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30 setembro 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Setor Público

Contabilidade: Decreto presidencial, previsto para os próximos dias, coloca país oficialmente no caminho da globalização; alinhamento requer "mudança cultural".

Setor público inicia conversão às normas internacionais
Por Nelson Niero, de São Paulo
Valor Econômico - 30/9/2009

Depois de um longo e tortuoso processo que colocou as empresas brasileiras no caminho das normas internacionais, vem aí uma nova odisseia contábil. E, desta vez, a tarefa é ainda mais complexa: colocar o setor público dentro da ordem mundial de transparência e comparabilidade de informações econômico-financeiras.

A expectativa é que, nos próximos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assine o decreto que torna oficial a adesão do país às Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público (Ipsas, na sigla em inglês), editadas pela Federação Internacional dos Contadores (Ifac).

As Ipsas - os contadores têm uma queda por acrônimos complexos - são para os governos o que as Normas Internacionais de Informações Financeiras (IFRS) são para as empresas, só que o lado empresarial dessa globalização contábil está mais avançado, com cerca de cem países envolvidos. No Brasil, as normas devem ser adotadas plenamente em 2010 pelas sociedades por ações e as limitadas de grande porte.

Em agosto do ano passado, uma portaria (184) do ministro da Fazenda, Guido Mantega, já determinava que a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) começasse o trabalho de convergência entre os padrões brasileiros, estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e as Ipsas. Desde então, todas as novas regras já vêm alinhadas com os padrões internacionais.

"As bases já foram lançadas", disse ao Valor Paulo Henrique Feijó, coordenador-geral de Contabilidade da STN. "Mas, com o decreto presidencial, é como se subíssemos um nível."

Mas ainda há muitos degraus pela frente. Enquanto as companhias privadas e de economia mista já tinham contas bem estruturadas, o setor público está longe dos princípios fundamentais da contabilidade.

"Nosso compromisso é fazer todas as adequações necessárias até 2012", informou Maria Clara Cavalcante Bugarim, presidente do CFC. As dez primeiras normas foram editadas neste ano e o próximo passo é ter um plano de contas único para o país.

"Estamos num momento de transição em que vamos ter que encarar seriamente a questão do regime de competência."

Basicamente, é uma questão nada simples de conhecer o patrimônio da nação: ativos e, principalmente, passivos.

Para Feijó, é uma quebra de paradigmas e uma mudança cultural. Se na área empresarial os balanços, até 2008, quando começou a conversão ao IFRS, eram dominados pelas regras tributárias, no setor público prevalece uma "cultura orçamentária".

"Nunca um secretário do Tesouro pediu para ver um balanço", disse Feijó, numa palestra na semana passada na "Conferência sobre Contabilidade e Responsabilidade para o Crescimento Econômico Regional na América Latina e Caribe", promovida pelo Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Ifac em São Paulo. "Eles sempre pedem um quadro do resultado primário."

Essa cultura orçamentária significa que passivos não são registrados (previdência é um exemplo notório) e ativos não são depreciados. O setor público não faz provisão para férias e décimo-terceiro salário, algo impensável em uma empresa.

Feijó lembra que a regulamentação do setor é de 1964, mas que houve avanços importantes, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000. No entanto, os desafios são grandes, ressalta, entre eles está a capacitação e formação profissional.

E não são só no Brasil. Mike Hathorn, presidente do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público (Ipsasb), disse ao Valor que ainda falta muito para que seu país, o Reino Unido, adote as normas internacionais. "Talvez em dez anos", afirmou.

Para David Bean, diretor do Conselho de Normas de Contabilidade Governamental dos EUA (Gasb), o grande desafio é usar a contabilidade para medir a eficiência de um governo. "As empresas existem para dar lucro e os governos, para servir os cidadãos", disse. "Precisamos produzir informações úteis para esses 'acionistas'."

Setor Público

Contabilidade: Decreto presidencial, previsto para os próximos dias, coloca país oficialmente no caminho da globalização; alinhamento requer "mudança cultural".

Setor público inicia conversão às normas internacionais
Por Nelson Niero, de São Paulo
Valor Econômico - 30/9/2009

Depois de um longo e tortuoso processo que colocou as empresas brasileiras no caminho das normas internacionais, vem aí uma nova odisseia contábil. E, desta vez, a tarefa é ainda mais complexa: colocar o setor público dentro da ordem mundial de transparência e comparabilidade de informações econômico-financeiras.

A expectativa é que, nos próximos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assine o decreto que torna oficial a adesão do país às Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público (Ipsas, na sigla em inglês), editadas pela Federação Internacional dos Contadores (Ifac).

As Ipsas - os contadores têm uma queda por acrônimos complexos - são para os governos o que as Normas Internacionais de Informações Financeiras (IFRS) são para as empresas, só que o lado empresarial dessa globalização contábil está mais avançado, com cerca de cem países envolvidos. No Brasil, as normas devem ser adotadas plenamente em 2010 pelas sociedades por ações e as limitadas de grande porte.

Em agosto do ano passado, uma portaria (184) do ministro da Fazenda, Guido Mantega, já determinava que a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) começasse o trabalho de convergência entre os padrões brasileiros, estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e as Ipsas. Desde então, todas as novas regras já vêm alinhadas com os padrões internacionais.

"As bases já foram lançadas", disse ao Valor Paulo Henrique Feijó, coordenador-geral de Contabilidade da STN. "Mas, com o decreto presidencial, é como se subíssemos um nível."

Mas ainda há muitos degraus pela frente. Enquanto as companhias privadas e de economia mista já tinham contas bem estruturadas, o setor público está longe dos princípios fundamentais da contabilidade.

"Nosso compromisso é fazer todas as adequações necessárias até 2012", informou Maria Clara Cavalcante Bugarim, presidente do CFC. As dez primeiras normas foram editadas neste ano e o próximo passo é ter um plano de contas único para o país.

"Estamos num momento de transição em que vamos ter que encarar seriamente a questão do regime de competência."

Basicamente, é uma questão nada simples de conhecer o patrimônio da nação: ativos e, principalmente, passivos.

Para Feijó, é uma quebra de paradigmas e uma mudança cultural. Se na área empresarial os balanços, até 2008, quando começou a conversão ao IFRS, eram dominados pelas regras tributárias, no setor público prevalece uma "cultura orçamentária".

"Nunca um secretário do Tesouro pediu para ver um balanço", disse Feijó, numa palestra na semana passada na "Conferência sobre Contabilidade e Responsabilidade para o Crescimento Econômico Regional na América Latina e Caribe", promovida pelo Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Ifac em São Paulo. "Eles sempre pedem um quadro do resultado primário."

Essa cultura orçamentária significa que passivos não são registrados (previdência é um exemplo notório) e ativos não são depreciados. O setor público não faz provisão para férias e décimo-terceiro salário, algo impensável em uma empresa.

Feijó lembra que a regulamentação do setor é de 1964, mas que houve avanços importantes, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000. No entanto, os desafios são grandes, ressalta, entre eles está a capacitação e formação profissional.

E não são só no Brasil. Mike Hathorn, presidente do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público (Ipsasb), disse ao Valor que ainda falta muito para que seu país, o Reino Unido, adote as normas internacionais. "Talvez em dez anos", afirmou.

Para David Bean, diretor do Conselho de Normas de Contabilidade Governamental dos EUA (Gasb), o grande desafio é usar a contabilidade para medir a eficiência de um governo. "As empresas existem para dar lucro e os governos, para servir os cidadãos", disse. "Precisamos produzir informações úteis para esses 'acionistas'."

Soberania Contábil

Regulação: Regra do valor justo gera polêmica.
Seguradora francesa prega "soberania contábil"
Valor Econômico - 30/9/2009

Por Scheherazade Daneshkhu e Jennifer Hughes, Financial Times, de Paris e Londres
A Europa não deveria ter transferido o controle das normas contábeis para o International Accounting Standards Board (Iasb), com sede em Londres. A afirmação é do diretor-presidente da Axa, a maior companhia de seguros da França. O executivo Henri de Castries disse ontem que o Iasb "não presta contas a ninguém", afirmando que o estabelecimento de normas contábeis é "um instrumento de soberania política" e "importante demais para ser deixado a cargo de contadores".

Os comentários acontecem no momento em que o Iasb refaz as normas que tratam das demonstrações financeiras, na esteira da crise mundial.

Entre os pontos mais controvertidos está a atual exigência de muitos ativos serem marcados ao "valor justo", ou a preços de mercado. Com a queda dos mercados durante a crise, as regras forçaram os bancos a dar baixa de centenas de bilhões de dólares nos valores dos ativos, produzindo perdas e minando as proteções de capital.

A Axa, junto com bancos franceses como o BNP Paribas, há muito tempo vem criticando o valor justo. As companhias afirmam que as regras ignoram o fato de que os bancos com grandes operações de varejo e as seguradoras mantêm ativos para garantir compromissos de longo prazo, e que muitos ativos não são negociados com frequência, o que leva a grandes oscilações em seus preços.

Na semana passada, o presidente do conselho de administração do BNP Paribas, Michel Pébereau, disse ao "Financial Times": "Sou a favor do valor de mercado, mas restrito a áreas em que existam um mercado de verdade. É muito importante que a contabilidade reflita a realidade".

Os comentários de Castries também refletem a insatisfação entre alguns europeus com o foco internacional do Iasb, e não europeu.

Essa formuladora de normas ganhou proeminência quando a União Europeia impôs o uso dos padrões internacionais de demonstrações financeiras dentro de suas fronteiras, em 2005. Agora, seus padrões estão sendo usados, ou adotados, por mais de cem países, inclusive Índia, Japão, Coreia do Sul e Canadá.

O esforço para o desenvolvimento e o uso de um único conjunto global de normas contábeis recebeu neste fim de semana o apoio dos países do G20, que pediram ao Iasb e seu congênere americano que continuem trabalhando para a convergência de suas regras.

A Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos prometeu no começo do mês se esforçar em relação aos planos de como os Estados Unidos poderão mudar para as regras internacionais, embora esteja enfrentando uma certa oposição dos formuladores de políticas, que estão preocupados com a questão da soberania, levantada por Castries.

