Translate

Mostrando postagens com marcador criação de valor. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador criação de valor. Mostrar todas as postagens

20 março 2013

O mito do Valor do Acionista

O objetivo de uma empresa é adicionar valor para o acionista. Este é o mantra das finanças corporativas há décadas. Lynn Stout, num pequeno livro com um pouco mais de cem páginas (STOUT, Lynn. The Shareholder value myth. San Francisco, Berrett-Koehler, 2012), afirma que colocar os acionistas em primeiro lugar pode prejudicar os investidores, a empresa e o público. O livro possui oito capítulos.

Logo no inicio Stout refaz a história do pensamento sobre como adicionar valor ao acionista tornou-se um mantra. Logo a seguir, três capítulos discutindo como isto está errado em termos de direito, economia e na prática da empresa. A seguir, a autora discute a controvérsia entre o especulador, voltado para o curto prazo, e o investidor de longo prazo. Stout afirma que não existe único tipo de acionista e que seus interesses podem ser contraditórios. Assim como os fundos hedges e outros investidores. Em outras palavras, adicionar valor para o acionista ignora que diferentes acionistas possuem diferentes valores. Stout afirma que o foco no acionista é uma ideologia baseado num pensamento simplista, não na realidade.

O livro é fácil e rápido de ler. Possui alguns argumentos interessantes e questiona o pensamento dominante das finanças atuais. Entretanto, alguns trechos possuem um simplismo em excesso. Stout considera como argumento factível o fato de que o direito dos Estados Unidos, em nenhum momento, considera que adicionar valor ao acionista.

Em outro trecho, ao tentar explicar a teoria de agência de Jensen e Meckling, a autora afirma, de maneira preconceituosa, que ambos são economistas, não homens de negócios ou advogados.

Vale a pena? Não. O livro possui algumas poucas ideias que não são adequadamente desenvolvidas.

Evidenciação: Este blogueiro adquiriu a obra numa livraria, não tendo sido induzido a fazer esta postagem pelas partes interessadas.

20 novembro 2008

Qual o objetivo de uma empresa?

Tradicionalmente ensinamos aos nossos alunos que o objetivo de uma empresa, sob a ótica financeira, é maximizar valor. A palavra Valor deve ser o foco de atenção de uma gestão. Na prática, no entanto, parece que isto nem sempre é verdade. Os gestores tendem o focar sua gestão em outro objetivo financeiro: maximizar receita.

Uma possível razão para que isto ocorra talvez esteja nas características comportamentais dos executivos, que consideram os negócios uma competição contra seus concorrentes onde ganha quem tiver a empresa com maior receita.

Na semana passada o mercado financeiro ficou sabendo da aquisição do Unibanco pelo Itaú. Com isto, a nova instituição financeira passou a ser a primeira em certos critérios, deixando o Banco do Brasil em segundo lugar. Qual a reação dos executivos do BB? Em lugar de observar a qualidade dos seus investimentos e preocupar-se com a agregação de valor, o foco passou a ser suplantar o novo líder.

Isto está muito claro na afirmação do presidente da república (lembre-se que o governo brasileiro ainda é o principal acionista do BB), que afirmou:

"O Banco do Brasil era o principal banco do Brasil. Com a fusão do Itaú e do Unibanco, o Banco do Brasil passou a ser o segundo banco e nós queremos que o Banco do Brasil seja muito maior do que qualquer outro banco no Brasil" (Empenhado em fazer BB voltar ao topo, Lula recebe governador de SP, Valor Econômico, 19/11/2008) [Um comentário próximo também saiu na Gazeta Mercantil, em Para Lula, Banco do Brasil tem de ser a maior instituição do País: "Queremos que o Banco do Brasil seja muito maior que qualquer outro banco do Brasil", 19/11/2008, Finanças & Mercados - Pág. 1, Ayr Aliski]


Os acionistas minoritários do BB perceberam que a busca pelo primeiro lugar no ranking pode não ser interessante sob o ponto de vista de valor da empresa (e valorização do preço da ação, por conseqüência):

A União Nacional dos Acionistas Minoritários do Banco do Brasil (Unamibb) considera que o governo está agindo por vaidade ao decidir a favor da compra do Nossa Caixa pelo Banco do Brasil. "Com a fusão do Unibanco com o Itaú, Lula não quer que o BB caia do galho, mas crises não se resolvem assim. A crise financeira no mundo está associada à falha de regulamentação e não à falta de estatização", afirma a vice-presidente da Unamibb, Isa Musa.(Governo age por vaidade, diz associação de minoritários do BB , Estado de S. Paulo, 20/11/2008)

19 novembro 2008

Destruição de Capital

Segundo Will Wilkinson (Breathtaking Capital Destruction) na década de 1980 GM e Ford fizeram investimentos que destruiram em 465 bilhões o capital. Com este valor, GM e Ford poderiam fechar suas fábricas (deficitárias) e comprar as ações da Honda, Toyota, Nissan e Volks.

