Um relatório recente, que examinou centenas de milhões de e-mails, revelou que a melhor estratégia é enviar seus e-mails em um momento em que menos pessoas estão enviando. Estatisticamente, isso significa domingo à noite. Além disso, os e-mails enviados no início da manhã ou no início da noite - mais especificamente, entre as 6 e as 7 da manhã, ou por volta das 8 horas - tiveram taxas de resposta muito sólidas: cerca de 45%.]
Vivendo e aprendendo.
31 janeiro 2018
Revendo o passado
Em 2012 o prêmio Anefac foi dado as seguintes empresas:
Braskem = teve que fechar um acordo de mais de R$3 bilhões com a justiça
Embraer = fechou acordo com a justiça dos EUA para escapar de investigação de corrupção
Gerdau = executivos vivaram reus na operação Zelotes
Petrobras = o espaço é pequeno para descrever a ligação entre o nome da empresa e a corrupção no Brasil
CSN = presidente da empresa envolvido com Palocci. Atrasou balanço em 2017.
Cemig = investigada por corrupção
Sobraram Sabesp, Natura, Usiminas (Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais) e Vale.
Braskem = teve que fechar um acordo de mais de R$3 bilhões com a justiça
Embraer = fechou acordo com a justiça dos EUA para escapar de investigação de corrupção
Gerdau = executivos vivaram reus na operação Zelotes
Petrobras = o espaço é pequeno para descrever a ligação entre o nome da empresa e a corrupção no Brasil
CSN = presidente da empresa envolvido com Palocci. Atrasou balanço em 2017.
Cemig = investigada por corrupção
Sobraram Sabesp, Natura, Usiminas (Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais) e Vale.
As melhores, na transparência
Um estudo feito pela ONG Transparência Internacional analisou a divulgação de práticas anticorrupção, a estrutura organizacional (?) e os dados financeiros de empresas brasileiras. O resultado está ao lado.
Além da predominância do setor elétrico, os cinco primeiros do ranking não estão entre as maiores empresas brasileiras. Mas é possível perceber a presença da Petrobras (14o no ranking) (?), do Banco do Brasil (13o.) (?), da Braskem (16o.) (?) entre outras posições.
Além da predominância do setor elétrico, os cinco primeiros do ranking não estão entre as maiores empresas brasileiras. Mas é possível perceber a presença da Petrobras (14o no ranking) (?), do Banco do Brasil (13o.) (?), da Braskem (16o.) (?) entre outras posições.
Já não se fazem japoneses como antigamente...
As recentes fraudes em empresas japonesas mostraram que a imagem Made in Japan de qualidade talvez seja falsa. Os exemplos: a montadora Nissan fez um recall de dois milhões de veículos, a Kobe Steel falsificava dados de qualidade do produto, a Toshiba manipulava os dados contábeis, entre outros exemplos. Um texto do Financial Times (publicado em português aqui) analisa esta imagem construída e estes episódios recentes. Para Peter Wells e Leo Lewis:
A sensação de que os problemas foram frutos de conspirações dentro das empresas aumentou ainda mais depois das admissões de que as fraudes e mentiras existiam há anos e, em alguns casos, há décadas. Há inúmeros casos difíceis de explicar. Os escândalos implicam, segundo especialistas, uma disposição institucionalizada de violar regras dentro de instituições que se orgulham especificamente por segui-las de forma inflexível.
Fotografia: executivos da Sony
A sensação de que os problemas foram frutos de conspirações dentro das empresas aumentou ainda mais depois das admissões de que as fraudes e mentiras existiam há anos e, em alguns casos, há décadas. Há inúmeros casos difíceis de explicar. Os escândalos implicam, segundo especialistas, uma disposição institucionalizada de violar regras dentro de instituições que se orgulham especificamente por segui-las de forma inflexível.
Fotografia: executivos da Sony
30 janeiro 2018
Receita pública
No início de novembro, o governo da Arábia Saudita prendeu princípes, funcionários públicos e empresários, sob a acusação de corrupção. Um dos interesses do caso foi a prisão: o hotel Ritz, de Riad, cinco estrelas. Divulgamos aqui um comentário do Value Walk que informava que a prisão era uma maneira do governo obter receita pública e uma estimativa de 100 bilhões de dólares de receita (o governo de Riad falava em 800 bilhões).
Agora o governo saudita confirma a estimativa do Value Walk: 106 bilhões dólares, segundo um comunicado divulgado hoje.
Isto pode representar uma grande fonte de receita pública, em um momento que os preços do petróleo estão em baixa.
Agora o governo saudita confirma a estimativa do Value Walk: 106 bilhões dólares, segundo um comunicado divulgado hoje.
Isto pode representar uma grande fonte de receita pública, em um momento que os preços do petróleo estão em baixa.
Efeito no valor de mercado
Junte Amazon, Warren Buffet e JP Morgan e o resultado é: uma nova empresa de saúde. O aspecto curioso foi o efeito disto no mercado: redução da capitalização no valor de 30 bilhões de dólares.
Dos concorrentes.
Dos concorrentes.
Experimentos de montadoras alemãs: cheirar diesel
Recentemente a indústria automobilística teve que confessar que manipulava os dados de emissão de gás carbônico. Agora outro escândalo: algumas empresas da Alemanha financiaram estudos “científicos” em seres humanos e macacos sobre a inalação de gases emitidos por veículos à diesel. As empresas queriam conhecer os efeitos da inalação na circulação sanguínea e no sistema respiratório.
O estudo foi financiado por três grandes empresas: Volkswagen, Mercedes e BMW e envolveu 19 homens e 6 mulheres, além de 10 macacos. O local o experimento foi em Aachen, Alemanha, e em Albuquerque, Estados Unidos. Um dos objetivos era contestar uma decisão da Organização Mundial de Saúde, que considerou o diesel como cancerígeno.
A Volks anunciou mudanças nos seus executivos, incluindo o relações públicas do grupo.
O estudo foi financiado por três grandes empresas: Volkswagen, Mercedes e BMW e envolveu 19 homens e 6 mulheres, além de 10 macacos. O local o experimento foi em Aachen, Alemanha, e em Albuquerque, Estados Unidos. Um dos objetivos era contestar uma decisão da Organização Mundial de Saúde, que considerou o diesel como cancerígeno.
A Volks anunciou mudanças nos seus executivos, incluindo o relações públicas do grupo.
Contabilidade das Cias Aéres 2
Conforme apresentado ontem neste blog, a Qatar Airlines estava sendo pressionada pelo governo dos Estados Unidos por uma competição mais justa. O primeiro passo para resolver o problema foi dado hoje, com a divulgação, por parte do secretário de Estado, Rex Tillerson, que abriram um diálogo. Conforme a Reuters, espera-se que a empresa aérea comece a evidenciar suas demonstrações contábeis anuais, auditadas, no próximo ano. E que no futuro divulgue as transações com o governo do Catar.
Tratamento dos prêmios não retirados
Ganhar na loteria não é fácil. Mas ser premiado e não retirar o valor é mais comum do que pode parecer. Somente em 2017, R$ 326 milhões deixaram de ser resgatados por ganhadores de prêmios de loterias no Brasil, segundo a Caixa Econômica Federal. O valor equivale a cerca de 8% dos mais de R$ 4,2 bilhões ofertados em prêmios pelas Loterias Caixa no ano passado.
A princípio a questão equivale aos vales presentes das librarias, onde uma parte expressiva não é descontado. O prêmio não retirado corresponderia a uma receita. Entretanto,
De acordo com a Caixa, "o dinheiro dos prêmios prescritos (não resgatados no prazo) é repassado integralmente ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).
Assim, este percentual não deve ser uma receita da Caixa. Isto difere do vale presente.
A princípio a questão equivale aos vales presentes das librarias, onde uma parte expressiva não é descontado. O prêmio não retirado corresponderia a uma receita. Entretanto,
De acordo com a Caixa, "o dinheiro dos prêmios prescritos (não resgatados no prazo) é repassado integralmente ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).
Assim, este percentual não deve ser uma receita da Caixa. Isto difere do vale presente.
29 janeiro 2018
Contabilidade de empresas aéreas
Quando um país deseja criar uma ligação aérea com um cidade no exterior, há um acordo de que a linha aérea deve ser explorada por duas empresas, uma de cada país. Assim, uma ligação entre São Paulo e Lisboa feita por uma companhia brasileira também deve ser feita por uma companhia francesa. Esta é uma política conhecida como “open skies”. Mas isto inclui a criação de um ambiente de livre mercado e redução da participação do governo. Como consequência disto, espera-se que os serviços prestados pelas duas empresas sejam razoavelmente equivalentes, uma vez que a estrutura de custo é também equivalente.
Mas isso desaparece quando uma das empresas recebe subsídio de seu governo. Três grandes empresas dos Estados Unidos acusaram empresas da Ásia, como a Emirates, a Etihad e a Qatar Airlines de violarem os termos do “open skies”.
Parece que este aspecto deve mudar com respeito a Qatar. A empresa e o governo do Catar concordaram em melhorar a evidenciação contábil da empresa dentro de um ano ou dois, segundo informou a Reuters. O acordo não se aplica as outras duas empresas, ambas do Emirados Árabes Unidos.
Eis um bom exemplo de como uma informação contábil pode ser útil em uma situação de competição. Neste caso, a divulgação da relação entre empresa e acionista poderá esclarecer a existência ou do subsídio e o tamanho do mesmo.
Mas isso desaparece quando uma das empresas recebe subsídio de seu governo. Três grandes empresas dos Estados Unidos acusaram empresas da Ásia, como a Emirates, a Etihad e a Qatar Airlines de violarem os termos do “open skies”.
Parece que este aspecto deve mudar com respeito a Qatar. A empresa e o governo do Catar concordaram em melhorar a evidenciação contábil da empresa dentro de um ano ou dois, segundo informou a Reuters. O acordo não se aplica as outras duas empresas, ambas do Emirados Árabes Unidos.
Eis um bom exemplo de como uma informação contábil pode ser útil em uma situação de competição. Neste caso, a divulgação da relação entre empresa e acionista poderá esclarecer a existência ou do subsídio e o tamanho do mesmo.
Carillion e Criptomoedas
Atualização de duas notícias recentemente divulgadas no blog. Primeiro, os problemas financeiras da empresa britânica Carillion. A empresa de auditoria responsável pelo parecer, a KPMG, está sendo investigada pelo Financial Reporting Council do Reino Unido. A investigação irá centrar nos exercícios a partir de 2014. Segundo o jornal The Guardian a investigação irá verificar se a KPMG violou alguma norma ética e/ou técnica e a análise abrangerá desde a estimativa e o reconhecimento de receita até o valor do passivo atuarial. Obviamente, a KPMG disse que irá colaborar com os trabalhos do FRC, mas que conduziu os trabalhos de maneira apropriada. Há uma questão trabalhista que incomoda no caso da Carillion, já que a empresa empregava muitas pessoas.
O segundo assunto diz respeito ao furto ocorrido na empresa japonesa Coinchecks de 530 milhões de dólares em dinheiro digital. O regulador japonês solicitou melhoria nas transações da empresa. A empresa declarou, no domingo, que pagaria 90%, embora existam dúvidas se a empresa possui fundos para isto, e os gestores reconheceram que não se usava um sistema de assinatura múltipla. O Japão tinha uma abordagem muito mais liberal com a moeda digital em comparação com a Coréia do Sul e a China, que recentemente adotaram medidas restritivas.