Christine Lagarde, a ministra das Finanças da França, escreveu no mês passado uma carta para Charlie McGreevy, comissário de Serviços Financeiros da União Europeia, dizendo que as regras precisam de "uma ação urgente" e pediu que a Comissão tome medidas para "garantir a salvaguarda" do interesse público europeu caso as mudanças de regras que estão sendo estudadas pelo Iasb não façam isso.

Castries disse que a prática de marcação a preços de mercado - recentemente defendida com veemência por Lloyd Blankfein, diretor-presidente do banco de investimentos Goldman Sachs - contribuiu para a volatilidade dos mercados financeiros mundiais.

"Esse sistema cai muito bem para os bancos de investimento e cria volatilidade. Quem se beneficia da volatilidade dos mercados? - os bancos de investimento", disse Henri de Castries. "Me recuso a usar o termo valor justo. As normas são descritas como valor imediato. Ninguém está a favor do valor injusto." (Tradução de Mario Zamarian)

Lei e Contabilidade

O crescimento do direito, da contabilidade e de outras profissões que exigem treinamento formal parece estar relacionado com o menor nível de corrupção e crescimento do produto interno bruto destes países (...) Uma geração anterior, por exemplo, não existia patentes na China. O país nunca tinha adotado leis de patentes até 1985. Neste momento, existia somente 4 mil rábulas para servir numa população de mais de um milhão. Hoje, a China é uma potência na propriedade intelectual (...) China produz trinta mil patentes por ano, ajudando a manter ocupado 150 mil advogados do país.

A BOOST FROM PROFESSIONALS; The rise of a class of highly trained workers in the developing world bodes well for growth - Tom Glocer - 24/8/2009 - BusinessWeek
61 Volume Number B414

Teste #149

Recentemente a Bloomberg publicou uma notícia sobre a KPMG e a Insight Enterprise. Este notícia foi também publicada no Brasil pelo Valor Econômico. A notícia informava que:

A KPMG ajudou a empresa a inflar vendas
A KPMG evitou que a empresa inflasse as vendas
A KPMG aconselhou que a empresa inflasse as vendas


Resposta do Anterior: 100 mil páginas. Fonte: Inching Towards a Global Standard in Accounting, Anna Teo, Business Times Singapore, 22/9/2009. (Achei o número exagerado, mas a fonte cita assim)

Links

Lino Martins: Lições de controle interno

Financial Times: Capital de bancos (1 e 2)

Crise chega na fábrica de misses da Venezuela

Uma escultura sobre o mercado e Madoff: não é o que parece

Resultado da Ernst & Young

Londres - A Ernst & Young anunciou hoje receitas combinadas, em todo o mundo, de US$21,4 bilhões para o exercício fiscal encerrado em 30 de junho de 2009 (FY09). As receitas anuais caíram, em uma base comparativa, modestos 0,2% em moeda local.

“Estou muito orgulhoso do modo como nosso pessoal se adaptou a este ano desafiador, e de como eles trabalharam bem com nossos clientes, para ajudá-los nesses tempos difíceis” declarou James S. Turley, Presidente e CEO da Ernst & Young. “Falta de crescimento nas receitas, certamente, não conta toda a história deste ano, já que continuamos nossos investimentos em pessoas e na construção de nossos mercados, ao mesmo tempo em que auxiliamos nossos clientes com as questões difíceis e emergenciais com que se depararam. FY09 será lembrado mais por essas atividades do que por grandes resultados.”

Entre as cinco áreas geográficas da Ernst & Young, o Japão teve o maior crescimento, 7,5%, refletindo o primeiro ano completo de resultados das mais de mil pessoas que vieram da empresa de contabilidade Misuzu. Seguiu-se a área que congrega Europa, Oriente Médio, Índia e África (EMEIA), com crescimento de 1,8%. A Oceania, o Extremo Oriente e as Américas caíram 0,4%, 2,7% e 3,2% respectivamente.

“Apesar da retração, enxergamos oportunidades em vários dos nossos outros mercados,” disse John Ferraro, Diretor-Geral de Operações da Ernst & Young. “Na verdade, no último exercício fiscal aumentamos nossos investimentos em mais de US$100 milhões, investindo um total superior a US$350 milhões. A maior parte deste investimento foi para mercados emergentes, demonstrando nosso compromisso continuado com este importante segmento. Vários desses mercados tiveram um forte crescimento, entre eles o Oriente Médio (18,6%), a Índia (13,1%) e o Brasil (8,0%).” (...)

Ernst & Young Divulga Receita Total de US$21,4 Bilhões no Ano de 2009
Business Wire - 30/9/2009

29 setembro 2009

Rir é o melhor remédio


Entrevista
Fonte: aqui

Links

G20: convergência mundial para 2011

Remuneração do contador, auditor e analista contábil

Boas notícias para os bancos com o IAS 39

Moody´s e os problemas com um ex-funcionário

Carrefour

(...) Na contramão do mundo, os dois principais acionistas individuais do grupo supermercadista francês Carrefour estariam pressionando a empresa a vender seus ativos e abandonar países emergentes como o Brasil e a China. A informação foi divulgada ontem pelo jornal Le Monde, em Paris, e não foi desmentida pela companhia. (...)

Segundo a reportagem, a pressão pela venda dos ativos de mercados emergentes é feita pelo consórcio Blue Capital, formado pelo fundo de investimentos Colony Capital e pelo empresário Bernard Arnault, dono do grupo LVMH - holding que reúne marcas de luxo como Louis Vuitton, Givenchy, Moët & Chandon e Veuve Clicquot. Arnault é também o homem mais rico da França e o 15º do mundo, segundo o ranking da revista Forbes. A Blue Capital detém 13,5% das ações do Carrefour desde sua entrada no capital da empresa, em 2007.

A crise entre os dois investidores e os demais acionistas teria origem na queda de 30% das ações do grupo desde a abertura de capital, em março de 2007. Citando uma fonte não identificada e “próxima ao caso”, o Le Monde afirma que a direção e o Conselho de Administração do Carrefour estariam sendo alvo de pressões para abandonar a China e o Brasil, além de mercados emergentes menores, o que permitira à Blue Capital recuperar o valor aplicado na compra de ações há dois anos. “(Colony e Arnault) fazem uma pressão gigantesca para encontrar uma solução para seu infortúnio”, afirma o executivo ouvido pelo jornal francês.

Outro motivo pelo qual a Blue Capital pressionaria pela venda dos ativos nos países emergentes seria o fracasso da tentativa de vender a Carrefour Property, empresa que administra todos os prédios do grupo, cujo patrimônio é avaliado em 14 bilhões. Com a operação, o grupo Carrefour passaria a alugar os galpões nos quais está instalado. A venda da subsidiária, entretanto, está estagnada desde o início da crise do mercado imobiliário, detonada pelos créditos de alto risco (subprime), nos EUA.

Na direção da companhia, a resistência em relação à venda das operações nos países emergentes, entretanto, seria forte. Na Ásia e na América Latina, o grupo faz 19% de sua receita, cujo total é 89,97 bilhões, e 19% de seus resultados operacionais. Além disso, mercados como o Brasil - onde disputa a liderança com o grupo Pão de Açúcar - e a China são os mais promissores para o grupo. Nos dois países, a marca cresce ao ano 20% e 10%, respectivamente, segundo o jornal francês, enquanto na Europa o Carrefour tem posição consolidada e grande concorrência de alemães e britânicos. “De gigante mundial supermercadista, Carrefour passaria ao status de ator regional, oferecendo uma espécie de renda constante a Colony e Bernard Arnault, possivelmente em detrimento do longo termo”, pondera o jornal. “Se a China e o Brasil ganharem muito dinheiro, tudo indica que o consumo deverá explodir no futuro.”

Procurado pelo Estado, o Grupo Carrefour informou que “não faz nenhum comentário” a respeito da reportagem. Um porta-voz indicou, no entanto, que não nega as informações publicadas pelo Le Monde.


Acionista pressiona Carrefour a sair do Brasil, diz jornal
Andrei Netto, PARIS
O Estado de São Paulo - 29/9/2009

Normas internacionais e Pequenas Empresas

A Fundação Iasc (International Accounting Standards Committee) publicou uma minuta da taxonomia da IFRS para pequenas e médias empresas. Esta taxonomia irá ajudar na aplicação da XBRL (eXtensible Business Reporting Language).

28 setembro 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

O novo Contador

O novo contador
*Por Marco Antonio Zanini

A profissão de contador é uma das mais antigas do mundo. Os primeiros registros são datados de 8.000 a.c. No início do século XX, no Brasil, estes profissionais eram conhecidos como “guarda-livros” e tinham suas atividades restritas ao registro e acompanhamento de saldos; assim como o papel de zeladores de assuntos fiscais das empresas. A profissão de contabilista foi regulamentada em 1946.

Historicamente, as ciências contábeis evoluem à medida que a economia e as atividades empresariais se desenvolvem. Por isso, só com o progresso social, cultural e econômico que ocorreu no Brasil a partir da década de 70, a ocupação foi reconhecida.

De qualquer forma, a realidade ainda se resumia a montanhas de documentos atualizados e escriturados de forma manual. Pensando no cenário atual; onde o mundo está globalizado e conectado; onde tecnologias estão presentes nas tarefas mais corriqueiras de todos nós; a área contábil continuava sendo uma das que recebia menos investimentos em tecnologia.

Mas essa situação mudou com a criação do projeto SPED da Receita Federal em 2006. A informatização de processos deixou as tarefas menos operacionais, possibilitando aos profissionais desta área mudar seu escopo de atuação; passando a ter uma função mais consultiva. Essas mudanças também tornaram o trabalho mais transparente, nos acertos e nos erros. Tanto os livros contábeis e fiscais, como as notas em papel aceitavam qualquer informação e ficavam devidamente armazenados em prateleiras. Só no caso de uma fiscalização, as informações ali imputadas eram realmente conferidas.

Com o sistema eletrônico, a checagem dos dados enviados é realizada em tempo real. Uma nota preenchida incorretamente, por exemplo, é repudiada pela SEFAZ antes da sua emissão, impossibilitando a venda e transporte da mercadoria. Isso trouxe uma grande dicotomia: ao mesmo tempo em que esses profissionais passam a analisar o comportamento do capital e também a sugerir modelos para decisões administrativas, eles são cobrados pela atualização de seus conhecimentos.

