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Mostrando postagens com marcador PwC. Mostrar todas as postagens
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26 maio 2023

PwC e Austrália


O governo australiano encaminhou um escândalo fiscal da PricewaterhouseCoopers à polícia e pediu que considerassem uma investigação criminal à medida que o escrutínio político aumenta.

O ex-chefe de imposto internacional da PwC Austrália, Peter Collins, "usou indevidamente informações confidenciais da Commonwealth", segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira por Steven Kennedy, secretário do tesouro.

Os problemas da empresa de contabilidade se concentram nas revelações de que Collins havia sido barrado pelos reguladores por vazar segredos do governo - obtidos enquanto ele estava em um conselho consultivo confidencial - para outros funcionários da PwC.

Fonte: aqui


15 janeiro 2023

Americanas

Domingo, 15 de janeiro. O grande fato da semana na área contábil brasileira, talvez o grande fato no ano, é a questão da empresa Americanas. Após minhas diversas leituras sobre o assunto, decido fazer esta postagem tratando dos principais atores do caso. 

Recapitulando, logo após assumir o cargo de principal executivo da empresa de varejo Americanas, Sérgio Rial, em conjunto com o executivo de finanças da empresa, Andre Covre, disse que a empresa estava com algumas “inconsistências contábeis”, no valor estimado de 20 bilhões de reais. A notícia pegou muitos de surpresa e, logo após o comunicado, Rial e Covre deixaram a empresa. Este seria um breve resumo da situação. Vamos olhar agora os principais personagens da história.

Sérgio Rial (e Andre Covre) – este talvez seja o personagem mais interessante do enredo. Vindo do Santander, onde comandou a importante instituição financeira durante anos, Rial foi contratado para  melhorar a empresa. Por sua rede de contatos e ter origem bancária, é possível que Rial já conhecesse o problema da empresa, antes de 2023. Em alguns textos, Rial aparece como alguém que “descobriu” as inconsistências com alguns dias no cargo. Mas eu desconfio seriamente se realmente foi uma descoberta ou se Rial talvez só tenha percebido a dimensão do problema quando assumiu o cargo. Durante a conferência, na qual a notícia chegou ao público, Rial usou a terminologia “inconsistência”, mas comentou que era “não material”. Mas um valor de R$20 bilhões de inconsistência, mesmo em uma empresa do porte das Americanas, é certamente material. 

Após o anúncio, Rial deixou a empresa e foi trabalhar na 3G. Isto é muito estranho para quem está olhando o que ocorreu nos últimos dias. Afinal, a 3G é a principal acionista da empresa e Rial foi o “responsável” por uma grande perda. 

3G – A 3G Capital possui participações na Inbev e também na Kraft, que fez uma despesa com goodwill, em razão do teste de impairment, no valor de 15 bilhões de dólares, que resultou em uma investigação da SEC e multa do regulador. Há alguns meses a 3G, grande controladora das Americanas, fez uma mudança societária, na qual sua participação foi reduzida. Logo após o anúncio sobre as "inconsistências", a 3G divulgou um reforço de capital, que irá elevar sua participação acionária. Se a 3G perdeu com a queda das ações, o reforço de capital pode ser feito em um momento propício. Mas, novamente: qual a razão de contratar Rial para a 3G? 

Governança Corporativa da empresa – Rial assumiu o posto no lugar de Miguel Gutierrez, que foi funcionário da empresa, e seu principal executivo, durante anos. A cultura da empresa era caracterizada por uma boa remuneração para seus principais funcionários em renda variável, especialmente ações da própria entidade. Uma característica de gestão da 3G é observar o comportamento dos seus funcionários através de metas e uma forte pressão para atingir os objetivos determinados. Isto cria um ambiente propício para um esforço enorme da gestão, mas também induz a todo tipo de manipulação. Se existia inconsistência contábil, onde estava o Conselho Fiscal da empresa ou os gestores anteriores? Certamente o problema começou bem antes de 2022 e cabe investigar de que forma a cultura organizacional da empresa teve seu papel de destaque. 

