelecidos pelos sete membros do Conselho Federal de Normas Contábeis, ou FASB.

"O FASB existe desde os anos 70, então são como seus pais, e o GAAP são as regras que eles criaram", diz Buckey, CEO da empresa de consultoria Raise Your Own Bar, uma empresa de coaching executivo.

E o que os pais dizem?

"Tire o lixo. Não minta, não trapaceie, não roube", explica Buckey. "Arrume seu quarto. Esteja em casa até às 11. Não cometa fraude."

Esse 'Conselho Federal de Normas Contábeis' parece ser um grupo muito animado.

"Eu não os convidaria para uma festa", diz Gianturco.

"Mas se você fizesse, eles provavelmente seriam os únicos participantes que NÃO colocariam algo na ponche." (...)


O GAAP tem 10 princípios-chave, diz Buckey, todas variações, ela concorda, de "não cozinhe os livros". Eles exigem que as demonstrações financeiras oficiais de uma empresa atendam a padrões rigorosos de consistência, precisão e transparência. (...)

Finalmente, o GAAP permite margem de manobra na valoração de ativos, como Trump insiste?

Sim, algum ajuste é permitido. Apenas não um ajuste descuidado.

James [a procuradora que está acusando Trump], por exemplo, diz que Trump triplicou a metragem quadrada de seu apartamento triplex na Trump Tower em demonstrações financeiras de 2015, alegando que valia US$ 327 milhões, três vezes mais do que qualquer apartamento na cidade já havia sido vendido.

Ele também avaliou Mar-a-Lago em até US$ 739 milhões. Na realidade, o clube gerava receitas anuais de menos de US$ 25 milhões e deveria ter sido avaliado em cerca de US$ 75 milhões, alega James.

Sob o GAAP, "espera-se que você seja conservador em suas estimativas", diz Buckey.

"Em situações em que há margem de manobra, espera-se que você erre do lado da cautela, ou seja, do lado que é menos vantajoso para o negócio, não mais vantajoso."

22 novembro 2023

IFRS S1: Custo


companies with turnover of 20 million USD can expect to incur costs in the range of 10 000 to 100 000 USD annually, just to meet the requirements of IFRS S1.

Fonte: aqui

Evolução da população urbana no tempo

 

Eu gostei muito desse gráfico. Mostrando a evolução da população urbana na Europa, entre 1400 antes de Cristo e 1980 depois de Cristo, há uma linha de tendência nítida. Quando surgiu as partidas dobradas na Itália em 1300, nas casas comerciais, foi perto do período da peste negra. 

No link há uma discussão sobre a presença do infanticídio em algumas sociedades asiáticas, com na Índia e Japão. E a razão era a questão financeira. 

Rir é o melhor remédio


 corrupção e lobby

Escolhendo um tema para pesquisar

Quando você vai escolher uma pesquisa, o grande ponto é determinar a pergunta que pretende responder. O texto a seguir, retirado de "Dicas de redação para elaborar trabalhos de pesquisa econômica eficazes - Edição 2023-2024" de Plamen Nikolov, é um tradução livre o item 2. O texto é para economistas, mas serve também para contadores: 


(...) Essa abordagem visa estimular seu pensamento original, ajudando você a determinar perguntas de pesquisa cativantes e dignas de pesquisa que estejam alinhadas com seus interesses. Uma pergunta de pesquisa envolvente e impactante é a base de qualquer artigo de pesquisa em economia. Para escolher uma pergunta que realmente ressoe, você pode considerar algumas das seguintes estratégias:

Relevância para Atualidade: Eventos atuais desempenham um papel significativo na formação dos cenários econômicos. Portanto, analisá-los pode fornecer insights significativos. De disputas comerciais internacionais ao impacto da inovação tecnológica nos mercados de trabalho, certifique-se de que sua pergunta de pesquisa tenha implicações do mundo real e possa contribuir para o debate em curso.

Alinhamento com Interesses e Paixão: Paixão e interesse são fatores significativos que impulsionam a pesquisa acadêmica. Escolha um tópico que você genuinamente ache interessante. Essa entusiasmo tornará o processo de pesquisa mais agradável e influenciará a qualidade do seu trabalho.

Novidade e Originalidade: Busque a singularidade e explore áreas que não tenham sido exaustivamente exploradas. Considere ângulos novos ou facetas pouco exploradas de tópicos bem conhecidos. Ideias inovadoras frequentemente geram perguntas empolgantes que podem remodelar perspectivas e contribuir significativamente para o campo.

Significado Teórico e Prático: Teorias e modelos econômicos fornecem estruturas conceituais para compreender realidades complexas. Formule uma pergunta de pesquisa que contribua para essas teorias ou as desafie. Ao mesmo tempo, assegure a relevância prática de sua pergunta - sua pesquisa idealmente deve propor ou informar soluções aplicáveis.

Acessibilidade dos Dados: Certifique-se de que os dados necessários para sua pesquisa estejam disponíveis e acessíveis. Tempo e recursos são restrições essenciais. Se sua pergunta requer dados que sejam muito caros ou difíceis de obter, você pode precisar reconsiderá-la.

Escopo e Viabilidade: Certifique-se de que sua pergunta de pesquisa não seja muito ampla, o que pode levar a uma análise superficial, ou muito estreita, o que pode limitar sua importância. Da mesma forma, considere a viabilidade da pesquisa dentro de seus recursos e prazos.

Conselho de Especialistas e Colegas: Envolva-se em diálogo com seus professores, colegas ou outros especialistas na área. Eles podem fornecer críticas construtivas, sugerir áreas inexploradas e enriquecer sua compreensão.

Potencial para Impactar Muitas Pessoas: Ao selecionar sua pergunta de pesquisa, considere seu potencial para afetar uma ampla gama de pessoas. Uma pergunta de pesquisa com amplas implicações pode ser cativante, como perguntas que exploram fenômenos econômicos em grande escala, como globalização, pobreza ou mudanças climáticas. Alternativamente, você pode se concentrar em um problema que afeta um grupo específico, mas substancial. Pesquisas que podem influenciar políticas ou práticas para beneficiar grandes populações são frequentemente altamente impactantes e reconhecidas em economia.

