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30 julho 2010

Rir é o melhor remédio



A História da Mona Lisa

Fonte: aqui

Teste #319

Esta empresa estimou que terá uma redução de impostos no valor de 10 bilhões de dólares. Quem é esta empresa?

BP
Boeing
Google


Resposta do Anterior: Barcelona. Fonte: Futebol: FC Barcelona -- Auditoria revela prejuízos de 77,1 ME – Agência Lusa - 27 Jul 2010

Oligopólio

A questão do oligopólio no setor de auditoria volta ao debate na Inglaterra, informa Raquel Sanderson, do Financial Times (New thinking is key to opening door of Big Four's club, 29 jul 2010). As quatro grandes empresas de auditoria (PwC, Ernst & Young, KPMG e Deloitte) dominam o setor e uma investigação da Casa dos Lordes procura verificar o papel do oligopólio na crise financeira.

Esta discussão pode afetar a forma como as empresas de auditoria são organizadas, segundo informou Sanderson. E a questão tem sido acompanhada de perto por reguladores dos Estados Unidos e Ásia. Esta questão não é recente, mas no passado nenhuma medida incomodou as denominadas Big Four. Estas empresas possuem 96% das contas das multinacionais que fazem parte do FTSE 350.

Um relatório apontou que apenas 2,1% das empresas que compõe o índice FTSE 100 mudaram de auditoria a cada ano, no período compreendido entre 1996 a 2004. Uma das sugestões aventadas é a auditoria conjunta, prática já adotada na França.

Novo Mercado

O Novo Mercado (NM) da BVMF-Bovespa completará dez anos em dezembro. Seu sucesso é motivo de orgulho do mercado de capitais brasileiro e os números falam por si. Após um começo muito tímido, quando nos seus três primeiros anos apenas duas empresas aderiram a este segmento, a partir de 2004 teve início a sua arrancada. Praticamente todas as empresas que abriram o capital o fizeram neste segmento. Em dezembro de 2005 eram só 17 companhias, com um valor de mercado de R$ 78 bilhões, ou 9,2% do total da Bolsa, e um volume financeiro diário de R$ 133 milhões. Em junho de 2010 eram 106 companhias listadas (23% do total), com capitalização de R$ 550 bilhões (27% do mercado) e 32% do volume financeiro diário da Bolsa de São Paulo (R$ 1,6 bilhão do total de R$ 5 bilhões).

Em paralelo a esse desenvolvimento, várias companhias do NM passaram a ter a estrutura de capital pulverizada, isto é, elas não têm um acionista ou grupo de acionistas que, isolada ou conjuntamente, detêm mais de 50% das ações com direito a voto. Já são mais de 50 companhias sem controle definido no NM. Este é o embrião das futuras corporações brasileiras, tal como existe nos mercados de capitais acionários mais desenvolvidos. Para ilustrar o ponto, Steven Jobs, da Apple, começou detendo 100% das ações que hoje, em grande parte, estão nas mãos do mercado. Na medida em que mais recursos são exigidos das companhias por conta do desenvolvimento tecnológico ou de projetos cada vez mais intensivos em capital, é de esperar que o fenômeno da dispersão do controle passe a predominar.

A nossa lei que rege as sociedades anônimas é de 1976, época em que predominava o controle familiar das companhias. A qualidade dessa legislação é indiscutível, mas após 35 anos algumas lacunas começam a surgir, em particular no que diz respeito à realidade das companhias de controle disperso. Para preencher esse vácuo e aprimorar a governança das companhias do NM, a Bolsa está promovendo uma reformulação das regras do regulamento deste seguimento, que poderá se concretizar no dia 6 de agosto, se um terço dessas companhias não votar contra a proposta.

Em linhas gerais, os pontos mais controversos são: 1) a obrigatoriedade da criação de um comitê de auditoria, eleito pelo conselho de administração, com a participação de pelo menos um conselheiro independente (observe: a regra exige a presença de pelo menos um conselheiro independente neste comitê. Quanto aos demais membros, são eleitos pelo conselho, mas não necessariamente dentre os membros do conselho); 2) o aumento do número de conselheiros independentes de 20% para 30%; e 3) a mudança mais importante, no entender da autora, a obrigatoriedade de realizar uma oferta pública para a aquisição de todas as ações no mercado quando um grupo de acionistas adquirir 30% das ações de uma companhia, oferecendo o maior preço pago pelo acionista adquirente nos 12 meses anteriores. Esse último ponto preenche uma lacuna da Lei das Sociedades Anônimas que prevê o pagamento ao acionista minoritário de 80% do preço recebido pelo controlador quando este aliena o controle, mas não tem dispositivo para o caso em que o controle é adquirido diretamente no mercado. A Bolsa escolheu o padrão europeu, pelo qual a aquisição de 30% presume o controle. Assim, se um grupo de acionistas adquire 30% de uma companhia, ele deve estender a oferta aos demais acionistas.

A exigência do Comitê de Auditoria e de um número maior de conselheiros independentes é salutar para as empresas de capital disperso, pois diminui o conflito entre a administração e os acionistas dispersos. Essas propostas podem não ser bem recebidas pelas companhias de controle definido. A proposta da Bolsa não permitiu flexibilidade nestes pontos controversos e será uma pena se no dia 6 o desenvolvimento do mercado acionário do País levar um cartão vermelho ao não aprovar o novo regulamento do Novo Mercado.


O aniversário e a reforma do Novo Mercado - Ana Novaes - 30 Jul 2010 - O Estado de São Paulo

Escândalo Frances

Um dos principais ministros do governo francês negou ontem, em depoimento, que tenha recebido ilegalmente envelopes de dinheiro das mãos de Liliane Bettencourt — principal acionista do grupo L'Oréal — para o partido do governo (UMP) ou para a campanha do presidente Nicolas Sarkozy. O nome do ministro do Trabalho, Eric Woerth, é citado várias vezes em conversas gravadas e entregues às autoridades francesas, num dos maiores escândalos de corrupção do país.

O caso foi parar na Justiça depois que o mordomo da bilionária gravou horas de conversas da patroa por conta de uma briga de família. Na gravação de 29 de outubro, o administrador de Bettencourt Patrice de Maistre lembra à bilionária que empregou a mulher do ministro — na época, do Orçamento — na empresa que gerencia a sua fortuna.

— Quem é este? — perguntou à bilionária, de 87 anos, ao ouvir o nome de Woerth.

— Ora, é o marido de madame (Florence) Woerth, que a senhora emprega. Ela é uma das minhas colaboradoras, e não é grande coisa. Mas ele é muito simpático e é o nosso ministro do Orçamento. É ele que se ocupa dos seus impostos. Portanto, não é idiota (convidá-lo para uma cerimônia) — disse o administrador.


Ministro nega conflito de interesse no caso L'Oréal - 30 Jul 2010 - O Globo

Delação premiada

A partir de la reforma financiera, la SEC tiene más presupuesto. Citi arregló un pago con el Gobierno por una causa sobre fraude a inversores

En los 21 años desde que la Comisión de Bolsa y Valores de Estados Unidos (SEC) instituyó el pago de recompensas por delatar el uso de información privilegiada, el organismo ha desembolsado tan solo u$s 1,16 millones a seis personas, incluso u$s 1 millón este mes a una mujer que denunció al fundador del fondo de cobertura de riesgo Pequot Capital Management. Con la nueva ley de normas financieras refrendada por el presidente Barack Obama el 21 de julio, el ritmo está a punto de acelerarse.

Arrinconada por las acusaciones de que hizo caso omiso de informaciones sobre las fechorías de Bernard Madoff, la SEC pidió al Congreso que aumentara los pagos y ampliara la autoridad del organismo para recompensar a quienes le ofrezcan pistas sobre otros tipos de infracciones, incluso las estratagemas de Ponzi y los fraudes en la contabilidad empresarial.

Esos deseos se cumplieron: la ley de reorganización financiera dice que la SEC puede otorgar recompensas a los soplones en cualquier caso que origine una multa de más de u$s 1 millón. Y ahora los informantes tienen derecho a hasta un 30% de todo el dinero que la SEC cobre, incluso multas y ganancias obtenidas ilícitamente. Antes, los delatores tenían derecho a solo un 10%. “La disposición sobre los delatores beneficiará considerablemente nuestro programa de fiscalización al alentar a las personas a dar conocimiento a las autoridades”, dijo el vocero de la SEC, John Nester.


Regulador de EE.UU. aumenta recompensas para ‘soplones’ - BLOOMBERG Y EFE Buenos Aires - 30 Jul 2010 - El Cronista Comercial

Ver também aqui, teste 317.

Responsabilidade pesa

“Um político de peso, capaz de opiniões abrasivas, quando questionado sobre seus atos, esquiva-se com argumentos escorregadios. Incapaz de sentir a pressão da culpa sobre a alma, dorme um sono leve.”

Você deve estar imaginando a que político estou me referindo, mas talvez não tenha percebido que o parágrafo acima contém cinco exemplos do uso de termos relacionados ao sentido do tato (peso, abrasivo, escorregadio, pressão e leve) para qualificar objetos que jamais percebemos por meio desse sentido (político, opiniões, Paulo, culpa e sono).

A associação de termos relacionados aos sentidos para qualificar objetos não relacionados ao sentido em questão ocorre em todas as línguas. Estudos quantitativos demonstraram que o tato é o sentido em que esse fenômeno de transferência é mais frequente, apesar de muitas vezes o sentido da visão (“uma mente brilhante”) e o do olfato (“aquele acordo fede”) também fornecerem qualificadores para objetos não relacionados.

Muitos linguistas e psicólogos acreditam que esse fenômeno se deve ao fato de o tato ser o primeiro sentido utilizado pela criança para perceber o mundo exterior. Mesmo antes de abrir os olhos, o recém-nascido sente o bico do peito na boca, prova o gosto do leite e se conforta com o cheiro e o abraço da mãe. Esses cientistas acreditam que mais tarde, durante o desenvolvimento da linguagem, a mente humana transfere para objetos abstratos muitas das qualificações derivadas dos sentidos. E ao longo da história da humanidade, em todas as culturas, essas associações se perpetuam em expressões verbais.

Agora, um grupo de cientistas deu um passo além e investigou se essa associação entre percepções táteis e objetos não relacionados influencia o comportamento e a capacidade de julgamento de pessoas adultas. O que eles testaram é se a presença de um estímulo tátil afeta nossa capacidade de decisão.

