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12 agosto 2022
19 junho 2021
12 maio 2019
Esse negócio de dar lucro está ultrapassado
Um texto hilário, criativo e inteligente, indicado pelo professor Cláudio Santana.
Carlos Sandoval é um executivo fictício fruto da imaginação de Ricardo Mioto, que está lançando pela Record o livro "Breve História Bem-Humorada do Brasil". (Que pretendo ler em breve! Este texto foi muito bem escrito e espero que o livro seja tão prazeroso quanto.)
Meu nome é Carlos Sandoval e sou CEO de uma grande empresa brasileira. Venho a público pedir um pouco de paciência aos acionistas com os nossos prejuízos. A culpa é dos ‘não recorrentes’ — nossa não recorrência de vendas, por exemplo. Veja que houve imprevistos cambiais também. Tivemos azar. Se a cotação do dólar estivesse no patamar de 2016 na hora em que fechamos as vendas e no nível de 1995 quando compramos os insumos, teríamos ganhado um caminhão de dinheiro. Só um cego não enxerga o potencial deste negócio.
É verdade que estamos um pouco alavancados. Fizemos uma conta aqui. Pegue nosso prejuízo líquido de R$ 232 milhões, impactado pelo custo da dívida. Agora pense no que eu sempre digo para os nossos jovens talentos: temos que fazer benchmark com os melhores. No caso, o governo japonês. Se conseguíssemos renegociar os juros que pagamos, levando-os a valores negativos, podemos multiplicar nossa dívida por 40 e teremos lucro líquido de R$ 32 bilhões no próximo ciclo.
Sugeri apresentar esse número no balanço como o “lucro líquido ajustadíssimo”. Disseram que não é esse o conceito de ajuste. Propus então “lucro líquido projetado disruptivo”, porque “disruptivo”, “omnichannel” e “digital first” sempre pegam bem. Os auditores, chatíssimos, disseram que ficaria estranho. Estranho é o sujeito escolher passar a vida fuçando o balanço alheio.
Já o pessoal da nossa agência de publicidade, que estava aqui no dia, adorou a ideia. Quer dizer, tenho a impressão que não entenderam bem a coisa dos juros, mas apoiaram com entusiasmo — é assim que eu gosto, tem que estar no barco. Commitment! Agora estou sugerindo ao conselho que nossos balanços passem a ser auditados pela McCann. [...]
Leia aqui o texto completo.
Carlos Sandoval é um executivo fictício fruto da imaginação de Ricardo Mioto, que está lançando pela Record o livro "Breve História Bem-Humorada do Brasil". (Que pretendo ler em breve! Este texto foi muito bem escrito e espero que o livro seja tão prazeroso quanto.)
Meu nome é Carlos Sandoval e sou CEO de uma grande empresa brasileira. Venho a público pedir um pouco de paciência aos acionistas com os nossos prejuízos. A culpa é dos ‘não recorrentes’ — nossa não recorrência de vendas, por exemplo. Veja que houve imprevistos cambiais também. Tivemos azar. Se a cotação do dólar estivesse no patamar de 2016 na hora em que fechamos as vendas e no nível de 1995 quando compramos os insumos, teríamos ganhado um caminhão de dinheiro. Só um cego não enxerga o potencial deste negócio.
É verdade que estamos um pouco alavancados. Fizemos uma conta aqui. Pegue nosso prejuízo líquido de R$ 232 milhões, impactado pelo custo da dívida. Agora pense no que eu sempre digo para os nossos jovens talentos: temos que fazer benchmark com os melhores. No caso, o governo japonês. Se conseguíssemos renegociar os juros que pagamos, levando-os a valores negativos, podemos multiplicar nossa dívida por 40 e teremos lucro líquido de R$ 32 bilhões no próximo ciclo.
Sugeri apresentar esse número no balanço como o “lucro líquido ajustadíssimo”. Disseram que não é esse o conceito de ajuste. Propus então “lucro líquido projetado disruptivo”, porque “disruptivo”, “omnichannel” e “digital first” sempre pegam bem. Os auditores, chatíssimos, disseram que ficaria estranho. Estranho é o sujeito escolher passar a vida fuçando o balanço alheio.
Já o pessoal da nossa agência de publicidade, que estava aqui no dia, adorou a ideia. Quer dizer, tenho a impressão que não entenderam bem a coisa dos juros, mas apoiaram com entusiasmo — é assim que eu gosto, tem que estar no barco. Commitment! Agora estou sugerindo ao conselho que nossos balanços passem a ser auditados pela McCann. [...]
Leia aqui o texto completo.
04 julho 2017
Análise superficial
Em 2008 o Independência obteve um empréstimo sob a forma de subscrição de ação no valor de 250 milhões de reais. O empréstimo saiu no final de 2008 e em fevereiro do ano seguinte a empresa pediu recuperação judicial e depois faliu.
O TCU alega que o frigorífico entregou ao banco demonstrativos que não refletiam sua situação econômico-financeira e ocultavam, por exemplo, que as necessidades de caixa eram para financiar perdas com derivativos, fruto de operações consideradas de alto risco no mercado financeiro.
“A despeito de terem sido apresentados documentos e informações que não revelavam, de imediato, a verdadeira condição econômico-financeira, o BNDESPar (...) tinha condições de avaliar a situação financeira delicada da companhia”, diz trecho da auditoria.
O BNDESPar considera que foi enganado por uma “fraude contábil”. O TCU afirma que a instituição fez uma análise superficial da solicitação.
01 julho 2015
Links
Síndrome de Galápagos nos caixas eletrônicos do Japão
Elasticidade do crime ou como o crime responde a mudança nos preços
A fórmula matemática que revela o segredo da relação (ilustração)
Um algoritmo para dizer se você está bem vestido
A melhor maneira de aprender outra língua é falando com outro ser humano
Análise de balanços descobre uma empresa fantasma
Descontos no Outlets são uma forma de fraude? (em geral os produtos vendidos nestes estabelecimentos possuem qualidade pior, feito sob encomenda das grandes marcas)
Empresas cortam notas explicativas (via aqui)
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Empresas cortam notas explicativas (via aqui)
22 julho 2013
História da Contabilidade: análise de uma empresa no início do século XX
O telefone foi patenteado em 1876 por Alexander Graham Bell. Acostumados com a velocidade da adoção de novas tecnologias, somos levados a imaginar que imediatamente foi adotada no Brasil. Entretanto a realidade é que era necessário fazer elevados investimentos em linha de transmissão e equipamentos, o que dificultou a implantação no país. Outro aspecto era a baixa renda da população, tornando o produto inacessível para a grande maioria dos brasileiros.