Mas não é fácil se manter atualizado. No Brasil existem 85 tributos (impostos, contribuições, taxas, contribuições de melhoria). E ainda, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), em média, 37 normas tributárias são editadas por dia no País. Isso equivale a 1,57 norma por hora.

E as novidades não ficam restritas ao imediatismo da fiscalização. Um levantamento da auditoria e consultoria Ernst & Young mostra que o conjunto de documentos e declarações fiscais e contábeis exigidos dos contribuintes somava, cerca de 350 tipos de informação. Com o SPED, esse número subiu para 1.300.

Diante desses novos desafios, muitos profissionais podem ficar receosos. Afinal, eles têm responsabilidade fiscal e contábil pelas informações que enviam ao Fisco. Mas, como historicamente os contadores fizeram, eles conseguirão se adaptar. Para isso, os contabilistas precisarão buscar maneiras de manter-se atualizados sobre as mudanças constantes nas legislações. Uma opção é contar com soluções tecnológicas que possam diminuir os processos e facilitar o seu dia-a-dia. E que venha o novo!

*Marco Antonio Zanini é diretor-geral da NFe do Brasil.

Fator de Impacto na publicação científica

Estudo analisa 39 medidas de impacto científico e relativiza a importância do fator de impacto
Escrito por: BIREME/OPAS/OMS
27.07.2009 14:21:30 h
Atualizado por: BIREME/OPAS/OMS
31.07.2009 14:49:24 h

O artigo “A principal component analysis of 39 scientific impact measures” [Um componente principal de análise de 39 medidas de impacto] publicado no repositório da Universidade de Cornell, nos EUA, apresenta um estudo comparativo de 39 medidas de impacto com base em medidas de citação e de relatórios de acesso (usage log data). Os resultados indicam que a noção do impacto científico é um fator multidimensional e que não pode ser adequadamente medido por nenhum indicador isoladamente, apesar de alguns serem mais propensos do que outros. O conhecido fator de impacto (FI) encontra-se posicionado na periferia desta construção multidimensional e não no centro, como seria esperado e, portanto, deve ser usado com prudência. Este alerta é especialmente importante considerando a preferência que tem o FI em algumas políticas de avaliação de produção científica.

Hoje em dia são poucos os cientistas que podem pesquisar livremente em prol da curiosidade natural ou do bem da ciência. A maioria está presa em uma teia de políticas, regras, números e índices, na qual o desempenho das pesquisas tendem a ser reduzidos a um ou mais indicadores: citações por artigo, FI, índice h e outros indicadores de citação. Esta atitude reducionista em relação à pesquisa tem caracterizado um ambiente acadêmico extremamente competitivo, mas talvez inevitável, devido à necessidade de contar com indicadores capazes de avaliar a produção científica de um pesquisador, ou de uma instituição, uma vez que não é possível prescindir do processo de avaliação em nenhuma etapa da atividade acadêmica e científica.

As citações que um artigo recebe são capazes de aferir em que extensão este trabalho contribuiu para o conhecimento e exerceu influência sobre outros pesquisadores. Assim sendo, o impacto de um artigo é expresso em função das citações recebidas, independente do método usado para calculá-lo. Medidas quantitativas de impacto científico de uma publicação, portanto, utilizam frequentemente dados de citação.

O FI de um periódico é o mais utilizado dentre os índices de medida de citações, que é publicado por intermédio do produto Journal Citation Reports publicado anualmente pela empresa Thomson Reuters. O FI de um periódico é o número médio de citações recebidas no ano considerado pelos artigos publicados nos dois anos anteriores. O FI é interpretado como um indicador da qualidade dos artigos publicados por aquele periódico, porém, sabe-se que inúmeros fatores, entre eles a área de concentração dos periódicos, o tipo de publicação (editorial, comunicação, artigo original, artigo de revisão, origem geográfico dos autores, etc.), autocitações e vários outros influenciam o FI. De fato, há várias restrições, quanto à acuidade do FI em aferir a qualidade de um artigo em particular a partir das citações recebidas por todos os textos publicados pelo periódico. O editorial do número do periódico PNAS de 28 de abril, assinado por Alan Fersht, é contundente na crítica ao uso do FI para avaliar cientistas ao afirmar que o terrível legado do FI é que ele tem sido usado mais para avaliar cientistas do que periódicos, o que tem se tornado uma preocupação crescente para muitas pessoas da área. “Julgamento de indivíduos, é claro, é mais bem feito por analises profundas de acadêmicos especialistas na área temática.Mas alguns burocratas querem uma simples métrica”, afirma.

As demandas para a superação das limitações do FI levaram à introdução de outras medidas de impacto de publicações científicas. Foram propostas modificações do FI cobrindo períodos de tempo mais extensos (FI de cinco anos) ou mais curtos (índice de imediatez, que para um determinado ano é o número médio de citações recebidas pelos artigos publicados no ano referido. O índice h foi criado por Jorge E. Hirsh para medir a produção científica e impacto de um cientista, de acordo com a distribuição de citações que seus artigos recebem. Foi estendido para periódicos por Tibor Braun. Em 2006, Leo Egghe propôs o índice g, como uma modificação do índice h.

Ademais, o sucesso do método Google de classificar páginas da web (as páginas mais acessadas são apresentadas em primeiro lugar em uma pesquisa) serviu de modelo para várias medidas de impacto de periódicos que utilizam análise de redes sociais para medir redes de citação. G. Pinsky, em 1976, foi quem primeiro propôs de classificar periódicos de acordo com sua centralidade autovetor em uma rede de citações. Bollen e Dellavalle em 2007 propuseram classificar periódicos de acordo com o método citation page rank, seguido do lançamento do eigenfactor.org, que começou a publicar classificações por page rank em 2006. O grupo Scimago, que publica o índice Scimago Journal Rank (SJR), que classifica periódicos baseado num princípio similar aquele usado para calcular citação por page rank.

Sendo que a literatura científica é atualmente publicada e acessada online, um grande número de iniciativas tem tentado medir impacto científico através de relatórios de acesso ou usage log data. Os portais dos publishers e serviços de bibliotecas institucionais atualmente registram utilização numa escala que excede o numero total de citações disponíveis. Os dados de utilização assim obtidos permitem observar atividade científica imediatamente após a publicação, ao invés de esperar por citações que virão de novas publicações e da inclusão destas em bases como JCR, um processo que pode levar vários anos.

Shepherd e Bollen propõem medida de impacto baseado em uso, que consiste na média de taxas de acesso dos artigos publicados por um periódico, similar ao FI baseado em citações. Muitos autores têm proposto medidas similares baseadas em estatísticas de utilização. Paralelamente ao desenvolvimento de medidas de rede social aplicadas a redes de citação, Bollen demonstra a viabilidade de uma variedade de métricas de redes sociais calculadas com base em redes de utilização extraídas do fluxo de informação contido no usage log data.

Estes desenvolvimentos levaram a uma miríade de novas medidas de impacto científico que podem ser derivados de citação e dados de utilização ou baseiam-se em distribuições estatísticas e análises sofisticadas de redes sociais. Entretanto, qual destas medidas é mais adequada à quantificação do impacto científico?

Esta questão é de difícil resposta por dois motivos: primeiro, medidas de impacto podem ser calculadas para vários conjuntos de dados de citação e uso e é, portanto, difícil distinguir a verdadeira característica de uma medida das peculiaridades do conjunto de dados a partir do qual ele foi calculado. Segundo, não dispomos de uma medida de impacto universalmente aceita para calibrar cada novo índice que surge.

De fato, não dispomos sequer de uma definição da noção de “impacto científico”, a menos que revertemos para a definição de número de citações recebidas por uma publicação. Tal como muitos conceitos abstratos, “impacto científico” pode ser compreendido e medido em muitas e diversas formas. A questão é qual medida de impacto melhor expressa seus vários aspectos e interpretações.

Após comparar 39 medidas de impacto científico, sendo 23 delas baseadas em citação e 16 em uso, os autores do estudo chegaram às seguintes conclusões:

Primeiro, o conjunto de medidas de uso é mais significativo estatisticamente falando do que o conjunto de medidas de citação. Isto indica uma maior confiabilidade de medidas de uso calculadas a partir de relatórios de acesso (usage log data) do que medidas de citação calculadas a partir de dados de citação.

Segundo, medidas baseadas em uso são indicadores muito mais fortes de prestígio científico do que medidas baseados em citações. Contrariamente às expectativas, o FI bem como o SJR melhor expressam popularidade científica.

Terceiro, algumas medidas de citação estão mais correlacionadas às suas contrapartidas de uso do que a outras medidas de citação como o FI.

Isso indica, ao contrário do que seria esperado, que medidas de impacto baseadas em uso podem estar mais próximas a um ”ranking de consenso” de periódicos do que medidas comuns de citação.

Quarto, quando ranqueamos as medidas de impacto de acordo com sua média de correlação em relação à todas as outras medidas, isto é, quão próximas elas estão em relação à todas as outras medidas, encontraremos FI e SJR nas posições 34º e 38º entre 39 medidas, indicando sua posição isolada entre as medidas de impacto e uso estudadas. O índice de imediatez de citação do JCR e o número de citações Scimago por documento estão em posições similares.

Estes resultados devem nos fazer repensar o FI e SJR como o padrão dourado das medidas de impacto científico. Os resultados aqui apresentados indicam que métrica baseada em medidas de uso e não de citação como tem sido mais comum, pode representar uma melhor medida de consenso.

Links

Um índice para conhecer os bancos com problemas

Shiller no Financial Times: Em defesa da inovação financeira

Audioshow no New Yorker: Gangs do Rio de Janeiro

UEFA investiga jogos de futebol "armados"

Salários no baseball e nos bancos

Teste #148

Qual o número estimado de páginas do US GAAP?

3 mil páginas
10 mil páginas
100 mil páginas

Resposta do Anterior: Conforme reportagem do Valor Econômico (Empresas brasileiras somam R$ 1,4 trilhão em intangíveis, 21/9/2009) seria o Bradesco, com 51,3 bilhões.

Qualidade do gasto público

Lançado seis anos atrás com a meta de erradicar o analfabetismo no país, o programa Brasil Alfabetizado já consumiu mais de R$ 2 bilhões até este ano, mas o índice de brasileiros que não sabem ler nem escrever um bilhete simples caiu apenas 13% entre 2004 e 2008.

