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Mostrando postagens com marcador banco popular. Mostrar todas as postagens
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11 julho 2018

Banco Popular

Em meados de 2017, o sexto maior banco da Espanha quebrou. O Santander assumiu a instituição por um euro. Durante 30 anos o Popular foi auditado pela PwC e aparentemente em nenhum momento a auditoria alertou para problemas na instituição, mesmo quando o banco teve prejuízo.

Agora, em um depoimento no Congresso da Espanha, o presidente da PwC (foto, no meio) daquele país afirmou que a empresa advertiu, em três ocasiões, sobre a “de las incertidumbres sobre la continuidad del negocio o los problemas que podía tener el Popular”. Isto foi feito em parágrafos de ênfase:

Sánchez ha hecho una defensa cerrada del trabajo de la firma, aunque sí que ha reconocido incoherencias aparentes a lo largo del tiempo, que ha atribuido a los nueve cambios de normativa en los 12 últimos años, “pero siempre se cumplió la ley”.

Dois aspectos importantes nesta notícia. Em primeiro lugar, parágrafo de ênfase não é ressalva. Isto não é uma desculpa razoável. É interessante que depois do parágrafo de ênfase, a PwC afirmou que “estas cuestiones no modifican nuestra opinión” que as demonstrações refletiam fielmente a situação do Banco Popular.

Outro aspecto é justificar a falha na mudança de normas nos últimos 12 anos. Os problemas do banco são mais recentes e a alteração na norma não afeta a questão da continuidade.

14 fevereiro 2018

Auditoria pelo mundo

Em junho de 2017, o Banco Popular, um dos maiores da Espanha e com uma forte participação em negócios com pequenas e médias empresas, teve suas ações suspensas e, depois de uma intervenção por parte dos reguladores espanhóis, foi vendido por 1 euro para o Santander. Antes disto, em maio de 2017, a empresa de auditoria Deloitte foi contratada pela Junta Única de Resolución (JUR) para avaliar a instituição e fez uma análise negativa. Agora, o El Mundo divulgou que em 2016 a Deloitte tinha assessorado o banco, num aparente conflito de interesse com o trabalho realizado na fase mais conturbada da entidade. A Deloitte informou que a remuneração de mais de 300 mil euros era para assessorar na implantação da IFRS 9.

Da Espanha para África do Sul. A PwC foi contratada pela Steinhoff para investigar como ocorreram as irregularidades contábeis na empresa de varejo (o auditor era a Deloitte). Com os problemas, a empresa de varejo perdeu 15 bilhões de dólares de valor de mercado. Agora parece que a PwC apresentou um relatório sobre o escopo das investigações conduzidas nos últimos dias.

A mesma PwC e novamente a Espanha. O Instituto de Contabilidad y Auditoría de Cuentas (ICAC), subordinado ao Ministério da Economia do país europeu, multou a PwC em 10,5 milhões de euros por falhas graves nos seus trabalhos na empresa AENA, que atua no ramo de administração de aeroportos.

El Instituto de Contabilidad y Auditoría considera que PwC, que dirigió la salida a Bolsa de AENA, no podía haber realizado la adaptación de la contabilidad a las nuevas Normas Internacionales de Contabilidad (NIC), como sí hizo, ni tampoco podía traducir al inglés los estados contables, como también realizó.

Las nuevas normas contables establecen límites a los auditores y restringen la prestación de otros servicios y que cobren por otros trabajos para garantizar la independencia de las firmas.

Uma atualização: um grupo de minoritários do LCB, uma instituição falida acusada de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas e associação com o Hizbollah, com sede no Líbano, acusam a filial da Deloitte no Líbano de falhar no seu papel.

29 junho 2017

Popular e a rede de proteção de bancos na Europa

Os detalhes da quebra do Banco Popular parece indicar que o sistema bancário da Europa não possui uma rede de proteção eficaz. Pelo menos é o que permite concluir a partir da informação do site Wolfstreet.