Os primeiros telefones foram instalados no Rio de Janeiro (1) e em 1883 a cidade contava com cinco centrais. No final do século XIX podemos perceber que a telefonia ainda era algo novo no país graças a análise das demonstrações contábeis da Companhia Telephonica do Estado de S Paulo (2). O gráfico a seguir mostra a evolução da receita da empresa no período de 1895 a 1899 (3):
Percebe-se que a evolução é relativamente lenta no início, mas dobrou em cinco anos. Esta evolução lenta também é justificada pela crise econômica que afetou os negócios de café. Mesmo assim, a empresa anunciava orgulhosa a grande quantidade de ligações:
Em 1899 foram pedidos 865.248 ligações, dando uma media mensal de 72.104, e uma diária de 2.403.
É bom lembrar como funcionava a tecnologia no período:
Os primeiros telefones eram conectados a uma central manual, operada por uma telefonista. O Usuário tinha que girar uma manivela para gerar a "corrente de toque" e chamar a telefonista que atendia e, através da solicitação do usuário, comutava os pontos manualmente através das "pegas". Assim um assinante era conectado ao outro (4).
A empresa possuía 825 assinantes no final de 1899 e esperava atingir mil assinantes logo. Seus serviços eram prestados no centro de São Paulo e de Santos e entre as duas cidades, existindo previsão de expansão para São Vicente.
Ao analisar as demonstrações percebemos que os maiores ativos da empresa eram as linhas telefônicas. Com efeito, representavam 64% do total do ativo, mais do que o prédio da empresa. Apesar do grande volume de imobilizado, a empresa era bastante capitalizada: 36% do ativo eram financiados por capital de terceiros, conforme o balanço apresentado.
É interessante notar a ordem de apresentação inversa do balanço do ativo, que se começa com a linha telefônica, item de menor liquidez, e termina com o caixa. No passivo e patrimônio líquido a primeira linha é do capital, mas termina com lucros e perdas. Dois outros detalhes (1) a denominação do “passivo” , típica da época; (2) o “passivo” é colocado logo abaixo do ativo, e não do lado, como estamos acostumados.
No período as empresas não apresentavam a demonstração do resultado, mas um resumo do razonete que encerravam as contas transitórias. Isto era conhecido como Demonstração de Lucros e Perdas, termo em desuso nos dias atuais. E nesta demonstração já é possível notar a destinação do resultado, sendo que23% da receita era para dividendos.
As despesas da empresa totalizaram 62% das receitas (ou 80 por 129), o que indicaria uma boa margem de lucro de 38%. Entretanto, parte deste lucro será usada para reinvestir na expansão das linhas telefônicas, conforme mostra o item “lucros e perdas”. É também importante notar que esta conta é acumulativa, existindo um “saldo do balanço anterior” que não foi considerada na nossa análise.
Com base nas informações da empresa, tudo leva a crer que o negócio era rentável, autofinanciado, apesar do baixo giro do ativo (a relação entre receita e ativo era de 7% somente) e elevado volume de investimento.
1 – Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Telefone
2 – As informações foram publicadas no Correio Paulistano de 24 de abril de 1900, p. 2.
3 – Em moeda da época, sem levar em consideração o efeito da inflação do período.
4 – Verbete da Wikipedia
Os primeiros telefones foram instalados no Rio de Janeiro (1) e em 1883 a cidade contava com cinco centrais. No final do século XIX podemos perceber que a telefonia ainda era algo novo no país graças a análise das demonstrações contábeis da Companhia Telephonica do Estado de S Paulo (2). O gráfico a seguir mostra a evolução da receita da empresa no período de 1895 a 1899 (3):
Percebe-se que a evolução é relativamente lenta no início, mas dobrou em cinco anos. Esta evolução lenta também é justificada pela crise econômica que afetou os negócios de café. Mesmo assim, a empresa anunciava orgulhosa a grande quantidade de ligações:
Em 1899 foram pedidos 865.248 ligações, dando uma media mensal de 72.104, e uma diária de 2.403.
É bom lembrar como funcionava a tecnologia no período:
Os primeiros telefones eram conectados a uma central manual, operada por uma telefonista. O Usuário tinha que girar uma manivela para gerar a "corrente de toque" e chamar a telefonista que atendia e, através da solicitação do usuário, comutava os pontos manualmente através das "pegas". Assim um assinante era conectado ao outro (4).
A empresa possuía 825 assinantes no final de 1899 e esperava atingir mil assinantes logo. Seus serviços eram prestados no centro de São Paulo e de Santos e entre as duas cidades, existindo previsão de expansão para São Vicente.
Ao analisar as demonstrações percebemos que os maiores ativos da empresa eram as linhas telefônicas. Com efeito, representavam 64% do total do ativo, mais do que o prédio da empresa. Apesar do grande volume de imobilizado, a empresa era bastante capitalizada: 36% do ativo eram financiados por capital de terceiros, conforme o balanço apresentado.
É interessante notar a ordem de apresentação inversa do balanço do ativo, que se começa com a linha telefônica, item de menor liquidez, e termina com o caixa. No passivo e patrimônio líquido a primeira linha é do capital, mas termina com lucros e perdas. Dois outros detalhes (1) a denominação do “passivo” , típica da época; (2) o “passivo” é colocado logo abaixo do ativo, e não do lado, como estamos acostumados.
No período as empresas não apresentavam a demonstração do resultado, mas um resumo do razonete que encerravam as contas transitórias. Isto era conhecido como Demonstração de Lucros e Perdas, termo em desuso nos dias atuais. E nesta demonstração já é possível notar a destinação do resultado, sendo que23% da receita era para dividendos.