No primeiro estudo, pediram para 50 voluntários avaliarem o currículo de um candidato a um emprego hipotético. Todos os voluntários receberam o mesmo currículo, com o mesmo texto, impresso em folhas de papel idênticas, e tiveram o mesmo tempo para fazer sua avaliação. A diferença é que metade recebeu o currículo em uma prancheta leve, que pesava aproximadamente 300 gramas, e a outra metade, em uma prancheta pesada, de mais de 2 quilos. Uma diferença de 1 quilo e 700 gramas. Os voluntários deveriam avaliar, em uma escala de 0 a 10, se o candidato era adequado à vaga, se possuía os requisitos necessários e assim por diante.

Peso da linguagem. O resultado é impressionante. Os avaliadores que receberam a prancheta pesada deram notas maiores para as qualidades do candidato que, na língua inglesa, possuem expressões verbais associadas ao peso (capacidade intelectual e responsabilidade). Por outro lado, na parte da avaliação que perguntava sobre a capacidade de socialização do candidato, que na língua inglesa não possui expressões relacionadas ao peso, a avaliação pelo grupo de pessoas com as pranchetas pesadas ou leves foi idêntica.

Além disso, os cientistas pediram para que os voluntários avaliassem como se sentiam em relação à responsabilidade de avaliar um candidato a partir de apenas um currículo. Os que haviam recebido o currículo em pranchetas pesadas avaliaram sua própria responsabilidade como muito maior quando comparada à percepção dos que receberam as pranchetas leves. Ou seja, “sentiram o peso da responsabilidade”.

Outros cinco experimentos, que testaram se a manipulação de objetos rugosos ou lisos e duros ou moles afeta o julgamento de pessoas adultas, confirmou que nossa capacidade de julgamento e decisão é realmente afetada pelo estímulo tátil ao qual estamos submetidos. Esse experimento demonstra claramente que nossa capacidade de tomar decisões racionais é aparente e limitada.

Nosso cérebro, o aparato que processa informações e decide, está longe de ser isento de influências que datam de nossa infância. Tudo indica que nossa história tem um peso muito real sobre nossa capacidade de julgamento. Freud deve estar sorrindo no túmulo.

MAIS INFORMAÇÕES: INCIDENTAL HAPTIC SENSATIONS INFLUENCE SOCIAL JUDGMENTS AND DECISIONS. SCIENCE, VOL. 328, PÁG. 1.712, 2010

Responsabilidade pesa 1,7 kg
Fernando Reinach - 29 Jul 2010 - O Estado de São Paulo

Medicamentos

Pesquisa de funcionária da Secretaria de Estado da Saúde de SP mostra concentração dos processos para compra de remédios não incluídos no SUS nas mãos de poucos advogados, e sugere que laboratórios farmacêuticos estão por trás disso

Estudo publicado na Revista de Saúde Pública mostra que a maior parte das ações movidas contra o governo estadual paulista para obtenção de medicamentos não cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) está concentrada nas mãos de poucos médicos e poucos advogados. Os resultados, segundo os pesquisadores, é mais um indício de que a indústria farmacêutica está por trás desses processos.

A pesquisa analisou 2.927 ações cadastradas no Sistema de Controle Jurídico da Secretaria de Estado da Saúde, movidas em 2006, em benefício de pacientes residentes na cidade de São Paulo. Dos 565 advogados responsáveis pelas ações, 19 ajuizaram cerca de 63% dos processos. No caso de alguns medicamentos específicos, um único advogado foi responsável por 70% das ações.

O estudo revela também uma concentração de médicos citados nas ações: nos processos para aquisição de quatro remédios, mais de 20% das justificativas foram assinadas pelo mesmo médico. O nome dos profissionais envolvidos não foram divulgados.

O título do artigo não deixa dúvidas sobre a conclusão: “Ações judiciais: estratégia da indústria farmacêutica para introdução de novos medicamentos”.

Segundo o artigo 198 da Constituição, todos devem ter acesso universal e integral à saúde. O estudo sugere que laboratórios manipulam esse princípio para, com a ajuda de médicos e advogados, aumentar os lucros. Remédios comprados com liminares não passam por licitação e, por isso, o Estado é obrigado a pagar o preço estipulado pelos fabricantes, sem negociação.

Argumentos. O trabalho é resultado do levantamento realizado por Ana Luiza Chieffi, funcionária da Secretaria de Estado da Saúde, para um curso de mestrado profissional em 2008 na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Ela oferece argumentos estatísticos para frequentes críticas de secretários de saúde a essas ações.

Em setembro de 2008, quando a polícia paulista desmontou um esquema que obrigava o Estado a adquirir drogas de alto custo para psoríase, a Secretaria Estadual da Saúde estimou que cerca de 50% dos R$ 400 milhões gastos com remédios via Justiça seriam decorrentes de fraudes.

Na ocasião, o então governador José Serra (PSDB) disse que “há uma indústria de ações judiciais” e chamou a operação de “ponta de um barbante de um nó que precisa agora ser desatado”. Em 2009, a secretaria afirma ter investido R$ 1,3 bilhão em remédios, cerca de R$ 400 milhões para cumprir medidas judiciais – 30% do total. No ano estudado (2006), o gasto com ações foi de R$ 65 milhões (5,4% do total).

“Estatisticamente é impossível – probabilidade igual a zero – ter um único médico e um único advogado responsáveis por mais de 50% das ações solicitando um único medicamento sem que exista algum tipo de articulação entre indústria, advogado e médico”, diz a pesquisadora Rita de Cássia Barradas Barata, pesquisadora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e coautora do estudo.

Outros especialistas, entidades de pacientes e representantes da indústria discordam da análise apresentada no trabalho


Indústria usa ações judiciais para lucrar com medicamentos, diz estudo - Alexandre Gonçalves - 26 Jul 2010 - O Estado de São Paulo

29 julho 2010

Rir é o melhor remédio

Uma das insuficiências resulta do incêndio que terá destruído 75% da contabilidade da empresa-mãe Freeport PLC, no Reino Unido. Em 2006, as Finanças inspeccionaram a "Freeport Leisure", mas não encontraram justificativos para pagamentos de 6,9 milhões de euros, entre 1999 e 2004. A documentação de suporte dos pagamentos estaria em Inglaterra, mas ardeu num incêndio.

De resto, os investigadores verificaram que, em Maio de 2002, dois meses após a aprovação do Freeport, Charles Smith pediu dinheiro à empresa-mãe para pagar, a um indivíduo identificado como "Pinóquio", o que havia combinado com um tal "Bernardo". Mas nenhum deles foi identificado, tal como sucedeu com outro suposto beneficiário de comissões que era alcunhado de "Gordo".


Processo Freeport acusa só - 27 Jul 2010 - Jornal de Notícias- NELSON MORAIS

Teste #318

Este grande clube de futebol da Europa apresentou no balanço de 2009/2010 um lucro de 11,1 milhões de euros. Entretanto, uma auditoria realizada na contabilidade, realizada a pedido da nova diretoria, revelou que o resultado foi um prejuízo de 77,1 milhões de euros. Uma diferença de 89 milhões de euros. Qual o nome deste clube de futebol?

Barcelona

Chelsea

Inter de Milão


Resposta do Anterior: 1 milhão. Fonte: Washington Post, SEC pays $1 million to woman who ratted on her ex, Zach Goldfarb.

Os executivos mais bem pagos da década

1. Lawrence Ellison – Oracle – 1,8 bilhão
2. Barry Diller – Interactive – 1,1 bilhão
3. Ray Irani – Occidental Petroleum – 857 milhões
4. Steve Jobs – Apple – 748 milhões
5. R Fairbank – Capital One – 568 milhões

Fonte : Wall Street Journal Oracle's Ellison: Pay King --- Leads WSJ List of Top-Paid CEOs of the Decade; Diller, Irani, Jobs Rank High - Scott Thurm - 27 jul 2010

Sumiram com 8 bilhões de dólares

O jornal The Guardian apresentou uma reportagem muito interessante sobre a falta de controle dos recursos públicos. O que torna o texto atrativo, é que o problema ocorreu com recursos dos Estados Unidos. E os valores chegam a 8 bilhões de dólares. A grande questão é onde foram parar oito bilhões de dólares, que aparentemente foram gastos, mas não contabilizados.

Segundo texto de Martin Chulov (Accountants asked to trace missing $8.1bn of Iraqi oil cash, 28 julho de 2010) os valores eram destinados a reconstrução do Iraque. Entretanto, sabe-se que provavelmente os fundos foram gastos durante o período de 2004 a 2007, mas não existe nenhuma informação sobre comprovantes. O dinheiro deveria ser usado para reconstrução da infra-estrutura daquele país, após a guerra do Iraque.

Viabilidade do Trem-bala

A demanda de passageiros é uma das maiores interrogações no projeto do trem de alta velocidade (TAV), que unirá as duas principais metrópoles brasileiras. Cálculo preliminar feito pelo Ibmec-RJ a partir das variáveis do edital, como investimento inicial, tarifa, percurso e capacidade, indica que seria necessária lotação integral durante toda a operação entre Rio e São Paulo para garantir a viabilidade econômica do trem-bala.

“É um cálculo preliminar, porque não dispomos de informações abertas de todos os itens necessários para um estudo mais aprofundado. Tomando como referência o teto da tarifa, a viabilidade econômica - do ponto de vista pura e simplesmente do investidor - se daria com uma taxa de ocupação de quase 100% do uso dos trens, o que é inviável, basicamente impossível”, explica Luiz Magalhães Ozório, professor de Finanças do Ibmec.

Roberto Zentgraf, coordenador dos MBAs do Ibmec e coautor do estudo, explica que, além da perspectiva de investimento de R$ 33 bilhões e da fixação da tarifa de R$ 0,49 por quilômetro, foram verificados os percursos, tomando como referência uma taxa de ocupação próxima ao que hoje se verifica em outros modais de transporte, como a ponte aérea e a ponte rodoviária. “Usamos números de custos e margens de lucro de empresas no exterior, principalmente da França e do Japão”, explicou.

Os professores chamam a atenção para a ocupação atual da ponte aérea Rio-São Paulo, um dos corredores nacionais mais rentáveis de transporte de passageiros: 57%. “Obviamente, algumas companhias conseguem a totalidade em alguns horários, mas não todo o tempo. Tomando isso como referência, uma taxa de mais de 90% não nos parece viável, mesmo com uma taxa de eficiência bem alta, a não ser que fosse elevado o valor da tarifa. Mas aí o projeto perderia em competitividade de preços.”

Edital. O edital da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estima uma receita anual de R$ 1,314 bilhão para o trem-bala, sendo R$ 811,7 milhões em horário de pico e outros R$ 502,2 milhões fora dele. A participação de mercado prevista no edital é 52,9% do mercado total. Sem contar o trem-bala, as projeções apresentadas no documento revelam que, em 2014, a demanda total entre Rio de Janeiro e São Paulo será de 10,7 milhões de viagens, com uma participação de mercado para avião de 68%, 16% para carro e 15% para ônibus.