O segundo assunto diz respeito ao furto ocorrido na empresa japonesa Coinchecks de 530 milhões de dólares em dinheiro digital. O regulador japonês solicitou melhoria nas transações da empresa. A empresa declarou, no domingo, que pagaria 90%, embora existam dúvidas se a empresa possui fundos para isto, e os gestores reconheceram que não se usava um sistema de assinatura múltipla. O Japão tinha uma abordagem muito mais liberal com a moeda digital em comparação com a Coréia do Sul e a China, que recentemente adotaram medidas restritivas.
Aprender programar para ser um jurista
Mais um efeito dos tempos modernos sobre as profissões:
Un smart contract es un código o protocolo informático que permite que se ejecute una orden preestablecida cuando se cumplan una serie de supuestos. Esa orden (o contrato) se activa por sí misma, el software funciona sin necesidad de que medien terceros. Puede sonar enrevesado, pero en el fondo se trata de traducir a fórmulas lógicas lo acordado por las partes. Un ejemplo: si y solo si A recibe la cantidad X de B, entonces B adquiere la titularidad del bien Y que hasta ese momento era de A. Cualquier contrato que incluya alguna condición (y todos lo tienen) es susceptible de ser codificado.
Continue lendo aqui
Un smart contract es un código o protocolo informático que permite que se ejecute una orden preestablecida cuando se cumplan una serie de supuestos. Esa orden (o contrato) se activa por sí misma, el software funciona sin necesidad de que medien terceros. Puede sonar enrevesado, pero en el fondo se trata de traducir a fórmulas lógicas lo acordado por las partes. Un ejemplo: si y solo si A recibe la cantidad X de B, entonces B adquiere la titularidad del bien Y que hasta ese momento era de A. Cualquier contrato que incluya alguna condición (y todos lo tienen) es susceptible de ser codificado.
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27 janeiro 2018
PwC apela da expulsão da Índia
Recentemente a empresa de auditoria PwC pegou uma pena de dois anos sem trabalhar na Índia em razão das falhas cometidas com a Satyam. Em 2009 a auditoria não conseguiu captar a manipulação que estava ocorrendo na empresa.
Agora, segundo o Accounting Today, a empresa apelou para a revisão da pena. E parece que a análise será feita de forma bastante ágil, até final de fevereiro.
Agora, segundo o Accounting Today, a empresa apelou para a revisão da pena. E parece que a análise será feita de forma bastante ágil, até final de fevereiro.
Literalmente
Um bar, em Nova Iorque, está expulsando os clientes que ... falarem a palavra "Literally":
Quem dizer a palavra, terá cinco minutos para terminar sua bebida e sair. E se a frase começar com "I literally", o cliente deve sair imediatamente. O texto termina com um "Pare de Kardashianismo Já".
Quem dizer a palavra, terá cinco minutos para terminar sua bebida e sair. E se a frase começar com "I literally", o cliente deve sair imediatamente. O texto termina com um "Pare de Kardashianismo Já".
Furto de Moeda Digital
Um empresa japonesa chamada Coincheck que trabalha com criptomoedas, sofreu um furto de cerca de R$1 bilhão.
A empresa anunciou que ainda não sabe exatamente o que aconteceu para que esses tokens fossem roubados, mas está estudando a possibilidade de ressarcir seus clientes pelo prejuízo.
Entretanto, o roubo fez reduzir a cotação da criptomoeda, em razão dos problemas de segurança enfrentados no setor. Foi o maior roubo já registrado. Mais informação, aqui
A empresa anunciou que ainda não sabe exatamente o que aconteceu para que esses tokens fossem roubados, mas está estudando a possibilidade de ressarcir seus clientes pelo prejuízo.
Entretanto, o roubo fez reduzir a cotação da criptomoeda, em razão dos problemas de segurança enfrentados no setor. Foi o maior roubo já registrado. Mais informação, aqui
Carillion
Os problemas da empresa britânica Carillion novamente respinga na sua auditoria. Sendo uma companhia multinacional na área da construção, com 43 mil funcionários, a empresa teve um liquidação decretada no início de janeiro deste ano. Geralmente quando ocorre um problema com uma empresa de tal porte, a atenção se volta para os auditores.
Na verdade os problemas começaram em julho de 2017, quando a empresa avisou o mercado sobre um despesa de recuperabilidade de 845 milhões de libras. A seguir a empresa divulgou um prejuízo semestral de 1,15 bilhão em razão, segundo a empresa, de projetos não lucrativos fruto de decisões otimistas. Segundo uma informação do The Times, em janeiro de 2018, os problemas já existiam há quatro anos. No final de 2017, a empresa tentou desfazer de alguns negócios.
Os problemas da Carillion despertaram o interesse do regulador britânico que afirmou, há alguns dias, que estava investigando a divulgação das informações por parte da empresa. A tentativa da gerência de fazer acordos para quitar compromissos fracassou logo a seguir, o que resultou na liquidação. Segundo informação da imprensa, a empresa tinha, então, 29 milhões de libras em caixa, insuficiente para a gestão diária. (veja mais detalhes aqui)
Os problemas da empresas estão sendo investigados, inclusive o papel do auditor, a KPMG. No último relatório, a KPMG afirmava que a empresa tinha condições de sobrevivência por mais três anos. Mas os dados mostraram que a gerência da empresa tinha manipulado as demonstrações contábeis.
A Carillion é mais uma empresa onde os problemas não foram percebidos pelo auditor. Talvez não tenha sido tão humilhante quanto o caso da Deloitte, a Abengoa e Pepe Baltá. Quem é Pepe Baltá? Um estudante de 17 anos que notou os problemas da Abengoa num projeto de economia da escola secundária.
(Diante destes problemas com as empresas de auditoria, faleceu recentemente William McDonough, ex-presidente do Banco Central dos EUA e primeiro presidente do regulador das empresas de auditoria, o PCAOB)
Na verdade os problemas começaram em julho de 2017, quando a empresa avisou o mercado sobre um despesa de recuperabilidade de 845 milhões de libras. A seguir a empresa divulgou um prejuízo semestral de 1,15 bilhão em razão, segundo a empresa, de projetos não lucrativos fruto de decisões otimistas. Segundo uma informação do The Times, em janeiro de 2018, os problemas já existiam há quatro anos. No final de 2017, a empresa tentou desfazer de alguns negócios.
Os problemas da Carillion despertaram o interesse do regulador britânico que afirmou, há alguns dias, que estava investigando a divulgação das informações por parte da empresa. A tentativa da gerência de fazer acordos para quitar compromissos fracassou logo a seguir, o que resultou na liquidação. Segundo informação da imprensa, a empresa tinha, então, 29 milhões de libras em caixa, insuficiente para a gestão diária. (veja mais detalhes aqui)
Os problemas da empresas estão sendo investigados, inclusive o papel do auditor, a KPMG. No último relatório, a KPMG afirmava que a empresa tinha condições de sobrevivência por mais três anos. Mas os dados mostraram que a gerência da empresa tinha manipulado as demonstrações contábeis.
A Carillion é mais uma empresa onde os problemas não foram percebidos pelo auditor. Talvez não tenha sido tão humilhante quanto o caso da Deloitte, a Abengoa e Pepe Baltá. Quem é Pepe Baltá? Um estudante de 17 anos que notou os problemas da Abengoa num projeto de economia da escola secundária.
(Diante destes problemas com as empresas de auditoria, faleceu recentemente William McDonough, ex-presidente do Banco Central dos EUA e primeiro presidente do regulador das empresas de auditoria, o PCAOB)
26 janeiro 2018
O Mercado de Trabalho bate vários recordes e isto não é bom
Depois de uma confusão no governo, onde os dados de emprego foram divulgados antes da data agendada, finalmente o Ministério do Trabalho liberou a informação para o mês de dezembro do mercado formal brasileiro. Como tem sido praxe, este blog faz um levantamento do setor contábil. E como previmos, o resultado de dezembro continuou sendo ruim, encerrando um ano em que somente em janeiro o número de admitidos superou os que foram demitidos. Em dezembro foram contratados 5.556 e demitidos 8.042, perfazendo um resultado negativo de 2.486, o pior do ano e o terceiro pior desde que começamos a acompanhar a série, em janeiro de 2014. Em termos acumulados, foram reduzidas 42.683 vagas de trabalho, o que revela o péssimo momento do mercado contábil.
A diferença de salário entre os demitidos e os admitidos subiu para 25%, indicando uma forte economia para as pessoas jurídicas na troca de empregado. Outro recorde negativo foi batido em dezembro: o tempo médio de carteira assinada dos demitidos chegou quase a 40 meses de emprego, indicando que o corte está atingindo inclusive os trabalhadores com mais experiência. E com consonância a este dado, a idade média dos demitidos nunca foi tão elevada: 33,11 anos. O desempenho foi tão ruim, que não poupou gênero, grau de instrução e tipo de emprego: em todas as analises que efetuamos o número de demitidos foi superior.
O consolo é que o desempenho da economia também foi ruim. Mas não é suficiente para ficarmos tranquilos.
A diferença de salário entre os demitidos e os admitidos subiu para 25%, indicando uma forte economia para as pessoas jurídicas na troca de empregado. Outro recorde negativo foi batido em dezembro: o tempo médio de carteira assinada dos demitidos chegou quase a 40 meses de emprego, indicando que o corte está atingindo inclusive os trabalhadores com mais experiência. E com consonância a este dado, a idade média dos demitidos nunca foi tão elevada: 33,11 anos. O desempenho foi tão ruim, que não poupou gênero, grau de instrução e tipo de emprego: em todas as analises que efetuamos o número de demitidos foi superior.
O consolo é que o desempenho da economia também foi ruim. Mas não é suficiente para ficarmos tranquilos.
12 regras para vida
Tyler Cowen, baseado em Petersons, propôs 12 regras para vida. Confesso que as regras de Cowen são bem mais interessantes que o original.
Destaco:
4. Case bem.
7. Aprenda a aprender com aqueles que o ofendem.
8. Cultive mentores e esteja disposto a servir como mentor para outros. Isso nunca perde a sua importância.
Destaco:
4. Case bem.
7. Aprenda a aprender com aqueles que o ofendem.
8. Cultive mentores e esteja disposto a servir como mentor para outros. Isso nunca perde a sua importância.
25 janeiro 2018
Alucinações auditadas na Contabilidade
O título desta postagem parece coisa de jornal sensacionalista. Confesso que fiquei na dúvida se deveria ser um “rir é o melhor remédio” (uma postagem diária que fazemos no blog). Mas a notícia é séria.
A Bloomberg informou que no Canadá a adoção das normas de contabilidade internacional, as IFRS, estão trazendo números, para as empresas produtoras de maconha, estranhos. Em alguns casos, margens brutas de mais de 100%. São 84 empresas produtoras listadas com um valor de mercado perto dos 30 bilhões de dólares.
Em 2011 o Canadá passou a adotar as normas internacionais de contabilidade. Por estas normas deve-se utilizar o valor justo para os chamados ativos biológicos. Isto exige que as empresas estimem o valor das mercadorias plantas quando ainda estão crescendo, mas não produzindo.
Isso é parecido com contar suas galinhas antes de serem incubadas, deixando as empresas abertas para grandes amortizações e investidores tentando entender financeiramente [os números].