As despesas da empresa totalizaram 62% das receitas (ou 80 por 129), o que indicaria uma boa margem de lucro de 38%. Entretanto, parte deste lucro será usada para reinvestir na expansão das linhas telefônicas, conforme mostra o item “lucros e perdas”. É também importante notar que esta conta é acumulativa, existindo um “saldo do balanço anterior” que não foi considerada na nossa análise.
Com base nas informações da empresa, tudo leva a crer que o negócio era rentável, autofinanciado, apesar do baixo giro do ativo (a relação entre receita e ativo era de 7% somente) e elevado volume de investimento.
1 – Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Telefone
2 – As informações foram publicadas no Correio Paulistano de 24 de abril de 1900, p. 2.
3 – Em moeda da época, sem levar em consideração o efeito da inflação do período.
4 – Verbete da Wikipedia
25 abril 2012
Retorno Total
Definição – Corresponde ao lucro operacional gerado pela entidade pelo valor do empreendimento. O inverso do índice refere-se ao período de tempo de retorno proporcionado pelo lucro operacional da empresa.
Fórmulas – Retorno Total = (Lucro Operacional / Valor do Empreendimento) x 100
Lucro Operacional = corresponde ao resultado da empresa antes das despesas financeiras, imposto de renda e participações. Inclui a receita financeira
Valor do Empreendimento = refere-se ao valo de mercado da empresa mais as dívidas menos o caixa e equivalentes.
Unidade de Medida – Em percentual. Corresponde a percentagem de retorno total da empresa, usando uma aproximação do valor de mercado da empresa.
Intervalo da medida – O lucro operacional é positivo, mas eventualmente poderá ser negativo. Assim, o intervalo irá variar entre -100% a infinito. Como em geral dificilmente o lucro operacional é superior ao valor do empreendimento, o intervalo natural do índice está entre -100% a 100%, mas com valores positivos.
Como calcular – Para determinar o valor do empreendimento é necessário obter o valor de mercado do patrimônio líquido. Vamos usar o exemplo da Embraer. Num sítio da internet localizamos que o valor da empresa em dezembro de 2011:
Os valores do passivo e do caixa são obtidos no balanço patrimonial da empresa:
Assim, o valor do Empreendimento é dado por:
Valor do Empreendimento em 31/12/2011 = 8,7 + 10,8 – 2,5 = 16,9 bilhões de reais
O lucro operacional pode ser obtido na DRE da empresa:
Observe que este não é o resultado operacional correto já que não inclui as receitas financeiras (é isto mesmo, as receitas financeiras fazem parte do resultado operacional). Isto tende a reduzir o valor o retorno total encontrado para empresa. O índice é dado por:
Retorno Total = Lucro Operacional / VE = 521 / 16 943 = 3,1% ao ano
Grau de utilidade – Regular. Seu uso está limitado a empresas de capital aberto e que tenham perspectiva de lucratividade.
Controvérsia de Medida – Alguma. O cálculo do lucro operacional é sempre complicado em razão da dificuldade de separação da receita financeira da despesa financeira. Estes dois itens devem ter tratamento financeiro distinto, já que o primeiro é operacional, mas o segundo não. Entretanto, as DRE das empresas não apresentam desta forma.
Observações Adicionais
a) O inverso do índice informa em quanto tempo o lucro operacional gerado pela empresa paga o capital investido hoje. No caso da Embraer, são 32 anos para se pagar este capital.
b) Uma forma de minimizar o problema do lucro operacional é considerar um conceito de VE mais abrangente, incluindo todas as aplicações financeiras. No caso da Embraer, isto reduziria o VE para 15,5 bilhões já que seria subtraído de 1,413 bilhão de “instrumentos financeiros ativos”. O novo índice seria de 3,36% ou 29,7 anos para pagar o capital.
c) Este índice é interessante, pois leva em consideração todo o capital investido na empresa e não somente o patrimônio líquido. Alguns analistas usam o preço da ação sobre o lucro operacional por ação, o que é inconcebível em termos teóricos. Neste caso está usando um lucro derivado do ativo e comparando com o patrimônio líquido
24 abril 2012
Crescimento Sustentável
Definição – este índice determina a taxa de crescimento máxima das vendas em comprometer a estrutura financeira.
Fórmulas – Crescimento sustentável = Variação no PL / PL inicial
Variação no PL = corresponde à variação ocorrida no patrimônio líquido da empresa no período. Nas situações onde nenhum lucro é distribuído, a variação irá corresponder ao próprio lucro líquido. Caso exista distribuição, a variação no PL corresponde ao lucro vezes a taxa de retenção.
PL Inicial = refere-se ao patrimônio no inicio do período.
Unidade de Medida – Pode ser expresso em percentual se multiplicar por 100.
Intervalo da medida – Este índice pode variar, pelo menos em teoria, entre menos infinito a infinito. Entretanto, em situações de lucro irá variar entre zero a cem por cento.
Como calcular – Os valores podem ser obtidos na DMPL de uma empresa. A figura a seguir é um pedaço da DMPL da empresa Les Lis Blanc Deux, do setor de moda.
Em 31 de dezembro de 2010 o patrimônio líquido da empresa era de 153 milhões de reais. A empresa gerou um lucro de 37,7 milhões, dos quais 8,9 foram distribuídos. Assim, o lucro que ficou na empresa foi de 28,7 milhões. O crescimento sustentável é de
Crescimento Sustentável = 28,7 / 153 = 0,1877
Ou seja, a empresa pode crescer a uma taxa de 18,77%. Observando a demonstração do resultado da empresa tem-se a seguinte figura:
Durante o ano de 2011 a receita da empresa apresentou o seguinte crescimento:
Crescimento das Receitas = (471,1 / 351,1) – 1 = 0,342
Ou seja, a receita vem aumentando muito além do crescimento sustentável da empresa. Persistindo esta diferença, isto pode gerar problemas financeiros.
Grau de utilidade – Regular. É um índice interessante para empresas com lucro e taxa de crescimento elevada. Além disto, não é muito usada pelos analistas.