Ainda de acordo com o estudo apresentado no edital da ANTT, a projeção para 2014 revela que o fluxo maior de passageiros do trem-bala ficará entre São Paulo e Campinas, com 12,3 milhões de passageiros. O segundo maior fluxo é São José dos Campos-São Paulo, com 8,6 milhões de passageiros; o terceiro, entre Rio de Janeiro e Volta Redonda/Barra Mansa, com quase 2,6 milhões. Todos os outros fluxos como, por exemplo, Rio de Janeiro- São José dos Campos, geram baixos níveis de demanda.

“O TAV é bem-sucedido na demanda desviada do carro em viagens mais curtas, que têm uma finalidade de viagem a trabalho, tais como Rio de Janeiro-Volta Redonda e São Paulo-Campinas”, conclui o estudo. Se o trem de alta velocidade fosse colocado em operação em 2008, data do primeiro levantamento, um pouco menos da metade das viagens existentes entre Rio de Janeiro e São Paulo seria desviada para o trem-bala. “A previsão é que cerca de 46% das viagens aéreas, 60% das viagens de ônibus e 38% das viagens de carro seriam desviados”, diz o texto do documento.

Migração. Pedro Janot, presidente da Azul Linhas Aéreas, companhia que oferece voos entre o Rio e Campinas, concorda que alguns passageiros podem migrar para o trem-bala. “Num primeiro momento, o trem-bala pode roubar um pouco dos passageiros do avião, mas numa segunda etapa os dois modais vão crescer juntos.” Adotando a linha da boa concorrência, ele afirma que o projeto criará sinergia com os aeroportos. “A ponte aérea é um produto caro e elitista. O trem-bala trará competição a essas estruturas. Há mercado para os dois produtos, mas certamente vamos ter de nos adequar a essa nova competição.”

A Gol também diz defender investimentos em infraestrutura, especialmente os que permitem mais acesso das populações do interior aos principais aeroportos. Em nota, a companhia declarou, no entanto, que considera prematuro fazer avaliações detalhadas a respeito do impacto do trem-bala sobre a demanda do setor de aviação comercial. Procurada, A TAM não quis comentar o assunto.

Os professores do Ibmec-RJ fizeram uma simulação para uma taxa de ocupação do trem-bala entre 40% e 50%. “A tarifa que se precisaria cobrar para garantir a rentabilidade seria próxima a R$ 1 por quilômetro, o dobro do que está sendo pedido”, diz Ozório. Ele lembra que isso determinaria uma passagem final em torno de R$ 400. “Seria R$ 100 a mais do que a tarifa média da ponte aérea, o que criaria outra dificuldade de competitividade.”

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que vai financiar o projeto, não quis comentar o estudo realizado pelo Ibmec-RJ. “O banco lembra que está na internet, no site da ANTT ( www.tavbrasil.gov.br), à disposição da sociedade, o amplo e profundo estudo de viabilidade técnica e econômica para implantação do trem de alta velocidade (TAV) Rio-São Paulo, realizado por consultoria especializada, selecionada mediante concorrência internacional organizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento”, diz a nota enviada pelo banco ao Estado.

Operação deficitária. Os professores do Ibmec ressaltam que, no mundo inteiro, operações como a do trem-bala costumam ser deficitárias, ao menos nos primeiros anos. “Isso não é exclusivo do Brasil. É um tipo de investimento que não deve ser olhado só pelo lado financeiro”, diz Zentgraf. O professor argumenta, ainda, que a entrada do Estado empreendedor será necessária para garantir a obra, com financiamento de baixo custo e com renúncia fiscal.

“O Estado precisa saber elencar o que é mais importante. Nos próximos anos, teremos dois eventos que vão exigir investimentos enormes. E me pergunto: é melhor investir em infraestrutura de aeroporto, para receber as pessoas que vêm para cá, em segurança ou no trem-bala? O Brasil precisa começar a pensar de que forma o dinheiro público é usado, porque ele é escasso”, diz Zentgraf.


Estudo contesta viabilidade do trem-bala
Irany Tereza / RIO
O Estado de São Paulo - 26 jul 2010

Nova BP

Depois de anunciar um prejuízo de US$ 17,15 bilhões no segundo trimestre, por causa do vazamento de petróleo no Golfo do México, a BP PLC iniciou ontem uma sacudida radical, com planos de vender cerca de US$ 30 bilhões em ativos, nomear um novo presidente executivo e alterar a forma como faz negócios.

As mudanças vão deixar a petrolífera britânica menor e mais concentrada na recuperação de sua combalida reputação, embora a BP pretenda continuar buscando oportunidades em águas profundas e planeje manter uma forte presença nos Estados Unidos, disseram executivos de alto escalão da petrolífera.

O diretor-presidente da BP, Tony Hayward, que será sucedido por Robert Dudley em 1o de outubro, disse que a planejada venda de ativos faria com que a empresa passasse de uma petrolífera de 4 milhões de barris diários para “talvez uma empresa de 3,5 milhões de barris por dia que tem ativos de melhor qualidade [e] um portfólio mais focado”. A empresa ainda assim produziria mais petróleo e gás natural que a rival anglo-holandesa Royal Dutch Shell PLC.

Alguns analistas disseram que as vendas são uma chance para a BP se reinventar. “Em um período de 18 meses, eles poderão acabar se tornando uma máquina mais afinada, enxuta e focada”, disse Jason Kenney, analista do setor de petróleo do ING Bank. Ele falou que a virada dá à empresa uma “chance única” de passar à frente dos concorrentes concentrando- se mais firmemente nos ativos de melhor desempenho do seu portfólio.

A BP informou que Hayward sairá do cargo em “acordo mútuo” com o conselho da empresa. Hayward disse que, ao liderar a resposta de emergência da BP ao desastre da Deepwater Horizon, tornou-se a face pública da empresa e, consequemente, foi “demonizado e vilificado” nos EUA. “O fato é que a BP não pode ir adiante como uma empresa nos EUA tendo-me como seu líder”, disse Hayward.

Em um comunicado, o presidente do conselho da BP, Carl-Henric Svanberg, disse que o derramamento de petróleo foi um divisor de águas para a petrolífera, e que ela será “uma empresa diferente no futuro, exigindo uma nova liderança, sustentada por uma governança robusta e um conselho muito engajado”.

“A estratégia de três pontas, de elevar as provisões, as vendas de ativos e um novo presidente, deve ser uma mistura poderosa na formação de uma base futura sólida”, disse Richard Hunter, diretor de ações britânicas da corretora Hargreaves Landsdown Stockbrokers.

A BP apresentou um prejuízo de US$ 17,15 bilhões no segundo trimestre, reflexo de uma despesa extraordinária de US$ 32,2 bilhões antes dos impostos para cobrir custos correntes e futuros com a contenção, limpeza, indenizações e multas relacionadas ao vazamento no Golfo do México. A BP espera receber um crédito fiscal de US$ 9,98 bilhões relativo à despesa extraordinária, o que reduziria o custo do vazamento a US$ 21,95 bilhões.

As sócias da BP no poço rompido de Macondo — Anadarko Corp. e Mitsui & Co., que têm uma participação combinada de 35% — recusaram-se até o momento a pagar a parte delas nos custos do vazamento, sob a alegação de que a BP foi negligente. A BP vai recorrer a todos os meios legais para fazer com que as empresa cubram a parte delas no vazamento, disse Hayward.

Embora a BP tenha lançado a perda no balanço agora, os pagamentos relacionados ao vazamento, especialmente ao fundo de compensação de US$ 20 bilhões, serão diluídos ao longo de vários anos.

Ainda assim, nem todos os analistas estão convencidos de que a BP cobriu integralmente os custos potenciais. O Credit Suisse informou que se o fluxo tiver sido maior do que a empresa estimou e ela for considerada negligente, a BP poderá se deparar com despesas extraordinárias adicionais de US$ 12,6 bilhões. “Na medida em que as várias investigações sobre as causas do acidente progridam, nós vemos riscos de que a BP precise fazer mais provisões nos próximos trimestres”, informou o Credit Suisse em nota de análise.

Para preparar seu balanço, a BP informou que vai vender US$ 30 bilhões — cerca um décimo da empresa, de acordo com algumas estimativas — em ativos de exploração e produção nos próximos 18 meses. A petrolífera também vai reduzir o atual nível de endividamento para algo entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões. A dívida líquida era de US$ 23 bilhões no fim de junho.

A BP já fechou um acordo para vender um pacote de ativos na América do Norte e Egito no valor de US$ 7 bilhões para a Apache Corp. A empresa também está negociando a venda uma parte da unidade argentina Pan American Energy para a Bridas Corp. por cerca de US$ 9 bilhões, de acordo com uma pessoa a par do assunto.

Alguns dos substanciais ativos da BP no Alasca também estão sendo oferecidos a um grupo de potenciais compradores, disse uma outra pessoa. A BP confirmou que venderá ativos de gás natural no Vietnã e no Paquistão.

“O valor dos ativos da empresa é substancialmente superior à cotação atual da ação”, então as vendas são uma maneira lógica de levantar recursos, disse Colin Morton, um gestor de recursos da Rensburg Fund Management, que tem uma participação na BP. “Este pode ser um bom catalisador para eles.”

Dependendo de que ativos venda, a BP pode se tornar uma proposta de investimento muito diferente no fim do processo. “Você pode começar a ver a

Fora o vazamento, a BP afirmou que está se saindo bem. O ganho com custo de reposição, um dado acompanhado com muita atenção e que retira ganhos e perdas dos estoques e itens excepcionais como o vazamento, subiu quase 70% no segundo trimestre, para US$ 4,98 bilhões, ante 2,94 bilhões um ano antes. O fluxo de caixa operacional no segundo trimestre foi de US$ 8,9 bilhões, ante quase US$ 3 bilhões que gastou com o vazamento no trimestre.

“A empresa está em boa forma para cumprir com suas responsabilidades”, disse Hayward. A BP vai estudar se deve voltar a pagar dividendos em fevereiro do ano que vem, disse Svanberg.