Potencial para Melhorar o Bem-Estar Humano de Maneiras Não Convencionais: Procure perguntas de pesquisa que possam levar a melhorias inesperadas no bem-estar humano. Essa dimensão pode envolver a identificação e estudo de estratégias econômicas não convencionais, indicadores não tradicionais de saúde econômica ou fatores subestimados que influenciam os resultados econômicos. Por exemplo, você pode explorar como diferentes aspectos da economia comportamental podem ser usados para melhorar a alfabetização financeira e a tomada de decisões. Ao fazer isso, você pode descobrir maneiras novas de melhorar o bem-estar econômico que desafiam as suposições e normas tradicionais. Essa abordagem pode levar a perguntas de pesquisa empolgantes que iluminam a miríade de maneiras pelas quais as implicações de novas pesquisas econômicas podem ajudar a melhorar a vida humana de maneiras inesperadas.

Abordagem Interdisciplinar: Uma abordagem cativante para a escolha de uma pergunta de pesquisa em economia pode envolver a exploração de outras disciplinas, como sociologia, psicologia ou saúde pública. Procure perguntas que essas áreas abordam e considere como você pode reformulá-las ou respondê-las a partir de uma perspectiva econômica. Considere explorar uma pergunta de outras disciplinas usando métodos exclusivos da economia, garantindo ao mesmo tempo que sua abordagem contribua de maneira significativa para o corpo existente de literatura econômica. Por exemplo, você pode transformar uma pergunta sociológica sobre a influência das redes sociais no avanço de carreira em uma pergunta econômica sobre o efeito do capital social nos resultados do mercado de trabalho. Da mesma forma, uma pergunta psicológica sobre o impacto dos vieses cognitivos na tomada de decisões pode ser abordada economicamente ao estudar seus efeitos no comportamento do consumidor no mercado. Uma pergunta de pesquisa em saúde pública que examine os fatores de risco para a obesidade pode ser reimaginada sob uma perspectiva econômica. Uma pergunta semelhante que os economistas podem achar interessante poderia estudar como os consumidores medem e comparam os benefícios de alimentos deliciosos, mas não saudáveis, em relação aos custos associados, especificamente o aumento do risco de problemas de saúde e uma expectativa de vida potencialmente mais curta devido a escolhas alimentares ruins. Essa abordagem interdisciplinar oferece a oportunidade de trazer perspectivas frescas para perguntas existentes, estimulando a sinergia intelectual e aprimorando a riqueza geral de sua pesquisa.

Desvendando Enigmas Contemporâneos: Em um mundo em constante evolução, frequentemente surgem enigmas contemporâneos em debates em andamento e notícias. Tais enigmas podem fornecer um terreno fértil para pesquisas econômicas. Analisar esses fenômenos ou contradições aparentes pode levar a perguntas de pesquisa cativantes. Por exemplo, por que certas economias prosperam enquanto outras com características semelhantes se estagnam? Por que alguns setores estão em alta em meio a uma recessão global? Esses enigmas do mundo real frequentemente abordam princípios econômicos e políticas importantes, e sua pesquisa pode ajudar a resolver esses enigmas ou, pelo menos, lançar luz sobre as dinâmicas econômicas subjacentes. Explorar essas questões contribui para uma melhor compreensão da economia contemporânea e permite que seu trabalho esteja intimamente ligado às preocupações atuais, tornando sua pesquisa mais atraente e relevante para um público mais amplo.

Abordagem de Questões Controversas: Explorar questões controversas pode levar a pesquisas econômicas envolventes. Esses tópicos evocam opiniões fortes e debates acalorados, como desigualdade de riqueza, leis de salário mínimo, aborto e leis de armas. Essas áreas podem ser especialmente ricas para exploração, pois permitem que você envolva-se criticamente com pontos de vista diversos e talvez desafie suposições predominantes. Além disso, elas convidam a uma investigação empírica rigorosa para separar fatos de opiniões. Uma possível consequência é que sua pesquisa possa ajudar a esclarecer conceitos equivocados ou fornecer novas perspectivas, ajudando a elevar o discurso sobre essas questões polêmicas. Lembre-se de que trabalhar com tópicos controversos exige uma abordagem cuidadosa e equilibrada. Sua análise deve ser objetiva, sua metodologia deve ser rigorosa e suas conclusões devem ser baseadas em evidências, não em crenças pessoais.

Avaliação de Políticas Existentes, Eventos Atuais e Propostas de Políticas Potenciais: Avaliar o impacto de políticas econômicas existentes ou avaliar propostas de políticas potenciais é outra abordagem sólida para formular uma pergunta de pesquisa. As políticas econômicas afetam diretamente a sociedade e podem alterar significativamente o rumo das economias. Estudando os efeitos de uma política específica, você pode contribuir para a compreensão de seus benefícios, desvantagens e consequências não intencionais. Alternativamente, examinar propostas de políticas potenciais permite análises teóricas e preditivas. Por exemplo, você pode explorar o potencial impacto econômico de reformas tributárias propostas, novos acordos comerciais ou políticas de combate às mudanças climáticas. Esse tipo de pesquisa pode fornecer insights valiosos para os formuladores de políticas, ajudando-os a antecipar as consequências econômicas de suas decisões. No entanto, esse tipo de pesquisa exige um bom entendimento do ambiente político e frequentemente envolve análises complexas de dados. Mesmo assim, pode ser gratificante e contribuir significativamente para a economia.

Revisitar Problemas Antigos com Novos Métodos: Outra abordagem intrigante envolve revisitar problemas econômicos antigos publicados há 20-30 anos que não tinham respostas satisfatórias devido a metodologias empíricas menos sofisticadas naquela época. Com o avanço das técnicas econométricas, aprendizado de máquina e a disponibilidade de conjuntos de dados mais ricos, esses problemas podem agora ser reexaminados. Talvez uma pergunta tenha sido deixada sem resposta devido à falta de dados ou porque as técnicas estatísticas usadas na época não conseguiam isolar eficazmente as relações causais. Novos métodos de detecção de efeitos causais, como diferenças nas diferenças, regressão descontínua ou métodos de variáveis instrumentais, podem agora fornecer as ferramentas necessárias para reavaliar essas questões. Ao revisitar esses problemas antigos, você pode contribuir com novas perspectivas e, possivelmente, resolver quebra-cabeças de longa data no campo. Essa abordagem reflete a natureza contínua e cumulativa da pesquisa. Ela mostra como a economia, como outras disciplinas científicas, continua a construir sobre esforços passados para aprimorar nossa compreensão do mundo.