Controvérsia de Medida – Alguma. É muito difícil prever uma taxa de crescimento adequada para uma empresa. No anterior, a empresa do exemplo apresentou um crescimento sustentável de 0,24. Naquele período o crescimento das vendas foi novamente superior ao crescimento sustentável (34%).
Observações Adicionais
a) Este índice é bastante defendido por Robert Higgins, no livro Analysis for Financial Management.
b) Multiplicando o numerador e denominador por vendas e ativo, o índice corresponde a margem líquida vezes a taxa de retenção do lucro vezes o retorno do ativo vezes o giro do ativo. Higgins denomina esta fórmula de PRAT, sendo P = margem líquida (profit margin), R = retenção do lucro; A = giro do ativo e T = alavancagem que poderíamos traduzir para MARA.
c) Este índice deve ser considerado no longo prazo. A empresa que apresenta crescimento de vendas muito acima da sua capitalização pode estar aumentando o endividamento, com reflexo no risco.
d) Trata-se, portanto, de um índice conservador, onde a expansão deve ser feita com recursos próprios da própria empresa.
Esta é uma série de
textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações
contábeis. Outros textos publicados foram:
Capital
Circulante Líquido, Capitalização, Cobertura
de dívida, Cobertura
de investimento, Composição
do Endividamento, Crescimento
Sustentável, Custo
da Dívida, Distribuição
do Valor adicionado, Dividend
yield, Dividendo
por lucro, Ebitda,
Endividamento, Endividamento
Oneroso, FC
sobre VE, FC
sobre Vendas, FCL
sobre VE, FCO
sobre Ativo, FCO
sobre Passivo, Fluxo
de Caixa Livre, Giro
do Ativo, Grau
de Alavancagem Operacional, Investimento
sobre Depreciação, Liquidez
Corrente, Lucro
Econômico, Lucro
Líquido sobre Ativo, Lucro
por ação, Margem
Bruta, Margem
Líquida, Margem
Operacional, NIG
sobre Vendas, P/L, PLC, Prazo
de Pagamento a Fornecedores, Preço
sobre vendas, Retorno
Total, ROI, RSPL, Taxa
de Queima, Valor
do Empreendimento, Valor
Econômico Agregado.
20 abril 2012
PLC - Patrimônio Líquido e Crescimento da Empresa
Definição – corresponde a relação entre o P/L e a taxa de crescimento da empresa. Por relacionar um índice de avaliação de ação pelo crescimento, o PLC corresponde a um comparativo entre o valor da ação no mercado e o nível de crescimento dos lucros da empresa.
Fórmulas – PLC = índice P/L / Crescimento do Lucro em %
Índice P/L = corresponde a relação entre o preço de mercado da ação pelo lucro por ação. Refere-se ao período de tempo necessário para que o lucro pague o valor de mercado da ação. Um P/L de 10 indica que em 10 períodos o lucro irá pagar o preço da ação. É um índice de valorização de uma ação no mercado.
Crescimento do Lucro em % = refere-se a taxa de crescimento do lucro da empresa em %.
Unidade de Medida – O índice ser uma divisão de um número absoluto por um percentual, sendo que o resultado final está em percentuais.
Intervalo da medida – O intervalo deste índice é amplo já que a empresa pode ter prejuízo e crescimento negativo. Considerando que este índice será usado para empresas com lucro e crescimento positivo, o intervalo irá variar em torno de 1, entre 0 a infinito.
Como calcular – Este índice deve ser usado para valores projetados. Assim, o índice P/L e a taxa de crescimento do lucro são montantes estimados pelo analista. Iremos mostrar como o índice funciona para situações históricas.
A figura a seguir foi retirada de um endereço de informação sobre a empresa Sanepar:
A Sanepar tinha um P/L de 13,10. Isto significa dizer quem em 13,1 anos o preço atual da ação da empresa irá retornar para o investidor sob a forma de lucro. A seguir a demonstração do resultado para mesma empresa em 2011 e 2010.
A empresa apresentou um crescimento de lucro de 83,87% no período.
O índice é dado por:
PLC = 13,1 / 83,87 = 0,16
Neste caso, a taxa de crescimento do lucro é muito superior a relação esperada para o nível de P/L. Isto faz com que o índice fique abaixo da unidade, indicando que mantendo este crescimento, o investimento na empresa seria interessante.
Grau de utilidade – Regular. Seu uso está condicionado a existência de lucro na empresa e que o mesmo seja crescente no tempo. Além disto, seu uso está restrito a empresas de capital aberto.
Controvérsia de Medida – Alguma. O índice deve ser usado em termos de projeção. Isto significa que cada analista poderá ter seu resultado.
Observações Adicionais
a) Este índice mostra se o preço de uma ação está “barato” ou não. Valores menores que a unidade indicaria um preço de mercado atual atrativo, já que o crescimento futuro dos lucros conduziria a uma redução, no tempo, do índice P/L.
b) Em termos de análise, valores menores são mais interessantes. É importante que o índice seja usado projetado e não usando informação do passado.
c) Para fazer isto, o analista pode buscar um consenso de outros analistas com respeito ao desempenho da empresa. Ou fazer projeções. Observe que a taxa de crescimento histórica do lucro da empresa, de 83%, talvez seja irreal. Se usarmos uma taxa de 20%, o índice seria de 0,655, que ainda seria interessante a compra da ação. Para que não seja interessante comprar esta ação, o crescimento do lucro deve ficar em 13,1%, que corresponde ao índice P/L.
d) Assim, quando a empresa irá crescer acima do P/L, o índice indicaria uma ação atrativa. Valores abaixo, a ação não seria interessante.
e) Observe que o índice P/L possui variação diária. Isto significa que este índice também possui periodicidade diária.
f) Este índice é conhecido no PEG Factor na literatura inglesa.