Segundo os números mais recentes do IBGE, ainda há mais de 14 milhões de jovens e adultos analfabetos -o equivalente a um a cada dez brasileiros com 15 anos ou mais.

"Não vou brigar com os números", reagiu André Lázaro, secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação: "A queda do analfabetismo não é proporcional ao nosso esforço", completou.

(...) Apesar dos resultados ralos até aqui -a taxa oficial de analfabetismo caiu de 11,45% para 9,96%-, o Ministério da Educação nega que o Brasil Alfabetizado tenha fracassado ou que possa ser suspenso. (...)

Gasto de R$ 2 bi reduz pouco o analfabetismo - 28/9/2009 - MARTA SALOMON - Folha de São Paulo


Observe como isto é coerente com o gráfico de uma postagem anterior: o País gasta muito em educação, mas com baixa qualidade.

Auditoria e FED

O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, estuda trabalhar com parlamentares norte-americanos em formas para divulgar nomes de companhias que tomam dinheiro emprestado junto à instituição. As informações seriam liberadas com um certo atraso para que não altere o comportamento dos mercados, segundo um representante do Fed.

Scott Alvarez, advogado-geral do Fed, disse ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA que a ideia é “algo que estamos levando seriamente em consideração e na qual estamos felizes de trabalhar em conjunto”.

Em testemunho sobre a proposta de legislação que iria sujeitar o Fed, de novo dirigido por Ben Bernanke a auditorias realizadas pelo Escritório de Contabilidade do Governo (GAO, na sigla em inglês), Alvarez afirmou que permitir o acesso às decisões de política monetária do Fed iria minar a independência e a credibilidade do banco central.

Mas o advogado foi questionado pelo presidente do comitê, Barney Frank, se o Fed cooperaria em mudanças na legislação que forneceriam mais dados sobre companhias que acessam empréstimos suas linhas de crédito para as operações de mercado aberto.

– Acredito que é importante que exista um espaço de tempo antes da informação ser divulgada sobre quem compra o quê, e quem vai para onde, para que isso não se transforme em informação com a qual as pessoas operam no mercado – disse Frank.

– Eu diria, entretanto, que é diferente de divulgar após um tempo. Você não tem o direito de ir a uma agência federal, pegar dinheiro emprestado e manter isto em segredo para sempre, pois tratam-se de recursos públicos – concluiu Barney Frank.

Empréstimos do Fed sob auditoria - Jornal do Brasil - 27/9/2009

G 20 e Contabilidade

(...) El G-20 dedica apenas unas líneas en su comunicado a esta materia de importancia capital y lo que hace es requerir a los reguladores contables internaciones a que redoblen sus esfuerzos "para conseguir un solo grupo de alta calidad de estándares contables globales en el contexto de sus procesos independientes". Se espera que el proyecto de convergencia se complete en junio de 2011. Casi todos los miembros del Comité de Estabilidad Financiera tienen programas para converger o adoptar los estándares del Consejo de Estandarización Contable Internacional (IASB) en 2012 salvo EE UU que tiene puntos de vista distintos en cuestiones como contabilidad fuera de balance o los métodos para determinar el valor justo de activos.

La búsqueda de convergencia contable - Cinco Días. Madrid - 28/9/2009 - 035

27 setembro 2009

Rir é o melhor remédio


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Ambiente e Contabilidade

O presente estudo teve como objetivo demonstrar os principais impactos ambientais decorrentes da produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, e, propor a evidenciação dos gastos ambientais do setor sucroalcooleiro nas demonstrações contábeis baseando-se nos métodos existentes de valoração ambiental. Para atingir seu objetivo, utilizou-se da estratégia de pesquisa descritiva e como meios valeu-se da pesquisa bibliográfica. Os principais impactos ambientais do setor sucroalcooleiro diz respeito a diminuição da disponibilidade hídrica decorrente da indução de processos erosivos e da captação superficial de água, a queima da palha da cana-de-açúcar, o descarte inconsciente do vinhoto na natureza a perda da produtividade do solo, da biodiversidade e alterações climáticas. Dentre os métodos de valoração ambiental que podem ser aplicados na valoração dos impactos ambientais destacam-se o custo de controle, custo de reposição, custo de oportunidade, produtividade marginal, método de valoração contingente, custos evitados e mercados de bens substitutos. Destaca-se que o setor sucroalcooleiro é uma grande força econômica do Brasil e que há muito tempo, as fábricas de açúcar e álcool vêm desenvolvendo e aplicando medidas que tem minimizado os impactos ambientais da sua produção.

UM ESTUDO SOBRE A CONTABILIZAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NO SETOR SUCROALCOOLEIRO
Angelino Fernandes Silva & Araceli Cristina de Sousa Ferreira

26 setembro 2009

Efeito da crise sobre o capital dos bancos

As instituições financeiras estão diretamente expostas ao risco de crédito, que é o risco de o tomador não cumprir com suas obrigações, ou seja, com o pagamento das dívidas nos seus prazos estabelecidos. Para tanto, os bancos fazem as provisões para este tipo de risco, que constam de seus balanços. Em 2006/2007 houve o impacto de uma nova crise financeira que se espalhou pelo mundo, conhecida como a crise do subprime. O objetivo deste estudo é analisar se as provisões para risco de crédito aumentaram após o início da crise do subprime nos dez maiores bancos nacionais, selecionados de acordo com os seus ativos totais. Para responder a essa questão, foram analisados os balanços patrimoniais de cada um desses bancos no período de 2005 a 2007. Identificou-se um ligeiro aumento nos índices de provisão no auge da crise em 2006. Em 2007 esses percentuais diminuíram, provavelmente devido à estabilidade econômica do país e da estagnação da crise do subprime naquele ano, pelo menos em seu reflexo no Brasil.

Impacto da Crise do Subprime na Provisão do Risco de Crédito dos Maiores Bancos Nacionais - Jorge Ribeiro de Toledo Filho, Adriana Kroenke, Ari Sothe - RBGN

Família


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25 setembro 2009

Rir é o melhor remédio


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IFRS e US GAAP

Jennifer Hughes & Robert Bruce escreveram um interessante artigo para o Financial Times (24/9/2009, The IFRS rules are gradually taking over). Hughes e Bruce afirmam que as duas maiores mudanças contábeis dos últimos anos foram a convergência e a governança.

Mas o assunto é a convergência. As normas do Iasb estão sendo adotadas em mais de cem países no mundo. Das economias importantes, somente os EUA ainda não se moveram para usar os IFRS (normas emitidas pelo Iasb).

O antigo gestor da SEC, entidade que irá decidir a convergência nos EUA, era um defensor das normas internacionais. Ele sugeriu uma adoção muito rápida, para os estadunidenses, das normas.

Com a derrota dos republicanos nas urnas e a escolha de Mary Schapiro para comandar a SEC o processo perdeu força. Entretanto, recentemente Schapiro nomeou James Kroeker como contador chefe. Kroeker era um defensor da convergência.

No cargo, Kroeker deixou claro que não mudou de idéia.

Capital nos Bancos

O encontro do G20 em Pittsburgh deverá gerar uma discussão sobre a questão do capital dos bancos.

As regras internacionais do setor bancário são determinadas pelo Comitê da Basileia. Este comitê estabeleceu taxas mínimas de capital para os bancos. O problema é que estas regras já atingiram a maioridade e a crise financeira mostrou que a regulação da Basileia talvez não seja eficiente.

Tradicionalmente um banco deve ter um volume mínimo de capital para suas operações. E este valor está condicionado ao risco. Em 2007, segundo dados divulgados num artigo publicado pelo Financial Times (Markets are the best judge of bank capital, Andrew Kuritzkes & Hal Scott, 24/9/2009) os vinta maiores bancos possuiam em média 50% acima do mínimo exigido. E as instituições financeiras dos EUA que tiveram problemas financeiros em 2008 - Bear Stearns, Washington Mutual, Lehman Brothers, Wachovia & Merrill Lynch - apresentavam taxas expressivamente acima do capital requerido pelas regras internacionais: de 12,3% a 16,1% versus uma exigência de 8%.

Para o Financial Times, talvez o problemas esteja na filosofia das regras. O relevante seria trabalhar nas "expectativas do mercado":

This requires better information, which could perhaps be provided by regular stress tests. It also demands a more credible resolution regime to ensure that equity and debt investors in all banks, even those considered systemically important, will suffer adverse consequences from bank failures.

CVM e nova regra

CVM divulga norma sobre mudança contábil de concessões

SÃO PAULO - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou hoje, em conjunto com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a minuta da nova regra de contabilização de contratos de concessão.

O assunto é polêmico e deve provocar mudanças importantes nos balanços de empresas do setor de energia e também de infraestrutura. A audiência pública estará aberta até o dia 25 de outubro para comentários dos interessados.

Conforme o texto da minuta, os ativos de infraestrutura ligados ao contrato de concessão não entrarão mais no ativo imobilizado das concessionárias. A regra proposta pela CVM valerá também para a infraestrutura construída ou adquirida de terceiros pelo concessionário para cumprir o acordo de prestação de serviços.

Haverá então dois casos, com os ativos podendo ser registrados dentro do grupo ativo financeiro, ou como ativo intangível.

A primeira opção valerá quando houver obrigação contratual do concedente em pagar determinados valores preestabelecidos ao concessionário. Ou seja, há certeza sobre o valor a ser pago ou recebido.

O segundo caso abrange os contratos em que a empresa passa a ter o direito de cobrar de usuários pelo uso de serviços públicos. Nessa categoria, não há certeza do recebimento do dinheiro, porque os valores vão depender da utilização do serviço.

Em ambos os casos, a contrapartida do ativo é uma receita do período.

Ainda segundo a minuta norma, que por ora é tratada como uma interpretação técnica (ICPC 01) e não como um Pronunciamento, eventuais obrigações que sejam assumidas pela concessionária no âmbito do contrato, como manutenção ou recuperação de infraestrutura, devem ser registrados conforme a orientação do CPC 25, que trata de ativos e passivos contingentes. "Ou seja, pela melhor estimativa de gastos necessários para liquidar a obrigação presente na data do balanço", diz o texto.