Com prejuízo de US$ 17 bi, BP planeja reforma radical
James Herron e Guy Chazan, The Wall Street Journal, de Londres
28 Jul 2010 - The Wall Street Journal Americas

Contabilidade e eleições

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) divulgaram hoje várias iniciativas para garantir a legalidade e transparência das prestações de contas das campanhas eleitorais. Partidos políticos, candidatos e comitês financeiros encaminham, a partir de hoje e até o dia 3, à Justiça Eleitoral os primeiros balanços parciais das receitas e despesas das campanhas. A divulgação dos balanços ocorre somente no dia 6 de agosto. A prestação de contas final das campanhas deve ser apresentada até o dia 2 de novembro.

O TSE disponibilizou em sua página na internet (www.tse.jus.br) um link para cadastrar os cidadãos e empresas interessados em contribuir para a fiscalização das contas de campanha (doações e gastos eleitorais) dos candidatos, comitês financeiros ou partidos políticos, faça seu cadastro. Na prática, este link implementa dispositivo de Resolução do TSE que prevê o reforço de voluntários na fiscalização e controle das contas eleitorais. Assim, doadores e fornecedores de bens e serviços às campanhas poderão prestar informações voluntárias à Justiça Eleitoral. Para tanto, deverão se cadastrar no local indicado pelo TSE. Eles receberão uma mala-direta com instruções, link e senha de acesso ao cadastro de informações.

Cartilha explicativa

Por sua vez, a OAB e o Conselho Federal de Contabilidade uniram-se para lançar uma cartilha com esclarecimentos didáticos sobre as prestações de contas eleitorais e os processos de fiscalização, análise e julgamento dos balanços. As duas entidades também assinaram um protocolo de intenções em que se comprometem a atuar em conjunto na fiscalização das campanhas e no combate à corrupção eleitoral. O objetivo é que a cartilha, que estará disponível na internet, no site do CFC (www.cfc.org.br), funcione como uma ferramenta a mais, ao lado da Lei Ficha Limpa, para intensificar o combate à corrupção e formação de caixa dois nessas eleições.

Juntas, as duas instituições vão promover cursos nos Estados, em parcerias com os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), para capacitar os profissionais que atuarão nas prestações de contas, seja do lado dos candidatos, partidos e comitês financeiros, seja do lado dos juízes eleitorais, na análise das contas. O advogado e contador Bruno Mendes, coautor da cartilha, observa que os instrumentos de combate à corrupção vêm se aperfeiçoando a cada eleição. Uma percepção desse aprimoramento seria é a elevação dos limites de gastos das campanhas. Segundo ele, um sinal de que os candidatos e partidos não estariam mais dispostos a recorrer a artifícios como a formação de caixa dois.

Os candidatos elevaram as estimativas de gastos nas campanhas. Por exemplo, em 2006, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato à reeleição, apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) previsão de gastar até R$ 115 milhões na campanha. Na prestação de contas final, o petista declarou gastos de R$ 91,4 milhões. Neste ano, a previsão de gastos da candidata do PT, Dilma Rousseff, é de R$ 157 milhões.

O mesmo ocorreu com o PSDB. Candidato em 2006, Geraldo Alckmin, declarou ao TSE previsão de gastar até R$ 95 milhões. No final da campanha, apresentou relatório de despesas no valor de R$ 81,9 milhões. Neste ano, o candidato tucano à Presidência, José Serra, afirmou que pretende gastar até R$ 180 milhões - mais que o dobro do valor gasto há quatro anos pelo PSDB na corrida presidencial.


Instituições procuram ampliar transparência das eleições
Andrea Jubé Vianna - 28 Jul 2010 - AE Noticiário

Conselhos e Punições


Pelo menos 704 profissionais de seis das maiores entidades de classe do Paraná receberam algum tipo de punição no ano passado por má conduta no exercício do trabalho. Desses, apenas 1% sofreu a pena mais severa: a cassação do registro profissional e o impedimento de exercer o ofício. Para especialistas, o baixo número de cassações é consequência do corporativismo. Juntas, as seis entidades somam quase 154 mil profissionais ativos no estado. São elas: a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e os conselhos regionais de Odontologia (CRO-PR), Con­tabilidade (CRC-PR), Medicina (CRM-PR); Farmácia (CRF-PR) e Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-PR).

Na maioria dos casos, a punição é uma advertência confidencial em aviso reservado, ou seja, apenas o profissional fica sabendo. Em segundo lugar vem a censura pública, quando o nome do profissional e o artigo do Código de Ética que ele infringiu são divulgados em veículos de comunicação. Em alguns conselhos, como o de Farmácia e o de Contabilidade, também são aplicadas multas. “A cassação é o último recurso. Ela só é utilizada quando o conselho de profissionais acredita que aquele profissional não tem mais correção”, afirma o corregedor-geral do CRM-PR, Alceu Fontana Pacheco.

Um dos dados divulgados pelos conselhos que mais chamam a atenção é o de absolvições. Nos últimos cinco anos, as entidades absolveram cerca de 2 mil profissionais. Os números que mais evidenciam isso foram registrados pelo Conselho Regional de Medicina. De 2005 para cá, 296 médicos foram absolvidos. Outros 171 foram punidos e apenas cinco tiveram o registro cassado.

Para o sociólogo Ricardo Costa de Oliveira, chefe do departamento de Ciências Sociais da Uni­versidade Federal do Paraná (UFPR), toda categoria profissional tem um viés corporativo. “Até que se prove o contrário, as entidades sempre vão proteger os seus profissionais. Os maus profissionais só são efetivamente punidos quando existe uma forte pressão da opinião pública”, afirma.

Para o professor, quanto mais a sociedade fiscalizar, menor é a chance de o corporativismo se perpetuar. “A sociedade e a imprensa têm que fiscalizar. Mais fiscalização significa mais transparência sobre as decisões dos conselhos profissionais”, opina.


Cassação alcança só 1% dos profissionais - 29 Jul 2010 - Gazeta do Povo
Foto: Design you trust

Infraero


A Infraero vai contratar uma consultoria especializada para adequar a contabilidade da estatal aos padrões internacionais, que são mais rigorosos. Por esse método, passivos precisam ser reconhecidos no balanço já a partir da decisão judicial em primeira instância. Além disso, os ativos serão reavaliados anualmente para aferir a capacidade de geração de renda futura.

A medida faz parte do conjunto de ações em discussão para reestruturar a empresa, dentro da proposta de criar a Infraero S.A. A estimativa é que sejam necessários dois anos para aprovar uma lei ordinária no Congresso, elaborar o modelo de concessão, que será assinado pela nova empresa, e concluir o processo de abertura de capital. (...)

Infraero: consultoria vai adequar contabilidade a padrão internacional - 28 Jul 2010 –
O Globo - Geralda Doca e Lino Rodrigues

28 julho 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #317

Uma das formas da SEC (a CVM dos EUA) exercer a fiscalização do mercado é através de denúncias feitas por terceiros. Mas ao contrário da CVM, a SEC paga um prêmio, em dinheiro, para as denúncias que resultem em processos contra os potenciais fraudadores. Pela nova lei de regulamentação do mercado financeiro, do presidente Obama, a SEC poderá pagar até 30%. No passado este sistema sofreu críticas, pois o pagamento era demorado e de baixo valor. Mas agora, uma esposa que descobriu que o marido estava envolvido num escândalo de uso de informação privilegiada receberá uma boa recompensa. O valor será de:

100 mil dólares
1 milhão de dólar
10 milhões de dólares


Resposta do Anterior: Microsoft Fonte: CNBC via Seeking Alpha

Links

Novo prazo para o Exame de Suficiência: aqui ou aqui

Mudanças nas Demonstrações Contábeis

Basileia III, jornalistas financeiros e lobyy

Congresso dos EUA aprovou Basiléia III antes de sua existência

Custo do vazamento do petróleo deve chegar a 40 bilhões de dólares para BP

A Questão de Fermi

Enrico Fermi (1901 – 1954) foi um dos maiores físicos de todos os tempos. Nascido na Itália, naturalizado norte-americano por conta da perseguição aos judeus no governo de Mussolini, este cientista recebeu o Nobel de Física em 1938. Suas contribuições ocorreram na teoria quântica, na física nuclear e de partículas e na mecânica estatística. Conforme destaca o verbete da Wikipedia, Fermi combinou teoria com experiência. Além disto, foi um educador preocupado em transmitir os ensinamentos de forma simples aos alunos.

Em How to Measure Anything, Douglas Hubbard propõe a Questão de Fermi. O físico propunha a seus alunos a seguinte pergunta: quantos afinadores de piano existem em Chicago? É interessante notar que Fermi estava numa das suas aulas de física, na Universidade de Columbia. Mas este é um teste interessante para sabermos se somos ou não criativos em encontrar a solução para uma questão de mensuração.

Uma forma simples de responder a pergunta de Fermi é contar o número de afinadores. Mas isto seria muito difícil, com uma relação entre o custo e o benefício muito desfavorável. Outra possível saída é olhar nos classificados ou numa lista de anúncios (de telefone, por exemplo) para verificar quantos afinadores fazem propaganda.

Uma solução mais simples é responder de maneira indireta. Poderíamos começar com a população da cidade e depois obter o número de residências com piano, a freqüência que um piano precisa ser afinado, quantos pianos por dia podem ser afinados e quantos dias no ano o afinador trabalha. Com estas informações, seria possível obter um intervalo aproximado de quantos afinadores existiriam numa cidade, sem precisar fazer um censo para obter este valor.

A Questão de Fermi mostra que muitas vezes a solução para problemas de mensuração pode ser mais simples e fácil do que pensamos. A solução pode ser obtida de maneira indireta.

Contabilidade de Pequenas Empresas em Portugal

(...) Há sensivelmente dois meses tomei conhecimento de uma iniciativa legislativa do CDS/PP, intitulada "Dispensa da aplicação das normas contabilísticas das Microentidades".

Depois de a ler cuidadosamente, fiquei perplexo.

O documento ia ao encontro de uma tradicional cultura portuguesa, onde a organização sempre foi vista como um custo improdutivo e não como um conjunto de informações imprescindíveis à gestão e consolidação das empresas portuguesas.

O projecto apresentado era inadequado à nossa realidade empresarial, onde nos últimos anos se tem assistido a uma profunda renovação da forma e filosofia existencial das empresas, retirando-lhe custos muito significativos com a desburocratização do seu dia-a-dia.

(...) Diminuir o papel que a Contabilidade deve desempenhar na organização das empresas prejudicaria fortemente a sua viabilidade económica. A Contabilidade merece respeito e não pode ser usada em jogos políticos. (...)

Reduzir o papel que a Contabilidade deve desempenhar na organização das empresas é incorrer num enorme erro.