Segundo Al Rosen, um crítico mordaz das IFRS, é uma “alucionação auditada”. Ele declarou para a Bloomberg que "as demonstrações financeiras da maconha não têm absolutamente nada a ver com a realidade".
Ocorrendo uma valorização estimada no valor justo das plantas de cannabis com o seu crescimento, o resultado afeta o lucro bruto.
A Canopy Growth Corp. , a maior empresa de cannabis do mundo, com um valor de mercado de mais de C $ 7 bilhões, registrou uma margem bruta de 164% com a IFRS no terceiro trimestre (...) A diferença pode ser dramática. A margem bruta das IFRS da Canopy foi de 186% no terceiro trimestre de 2016, mas 60% após a remoção das métricas de valor justo, de acordo com Rosen.
Segundo a Bloomberg, citando um regulador canadense, parece que o IFRS Discussion Group pretende discutir o assunto da “cannabis accounting” (este foi o termo usado) em uma próxima reunião. Um dos problemas da “cannabis accounting” é a questão da estimativa do valor justo, já que o mercado legal do produto não está estabilizado. Além disto, a norma exige várias estimativas, como custos de crescimento, colheita e venda; rendimentos projetados da planta; e o preço pelo qual a droga será vendida, entre outros aspectos.
Em razão das regras, é possível que uma empresa tenha receita, mesmo não tendo vendido uma única grama do produto.
A Bloomberg informou que no Canadá a adoção das normas de contabilidade internacional, as IFRS, estão trazendo números, para as empresas produtoras de maconha, estranhos. Em alguns casos, margens brutas de mais de 100%. São 84 empresas produtoras listadas com um valor de mercado perto dos 30 bilhões de dólares.
Em 2011 o Canadá passou a adotar as normas internacionais de contabilidade. Por estas normas deve-se utilizar o valor justo para os chamados ativos biológicos. Isto exige que as empresas estimem o valor das
Isso é parecido com contar suas galinhas antes de serem incubadas, deixando as empresas abertas para grandes amortizações e investidores tentando entender financeiramente [os números].
Segundo Al Rosen, um crítico mordaz das IFRS, é uma “alucionação auditada”. Ele declarou para a Bloomberg que "as demonstrações financeiras da maconha não têm absolutamente nada a ver com a realidade".
Ocorrendo uma valorização estimada no valor justo das plantas de cannabis com o seu crescimento, o resultado afeta o lucro bruto.
A Canopy Growth Corp. , a maior empresa de cannabis do mundo, com um valor de mercado de mais de C $ 7 bilhões, registrou uma margem bruta de 164% com a IFRS no terceiro trimestre (...) A diferença pode ser dramática. A margem bruta das IFRS da Canopy foi de 186% no terceiro trimestre de 2016, mas 60% após a remoção das métricas de valor justo, de acordo com Rosen.
Segundo a Bloomberg, citando um regulador canadense, parece que o IFRS Discussion Group pretende discutir o assunto da “cannabis accounting” (este foi o termo usado) em uma próxima reunião. Um dos problemas da “cannabis accounting” é a questão da estimativa do valor justo, já que o mercado legal do produto não está estabilizado. Além disto, a norma exige várias estimativas, como custos de crescimento, colheita e venda; rendimentos projetados da planta; e o preço pelo qual a droga será vendida, entre outros aspectos.
Em razão das regras, é possível que uma empresa tenha receita, mesmo não tendo vendido uma única grama do produto.
Solução simples para as obras da Copa e Olimpíadas (com apoio da contabilidade gerencial)
Um solução simples e barata para os elefantes brancos construídos por diversos países para abrigar os jogos da Copa do Mundo e as Olimpíadas: derrubar. E esta solução é técnica e encontra defesa na contabilidade gerencial. Isto poderia solucionar o caso do estádio Mané Garrincha em Brasília ou as arenas olímpicas do Rio de Janeiro. Atenção: esta é um solução técnica e científica para o problema.
Parece que esta solução está sendo pensada pela Coréia do Sul, segundo informação do Quartz. O Estádio Olímpico de Pyeongchang (fotografia) custou 109 milhões de dólares. Foi construído para as olimpíadas em 1988 - hávinte trinta anos, portanto. Possui uma capacidade de 35 mil lugares e a cidade possui 45 mil habitantes. É bem verdade que irá sediar os jogos de inverno, em 2018, mas certamente o estádio das Olimpíadas não possui nenhuma utilidade neste evento. Além de estar numa cidade com o mesmo número de habitantes da capacidade do estádio (ou quase isso), a obra só foi usada quatro vezes no evento olímpico.
Mas este não é o único caso:
a) Gangneung Speed Skating Center, que custou quase 120 milhões de dólares
b) Gangneung Ice Arena, com custo de 126 milhões
c) Gangneung Hockey Center = 100 milhões
d) Kwandong Hockey Center = 59 milhões
e) Jeongseon Alpine Center = 191 milhões
f) Olympic Sliding Center = 107 milhões
Total de 812 milhões de dólares e os valores está subestimados, já que não consideram as despesas correntes anuais e posteriores à construção e as despesas de manutenção, além do custo de oportunidade do capital. Diversas propostas foram feitas para uso alternativo, mas todas fracassaram. Outros exemplos similares são citados pelo Quartz para mostrar a criação deste problema, incluindo obras em Atlanta, Estados Unidos.
A derrubada das obras já ocorreu antes, como no Estádio Olímpico dos Jogos de Inverno de 1968 realizados em Grenoble ou o Théâtre des Cérémonies de Albertville.
A teoria da contabilidade gerencial que sustenta a solução da derrubada é o custo perdido. Os valores dos estádios já foram gastos; o que importa para o processo decisório são os fluxos futuros de caixa. Assim, o gestor deveria analisar quanto custa derrubar as instalações, somar com potenciais receitas e comparar isto com a saída de caixa futura com manutenção e despesas correntes. O que importa é o fluxo futuro. E isto não é difícil de ser feito.
Parece que esta solução está sendo pensada pela Coréia do Sul, segundo informação do Quartz. O Estádio Olímpico de Pyeongchang (fotografia) custou 109 milhões de dólares. Foi construído para as olimpíadas em 1988 - há
Mas este não é o único caso:
a) Gangneung Speed Skating Center, que custou quase 120 milhões de dólares
b) Gangneung Ice Arena, com custo de 126 milhões
c) Gangneung Hockey Center = 100 milhões
d) Kwandong Hockey Center = 59 milhões
e) Jeongseon Alpine Center = 191 milhões
f) Olympic Sliding Center = 107 milhões
Total de 812 milhões de dólares e os valores está subestimados, já que não consideram as despesas correntes anuais e posteriores à construção e as despesas de manutenção, além do custo de oportunidade do capital. Diversas propostas foram feitas para uso alternativo, mas todas fracassaram. Outros exemplos similares são citados pelo Quartz para mostrar a criação deste problema, incluindo obras em Atlanta, Estados Unidos.
A derrubada das obras já ocorreu antes, como no Estádio Olímpico dos Jogos de Inverno de 1968 realizados em Grenoble ou o Théâtre des Cérémonies de Albertville.
A teoria da contabilidade gerencial que sustenta a solução da derrubada é o custo perdido. Os valores dos estádios já foram gastos; o que importa para o processo decisório são os fluxos futuros de caixa. Assim, o gestor deveria analisar quanto custa derrubar as instalações, somar com potenciais receitas e comparar isto com a saída de caixa futura com manutenção e despesas correntes. O que importa é o fluxo futuro. E isto não é difícil de ser feito.
Ações da Odebrecht na Guatemala
A empresa Odebrecht irá pagar quase 18 milhões de dólares para o governo da Guatemala em razão dos subornos realizados no passado. Este é mais um desdobramento das investigações que começaram no Brasil e resultaram no depoimento de dirigentes da empresa, que confessaram ter um departamento de propina que atuava também no exterior. No caso da Guatemala, o suborno refere-se a pagamentos para obter um contrato de construção de uma rodovia, em 2012, em um contrato de 300 milhões.
O interessante é que a investigação foi resultado de um esforço conjunto de promotores brasileiros e guatemaltecos. O funcionário que recebeu o suborno fugiu.
Além disto, foi revelado que um ex-candidato à presidência, da oposição, recebeu dinheiro.
O interessante é que a investigação foi resultado de um esforço conjunto de promotores brasileiros e guatemaltecos. O funcionário que recebeu o suborno fugiu.
Além disto, foi revelado que um ex-candidato à presidência, da oposição, recebeu dinheiro.
Inovação para sobreviver em uma fábrica de sinos
Um texto muito curioso do Jornal Econômico de Portugalsobre a fábrica Serafim da Silva Jerónimo e Filhos Lta, fundada em 1932 (somente) e com 40 funcionários. A empresa produz de 250 a 280 sinos por ano. O segredo: a inovação. Eis alguns trechos (negritos meus):
Num mercado de nicho, para sobreviver e crescer, a Jerónimo desde cedo procurou apostar na inovação e alargar a sua atuação para além do fabrico, restauro e instalação de sinos. A sua atividade começou com a construção de sinos e carrilhões, mas expandiu-se, logo em 1947, à produção dos relógios de torre. Em 1954, abriu as portas à importação e comercialização de harmónios de pedais. E em 1960, começou a automatizar os toques de sinos por meios eletromecânicos, situação inovadora na época, dedicando-se também, a partir de 1972, ao comércio de órgãos eletrónicos para igrejas, conservatórios e particulares.
Esta diversificação permitiu à Jerónimo impor-se no mercado nacional, ao longo de décadas. E foi acompanhada de um foco na inovação, através de parcerias com universidades.
Arlindo Jerónimo [foto], filho do fundador da empresa, é um dos sócios-gerentes e tem no sangue a construção sineira. Apaixonado desde sempre pela arte, Arlindo Jerónimo lembra que a sua empresa tem, neste momento, “bem mais de 11 mil sinos espalhados por Portugal e também no estrangeiro, a exibir a arte da fundição de sinos”.
“O nosso forte é claramente a fundição de sinos. Até porque somos únicos nessa arte. No entanto, temos apostado em diversos mercados e ramos de ação porque o negócio dos sinos é uma coisa limitada. Temos espalhados por Portugal e em vários países mais de 4.000 relógios de torre, 7.500 mostradores exteriores e 10.500 aparelhos de toque de sinos, para além de mais de 5.000 órgãos vendidos ao longo destes anos”.
“Temos como clientes cerca de 90% das paróquias nacionais, mas isto é sempre um número muito limitado porque os sinos são feitos para durar uma vida. As paróquias não mudam sinos de ano para ano, nem de 10 em 10 anos. Como tal, o nosso mercado nesse campo está limitado. Daí termos apostado desde cedo noutros mercados”, explicou ao Jornal Económico.
Esta atividade construída de raiz em Braga significa um volume de negócio anual que ronda os dois milhões de euros.
Com exemplos da sua arte espalhados por todo o país, a Serafim da Silva Jerónimo forneceu sinos a diversas catedrais, basílicas, santuários, mosteiros e conventos, seminários, igrejas paroquiais, câmaras municipais, centros comerciais, universidades, palácios, entre outros edifícios espalhados pelo território nacional. Está também presente no estrangeiro, com forte implementação nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Brasil, Canadá, Espanha, França, Porto Rico e Venezuela.