Esta é uma série de
textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações
contábeis. Outros textos publicados foram:
Capital
Circulante Líquido, Capitalização, Cobertura
de dívida, Cobertura
de investimento, Composição
do Endividamento, Crescimento
Sustentável, Custo
da Dívida, Distribuição
do Valor adicionado, Dividend
yield, Dividendo
por lucro, Ebitda,
Endividamento, Endividamento
Oneroso, FC
sobre VE, FC
sobre Vendas, FCL
sobre VE, FCO
sobre Ativo, FCO
sobre Passivo, Fluxo
de Caixa Livre, Giro
do Ativo, Grau
de Alavancagem Operacional, Investimento
sobre Depreciação, Liquidez
Corrente, Lucro
Econômico, Lucro
Líquido sobre Ativo, Lucro
por ação, Margem
Bruta, Margem
Líquida, Margem
Operacional, NIG
sobre Vendas, P/L, PLC, Prazo
de Pagamento a Fornecedores, Preço
sobre vendas, Retorno
Total, ROI, RSPL, Taxa
de Queima, Valor
do Empreendimento, Valor
Econômico Agregado.
14 abril 2012
Dividendo por lucro
Definição – Este índice representa a taxa de distribuição do lucro para os acionistas.
Sendo
Fórmula – Dividendo por lucro = [(Dividendos + Juros sobre o Capital Próprio)/Lucro Líquido] x 100
Sendo
Dividendos e Juros sobre Capital Próprio = representa o valor distribuído para o acionista sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio
Lucro Líquido = corresponde ao lucro líquido da empresa, antes da distribuição do resultado
Unidade de Medida – em percentual.
Intervalo da medida – Este índice é obtido para valores positivos, variando entre zero a cem. Quanto mais próximo de 100% maior a distribuição do resultado por parte da empresa. Em razão das normas societárias brasileiras, o valor mínimo deveria ficar em geral acima de 25%.
Como calcular – Os valores podem ser obtidos na demonstração das mutações do patrimônio líquido. Ou então na demonstração dos fluxos de caixa do período seguinte e do resultado do atual exercício.
Veja o exemplo da holding Itau, conforme extrato apresentado na figura abaixo:
Durante o exercício (segundo semestre de 2011) a empresa teve um lucro acumulado de R$6,12 bilhões. Será destinado para os acionistas R$1,85 bilhão. Este índice pode ser calculado facilmente:
Dividendo por lucro = [1846 923 / 6 120571] x 100 = 30,2%
Ou seja, a empresa está distribuindo um pouco menos de um terço do lucro para seus acionistas.
Grau de utilidade – Elevado. Este índice mostra quanto está sendo distribuído do lucro por parte da empresa. Para o investidor é importante saber a possibilidade de ter um fluxo de dividendos ao longo dos anos.
Controvérsia de Medida – Alguma, referente ao uso da DMPL para fins de obtenção dos valores, conforme detalhado a seguir.
Observações Adicionais
a) Apesar de o índice referir-se aos dividendos, os aspectos contemplados também estão relacionados com os juros sobre o capital próprio.
b) Usamos a DMPL para o cálculo. É importante notar que o valor de dividendos apresentados na DMPL refere-se a uma proposta. O ideal seria usar o valor efetivamente distribuído. A alternativa para isto seria obter este valor na DFC no próximo exercício social. Entretanto, isto não garante que o cálculo esteja levando em consideração somente os dividendos gerados no exercício.
c) O inverso desta medida seria a taxa de retenção do lucro. No exemplo apresentado, a taxa de retenção seria 70% ou 1 – 30%.
d) Empresas em fase de expansão costumam reter lucros, resultando num índice reduzido. Entretanto é importante considerar que a existência da legislação societária sobre o assunto tende a elevar o valor distribuído mesmo nestas fases.
e) As empresas que não possuem alternativas de investimento geralmente apresentam um valor elevado para este índice.
f)Em geral as empresas apresentam um valor relativamente estável no tempo. Grandes variações neste índice pode ser um aspecto negativo para o investidor.
g) Para as empresas que distribuem dividendos adicionais após a assembleia dos acionistas deve-se tomar o cuidado de relacionar o valor distribuído pelo lucro do exercício correspondente.
a) Apesar de o índice referir-se aos dividendos, os aspectos contemplados também estão relacionados com os juros sobre o capital próprio.
b) Usamos a DMPL para o cálculo. É importante notar que o valor de dividendos apresentados na DMPL refere-se a uma proposta. O ideal seria usar o valor efetivamente distribuído. A alternativa para isto seria obter este valor na DFC no próximo exercício social. Entretanto, isto não garante que o cálculo esteja levando em consideração somente os dividendos gerados no exercício.
c) O inverso desta medida seria a taxa de retenção do lucro. No exemplo apresentado, a taxa de retenção seria 70% ou 1 – 30%.
d) Empresas em fase de expansão costumam reter lucros, resultando num índice reduzido. Entretanto é importante considerar que a existência da legislação societária sobre o assunto tende a elevar o valor distribuído mesmo nestas fases.
e) As empresas que não possuem alternativas de investimento geralmente apresentam um valor elevado para este índice.
f)Em geral as empresas apresentam um valor relativamente estável no tempo. Grandes variações neste índice pode ser um aspecto negativo para o investidor.
g) Para as empresas que distribuem dividendos adicionais após a assembleia dos acionistas deve-se tomar o cuidado de relacionar o valor distribuído pelo lucro do exercício correspondente.
Esta é uma série de
textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações
contábeis. Outros textos publicados foram:
Capital
Circulante Líquido, Capitalização, Cobertura
de dívida, Cobertura
de investimento, Composição
do Endividamento, Crescimento
Sustentável, Custo
da Dívida, Distribuição
do Valor adicionado, Dividend
yield, Dividendo
por lucro, Ebitda,
Endividamento, Endividamento
Oneroso, FC
sobre VE, FC
sobre Vendas, FCL
sobre VE, FCO
sobre Ativo, FCO
sobre Passivo, Fluxo
de Caixa Livre, Giro
do Ativo, Grau
de Alavancagem Operacional, Investimento
sobre Depreciação, Liquidez
Corrente, Lucro
Econômico, Lucro
Líquido sobre Ativo, Lucro
por ação, Margem
Bruta, Margem
Líquida, Margem
Operacional, NIG
sobre Vendas, P/L, PLC, Prazo
de Pagamento a Fornecedores, Preço
sobre vendas, Retorno
Total, ROI, RSPL, Taxa
de Queima, Valor
do Empreendimento, Valor
Econômico Agregado.
