09 setembro 2024
Iluminação Pública e Crime: Menos Luz Pode Ser Mais Eficiente?
A questão é que existem impactos secundários causados pela iluminação, como a privação do sono e os efeitos sobre o meio ambiente. O fato de os estudos serem localizados, muitas vezes em comunidades mais pobres, também não ajuda. Existem pesquisas, em Calgary e no Reino Unido, que mostram que o efeito da iluminação pode não existir ou ser inverso ao esperado. O texto desafia a crença comum de que mais luzes nas ruas reduzem crimes, mesmo que os resultados sejam contraditórios. Talvez, nesse caso, menos iluminação possa, em alguns contextos, ser mais eficiente.
Ao ler o texto, pensei que o financiamento de um grande estudo, mesmo que experimental, poderia ser muito interessante para os cofres públicos. Através de uma ampla pesquisa, se chegarmos à conclusão de que "menos é mais", isso pode representar, no longo prazo, uma grande economia de recursos públicos.
08 setembro 2024
Sobre o mercado editorial
Veja como funciona o mercado editorial no exterior. Pesquisadores realizam seus trabalhos originais, financiados por iniciativas privadas, dinheiro público, entre outros. Após concluírem seus estudos, enviam os artigos para periódicos acadêmicos, geralmente com fins lucrativos. Esses periódicos revisam os trabalhos utilizando mão de obra gratuita, ou seja, os próprios pesquisadores. Se o artigo é aceito, os autores precisam pagar uma taxa de publicação, que é ainda maior se quiserem que o artigo fique em "acesso aberto". Posteriormente, as universidades compram esses artigos por meio de assinaturas de periódicos. É um sistema injusto, no qual as editoras científicas são as grandes beneficiadas.
Apesar das falhas, esse ciclo é difícil de ser rompido. As editoras atuam de forma rigorosa contra qualquer tentativa de burlar o sistema. Para quem deseja mais detalhes, veja a história de Aaron Swartz
Defensor da cultura livre, Swartz contrapôs-se à prática adotada pelo repositório JSTOR, de remunerar as editoras e não remunerar os autores, cobrando pelo acesso aos artigos e limitando esse acesso à comunidade acadêmica. Em 2011, foi preso pela polícia do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) sob acusações de invasão, depois de conectar seu computador à rede da universidade em um armário aberto e não sinalizado e configurá-lo para baixar sistematicamente artigos acadêmicos do repositório JSTOR, usando uma conta de usuário fornecida pelo próprio MIT para seu uso pessoal. Em seguida, promotores federais o acusaram de transmissão eletrónica para a prática de fraude, além de crime de invasão de computadores, sujeito a uma pena máxima acumulada de até 1 milhão de dólares em multas, 35 anos na prisão e confisco de bens.
Swartz rejeitou um acordo onde ele ficaria preso por seis meses em uma prisão federal. Dois dias depois da promotoria negar uma contraproposta feita por ele, foi encontrado enforcado em seu apartamento no Brooklyn, em um aparente suicídio. Após a sua morte, a promotoria federal de Boston retirou as acusações.
Uma reação ao controle das editoras surgiu com os sites de pré-impressão, onde os pesquisadores podem arquivar suas pesquisas antes de serem capturadas pelos periódicos. No entanto, as grandes editoras reagiram. A Elsevier, por exemplo, comprou a SSRN. Outro exemplo é o Sci-Hub, que disponibiliza artigos gratuitamente, ajudando cientistas a acessar textos de forma livre.
No passado, houve uma reação contra essa situação através de boicotes. A Universidade da Califórnia anunciou o corte de assinaturas da Elsevier , seguido pelo MIT . Anos depois, ambas as instituições parecem não sentir falta do acesso a esses periódicos. Um relato recente mostra o caso do MIT. Como está a situação do MIT ?
Estão se saindo bem. Se alguém no MIT precisa de um artigo da Elsevier, geralmente pode consegui-lo pedindo diretamente ao pesquisador por e-mail, baixando de sites de pré-impressão ou até do site do próprio pesquisador. Quando isso não funciona, o empréstimo entre bibliotecas permite que outras instituições enviem os artigos em um ou dois dias. Para necessidades urgentes, a biblioteca compra o acesso a artigos individuais por meio de um serviço sob demanda.