Revisão da Literatura para Identificar Lacunas Promissoras: Realizar uma revisão da literatura sobre um tópico de seu interesse pode ser um ponto de partida frutífero para identificar uma pergunta de pesquisa. As revisões da literatura oferecem uma maneira sistemática de compreender o estado atual do conhecimento sobre um determinado tópico, permitindo que você mapeie o terreno e identifique lacunas, inconsistências ou áreas pouco exploradas. É importante observar que uma lacuna na literatura não representa apenas uma área que não foi estudada. Pode também ser uma pergunta que estudos existentes não responderam de forma satisfatória devido a limitações metodológicas, falta de dados ou resultados inconclusivos. Uma vez identificada uma lacuna promissora, considere quão adequados são os métodos de pesquisa atuais e os conjuntos de dados disponíveis para abordá-la. Com sua paixão impulsionando sua pesquisa e equipado com ferramentas e dados de pesquisa modernos, você estará bem posicionado para fazer uma contribuição significativa para sua área escolhida da economia. Lembre-se, enquanto sua paixão fornece a faísca inicial, a bolsa de estudos rigorosa leva um projeto de pesquisa adiante e permite que ele brilhe intensamente.

Alinhamento com Tendências Demográficas ou Mudanças Socioculturais Atuais: Alinhar sua pesquisa com as tendências demográficas ou mudanças socioculturais atuais oferece uma oportunidade para se envolver em uma pesquisa econômica oportuna e relevante. Por exemplo, o envelhecimento da população em muitos países desenvolvidos tem implicações significativas para os mercados de trabalho, sistemas de seguridade social e economia da saúde. Da mesma forma, o aumento da urbanização, o aumento da escolaridade e as mudanças nas estruturas familiares apresentam questões econômicas fascinantes a serem exploradas. Mudanças culturais e sociais também têm um grande significado econômico. Alterações nas atitudes sociais em relação aos papéis de gênero, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal ou sustentabilidade ambiental têm todos impactos econômicos de longo alcance. Ao estudar essas mudanças, você pode lançar luz sobre a paisagem econômica em evolução e contribuir para uma compreensão mais profunda de como as forças econômicas moldam o mundo. Essa abordagem permite que você explore áreas da economia que estão evoluindo ativamente, tornando sua pesquisa altamente relevante para os leitores contemporâneos. Além disso, oferece a chance de influenciar debates políticos e tomadas de decisão à medida que as sociedades lidam com essas mudanças em curso.

Exploração de Eventos Econômicos Históricos: Explorar a história muitas vezes pode render perguntas de pesquisa fascinantes. Você pode considerar explorar as implicações econômicas de eventos históricos significativos, como guerras, pandemias, revoluções políticas ou reformas econômicas.

Papel das Redes Sociais na Economia: As redes sociais transformaram muitos aspectos de nossas vidas, incluindo a economia. Pode valer a pena investigar seu impacto no comportamento do consumidor, tendências de mercado ou mesmo a propagação de ideias econômicas.

Escolher uma pergunta de pesquisa para seu artigo de economia é uma jornada intelectual. Explore diversas abordagens e considere as facetas acima antes de fazer uma escolha final sobre uma pergunta de pesquisa para explorar. Uma pergunta bem pensada e informada tornará seu processo de pesquisa mais gratificante e garantirá que suas descobertas façam uma contribuição significativa para a economia.

Foto: CHUTTERSNAP

21 novembro 2023

Ignorância Estratégica

Há um conceito em Economia da Informação chamado Ignorância Estratégica. O que significa isso? Basicamente muitas vezes é melhor você escolher a ignorância do que o conhecimento. Eu gosto do exemplo de uma pessoa que resolve fazer uma pós-graduação. Se ele consultar conhecidos que já fizeram, coletar as informações sobre o que isso significa em termos de sacrifícios e noites de estudo, provavelmente sua decisão racional seria não fazer o curso. Ao ignorar as informações sobre o tema e escolher fazer a sua pós, ao final de alguns anos ele terá obtido seu certificado de conclusão de curso. E percebido que se soubesse hoje o que isso significa, talvez não tivesse escolhido fazer a pós. É melhor não saber de todos os detalhes sobre o que significa fazer uma pós-graduação.

Encontrei uma situação semelhante em um pequeno artigo com conselhos sobre investimento. Erik Carter traz três conselhos sobre investimento e o que interessa é o segundo. (Para evitar a curiosidade, o primeiro é não acreditar que gastar dinheiro com luxo significa felicidade; o terceiro é que pequenos ajustes permitem mudar o comportamento das pessoas)

Carter considera um mito o seguinte: Acompanhe seus investimentos frequentemente para garantir que eles estejam indo bem. 

Eis o trecho que interessa:

Afinal, na maioria das áreas de nossas vidas, o desempenho é bastante importante. É por isso que os fãs de esportes ficam obsessivos com estatísticas e os empregadores pedem currículos aos seus candidatos. Embora saibamos que não há garantia, também sabemos que o desempenho passado é um indicador bastante bom do desempenho futuro – exceto quando se trata de investimentos.

Um problema é que os mercados tendem a se mover em ciclos. Lembra-se da bolha das empresas ponto.com e da bolha imobiliária? Quando um tipo específico de investimento está se saindo bem, as pessoas tendem a aportar mais dinheiro nessa categoria. Quando todos, desde jornais até membros da sua família, estão falando sobre o quanto dinheiro está sendo ganho, você quer participar da ação.

Mas o que acontece quando esse investimento inevitavelmente começa a perder valor? Você pode esperar um pouco, mas quando o prejuízo se torna muito doloroso, a tendência é interrompê-lo, retirando seu dinheiro ou, pelo menos, não colocando mais [1]. Claro, isso significa que você também perde a eventual recuperação e transforma uma perda temporária em permanente.

Você volta a investir quando o investimento começa a se recuperar? Normalmente, as pessoas querem esperar um pouco e ver se é real. O problema é que os mercados raramente se movem em linhas retas, então há muitos solavancos no caminho. Uma vez que ele se recupere por um tempo, o investimento provavelmente está se aproximando de outro pico, e o ciclo de ganância, esperança e medo se repete. Isso é chamado de comportamento de rebanho na finança comportamental.