Em outra postagem (Making Sense on Detroit) Wilkinson lembra que um dólar investido em ações há 20 anos renderia três hoje; mas se investido na GM o seu valor seria 7 centavos.

03 julho 2007

Ipod


Um estudo da University of California procurou mostrar o valor por trás do iPod. (clique aqui para acesso ao estudo em pdf e aqui também, para um bom resumo de Hal Varian).

Mais do que confiar nos dados apresentados, o estudo mostra como é complexa a economia global e como é difícil traduzir esta complexidade nas estatísticas econômicas. Os autores usaram como parâmetro o iPod de 30 gigabite que custa 299 dólares. O item mais caro que compõe o produto é o hard drive, que é fabricado pela Toshiba, e custa $73. A Toshiba é uma empresa japonesa, que fabrica o hard drive na China. O hard drive representa 51% do custo das partes do iPod e a empresa tem uma margem de 26,5%. O display é fabricado pela Toshiba-Matsushita no Japão e representa 14%, com um custo de $20,39 dólares.

Usando as informações do custo do iPod, os pesquisadores mostraram que as empresas norte-americanas capturaram 163 dólares do produto. Já o Japão obteve $26 de valor adicionado. Entretanto, isto não é tão simples assim já que o resultado não fica necessáriamente nestes países.

Um bom estudo de caso para nossas aulas de custos.

14 março 2007

Diretor financeiro será "Diretor de Criação de Valor"

“Finanzas se irá difuminando yconvergerá con recursos humanos”
Gaceta de los Negocios - 14/03/2007

Existe una “enorme brecha” entre el mundo de la contabilidad y el del valor para los accionistas

El director financiero se verá como un “director de creación del valor” en la empresa

Juanma Roca

Madrid.En un contexto global e incierto, el papel del director financiero se mueve entre la regulación y la creación de valor, como recordó ayer Carlos Mas, presidente de PricewaterhouseCoopers. Pero, de cara a un futuro próximo, “la función de finanzas seguirá siendo cada vez más pequeña y automatizada, hasta el punto de quedar desagregada de la función financiera tradicional y alcanzar una convergencia con recursos humanos, tecnología y otras áreas con servicios compartidos, pues la tendencia hará que los límites entre una y otra se vayan difuminando”, insistió Cedric Read, presidente de CCR Partners y socio de la firma de servicios profesionales, durante la presentación de su última obra, CFO Perspectives (John Wiley & Sons, 2007), en la que aborda los desafíos de los directivos financieros después del escándalo Enron.

Para Read, la función de finanzas, en el fondo, debe centrarse en la creación de valor, por lo que “el director financiero debe ser denominado como director creación de valor”, porque “debe velar por la creación y generación de valor, bien sea a través de crecimiento o adquisiciones”. En este sentido, el prestigioso consultor destacó que el chief financial officer (CFO), siglas con las que se conoce tradicionalmente al director financiero, “será cada vez más reconocido en el mercado, que lo verá como una persona de valor”, al igual que su jefe contable, “que estará cada vez más presente en el comité de dirección de las compañías”.

Read recalcó que el director de finanzas de una compañía es el “arquitecto de la empresa, el responsable de la estrategia y de las finanzas de la empresa, y que ve la compañía desde el punto de vista del inversor”. A su juicio, es tan importante como el consejero delegado, puesto que “los inversores hacen los análisis del rendimiento del CFO como los del CEO (consejero delegado)”. De alguna forma, prosiguió el consultor, a raíz del escándalo Enron el mercado percibió que el máximo responsable financiero de la compañía era el “aglutinador de los elementos de negocio y tenía una enorme influencia a la hora de reestablecer la reputación”.

Desde entonces, recalcó, los directores de finanzas han “cabalgado en un monstruo de dos cabezas: regulación y valor”, aunque, matizó, “muchas empresas buscan usar la regulación para obtener beneficios de ella”. La disyuntiva, sin embargo, entre la regulación y el mercado influye de forma decisiva en el papel que juegan los financieros.

A este respecto, Read sentenció: “Tenemos una enorme brecha entre el mundo de la contabilidad y el del valor para los accionistas. Las normas de contabilidad no reproducen lo que pasa en la empresa y los directores financieros están cada vez menos de acuerdo con las normas contables y el reporting corporativo”.

La innovación y las finanzas van de la mano, según el autor del libro, que destacó que en el mercado existen compañías que estimulan el crecimiento y la innovación a través de “ideas radicales”, aunque “muchas empresas no están para una innovación radical, sino para perpetuarse, y eso tiene que ver con la función financiera”. Incluso, añadió, transformar la empresa a partir de una transformación en el departamento financiero es “bastante fresco u osado”.