Num mercado de nicho, para sobreviver e crescer, a Jerónimo desde cedo procurou apostar na inovação e alargar a sua atuação para além do fabrico, restauro e instalação de sinos. A sua atividade começou com a construção de sinos e carrilhões, mas expandiu-se, logo em 1947, à produção dos relógios de torre. Em 1954, abriu as portas à importação e comercialização de harmónios de pedais. E em 1960, começou a automatizar os toques de sinos por meios eletromecânicos, situação inovadora na época, dedicando-se também, a partir de 1972, ao comércio de órgãos eletrónicos para igrejas, conservatórios e particulares.
Esta diversificação permitiu à Jerónimo impor-se no mercado nacional, ao longo de décadas. E foi acompanhada de um foco na inovação, através de parcerias com universidades.
Arlindo Jerónimo [foto], filho do fundador da empresa, é um dos sócios-gerentes e tem no sangue a construção sineira. Apaixonado desde sempre pela arte, Arlindo Jerónimo lembra que a sua empresa tem, neste momento, “bem mais de 11 mil sinos espalhados por Portugal e também no estrangeiro, a exibir a arte da fundição de sinos”.
“O nosso forte é claramente a fundição de sinos. Até porque somos únicos nessa arte. No entanto, temos apostado em diversos mercados e ramos de ação porque o negócio dos sinos é uma coisa limitada. Temos espalhados por Portugal e em vários países mais de 4.000 relógios de torre, 7.500 mostradores exteriores e 10.500 aparelhos de toque de sinos, para além de mais de 5.000 órgãos vendidos ao longo destes anos”.
“Temos como clientes cerca de 90% das paróquias nacionais, mas isto é sempre um número muito limitado porque os sinos são feitos para durar uma vida. As paróquias não mudam sinos de ano para ano, nem de 10 em 10 anos. Como tal, o nosso mercado nesse campo está limitado. Daí termos apostado desde cedo noutros mercados”, explicou ao Jornal Económico.
Esta atividade construída de raiz em Braga significa um volume de negócio anual que ronda os dois milhões de euros.
Com exemplos da sua arte espalhados por todo o país, a Serafim da Silva Jerónimo forneceu sinos a diversas catedrais, basílicas, santuários, mosteiros e conventos, seminários, igrejas paroquiais, câmaras municipais, centros comerciais, universidades, palácios, entre outros edifícios espalhados pelo território nacional. Está também presente no estrangeiro, com forte implementação nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Brasil, Canadá, Espanha, França, Porto Rico e Venezuela.
Solvência, Comparabilidade
A noção de solvência de uma instituição financeira é um dos pilares da regulação bancária do mundo atual. Basicamente, isto é derivado do acordo de Basileia II. Este acordo permitiu que os bancos usassem uma abordagem de risco interno para “quantificar seus requisitos de capital de risco”. O acordo de Basileia incluiu uma abordagem simplificada que poderia ser usada por instituições menores.
Ao optar por isto, prejudicou a comparabilidade e incentivou os bancos a usar suas estimativas de maneira favorável. Mais ainda: os índices extraídos desses modelos passaram a depender da origem da instituição. Este debate é importante para a contabilidade não somente pela discussão relacionada com a regulação, mas também pelo fato de que algumas normas contábeis caminham por usar modelos “internos” de risco, o que afetaria a comparabilidade. (Mas ajudaria na relevância e na representação fidedigna?)
Dois pesquisadores fizeram uma análise comparativa do risco na comunidade europeia para tentar verificar se a sede do banco (e a origem da supervisão bancária) afeta o resultado. E a resposta foi positiva, já que as próprias regras internas mudam. Os pesquisadores usaram dados de mais de 130 bancos, de 24 países europeus. E isto tem efeito sobre o risco bancário de cada país:
há diferenças estatisticamente significativas e economicamente importantes relacionadas ao país em que o banco está sediado. Isso fornece evidências de que os padrões são implementados de forma diferente da jurisdição para jurisdição.
Ao optar por isto, prejudicou a comparabilidade e incentivou os bancos a usar suas estimativas de maneira favorável. Mais ainda: os índices extraídos desses modelos passaram a depender da origem da instituição. Este debate é importante para a contabilidade não somente pela discussão relacionada com a regulação, mas também pelo fato de que algumas normas contábeis caminham por usar modelos “internos” de risco, o que afetaria a comparabilidade. (Mas ajudaria na relevância e na representação fidedigna?)
Dois pesquisadores fizeram uma análise comparativa do risco na comunidade europeia para tentar verificar se a sede do banco (e a origem da supervisão bancária) afeta o resultado. E a resposta foi positiva, já que as próprias regras internas mudam. Os pesquisadores usaram dados de mais de 130 bancos, de 24 países europeus. E isto tem efeito sobre o risco bancário de cada país:
há diferenças estatisticamente significativas e economicamente importantes relacionadas ao país em que o banco está sediado. Isso fornece evidências de que os padrões são implementados de forma diferente da jurisdição para jurisdição.
24 janeiro 2018
Oscar vai para ...
O Oscar de 2017 teve como destaque uma empresa de auditoria. Para quem não lembra, no momento da entrega do prêmio de melhor filme, ocorreu uma confusão envolvendo o funcionário da empresa responsável pelo "ritual do envelope", a PwC.
Agora foram anunciados os candidatos ao prêmio e o fato ocorrido no ano passado é lembrado. Apesar do problema ocorrido, a organização não considerou isto grave o suficiente para trocar a auditoria. A PwC adotou "novas" regras para evitar o problema e o erro humano. A Academia de Cinema, responsável pela premiação, parece que considerou o problema como um "simples erro humano"
"Ainda assim, foi um grande erro humano, e foi um erro humano muito público"
Agora foram anunciados os candidatos ao prêmio e o fato ocorrido no ano passado é lembrado. Apesar do problema ocorrido, a organização não considerou isto grave o suficiente para trocar a auditoria. A PwC adotou "novas" regras para evitar o problema e o erro humano. A Academia de Cinema, responsável pela premiação, parece que considerou o problema como um "simples erro humano"
"Ainda assim, foi um grande erro humano, e foi um erro humano muito público"
Materialidade
A empresa de mineração Rio Tinto comprou, em 2011, em Moçambique, uma mina de carvão por 3,7 bilhões de dólares. O negócio foi péssimo para a empresa e seus acionistas e dois anos depois vendeu-se a mina por 50 milhões. A SEC, no segundo semestre de 2017, acusou a empresa e seus executivos de fraude.
Agora, o regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos rejeitou os argumentos da empresa e dos executivos. Um deles indicava que o problema representava somente 3% dos ativos da empresa. A SEC considerou que a questão da materialidade deve ser decidida por um juri.
Agora, o regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos rejeitou os argumentos da empresa e dos executivos. Um deles indicava que o problema representava somente 3% dos ativos da empresa. A SEC considerou que a questão da materialidade deve ser decidida por um juri.
Empréstimos para estados e municípios
O TCU estaria investigando os empréstimos dos bancos públicos federais para estados e municípios. Somente a Caixa Econômica teria concedido empréstimos de 3,4 bilhões de reais em 2017. A União é o acionista controlador da instituição financeira e assumiria o risco de um eventual calote. Além disto, a concessão de empréstimo estaria sendo usado de maneira política por parte do governo:
a intenção dos técnicos do TCU é avaliar a postura dos bancos na concessão desses empréstimos, principalmente diante da “solução” encontrada por eles para driblar o endurecimento das regras do Tesouro, de conceder financiamentos sem garantia da União. Essas operações não são ilegais, mas têm maior risco. O temor do TCU é que uma dose exagerada desses empréstimos pode comprometer a saúde financeira das instituições e onerar a União.
a intenção dos técnicos do TCU é avaliar a postura dos bancos na concessão desses empréstimos, principalmente diante da “solução” encontrada por eles para driblar o endurecimento das regras do Tesouro, de conceder financiamentos sem garantia da União. Essas operações não são ilegais, mas têm maior risco. O temor do TCU é que uma dose exagerada desses empréstimos pode comprometer a saúde financeira das instituições e onerar a União.
Ameaça da Amazon
Segundo o jornal El Mundo, o presidente do El Corte Inglés, Dimas Gimeno, está aproveitando o encontro de Davos para alertar sobre a competição, em desigualdade de condições, com a Amazon. Isto parece estranho, já que a rede espanhola de distribuição, fundada em 1940, possui receitas de 14 bilhões de euros. Mesmo que este valor seja bastante expressivo, significa um pouco mais de 10% da receita o distribuidor online.
El sucesor de Isidoro Álvarez no plantea el desafío como una guerra contra los distribuidores online, sino para conseguir un terreno de juego igual para todos en el que sean posibles también acuerdos entre distribuidores convencionales y gigantes tecnológicos. Una muestra es el presidente de WalMart, Greg Foran, que puso en marcha un acuerdo el pasado año con el presidente de Google, Sundar Pichai, ambos presentes también en Davos.
El sucesor de Isidoro Álvarez no plantea el desafío como una guerra contra los distribuidores online, sino para conseguir un terreno de juego igual para todos en el que sean posibles también acuerdos entre distribuidores convencionales y gigantes tecnológicos. Una muestra es el presidente de WalMart, Greg Foran, que puso en marcha un acuerdo el pasado año con el presidente de Google, Sundar Pichai, ambos presentes también en Davos.
23 janeiro 2018
PCAOB e KPMG 2
O Going Concern faz um resumo bastante detalhado da relação existente entre Brian Sweet, Cynthia Holder e Jeffey Wada, os dois primeiros ex-funcionários do PCAOB e depois contratados pela KPMG, e o último funcionário da entidade regula as empresas de auditoria, e David Middendorf, Thomas Whittle e David Britt, os três da KPMG.
Reproduzo a seguir o detalhamento da notícia divulgada ontem pela Reuters (vide aqui).
In 2015, when it looked like Sweet would be taking a role with the firm, he made his first mistake: “Sweet […] copied [PCAOB] Documents, as well as other confidential documents, from Sweet’s PCAOB computer to a personal hard drive.” These included “internal PCAOB manuals and guidance; […] comment forms issued in connection with inspections on which Sweet had worked; [and] a list of KPMG engagements to be inspected by the PCAOB in 2015.”
During Sweet’s first week on the job, in early May 2015, Middendorf asked him at lunch “whether a particular Issuer would be the target of a PCAOB inspection; and […] more generally, which KPMG engagements would be subject to inspection that year.”
Middendorf spoke to Sweet later that week, “[telling] Sweet to remember where Sweet’s paycheck came from and to be loyal to KPMG.”
Just a few days later, “Whittle asked Sweet for the list of engagements to be inspected by the PCAOB in 2015, most of which had not yet been officially noticed for inspection by the PCAOB. Whittle told Sweet that Sweet was most valuable to KPMG at that moment and would soon be less valuable.”
The next day, Whittle requested “the banking inspection list.” After discerning that Whittle meant the “inspection list,” Sweet sent it over and said, “Just so you know, it is actually the full list of anticipated inspections (including non-banks). I’d appreciate the team’s discretion to make sure it isn’t too widely disseminated.” Whittle said he understood “the sensitivity” but sent it to Middendorf anyway, writing in an email, “The complete list. Obviously, very sensitive. We will not be broadcasting this.”
The next month, June 2015, Sweet discussed the list with David Britt and wrote in an email, “Please note there is some sensitivity with these, and some of the teams have not yet been officially notified by the PCAOB, so please, use your discretion with this info.” Sweet went on to share the 2015 list with at least one partner who was not yet aware that his/her engagement would be selected for inspection.