E como isso afeta a pesquisa no Brasil? Algumas áreas acadêmicas brasileiras têm forte conexão com o exterior, o que faz com que o país pague altos valores para garantir que seus pesquisadores tenham acesso aos artigos internacionais. Embora o custo seja menor comparado a outros países, o Brasil, sendo mais pobre, continua favorecendo as grandes editoras.
Em algumas áreas, como a contabilidade, existe uma cultura de acesso aberto nos periódicos nacionais. No entanto, com a expansão da internet e a pressão por publicações, o número de periódicos aumentou excessivamente. Com o tempo, muitos passaram a atrasar suas publicações, e alguns até deixaram de operar. A Capes tem sido vista como vilã ao forçar a publicação em periódicos que seguem métricas estrangeiras. Para os periódicos locais, isso significa obter o “aval” de entidades que cobram taxas elevadas. Sem recursos, esses periódicos tendem a se concentrar em poucos títulos ou fechar. Já existem casos de periódicos comprados por entidades com fins lucrativos. Para sobreviver e serem citados, alguns exigem que os artigos sejam traduzidos para o inglês, com o custo arcado pelo pesquisador.
Além disso, a qualidade do atendimento aos autores tem piorado, e é cada vez mais comum um artigo demorar mais de um ano para obter resposta de um periódico nacional. Recentemente, tive um artigo que levou 500 dias e passou por cinco revisões antes de ser rejeitado. Esse prazo é muito longo no meio acadêmico, além de ser desrespeitoso para o pesquisador.
Diante desse cenário, publicar no exterior acaba sendo uma opção mais atraente, mesmo que custe mais de mil dólares para publicar um artigo.
Como medir o impacto líquido de um bilionário?
De um comentário sobre o livro Billionaire Nerd Savior King:
Bill Gates tem mais de 200 funcionários que gerenciam as casas de sua família, fazendas de cavalos, refeições, segurança, jatos e viagens. Outros 150 estão focados em gerenciar sua fortuna pessoal, juntamente com os ativos de sua fundação. Mas esse não é o único tipo de ajuda que ele tem à sua disposição: ao longo do livro, Das faz referência às dezenas de profissionais de relações públicas, especialistas em criação de conteúdo e consultores de estilo que trabalham em sua equipe pessoal, na fundação ou em outros lugares do reino de Gateshood – todos os quais estão no negócio de nos fazer perceber Gates e os tópicos que o cercam, da maneira que ele deseja.
Ou seja, a reputação é um bem comprável. Se você tem um sentimento geralmente caloroso e confuso sobre Bill Gates e seu trabalho de filantropia, vale a pena examinar de onde vem esse sentimento. Foi a partir de um artigo de notícias? Um publicitário provavelmente agendou a entrevista com um jornalista amigável. Foi um post no blog que ele escreveu? Gates tem escritores e editores fantasmas à mão para polir aqueles para ele. Um vídeo do YouTube? Editado. Um podcast? Preparado com treinamento de mídia e entrevistas simuladas. Esta não é uma prática nefasta, mas é industrial. E é algo que precisamos considerar sempre que calculamos quem era Gates. Ele é um produto de mídia, afinal – não apenas uma pessoa.
Recomendo a leitura do texto para responder a pergunta do título do post. Mas certamente a mensuração do impacto líquido será influenciada por este grande número de funcionários que Gates tem a disposição.
05 setembro 2024
Os melhores episódios de séries
A revista Rolling Stones divulgou a relação dos melhores episódios de séries de todos os tempos. São 100 episódios, mas a presença do The Office americano (mas não o inglês) e a ausência de Narcos pode levantar suspeita da qualidade. Você pode conferir no link. Mas o episódio de melhor qualidade é ...