Legislar com cuidado - 28 Jul 2010 - Diário Económico - Domingues de Azevedo, Bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas

Confesso que fiquei curioso para saber o que significa “Bastonário”. Procurei no Houaiss e não encontrei o significado. Mas a Wikipedia salvou: “designação oficial que se dá, em Portugal, ao dirigente superior de cada uma das associações profissionais públicas”

27 julho 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Limite

“Chegamos ao limite da nossa irresponsabilidade.” Gravada por arapongas em conversa telefônica reservada, a advertência foi feita em 1998 pelo ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio ao ex-ministro das Comunicações Luis Carlos Mendonça de Barros. Os dois combinavam a participação dos fundos de pensão de estatais na privatização da Telebrás. Fundos também usados na compra da Vale do Rio Doce, um ano antes. Incansavelmente reprovada pelo PT, a frase era reveladora de como gestores públicos acertam nos bastidores o manejo de dinheiro para alcançar um objetivo. No caso, o objetivo era privatizar a Telebrás.

Doze anos depois a história se repete no governo de Lula e do PT, que tanto condenaram os métodos tucanos de buscar recursos e agora recorrem a artifícios piores. Sustentados pela expansão excessiva de dívidas, esses artifícios comprometem o futuro da Petrobrás, do BNDES, dos fundos de pensão de estatais e da dívida pública do País. Na verdade, se o governo FHC beirou, o de Lula ultrapassou o “limite da irresponsabilidade”. A privatização foi até benéfica para os fundos, que lucraram e aumentaram seu patrimônio ao se tornarem sócios da Vale e de empresas de telecomunicações. Agora é diferente, o futuro é preocupante. Aos fatos:

Petrobrás - O governo fez tudo errado com o petróleo do pré-sal. Em vez de manter a legislação e atrair empresas privadas para, junto com a Petrobrás, investir capital no pré-sal, mudou as regras. Confiou à estatal a responsabilidade de exploração, obrigando-a primeiro a tomar vários empréstimos, endividar-se, para garantir investimentos do PAC; e quando a dívida cresceu e se aproximou do nível de 35% em que o risco de inadimplência aumenta, a saída foi fazer uma capitalização confusa, tardia e até agora emperrada. Hoje a empresa está ameaçada de perder o grau de investimento na classificação de risco e pagar juros mais altos em novos empréstimos. Com tanta interferência do governo em sua gestão, a Petrobrás tem perdido valor patrimonial e a boa imagem conquistada desde o governo FHC é abalada a cada dia. Suas ações na Bovespa já caíram 25% este ano e investidores têm fugido de seus papéis.

BNDES - Para quem acredita que o governo Lula transfere renda dos ricos para os pobres perde a crença e o encanto ao conhecer a generosa transferência de dinheiro dos impostos - pagos também pelos pobres - para grandes empresas privadas amigas, em operações intermediadas pelo BNDES. Funciona assim: o governo capta dinheiro no mercado pagando juros de 10,75%, empresta ao BNDES, que repassa para empresas amigas cobrando 6% de juros. A diferença é bancada pelo Tesouro com receita de tributos. Ou seja, o pobre que paga imposto subsidia créditos para os ricos. Os dois últimos empréstimos do Tesouro ao BNDES, que totalizaram R$ 180 bilhões, geram subsídios de quase R$ 8 bilhões. Créditos bilionários para dois frigoríficos - JBS Friboi (R$ 7,5 bilhões) e Marfrig (R$ 2,5 bilhões) - comprarem empresas no exterior custam aproximadamente R$ 450 milhões em subsídios bancados pelo contribuinte brasileiro.

Será que transferir capital para empresa privada investir no exterior é mais prioritário do que aplicar dinheiro em saúde, educação e saneamento? Concentrar enormes quantias nessas empresas sem controlar sua aplicação não eleva o risco de inadimplência no futuro? É brincar com o perigo, é ultrapassar o “limite da irresponsabilidade”.

Fundos de estatais - O governo orientou os fundos Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobrás) e Funcef (Caixa Econômica Federal) - sempre os mesmos - a substituírem empresas privadas que desistiram de investir no capital da Usina de Belo Monte, por não confiarem na rentabilidade do empreendimento. Nascida majoritariamente privada, a Usina de Belo Monte vai acabar mais de 70% estatal, dos quais 27,5% do capital é integralizado pelos três fundos de pensão. Não importa a incerteza quanto à rentabilidade do projeto. Importa é viabilizá-lo na campanha eleitoral, mesmo rompendo o “limite da irresponsabilidade”.


O limite da irresponsabilidade - SUELY CALDAS 25 Jul 2010 - O Estado de São Paulo

26 julho 2010

Rir é o melhor remédio


DECRETO Nº 7.197, DE 2 DE JUNHO DE 2010.

Dispõe sobre a criação da Embaixada do Brasil em Funafuti, em Tuvalu, cumulativa com a Embaixada em Wellington.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 43 do Anexo I ao Decreto no 5.979, de 6 de dezembro de 2006,
DECRETA:

Art. 1º Fica criada a Embaixada do Brasil em Funafuti, em Tuvalu, cumulativa com a Embaixada em Wellington.

Art. 2º O art. 1º do Decreto nº 5.073, de 10 de maio de 2004, passa a vigorar com

a seguinte redação:“LXXXVI - Funafuti (Tuvalu), com a Embaixada em Wellington.” (NR)

Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 2 de junho de 2010; 189º da Independência e 122º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Antonio de Aguiar Patriota


Foto: Wikipedia (Enviado por Matias, grato)

25 julho 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: Fffound!

Trem-bala

Tão complexo e polêmico quanto a Hidrelétrica de Belo Monte, o trem-bala, entre São Paulo e Rio de Janeiro, ainda é um grande enigma. Embora o edital com as condições do empreendimento já esteja na praça, ninguém consegue dizer ao certo quanto vai custar a obra, qual será o traçado da ferrovia e qual a demanda existente.

Junta-se a essa lista a dúvida dos críticos em relação aos benefícios que a obra trará para a sociedade, já que boa parte dos R$ 33,1 bilhões previstos para o projeto será financiado pelo Tesouro Nacional e terá participação societária do Estado.

Cálculos feitos pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) mostram que o investimento do trem-bala daria para construir 300 km de metrôs em São Paulo (cinco vezes a malha da cidade hoje, de 62,3 km), o suficiente para transportar 15 milhões de pessoas por dia. O valor também daria para construir 11 mil km de ferrovias comuns, para carga ou passageiros.

“Até agora não conseguimos responder se vale a pena ou não construir um Trem de Alta Velocidade (TAV)”, afirma o presidente do Ilos, Paulo Fleury. Na avaliação dele, a principal justificativa do governo para construir o trem-bala já caiu por terra: o projeto não ficará pronto para a Copa do Mundo de 2014 nem para os Jogos Olímpicos, de 2016. O cronograma oficial estipula 2017 para que a obra seja concluída. Portanto, não seria alternativa para desafogar a ponte aérea Rio-São Paulo.

Demora. Alguns exemplos no mundo mostram que até mesmo esse cronograma pode não ser viável para tirar a obra do papel. O TAV coreano, um dos principais interessados no projeto brasileiro, demorou 11 anos para ser concluído. Por aqui, um dos maiores embates deve ficar por conta do licenciamento ambiental. O trem-bala passa pela Serra das Araras e poderá enfrentar resistência por parte ambientalistas, como tem ocorrido nas últimas obras de infraestrutura.

“Mas não fizeram a nova Imigrantes, na Serra do Mar, por meio de túneis? Então não teremos problemas”, afirma o presidente da EDLP - Estação da Luz Participações, Guilherme Quintella, que está formando um fundo para disputar o leilão, marcado para dezembro.

O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, completa que o traçado referencial (constante no edital) foi feito em conjunto com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), que já definiu áreas que não podem ser usadas.

Ele completa que os estudos de impacto ambiental começarão a ser contratados em agosto. “Algumas coisas já podem ser adiantadas sem saber o traçado definido pelo vencedor do leilão”. A expectativa é de que a licença prévia saia no começo do ano que vem. Mas, pela experiência das últimas obras de infraestrutura, não é difícil o processo se complicar.

Outro ponto de interrogação é o valor da obra. Começou com algo em torno de R$ 24 bilhões, subiu para R$ 34,6 bilhões e foi fixado em R$ 33,1 bilhões pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Agora já há investidores que calculam que a obra fique, pelo menos, 30% mais cara que a prevista no edital. Outros, mais radicais, apostam em R$ 50 bilhões ou até R$ 60 bilhões.

Custos. Essa mudança pode ocorrer especialmente porque o governo não fez todas as sondagens geológicas necessárias, conforme o relatório do TCU. No mundo, a situação não é muito diferente. Um exemplo de como os custos podem estourar é o famoso trem-bala que liga a França à Inglaterra, atravessando o Canal da Mancha por um túnel. A obra foi orçada em US$ 9 bilhões, mas custou US$ 19 bilhões. A empresa que administra a ferrovia até hoje luta para não ir à bancarrota.

Figueiredo, da ANTT, diz que as sondagens feitas na área onde será construído o trem-bala são obrigação das empresas que vão construir a obra. Além disso, o valor do investimento é um risco do empreendedor e não terá impacto para o governo. No mercado, as empresas concordam que esse é um risco do investidor. Por isso, todas correm contra o tempo para concluir seus estudos antes da apresentação das propostas, em novembro.

Demanda. A demanda tem sido tão forte que têm faltado empresas de sondagens de solo no mercado para serem contratadas. O resultado, se o valor da obra ficar muito acima do previsto, é que a iniciativa privada não vai dar seus lances. Mas, como essa é uma obra prioritária para o governo, é possível que haja algum arranjo, a exemplo de Belo Monte, para viabilizar o projeto.

Hoje há cinco consórcios sendo formados para disputar o empreendimento: o sul-coreano, o japonês, o chinês, o espanhol e o francês. Nas últimas semanas, além de intensificarem os estudos sobre o trajeto, eles também reforçaram a busca por parceiros. Por enquanto, as empreiteiras brasileiras estão tímidas nesse processo, apesar de a construção civil representar perto 50% dos investimentos do TAV. Elas temem que as previsões de demanda não se concretizem.


Trem-bala pagaria 300 quilômetros de metrô
Renée Pereira - 25 Jul 2010 - O Estado de São Paulo

Multa

Acusada pela Telefónica de fraudar as regras do mercado de capitais brasileiro ao adquirir a GVT no fim de 2009, a Vivendi deverá sofrer sanções da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), segundo a Folha apurou.

O grupo francês de mídia, com faturamento global de R$ 59,7 bilhões, deverá ser multado em até R$ 3 bilhões.

Há cálculos que preveem R$ 700 milhões, mas eles não consideram a possibilidade de a CVM dobrar ou até triplicar a cifra devido aos danos causados ao mercado, algo que acontece normalmente.