Reguladores – Logo após as primeiras notícias, a Comissão de Valores Mobiliários e o Conselho Federal de Contabilidade vieram a público para responder ao assunto. A CVM já instalou processos e esperamos que isto resulte em punição, inclusive pecuniária. O CFC, sempre avesso à polêmica, saiu com um comunicado usando o termo “inconsistência”, indicando que comprou o enredo da empresa. Mas não sabemos se haverá um processo instaurado. Esperamos que o CFC não seja omisso. 


Auditor – Deixe este para o final, pois a atuação da PwC tem sido criticada de várias formas. A empresa, até esta data, não tem nenhum comunicado sobre o assunto na sua página oficial, o que é uma frustração. Logo após o anúncio, algumas pessoas fizeram um prognóstico apressado sobre a sobrevivência da empresa. O caso não irá ameaçar esta Big Four. Afinal, a PwC auditava a Petrobras e todos sabemos como aquilo deveria ser o fim do poço para uma empresa auditoria e nada ocorreu. Talvez pague um pequena multa, em relação ao seu faturamento, para o regulador e tenha seus auditores suspensos da função. Mas algo mais? Não creio. Neste momento, seria importante discutir o modelo de auditoria que adotamos no mundo capitalista. Mas isto não irá ocorrer, sendo realista. 

03 março 2022

Relembrando o caso Yukos


No início do século, a Yukos, uma empresa atuante na extração, transporte, refino e distribuição de petróleo, era de propriedade de Mikhail Khodorkovsky. Após a queda da União Soviética, Khodorkovsky foi um os beneficiados com o processo de privatização e adquiriu a empresa em 1991. O problema é que Khodorkovsky caiu em desgraça e tornou-se inimigo de Putin. Em 2003 o empresário foi preso e acusado de impostos atrasados, em uma dívida de 27,5 bilhões de dólares. 

Acusado de vários crimes, incluindo fraude, roubo e sonegação fiscal, Khodorkovsky foi condenado a nove anos de prisão, em um processo que durou alguns meses. A empresa foi vendida e posteriormente a estatal Rosneft comprou a adquirente, em 2007. Há uma desconfiança que Putin quis mostrar seu poder para os oligarcas e Khodorkovsky serviu de exemplo; depois dele, todos ficaram subservientes ao manda-chuva russo.

A história a seguir você não acha na Wikipedia, mas está relatada por Francine McKenna. O caso de Trump e Mazzers e a invasão da Ucrânia trouxe de volta os fatos ocorridos há 15 anos. Para constituir o processo contra o oligarca, a justiça russa precisava do apoio da empresa de auditoria que tinha assinado as demonstrações financeiras da Yukos até 2003. Durante dez anos, este trabalho tinha sido realizado pela empresa PwC - entre 1995 a 2004. Seria importante, para os promotores, que a PwC reconhecesse que as acusações eram verdadeiras. 

O governo fez batidas policiais no escritório da PwC em Moscou e montou um processo de investigação criminal por pagamento insuficiente de impostos. A pressão foi muito grande e chegou a ser destaque no Wikileaks, o vazamento de informação que ocorreu logo depois. Em 2007 já estava claro que Putin tinha vencido a queda de braço contra a PwC, que tinha a licença para trabalhar na Rússia sob ameaça. Já no primeiro semestre de 2007, a PwC "reconheceu" a imprecisão, negaram o trabalho realizado anteriormente e afirmaram que os executivos da Yukos mentiram e engaram a empresa. Isto foi dito em junho de 2007. 

Os antigos executivos não gostaram e afirmaram que a posição da PwC afetava sua reputação. Antes disto, os funcionários da PwC russa foram levados para interrogatórios em março e um mês depois três empresas estatais comunicaram que não renovariam os contratos de auditoria com a PwC. O chefe de escritório da PwC em Moscou, Michael Kubena, tentou manter sua posição, mas seis interrogatórios fez com que Douglas Miller, um dos partners da PwC na Yukos, recomendou que ocorresse uma mudança na posição. 