As informações recentes mostram que o Banco Popular estava perdendo cerca de 2 bilhões de euros de depósitos por dia. E eram os investidores institucionais os principais responsáveis, como um fundo de segurança social espanhol, agências governamentais e outras entidades do setor público. Ou seja, o próprio governo contribuiu fortemente para a quebra do banco. E levanta uma suspeita de que o governo usou informação privilegiada para salvar seus recursos, acelerando o processo de quebra, enquanto o pequeno correntista perdeu. Ao mesmo tempo que os investidores institucionais faziam suas retiradas, o Ministro da Economia afirmava que não existia motivo de preocupação.

Mesmo depois que o Santander entrou no negócio, comprando o Popular por 1 euro, mas prometendo colocar algo em torno de 7 bilhões de euros na instituição, o volume de depósitos continuou a reduzir. Os recursos para cobrir os depósitos, na Espanha, estão limitados a 100 mil euros por pessoa. Mas o Fundo de Garantia de Depósitos da Espanha não tinha recursos para cobrir os prejuízos. Este é o ponto crucial que leva a suspeitar da proteção do sistema bancário espanhol: o FSB, um conselho de estabilidade financeira da Europa, não considerava que o Banco Popular seria “grande demais para quebrar”. Na realidade, somente o Santander estaria enquadrado nesta categoria. O Popular seria o sexto banco espanhol em porte e não seria socorrido. Tudo leva a crer que a opção de deixar falir poderia gerar um efeito sobre as demais instituições financeiras espanholas.

22 junho 2017

Banco Popular e as auditorias

PwC auditó al Banesto de Mario Conde sin hallar rarezas. Asesoró la venta de las 3.000 viviendas sociales madrileñas que Ignacio González y Ana Botella vendieron a Goldman Sachs y otros fondos buitre. Su grupo mundial aconsejó a las multinacionales que eludieron impuestos a través del Luxleaks. Y pagará 38 millones (y nueve millones de multa) tras pactar con el fiscal anticorrupción para evitar la cárcel a un puñado de sus socios por delito fiscal contra el IRPF y Sociedades. Gente fiable.

También debe ser ultra-fiable Deloitte, que auditó —con informes "limpios"— a todas las cajas de ahorros que luego quebraron. Y que se superó en el caso Bankia, al ser multada con 12 millones de euros por el ICAC (ratificados por Guindos), por actuar de modo incompatible al hacer un doblete innoble: elaborar las cuentas de la entidad y luego auditarlas.
Continue lendo aqui o artigo do El País, Escandalosas auditorias.

04 junho 2017

Outro banco espanhol com problemas

O sexto maior banco da Espanha, o Banco Popular, pode ser liquidado a qualquer momento. Com sede em Madri e fundado em 1926, esta instituição tem ativos de 148 bilhões de euros e 12 mil empregados, além de quase 5 milhões de clientes. Suas ações valem hoje 0,43 euros e há dez anos tinham um valor de 15 euros.

A bolha imobiliária na Espanha derrubou os negócios do banco. Mas sua liquidação pode ser complicada, já que a instituição possui uma grande carteira de clientes entre as empresas de pequeno porte e é apoiado pela Opus Dei.

Um comprador não resolve os problemas do Banco Popular. Provavelmente dinheiro do contribuinte espanhol deverá ser usado para ajudar na solução do problema. Um potencial comprador, o Santander, somente faria negócio se existisse um apoio do governo para limpar o balanço do Popular.

Este não é o único banco espanhol com problemas. Conforme destacamos anteriormente no blog, o Bankia é outra instituição envolvida em escândalos.

14 outubro 2006

Nobel para os banqueiros dos pobres

O Nobel da Paz saiu para a área de finanças. O ganhador é conhecido como "Banqueiro dos Pobres".

Como em 2004, quando o ganhador foi Wangari Maathai, a fundação Nobel expandiu a definição de "paz" para incluir também o desenvolvimento econômico e social.