That same month, Sweet used confidential PCAOB “risk factors” with a KPMG partner and the data firm that was helping the firm predict which audits would be selected for inspection.
Immediately upon his start at KPMG, Sweet started angling to bring Cynthia Holder to the firm. He wrote to her in an email “I’ve got a meeting set up with the head of the group tomorrow, and pulled together a list of potential hires . . . and put you as the #1 target!!!!)”
A couple weeks later, Holder told the PCAOB Ethics Office that she was “contacted today by a recruiter for KPMG asking if I would be interested in a job at the Firm. I told them that I was not interested . . .” Had she not lied about this to the Ethics Office, she would’ve been immediately removed from any work involving KPMG.
While she was inspecting KPMG, Holder used her position to share confidential info with Brian Sweet, including this gem: “Sweet asked HOLDER to provide Sweet
with an internal, confidential PCAOB Part II deficiencies comment form. On or about May 12, 2015, Holder used her personal email address to email Sweet at his personal email address and provided the requested document. The subject line of the email read ‘Anonymous Email.’ The body of the email consisted solely of an image of a winking-smiley face, and attached the confidential document Sweet requested.”
Also, in one instance Sweet talked Holder out of writing a comment on a KPMG inspection. When Sweet told Thomas Whittle about this, Whittle ” asked whether Sweet had opened his drawer, seen where his paycheck came from, and then advised the PCAOB employee not to write a comment.”
Holder also gave Sweet advanced notice that the PCAOB would be canceling one of its inspections and not replacing it. Sweet shared this information with Whittle and “The PCAOB subsequently notified KPMG that’ it would not inspect Issuer-1.” Sweet also informed Whittle that Holder was the source of all this info to encourage the firm to hire her.
Holder was offered a position with KPMG in July 2015. Before leaving the PCAOB, she copied confidential info to a thumb drive and copied it to her home computer. She then told Sweet about it after she started working at KPMG.
In November 2015, Jeffrey Wada started giving confidential information to Cynthia Holder. Holder passed it to Sweet; Sweet passed it to “relevant KPMG personnel.”
In February 2016, the SEC’s Office of the Chief Accountant called in KPMG for a scolding about their crappy inspection results. It was attended by “KPMG’s CEO, KPMG’s Vice Chair of Audit, and [Middendorf].” There were subsequent meetings as well.
Around this same time, Jeffrey Wada was a little frustrated with this job at the PCAOB, specifically that he didn’t get a promotion. He forward the PCAOB-wide promotion list email that did NOT include his name to Cynthia Holder who forwarded it to Brian Sweet.
About a week later, Wada emailed another PCAOB employee who didn’t get promoted, writing, “:I can’t believe we both got screwed last year.” The email, “[i]ncluded […] a cartoon depicting a man with a screw in his back.” That same month, Wada shared 12 issuers audited by KPMG that would be inspected with Holder.
Meanwhile, back at KPMG, Middendorf, Britt, Whittle and Sweet used this list of 12 to initiate “stealth re-reviews” in order to, chiefly, “[protect] KPMG’s monitoring programs” because negative results would constitute a “systemic failure.” The group agreed that the true nature of the “stealth re-reviews” needed to be a secret.
David Britt told a partner — Partner-3 in the indictment — that “Partner-3’s engagement would be inspected and that [he] could not tell Partner-3 the source of [his] knowledge. [He] also told Partner-3 not to tell any other members of Partner-3’s team.” Britt also lied to another partner — aka Partner-1 — about the reason for the re-reviews. According to the indictment: “Their inclusion in the access request was merely an effort to make the re-reviews look legitimate.”
These re-reviews detected problems in some of KPMG audits and the firm was able to take action prior to inspection and to perform additional work well after audit opinions were issued.
Back to the PCAOB leak — Wada read a preliminary list of audits that would be inspected to Holder in January 2017. Holder shared that info with Sweet, who subsequently took it to Whittle and Britt. They decided to notify partners on this list and to assign additional personnel to those engagements. Whittle asked Sweet to “alter an internal inspections list” to cover their tracks.
Also during this time, Jeffrey Wada was passed over for a promotion again, and he was NOT happy about it. He emailed Cynthia Holder his displeasure and we’re blockquoting it here because it’s so fun:
In February 2017, Wada read Holder a list of “approximately 50 stock ticker symbols, representing the full confidential list of KPMG clients to be inspected by the PCAOB in 2017.” You can guess what happens next, right? Yep, she shared it with Sweet and he shared it with the three musketeers. They discussed “which engagement partners should be notified that their engagements had been selected for inspection.”
Reproduzo a seguir o detalhamento da notícia divulgada ontem pela Reuters (vide aqui).
In 2015, when it looked like Sweet would be taking a role with the firm, he made his first mistake: “Sweet […] copied [PCAOB] Documents, as well as other confidential documents, from Sweet’s PCAOB computer to a personal hard drive.” These included “internal PCAOB manuals and guidance; […] comment forms issued in connection with inspections on which Sweet had worked; [and] a list of KPMG engagements to be inspected by the PCAOB in 2015.”
During Sweet’s first week on the job, in early May 2015, Middendorf asked him at lunch “whether a particular Issuer would be the target of a PCAOB inspection; and […] more generally, which KPMG engagements would be subject to inspection that year.”
Middendorf spoke to Sweet later that week, “[telling] Sweet to remember where Sweet’s paycheck came from and to be loyal to KPMG.”
Just a few days later, “Whittle asked Sweet for the list of engagements to be inspected by the PCAOB in 2015, most of which had not yet been officially noticed for inspection by the PCAOB. Whittle told Sweet that Sweet was most valuable to KPMG at that moment and would soon be less valuable.”
The next day, Whittle requested “the banking inspection list.” After discerning that Whittle meant the “inspection list,” Sweet sent it over and said, “Just so you know, it is actually the full list of anticipated inspections (including non-banks). I’d appreciate the team’s discretion to make sure it isn’t too widely disseminated.” Whittle said he understood “the sensitivity” but sent it to Middendorf anyway, writing in an email, “The complete list. Obviously, very sensitive. We will not be broadcasting this.”
The next month, June 2015, Sweet discussed the list with David Britt and wrote in an email, “Please note there is some sensitivity with these, and some of the teams have not yet been officially notified by the PCAOB, so please, use your discretion with this info.” Sweet went on to share the 2015 list with at least one partner who was not yet aware that his/her engagement would be selected for inspection.
That same month, Sweet used confidential PCAOB “risk factors” with a KPMG partner and the data firm that was helping the firm predict which audits would be selected for inspection.
Immediately upon his start at KPMG, Sweet started angling to bring Cynthia Holder to the firm. He wrote to her in an email “I’ve got a meeting set up with the head of the group tomorrow, and pulled together a list of potential hires . . . and put you as the #1 target!!!!)”
A couple weeks later, Holder told the PCAOB Ethics Office that she was “contacted today by a recruiter for KPMG asking if I would be interested in a job at the Firm. I told them that I was not interested . . .” Had she not lied about this to the Ethics Office, she would’ve been immediately removed from any work involving KPMG.
While she was inspecting KPMG, Holder used her position to share confidential info with Brian Sweet, including this gem: “Sweet asked HOLDER to provide Sweet
with an internal, confidential PCAOB Part II deficiencies comment form. On or about May 12, 2015, Holder used her personal email address to email Sweet at his personal email address and provided the requested document. The subject line of the email read ‘Anonymous Email.’ The body of the email consisted solely of an image of a winking-smiley face, and attached the confidential document Sweet requested.”
Also, in one instance Sweet talked Holder out of writing a comment on a KPMG inspection. When Sweet told Thomas Whittle about this, Whittle ” asked whether Sweet had opened his drawer, seen where his paycheck came from, and then advised the PCAOB employee not to write a comment.”
Holder also gave Sweet advanced notice that the PCAOB would be canceling one of its inspections and not replacing it. Sweet shared this information with Whittle and “The PCAOB subsequently notified KPMG that’ it would not inspect Issuer-1.” Sweet also informed Whittle that Holder was the source of all this info to encourage the firm to hire her.
Holder was offered a position with KPMG in July 2015. Before leaving the PCAOB, she copied confidential info to a thumb drive and copied it to her home computer. She then told Sweet about it after she started working at KPMG.
In November 2015, Jeffrey Wada started giving confidential information to Cynthia Holder. Holder passed it to Sweet; Sweet passed it to “relevant KPMG personnel.”
In February 2016, the SEC’s Office of the Chief Accountant called in KPMG for a scolding about their crappy inspection results. It was attended by “KPMG’s CEO, KPMG’s Vice Chair of Audit, and [Middendorf].” There were subsequent meetings as well.
Around this same time, Jeffrey Wada was a little frustrated with this job at the PCAOB, specifically that he didn’t get a promotion. He forward the PCAOB-wide promotion list email that did NOT include his name to Cynthia Holder who forwarded it to Brian Sweet.
About a week later, Wada emailed another PCAOB employee who didn’t get promoted, writing, “:I can’t believe we both got screwed last year.” The email, “[i]ncluded […] a cartoon depicting a man with a screw in his back.” That same month, Wada shared 12 issuers audited by KPMG that would be inspected with Holder.
Meanwhile, back at KPMG, Middendorf, Britt, Whittle and Sweet used this list of 12 to initiate “stealth re-reviews” in order to, chiefly, “[protect] KPMG’s monitoring programs” because negative results would constitute a “systemic failure.” The group agreed that the true nature of the “stealth re-reviews” needed to be a secret.
David Britt told a partner — Partner-3 in the indictment — that “Partner-3’s engagement would be inspected and that [he] could not tell Partner-3 the source of [his] knowledge. [He] also told Partner-3 not to tell any other members of Partner-3’s team.” Britt also lied to another partner — aka Partner-1 — about the reason for the re-reviews. According to the indictment: “Their inclusion in the access request was merely an effort to make the re-reviews look legitimate.”
These re-reviews detected problems in some of KPMG audits and the firm was able to take action prior to inspection and to perform additional work well after audit opinions were issued.
Back to the PCAOB leak — Wada read a preliminary list of audits that would be inspected to Holder in January 2017. Holder shared that info with Sweet, who subsequently took it to Whittle and Britt. They decided to notify partners on this list and to assign additional personnel to those engagements. Whittle asked Sweet to “alter an internal inspections list” to cover their tracks.
Also during this time, Jeffrey Wada was passed over for a promotion again, and he was NOT happy about it. He emailed Cynthia Holder his displeasure and we’re blockquoting it here because it’s so fun:
In February 2017, Wada read Holder a list of “approximately 50 stock ticker symbols, representing the full confidential list of KPMG clients to be inspected by the PCAOB in 2017.” You can guess what happens next, right? Yep, she shared it with Sweet and he shared it with the three musketeers. They discussed “which engagement partners should be notified that their engagements had been selected for inspection.”
A Netflix que quase ninguém vê
A Netflix informou que suas receitas, em 2017, aumentaram em 32%, para 11,7 bilhões de dólares. O mercado reagiu favoravelmente, aumentando o valor da empresa para mais de 100 bilhões. A margem líquida ficou próxima a 5%, com um lucro de meio bilhão.