Se confirmada, será a maior autuação da história.

Até hoje, executivos do Banco Santos e seu controlador, Edemar Cid Ferreira, são os que receberam a maior multa -R$ 398,3 milhões.

A Vivendi pode impedir a aplicação da multa ao propor um acordo à CVM. Nesse caso, ela escaparia do julgamento, mas teria de pagar uma indenização. Já houve casos em que o valor da indenização superou o da multa.

Envolvidos no caso afirmam que as chances de defesa são remotas. Ainda segundo eles, a CVM comprovou as supostas irregularidades da Vivendi na aquisição da GVT.

Procurada, a CVM disse que não comenta processos em andamento.

O NEGÓCIO

A aquisição da GVT foi um processo que começou no início de setembro de 2009 e terminou em março deste ano com o fechamento do capital da operadora de telefonia. A empresa foi disputada por Telefónica e Vivendi.

O negócio de R$ 7,7 bilhões superou a compra da Brasil Telecom pela Oi (R$ 5,8 bilhões) e, antes de ser anunciado, já estava sendo investigado pela Superintendência de Empresas da CVM.

No fim de março deste ano, outro processo foi aberto para aprofundar a investigação. É esse que deverá resultar em condenação. A Folha apurou que a Vivendi não comprovou à CVM que tinha direito de posse de parte das ações (19,6%) dadas como certas em 13 de novembro de 2009, dia do anúncio da compra do controle (57,5% do total das ações) da GVT.

Somente essa irregularidade já seria suficiente para a sanção. Mas houve outra complicação. Com o anúncio, a Vivendi retirou a Telefónica da disputa.

A espanhola também queria comprar a GVT em uma OPA (Oferta Pública para Aquisição de Ações). No leilão, marcado para 19 de novembro, ela pagaria até R$ 50,50 por ação aos acionistas. A OPA foi cancelada por falta de interessados.

Paralelamente, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro aguarda a decisão da CVM para dar andamento a um processo aberto em dezembro de 2009.


Vivendi pode levar multa de até R$ 3 bi - 25 Jul 2010 - Folha de São Paulo
JULIO WIZIACK

24 julho 2010

Rir é o melhor remédio

O Sermão da montanha (*versão para educadores*)

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:

- "Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles..."

Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

André perguntou:
- É pra copiar no caderno?

Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!

Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?

João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?

Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da Provinha Brasil, da Prova Brasil e demais testes e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto. E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor efetivo...

Jesus deu um suspiro profundo, pensou em ir à sinagoga e pedir aposentadoria proporcional aos trinta e três anos. Mas, tendo em vista o fator previdenciário e a regra dos 95, desistiu. Pensou em pegar um empréstimo consignado com Zaqueu, voltar pra Nazaré e montar uma padaria...

Mas olhou de novo a multidão. Eram como ovelhas sem pastor... Seu coração de educador se enterneceu e Ele continuou... como nós sempre continuamos. ..

Seja feita a sua vontade


(Enviado por Alexandre Alcantara, grato)

Big Mac

Big Mac brasileiro é o 4º mais caro
O Globo - 24 jul 2010

LONDRES e SÃO PAULO. O índice Big Mac, da revista britânica “The Economist” — que compara o preço do sanduíche em diversos países para mostrar as diferenças no custo de vida — mostra que o real é a quarta moeda mais sobrevalorizada em relação ao dólar, atrás da coroa norueguesa, da coroa sueca e do franco suíço. No Brasil, o Big Mac custa US$4,91, contra US$7,20 na Noruega, US$6,56 na Suécia e US$6,19 na Suíça. O valor do sanduíche nos Estados Unidos, sede do McDonald’s, é de US$3,73.

O índice Big Mac tenta comparar diferentes moedas pelo critério da paridade do poder de compra. Assim, o parâmetro usado pela revista é o famoso sanduíche do McDonald’s, produzido em quase 120 países.

O índice deste ano mostra que as moedas europeias continuam fortes, enquanto as divisas dos países em desenvolvimento estão desvalorizadas. Pelo Big Mac, o euro registra sobrevalorização de 16% — frente a 29% no ano passado —, com o sanduíche a um custo médio de US$4,33 na zona do euro. A Argentina tem o Big Mac mais barato entre os países pesquisados, a US$1,78, o que indica uma desvalorização de 52% do peso argentino em relação ao dólar.

A revista destaca que o real é uma das poucas moedas de país emergente que apresenta forte valorização frente ao dólar no Índice Big Mac.

“Com os juros altos, o Brasil tem atraído a atenção de investidores famintos por lucros. A economia do hambúrguer sugere que o real está sobrevalorizado em 31%”, diz a “Economist”. Com base no Índice Big Mac, o dólar deveria atualmente estar cotado a R$2,33 — ontem a moeda fechou a R$1,706 no mercado brasileiro.

Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o preço mais alto do Big Mac no Brasil de fato reflete o que tem acontecido com a taxa de câmbio do país. No ano passado, o real teve uma valorização em relação ao dólar de 34,22%.

— O Big Mac é uma referência para a valorização do real, porque é um produto homogêneo em todo o mundo — diz o economista.

A revista afirma ainda que a Ásia continua sendo o lugar mais barato para se comer o sanduíche. O Big Mac custa US$1,95 na China, indicando que o yuan está desvalorizado em 48%.

A “Economist” ressalta que o Índice Big Mac não é uma ferramenta precisa para analisar o câmbio. E lembra que outros fatores, como preço de aluguéis e salários, influenciam no valor do sanduíche. (Lino Rodrigues, com agências internacionais)

Lei 12.249

Nova lei beneficia contadores
Eduardo Pocetti - Diário de Franca - 24 jul 2010

Sancionada em 11 de junho de 2010 pelo Presidente da República, a lei 12.249/10 representa uma mudança de paradigma na história da contabilidade brasileira. Em seus artigos 76 e 77, a nova legislação corrige um erro datado de 1946: naquele período, ao regulamentar a profissão de contador, o governo equiparou os profissionais com nível superior aos de nível técnico. Criava-se assim uma séria distorção, que abria precedentes para, por exemplo, uma pessoa com nível de educação apenas mediano assinar a prestação de contas de uma empresa de grande porte.

Sem colocar em dúvida a competência profissional dos técnicos em contabilidade, temos de reconhecer que o mundo está cada vez mais competitivo. Não há mais espaço para improvisações: ou nos adaptamos a essa nova realidade, com um mercado mais exigente quanto à qualificação de todos os seus atores, ou corremos o risco de não nos beneficiar tanto quanto poderíamos do contexto econômico positivo que ora se delineia. Zelar pela qualidade dos responsáveis por auditar e respaldar as prestações de contas das empresas que atuam em território nacional é não apenas necessário, mas absolutamente indispensável.

Além de estabelecer a obrigatoriedade do diploma de ensino superior para o exercício da profissão contábil – sem, contudo, usurpar os direitos adquiridos pelos contadores já em exercício –, a nova lei transforma em realidade um item importantíssimo que estava previsto no Decreto-lei de 1946, mas nunca havia sido regulamentado: a realização da prova de proficiência, que será aplicada pelos Conselhos Regionais de Contabilidade. Similar à prova da Ordem dos Advogados do Brasil, de cuja aprovação os bacharéis em Direito dependem para poderem exercer a advocacia, o novo exame ajudará a filtrar os profissionais que entram no mercado, evitando que aqueles menos capacitados coloquem em risco a saúde financeira e a imagem de seus clientes.

Também merecem destaque as penalidades ético-disciplinares previstas na nova legislação. Elas variam de multas à suspensão do exercício da profissão, cassação do exercício profissional e advertência reservada, e serão aplicadas quando ocorrer infração ao exercício legal da profissão. Quanto mais grave a infração, mais pesada será a punição.

A edição da Lei 12.249/10 tem também a virtude de consolidar a legitimidade do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) enquanto órgão fiscalizador e representativo da classe contábil, imbuído do poder de regular os princípios contábeis e editar as normas de natureza técnica e profissional.

Revisão dos CPCs

Revisão dos pronunciamentos CPC 02, 03 e 05

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) coloca em audiência pública hoje, 22/07/2010, minutas de deliberação que aprovam os Pronunciamentos Técnicos CPC 02 (R2) – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis, CPC 03(R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa e CPC 05(R1) – Divulgação de Partes Relacionadas.

Conforme divulgado anteriormente, após a conclusão da segunda etapa da emissão das normas de convergência, o CPC havia assumido o compromisso de revisar e atualizar todos os documentos por ele emitidos. O objetivo é tornar todos esses documentos totalmente convergentes com as normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB - International Accounting Standards Board.

Esse processo de revisão, que teve início no final de 2009 quando revisões pontuais foram realizadas, continua em 2010 abrangendo todos os documentos emitidos desde o Pronunciamento CPC 01, divulgado em 14 de setembro de 2007.

A proposta de revisão dos CPC 02, 03 e 05 contempla alterações feitas pelo próprio IASB, após a edição desses três documentos, e algumas compatibilizações de texto, com o propósito de deixar claro que a intenção do Pronunciamento é produzir os mesmos reflexos contábeis que a aplicação do IAS 21.

As modificações propostas não alteram a essência do Pronunciamento original, de modo que a aplicação da versão revisada do Pronunciamento não deve provocar valores contábeis diferentes dos anteriormente apurados.


Fonte: Blogabilidade

Dell

Dell paga US$ 100 milhões à SEC por acusação de fraudar contabilidade
Qui, 22 Jul, 08h14

Sob acordo com a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão supervisor do mercado financeiro dos EUA, a companhia e o seu presidente, Michael Dell, também concordaram em pagar, separadamente, uma multa de US$ 4 milhões.

É rara a decisão de impor penalidade sobre um chefe executivo de uma grande empresa e chegar a um acordo milionário. Michael Dell, é uma das figuras mais proeminentes na indústria de tecnologia, conhecido por revolucionar o mercado de PCs, tornando o computador mais barato e acessível.

A SEC disse que a companhia ainda não divulgou aos investidores os recursos que recebeu da Intel, em troca de não usar equipamentos fabricados pela principal rival da empresa, a Advanced Micro Devices (AMD).

Os pagamentos permitiram que a Dell atingisse as suas metas de lucros trimestrais. Após a Intel ter parado os pagamentos, a Dell enganou os acionistas novamente ao não divulgar o motivo real da queda dos seus lucros, afirmou a SEC.