Uma das perguntas que a CVM faz aos agentes de mercado é se essa norma deve ser apresentada como uma interpretação da regra contábil, como ocorre no padrão internacional, ou como um Pronunciamento Técnico separado, já que "introduz significativas alterações nas práticas contábeis".

Também hoje, a CVM colocou em audiência pública as seguintes normas: CPC 18, sobre "Investimento em coligada"; CPC 19, sobre "Participação em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture)"; CPC 35, sobre "Demonstrações Separadas"; e CPC 36, sobre "Demonstrações Consolidadas".

Do lado das interpretações de normas, foi colocada em audiência pública a ICPC10, sobre "Esclarecimentos Sobre os Pronunciamentos Técnicos CPC 27 - Ativo Imobilizado e CPC 28 - Propriedade para Investimento".

(Fernando Torres | Valor)

Convergência em bancos

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou resolução determinando que as instituições financeiras, sejam de capital aberto ou que estejam obrigadas a constituir comitês de auditoria, passem a elaborar e divulgar seus balanços anuais com base no padrão contábil internacional, de acordo com o International Accounting Standards Board (IASB). A medida já valerá para os balanços de 2010, que serão publicados em 2011.

"Essa medida insere-se no projeto de convergência com as normas internacionais de contabilidade", disse o chefe do Departamento de Normas do Banco Central, Sérgio Odilon dos Anjos. "Com isso, nós fechamos o projeto de convergência", acrescentou.

Segundo ele, essa convergência no padrão contábil permitirá maior compatibilidade, favorecendo a captação e a aplicação de recursos e também deve levar a uma redução, no médio e longo prazos, dos custos de elaboração das demonstrações contábeis.

De acordo com Odilon, a tradução dos pronunciamentos do IASB será feita pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon).

CMN define convergência de normas contábeis para bancos - Fábio Graner
AE Conjuntura e Finanças - 24/9/2009


A Contabilidade e a Crise

El vicepresidente de la CNMV, Fernando Restoy, afirmó ayer que habitualmente se exagera el efecto de la contabilidad en el deterioro de los balances de las entidades financieras. "Reducir el número de instrumentos financieros contabilizados a valor razonable (mark to market en inglés) no resolvería los problemas de las instituciones financieras, al menos en la mayor parte de los casos", aseguró durante su intervención en una jornada financiera organizada por el Instituto Español de Analistas Financieros y la Federación Europea de la Sociedad de Analistas Financieros.

Restoy defendió la aplicación del valor razonable y argumentó que no parece claro que haya contribuido a la inestabilidad de los mercados o del sector. Aún así defendió la necesidad de mejorar la aplicación de este concepto para mejorar la información de los estados financieros y abogó por mejorar la transparencia. "Los estados financieros sólo reconocen el deterioro observable de los activos pero no cómo la empresa espera que la calidad crediticia evolucione en el futuro".

La CNMV duda que la contabilidad exagere el deterioro de los balances
C. de la S. Madrid - 25/9/2009 - Cinco Días (Espanha) - 029

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O problema da ausência do professor em sala de aula nos países em desenvolvimento

Camas para o homem

Vida de tenista

Tirinha: superman e os impostos

Jogo Tetris e o cérebro

24 setembro 2009

Rir é o melhor remédio


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Contadores e Convergência

Conferência: Contadores reivindicam adoção de padrões globais para resolver crise
Nelson Niero, de São Paulo - Valor Econômico - 23/9/2009

A implosão dos mercados financeiros no ano passado criou uma oportunidade única para os contadores de levar aos governos e aos reguladores uma lista de reivindicações que vão, em última análise, ajudar a resolver os problemas que levaram à crise.

Com a percepção de que a profissão saiu-se melhor desta vez do que na época dos grandes escândalos contábeis do início da década, Robert Bunting, presidente da Federação Internacional dos Contadores (Ifac, na sigla em inglês), acha que é a hora de deixar de lado a habitual discrição de seus pares e colocar o dedo na ferida.

Bunting, que assumiu o cargo em novembro de 2008, abre hoje a série de palestras da "3ª Conferência de Contabilidade e responsabilidade para o Crescimento Econômico Regional (CReCer)" com uma mensagem inédita de liderança para auditores e contadores, mais acostumados - ou acomodados - a um papel secundário nas decisões de empresas e governos.

Para passar a mensagem com mais ênfase, o executivo, que é sócio da firma de auditoria Moss Adams, encontrou inspiração no "Non ducor, duco" que adorna o brasão de São Paulo, enquanto pesquisava sobre a cidade: "Lidero, não sou liderado".

"Decidimos que é a hora de comunicar com mais veemência aos governos e reguladores alguns temas prioritários", disse ontem Bunting, em entrevista por telefone ao Valor.

Basicamente, os contadores querem acelerar o processo de adoção de um padrão único de demonstrações financeiras, de auditoria e de governança para as companhias abertas do mundo todo.

Mas há algo mais: que os governos, agora mais envolvidos no salvamento de empresas em dificuldades, passem a usar as normas internacionais de contabilidade para o setor público.

Para Bunting, há uma tendência de envolvimento maior dos governos nas empresas privadas e, por isso, surge a necessidade de uma maior transparência na informação e na gestão. "Não acredito que veremos uma mudança radical nos próximos anos, mas haverá avanços."

A lista de demandas foi elaborada em um encontro do Ifac em julho, em Londres, "sem precedentes na história da organização", segundo ele, e as sugestões foram colocadas aos líderes dos países do G-20 que se reúnem nesta semana em Pittsburgh, nos Estados Unidos.

Na carta divulgada depois do encontro, o executivo-chefe do Ifac, Ian Ball, diz que os países do G-20 precisam agir rapidamente para reformar o sistema financeiro internacional. "Alguns países parecem estar se recuperando da crise, mas os problemas de transparência e prestação de contas permanecem", afirmou. "Acreditamos que a adoção de padrões internacionais podem ter um papel essencial na solução da crise."

Outra questão importante, ressalta Bunting, são as necessidades especiais das pequenas e microempresas que são "os motores da economia mundial". Para ele, os reguladores têm que que levar em contas as particularidades dessas empresas para que os custos e dificuldades na adoção de novas regras não coloquem em risco a sustentabilidade delas.

A CReCer é promovida pelo Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Ifac. Para Taiki Hirashimi, consultor do Banco Mundial, o evento é uma oportunidade para discutir os meios para o restabelecimento da confiança nos mercados em meio aos efeitos da crise financeira. O encontro, no hotel Grand Hyatt, vai até a sexta-feira. As edições anteriores foram na Cidade do México (2007) e San Salvador (2007).

Diferença entre IFRS e US GAAP

Um levantamento da PricewaterhouseCoopers (PwC) ("IFRS and US GAAP: Similarities and Differences") mostrou que as diferenças entre as normas internacionais (IFRS) e as normas dos EUA melhorou.

E a tendência no futuro é reduzir ainda mais estas diferenças, com novas normas conjuntas - além das normas de cada entidade reguladora - sobre dívida e patrimônio líquido, receita, leasing, consolidação e instrumentos financeiros.

O documento está disponível em www.pwc.com/USifrs [http://www.pwc.com/USifrs].

Fonte: PricewaterhouseCoopers Releases New Edition of 'IFRS and US GAAP: Similarities and Differences' as SEC Official Reaffirms Intention to Address the Roadmap; Publication Highlights Major Accounting Developments in the Past Year - 23/9/2009 - PR Newswire (U.S.)

Contabilidade e Previdência

Um texto do jornal O Globo associa, de forma implícita, maior evidenciação a manipulação. Trata-se da evidenciação do déficit da Previdência, que foi de R$30 bilhões de janeiro a agosto deste ano. Este valor é no regime de caixa.

Os números foram apresentados ontem pelo governo, que mudou a metodologia da divulgação dos dados, separando a contabilidade das aposentadorias entre urbanas e rurais, o que minimiza o tamanho do desequilíbrio do regime, embora o caixa seja o mesmo. Enquanto o déficit urbano atingiu R$4,622 bilhões entre janeiro e agosto, nas áreas rurais — onde a maior parte dos segurados não contribui para o regime de aposentadoria — foi de R$25,280 bilhões.

Rombo do INSS sobe para R$29,9 bi - 24/9/2009 - O Globo - 30 - Geralda Doca

Links

Comportamento ruim, investimento ruim

Virais que enganaram o mundo

Problema da Secretaria aplicado na escolha da esposa

Segredo da levitação

Confiança

Palavra do gestor: Trauma impede que investidor desfrute recuperação
Paulo Sternick

Ibovespa em queda exagerada aos 29 mil pontos - com Petrobras a R$ 17 e Vale a R$ 21 correspondeu a um mundo que estava à beira do "colapso financeiro total", nas palavras do presidente dos EUA, Barack Obama. Este cenário ficou para trás, com a vantagem de ter deixado clarões de aprendizado, a experiência dos erros e a certeza de que poderemos sempre contar com a mão forte do Estado para evitar o desastre final. Mais do que isso: de agora em diante, a falácia do capitalismo neoliberal sem regulamentos, a crença na eficiência dos mercados e na racionalidade dos agentes econômicos não terão mais a absoluta confiança de um auditório iludido. A mão invisível do mercado, se não era de vidro e não se quebrou, certamente não poderá mais viver sem a mão amiga do Estado.

A percepção dos riscos tornou-se mais difundida do que antes e ganhou consistência. O mercado financeiro é como um grande e sólido navio a navegar ao mesmo tempo em mares previsíveis e em inesperadas correntes: quando estimulantes e promissoras, elas podem fazê-lo subir exageradamente, envolvendo-o numa bolha; se ela explode, o pânico faz todos correrem para o mesmo lado, e o navio pode virar. Estas situações são extremas e raras, mas não tão raras a ponto de evitar muitos prejuízos e a provocação de traumas. Há também traumas coletivos, capazes de ser transmitidos através de gerações. Por isso, o colapso de 1929 foi uma assombração que perpassou a crise que se agravou com a falência do Lehman Brothers, em setembro.