E se um fundo não estiver se saindo tão bem quanto outros em sua categoria? Muitos consultores financeiros citam isso como uma razão para mudar de curso, mas a evidência mostra que os fundos de melhor desempenho geralmente não continuam a superar [2]. Na verdade, eles não tendem a fazer melhor do que os piores. Um indicador muito melhor de desempenho futuro ao comparar fundos semelhantes são as baixas taxas.

Então, o que fazer? O lendário investidor Jack Bogle uma vez disse: “Não olhe nem mesmo para sua própria conta, não abra os extratos” [3] e chamou isso de “uma das maiores regras já feitas para investir”. Isso é um pouco drástico, mas você entende o ponto.

Se e quando você olhar para sua conta, deve ser apenas para garantir que sua carteira ainda seja apropriada para seus objetivos e tolerância ao risco, reequilibrá-la, se necessário, e procurar oportunidades para reduzir taxas, custos de negociação e impostos.

[1] Conceito de aversão à perda aqui é importante.

[2] Conceito de reversão a média. 

[3] É o conceito que dá título a postagem. 

Foto: Eric Muhr

Um trecho de Gigerenzer

Quando você olha seu aplicativo de tempo e lá tem que a chance de chuva é de 50% para amanhã de manhã e 50% para amanhã no período da tarde, o que isso realmente significa? Essa questão está no livro Preparados para o Risco, de Gerd Gigerenzer.  


Uma possível resposta para a questão acima é que a chance de chuva no dia é de 100%. Mas a resposta é bisonha. Mas o que significa a informação de que há 50% de chance de chuva de manhã? Uma possibilidade é imaginar que em 50% da sua cidade irá chover. Outra possibilidade é que uma reunião de meteorologista mostrou que metade deles acredita que irá chover e metade não.  

Muitas pessoas não sabem realmente o que significa uma chance de chuva de 50%. Basicamente, os meteorologistas afirmam é que em metade dos dias, como amanhã, irá chover e quem em metade não irá chover. Devemos lembrar que esses profissionais são extremamente calibrados no anúncio da previsão, indicando que seus modelos são bastantes precisos. 

Sobre a previsão do tempo, há um ponto muito interessante que está presente no livro do Nate Silver. Você sabia que a previsão do tempo anunciada na televisão é propositalmente enviesada? Assim, quando há 30% de chance de chuva para o dia de amanhã, a televisão destaca que haverá chance de chuva, com frases do tipo "pode chover". Isso tem a ver o fato de as pessoas lembrarem mais quando a apresentadora da previsão do tempo errou dizendo que não teria chuva e choveu.  

Ou seja, eles não estão preocupados com a REPRESENTAÇÃO FIEL. Besteira. O seu público não quer ser surpreendido com uma chuva. É preferível estar com um guarda-chuva e não ter tido a chuva do que estar sem e se molhar. Eu acredito que o usuário prefere o conservadorismo à fidedignidade. 

Foto: Osman Rana

Trabalho ganancioso

Por que as mulheres ainda tendem a ganhar menos que os homens?? Não há ninguém melhor posicionado para responder a essa pergunta do que a historiadora econômica Claudia Goldin, vencedora do prêmio Nobel de 2023 em economia. Sua resposta nos diz como combater a injustiça, mas também como criar vidas profissionais mais saudáveis e produtivas para todos.

Vamos concordar com algumas explicações óbvias, todas elas que desempenham um papel. Há uma discriminação total, algo que Goldin examinou com Cecilia Rouse em um estudo célebre das principais orquestras americanas. Quando essas orquestras começaram a pedir aos candidatos a emprego que fizessem o teste por trás de uma tela, a proporção de mulheres aceitas aumentou dramaticamente.

Depois, há a questão de quais escolhas de carreira fazem sentido para uma pessoa que pode engravidar. Na década de 1960, a pílula contraceptiva não estava amplamente disponível para mulheres solteiras nos EUA. Os diplomas de direito, medicina, odontologia e administração foram totalmente dominados por homens em 1970. Não é de admirar: investir em uma profissão desse tipo parecia caro e arriscado para uma jovem que de repente se considerava uma jovem mãe. Goldin e seu colega (e cônjuge) Lawrence Katz mostraram que, à medida que os estados dos EUA liberalizavam o acesso à pílula contraceptiva durante a década de 1970, as jovens se envolviam nesses cursos. Ao dar às mulheres um controle sem precedentes sobre sua fertilidade, a pílula contraceptiva permitiu que investissem em suas carreiras.

Para muitas mulheres, no entanto, a pílula não é um método de prevenir completamente a maternidade, mas uma maneira de atrasá-la até um momento mais conveniente. O que nos leva aos dias atuais. A pesquisa de Goldin sugere que grande parte da diferença entre homens e mulheres é descrita mais adequadamente como uma lacuna entre mães e não mães. O motivo? Existem certos empregos - “empregos gananciosos” - que geralmente pagam muito bem, mas exigem horas longas e imprevisíveis.

(Goldin não cunhou o termo. Foi usado pela primeira vez pelos sociólogos Lewis Coser e Rose Laub Coser, um casal. Ele usou a idéia para descrever instituições que “buscam lealdade exclusiva e indivisa”; ela usou para descrever as demandas da maternidade.)

Então, o que é um trabalho ganancioso? Se você precisar trabalhar até tarde, atender telefonemas de trabalho no fim de semana ou viajar para Cingapura para uma reunião, tudo sem muita atenção e com a suposição absoluta de que nada mais atrapalhará você, então você terá um trabalho ganancioso. Se você também é o principal cuidador de crianças, como Rose Laub Coser entendeu, esse também é um trabalho ganancioso, sem dúvida mais ganancioso do que nunca. E é da natureza de empregos gananciosos que você só pode ter um deles por vez.

Um acordo comum entre altamente instruídos, casais heterossexuais altamente empregáveis, então, é esse deles (frequentemente a mulher) aceita o trabalho ganancioso não remunerado dos pais, talvez ao lado de um trabalho remunerado mais flexível, enquanto o outro (frequentemente o homem) aceita o trabalho ganancioso bem pago de ser advogado corporativo ou banqueiro de investimentos ou executivo de suíte C.


Não há nada inevitável nisso. O casal poderia contratar uma babá: outro trabalho ganancioso. Ou ambos poderiam trabalhar em empregos flexíveis, onde a expectativa é que a família chegue primeiro. Mas essas duas opções têm um preço alto, uma vez que os empregos mais bem pagos são geralmente gananciosos.