Segundo está no texto de Mckenna, uma pessoa da equipe de defesa de Khodorkovsky teria dito que não teria nada contra a PwC: "eles tinha uma arma apontada na cabeça"

13 agosto 2021

PwC e contratação de 100 mil funcionários


Uma das Big Four, a PwC anunciou uma mudança, investindo pesadamente em mão de obra. No seu anúncio, a empresa falou no aumento em 100 mil novos funcionários, uma expansão para 284 mil. Uma grande parte das contratações serão de estudantes de minorias étnicas, aumento nos negócios na Ásia e Pacífico, o foco no ESG (ambiente, social e governança, na ordem) e aquisições. 

Trata-se da "maior mudança estratégica" desde a compra da empresa de consultoria Booz & Co em 2014. Em termos financeiros, trata-se de investimento de 12 bilhões. O anúncio foi destaque no Financial Times

27 setembro 2019

Porta giratória na regulação contábil

A seguir um texto crítico, de Eleanor Eagan, sobre o fato de funcionários de agências reguladoras serem contratados por empresas de auditoria.

Em maio, Wesley Bricker, contador-chefe da Comissão de Valores Mobiliários (SEC), anunciou que estava deixando o cargo. No início do mês passado, soubemos onde ele havia ido: PricewaterhouseCoopers (PwC), uma das auditorias "Big Four", como vice-presidente e líder de garantia para os EUA e o México. Com esse movimento, Bricker completou sua quarta volta pela porta giratória entre a PwC e a SEC. Embora aparentemente notável, sua trajetória de carreira é emblemática das linhas quase inexistentes entre reguladores e aqueles que eles são encarregados de regular. Como esse exemplo deixa claro, agências como a SEC, para que trabalhem para o bem público, não serão apenas uma questão de escolher bons funcionários, mas também de mudar a cultura e as expectativas do pessoal em todos os escalões dessas entidades.

Para entender por que a decisão da Bricker nos preocupa, é preciso investigar brevemente o mundo das auditorias corporativas. Embora a maioria das pessoas associe a SEC à aplicação de informações privilegiadas, a Comissão também desempenha um papel importante para garantir que as empresas sejam honestas sobre sua situação financeira, ajudando a evitar fracassos no estilo da Enron.

Então, como isso se desenrola? As empresas de capital aberto devem passar por uma auditoria externa de suas finanças e controles internos a cada ano. Essas auditorias são realizadas por empresas privadas supostamente independentes, geralmente uma das “Big Four” (PwC, KPMG, Deloitte ou Ernst  Young). As auditorias dos auditores são, por sua vez, auditadas periodicamente pelo Conselho de Supervisão Contábil de Empresa Pública (PCAOB) , uma empresa sem fins lucrativos que se reporta à SEC.

O problema está na suposta independência dos auditores privados. Os auditores são pagos por seus clientes - as empresas que eles investigam - por seu trabalho. Portanto, eles dependem de relacionamentos positivos com aqueles que estão auditando para criar clientes recorrentes. Destacar os erros de uma empresa com muita freqüência pode levar a outros caminhos e é por isso que os auditores geralmente corrigem, em vez de reportar , os erros de uma empresa.

O PCAOB e a SEC devem impedir que os auditores se comportem dessa maneira. No entanto, como muitas pessoas já trabalharam (e parece que provavelmente trabalharão novamente) para os quatro grandes auditores em questão, sua capacidade de agir como uma salvaguarda robusta contra abusos desenfreados gera ceticismo.

Isso nos leva de volta ao funcionário em questão, Wesley Bricker. Como contador-chefe , Bricker tinha um grande poder para influenciar os padrões contábeis e determinar o escopo e a severidade da aplicação. Dada sua vasta experiência trabalhando para uma das entidades que ele foi encarregado de regular, no entanto, é difícil acreditar que ele tenha se dedicado totalmente a esse trabalho.

Mesmo se ele tivesse, no entanto, sua decisão de retornar à PwC justifica uma preocupação por si só. Em seu tempo como contador-chefe, Bricker, sem dúvida, adquiriu um conhecimento íntimo dos pontos fortes e fracos da SEC. Ele está, atualmente, em uma posição sem dúvida melhor do que qualquer pessoa no mundo para ajudar os auditores a evitar um escrutínio regulatório. Talvez por isso, a PwC esteja tão feliz por tê-lo de volta.