O poder da televisão dramática, plenamente realizado. A maior vantagem desse meio sobre o cinema é a quantidade de tempo que temos para passar com os personagens e suas histórias, episódio após episódio, ano após ano. Muitos dos episódios desta lista têm tanto impacto justamente por conhecermos tão bem os personagens e os conflitos naquele ponto. Nenhum é tão devastador, ou tão meticulosamente preparado, quanto "Ozymandias", a hora em que todas as coisas terríveis que Walter White (Bryan Cranston) fez ao longo de mais de cinco temporadas finalmente explodem em seu rosto. Tio Jack (Michael Bowen) e sua gangue de neonazistas matam Hank (Dean Norris) e roubam o dinheiro de Walt. Skyler (Anna Gunn) e Flynn (RJ Mitte) se recusam a fugir com Walt, e quando ele vê o terror nos olhos deles diante do monstro em que se tornou — vê a verdade fria e cruel da sua situação, em vez da mentira que tem contado a si mesmo sobre ter feito todas essas coisas terríveis por sua família — ele sequestra a bebê Holly e foge. Até mesmo uma trama há muito adormecida — Jesse (Aaron Paul) descobriria que Walt foi responsável pela morte de Jane, e se sim, como reagiria? — tem um desfecho incrível quando Walt casualmente conta a Jesse sobre isso, apenas para torcer ainda mais a faca antes de deixar seu ex-parceiro para ser morto (ou assim ele pensa) pelos capangas de Jack. "Ozymandias" (escrito por Moira Walley-Beckett e dirigido por Rian Johnson) lidera nossa lista não só por como constrói em cima do que veio antes, mas por ser uma hora de narrativa perfeita por si só, repleta de momentos inesquecíveis: Hank dizendo a Walt que Jack decidiu matá-lo 10 minutos atrás; as calças perdidas de Walt do episódio piloto reaparecendo no momento mais baixo de seu dono; uma Skyler desesperada gritando na rua após Walt roubar sua filha; e tantos outros. O melhor de todos os tempos. —A.S.
As maiores empresas do mundo por empregados (e do Brasil também)
As maiores empresas do mundo por empregados:
1. Walmart - 2.100 mil
2. Amazon - 1.525
3. Foxconn (Taiwan) - 826,6
4. Accenture - 750
5. Volkswagem - 656,1
6. Tata Consultancy Services - 601,5
7. DHL Group (Deutsche Post) - 594,9
8. BYD - 570,1
9. Compass Group (Reino Unido) - 550
10. Jingdong Mall (China) - 517,1
E agora a relação do Brasil:
62. JBS - 270 mil
265. BRF - 100 mil
327. Banco do Brasil - 86 mil
355. Assai - 80 mil
392. Banco Bradesco - 74,2
408. Multiplan - 70,4
444. Hapvida - 66
513. Raia Drogasil - 57,3
531. Santander - 55,2
563. Simpar - 51 mil
(Bem interessante a presença de algumas empresas na lista acima)
As maiores empresas do mundo em Receita (e do Brasil também)
As maiores empresas do mundo em volume de receita:
1. Walmart - 657,33 bilhões
2. Amazon - 604,33
3. Saudi Aramco - 495,35
4. Sinopec (China) - 473,53
5. PetroChina - 430,65
6. Berkshire Hathaway - 402,87
7. Apple - 385,60
8. UnitedHealth - 381,25
9. CVS Health (EUA) - 363,24
10. Volkswagen - 350,67
E as brasileiras são:
18. JBS - 281,46
122. Petrobras - 78,37
260. Vale - 42,05
375. Itau Unibanco - 30,42
386. Banco do Brasil - 29,78
464. Ultrapar Participações - 25,17
538. Atacadão - 22,0
597. Banco Bradesco - 19,77
746. Ambev - 15,77
850. Braskem - 13,73
As maiores empresas do mundo em lucro (e do Brasil também)
A relação das maiores empresas do mundo em termos de lucro é a seguinte:
1. Saudi Aramco - 228,37 bilhões de dólares
2. Apple - 121,62 bilhões
3. Microsoft - 107,78
4. Alphabet (Google) - 101,82
5. Berkshire Hathaway - 88,9
6. JP Morgan Chase - 68,78
7. Meta - 60,64
8. ICBC (China) - 58,25
9. Amazon - 56,85
10. China Construction Bank - 53,91
Isto totaliza um lucro somado de 947 bilhões de dólares.Eis a relação das empresas brasileiras:
48. Petrobras - 19,22
93. Vale - 12,74
124. Banco do Brasil - 9,93
146. Itau Unibanco - 8,78
469. Ambev - 3,28
502. BTG Pactual - 3,12
509. Itausa - 3,09
513. Banco Santander Brasil - 3,05
662. Nu Holdings - 2,27
721. Rede D'Or São Luiz - 2,06
As maiores empresas do mundo em valor de mercado (e as dez maiores do Brasil)
A imagem mostra a relação das dez maiores empresas por valor de mercado. As cinco primeiras são da área de tecnologia e dos Estados Unidos. Somam 18 trilhões de dólares de valor de mercado. A primeira empresa da América do Sul é a Mercado Libre, com 102 bilhões de valor de mercado. A empresa argentina está na posição 156. A Petrobras está logo abaixo, com valor de mercado de 93 bilhões de dólares, na posição 181. A seguir, na ordem, temos:
276. Nu Holdings - 68 bilhões
307. Itau Unibanco - 61 bilhões
426. Vale - 45,87
484. WEG - 40,64
546. Ambev - 36,96
652. BTG Pactual - 30,38
663. Banco do Brasil - 29,91
693. Banco Bradesco - 28,68
908. Banco Santander Brasil - 21,18
A soma das empresas brasileiras corresponde a 455 bilhões de dólares de valor de mercado. Um pouco acima da Mastercard (valor de mercado de 441 bilhões e 19a. posição). Nas dez maiores, seis são do setor financeiro. Isto não deveria ser normal.