A psicanálise pensa o trauma como a experiência sofrida pelo indivíduo ou grupo diante de uma vivência de catástrofe. Uma de suas principais características - e o que ilumina seu efeito devastador sobre o equilíbrio mental - é o fato de produzir uma quantidade violenta e intensa de excitação, na forma de ameaça, angústia, sofrimento e dor, incapaz de ser suportada e digerida pelo sujeito. Exemplo mais conhecido e universal é o trauma do nascimento, que retira o bebê do aconchego do útero materno, lançando-o a um exílio que produz seus efeitos sob formas mais ou menos atenuadas ao longo da vida. O trauma de guerra é outra situação que fica registrada na mente, vivência que é reexperimentada subjetivamente de forma sofrida e repetitiva para além do cenário original que o causou.

Pois estas são as características de um acontecimento traumático: a impotência e o desamparo frente à situação original; a fixação emocional que insiste em se manter no psiquismo, infiltrando-se a cada vez que a situação original é evocada e reenviando o sujeito ao evento que o marcou. Portanto, a repetição das emoções provocadas pelo trauma não-elaborado e insuperado ocorre a cada situação que o relembre. Porque o sujeito não consegue transcender - simbolizando (pensando) e fazendo evoluir a situação catastrófica, portanto, contextualizando-a e diluindo-a. Ao contrário, há um automatismo nesta repetição, com a emergência do pânico que eclode de forma inadvertida e incontrolável a cada situação - geralmente inócua - que o relembre. Pois além do evento externo, o trauma tem seu registro na realidade psíquica.

A percepção da realidade atual, com suas novas configurações - o crédito voltando a fluir, os indicadores prenunciando a recuperação, as empresas resgatando até certo ponto os múltiplos de uma economia fora do perigo - fica eclipsada pela memória do trauma. O indivíduo presta culto ao acontecimento mítico que o assolou, fixando-se nele, como se não pudesse lhe ser infiel, numa incrível identificação com a situação agressiva. Fica incapaz de observar a eventualidade de uma recuperação que se desenrola como se fosse indiferente às vítimas da situação que a antecedeu.

Um dos estragos invisíveis e não computados da última crise financeira que agora anuncia sua estiagem são os investidores assolados por um trauma de perda. Há pouco, nas correções dos mercados em junho - que caíram após a forte alta de mais de 40% - muitos sentiram novamente o cheiro do ralo, isto é, o temor traumático de ver o patrimônio mais uma vez perder seu valor. Quem esquecerá facilmente os 29 mil pontos, depois de ter festejado 72 mil pontos? Agora que voltamos aos 55 mil, 56 mil pontos, a cada recuperação aumenta a vertigem do trauma, o pavor de reviver uma insensata e incontrolável queda, o terror e o pânico ante novo desabamento.

Valor - 21/8/2009

23 setembro 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Teste #147

Segundo a empresa de consultoria Brand Finance, a empresa com maior valor de intangível no Brasil é:

Ambev
Bradesco
Itau Unibanco
Petrobrás

Resposta do Anterior: contador que prendeu Al Capone. Pascolini é uma invenção do blogueiro.

Leilão da Folha

Leilões de folha de servidores fracassam
Maria Christina Carvalho de São Paulo - Valor Econômico - 22/9/2009

Os leilões de folha de pagamento de funcionários públicos perderam muito do poder de atração do passado. Dos 212 leilões realizados até agora neste ano, 186 fracassaram porque não houve interessados - foram desertos, no jargão do mercado. O mercado calcula que governos, municípios, empresas e órgãos do setor público deixaram de arrecadar R$ 550 milhões, tomando como base o preço mínimo. A perda de atratividade começou no ano passado, quando foram desertos quase todos os 422 leilões realizados.

Segundo fontes de bancos privados que não quiseram ter seu nome identificado, o setor financeiro perdeu o interesse em comprar o direito de administrar as folhas de pagamentos de entidades públicas e privadas por causa da portabilidade de conta corrente [1] agora prevista em lei e pelas quebras de contratos de prefeituras e governos. Por isso, os bancos privados estão preferindo fechar acordos quando o pagamento é parcelado, ao longo do prazo do contrato. Neste ano, saíram 15 leilões parcelados, de um total de 26 que foram bem-sucedidos.

Os funcionários do setor privado podem, desde abril de 2007, escolher o banco em que querem ter o salário depositado, apesar de o empregador definir qual instituição vai administrar a folha. Já os funcionários do setor público poderão fazer essa escolha a partir de 1º de janeiro de 2012. [2]

A situação é bem diferente da registrada há apenas dois anos. Em maio de 2007, um dos maiores negócios de administração de folhas de salários foi realizado quando o governo do Rio acertou com o Banco Itaú o pagamento da folha de inativos e inativos por R$ 1,1 bilhão. Como o Itaú havia antecipado parte do pagamento ao governo anterior, a renovação do acordo ficou por R$ 750 milhões, ainda assim, um recorde. A folha compreendia 400 mil servidores e movimentava R$ 800 milhões por mês.

O negócio marcou o pico dos preços pagos em leilões de folha de pagamento, com a marca de R$ 2.750 por funcionário. Esse tipo de negócio começou a decolar em 2004, quando o Banco Real pagou R$ 240 milhões pela administração da folha de 100 mil funcionários públicos do governo de Pernambuco, ou R$ 2,4 mil por servidor. No ano seguinte, o Itaú consolidou o patamar ao pagar R$ 510 milhões pela folha de pagamentos de 210 funcionários ativos e inativos da Prefeitura de São Paulo por cinco anos, equivalente a R$ 2.430 por servidor. Nos leilões atuais, os preços despencaram. No Sudeste, onde se praticam os maiores valores, a média caiu para R$ 27 por funcionário. Na região Norte, a média é de R$ 12,50 por servidor.

O diretor de governo do Banco do Brasil (BB), Sérgio Nazaré, concorda que a portabilidade reduziu o interesse dos bancos. Mas acrescenta que os leilões também diminuíram porque muitos foram negociados na virada da segunda metade desta década. Pela lei de licitações, eles têm prazo de cinco anos (60 meses). "Com muitos dos contratos em vigência, não há muito mercado a disputar", disse. Lembrou ainda que a nova política de tarifas bancárias, estabelecida em 2008, também reduziu o interesse dos bancos ao limitar ganhos com serviços na conta.

Para algumas fontes, o pior problema é a quebra de contrato por parte de prefeituras e governos que ignoraram acordos acertados por governos anteriores e resolveram fazer novas licitações para melhorar a arrecadação. [3]

Os casos mais notórios ocorreram no Paraná e em Santa Catarina. No Paraná, o Itaú teve problemas. Em Santa Catarina, o Bradesco ganhou a licitação, mas o governo resolveu depois manter a folha no Besc, para valorizar o banco estadual que estava sendo vendido para o BB.

Para contornar essa dúvida, as regras mudaram e prefeituras e entidades públicas passaram a aceitar pagamentos parcelados, diluídos pelo prazo da operação. Dos leilões realizados neste ano, 15 tiveram o pagamento parcelado, em estados como a Bahia, Goiás e São Paulo. Após dois leilões desertos, o Ministério Público da Bahia conseguiu realizar a licitação com pagamento parcelado. O mesmo aconteceu na cidade de Presidente Prudente (SP).

Cesar Bertaiolli, prefeito de Mogi das Cruzes, que tentou três vezes sem sucesso leiloar a gestão de sua folha, tem outra opinião sobre a razão dos fracassos. Para ele, os bancos fazem acordo para não entrar nos leilões e forçar os preços para baixo. [4]


[1] A portabilidade realmente afeta o preço do leilão. Entretanto, o governo poderia criar algum mecanismo de "nudge" para compensar este efeito. (Nudge, título do livro de Thaler e Sunstein, que defendem a ideia do empurrão para a escolha certa)

[2] A tempestividade foi fundamental para a boa gestão do dinheiro público. O administrador público que fez o leilão antes da mudança do mercado conseguiu trazer para seu estado/município mais recursos.

[3] Esta questão poderia ser analisada sob a ótica da Teoria dos Jogos, onde o comportamento de um jogador - que não respeita os contratos - pode influenciar o preço estabelecido no leilão. A existência de uma punição severa para estes gestores pode reduzir o impacto do desrespeito dos contratos.

[4] Recomendo a leitura da dissertação de Alexandre Jatobá, sobre o assunto, de 2004.

Madoff e Auditoria

A unidade de Luxemburgo da Ernst & Young não entregará "contra sua vontade" um relatório interno que um grupo representando investidores sustenta que esclareceria os trabalhos da firma de auditoria com um fundo ligado a Bernard Madoff, segundo um tribunal foi informado na quinta-feira.

"A situação mudou radicalmente" desde que o tribunal de Luxemburgo ordenou a um fundo, que havia investido 95% dos ativos com Madoff, a divulgação de uma auditoria privada da Ernst & Young, afirmou Marc Kleyr, advogado da empresa de auditoria, a uma juíza, na quinta. "Desde então o fundo foi colocado em liquidação."

"Qualquer auditor respeitável como a Ernst & Young não pode aceitar que, de um dia para outro, documentos possam ser distribuídos livremente para qualquer lado", disse Kleyr.

Desde dezembro, cerca de 30 processos ligados a Madoff para recuperar fundos ou buscar documentos que possam estabelecer o passivo foram aceitos por tribunais de Luxemburgo. O país é o segundo maior mercado de fundos mútuos, atrás apenas dos Estados Unidos.

Em março, investidores, como o Meeschaert Asset Management e a unidade francesa da Fortis, ganharam nos tribunais ordens para que o fundo LuxAlpha Sicav-American Selection e seu banco custodiante, uma unidade do UBS AG, lhes apresentassem documentos com informações sobre os negócios com Madoff. O relatório da Ernst & Young "é importante porque mostrará como os auditores trataram a análise do funcionamento interno do LuxAlpha", observou Edouard Fremault, analista sênior da empresa de advocacia Deminor International, que representa os investidores. "Este caso diz respeito ao cumprimento de uma ordem que o juiz deu há seis meses", no caso do LuxAlpha.

Em 4 de março, a juíza Brigitte Konz ordenou ao LuxAlpha a entregar os documentos da Ernst & Young aos investidores. Os advogados do LuxAlpha haviam dito no tribunal que cumpririam a determinação. Menos de um mês depois, o fundo foi dissolvido e colocado em liquidação.