Mas este sítio aqui não está muito otimista com o desempenho da empresa. No ano passado a Netflix teve um fluxo de caixa livre negativo de 2 bilhões de dólares e a estimativa para este ano é um valor entre 3 a 4 bilhões, negativo. A empresa justifica pelo descasamento entre o fluxo de caixa e a geração de receita: um série leva de 1 a 3 anos para chegar ao público e o crescimento recente fez com que o investimento feito em 2017 só apareça no resultado entre 2018 a 2020.
Isto também afeta seu financiamento: o passivo também aumentou em 2017, mas a empresa foi beneficiada com uma taxa de juros relativamente reduzida.
Mas este sítio aqui não está muito otimista com o desempenho da empresa. No ano passado a Netflix teve um fluxo de caixa livre negativo de 2 bilhões de dólares e a estimativa para este ano é um valor entre 3 a 4 bilhões, negativo. A empresa justifica pelo descasamento entre o fluxo de caixa e a geração de receita: um série leva de 1 a 3 anos para chegar ao público e o crescimento recente fez com que o investimento feito em 2017 só apareça no resultado entre 2018 a 2020.
Isto também afeta seu financiamento: o passivo também aumentou em 2017, mas a empresa foi beneficiada com uma taxa de juros relativamente reduzida.
22 janeiro 2018
Relatório Contábil do Tesouro mostra um governo quebrado
Na coluna de Ribamar Oliveira (4 de janeiro do Valor Econômico, página A2) o destaque é para o realatório contábil do Tesouro divulgado no final de dezembro. Segundo Ribamar:
O Tesouro diz, em seu relatório, que o registro de passivo a descoberto "é comum entre os países que estão implantando as normas internacionais de contabilidade no setor público, como é o caso do Brasil". Mas ressalta que "a extensão tolerável desse passivo a descoberto precisa ser entendida com base em uma análise pormenorizada dos ativos, dos passivos e dos fluxos financeiros do Estado".
O problema não é somente o passivo a descoberto. Segundo a análise, as disponibilidades financeiras estão comprometidas, somente 16% dos créditos tributários e da dívida ativa são recuperáveis, os empréstimos aos Estados e municípios são problemáticos, os dividendos recebidos são decrescentes, a dívida pública aumentou, aumentou o pagamento de precatórios e um grande volume de provisão da previdência não foi reconhecido.
O resultado desse "desequilíbrio estrutural" é o aumento da dívida consolidada líquida (DCL) da União na comparação com a receita corrente líquida (RCL), que é um dos indicadores mais importantes para avaliar a solvência de um ente estatal. No caso da União, o relatório diz que a evolução do indicador nos últimos anos "mostra uma tendência preocupante". A estimativa do Tesouro é que a DCL atingiu 4,01 vezes a RCL no fim de 2017. Até 2013, a DCL acompanhava um valor próximo do dobro da RCL. Em 2001, o governo chegou a propor que o Senado fixasse um limite para a DCL em 3,5 vezes a RCL. O teto nunca foi aprovado. Se estivesse em vigor, a União teria estourado o limite.
O Tesouro diz, em seu relatório, que o registro de passivo a descoberto "é comum entre os países que estão implantando as normas internacionais de contabilidade no setor público, como é o caso do Brasil". Mas ressalta que "a extensão tolerável desse passivo a descoberto precisa ser entendida com base em uma análise pormenorizada dos ativos, dos passivos e dos fluxos financeiros do Estado".
O problema não é somente o passivo a descoberto. Segundo a análise, as disponibilidades financeiras estão comprometidas, somente 16% dos créditos tributários e da dívida ativa são recuperáveis, os empréstimos aos Estados e municípios são problemáticos, os dividendos recebidos são decrescentes, a dívida pública aumentou, aumentou o pagamento de precatórios e um grande volume de provisão da previdência não foi reconhecido.
O resultado desse "desequilíbrio estrutural" é o aumento da dívida consolidada líquida (DCL) da União na comparação com a receita corrente líquida (RCL), que é um dos indicadores mais importantes para avaliar a solvência de um ente estatal. No caso da União, o relatório diz que a evolução do indicador nos últimos anos "mostra uma tendência preocupante". A estimativa do Tesouro é que a DCL atingiu 4,01 vezes a RCL no fim de 2017. Até 2013, a DCL acompanhava um valor próximo do dobro da RCL. Em 2001, o governo chegou a propor que o Senado fixasse um limite para a DCL em 3,5 vezes a RCL. O teto nunca foi aprovado. Se estivesse em vigor, a União teria estourado o limite.
PCAOB e KPMG
No primeiro semestre de 2017 postamos que um funcionário da entidade sem fins lucrativos PCAOB, responsável por fiscalizar as empresas de auditorias, repassou informações sobre a fiscalização que estava ocorrendo na KPMG.
Hoje a Reuters informou que foram três funcionários da PCAOB. Dois deles se transferiram para a KPMG e levaram informações confidenciais com eles. Outro tentou deixar a entidade e não conseguiu. Um deles se declarou culpado. Com a informação repassada, a KPMG reforçava os aspectos que estavam sendo investigados. Assim, faz parte da acusação a empresa de auditoria através de três funcionários. Eles se declararam inocentes. No ano passado a própria KPMG demitiu funcionários em razão do escândalo.
Hoje a Reuters informou que foram três funcionários da PCAOB. Dois deles se transferiram para a KPMG e levaram informações confidenciais com eles. Outro tentou deixar a entidade e não conseguiu. Um deles se declarou culpado. Com a informação repassada, a KPMG reforçava os aspectos que estavam sendo investigados. Assim, faz parte da acusação a empresa de auditoria através de três funcionários. Eles se declararam inocentes. No ano passado a própria KPMG demitiu funcionários em razão do escândalo.
Rir é o melhor remédio
Os moradores de Fucking, na Áustria, convivem com um problema: os turistas, que roubam as placas indicativas da cidade. Com 104 habitantes, o roubo significa mais impostos (e atrai turistas). O mesmo acontecia com Shitterton, na Inglaterra. Lá o problema foi resolvido da seguinte forma: a população encomendou um bloco de pedra, de 1,5 tonelada, com o nome da cidade. Problema resolvido.
Outra placa alvo dos "turistas" é o sinal em East Kent, a meia milha de Ham e perto de Sandwich:
Fonte: Aqui
Outra placa alvo dos "turistas" é o sinal em East Kent, a meia milha de Ham e perto de Sandwich:
Fonte: Aqui
Volatilidade e Bitcoin
Analistas do Deutsche Bank afirmam que há uma relação entre o preço do Bitcoin e a volatilidade do mercado, medida pelo VIX. E que esta relação aumentou nos últimos dias. E a relação seria inversa. Ou seja, quando o mercado apresenta baixa volatilidade, o preço do Bitcoin aumenta.
Segundo o banco alemão, em um ambiente de baixa taxa de juros, baixos spreads e baixa volatilidade, a moedas digitais seriam uma alternativa para tomada de risco para o investidor (e de ganhar dinheiro).
Segundo o banco alemão, em um ambiente de baixa taxa de juros, baixos spreads e baixa volatilidade, a moedas digitais seriam uma alternativa para tomada de risco para o investidor (e de ganhar dinheiro).
18 janeiro 2018
Rir é o melhor remédio
No dia 13 de janeiro um alerta de nível apareceu no Havaí as 8 horas e 7 minutos da manhã. Meia hora depois, mais precisamente as 8:45, divulgou que a informação era falsa. O gráfico abaixo mostra o tráfego no site Pornhub no período. O alerta reduziu substancialmente o número de pessoas acessando o site. Depois de divulgada que a informação era falsa (ou aliviada a tensão), o acesso aumentou muito acima do normal (cor verde)
Evidenciação
Um caso interessante envolvendo a SEC, uma empresa e acionistas que desejam maior transparência aparece aqui.
A empresa AmerisourceBerge atua na área de distribuição farmacêutica. Recentemente a empresa teve que fazer um acordo por não ter um controle efetivo das vendas de substâncias controladas, inclusive opióides, um grupo de medicamentos com efeitos parecidos com o ópio, mas com características químicas diferentes.Além disto, parece existir uma epidemia do consumo desse produto. E algumas pessoas acreditam a evidenciação pode ajudar a reduzir o risco futuro.
Um grupo de investidores propôs votar em uma assembleia sobre estes dois assuntos. O primeiro é maior transparência sobre como a empresa está gerenciando os riscos financeiros e de reputação sobre a epidemia. O segundo assunto é como a empresa lidou com o pagamento do acordo sobre o controle de substâncias feito pelos executivos.
A SEC decidiu que estes dois assuntos devem ser discutidos na reunião anual dos acionistas. O link apresenta mais detalhes sobre o assunto.
A empresa AmerisourceBerge atua na área de distribuição farmacêutica. Recentemente a empresa teve que fazer um acordo por não ter um controle efetivo das vendas de substâncias controladas, inclusive opióides, um grupo de medicamentos com efeitos parecidos com o ópio, mas com características químicas diferentes.Além disto, parece existir uma epidemia do consumo desse produto. E algumas pessoas acreditam a evidenciação pode ajudar a reduzir o risco futuro.
Um grupo de investidores propôs votar em uma assembleia sobre estes dois assuntos. O primeiro é maior transparência sobre como a empresa está gerenciando os riscos financeiros e de reputação sobre a epidemia. O segundo assunto é como a empresa lidou com o pagamento do acordo sobre o controle de substâncias feito pelos executivos.
A SEC decidiu que estes dois assuntos devem ser discutidos na reunião anual dos acionistas. O link apresenta mais detalhes sobre o assunto.
Apple e os impostos
Recentemente o governo dos EUA aprovou uma reforma tributária reduzindo alguns impostos. Um dos pontos da mudança tributária é a redução da alíquota favorecendo as empresas multinacionais.
Ontem a Apple anunciou que irá pagar 38 bilhões de dólares em decorrência desta mudança. Isto seria resultado de um lucro de mais de 200 bilhões obtidos no exterior e que a empresa deseja repatriar. A mudança cortou a alíquota de 35% para 21%. Além disto, a empresa pretende fazer elevados investimentos nos próximos anos, estimados em 30 bilhões de dólares nos próximos cinco anos em gastos de capital.
Ontem a Apple anunciou que irá pagar 38 bilhões de dólares em decorrência desta mudança. Isto seria resultado de um lucro de mais de 200 bilhões obtidos no exterior e que a empresa deseja repatriar. A mudança cortou a alíquota de 35% para 21%. Além disto, a empresa pretende fazer elevados investimentos nos próximos anos, estimados em 30 bilhões de dólares nos próximos cinco anos em gastos de capital.
17 janeiro 2018
Valor de uma assinatura
Eis uma história interessante sobre a dificuldade de determinação de valor de um objeto:
O canal Fox Business levou ao ar esta semana a história dos irmãos Landau – Ned, Roger e Steven –, de Teaneck, no Estado de New Jersey, nos EUA. Quando a mãe morreu, em 2010, deixou de herança um aparelho de chá, algumas porcelanas e uma velha pintura descascada que ficava pendurada na sala de jantar.
O quadro sempre causou arrepios em Ned. “Nunca gostei da imagem. Era uma mulher desmaiada numa cadeira, com duas pessoas tentando ressuscitá-la. Quando era criança, nunca entendi direito porque tínhamos uma pintura tão feia na sala”, disse.
A herança foi parar no porão de Roger. O quadro velho, largado debaixo de uma mesa de pingue-pongue. Por quatro anos, as quinquilharias acumularam poeira, até que os filhos decidiram se livrar de tudo.