04 setembro 2024
Evolução histórica do PIB Brasileiro
Os dados são do Maddison Project (via OurWorldData) e mostra na linha verde a evolução do PIB per capita dos Estados Unidos, desde 1650. De vermelho escuro, o mesmo PIB per capita, para o Brasil, a partir de 1808. Neste ano, o índice era de US$867, a preços de 2011, para o Brasil, versus 2.545 para os Estados Unidos. Ou seja, três vezes. Mas durante o século XIX, enquanto o valor cresceu substancialmente nos Estados Unidos, ficamos praticamente estagnados. Em 1900, o PIB per capita era de 8.038 versus 874, mais de nove vezes. É a confirmação das críticas ao império brasileiro e sua economia, feita por Caldeira em História da Riqueza no Brasil. Sendo mais claro, o reinado foi um atraso para nosso país.
Em 2022, o PIB per capita dos Estados Unidos era de 58.487, o nosso 14.640. Voltamos a quatro vezes a relação - poderia ser melhor se não fosse a grande crise econômica de 2014-16. Mas estamos abaixo da média mundial (16.677).
A Crise Invisível: A Escassez de Contadores e os Desafios para o Futuro da Profissão
Provavelmente, o leitor já ouviu alguém dizer que a palavra "crise" não combina com o trabalho do contador. Ou seja, trata-se de uma profissão que, supostamente, está imune aos altos e baixos do mercado. No passado, este blog fazia um acompanhamento mensal do mercado de trabalho no Brasil e mostrava que, sim, existia crise de emprego na contabilidade. (Deixamos de fazer esse acompanhamento tanto pelo extenso trabalho que demandava quanto pela dificuldade de acesso a uma base de dados segmentada).
Parece que essa realidade também se aplica aos Estados Unidos. Na maior economia do mundo, a crise chegou à profissão contábil, mas não por razões como a substituição do trabalho pela Inteligência Artificial ou algo semelhante. Segundo um relatório da Business Insider (via aqui), há uma escassez de contadores. No período de 2021-22, o número de estudantes graduados foi de 47.067, uma redução de 8% em relação ao período anterior. O problema é que esse foi o sexto ano consecutivo de queda. No caso do mestrado, o número caiu para 18.238, também uma redução. (Veja gráfico)
Mas o diploma não é suficiente. É necessário passar por quatro exames profissionais (CPA), cada um com quatro horas de duração, dentro de um prazo de 18 meses, além de trabalhar por um ano com um CPA licenciado, antes de poder atuar no mercado de trabalho. A queda no número de novos profissionais é agravada pelo envelhecimento da força de trabalho: estima-se que 75% dos empregados na área atingiram a idade de aposentadoria em 2020.
Para tentar amenizar o problema, há uma proposta de reduzir a quantidade de educação necessária para se tornar um CPA e expandir os programas de mestrado. O grande desafio é que a remuneração média dos contadores, de 80 mil dólares, está abaixo da de profissionais equivalentes na área financeira.
A crise na profissão contábil parece ser então decorrente da queda no número de novos profissionais e do desafio de atrair jovens talentos para uma carreira que exige altos níveis de qualificação, mas oferece remunerações inferiores a outras áreas financeiras.