Alain Rukavina, um dos dois liquidantes encarregados do LuxAlpha desde sua dissolução em abril, disse à juíza não possuir os documentos originais e que esses ainda estão com a Ernst & Young. Solicitou, portanto, para a Ernst & Young apresentar seus argumentos ao tribunal, acrescentou.

Madoff, de 71 anos, está preso depois de se declarar culpado em março por fraudar investidores em até US$ 65 bilhões. Ele cumpre sentença de 150 anos por usar dinheiro de novos investidores para pagar os mais antigos, uma fraude mundial que se estendia desde, pelo menos, o início dos anos 80.

Um total em torno a US$ 12 bilhões foi sacado por clientes da firma de Madoff em 2008, incluindo cerca de US$ 6 bilhões nos 90 dias anteriores à quebra da firma de Madoff, segundo um síndico do caso.

Auditoria: Ernst & Young recusa-se a entregar documentos em disputa ligada a Madoff
Stephanie Bodoni, Bloomberg, de Luxemburgo - Valor Econômico - 22/9/2009

Grau de investimento para o Brasil

A Moody´s concedeu a nota de "grau de investimento" para o Brasil. Isto significa que o Brasil subiu de Ba1 para Baa3. Agora, as três grandes agências de ratings (as outras são a Standard & Poor's e a Fitch) concederam o investment grade para o país.

A Bovespa fechou em alta, mas acredita-se que o aumento não guarda relação com a notícia.

Mensuração na Contabilidade Ambiental

Os consumidores vão em breve poder comprar todo tipo de mercadoria, de carne a mocassins, com base num número que pretende informá-los sobre o impacto ambiental dos produtos.

Fabricantes e varejistas ao redor do mundo estão trabalhando para medir as pegadas de carbono de seus produtos por uma série de motivos, e todos os esforços têm uma coisa em comum: os resultados têm a aparência de precisão.

Mas todos os pontos decimais do mundo não são capazes de esconder o fato de que a medição das pegadas de carbono é inexata. É algo complicado por várias metodologias e definições — sem falar em achismos.

"Não há regras claras por enquanto", diz Klaus Radunsky, um dos presidentes de um grupo dentro da Organização Internacional para a Padronização (a ISO), de Genebra, que está produzindo uma diretriz para a medição dos impactos ambientais dos produtos. "Depende muito de como você faz os cálculos."

Poucos produtos demonstram mais a bagunça dessas iniciativas do que um simples pacote de leite. Vários estudos em vários países já procuraram medir o impacto do leite, de sua produção numa fazenda até a destruição da embalagem. Em meio a isso, os estudos tentam medir detalhes como a energia usada para se fabricar o fertilizante usado no cultivo da ração para as vacas, o combustível gasto nos caminhões que entregam o leite e a eletricidade usada nos refrigeradores que o preservam nas cozinhas.

Não surpreende que cada um desses estudos meça a pegada do leite diferentemente, em grande parte porque cada um difere na maneira de contar um ou outro desses fatores.

O leite é um dos primeiros produtos que o Wal-Mart Stores Inc. está tentando medir em seu esforço mais amplo para avaliar o impacto ambiental dos produtos que vende. A varejista americana pretende começar a incluir etiquetas para certos produtos com uma nota de "sustentabilidade" — um único número que levaria em conta não apenas as emissões de dióxido de carbono, mas também o uso de água e produção de lixo. Isso é duplamente complicado porque envolve ponderar a importância relativa de diferentes tipos de impacto ambiental. O que é pior: que um tomate use um monte de água ou um monte de pesticidas?

O Wal-Mart está trabalhando com acadêmicos e ambientalistas para decidir como definir essa nota e como apresentá-la. Pode ser um número de 1 a 10 e pode ser uma cor numa série de tonalidades, diz Matt Kistler, o diretor de sustentabilidade da rede. O desafio é elaborar algo que seja compreensível e preciso. "Dá pra conseguir isso de uma hora para outra? Não, porque muito da informação não existe ainda", diz. "Mas acho que podemos chegar lá."

Entre os motivos por trás dessas iniciativas de fabricantes e varejistas estão preocupações com o planeta, marketing, redução de emissões e, em alguns casos, uma tentativa de se evitar que elas sejam pegas desprevenidas por qualquer regulamentação relacionada à mudança climática que possa surgir.

A Tesco PLC, grande varejistra britânica, começou no mês passado a identificar o impacto do leite que vende com sua marca própria. Seus estudos concluíram que meio litro de leite integral gera uma quantidade de gases do efeito estufa equivalente a 900 gramas de dióxido de carbono. Ela inclui essa informação na etiqueta do leite.

Outro estudo de um laticínio americano calculou uma pegada preliminar cerca de 15% menor para uma embalagem comparável de leite.

O que pode responder por parte da diferença é outro conjunto de infinitas variáveis no cálculo do carbono. Algumas fazendas têm maquinário que consome menos energia. Algumas vacas comem menos milho, que normalmente é cultivado com fertilizantes à base de petróleo. E alguns tipos de ração fazem com que a vaca arrote mais metano, uma poderosa fonte de carbono. Os arrotos bovinos são considerados por muitos como a maior fonte de emissões de dióxido de carbono na produção do leite.

Mas algumas partes da equação são subjetivas. As vacas produzem muitos produtos vendáveis: o leite quando estão vivas e, depois de abatidas, carne, couro e ossos. Assim quanto das emissões de uma fazenda de gado deve ser atribuído ao leite, e quanto à produção de sapatos ou de um filé?

A Tesco tenta resolver essa questão dividindo as emissões de acordo com o valor econômico relativo do leite em relação à carcaça da vaca. Se, digamos, uma fazenda obtém 90% de sua receita com a venda de leite e 10% com a venda da vaca, então 90% de suas emissões serão atribuídas ao leite e 10% a outros produtos.

Essa é a rota recomendada como a mais prática pela Carbon Trust, uma empresa de Londres estabelecida pelo governo britânico para ajudar a reduzir as emissões de dióxido de carbono no Reino Unido. A metodologia é parte de um conjunto mais amplo de diretrizes de mensuração do carbono publicado no ano passado pela Carbon Trust, o governo britânico e uma organização definidora de padrões chamada Instituto Britânico de Padronização.

Euan Murray, que supervisiona os estudos de pegada de carbono da Carbon Trust, e que foi contratado pela Tesco para realizar seu estudo sobre o leite, diz que alocar emissões com base no valor econômico faz sentido intuitivo para a maioria das pessoas. Mas, acrescenta, "não há maneira absolutamente certa de fazer isso".

A indústria de laticínios dos Estados Unidos está atualizando seu próprio estudo, e a nova versão usa um cálculo mais complicado preferido pela ISO. O objetivo é essencialmente olhar dentro da vaca, separando a porção das funções biológicas do animal que vai para a produção de leite da porção que vai para a produção da própria vaca. Essas funções incluem alimentos, arrotos, flatulência e estrume.


Qual a pegada de carbono da vaca? Depende de quem calcula
Jeffrey Ball, The Wall Street Journal - 23/9/2009

Grifo do blog

IFRS nos EUA

Uma pesquisa realizada pela KPMG e a American Accounting Association (AAA) entre os docentes das universidades dos EUA mostrou que os professores acreditam que seus alunos estarão em desvantagem caso aquele país não adote a IFRS.

TCU

José Múcio Monteiro Filho é o novo ministro do Tribunal de Contas da União. Foi ministro de Estado e deputado licenciado pelo PTB de Pernambuco. É fidelíssimo ao atual governo (e aos anteriores, também). Sua escolha, confirmada ontem, muda uma escrita recente; três indicados pelo Executivo foram preteridos.

Foi líder do governo na Câmara. Ocupou mais recentemente um cargo crucial, encarregado das relações nem sempre fáceis entre o Congresso e o Planalto, e o fez com competência, aos olhos do Executivo. Merece um prêmio.

O TCU é um prêmio? É isso? Por que alguém é indicado ao TCU? Ilibada reputação conta? Conhecer contabilidade ajuda? Saber tudo sobre administração pública é essencial?

Até é, mas a chave para entender este tipo de processo é outra: ter integrantes "amigos" em organismos como este tribunal é importante para o governo, ainda mais governo em época pré-eleitoral.

O atual tribunal foi bastante crítico, por exemplo, em relação aos projetos apresentados pelo Executivo federal no âmbito do chamado PAC. Isso pode atrapalhar.

O TCU checa papéis. O papel aceita tudo? Não deveria, em se tratando de contas públicas. Há leis, decretos, portarias, regulamentações, regimentos, súmulas e uma imensa parafernália de artigos e artiguetes para impedir que a coisa pública sofra uma metamorfose e se transforme em riqueza privada.

De fato, o que acontece é que os governos -não só este- desde sempre cuidam de incluir nos quadros dos ditos tribunais de contas homens que lhe são fiéis. O descortino e o rigor no controle das contas não parecem ser essenciais nesta escolha, e não vai aqui juízo de valor sobre nenhum dos membros de nenhum tribunal desta espécie.

José Múcio é um homem fiel. Pode ajudar a controlar melhor o destino do dinheiro do Estado? Não se pode afirmar o contrário. Em uma República de aparências, onde juízes não necessitam de "curriculum" e senadores consideram direito natural usar os recursos públicos em causa privada, sua indicação parece a propósito.

Pede-se, afinal, que os amigos das raposas cuidem do galinheiro. Às vezes, esses guardiães até defendem as aves, mas que é estranho, isso é.

Tribunal é um prêmio a homens fiéis ao governo
Folha de São Paulo - 23/9/2009
MARCO CHIARETTI


Ou seja: quando teremos um TCU formado por técnicos?

IPO e Agregação de Valor

A criação de valor ao acionista, e a atenção ao custo do capital são assuntos que vem sendo muito discutidos em teoria das finanças. Partindo-se da premissa de que um dos principais objetivos da empresa é o de gerar riqueza aos seus proprietários de capital, este trabalho tem por objetivo correlacionar o efeito do IPO (Initial Public Offering) com a geração de valor aos acionistas. Para mensurar tais fatos, esta pesquisa utilizou os conceitos de uma medida de desempenho operacional baseada no lucro residual, conhecida por EVA® (Economic Value Added), e o MVA® (Market Value Added), que mede sobre a ótica do mercado, o potencial de geração de valor de uma empresa. O estudo foi realizado utilizando uma amostra que contempla todas as empresas que realizaram um IPO no ano de 2006. Através da análise dos dados publicados no ano anterior e subseqüente a abertura de capital, os resultados mostraram que devido ao aumento demasiado do custo médio e ponderado do capital, estas empresas destruíram valor no ano do IPO e no ano subsequente, porém, estes resultados podem sofrer reversões e no futuro confirmar as expectativas positivas do mercado demonstradas pelos MVAs® positivos.