A integridade das auditorias financeiras pode parecer um assunto sem graça, mas tem implicações importantes para os trabalhadores. O colapso da Enron tirou milhares de pessoas do emprego e destruiu suas economias de aposentadoria. Os auditores das "Grandes Quatro" negligenciaram grande parte da fraude que ajudou a travar a economia em 2007.

Idealmente, poderíamos confiar que os reguladores de todo o sistema estavam trabalhando firmemente para avançar e defender o interesse público. Como a trajetória de carreira de Bricker demonstra, no entanto, essa confiança pode ser irracional.

Fonte: SEC Chief Accountant's Trip(s) through the Revolving Door are Emblematic of a Broader Problem, Eleanor Eagan, Center for Economic and Policy Research (CEPR)

23 julho 2019

Auditoria no Reino Unido

Segundo o The Guardian, o último relatório do Financial Reporting Council (FRC) chegou e descreve mais do mesmo. Uma em cada quatro auditorias em todo o setor, no Reino Unido, está abaixo do padrão, portanto, o desempenho não chega nem perto da meta de aceitabilidade do regulador de 90%. Nenhuma das empresas alcançou essa pontuação. A PwC substituiu a KMPG como a retardatária das Big Four, com apenas 65% de suas auditorias consideradas aceitáveis. A PwC marcou 90% recentemente, há dois anos.

O pior desempenho foi o da Grant Thornton, onde quatro das oito auditorias inspecionadas não estavam à altura. A qualidade da Grant Thornton é "inaceitável" e "uma questão de profunda preocupação", disse o FRC.

Naturalmente, todos podem divulgar um plano de ação mostrando como mais dinheiro será investido em tecnologia, pessoas e treinamento. Ano após ano, no entanto, o estudo da FRC aponta o mesmo fracasso cultural profundo: a incapacidade dos auditores em empregar o ceticismo profissional e em desafiar as suposições da administração.

A familiaridade, o regulador sugere, é um fator. Um auditor pode vir ver a empresa, e não os investidores, como “o cliente”. Até que essa mentalidade mude, é questionável se algum nível de investimento moverá o indicador de maneira significativa.

O remédio proposto pela Autoridade de Concorrência e Mercados é uma “separação operacional” entre as divisões de auditoria e consultoria das empresas. As duas metades teriam equipes de gerenciamento, contas e bônus pools separados.

Segundo Nils Pratley, editor financeiro do The Guardian, a política representaria um começo. No entanto, essa situação também exige multas que realmente doam.

Em casos particularmente cruéis, o FRC pode se incitar a impor multas de 10 milhões de libras aos auditores. Tal soma pode soar robusta, mas mal conta como pequena mudança nesta indústria. Os lucros da PwC no Reino Unido no ano passado foram de £ 935 milhões, o que permitiu que os 915 sócios ganhassem uma média de £ 712.000 cada, um aumento de 9% no ano. Os números são semelhantes em outras grandes empresas.

Fonte: Aqui, com adaptações.

19 fevereiro 2019

BT: Segue o jogo


Parece que algo está ocorrendo com os problemas contábeis que aconteceram com a BT na Itália. No início de 2017, noticiou-se que a filial italiana da empresa de telefonia britânica BT tinha receita superestimadas e outros problemas contábeis. O executivo da filial e outros gestores estão agora sendo responsabilizados por um caso que levou a uma amortização de 513 milhões de libras do balanço da BT. A investigação criminal deve resultar em acusações contra três executivos, que terão três semanas para apresentar sua defesa.

Quem era o auditor? A PwC, cujo sócio italiano está sendo também investigado. A acusação dos promotores é que Andrea Alessandri, líder da equipe da PwC, tenha falsificado a auditoria.