O leilão foi em setembro de 2015, mas os irmãos nem sequer acompanharam os lances. No salão, tudo aconteceu como previsto. As porcelanas saíram por mais. A prataria, por um pouco menos. O leiloeiro abriu a venda do quadro pelo lance mínimo: US$ 250. “De repente, os lances chegaram a US$ 5 mil”, lembra Nye. “Tudo foi feito pelo telefone. Era uma guerra entre um alemão e um francês. O preço passou de US$ 100 mil.”
Ainda sem entender, Nye colocou a mulher, Kathy, para repetir os lances do francês, enquanto sua assistente, Amy Ludlow, cuidava do alemão. “Quando o preço passou de US$ 450 mil, as pessoas começaram a ficar angustiadas”, disse Kathy. A guerra acabou quando o alemão fez um lance de US$ 1,1 milhão, seguido de uma confissão: o quadro era de Rembrandt.
Os irmãos Landau só ficaram sabendo da venda dois dias depois. O quadro Paciente Inconsciente, pintado entre 1624 e 1625 pelo jovem mestre holandês, foi revendido em 2016 por US$ 4 milhões. Ned Landau, que nunca gostou da pintura, hoje garante que é uma obra-prima. “Não há Rembrandt mais bonito”, disse ele à Fox. / AP
O quadro que ficou no porão, debaixo de uma mesa de pingue-pongue é esse:
16 janeiro 2018
Direitos Autorais
Em 1998, o governo Clinton dos Estados Unidos promoveu uma alteração na lei de direitos autorais. Basicamente, a nova norma ampliou o prazo de duração dos direitos para 70 anos, para o autor, e 120 anos, para obras de autoria corporativa. Além disto, os trabalhos publicados até início de 1978 tiveram o prazo aumentado em 20 anos, para 95 anos a partir da data de publicação.
A lei ficou conhecida como Sonny Bono em “homenagem” ao deputado de mesmo nome e ex-parceiro de Cher. Ou de maneira irônica, Mickey Mouse Protection Act. Muitas obras criadas em 1923 irão entrar em domínio público em 2019. O ratinho “homenageado” foi criado em 1928. Isto significa que em 2024 estará em domínio público.
O site Ars Technica discutiu a possibilidade da lei ter uma extensão de prazo adicional, protegendo o Mickey do domínio público (via aqui). O site entrevistou lobistas e interessados para saber da possibilidade de uma nova lei.
Segundo o texto, não existiria clima para mudança na lei. No passado, o argumento era que a lei beneficiaria os artistas. Isto seria muito questionável. E os lobistas parecem não estar interessados no assunto.
A lei ficou conhecida como Sonny Bono em “homenagem” ao deputado de mesmo nome e ex-parceiro de Cher. Ou de maneira irônica, Mickey Mouse Protection Act. Muitas obras criadas em 1923 irão entrar em domínio público em 2019. O ratinho “homenageado” foi criado em 1928. Isto significa que em 2024 estará em domínio público.
O site Ars Technica discutiu a possibilidade da lei ter uma extensão de prazo adicional, protegendo o Mickey do domínio público (via aqui). O site entrevistou lobistas e interessados para saber da possibilidade de uma nova lei.
Segundo o texto, não existiria clima para mudança na lei. No passado, o argumento era que a lei beneficiaria os artistas. Isto seria muito questionável. E os lobistas parecem não estar interessados no assunto.
Duas notícias da Arábia Saudita
Duas notícias da Arábia Saudita. A primeira: o hotel prisão de cinco estrelas da rede Ritz Carlton, localizado em Riad, deverá reabrir as portas para os hospedes comuns. Em dezembro de 2017 o governo saudita prendeu diversos princípes e funcionários do alto escalão no hotel de luxo acusando-os de corrupção e fechou o hotel para hóspedes tradicionais. Alguns dos presos já entraram em acordo com as autoridades e estão “devolvendo” dinheiro desviado pela corrupção. Um deles foi libertado depois de pagar 1 bilhão de US$.
A segunda notícia refere-se a oferta pública de ações da Aramco. A empresa está convidando para ajudar no processo somente alguns instituições financeiras que nos anos recentes emprestaram dinheiro para a empresa. Isto deixa de fora o UBS e Merril Lynch. O Barclays também não foi convidado para as negociações.
A segunda notícia refere-se a oferta pública de ações da Aramco. A empresa está convidando para ajudar no processo somente alguns instituições financeiras que nos anos recentes emprestaram dinheiro para a empresa. Isto deixa de fora o UBS e Merril Lynch. O Barclays também não foi convidado para as negociações.
15 janeiro 2018
Poder da variação
No livro Adapte-se, Tim Harford chama a atenção para a importância da variação. O capítulo chama-se Criando Novas Ideias que Importam ou: Variação. Para Harford, um dos princípios básicos para obter novas tecnologias é promover tantos experimentos separados quantos forem possíveis, mesmo que sejam contraditórios ou aparentemente irão falhar (p. 133 da edição brasileira).
Harford afirma que o problema da pesquisa financiada pelo governo é os burocratas gostam de um grande plano e as exceções são consideradas com desconfiança. Ele cita a descoberta de uma medição adequada da longitude, por parte do Royal Observatory, as pesquisas financiadas pelo Howard Hughes Medical Institute (versus o burocrático US National Institutes of Health), entre outros exemplos.
A lição é que o pluralismo estimula pluralismo. Se você quiser estimular muitas inovações, combine muitas estratégias.
Para a contabilidade, a busca pela convergência não seria o oposto do que é defendido por Harford? O país que criar uma maneira diferente de apresentar as informações estaria sendo incentivo pelo atual sistema?
Harford afirma que o problema da pesquisa financiada pelo governo é os burocratas gostam de um grande plano e as exceções são consideradas com desconfiança. Ele cita a descoberta de uma medição adequada da longitude, por parte do Royal Observatory, as pesquisas financiadas pelo Howard Hughes Medical Institute (versus o burocrático US National Institutes of Health), entre outros exemplos.
A lição é que o pluralismo estimula pluralismo. Se você quiser estimular muitas inovações, combine muitas estratégias.
Para a contabilidade, a busca pela convergência não seria o oposto do que é defendido por Harford? O país que criar uma maneira diferente de apresentar as informações estaria sendo incentivo pelo atual sistema?
14 janeiro 2018
Contabilidade no Afeganistão
Um texto do The Economist mostra a profissão contábil no Afeganistão (aqui com restrições aos não assinantes). Em um país destruído pela guerra, o texto mostra o excessivo rigor com que os legisladores estão conduzindo as normas de atuação do profissional no país.
Segundo o texto, em 2009 a capital de 4 milhões de pessoas tinha 20 contadores certificados. E não havia supervisão profissional. Mas a contabilidade não seria condição essencial para o desenvolvimento do capitalismo?
Segundo o texto, em 2009 a capital de 4 milhões de pessoas tinha 20 contadores certificados. E não havia supervisão profissional. Mas a contabilidade não seria condição essencial para o desenvolvimento do capitalismo?
Banco Mundial e o ranking da competitividade
O Banco Mundial assumiu ter alterado intencionalmente a metodologia de um de seus relatórios econômicos mais importantes por vários anos. O economista-chefe do Banco Mundial, Paul Romer, disse ao The Wall Street Journal na sexta-feira que irá corrigir e recalcular os rankings nacionais de competitividade nos negócios divulgados no relatório "Doing Business" de pelo menos os últimos quatro anos. (Fonte: aqui)
As notícias informam que o principal país afetado foi o Chile (veja aqui também). Por coincidência, o antigo responsável pelo cálculo era um economista chileno. Durante o governo da socialista Bachelet o ranking caiu; no governo de Pinera, agora recentemente eleito presidente, o ranking era bastante positivo.
Mas o Chile não foi o único país prejudicado. O destaque para este país está relacionado com a posição do antigo responsável técnico pelo cálculo. Parece algo de pouca importância, mas dois pontos relevantes: (1) a notícia do ranking foi usada politicamente no Chile durante a eleição presidencial, como um argumento contrário ao governo de Bachelet; e (2) o nível de investimento estrangeiro alcançou o pior patamar no Chile nos últimos anos. Assim, pode ser que o ranking tenha alguma influência política e econômica.
As notícias informam que o principal país afetado foi o Chile (veja aqui também). Por coincidência, o antigo responsável pelo cálculo era um economista chileno. Durante o governo da socialista Bachelet o ranking caiu; no governo de Pinera, agora recentemente eleito presidente, o ranking era bastante positivo.
Mas o Chile não foi o único país prejudicado. O destaque para este país está relacionado com a posição do antigo responsável técnico pelo cálculo. Parece algo de pouca importância, mas dois pontos relevantes: (1) a notícia do ranking foi usada politicamente no Chile durante a eleição presidencial, como um argumento contrário ao governo de Bachelet; e (2) o nível de investimento estrangeiro alcançou o pior patamar no Chile nos últimos anos. Assim, pode ser que o ranking tenha alguma influência política e econômica.
12 janeiro 2018
Termo de compromisso da GOL
A CVM decidiu que não cabe termo de compromisso de uma empresa de capital aberto quando ocorreram pagamentos indevidos por parte da empresa. O caso diz respeito a companhia aérea GOL que efetuou pagamento para “agentes públicos”.
A empresa já tinha celebrado um acordo de leniência com o Ministério Público no final de 2016. A acusação era de que a Gol pagou propinas no valor de 4,5 milhões de reais, entre 2012 e 2015, segundo apurado na Operação Lava Jato, através de uma empresa de publicidade. A GOL apresentou um termo de compromisso no valor de um milhão de reais para encerrar processos futuros relacionados com o tema. A CVM entende, no entanto, que existem questões relacionadas com o Comitê de Auditoria da empresa que devem ser apurados, o que tornaria o termo “inconveniente e inoportuno” diante do “estágio atual (muito incipiente) em que se encontram as investigações”.
Além disso, também foram levadas em conta: a natureza e a gravidade das questões contidas no processo (situadas no contexto da Operação Lava-Jato); envolver pessoa politicamente exposta [Eduardo Cunha]; já existir acordo de leniência firmado pela Companhia com o MPF, no qual a Gol se comprometeu a pagar R$ 12.000.000,00.
A empresa já tinha celebrado um acordo de leniência com o Ministério Público no final de 2016. A acusação era de que a Gol pagou propinas no valor de 4,5 milhões de reais, entre 2012 e 2015, segundo apurado na Operação Lava Jato, através de uma empresa de publicidade. A GOL apresentou um termo de compromisso no valor de um milhão de reais para encerrar processos futuros relacionados com o tema. A CVM entende, no entanto, que existem questões relacionadas com o Comitê de Auditoria da empresa que devem ser apurados, o que tornaria o termo “inconveniente e inoportuno” diante do “estágio atual (muito incipiente) em que se encontram as investigações”.
Além disso, também foram levadas em conta: a natureza e a gravidade das questões contidas no processo (situadas no contexto da Operação Lava-Jato); envolver pessoa politicamente exposta [Eduardo Cunha]; já existir acordo de leniência firmado pela Companhia com o MPF, no qual a Gol se comprometeu a pagar R$ 12.000.000,00.
Lembra da Satyam? Agora o auditor foi punido
Há alguns anos, a Índia descobriu uma fraude contábil gigantesca na empresa Satyam. Foi em 2009 e a fraude envolvia a manipulação da receita da empresa, em valores de 1,7 bilhão de dólar.