LANÇAMENTO PRIMÁRIO DE AÇÕES: EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA DE CAPITAL VERSUS GERAÇÃO DE VALOR
- João Paulo de Negri Correa, Maria José de C. M. de Zen & José Francisco Calil - Universidade Metodista de Piracicaba

Links

Oferta e demanda entre os macacos

O Iasb propoe eliminar a exigencia do uso da taxa do titulo de governo. Em seu lugar, as entidades podem estimar a taxa de titulos de empresas de alta qualidade. A ideia pode entrar em vigor ja no final de 2009.

Demanda por jogador agressivo no Futebol inglês

22 setembro 2009

Rir é o melhor remédio


Na placa, "Seminário Eterno de Economia"
Fonte: aqui

Valor do Santander

Santander é avaliado em até R$ 96,6 bilhões
Valor - 21/9/2009

SÃO PAULO - O Santander Brasil deve estrear na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) com valor de mercado entre R$ 82,8 bilhões e R$ 96,6 bilhões, conforme os intervalos de preço e de papéis a serem vendidos na oferta pública primária de units, marcada para o início de outubro.

A estimativa coloca a filial brasileira do banco espanhol à frente do Banco do Brasil (BB), lado a lado com o Bradesco (na projeção mais otimista), mas ainda bem atrás do Itaú Unibanco.

De acordo com as cotações desta tarde, o valor de mercado do Itaú Unibanco é de R$ 138,5 bilhões, descontando as ações em tesouraria. Em segundo lugar aparece o Bradesco, que vale R$ 94,9 bilhões. O BB tem valor de mercado de R$ 76,09 bilhões.

Ao se observar um critério bastante usado pelo mercado, no entanto, que compara o valor de mercado com o patrimônio líquido, o Santander estaria bastante descontado em relação a seus pares.

O Itaú Unibanco é negociado a 2,93 vezes o patrimônio, ante índice de 2,55 vezes para o Bradesco e de 2,35 vezes para o Banco do Brasil.

No caso do Santander, o índice varia de 1,31 vez a 1,53 vez, a depender de quantas ações serão vendidas na oferta e levando em conta o patrimônio líquido de R$ 63,212 bilhões, estimado para depois do aumento de capital decorrente da oferta pública.

Na operação que ocorrerá no próximo mês, cerca de 15% do capital do Santander Brasil devem ser vendidos aos investidores minoritários. De acordo com as regras do Nível 2 da BM & FBovespa, o banco terá três anos, prorrogáveis por mais dois anos, para atingir um índice de 25% do capital em circulação.

(Fernando Torres | Valor)


Aqui texto do NY Times sobre a operação

Aumenta as ressalvas


O gráfico mostra a percentagem de balanços auditados nos EUA com ressalvas de "going concern" (continuidade). O número mais elevado no início do milênio é consequência dos escândalos contábeis. O número de empresas é significativamente elevado (mais de 15 mil).

Fonte: Aqui

Controle das Organizações

O objetivo deste estudo é avaliar as principais características da tipologia de controle adotado nas organizações. O controle é o meio pelo qual os gestores influenciam as pessoas na direção da realização dos objetivos organizacionais e pode ser classificado em quatro tipos, a partir do seu contexto de atuação e de sua dimensão, segundo Gomes e Salas (2001): Familiar, Burocrático, Ad Hoc e Por Resultados. (...) Foram identificadas 13 empresas com Controle Familiar, 3 com controle Ad Hoc, 20 com controle Burocrático e 12 com controle Por Resultados. Os resultados revelam vários pontos de concordância entre os sistemas de controle das empresas pesquisadas e a literatura, e algumas discordâncias. Entre as características mais citadas destacam-se: controles e decisões centralizadas e o uso de controles internos formais. Os resultados mostram que a tipologia pode ser usada para entender os sistemas de controle das organizações, oferecendo informações de valor para apoio à tomada de decisão.

CARACTERISTICAS DE CONTROLE ORGANIZACIONAL DE EMPRESAS DA REGIÃO SUL DO BRASIL
Carlos Alberto Diehl; Elisangela Santos da Silva Boose; e Ernani Ott (Unisinos)

Remuneração de Executivos

A Tootsie Roll Industries apresentou vendas de meio bilhão de dólares no último ano. Já as receitas da Kraft Foods foram de 42 bilhões de dólares. Ou seja, são empresas completamente diferentes. Mas os executivos da Tootsie não acham isto. Tanto é assim, que eles decidiram usar a Kraft como parâmetro na forma como remunerá-los.

O caso da Tootsie é só um exemplo de como algumas empresas fazem para definir a política de remuneração. Geralmente favorável aos executivos e contrários aos interesses dos acionistas.

Esta questão é tratada, teoricamente, na teoria da agência. Por esta teoria, existirá uma divergência entre os interesses dos acionistas – geralmente agregação de valor – e os interesses dos executivos – melhores salários.

Uma forma de melhorar os seus salários é usar como parâmetro empresas onde os salários são naturalmente maiores. Um estudo comparou um parâmetro esperado (baseado no setor de atuação, no desempenho e outros fatores) e os parâmetros escolhidos pelas empresas na definição salarial.

Veja mais em: Theory & Practice: Picking Big 'Peers' to Set Pay --- Executive Compensation Is Often Skewed by Comparisons, Cari Tuna, The Wall Street Journal, 17/8/2009, J, B7

Realização de prejuízos

Palavra do gestor: A relutância dos investidores em realizar seus prejuízos
Jan Karsten

No Quinto Congresso Anbid de Fundos de Investimento, tivemos o prazer de ouvir os ensinamentos do Prêmio Nobel de Economia doutor professor David Kahneman. Em virtude da excelente apresentação realizada por ele, me pareceu oportuno trazer um tema comentado pelo professor e tão atual: a relutância que os investidores têm em realizar prejuízos.

O primeiro estudo para testar o efeito disposição, ou seja, a tendência a realizar ganhos antes de perdas, foi realizado em 1999 por Terrance Odean, professor de finanças da Universidade da Califórnia ( Berkley), várias vezes mencionado pelo Dr. Kahneman.

Em 2005, resolvemos realizar o mesmo teste efetuado pelo professor Odean aqui no Brasil. Para tal investigamos o padrão de comportamento de 12 mil investidores entre pessoas físicas, pessoas jurídicas institucionais e não-institucionais que transacionaram na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Este trabalho foi possível graças à BM&F Bovespa, que nos forneceu gratuitamente uma amostra aleatória de investidores que realizaram mais de 600 mil transações entre 2001 e 2004.

O efeito disposição foi encontrado em todos os anos e para todos os investidores, com exceção dos investidores institucionais no ano de 2004. Para validar esse resultado isolamos alguns fatores como: vendas motivadas pela tributação e vendas motivadas pelo rebalanceamento do portfólio. Para quem não acompanhava o mercado financeiro naquela época, três ações apresentaram expressivas perdas entre 2001 e 2004: Embratel, Telesp Celular e Globo Cabo. Esta última, por exemplo, veio de R$ 16 para algo próximo a R$ 1.

A expectativa que tínhamos é que isolando as transações com tais ações a disposição em realizar mais perdas iria subir, afinal a tendência do investidor com papéis que sofreram expressivas perdas é mantê-los até que retornem ao nível de aquisição. O fato é que essas ações não eram as únicas que sofreram perdas neste período e pudemos assim comprovar que a aversão a realizar perdas cria uma inércia, ou seja, um desejo muito forte em manter o portfólio de investimentos intacto.

O desejo de evitar o sentimento de arrependimento gera essa inércia dos investidores. Eles têm a expectativa de que a ação com perdas retornará ao preço de aquisição e portanto, preferem realizar pequenos lucros com algumas ações a realizar um grande prejuízo com uma única ação. Mesmo que a ação que acumula prejuízo tenha perspectivas inferiores às demais ações do portfólio.

O professor Kahneman também citou que psicólogos e neurocientistas estão convergindo na descrição de como o nosso cérebro funciona. Essa descrição faz distinção entre dois tipos de pensamento, um que é intuitivo e automático e outro que é refletivo e racional. O primeiro é muito comum entre os investidores pessoas físicas, o segundo é consistente entre os investidores institucionais que conseguem alocar a sua atenção de forma mais eficiente. Na sua visão existem dois tipos de investidores pessoas físicas: os que procuram montar um portfólio mais de longo prazo e os que são operadores ativos, comprando e vendendo frequentemente. No trabalho de Odean, ficou evidente que os investidores mais ativos tomam decisões de investimentos equivocadas, pois, na média, as ações de empresas que eles vendiam subia 3,4% a mais do que as ações de empresas que eles compravam.

Apesar de o Ibovespa ter acumulado mais de 27% de rentabilidade acumulada no período de 2001 a 2004, os investidores individuais acumularam mais perdas do que ganhos. Também mantiveram em suas carteiras, na média, uma ação por 100 dias úteis versus investidores institucionais, que seguraram uma ação por 213 dias úteis. O estudo do efeito disposição mostra que os investidores não têm a disciplina de analisar as ações que acumulam perdas e reavaliar se é o momento de se desfazer dessas ações em detrimento de novas com perspectivas melhores para o futuro. Isso foi comprovado por esse estudo com as ações de Embratel, Globo Cabo e Telesp Celular e, mais recentemente, com as empresas que realizaram aberturas de capital.

Usando as palavras do professor Kahneman, os investidores individuais operam demais e na média tomam decisões de investimento equivocadas. O professor reforçou que os assessores profissionais têm uma responsabilidade muito importante no aconselhamento de investidores, como: impor uma disciplina para investir para o longo prazo; não ficar monitorando excessivamente a carteira de investimento e evitar que os investidores desenvolvam um excesso de confiança.

Jan Karsten ,diretor de investimentos do Citibank Brasil
Valor Econômico – 20/8/2009