Como Goldin coloca em seu livro Carreira e Família (2021), “À medida que os graduados encontram parcerias para a vida e começam a planejar famílias, nos termos mais rígidos, eles se deparam com uma escolha entre um casamento de iguais e um casamento com mais dinheiro."

O casal pode mudar as normas de gênero, com a mulher trabalhando horas imprevisíveis e pulando nos vôos para Cingapura, enquanto o homem é quem faz a coleta da escola e deixa tudo de lado quando há uma emergência. Além de algumas semanas no momento do nascimento, isso é perfeitamente possível. Mas isso permanece incomum, então os dois passarão um tempo se explicando.

O que fazer? Todos nós podemos desafiar a suposição de que é a mãe que deve planejar a assistência à infância e lidar com emergências para que seu cônjuge possa se concentrar em seu trabalho ganancioso. Mas também precisamos questionar por que tantos empregos ainda são gananciosos.

Goldin contrasta advogados com farmacêuticos. Direito é um trabalho essencialmente ganancioso, com os maiores dólares chegando quando você é sócio de um escritório de advocacia - um trabalho que não é compatível com ser a pessoa que deixa tudo quando uma criança cai de um balanço no recreio da escola.


Por outro lado, você pode ser muito bem pago como farmacêutico, embora muitos farmacêuticos tenham empregos não gananciosos. Nos EUA, mais da metade dos farmacêuticos são mulheres e a disparidade salarial entre os farmacêuticos é pequena. Isso, diz Goldin, é uma questão de design de trabalho: os farmacêuticos trabalham em equipes e são substituíveis um pelo outro. Se alguém não estiver disponível para trabalhar, alguém poderá preencher.

Por que não há mais trabalhos projetados assim?? É preciso esforço e atenção para criar trabalhos substituíveis. Os processos devem ser padronizados, excelentes registros mantidos; tarefas atribuídas e monitoradas usando um sistema de fluxo de trabalho adequado, em vez de todos pularem em e-mail para descobrir quem tem o bastão. Esses sistemas melhores não permitem apenas que os melhores trabalhadores operem em condições não gananciosas, mas também permitem um melhor trabalho em equipe e menos desgaste. No entanto, as pessoas com o poder de fazer essas mudanças ainda não as viram valendo todo o trabalho.

Minha esperança - e também a de Goldin - é que o choque que a pandemia causou às práticas de trabalho em todos os lugares ajude a desbloquear melhores sistemas, levando a mais progressos na igualdade de gênero e muitos outros benefícios além disso. Mas ela é historiadora, não adivinhadora. Devemos esperar e ver. Ou devemos lutar pelas mudanças que queremos.

Tim Harford aqui. Foto aqui

Como identificar se um texto foi produzido pelo ChatGPT

Eis algumas dicas:

Padrões de resposta: os chatbots geralmente têm padrões de resposta previsíveis. Eles podem ser excessivamente formais ou usar frases e estruturas gramaticais semelhantes em todas as suas respostas. Isso pode indicar que o texto foi gerado automaticamente.



Consistência e contexto: Os seres humanos geralmente respondem de forma consistente ao contexto e conseguem entender o tom e o objetivo da conversa. Os chatbots podem ter dificuldades para manter a consistência ou podem fornecer respostas irrelevantes para o contexto.

Erros gramaticais ou tipográficos: os humanos às vezes cometem erros gramaticais ou tipográficos, enquanto os chatbots geralmente produzem textos bem estruturados e sem erros.

(...) Como os modelos LLM funcionam prevendo a próxima palavra em uma frase, é mais provável que usem palavras comuns, como “ele”, “o (pronome)” ou “é”, em vez de palavras inusitadas e estranhas. O texto escrito por seres humanos geralmente está repleto de erros de digitação e é incrivelmente variável, incorporando diferentes estilos e jargões, enquanto os modelos de linguagem raramente cometem erros de digitação.

(...) existem tecnologias de software projetadas especificamente para detectar textos gerados por inteligência artificial (IA). Estas tecnologias são conhecidas como sistemas de detecção de geração de linguagem (Language Generation Detection Systems).

O texto está bem interessante e merece uma leitura completa. Figura: Mohamed Nohassi

Auditoria no Pentágono

O Pentágono falhou em sua auditoria anual independente pelo sexto ano consecutivo, incapaz de fornecer informações suficientes para uma avaliação contábil completa. Em 2023, a auditoria resultou em uma "reclamação de opinião", indicando a falta de dados financeiros necessários. O Pentágono continua como a única agência governamental dos EUA a nunca passar por uma auditoria abrangente, revelando falta de controle financeiro interno, estimativas orçamentárias imprecisas e gastos excessivos. 


O programa F-35 exemplifica esses problemas, ultrapassando o orçamento em US$ 165 bilhões. Trata-se de uma aeronave e há uma estimativa de compra de mais de 2.400 unidades. O custo estimado total do projeto pode chegar a US $ 1,7 trilhão.

Enquanto isso, os fabricantes de armas dos EUA lucram, impulsionados por práticas questionáveis do Pentágono. O orçamento de defesa dos EUA é esperado para atingir US$ 1 trilhão até 2027, e o presidente Biden solicitou US$ 106 bilhões em financiamento suplementar.

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

Som da televisão
 

20 novembro 2023

Falta de sinceridade foi o motivo alegado para a demissão do executivo

Todos sabem agora que o executivo que representou a revolução da Inteligência Artificial, Sam Altman, da empresa responsável pelo ChatGPT, foi demitido pelo conselho. Mas veja que interessante a mensagem que o Conselho divulgou sobre a saída dele da empresa:


A saída de Altman segue um processo de revisão deliberativa do conselho, que concluiu que ele não era consistentemente sincero em suas comunicações com o conselho, dificultando sua capacidade de exercer suas responsabilidades. O conselho não confia mais em sua capacidade de continuar liderando o OpenAI

ExxonMobil: Desafios Ambientais, Perspectivas do CEO e Investimentos em Tecnologias de Baixa Emissão

Quando se fala da redução de emissões, a empresa de petróleo Exxon desempenha um papel importante. Além de ser uma grande produtora de petróleo, a companhia sempre foi resistente às propostas mais ambientais. Acompanhar o que ocorre na empresa passa a ser interessante para quem estuda a questão ambiental.