21 agosto 2018

Auditoria

Parece notícia velha. Em lugar da PwC, entra a KPMG. Em lugar da BHS, uma empresa de moda chamada Ted Baker. A multa foi de 2,1 milhões de libras aplicada pelo FRC, o que mesmo que multou a Price há dias. O motivo foi a KPMG ter prestado serviço de perícia para Ted Baker

Enquanto isto no Brasil, na divulgação do balanço da Caixa, o parecer da PwC foi com ressalva:

A PricewaterhouseCoopers (PwC) manteve ressalvas no balanço do segundo trimestre da Caixa devido a investigações de supostos casos de corrupção envolvendo executivos do banco público. A consultoria explica que as demonstrações financeiras da instituição estão adequadas com exceção da seção “base para opinião com ressalva” uma vez que as ações em questão estão em andamento e os possíveis impactos decorrentes não são conhecidos.

“Consequentemente, não foi possível determinar se havia necessidade de ajustes ou divulgações adicionais relacionados a esse assunto sobre as demonstrações contábeis consolidadas em 30 de junho de 2018”, acrescenta a PwC, em relatório que acompanha as demonstrações financeiras da Caixa.

A EY foi recentemente punida pela CVM por não respeitar as normas de contabilidade na empresa TPI em 2012 com uma multa de 650 mil reais. O auditor foi suspenso por dois anos. A EY regateou o valor e reduziu para 350 mil.

Este é também o valor que será pago pela PwC por problemas na auditoria da ALL de 2012 a 2014. O problema foi a contabilização da ALL no capital da Vetria Mineração:

Segundo a área técnica, os registros contábeis referentes à aquisição do controle compartilhado da Vetria, bem como aqueles referentes aos reflexos da utilização da contabilidade de hedge, não teriam representado adequadamente os eventos econômicos e os desdobramentos ao longo do tempo, de forma que estariam em desacordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

19 agosto 2018

PwC, lobby e carne

Enquanto entra no mercado de fraude de carne e ganha uma montanha de dinheiro fazendo lobby para uma reforma tributária, a empresa de PwC parece não ter o mesmo sucesso no seu negócio principal: a auditoria. Recentemente, o regulador inglês, o FRC, multou a PwC por falhas no seu trabalho na empresa BHS. A auditoria não apontou risco de continuidade na empresa BHS, que depois foi vendida por uma libra. A multa, de 6,5 milhões de libras, é recorde.

Segundo um relatório da FRC, o auditor sócio da PwC, responsável pela conta, dedicou duas horas ao trabalho. E o restante do trabalho foi feito, aparentemente, por subordinados.

Sobre o mercado de fraude, a PwC estaria desenvolvendo uma tecnologia para rastrear o que o animal comeu, como ele foi criado e onde foi processado. O negócio de lobby já é mais polêmico, pois parece envolver conflito de interesse entre o trabalho de auditor e a matéria tributária.

30 julho 2018

Se tiver dúvida, mande um estagiário ...

Há pouco publicamos um texto extenso sobre a crise na auditoria e as potenciais soluções (mais aqui). Lá comentamos da multa de 625 milhões de dólares que a juíza Barbara Rothstein mandou cobrar da PwC. Agora, lendo mais um texto sobre o assunto, um fato curioso chamou a atenção.

Segundo a Reuters (via aqui)

Depois que um auditor que supostamente entendia as transações desistiu, dizendo que eles estavam "acima de seu salário", a PwC designou um estagiário da faculdade para avaliar o ativo de quase US $ 600 milhões.

11 maio 2018

Muralha da China e o Popular

Durante 30 anos, a empresa PwC auditou o Banco Popular, uma instituição financeira espanhola. Em nenhum momento, a empresa de auditoria fez ressalva na contabilidade do Popular. O sexto maior banco da Espanha começou a apresentar problemas em 2017. Em poucos dias, o Popular foi adquirido pelo Santander por um euro.

No balanço de 2016, com prejuízo de 3,5 bilhões, a PwC só apresentou uma parágrafo de ênfase. Depois de vendio ao Santander, o Popular teve um prejuízo divulgado de 12,2 bilhões e a PwC, neste momento, fez um parecer mais realista. A empresa de auditoria ainda está sendo investigada sobre possíveis crimes cometidos no trabalho no Popular. A PwC também é a empresa que faz a auditoria no Santander.