11 abril 2012
Dividend yield = Dividendos / Valor de Mercado
Definição – Este índice mede a distribuição de resultados para os acionistas pelo valor de mercado do capital próprio. Corresponde ao grau de distribuição de resultado por cada unidade de valor de mercado.
Fórmula – Dividend Yield = Dividendos / Valor de Mercado
Ou então Dividend Yield = Dividendos por ação / Preço de Mercado da Ação
Dividendos = valor distribuído ao acionista. Em virtude das peculiaridades do nosso mercado, deve incluir tanto os dividendos quanto os juros sobre o capital próprio.
Valor de Mercado = corresponde ao valor de mercado do capital próprio ou capitalização. Representa o valor de mercado das ações da empresa.
Unidade de Medida – em números absolutos. Se multiplicar o valor por 100 o resultado será em percentual.
Intervalo da medida – Este índice pode variar entre zero e um. Em casos extremos e raros pode ser maior que a unidade. Nesta situação, a empresa distribuiu dividendos numa parcela maior que o valor de mercado.
Como calcular – Parte da informação é obtida nas demonstrações contábeis da empresa. A outra parte, o valor de mercado, em endereços da internet. Veja o exemplo da Souza Cruz. O valor dos dividendos distribuídos pode ser obtido na demonstração dos fluxos de caixa:
A empresa distribuiu R$1,583 bilhão em 2011. O valor de mercado da empresa pode ser obtido em endereços que já citamos na postagem sobre capitalização. O valor de mercado ao final de 2010 era de R$27,6 bilhões.
O índice pode então ser calculado da seguinte forma:
Dividend Yield = 1,583 / 27,6 = 0,057
Indicando que para cada R$ investido no final de 2010 o acionista teria um dividendo de R$0,057.
Grau de utilidade – Moderado. Pode ser usado para selecionar as empresas pagadoras de dividendos ao longo do tempo, daquelas onde o retorno decorre da valorização do preço das ações. Em situações de perpetuidade (modelo Gordon de dividendos descontados), o índice somado a taxa de crescimento corresponde ao custo do capital próprio.
Controvérsia de Medida – Alguma. Observe que usamos o valor de mercado inicial para confrontar com os dividendos pagos em 2011. É possível usar o valor médio ou o valor no final do período. Quando as ações estão crescendo, como é o caso da Souza Cruz, o uso do valor inicial tende a apresentar um índice mais elevado. As escolhas diferentes podem conduzir a valores diferentes. No caso da Souza Cruz, a empresa informou um índice de 0,059, um pouco acima do que calculamos aqui.
Observações Adicionais
a) Em caso de ausência do fluxo de caixa, pode-se usar a informação da DMPL referente à distribuição proposta de dividendos como uma aproximação. E existindo a informação no balanço patrimonial dos dividendos a pagar, o valor dos dividendos pagos corresponde ao valor existente na DMPL mais a variação de dividendos a pagar do passivo da empresa;
b) Em razão da obrigatoriedade de distribuição mínima de dividendos existente na nossa legislação, alguns analistas consideram que esta medida pode ser afetada por esta exigência;
c) Este índice pode servir de parâmetro para verificar a evolução da política de dividendos da empresa ao longo do tempo. Empresas com maiores índices pagam mais dividendos. Além disto, pode ser um índice interessante para aqueles que procuram ações subavaliadas pelo mercado e que pagam bons dividendos.
Esta é uma série de
textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações
contábeis. Outros textos publicados foram:
Capital
Circulante Líquido, Capitalização, Cobertura
de dívida, Cobertura
de investimento, Composição
do Endividamento, Crescimento
Sustentável, Custo
da Dívida, Distribuição
do Valor adicionado, Dividend
yield, Dividendo
por lucro, Ebitda,
Endividamento, Endividamento
Oneroso, FC
sobre VE, FC
sobre Vendas, FCL
sobre VE, FCO
sobre Ativo, FCO
sobre Passivo, Fluxo
de Caixa Livre, Giro
do Ativo, Grau
de Alavancagem Operacional, Investimento
sobre Depreciação, Liquidez
Corrente, Lucro
Econômico, Lucro
Líquido sobre Ativo, Lucro
por ação, Margem
Bruta, Margem
Líquida, Margem
Operacional, NIG
sobre Vendas, P/L, PLC, Prazo
de Pagamento a Fornecedores, Preço
sobre vendas, Retorno
Total, ROI, RSPL, Taxa
de Queima, Valor
do Empreendimento, Valor
Econômico Agregado.
09 abril 2012
Custo da Dívida
Definição – Este índice mede qual o custo da dívida com capital de terceiros da empresa.
Fórmula – Custo da Dívida = (Despesa Financeira / Capital de Terceiros Oneroso) x 100
Sendo
Despesa Financeira = corresponde ao valor dos juros relacionados com o passivo oneroso
Capital de Terceiros Oneroso = refere-se ao passivo oneroso, geralmente empréstimos e financiamento, de curto e de longo prazo.
Unidade de Medida – Em percentual.
Intervalo da medida – Em situações normais, este índice varia de zero a infinito. Entretanto, empréstimos em moeda estrangeira, em períodos de forte valorização cambial, pode fazer com que a empresa venha apresentar, como exceção, um índice negativo. Isto indicaria que a empresa ganhou com a captação de terceiros.
Como calcular – O índice pode ser calculado a partir do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado. É também relevante consultar as notas explicativas.
Considere o extrato do balanço patrimonial da empresa Marcopolo, apresentado a seguir.
O valor do passivo oneroso, para final de 2011, corresponde a 1,482 bilhão, que é a soma de empréstimos e financiamentos, circulante e não circulante. Para final de 2010 foi de 1,361 bilhão. Nos dois anos a média foi de 1,422 bilhão.
Para encontrar a despesa financeira podemos usar a demonstração do resultado. No caso da MarcoPolo tem-se:
Ou seja, a despesa financeira é de 182 milhões de reais.
