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10 maio 2023

Pedir transparência pode melhorar as práticas de RSC

O artigo "Calling For Transparency: Evidence From A Field Experiment" é um estudo que examina a eficácia de pedidos por transparência nas práticas empresariais. O objetivo principal do artigo é testar se pedidos explícitos por transparência das práticas de responsabilidade social corporativa (RSC) podem levar as empresas a melhorar suas práticas nessa área.

Para realizar o estudo, os autores conduziram um experimento de campo com 167 empresas. Essas empresas foram divididas em três grupos: o grupo de tratamento, o grupo de controle 1 e o grupo de controle 2. O grupo de tratamento recebeu um pedido por transparência das suas práticas de RSC, enquanto os grupos de controle não receberam nenhum pedido. O pedido por transparência foi enviado por e-mail e incluiu informações sobre a importância da transparência nas práticas de RSC e as melhores práticas para divulgar informações nessa área.


Os resultados do experimento mostram que os pedidos por transparência tiveram um efeito positivo significativo na divulgação de informações sobre RSC das empresas participantes do experimento. As empresas do grupo de tratamento divulgaram, em média, mais informações sobre suas práticas de RSC do que as empresas dos grupos de controle. Além disso, os resultados mostram que o efeito dos pedidos por transparência foi mais forte quando a solicitação veio de uma fonte confiável. Isso sugere que a fonte do pedido por transparência é importante para o sucesso desse tipo de iniciativa.

Os autores também realizaram análises adicionais para examinar se os pedidos por transparência afetaram outros aspectos das práticas de RSC das empresas, como o desempenho ambiental e social. No entanto, os resultados dessas análises não foram conclusivos. Isso indica que os pedidos por transparência podem afetar principalmente a divulgação de informações sobre as práticas de RSC das empresas, mas podem ter um impacto limitado em outros aspectos das práticas de RSC.

Esses resultados são importantes porque a transparência é um aspecto crítico das práticas de RSC e pode ajudar as empresas a aumentar a confiança dos stakeholders e melhorar sua reputação. Além disso, o estudo destaca a importância da fonte do pedido por transparência. Isso sugere que as iniciativas de transparência podem ser mais eficazes quando lideradas por fontes confiáveis e respeitadas.

Foto: Bud Helisson

14 setembro 2020

50 anos da doutrina da responsabilidade social de Friedman


Há 50 anos Milton Friedman publicava um artigo no New York Times Magazine sobre a responsabilidade social dos negócios. Trata-se de um manifesto onde Friedman afirmava que a responsabilidade é aumentar os lucros. Trata-se, talvez, da frase mais citada, da ideia econômica mais relevante do século XX. Influenciou a política econômica de Ronald Reagan e Margaret Thatcher. 

Friedman foi professor da Universidade de Chicago, prêmio Nobel de Econômica e faleceu em 2006, aos 94 anos de idade. O jornal NY Times preparou uma edição especial com artigos sobre o tema. Para quem recebe a newsletter de Andrew Sorkin por e-mail é possível ter um bom resumo dos artigos. Alguns dos artigos não concordam com os argumentos de Friedman, como o artigo de Schulz (Starbucks). 

Eis um trecho interessante:

A visão de primazia do acionista da corporação - que dá pouca voz aos trabalhadores, clientes e comunidades que são impactados pelas decisões corporativas - tem sido o modus operandi do capitalismo dos Estados Unidos. Por que essa visão se tornou tão dominante? Uma justificativa era prática. Em vez de ser solicitado a equilibrar vários interesses, muitas vezes conflitantes, entre as partes interessadas, o gerente recebe uma função objetiva simples. Mais importante, porém, era a crença ingênua, dominante na escola de Chicago na época, de que o que é bom para os acionistas é bom para a sociedade - uma crença que se apoiava no pressuposto de mercados em perfeito funcionamento. Infelizmente, esses mercados perfeitos existem apenas em livros de economia. (Marianne Bertrand, da Universidade de Chicago)

De Daniel Loeb:

O ensaio atemporal de Friedman ressoa hoje à medida que a América corporativa abraça o "capitalismo das partes interessadas", um conceito popular que é inconsistente com a lei. O capitalismo das partes interessadas distorce o incentivo que leva os investidores a arriscar seu capital: a promessa de lucro em seu investimento. Portanto, compartilho da preocupação de Friedman de que um movimento em direção à priorização de "partes interessadas" mal definidas pode permitir que alguns executivos busquem agendas pessoais - ou simplesmente camuflem sua própria incompetência (até que seja claramente revelada por baixos retornos para os acionistas). [Isto faz lembrar a confusão da Estrutura Conceitual em definir o usuário principal da contabilidade. Será válida a crítica de Loeb?]