O jornal El País revelou que durante a crise do Popular, um outro banco, o BBVA, analisou a possibilidade de fazer uma oferta. No mês de maio de 2017, o BBVA analisou o Popular; e entre os dias 4 e 6 de junho novamente discutiu esta possibilidade. O Popular foi liquidado entre os dias 6 e 7 de junho. O BBVA decidiu não fazer uma oferta em razão

un gran déficit de provisiones para cubrir los créditos inmobiliarios y los de pymes, así como un gran riesgo por los posibles litigios legales de los afectados, por los créditos fiscales y por otros riesgos genéricos.

El BBVA calculó que, para absorber al Popular, necesitaba una ampliación de capital de 13.900 millones, casi el doble de la cantidad que precisó el Santander para adquirirlo.

Um fato importante nesta análise. Segundo o El País, o BBVA contou com a assessoria de um empresa de auditoria. Quem?

Fuentes de PwC y del BBVA no hicieron comentarios sobre esta cuestión por motivos de confidencialidad en sus contratos de colaboración. Esta colaboración no es ilegal ya que las auditoras tienen otros departamentos que realizan trabajos de asesoría y trabajan con el principio de “muralla china”, es decir, sin comunicación de información.

14 fevereiro 2018

Auditoria pelo mundo

Em junho de 2017, o Banco Popular, um dos maiores da Espanha e com uma forte participação em negócios com pequenas e médias empresas, teve suas ações suspensas e, depois de uma intervenção por parte dos reguladores espanhóis, foi vendido por 1 euro para o Santander. Antes disto, em maio de 2017, a empresa de auditoria Deloitte foi contratada pela Junta Única de Resolución (JUR) para avaliar a instituição e fez uma análise negativa. Agora, o El Mundo divulgou que em 2016 a Deloitte tinha assessorado o banco, num aparente conflito de interesse com o trabalho realizado na fase mais conturbada da entidade. A Deloitte informou que a remuneração de mais de 300 mil euros era para assessorar na implantação da IFRS 9.

Da Espanha para África do Sul. A PwC foi contratada pela Steinhoff para investigar como ocorreram as irregularidades contábeis na empresa de varejo (o auditor era a Deloitte). Com os problemas, a empresa de varejo perdeu 15 bilhões de dólares de valor de mercado. Agora parece que a PwC apresentou um relatório sobre o escopo das investigações conduzidas nos últimos dias.

A mesma PwC e novamente a Espanha. O Instituto de Contabilidad y Auditoría de Cuentas (ICAC), subordinado ao Ministério da Economia do país europeu, multou a PwC em 10,5 milhões de euros por falhas graves nos seus trabalhos na empresa AENA, que atua no ramo de administração de aeroportos.

El Instituto de Contabilidad y Auditoría considera que PwC, que dirigió la salida a Bolsa de AENA, no podía haber realizado la adaptación de la contabilidad a las nuevas Normas Internacionales de Contabilidad (NIC), como sí hizo, ni tampoco podía traducir al inglés los estados contables, como también realizó.

Las nuevas normas contables establecen límites a los auditores y restringen la prestación de otros servicios y que cobren por otros trabajos para garantizar la independencia de las firmas.

Uma atualização: um grupo de minoritários do LCB, uma instituição falida acusada de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas e associação com o Hizbollah, com sede no Líbano, acusam a filial da Deloitte no Líbano de falhar no seu papel.

06 fevereiro 2018

Interesse de quem?

Como parte do acordo feito pela Petrobras nos Estados Unidos para encerrar a ação coletiva os acionistas, a empresa de auditoria PwC irá pagar 50 milhões de dólares. A PwC é o auditor da empresa. Os acionistas compraram ações da empresa entre 2010 e 2015.