Assim, o custo da dívida é dado por:
Custo da Dívida = (182 357 / 1 422 095) = 12,82 %
Entretanto, muitas vezes a informação de despesa financeira encontra-se melhor detalhada nas notas explicativas. No caso da empresa, eis o detalhamento do item “despesa financeira” da demonstração do resultado:
Ou seja, existem valores que não estão diretamente relacionados com o passivo oneroso. Considerando somente os itens destacados na figura tem-se que a despesa financeira foi 147,6 milhões de reais. Assim, o custo da dívida foi de:
Custo da Dívida = 147 621 / 1422 095 = 10,38%
Grau de utilidade – Elevado. O custo da dívida é um parâmetro fundamental na decisão financeira. Valores elevados podem indicar que o risco da empresa é elevado.
Controvérsia de Medida – Alguma. Existem algumas simplificações que adotamos aqui, que podem gerar controvérsia. A empresa possui muitos empréstimos em moeda estrangeira. O custo da dívida pode variar conforme o comportamento do câmbio. Entretanto, a existência de hedge pode minimizar este efeito. Isto deve ser considerado ou não no cálculo? Outro aspecto refere-se ao denominador: usamos o valor médio. Talvez o mais coerente fosse usar o valor inicial (ou de 31 de dezembro de 2010). Entretanto, em ambas as situações nós perdemos uma informação na série histórica.
Observações Adicionais
a) O valor apresentado encontra-se em termos nominais. Para transformar em valores reais, retirando o efeito da inflação, basta usar a expressão de Fisher. Usando 5,04% de taxa de inflação, o custo real da dívida seria 5,08% ou [1,1038/1,0504 – 1].
b) O custo da dívida expressa o risco considerado pelo capital de terceiros. Valores elevados indicam que as instituições financeiras consideram a empresa arriscada e cobram uma taxa de juros elevada;
c) Para empresas com empréstimo em moeda estrangeira é necessário estar atento para os efeitos da valorização e desvalorização da moeda. No caso da Marcopolo as parcelas mais expressivas são de empréstimos em moeda nacional.
d) A movimentação de taxas básicas também pode afetar o custo da dívida. Alterações na TJLP, para uma empresa com empréstimos atrelados a esta taxa, pode afetar o custo da dívida. Na Marcopolo 38% dos passivos onerosos estão vinculados a TJLP.
e) Deveriam ser inclusos no custo da dívida qualquer tipo de reciprocidade exigida por instituição financeira. Isto inclui saldo médio, obrigação de compra de produtos e serviços bancários, entre outros itens. Entretanto, isto é muito difícil para o analista externo.
Esta é uma série de
textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações
contábeis. Outros textos publicados foram:
Capital
Circulante Líquido, Capitalização, Cobertura
de dívida, Cobertura
de investimento, Composição
do Endividamento, Crescimento
Sustentável, Custo
da Dívida, Distribuição
do Valor adicionado, Dividend
yield, Dividendo
por lucro, Ebitda,
Endividamento, Endividamento
Oneroso, FC
sobre VE, FC
sobre Vendas, FCL
sobre VE, FCO
sobre Ativo, FCO
sobre Passivo, Fluxo
de Caixa Livre, Giro
do Ativo, Grau
de Alavancagem Operacional, Investimento
sobre Depreciação, Liquidez
Corrente, Lucro
Econômico, Lucro
Líquido sobre Ativo, Lucro
por ação, Margem
Bruta, Margem
Líquida, Margem
Operacional, NIG
sobre Vendas, P/L, PLC, Prazo
de Pagamento a Fornecedores, Preço
sobre vendas, Retorno
Total, ROI, RSPL, Taxa
de Queima, Valor
do Empreendimento, Valor
Econômico Agregado.
04 abril 2012
Composição do Endividamento
Definição – Este índice, também denominado de perfil da dívida, mostra a relação entre o passivo de curto prazo da empresa e o passivo total. Ou seja, qual o percentual de passivo de curto prazo é usado no financiamento de terceiros.
Fórmula – Composição do endividamento = (Passivo Circulante / Passivo) x 100
Sendo
Passivo Circulante – refere-se ao passivo de curto prazo usado pela empresa, ajustado pelas duplicatas e cheques descontados.
Passivo Total – corresponde ao capital de terceiros da empresa, ajustado pelas duplicatas e cheques descontados.
Unidade de Medida – O índice está expresso em percentagem, mostrando quantos por cento a empresa financia com recursos de curto prazo.
Intervalo da medida – Este índice irá variar entre zero e cem. Quanto mais próximo de cem, maior o uso de recursos de curto prazo.
Como calcular – Este índice é obtido com os valores do balanço patrimonial da empresa.
A figura a seguir é o balanço da empresa JBS, referente ao exercício encerrado em 31 de dezembro de 2011, em milhares de reais.
Para obter o índice basta usar as informações da figura:
Composição do Endividamento = [10 395 699 / (10395 699 + 15 415 997)] x 100
Composição do Endividamento = 40,3%
Isto significa que 40% da dívida com terceiros é de curto prazo. No ano anterior este índice era de 37,5%.
Grau de utilidade – Elevado. É um índice importante para saber o grau de compromisso de curto prazo da empresa. Ele deve ser usado em conjunto com outros índices para ter uma ideia precisa dos financiamentos da empresa.
Controvérsia de Medida – Alguma, referente a reclassificação
Observações Adicionais
a) Como todo índice, é importante que esta medida seja complementada com outras. Assim, uma análise com somente o endividamento oneroso pode revelar o grau de dificuldade da empresa com seus financiadores.
b) Valores elevados indicam um perfil da dívida mais arriscado. Isto pode representar, na teoria, um custo menor, mas o risco é maior.
Esta é uma série de
textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações
contábeis. Outros textos publicados foram:
Capital
Circulante Líquido, Capitalização, Cobertura
de dívida, Cobertura
de investimento, Composição
do Endividamento, Crescimento
Sustentável, Custo
da Dívida, Distribuição
do Valor adicionado, Dividend
yield, Dividendo
por lucro, Ebitda,
Endividamento, Endividamento
Oneroso, FC
sobre VE, FC
sobre Vendas, FCL
sobre VE, FCO
sobre Ativo, FCO
sobre Passivo, Fluxo
de Caixa Livre, Giro
do Ativo, Grau
de Alavancagem Operacional, Investimento
sobre Depreciação, Liquidez
Corrente, Lucro
Econômico, Lucro
Líquido sobre Ativo, Lucro
por ação, Margem
Bruta, Margem
Líquida, Margem
Operacional, NIG
sobre Vendas, P/L, PLC, Prazo
de Pagamento a Fornecedores, Preço
sobre vendas, Retorno
Total, ROI, RSPL, Taxa
de Queima, Valor
do Empreendimento, Valor
Econômico Agregado.