A ação judicial diz ainda que Michael Dell e quatro ex-executivos retrataram falsamente os meios pelos quais a empresa cumpriu suas metas de lucros, do período 2002 a 2006. Sem o pagamento da Intel, afirmou a SEC, a Dell teria ficado abaixo das estimativas dos analistas, em todos os trimestres do período.

A empresa de Michael Dell não admitiu, nem negou as acusações. Mas eles concordam em se abster de futuras violações das leis de valores mobiliários. A empresa também concordou em melhorar o seu processo de divulgação e disse que vai contratar um consultor externo e expandir seu treinamento de funcionários

(Associated Press)

23 julho 2010

Doutorado

Saiu o edital do Doutorado em Contabilidade da UnB/UFPB/UFRN. Aqui

Rir é o melhor remédio


Fonte: Organizations and Markets

Pesquisa

Prezado Leitor,

A aluna de mestrado Juliana Grigol Fonsechi está fazendo uma pesquisa, para sua dissertação de mestrado, no Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis UnB/UFPB/UFRN. O questionário destina-se aos auditores e analistas de investimento, de empresas, de mercado, equity ou relacionado.

Para ajudar a discente, peço clicar aqui e responder ao referido questionário.

Grato

Custo da Legalidade

Se você pensa em abrir uma empresa no Brasil, que tal uma pizzaria no Amapá? A pergunta, em tom de brincadeira, é do gerente de Infraestrutura e Novos Investimentos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Cristiano Prado. Ele explicou que, durante a realização de um estudo inédito sobre os custos e a burocracia para se abrir uma empresa no país, ao telefonar para a Junta Comercial do Amapá para obter informações de como abrir uma empresa, a chamada cai numa pizzaria:

— As dificuldades já começam na procura por informações e continuam na enorme burocracia e gastos elevados. Isso dificulta a abertura de novas empresas.

O estudo, que será divulgado hoje pela Firjan, conclui que o custo médio para se abrir uma empresa no Brasil é de R$2.038, três vezes mais que a média do Bric — blobo que inclui Rússia, Índia e China — onde a despesa é de R$672 . Aqui, gasta-se mais com o visto do advogado, que representa 35% do total, e com o alvará do Corpo de Bombeiros, outros 25%.

Processo com até8 etapas e 16 taxas

Na malha da burocracia, o estudo, que levou três meses para ser elaborado, conclui também que a abertura de uma empresa envolve de seis a oito etapas, além do pagamento de até 16 taxas.

O executivo destacou que o gasto maior para se abrir uma empresa no país implica perda de competitividade do Brasil em relação aos seus principais concorrentes.

De acordo com o estudo, em 2008, para a abertura de 247,5 mil empresas, foram gastos R$430 milhões. Considerando os custos para abrir empresas nos demais países que, junto com o Brasil, formam o bloco chamado Bric (Rússia, Índia e China), o gasto no país foi R$264 milhões maior. Ou seja, nesses três países o custo médio foi de R$166 milhões.

— O custo da nossa ineficiência é de R$264 milhões, comparando com os demais países do Bric, nossos grandes competidores — disse Prado.

Entre os países sul-americanos, a Colômbia é uma referência em facilidades para abertura de empresas. Além de ter menos burocracia, o custo no país é de R$1.213.

No ranking dos 21 estados pesquisados, o lugar mais caro para se abrir uma empresa fica em Sergipe: R$3.597. O Estado do Rio é o quinto mais caro: R$2.811. Já a Paraíba é o mais barato do país: R$ 963. São Paulo é o sétimo mais barato, com um custo de R$1.711. Segundo Prado, os dados coletados mostraram que o custo médio para se abrir uma empresa no Brasil varia até 431%, sem considerar os gastos com alvará sanitário, no caso de médias e grandes empresas.

O estudo apurou também que os custos médios para se abrir uma indústria no país variam de R$ 2.548, sem alvará sanitário, a R$3.134, com o alvará. Já para se abrir um comércio os custos chegam a R$2.631, enquanto numa empresa de serviços atingem R$2.600.

— A conclusão é que só é legal no Brasil o empreendedor que quer muito. Porque o sistema todo está construído de uma forma que incentiva a não legalização da empresa, dificultando ao máximo o processo, que também é muito caro — destacou Prado.

De acordo com o executivo, na apresentação hoje do estudo a ideia é discutir o assunto, com especialistas nacionais e internacionais, a fim de elaborar um conjunto de sugestões a serem encaminhadas ao governo e aos candidatos à Presidência da República. Integrar todos os processos será uma das sugestões dos empresários. Prado explicou que a ideia é que todo o processo e acompanhamento dos custos seja centralizado, por exemplo, na Junta Comercial.

Entre sugestões, o fim da autenticação

Mas, além da simplificação do processo, a ideia da Firjan é apresentar sugestões para reduzir os custos de abertura de empresas no país. Uma delas é eliminar a exigência de ter o visto de um advogado no processo.

— O verdadeiro valor do advogado não é receber para dar o visto em um documento, e sim o trabalho que faz de avaliação do negócio — afirmou Prado.

A redução do custo do alvará do Corpo de Bombeiros, que representa 25% dos gastos totais, faz parte do rol de sugestões. Outras que certamente farão parte do trabalho, segundo o executivo, é a eliminação dos custos com cartório e o fim da necessidade de autenticar documentos.

— Só no Rio de Janeiro cada cópia autenticada custa R$5,09 — citou Prado como exemplo.


O preço elevado da legalidade - O Globo - 23 jul 2010 - Ramona Ordoñez

Exportando o Leão

O Sicobe (Sistema de Controle de Produção de Bebidas), da Receita Federal brasileira, tem servido de exemplo a outros países.

A partir deste segundo semestre, o governo do Marrocos vai começar a usar um sistema de controle fiscal inspirado no brasileiro.

Com o objetivo de tornar mais efetivo o controle, a fiscalização e o combate à sonegação fiscal na fabricação de bebidas, o Sicobe permite à Receita Federal acompanhar, em tempo real, a fabricação de refrigerantes, cervejas e água mineral no país.

Em março, uma delegação marroquina visitou o Brasil, onde também conheceu a fábrica da AmBev, em Gama, no Distrito Federal, a primeira planta onde a companhia instalou o sistema.

Delegações do México e do Vietnã também já estiveram no Brasil neste ano para conhecer o funcionamento do sistema.

A lei 11.827, de 2008, estabeleceu que todos os fabricantes do país são obrigados a instalar esses contadores.

Mais de cem fabricantes de cervejas, refrigerantes e águas do país instalaram o Sicobe em 2009.

Cerca de 11 bilhões de litros de cerveja e 13 bilhões de litros de refrigerante foram controlados pelo sistema no ano passado, de acordo com dados da Receita Federal.


Folha de São Paulo - 23 jul 2010

Zero à esquerda

No meu dicionário Houaiss tem a seguinte definição de "zero à esquerda"

indivíduo destituído de qualquer valor, sem competência, capacidade ou préstimo; nada, nulidade, zero

Cita, o dicionário, o seguinte exemplo:

ser um z. à esquerda em matemática

Em outras palavras, o zero à esquerda de um número não tem validade nenhuma. Assim, escrever "06" não faz sentido, pois o zero não tem valor.

Qual a razão, então, para que tenhamos o CPC 01, CPC 02, CPC 03... CPC 09? Será que quanto existirem mais de uma centena de CPC teremos também o CPC 010, CPC 011 ...?

Qual o poder da abordagem comportamental?

Depois do sucesso dos trabalhos dos pesquisadores acadêmicos, ocorreu um exagero na crença que tudo seria possível usando as abordagens comportamentais.

O exemplo deste extremo encontra-se na obra Nudge, de Thaler, onde diversas propostas foram feitas no sentido de melhorar a vida das pessoas. Isto incluía desde a quantidade de dinheiro poupado pela população até as situações prosaicas, como a limpeza dos banheiros masculinos.

Isto levou os governantes acreditarem que, com pequenas mudanças nas abordagens dos problemas, poderia resolver grandes problemas, sem muito esforço. Assim, na Inglaterra adotou-se um sistema de informar aos moradores a quantidade de eletricidade consumida pelos vizinhos.

O uso da abordagem comportamental como panacéia para todos os problemas começa a ser questionado. Mas as dúvidas não são provenientes dos economistas tradicionais, que acreditam na força do mercado. Mas dos próprios pesquisadores da área.

Dois autores da área, George Loewenstein e Peter Ubel observaram que as políticas baseadas nas suposições comportamentais não são suficientes para resolver os problemas. O programa britânico de economia de energia, através da informação do consumo do vizinho, reduziu somente 1 a 2,5%, um valor muito pequeno.

Para ler mais

Can behavioral economics cause real harm? – Reuters – 15 jul 2010 -

The Limits of Behavioral Economics – Stephen Dubner,

Is behavioural economics a political placebo?

Beatles


A história dos Beatles, segundo seus cabelos. Fonte: Flowing Data

Múltiplo

Entre as técnicas existentes para avaliar uma empresa, o múltiplo talvez seja a técnica que menos recebe atenção da literatura.

Ao contrário que diz alguns autores, a técnica do múltiplo é a mais usada no mundo dos negócios. Estes autores acreditam que o fluxo de caixa descontado seja mais freqüente. Mas nenhuma pequena empresa é negociada com a complexidade das estimativas e cálculos e sim por regras simples dos múltiplos.

Enquanto nos Estados Unidos existem livros escritos sobre o assunto (por exemplo, Business Valuation for Dummies, de Holton e Bates; The Small business Valuation Book, de Tuller ou The Complet Idiot´s guide, de Paulson) e sítios sobre o assunto (BVR ou bizbuysell). Assim regras são estabelecidas como por exemplo: vendas de peças de automóveis (40% das vendas anuais e estoques).

No Brasil, parece que as pessoas têm vergonha em usar os múltiplos. Mas usam. Sabemos que uma farmácia é vendida por três vendas mensais mais estoques; ou que loja de móveis, cujo valor é dado por metade das vendas anuais.

O que torna o método válido é o processo de compra e venda de empresas. Considere uma farmácia, cuja a negociação foi estabelecida como cinco vezes o faturamento mensal. Mas o comprador poderá perceber que esta regra faz com que o valor esteja muito acima do adequado. Se em outra negociação o valor estabelecido for duas vezes o faturamento, o valor está subestimado. Diante de vários processos de compra e venda de uma farmácia, a negociação através de múltiplos tende a estabelecer uma regra justa, tanto para o comprador quanto para o vendedor.

Assim, apesar da dificuldade de explicar a regra de múltiplo, sua validade está assentada no próprio mercado.