Uma das frases, registrada neste site, é a seguinte:

"O acordo garante a prestação de contas para aqueles cujo dever é proteger os interesses dos acionistas, e não dos seus clientes corporativos" Jeremy Lieberman)

02 fevereiro 2018

Oscar, PwC e uma nova atitude

Depois de anos usando o prêmio Oscar, a empresa de auditoria PwC optou, neste ano, pela discrição. A razão foi o vexame que ocorreu no ano passado, na confusão do prêmio de melhor filme. A PwC anunciou mudanças nos procedimentos, para evitar a repetição do ocorrido, e somente isso.

Segundo lembrou o Going Concern, a PwC passou anos vangloriando do seu papel na cerimônia do Oscar, com entrevistas, detalhando os cuidados e promovendo sua participação. Agora, nenhum comunicado à imprensa e a página do sítio da empresa com os detalhes da votação foi retirada.

27 janeiro 2018

PwC apela da expulsão da Índia

Recentemente a empresa de auditoria PwC pegou uma pena de dois anos sem trabalhar na Índia em razão das falhas cometidas com a Satyam. Em 2009 a auditoria não conseguiu captar a manipulação que estava ocorrendo na empresa.

Agora, segundo o Accounting Today, a empresa apelou para a revisão da pena. E parece que a análise será feita de forma bastante ágil, até final de fevereiro.

24 janeiro 2018

Oscar vai para ...

O Oscar de 2017 teve como destaque uma empresa de auditoria. Para quem não lembra, no momento da entrega do prêmio de melhor filme, ocorreu uma confusão envolvendo o funcionário da empresa responsável pelo "ritual do envelope", a PwC.

Agora foram anunciados os candidatos ao prêmio e o fato ocorrido no ano passado é lembrado. Apesar do problema ocorrido, a organização não considerou isto grave o suficiente para trocar a auditoria. A PwC adotou "novas" regras para evitar o problema e o erro humano. A Academia de Cinema, responsável pela premiação, parece que considerou o problema como um "simples erro humano"

"Ainda assim, foi um grande erro humano, e foi um erro humano muito público"

07 novembro 2017

Fracasso do IBM Watson na Medicina


[..]

However, with all the sound and fury that attends artificial intelligence and machine learning today, it is easy to lose sight of the fact that these are early days. Failures might be as likely as successes.

That is a hard and expensive lesson that IBM and one of its customers — the MD Anderson Cancer Centre of Texas — have learned over the last five years.

And it is important not to sheet all the blame home to IBM. PricewaterhouseCoopers was paid $US23 million for its part of the project yet, despite contractual stipulations, the program was never piloted. Likewise, MD Anderson hardly followed the project management textbook, and its travails have as much to do with poor governance — the traditional killer of technology projects through the ages. The CEO of MD Anderson, Dr Ronald DePinho, resigned yesterday, admitting a failure of management. His wife, Dr Lynda Chin, was the leader of the project.

An audit of the failed AI project by the University of Texas graphically showcases all the ways in which the dreams of artificial intelligence can turn into nightmares and multimillion-dollar black holes.

[...]

The first stage got rolling after an initial payment of $US2.4 million. Four years later, the project had blown out to more than $US60 million. The research fund was overdrawn by nearly ten million dollars, and the Oncology Expert Advisor developed by IBM was little better than vapourware. It remains unusable.
Fonte: aqui

Outra reoportagem sobre o mesmo tema:


[...]

Will Watson eventually make a difference in improving health outcomes and lowering costs? Probably, says Stephen Kraus, a partner at the VC firm Bessemer Venture Partners who focuses on health care and has invested in AI health-care startups. “It’s all for real,” says Kraus. “This isn’t about putting out vaporware in order to boost stock prices.” But Kraus joins most experts in cautioning against unrealistic timelines or promises—some of which have come from IBM itself. “This is hard,” he says. “It’s not happening today, and it might not be happening in five years. And it’s not going to replace doctors.”

Fonte: aqui

06 outubro 2017

PwC, Barclays e Tesco

Fonte: Aqui
A empresa de auditoria PwC estava sendo investigada desde 2014 por seu trabalho no banco inglês Barclays. O banco havia sido multado em £37.7m por falhar em manter o seu próprio dinheiro separado do de seus clientes. A PwC havia sido a firma de auditoria responsável pelo Barclays por 120 anos.