O atual CEO da empresa, Darren Woods, fez algumas declarações recentes que merecem atenção. Ele argumentou que o caminho para resolver o problema do clima não é tornar as grandes empresas de petróleo "vilãs", pois isso teria um efeito contrário na tentativa de reduzir as emissões, além de trazer atrasos para milhões de pessoas no mundo.


As declarações foram feitas em uma conferência. Ele disse que "as soluções para as mudanças climáticas têm sido muito focadas na redução da oferta. Essa é uma receita para as dificuldades humanas e um mundo mais pobre." Em vez disso, sugeriu que o governo apoie o financiamento do desenvolvimento de tecnologias que reduzam as emissões, via mercado.

"Estou plenamente consciente de que muitos questionam o compromisso da ExxonMobil por causa do que foi dito há mais de 30 anos - ou do que eles acham que a Exxon sabia naquela época", acrescentou. "Francamente, estou mais interessado no que a ExxonMobil sabe hoje. A mudança climática é real. A atividade humana desempenha um papel importante."

A Exxon não reduzirá a produção de petróleo e gás nem fará investimentos substanciais em energia renovável, ao contrário de seus colegas europeus, disse Woods. Em vez disso, a empresa planeja concentrar-se em investir em tecnologias de baixa emissão que aprimoram combustíveis fósseis, incluindo captura de carbono e hidrogênio.

A partir do texto disponível aqui

Rir é o melhor remédio

 

Excesso de informação...

Capital Físico e capital monetário

comentamos no blog sobre a distinção entre o capital físico e capital monetário. Isso faz parte da Estrutura Conceitual e tem sido objeto de estudo por alguns na contabilidade. 

No passado, quando existia uma inflação enorme no Brasil, alguns chegaram a defender a substituição da unidade monetária, como unidade de mensuração contábil, por uma unidade física equivalente. Bom, isso não frutificou, mas quando olhamos as duas tabelas que apresentamos a seguir é possível notar uma grande razão para isso. 

Vamos começar com uma atualização de uma tabela que já postamos aqui no blog:

Dois computadores, separados por um período de 36 anos, e suas diferenças. Começa pelo preço, mas temos também as configurações técnicas. Usar a unidade física em computador é bem complicado pela evolução tecnológica existente. Mas um período de tempo de 36 anos é muito grande. Seria fácil de induzir o incauto. Vamos em outro exemplo:

Dois celulares, separados por cerca nove anos. O preço está a cotação para o mercado internacional, já que os impostos no Brasil tornam o comparativo complicado. 

Invasão holandesa no Brasil e o resultado sustentável

A ideia de resultado sustentável é bastante coerente e relevante. Usualmente é importante saber se o desempenho de uma empresa irá persistir no tempo. Ou seja, se é possível assumir que para o futuro a empresa continuará mantendo a sua atual trajetória. Uma forma de obter este tipo de análise é eliminando do resultado da empresa tudo aquilo que não repetirá no futuro. Se a empresa obteve um lucro enorme com a venda de um prédio, o resultado da venda não deveria constar da análise que fazemos, sendo necessário retirar esse valor. Se a empresa teve um grave prejuízo por conta de um desastre ambiental, podemos assumir que esse resultado não irá repetir no futuro. 


O conceito do resultado sustentável surgiu claramente quando eu li o capítulo 10, Governos da Holanda, do livro História da Riqueza no Brasil, de Jorge Caldeira. Vou fazer um breve resumo do capítulo do texto que trata da invasão holandesa no Brasil, entre 1630 a 1654. Antes disso, em 1624, uma esquadra dos Países Baixos invadiu e saqueou Salvador. Depois, invadiram Pernambuco e arredores, o que incluía Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. 

Maurício de Nassau

A aventura dos holandeses foi realizada por uma empresa, a Companhia das Índias Ocidentais ou VOC. A VOC foi a primeira empresa de capital aberto do mundo. Isso significa dizer que seu resultado era divulgado para os acionistas. Ela foi fundada um pouco antes da invasão e seu modo de atuação era a pirataria e saque. Bom, oficialmente era o comércio, que incluía o açúcar, tabaco, especiarias, escravos e outros produtos. Mas o grande impulsionador das atividades da empresa foi a captura de um navio chamado Santa Catarina. 

Caldeira mostra que quando os holandeses chegaram no Nordeste, o saque foi a primeira atividade. Isso gerou receita para a empresa. Mas é uma receita não sustentável. É principio do saque a tomada da riqueza à força, deixando o antigo proprietário sem seu ativo. O problema é que os holandeses venceram a primeira batalha, ao dominar o Nordeste, mas sem permitir que isso gerasse um resultado sustentável. Nas palavras de Caldeira:

A vitória significava não apenas o fim das oportunidades fortuitas como a necessidade de reiniciar a produção que havia sido desarticulada. 

Ou seja, para manter a extração de riqueza no Brasil, os holandeses deveriam fazer investimentos na produção de açúcar. Isso exige dinheiro e pessoas para produzir. A invasão derrubou a produção de açúcar, pois já existia, no Brasil, uma cadeia produtiva articulada e com um agravante em relação aos portugueses: eles precisaram montar um exército regular para defensa do novo território. Caldeira mostra que ao longo da história brasileira, os portugueses extraíram muito, em todos os sentidos, e investiram pouco na terra. Já os holandeses, diante da ameaça de perderem novamente sua conquista, tinham que manter uma segurança aqui. 


Em outras palavras, a história dos holandeses do Brasil é uma história explicada pela contabilidade. De um lado, os holandeses, que inicialmente saquearam o Nordeste e para gerar receita futura precisavam investir, o que significa que precisavam de capital. Ao mesmo tempo, também tinha despesas enormes com a manutenção da nova terra. De outro lado, os portugueses, que durante sua gestão não fizeram grandes investimentos - os engenhos eram investimentos privados e a defesa da terra era fruto das pessoas do local e um pouco do exército lusitano. Ou seja, enquanto a DRE dos holandeses apresentou um resultado inicial extremamente positivo, oriundo dos saques, esse desempenho não era sustentável. Já a DRE dos portugueses sempre foi lucrativa, com baixo investimento do governo lusitano. 

Sabemos como a história terminou.  