Agora o regulador do mercado mobiliário do país asiático puniu o auditor por não ter sido capaz de descobrir a fraude contábil. A punição inclui a suspensão de trabalhar com empresas listadas na bolsa da Índia por um período de dois anos e uma multa de 2 milhões de dólares, por ter obtido “ganhos ilícitos” com a atividade de auditoria na Satyam Computer Services.
A empresa de auditoria, uma filial da bigfour PwC, não verificou a veracidade dos extratos bancários mensais, confiou nas informações dadas pela empresa e ignorou os saldos recebidos dos bancos. A auditoria se defendeu dizendo que a fraude foi sofisticada e que isto impediu que o auditor tivesse suspeita do que estava ocorrendo.
Com respeito a punição, a PwC possui hoje 75 empresas onde exerce o papel de auditor. Em 2015 os administradores foram punidos.
Agora o regulador do mercado mobiliário do país asiático puniu o auditor por não ter sido capaz de descobrir a fraude contábil. A punição inclui a suspensão de trabalhar com empresas listadas na bolsa da Índia por um período de dois anos e uma multa de 2 milhões de dólares, por ter obtido “ganhos ilícitos” com a atividade de auditoria na Satyam Computer Services.
A empresa de auditoria, uma filial da bigfour PwC, não verificou a veracidade dos extratos bancários mensais, confiou nas informações dadas pela empresa e ignorou os saldos recebidos dos bancos. A auditoria se defendeu dizendo que a fraude foi sofisticada e que isto impediu que o auditor tivesse suspeita do que estava ocorrendo.
Com respeito a punição, a PwC possui hoje 75 empresas onde exerce o papel de auditor. Em 2015 os administradores foram punidos.
Rebaixamento
A agência de classificação de riscos Standard & Poor’s se antecipou e anunciou nesta quinta-feira, 11, um novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil, de BB para BB-. Com isso, o País fica três patamares abaixo do grau de investimento – uma espécie de selo de bom pagador, que indica que determinada região é segura para os investidores. Sem ele, os financiamentos externos para empresas brasileiras ficam mais caros.
Mais aqui
Ao contrário do texto, a previdência é somente um dos problemas. É certo que ocorreram alguns progressos - redução da inflação e dos juros reais são dois exemplos. Mas existem outros problemas estruturais, como as contas públicas. O rebaixamento já era esperado.
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Ao contrário do texto, a previdência é somente um dos problemas. É certo que ocorreram alguns progressos - redução da inflação e dos juros reais são dois exemplos. Mas existem outros problemas estruturais, como as contas públicas. O rebaixamento já era esperado.
Importante
LEI No 13.615, DE 11 DE JANEIRO DE 2018
Declara o estadista José Bonifácio de Andrada e Silva Patrono da Independência do Brasil.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o O estadista José Bonifácio de Andrada e Silva é declarado Patrono da Independência do Brasil.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 11 de janeiro de 2018; 197o da Independência e 130o da República.
MICHEL TEMER
Sérgio Henrique Sá Leitão Filho
Gustavo do Vale Rocha
Declara o estadista José Bonifácio de Andrada e Silva Patrono da Independência do Brasil.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o O estadista José Bonifácio de Andrada e Silva é declarado Patrono da Independência do Brasil.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 11 de janeiro de 2018; 197o da Independência e 130o da República.
MICHEL TEMER
Sérgio Henrique Sá Leitão Filho
Gustavo do Vale Rocha
11 janeiro 2018
Reconhecimento da receita
Eis o que diz a CVM sobre o reconhecimento da receita, na sua orientação anual:
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC, no ano de 2016, constituiu um grupo de trabalho – GT destinado a avaliar os impactos da nova norma sobre o setor de Incorporação Imobiliária. Dito grupo foi constituído por representantes da profissão – CFC, da academia -FIPECAFI, dos auditores independentes - IBRACON, das companhias abertas - ABRASCA, das empresas do setor – ABRAINC e das áreas técnicas da CVM. Os resultados das discussões e recomendações foram encaminhados ao CPC, que em reunião datada de 02.12.2016 decidiu por maioria posicionar-se no sentido de que está perfeitamente alinhado às IFRSs o método de reconhecimento de receitas denominado POC ou o método denominado chaves, a depender das análises contratuais de cada operação.
As áreas técnicas da CVM, em especial a Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria, asseveram que um nível elevado de distratos observados no setor, ou mesmo a inexistência de um sistema de controles internos, confiável e eficaz, não colocam em questionamento o método POC em si, mas sim o reconhecimento ou não da receita. Esse reconhecimento está condicionado ao grau de confiabilidade quanto à fluidez para a entidade dos fluxos de caixa gerados a partir da receita reconhecida. Importante pontuar bem a questão, pois é a razão de ser da CVM zelar pela qualidade das informações que venham a ser disseminadas no mercado, evitando que usuários em geral, investidores e demais partes interessadas sejam induzidos a erro.
A OCPC n. 04 (R1), com texto adaptado às mudanças normativas, ficou em audiência pública durante o ano de 2017 e o processo foi suspenso por decisão do CPC em decorrência de consulta formulada ao Comitê de Interpretação do IASB – IFRS IC sobre a aplicação ou não do POC em determinados contratos do ambiente brasileiro. Enquanto o processo de discussão da OCPC 04 não for concluído e de forma a permitir a previsibilidade normativa, evitar prejuízos informacionais ao mercado de capitais brasileiro e evitar transtornos aos departamentos de contabilidade e controladoria das empresas, as áreas técnicas da CVM orientam o mercado no sentido de observar o que está previsto na OCPC n. 04 ora vigente, aprovada pela Deliberação CVM nº 653/2010, aplicando-se os ajustes que se fizerem necessários em função da vigência da IFRS n. 15 para 01.01.2018, quando da elaboração das demonstrações contábeis das entidades de incorporação imobiliária no Brasil nos exercícios encerrados em ou após 31.12.2017.
Resta saber se o auditor irá destacar este fato ou não no seu relatório.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC, no ano de 2016, constituiu um grupo de trabalho – GT destinado a avaliar os impactos da nova norma sobre o setor de Incorporação Imobiliária. Dito grupo foi constituído por representantes da profissão – CFC, da academia -FIPECAFI, dos auditores independentes - IBRACON, das companhias abertas - ABRASCA, das empresas do setor – ABRAINC e das áreas técnicas da CVM. Os resultados das discussões e recomendações foram encaminhados ao CPC, que em reunião datada de 02.12.2016 decidiu por maioria posicionar-se no sentido de que está perfeitamente alinhado às IFRSs o método de reconhecimento de receitas denominado POC ou o método denominado chaves, a depender das análises contratuais de cada operação.
As áreas técnicas da CVM, em especial a Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria, asseveram que um nível elevado de distratos observados no setor, ou mesmo a inexistência de um sistema de controles internos, confiável e eficaz, não colocam em questionamento o método POC em si, mas sim o reconhecimento ou não da receita. Esse reconhecimento está condicionado ao grau de confiabilidade quanto à fluidez para a entidade dos fluxos de caixa gerados a partir da receita reconhecida. Importante pontuar bem a questão, pois é a razão de ser da CVM zelar pela qualidade das informações que venham a ser disseminadas no mercado, evitando que usuários em geral, investidores e demais partes interessadas sejam induzidos a erro.
A OCPC n. 04 (R1), com texto adaptado às mudanças normativas, ficou em audiência pública durante o ano de 2017 e o processo foi suspenso por decisão do CPC em decorrência de consulta formulada ao Comitê de Interpretação do IASB – IFRS IC sobre a aplicação ou não do POC em determinados contratos do ambiente brasileiro. Enquanto o processo de discussão da OCPC 04 não for concluído e de forma a permitir a previsibilidade normativa, evitar prejuízos informacionais ao mercado de capitais brasileiro e evitar transtornos aos departamentos de contabilidade e controladoria das empresas, as áreas técnicas da CVM orientam o mercado no sentido de observar o que está previsto na OCPC n. 04 ora vigente, aprovada pela Deliberação CVM nº 653/2010, aplicando-se os ajustes que se fizerem necessários em função da vigência da IFRS n. 15 para 01.01.2018, quando da elaboração das demonstrações contábeis das entidades de incorporação imobiliária no Brasil nos exercícios encerrados em ou após 31.12.2017.
Resta saber se o auditor irá destacar este fato ou não no seu relatório.
Senhas
O information is beautiful pegou as senhas mais populares e colocou num gráfico de nuvem. Este tipo de gráfico enfatiza os dados de maior frequência com um tamanho maior e os dados de menor frequência com um tamanho reduzido. Além disto, eles dividiram as senhas em dez categorias: alfanumérica (exemplo: red123), animais (ex: dolphins, que também é um equipe esportiva), fofo (ex: iloveyou), comida (hotdog), macho (ex: killer), nome (garfield), nerd (bond007), rebelde (badboy), segurança (ex: trustno1) e esportes (ex: jordan23, referente ao ex-jogador e o número da sua camisa)
O meu amigo oculto é ...
Em 2017, a Isabel e a Claudinha tiveram a ideia genial de
reativar o amigo oculto dos blogueiros de contabilidade. E nunca é demais ressaltar
que a ideia das duas foi muito boa. Cada participante deveria depois publicar
um pequeno texto sobre seu amigo oculto e sobre o presente que recebeu. Estou
fazendo isto agora, com quase um mês de atraso.
Recebi três livros do Luis, sendo que já li dois deles e do
Taleb está aguardando o fôlego necessário e suficiente. E o meu amigo oculto é
o Orleans ! Quando fui sorteado com o nome do Orleans senti que precisava de
uma dica de presente. Havia tempos que não falava com ele e tive dúvidas. Solicitei,
anonimamente, dele estas dicas; não sei a razão, mas recusei suas sugestões.
Também não queria correr o risco de mandar livros que ele já tivesse lido. Um
anjo bom deu o conselho: mande uma camisa para ele. Foi o que fiz. Por um
engano meu, não coloquei o meu nome no presente e isto acabou sendo
interessante, já que o Orleans ficou sem saber quem era seu amigo.
Com a sensação de dever cumprido, deixe para escrever um
texto sobre isto para depois. E foram acontecendo uma série de acontecimentos:
participei de banca, orientei, li livros, joguei futebol, remei, assisti alguns
programas na televisão, trabalhei em um livro que estou terminando, trabalhei em um artigo com a Polyana, mandei
artigos para periódicos, revi artigos que retornaram de periódicos, coordenei
um curso de pós, preparei aula para um curso de extensão que irá ocorrer na
próxima semana, respondi e-mails, li livros, assinei documentos, acompanhei
torneio de xadrez, ... Mas fui postergando o texto onde revelava quem era meu
amigo, que já não é mais oculto. Neste ínterim ficava olhando as fotos da
Bonfim, Nara, Mota e outros (que deveriam estar muito mais “apertados” que eu),
livres e soltos em paisagens maravilhosas. Como eles conseguem? E então fiquei
doente, o que me derrubou por uma semana.
Mas agora que revelei meu amigo oculto, espero que ele tenha
gostado do presente. E que possa, no meio do ano, durante o Congresso da
Anpcont, ter um tempinho para perguntar se gostou. Eu gostei do que recebi. E
de participar do amigo oculto. E que venha o próximo.
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