Ontem o Financial Times reportou que o órgão de controle contábil do Reino Unido (FRC) desistiu da sua investigação sobre a PwC. A conclusão foi de que era improvável que se provasse que a empresa de contabilidade agiu de forma inapropriada.

Em junho, a FRC também abandonou uma investigação sobre a auditoria da PwC sobre a Tesco, iniciada após o supermercado se envolver em um escândalo contábil de alto perfil.

05 outubro 2017

PwC com receita de US$ 38 bilhões

A PwC divulgou uma receita recorde de US$ 38 bilhões no último exercício, mas por pouco não recuperou o seu título de maior empresa de auditoria da Deloitte, que registrou uma receita anual de US$ 39 bilhões.

Como as outras Big Four, a PwC reduziu sua dependência das receitas de auditoria e vêm desenvolvendo outras áreas mais lucrativas, como consultoria e assessoria fiscal.

O presidente da PwC, Bob Moritz, disse que a concorrência com seu maior rival não é uma preocupação. "Eu não estou interessado em ser o maior, eu preferiria ser o melhor", disse. Ele acrescentou: "Estou feliz com os resultados - eles estão equilibrados em todos os lugares em que estávamos tentando focar. Há margem para melhorias, mas foi um mercado realmente difícil em termos de economia, política e tudo mais ". Moritz disse que a divisão de auditoria - que no ano passado pegou vários grandes clientes, incluindo Allianz, Rolls-Royce e Deutsche Bahn - continuará a ser parte integrante dos seus negócios.

A PwC também divulgou pela primeira vez os resultados da revisão interna de suas auditorias. A empresa afirmou que, em 2016, 93% das auditorias estavam condizentes com as expectativas.


22 setembro 2017

Auditoria: o quarteto fantástico

Fonte: Aqui
O Neil Collins escreveu um artigo interessante sobre as grandes empresas de auditoria e como continuam a sobreviver meio a tantos problemas.

Há muitos anos atrás a Price Waterhouse anunciou que queria se fundir com a Cooper Brothers. Alguns consideraram uma má ideia, pois reduziria significativamente o número de empresas de contabilidade internacionais, que já era pequeno. As autoridades não tiveram poder ou interesse em vetar o acordo.

Alguns anos depois a Enron explodiu, levando a Arthur Andersen com ela. Passaram então a haver apenas quatro grandes empresas de auditoria internacionais.

Esse grupo de quatro empresas, também conhecido como Big Four (PwC, KPMG, Deloitte e EY), roda as principais atribuições entre si. As empresas são trazidas para investigar as falhas umas dos outras, já que não há alternativa realista. Essas empresas são tão grandes que atualmente nenhuma quantidade de fusões criaria uma quinta empresa internacional para competir com elas. Elas estão tão longe da concorrência que dificilmente as grandes empresas se arriscam a nomear alguém fora do “quarteto fantástico”.

Nesta semana ficou claro que a KPMG não é fantástica. Ela deu à HBOS um parecer favorável meses antes de o banco ter que ser resgatado e ter que sofrer uma investigação pelo regulador do mercado britânico, o Financial Reporting Council (FRC). Felizmente, o órgão concluiu que a auditoria da empresa em 2008 estava dentro dos padrões esperados. Infelizmente, essa conclusão foi tão fora do senso comum que tornou o FRC motivo de piada.

A KPMG também foi a auditora dos interesses da família Gupta, na África do Sul. Alguns executivos já foram demitidos, mas se a KPMG fose uma empresa incorporada e listada, a combinação de duas grandes falhas como essas seria o suficiente para afetar os altos executivos e, talvez, ameaçar a sobrevivência da entidade.

As auditorias não são assim, mais parecendo franquias operando em cada país. A publicação das suas demonstrações financeiras sempre parece ser muito aquém da divulgação que a lei exige para os seus clientes e a sua compartimentalização quase à vácuo é o suficiente para suportarem até mesmo desastres tão grandes quanto aos que têm ocorrido.

No fim das contas, como a KPMG, PwC, Deloitte e EY poderiam dizer, elas são muito poucas para quebrarem.