02 abril 2012
Cobertura de Investimento
Definição – este índice mostra quanto do investimento que a empresa realizou estaria coberto pelo seu caixa gerado nas operações. Corresponde a um índice de autofinanciamento.
Fórmula – Cobertura de Investimento = [Fluxo de Caixa das Operações / | Fluxo de Caixa de Investimento |] x 100
Sendo
Fluxo de Caixa das operações – corresponde ao fluxo de caixa gerado pela empresa nas atividades
Fluxo de Caixa de Investimento – refere-se ao fluxo gerado nas atividades de investimento ou caixa líquido usado nas atividades de investimento.
Unidade de Medida – Em percentagem. Representa quantos por cento a empresa foi autofinanciada.
Intervalo da medida – varia entre zero e infinito, já que o índice não é usado quando o fluxo das operações for negativo e o fluxo de investimento for positivo.
Como calcular – Os valores são obtidos na demonstração dos fluxos de caixa da empresa. É importante lembrar que este índice deve ser usado quando o fluxo das operações for positivo e o fluxo dos investimentos negativo.
Veja o exemplo da empresa Abyara (Brasil Brokers), referente ao fluxo consolidado, de 2011 e 2010, nesta ordem, em R$mil, na figura abaixo:
A cobertura de investimento é dado por:
Cobertura de Investimento em 2011 = 115 951 / |248 564| = 0,47 ou 47%.
Isto significa dizer que o caixa gerado nas atividades operacionais da empresa conseguiu cobrir 47% dos investimentos realizados. No ano anterior o valor era de:
Cobertura de investimento em 2010 = 61 932 / |20634| = 3,00
Indicando que o fluxo das operações foi mais do que necessário para pagar os investimentos.
Grau de utilidade – Regular. A necessidade que o fluxo das operações seja positivo e o fluxo dos investimentos seja negativo restringe seu uso. Além disto, a demonstração dos fluxos de caixa ainda está restrita a algumas empresas.
Controvérsia de Medida – Não.
Observações Adicionais
a) Quando uma empresa consegue um índice maior que a unidade, isto evitaria, a princípio, a necessidade de captação de recursos com acionistas ou capital de terceiros;
b) Empresas em fase de implantação terão valores reduzidos para este índice.
c) Valores elevados pode indicar que a empresa não consegue usar, em investimentos, o caixa gerado. Isto pode comprometer o crescimento futuro da empresa.
Fórmula – Cobertura de Investimento = [Fluxo de Caixa das Operações / | Fluxo de Caixa de Investimento |] x 100
Sendo
Fluxo de Caixa das operações – corresponde ao fluxo de caixa gerado pela empresa nas atividades
Fluxo de Caixa de Investimento – refere-se ao fluxo gerado nas atividades de investimento ou caixa líquido usado nas atividades de investimento.
Unidade de Medida – Em percentagem. Representa quantos por cento a empresa foi autofinanciada.
Intervalo da medida – varia entre zero e infinito, já que o índice não é usado quando o fluxo das operações for negativo e o fluxo de investimento for positivo.
Como calcular – Os valores são obtidos na demonstração dos fluxos de caixa da empresa. É importante lembrar que este índice deve ser usado quando o fluxo das operações for positivo e o fluxo dos investimentos negativo.
Veja o exemplo da empresa Abyara (Brasil Brokers), referente ao fluxo consolidado, de 2011 e 2010, nesta ordem, em R$mil, na figura abaixo:
A cobertura de investimento é dado por:
Cobertura de Investimento em 2011 = 115 951 / |248 564| = 0,47 ou 47%.
Isto significa dizer que o caixa gerado nas atividades operacionais da empresa conseguiu cobrir 47% dos investimentos realizados. No ano anterior o valor era de:
Cobertura de investimento em 2010 = 61 932 / |20634| = 3,00
Indicando que o fluxo das operações foi mais do que necessário para pagar os investimentos.
Grau de utilidade – Regular. A necessidade que o fluxo das operações seja positivo e o fluxo dos investimentos seja negativo restringe seu uso. Além disto, a demonstração dos fluxos de caixa ainda está restrita a algumas empresas.
Controvérsia de Medida – Não.
Observações Adicionais
a) Quando uma empresa consegue um índice maior que a unidade, isto evitaria, a princípio, a necessidade de captação de recursos com acionistas ou capital de terceiros;
b) Empresas em fase de implantação terão valores reduzidos para este índice.
c) Valores elevados pode indicar que a empresa não consegue usar, em investimentos, o caixa gerado. Isto pode comprometer o crescimento futuro da empresa.
Esta é uma série de
textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações
contábeis. Outros textos publicados foram:
Capital
Circulante Líquido, Capitalização, Cobertura
de dívida, Cobertura
de investimento, Composição
do Endividamento, Crescimento
Sustentável, Custo
da Dívida, Distribuição
do Valor adicionado, Dividend
yield, Dividendo
por lucro, Ebitda,
Endividamento, Endividamento
Oneroso, FC
sobre VE, FC
sobre Vendas, FCL
sobre VE, FCO
sobre Ativo, FCO
sobre Passivo, Fluxo
de Caixa Livre, Giro
do Ativo, Grau
de Alavancagem Operacional, Investimento
sobre Depreciação, Liquidez
Corrente, Lucro
Econômico, Lucro
Líquido sobre Ativo, Lucro
por ação, Margem
Bruta, Margem
Líquida, Margem
Operacional, NIG
sobre Vendas, P/L, PLC, Prazo
de Pagamento a Fornecedores, Preço
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Total, ROI, RSPL, Taxa
de Queima, Valor
do Empreendimento, Valor
Econômico Agregado.
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