Convergência Setor Público e IFRS

 

Um resumo das normas do IPSAS para o setor público e o alinhamento com as IFRS. A norma IFRS que exige pouca mudança é a exceção. Corresponde a parte de cima do gráfico.  O comparativo final, na página 3 do documento, não leva em consideração a estrutura conceitual, que não é considerada uma norma contábil. 

18 novembro 2023

KPMG é multada por conta da Petrobras

Na última terça-feira (14), o órgão de supervisão de auditores nos Estados Unidos (PCAOB, na sigla em inglês) anunciou que impôs uma multa de U$ 40 mil (cerca de R$ 193.952,00 na cotação atual) à KPMG Brasil por violação das regras e padrões do conselho relativos às comunicações com comitês de auditoria dos clientes.

De acordo com documento divulgado pelo PCAOB, é citado como exemplo que a companhia teria falhado com o comitê de auditoria da Petrobras (PETR3;PETR4).

Neste caso, a auditoria não teria admitido nem negado as conclusões, mas concordou com a sanção e em adotar as medidas corretivas estabelecidas.

“O Conselho está impondo essas sanções com base em suas conclusões de que a empresa não fez certas comunicações exigidas ao comitê de auditoria de seu cliente de auditoria do emissor, Petróleo Brasileiro S.A. (“Petrobras”), em violação à AS 1301, Comunicações com Auditoria Comitês”, diz trecho do documento.

Ainda no documento, o PCAOB também afirmou que a KPMG Brasil não informou à auditoria da Petrobras o nome do comitê, localização e responsabilidades planejadas pela KPMG Assurance, uma outra empresa de contabilidade pública independente que executou procedimentos de auditoria.

Fonte: aqui

Imagem como são taxadas as propriedades

Para cada propriedade a seguir, de diferentes países, há uma forma de impor os tributos. Você seria capaz de descobrir o "fato gerador". 

Inglaterra


Vietnam
França

Brasil (esse é muito estranho, pois não sabia desse imposto. Talvez seja algo de antigamente)

O objetivo é tentar descobrir qual o fato gerador e como as pessoas reagem aos incentivos. No primeiro caso, o imposto recaía sobre janelas. O segundo, sobre fachadas. O terceiro, sobre pisos, exceto telhados. E o quarto, sobre construção de templo, quando terminado. 

Fonte: aqui, via Marginal Revolution. Veja o texto de um comentário:

This is a possible indication of a tax on completed churches that was levied in some colonial areas, such as Brazil. The tax was based on the completion of the church structure, and it was a way of extracting revenue from the religious orders. To avoid the tax, some churches left their towers or façades incomplete, creating a contrast between the ornate and the plain parts of the building.


Lições de um professor de Contabilidade


Joe Hoyle tem um blog onde conta suas aventuras em ensinar contabilidade. Tem dicas interessantes, baseado na sua experiência de estar em sala de aula desde agosto de 1971 (não digitei errado!). Já escreveu livros de contabilidade e recebeu diversas homenagens. Ele escreveu um livro que está disponível de maneira gratuita na rede. O resumo é esse:

Transformative Education presents a comprehensive approach to college teaching that stresses both the presentation of topical coverage AND the development of critical thinking skills. The book focuses on several key points in the learning process such as student preparation for class, student engagement during class, and student review and organization of the material after class. The book discusses the urgent need for more and better high-quality college education, a goal that can be achieved by a methodical approach to gradual teaching improvement.

O livro pode ser baixado em PDF aqui. Gratuito. Ele ensina desde 1971. 

17 novembro 2023

O Lado tangível do problema ambiental: Pepsi processada por poluir um rio

PepsiCo foi processada pelo estado de Nova York por poluição plástica ao longo do rio Buffalo que supostamente está contaminando a água e prejudicando a vida selvagem.

De acordo com o processo, A PepsiCo é o maior contribuinte identificável para o problema.

O porta-voz da PepsiCo disse à BBC que foi "transparente em sua jornada para reduzir o uso de plástico".

Na semana passada, Coca-Cola, Danone e Nestlé foram acusados de fazer alegações enganosas sobre suas garrafas de plástico.

A PepsiCo, fabricante de Pepsi, Doritos e outros lanches, é a segunda maior empresa de alimentos do mundo, depois de líder do setor Nestlé.

A gigante americana é a mais recente grande corporação a enfrentar uma ação judicial das autoridades locais sobre seu impacto no meio ambiente.

A denúncia de Nova York diz que a Pepsi violou as leis estaduais ao não avisar o público sobre os riscos das embalagens plásticas e promover declarações enganosas sobre seu esforço para combater a poluição.

"Nenhuma empresa é grande demais para garantir que seus produtos não danifiquem nosso meio ambiente e saúde pública", disse a procuradora-geral Letitia James.

De acordo com o processo, a PepsiCo fabrica, produz e empacota pelo menos 85 marcas diferentes de bebidas e 25 marcas de salgadinhos que vêm predominantemente em recipientes de plástico descartáveis.

Quando o escritório de James conduziu uma pesquisa com todos os tipos de resíduos coletados em 13 locais ao longo do rio Buffalo no ano passado, descobriu que a embalagem plástica de uso único da PepsiCo era a mais significativa.

"Das 1.916 peças de lixo plástico coletadas com uma marca identificável, mais de 17% foram produzidas pela PepsiCo", afirmou o documento.


Outras marcas identificáveis incluem McDonald's e a fabricante de doces Hershey's.

O processo disse que microplásticos foram detectados no suprimento de água potável da cidade de Buffalo, o que "pode causar uma ampla gama de efeitos adversos à saúde, da disfunção reprodutiva à inflamação do intestino e dos efeitos neurotóxicos ". Pepsi disse em comunicado que era" sério sobre redução de plástico e reciclagem eficaz ".

Acrescentou que essa era uma "questão complexa" que exigia o envolvimento de "empresas, municípios, provedores de redução de resíduos, líderes comunitários e consumidores".

O senador do estado de Nova York, Andrew Gounardes, disse à BBC que a Pepsi deveria projetar seus pacotes e produtos de uma maneira que não fosse prejudicial à saúde humana.

"Com base nas alegações apresentadas ontem no processo do procurador-geral, a PepsiCo tem se anunciado como uma empresa muito consciente do meio ambiente.... E, no entanto, a realidade é que, segundo o procurador-geral, eles não estão diminuindo, mas aumentando o uso de plásticos ", disse ele.