Apesar de prêmios serem importantes para destacar certos comportamentos aceitáveis das pessoas, será que a microfinanças irá ter um papel decisivo no desenvolvimento de países pobres? Não existe uma evidência neste sentido e por esta razão talvez o prêmio questionável. Clique aqui para um crítica neste sentido

No Brasil os conceitos de Yunus foram "aplicados" no Banco Popular, do Banco do Brasil. Foi um fracasso. Eis a reportagem do Estadão:

'Banqueiro dos pobres' de Bangladesh ganha o Nobel da Paz

REUTERS, AP, EFE e AFP

O Banco Grameen (Banco Rural) de Bangladesh e seu fundador, o economista bengali Muhamad Yunus, ganharam ontem o Nobel da Paz de 2006 por criar uma rede de microcréditos para os pobres e bases para o desenvolvimento social e econômico, ajudando milhões de pessoas a sair da pobreza.

Ao anunciar o prêmio, o Comitê do Nobel disse que o trabalho de Yunus mostrou como o esforço para a eliminar a pobreza pode resultar em uma paz duradoura: “Essa paz não pode ser alcançada a menos que grandes grupos da população encontrem meios de sair da pobreza. O microcrédito é um desses meios. O desenvolvimento que vem de baixo também serve para ampliar a democracia e os direitos humanos.”

O economista muçulmano de 66 anos formado nos EUA, apelidado de “banqueiro dos pobres”, e o banco que ele ajudou a fundar em 1976 dividirão o prêmio e o cheque de US$ 1,4 milhão, que serão entregues em 11 de dezembro em Oslo. Eles foram citados por seus esforços para ajudar a “criar o desenvolvimento econômico e social” em seu país com seu inovador programa econômico de microcréditos.

Yunus, o primeiro bengali a ganhar o Nobel da Paz, disse que usará parte do dinheiro de seu prêmio na criação de uma empresa para produzir alimentos de baixo custo, mas altamente nutritivos, para os pobres. Outra parte será usada na criação de um hospital oftalmológico para pobres em Bangladesh.
“Nem posso acreditar. É uma notícia fantástica não apenas para mim, mas também para toda a nação e as pessoas no mundo que receberam um microcrédito”, declarou Yunus em sua casa em Daca. Segundo ele, o Nobel da Paz dará um novo impulso a seu movimento e à luta contra a pobreza em todo o mundo.

Yunus não dá esmolas e sua filosofia é ajudar os pobres a ajudar a si mesmos. Seu sonho é a erradicação da pobreza. “O Grameen é uma mensagem de esperança, um programa para colocar os destituídos e os sem-teto em um museu que nossas crianças visitarão um dia e perguntarão como permitimos que coisas terríveis como essas durassem tanto”, disse Yunus.

O Banco Grameen foi o primeiro a conceder microcréditos, fazendo pequenos empréstimos a bengalis pobres que não tinham qualificações para empréstimos em bancos convencionais. O chamado “banco dos pobres” informou ter mais de 6,7 milhões de tomadores de empréstimos, 96% deles, mulheres. O Grameen ampliou suas formas de crédito alternativo oferecendo empréstimos imobiliários, financiando pesca e irrigação e oferecendo as tradicionais contas de poupança.

A escolha de Yunus para o Nobel foi uma surpresa, pois ele venceu candidatos mais citados, como o ex-presidente da Finlândia Martti Ahtisaari, o ex-chanceler australiano Gareth Evans e o roqueiro Bono, do U2. Segundo o comitê, sua decisão de escolher Yunus entre os 191 candidatos teve o objetivo de encorajar processos em andamento em prol da paz, em vez de premiar missões já concluídas.

Yunus viu seu país afetado pela fome em 1974 ao voltar dos EUA, onde concluiu uma bolsa de estudos. Ele disse que teve seu “momento Eureka” ao conversar em 1976 com uma bengali que fazia bancos de bambu em um vilarejo. Ela lhe contou que havia feito um empréstimo com um agiota para comprar o bambu e ele ficava com quase todo o lucro de seu trabalho. Yunus fez uma pesquisa e descobriu que 43 moradores tinham empréstimos com o agiota no valor de US$ 27. “Dei-lhes os US$ 27 e disse que podiam me pagar quando pudessem. A idéia era que comprassem seu material sem usar o agiota.” Todos pagaram o empréstimo e sua generosidade cresceu até transformar-se em um conceito de negócio que levou à criação do Grameen.