Veja mais sobre o assunto:

Determining Your Company’s Value: Multiples and Rules of Thumb – Barbara Taylor, 15 julho de 2010, New York Times

22 julho 2010

Rir é o melhor remédio


Novas regras para o setor financeiro, recessão e reação dos bancos

Teste #316

Estudamos, em análise de balanços, a medir o endividamento de uma empresa. Entretanto, é possível existir uma empresa sem dívida. Das empresas listadas abaixo, apenas uma, e somente uma, possuí dívidas, segundo a CNBC.

Apple
eBay
Electronic Arts
GAP Inc.
Google
Microsoft

Resposta do Anterior: noções de grammatica francesa. Na realidade era noções de grammatica nacional. Fonte: Provincia de Sao Paulo, 4/4/1878, p. 3

Links

50 atletas mais bem pagos dos EUA: Tiger Woods, ainda 1o., perdeu 22 milhões de dólares em patrocínio

Vídeo com Conan Doyle: Holmes e experiência paranormal

Índice de oportunidade - medida de transformação estrutural de um país, que capta o potencial de melhoria, crescimento e desenvolvimento através da variedade e sofisticação dos produtos

Perdendo uma boa oportunidade: atores que recusaram papéis famosos

Evolução de Jobs


Montagem com fotografias do empresário Jobs, entre 1998 a 2010.

Encol

O texto a seguir é da Isto é Dinheiro. O empresário Pedro Paulo de Souza tenta reescrever a história da Encol, com teorias conspiratórias.

"A Encol foi sequestrada"
O empresário Pedro Paulo de Souza rompe 11 anos de silêncio e lança um livro com sua versão da falência da maior construtora do Brasil
Por Guilherme Queiroz

O engenheiro capixaba Pedro Paulo de Souza costuma contar que ergueu o maior império da construção civil brasileira do século 20 a partir de “meio Fusca”. Item único nas posses da Encol em 1961, o carro popular daria origem a um patrimônio de US$ 1,2 bilhão no apogeu da empresa, em valores de 1994. Considerada um exemplo de companhia moderna e arrojada, a Encol vendia apartamentos como água.

Para fechar negócio, seus corretores aceitavam até produtos e bens diversos como parte dos pagamentos. As receitas dos lançamentos bancavam as construções vendidas anteriormente, até que um dia as fontes financeiras secaram e a Encol protagonizou a quebra mais dramática vivida por uma grande empresa brasileira até então.

Ao ter a falência decretada, em 1999, a companhia goiana deixou como legado 710 esqueletos de concreto espalhados pelo Brasil, 23 mil funcionários desempregados e 42 mil clientes sem dinheiro e sem os imóveis que haviam comprado. Entrou para a história como uma empresa mal administrada, adepta de práticas fraudulentas de gestão e de relações promíscuas com o poder público. Recluso nos últimos 11 anos, Souza agora emerge para narrar a sua versão dos fatos.

No livro Encol – O sequestro: tudo o que você não sabia (Bremen, 351 páginas), o empresário reescreve os capítulos finais da companhia e atribui sua falência a uma intrincada trama urdida por diretores do Banco do Brasil na ocasião e avalizada pelo então secretário-geral da Presidência da República do governo Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Jorge Caldas Pereira. “Agora tenho como provar o que aconteceu.

Quero que vejam as provas. A empresa faliu e eu não sabia por quê”, disse Souza à DINHEIRO no lançamento do livro, na quinta-feira 14, em Goiânia. Durante oito anos, ele juntou relatos e documentos que revelariam uma “artimanha” para “sequestrar” a companhia. Segundo ele, o arquiteto do plano foi o então diretor de crédito do BB, Edson Soares Ferreira, que é apresentado no livro como homem de confiança de Caldas Pereira.

O dono da Encol sustenta que procurou o secretário-geral da Presidência, no início de 1994, para interceder a favor de um empréstimo no BB, no que teria sido o início do longo processo de sangria nas finanças da Encol.

Na versão do construtor, durante os dois anos que antecederam a intervenção na empresa, a diretoria do BB o manipulou, sabotou financiamentos do BNDES e do Itaú e orquestrou a saída do Banco Pactual do processo de reestruturação do grupo. "A diretoria do banco queria ficar com a empresa", diz ele.

Um empréstimo de R$ 600 milhões junto a um pool de bancos, coordenado pelo BB, teria sido inviabilizado pelos diretores da instituição quando eles elevaram para R$ 1,8 bilhão o valor estimado como necessário para salvar a empresa. As últimas 80 páginas do livro reproduzem os documentos que comprovariam essa versão.

Uma carta sigilosa do então presidente do conselho fiscal, Ely Kaufman, ao presidente do banco, Andrea Calabi, em março de 1999, revela o sumiço de um cofre do conselho fiscal do BB. Nele, haveria documentos sigilosos que, segundo Souza, provariam que a Encol tinha capacidade financeira em 1995 e não teria quebrado se não fosse a ação do banco.

Ouvidos pela DINHEIRO, os ex-executivos do BB contestam a versão do sequestro da Encol. Calabi e Ferreira não confirmam o sumiço do cofre. “Não tenho lembrança disso agora. Era um episódio cheio de acusações recíprocas. Coisas desse tipo seriam encaminhadas para a área jurídica”, diz Calabi, que assumiu o banco em 1999. Edson Soares Ferreira refuta as acusações.

“A Encol não submergiu em função de nenhum plano maquiavélico. Ela sofreu da incapacidade de sobreviver em uma economia estabilizada”, afirma. Caldas Pereira, ex-secretário de FHC, também desmente a versão do complô. “Ele já fez essas acusações ao Ministério Público, que investigou e nunca achou evidência alguma de que isso era verdadeiro. A Encol era uma bicicleta e parou de funcionar”, afirmou à DINHEIRO.

O empresário falido escolheu a data de seu 74º aniversário para lançar o livro num luxuoso hotel de Goiânia. Ele diz que tira seu sustento de serviços de consultoria para “meia dúzia” de empresas de construção sediadas em cidades como Cuiabá, Ribeirão Preto e Goiânia.

Com todo o patrimônio perdido na falência da Encol, Souza mora num apartamento de classe média no bairro Setor Oeste da capital goiana, que aluga por R$ 650 de “uma velha senhora”. E diz que voltou a frequentar bons restaurantes. Vaidoso, ainda pinta o cabelo de acaju, como nos tempos gloriosos da Encol.


“A diretoria do banco queria ficar com a Encol”

Qual seria a motivação dos diretores de um banco para “sequestrar” uma empresa? Pedro Paulo de Souza, ex-dono da Encol, acusa ex-executivos do Banco do Brasil de elaborar um plano para ficar com a maior construtora de imóveis do Brasil. Ele falou à DINHEIRO:

Por que decidiu escrever o livro?
Logo depois de ser preso (em 1999, durante 59 dias), estive no Congresso e ouvi uma declaração do Jair Bilachi (ex-presidente da Previ) dizendo que o Banco do Brasil havia retirado o Banco Pactual da recuperação da Encol. Aí percebi o que estava acontecendo.

O sr. não poderia simplesmente ter encerrado a negociação com o Banco do Brasil?
Poderia, mas só depois da falência é que eu soube o que tinha acontecido. Se tivesse procurado um banco privado, a Encol não teria falido. Os que procurei foram corretos comigo. Fiquei imobilizado pela direção do Banco do Brasil.

Por que o sr. diz que a empresa foi “sequestrada”?
Foi pelo fato de o Banco do Brasil me retirar da presidência da empresa. Primeiro solicitaram que eu caucionasse minhas ações por cinco anos, com a justificativa de resolver o problema. A diretoria do banco queria ficar com a Encol.

O sr. pretende apresentar os documentos à Justiça?
Vamos preparar uma ação contra o Banco do Brasil e os diretores que prejudicaram a Encol.

Economia informal

A economia informal no Brasil equivale a uma Argentina, ou a R$ 578,4 bilhões por ano, o equivalente a 18,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Também conhecida como economia subterrânea, a informalidade compreende toda a produção de bens e serviços não informada aos governos. A perda de arrecadação anual chega a R$ 200 bilhões.

Esse conjunto de atividades foi mensurado em um estudo inédito do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), encomendado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco). Eles calcularam o Índice da Economia Subterrânea. A proporção em relação ao PIB apresentou queda em relação a 2003, quando o índice chegou a 21% do PIB.

Segundo o responsável pelo estudo, professor Fernando Holanda Barbosa Filho, os principais fatores que respondem pela redução da economia subterrânea no Brasil são o aumento do crescimento do PIB, a elevação do número de pessoas formalizadas no mercado de trabalho e a expansão do crédito.

Outros elementos importantes estão relacionados à modernização da economia, maior abertura comercial, com o avanço das exportações e a evolução de sistemas de arrecadação, como notas fiscais eletrônicas.

A redução da burocracia tributária, com a instituição do regime Super Simples, também colaborou para a formalização.

“O crescimento do PIB é um santo remédio”, comentou Luiz Schymura, diretor do Ibre. Segundo ele, a expansão do nível de atividade permite melhorias institucionais no País, como a busca de eficiência produtiva e o aumento da formalização no mercado de trabalho.

Na avaliação de Barbosa Filho, se o Brasil crescer cerca de 7% neste ano, é factível que o índice de economia subterrânea chegue a 18% do PIB ao final de 2010.

Investimento. “Com a continuidade da expansão do País, a economia subterrânea deve continuar em queda, embora não seja possível afirmar agora qual seria o nível exato de redução”. De acordo com os responsáveis pela pesquisa, a informalidade no Brasil ainda é muito alta. Nos países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a taxa está ao redor de 10% do PIB.

André Franco Montoro Filho, presidente executivo do instituto Etco, diz que em outros países da América Latina o índice de informalidade é ainda mais preocupante, chegando a 30% do PIB.

Na avaliação de Montoro Filho, a redução da economia subterrânea indica a evolução do nível de desenvolvimento da economia. Ele pondera que o termo economia informal é uma espécie de eufemismo para a economia ilegal, que comporta quem não paga impostos por suas atividades. “Isso é ruim, pois emite sinais negativos para os empresários formais e gera um mau ambiente de negócios”, comentou.

Segundo ele, a economia subterrânea inibe investimentos, pois parte das empresas não encontra incentivos para ampliar suas atividades se os concorrentes não pagam tributos. “Considerando a carga tributária, é possível estimar que há sonegação de aproximadamente R$ 200 bilhões por ano no País”, diz Montoro Filho. “Muitos empregos poderiam ser gerados, pois todo o investimento do governo federal no ano chega a R$ 30 bilhões”.


Economia informal representa 18,3% do PIB - Ricardo Leopoldo - O Estado de São Paulo - 22 julho de 2010