"Mas a empresa tem uma responsabilidade se for ator neste mercado. Eles precisam garantir que seus produtos não causem danos às pessoas." 

Fonte: BBC, Tradução Vivaldi

Mídia social: dificuldade de manter o interesse

Se você passa algum tempo na Internet, sabe que é raro passar mais do que alguns meses sem ouvir falar de um novo aplicativo de mídia social, cada um com um novo ângulo que promete quebrar o ciclo de rolagem sem sentido.

Nesta semana, foi a vez do Lapse - que, contraintuitivamente, usa a impressionante lente do iPhone para imitar uma câmera descartável - ficar em terceiro lugar na lista de aplicativos gratuitos da App Store.

Mas, se criar um sucesso de ruptura é difícil, manter esse impulso é muito, muito mais difícil. A análise do volume relativo de pesquisa no Google para as plataformas mais reconhecidas da Internet mostra que, salvo algumas exceções conhecidas, qualquer que seja o interesse inicial, ele cai drasticamente quando os aplicativos caem em desgraça (veja: Bebo, Vine, Friendster, MySpace, Clubhouse, BeReal e muitos, muitos outros).

Nem mesmo o fato de ter uma das pessoas mais famosas do planeta como seu talismã pode garantir o sucesso. Esta semana, a plataforma Truth Social do ex-presidente Trump relatou perdas operacionais de aproximadamente US$ 35 milhões desde sua criação, já que a rede social permanece em um limbo legal e regulatório.


Mídia não social

Plataformas como Lapse e BeReal às vezes são anunciadas como anti-Instagram, tentando reconectar as pessoas com seus amigos e familiares de uma forma não filtrada - preenchendo uma lacuna de mídia social que seja realmente social, em vez de focada em notícias ou entretenimento.

Mas, embora os megaaplicativos sejam velhos e feios o suficiente para servirem de para-raios para críticas regulares (o Facebook completará 20 anos em março), as pessoas parecem não conseguir parar de usá-los. Na verdade, apenas nesta semana, os dados da Apptopia revelaram que os maiores aplicativos do Meta tiveram um aumento modesto no número de usuários diários, superando o TikTok, o principal aplicativo da Geração Z.

Fonte: Chartr. Tradução DeepL

Manutenção periódica da IFRS: vantagens e desvantagens

Eis a notícia

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu recentemente uma série de emendas às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), marcando uma mudança significativa [1] no setor contábil.


Essas alterações, que incluem novos requisitos para transações de venda e arrendamento, melhorias anuais [2] nas Normas de Contabilidade IFRS e maior transparência nas finanças de fornecedores das empresas, estão prestes a ter um impacto profundo [3] nas práticas contábeis em todo o mundo.

Compreendendo as emendas

As emendas do IASB à IFRS 16 Leases fornecem orientações adicionais sobre como as empresas devem contabilizar transações de venda e arrendamento após a data da transação.

Espera-se que essa mudança aprimore a consistência na aplicação do Padrão Contábil, embora não afete a contabilidade de arrendamentos fora das transações de venda e arrendamento.

Além disso, o IASB propôs melhorias anuais nas Normas de Contabilidade IFRS, que incluem esclarecimentos, simplificações, correções e mudanças para melhorar a consistência em várias normas.

Essas emendas propostas fazem parte da manutenção periódica [4] das Normas Contábeis pelo IASB.

Por fim, o IASB emitiu requisitos de divulgação para aprimorar a transparência das operações de financiamento de fornecedores. Esses requisitos visam fornecer aos investidores uma visão mais clara das obrigações, fluxos de caixa e exposição ao risco de liquidez de uma empresa.

Compreendendo as implicações

Essas mudanças regulatórias apresentam desafios e oportunidades para os contadores [5].

Por um lado, eles precisarão se familiarizar com os novos requisitos e ajustar suas práticas conforme necessário. Isso pode envolver a atualização de seus sistemas contábeis, a revisão de seus processos de relatórios e a requalificação de sua equipe.

Por outro lado, essas mudanças também oferecem oportunidades para os contadores aprimorarem sua proposta de valor.

Ao demonstrar sua expertise nas novas regulamentações, eles podem se posicionar como conselheiros confiáveis para seus clientes, ajudando-os a navegar pelo complexo [6] cenário regulatório e tomar decisões de negócios informadas.

Navegando pelas novas regulamentações

Para navegar efetivamente por essas novas regulamentações, os contadores devem adotar uma abordagem proativa. Isso inclui se manter atualizado com os últimos desenvolvimentos, participar de programas de treinamento relevantes e buscar orientação de especialistas do setor [7].

Além disso, os contadores também devem considerar a perspectiva de longo prazo de sua profissão. À medida que o cenário regulatório continua a evoluir, eles precisarão se adaptar e inovar continuamente para se manterem à frente da curva.

Embora essas mudanças recentes apresentem desafios, elas também oferecem oportunidades para os contadores aprimorarem sua proposta de valor. Ao se manterem informados, buscar orientação de especialistas e adotar uma abordagem proativa, os contadores podem navegar com sucesso pelo novo cenário regulatório.

[1] Não parece fazer muito sentido o fato de que emendas ou aprimoramentos tragam "substanciais" mudanças. Alterações assim deveriam ser objeto de uma nova norma. Mas vamos imaginar que o texto queira valorizar a tese de que o profissional deve se manter atualizado e exagera no argumento. 

[2] Veja que as mudanças são anuais. 

[3] Novamente o destaque é que as mudanças podem ser relevantes. Mas isso contradiz o trecho [4]

[4] Em que muda o fato de ser uma "manutenção" periódica e uma alteração na norma. Provavelmente o rito deve ser bem rápido. Mas há um problema de legitimidade aqui, pois uma "manutenção" pode, realmente, ter efeito profundo, como o texto destaca. A manutenção não necessita de uma discussão como uma minuta e não passa por um crivo mais amplo. Isso pode ser um perigo. Como os usuários estão garantidos de que a simples manutenção não é algo que deveria ser melhor discutido? 

[5] Aqui começa a parte "boa" para o profissional. 

[6] Mas a norma não deveria ser a mais simples possível. 

[7] Eis o preço para o profissional. Mas veja que as manutenções são "interessantes" para os contadores que permanecem atualizado. 

Resumindo: fazemos alterações periódicas e isso irá beneficiar que ficar atualizado. 

Foto: Louis Hansel