Dieselgate e a fraude ambiental da Volkswagen vai a julgamento
Ao todo, 11 milhões de veículos no mundo todo, fabricados entre 2009 e 2015, foram equipados com esse software. As suspeitas começaram em 2013, quando uma equipe da Universidade da Virgínia Ocidental realizou testes em condições reais de condução e descobriu que dois modelos da Volkswagen emitiam níveis de óxido de nitrogênio muito acima dos limites legais. Com base nesses resultados, a EPA anunciou em 2015 que a Volkswagen estava violando a lei. O anúncio derrubou as ações da empresa (gráfico), levou vários países a iniciarem investigações e forçou a renúncia de executivos, incluindo o CEO Martin Winterkorn, que agora está sendo julgado. Um ano depois, a Volkswagen começou a firmar acordos legais, admitindo que a direção da empresa havia solicitado o desenvolvimento do software e tentado encobrir o caso.
Além disso, o escândalo revelou que o problema de emissões também afetava carros de outras marcas. Estima-se que pelo menos 30 pessoas da administração da Volkswagen soubessem da fraude por anos, apesar de a empresa ter negado inicialmente em 2015.
Os veículos modernos possuem sensores e componentes eletrônicos que conseguem detectar o início de um teste de emissões em laboratório, e alguns sistemas de controle de poluição podem funcionar apenas durante esses testes.
O julgamento de Martin Winterkorn, agora com 77 anos, pode resultar em uma pena de até 10 anos de prisão por fraude, manipulação do mercado e perjúrio. Curiosamente, ele agora nega as acusações. Até o momento, o escândalo já custou à Volkswagen mais de 38 bilhões de dólares em multas e compensações.
Há um verbete na Wikipedia que detalha o escândalo em termos técnicos. Clique aqui. A notícia do julgamento é da newsletter 1440.
02 setembro 2024
Contabilidade não é mais legal
O texto é de Matt Levine, para Bloomberg:
Bem, eu acho que contabilidade é legal. A contabilidade, assim como o direito tributário ou o grego antigo, possui uma constelação de características agradáveis:
1. É um corpo de conhecimento detalhado e esotérico, então, se você tem uma mente voltada para detalhes e que gosta de curiosidades, pode apreciá-la, e se você se tornar bom nisso, as pessoas ficarão impressionadas com todas as coisas aleatórias que você conhece.
2. Mas não é aleatório. Apesar das complexidades, é um corpo de conhecimento fundamentalmente baseado em princípios: as regras se encaixam de uma maneira em grande parte sensata para alcançar alguns objetivos centrais. Na contabilidade, os objetivos básicos incluem apresentar de forma precisa e útil a posição financeira de uma empresa, refletir com precisão as mudanças nessa posição, etc.
3. É um corpo de conhecimento social: as regras contábeis são feitas por comitês com base em experiências humanas; elas não são fatos dados do mundo natural. Compreender as pessoas ajuda a entender a contabilidade, e vice-versa.
4. Se você entender profundamente os princípios e estudar todas as complexidades, pode encontrar pequenas falhas, pequenos lugares onde as regras reais podem ser usadas para realizar coisas que parecem contradizer os princípios fundamentais. No direito tributário, as falhas tendem a ter a forma de "fazer a renda desaparecer." Na contabilidade, as falhas tendem a ter a forma de "fazer a renda aparecer do nada." Encontrar essas falhas é um esforço intelectual satisfatório e uma maneira de demonstrar a si mesmo que você realmente dominou tanto os princípios quanto os detalhes.
5. Além disso, se você for bom em encontrar essas falhas, pode transformá-las em muito dinheiro. (Isso não funciona com o grego antigo.)
Isso parece atraente para você? Provavelmente a maioria de vocês está dizendo "o quê, não," e uma minoria considerável está pensando "sim, isso parece legal, é basicamente o que eu faço no meu trabalho como [estruturador de derivativos][investidor em crédito em dificuldades][engenheiro de software][fundador de fintech][fraudador financeiro], embora eu provavelmente ganhe mais do que os contadores," e alguns de vocês estão pensando "sou contador e isso não soa muito como o meu trabalho diário," e então um de vocês vai me enviar um e-mail dizendo "sou contador em um escritório nacional da Big Four e obrigado por apreciar minha arte."
Mas muitos jovens de 18 anos vão começar a faculdade em breve, e todos eles acham que contabilidade é chata, então há uma grande escassez de contadores.