Erika Karp tenta conciliar as duas visões (crítica de Bertrand e apoio de Loeb) com uma ressalva: impor o termo "longo prazo" na frase de Friedman. 

Há uma ponto de ciúme na análise de Stiglitz quando diz: 

Eu dei uma palestra na Universidade de Chicago por volta dessa época, apresentando uma versão inicial da minha pesquisa estabelecendo que, na presença de mercados de risco imperfeitos e informações incompletas - isto é, sempre - as empresas que buscam a maximização do lucro não levam à maximização da sociedade bem-estar. Expliquei o que havia de errado com a conjectura da mão invisível de Adam Smith, que dizia que a busca do interesse próprio levaria, como se por uma mão invisível, ao bem-estar da sociedade. Durante o seminário, e em longas conversas posteriores, Friedman simplesmente não podia ou não queria aceitar o resultado; mas tampouco, é claro, ele poderia refutar a análise - já se passou meio século e minha análise resistiu ao teste do tempo. Sua conclusão, por mais influente que tenha sido, não foi.

Hubbard lembra que o argumento de Friedman foi polêmico e ainda é polêmico. Mas é mais ou menos correto. 

No ProMarket, Oliver Hart, nobel de Economia, faz uma análise do ensaio de Friedman.


18 dezembro 2019

Práticas sociais

Não é difícil entender por que algumas das maiores empresas da atualidade estão enfrentando problemas de reputação. As do segmento de petróleo, por exemplo, interferem nas mudanças climáticas, enquanto as de tecnologia brincam com os dados e a privacidade das pessoas. As grandes farmacêuticas enriquecem com o alto preço dos medicamentos ao mesmo tempo em que as gigantes da manufatura transferem suas fábricas para a China e o México. Para completar, os bancos contribuem para imensas crises financeiras. Tudo isso está fazendo com que a outrora ensolarada visão dos norte-americanos sobre os grandes negócios esteja ficando cada vez mais embaçada.

Prova disso é que, em 1950, uma pesquisa constatou que 60% dos norte-americanos tinham uma opinião favorável sobre as grandes empresas. Em 2017, esse índice não passou de 21% em um levantamento do Gallup. Atualmente, políticos e mais políticos prometem ações corretivas ou mesmo punitivas e, em agosto, as próprias grandes empresas sinalizaram uma mudança: a Business Round Table (algo como Mesa-Redonda de Negócios, em português), um influente grupo empresarial dos EUA, alterou sua declaração de duas décadas de que “as empresas existem principalmente para servir seus acionistas”, embora sem realmente esclarecer para que servem as empresas.

Alguns reformistas acham que as empresas devem colocar “objetivo antes do lucro” e assumir grandes metas de filantropia. Uma recente série de artigos do “Financial Times” sobre o tema ilustrou como o acréscimo de propósitos sociais mais amplos corre o risco de nos tirar da frigideira da ganância e nos levar ao fogo da confusão corporativa. Nas matérias, Royal Dutch Shell, Novo Nordisk, Hitachi, Levi Strauss, Mars Inc e Danone são mencionadas como possíveis exemplos de empresas que estão tentando “combinar o lucro com um propósito”.

No entanto, embora seja bem-vindo que a maximização do valor para os acionistas seja cada vez mais reconhecida como – nas palavras de Jack Welch – “a ideia mais idiota do mundo”, imaginar que as empresas possam sair de seus casulos morais e enxertar um propósito social pragmático em cima de seu motivo de lucro pode muito bem ser a segunda ideia mais idiota do mundo.

Depois de várias décadas nas quais a maximização do valor para os acionistas tem sido o norte corporativo, este valor está agora incorporado à mentalidade, hábitos, práticas, processos e sistemas das grandes empresas. Ela é aplicada por Wall Street e sua preocupação com lucros de curto prazo, principalmente no caso de companhias que não possuem uma estratégia clara de crescimento de longo prazo. Apenas declararem um “propósito social mais amplo” sobre essas mentalidades, hábitos, práticas, processos e sistemas existentes dificilmente fará com que alcancem mais do que criar uma fachada. De fato, o grupo de empresas que o jornal reuniu para ilustrar a “empresa com um objetivo filantrópico mais amplo” foi bem selecionado.

A Royal Dutch Shell é uma das empresas que ganha dinheiro com os combustíveis fósseis que causam mudanças climáticas. “Como uma empresa que gera a maior parte de seus lucros atendendo à demanda ainda robusta do mundo por petróleo e gás pode navegar no futuro à medida que a maré política se volta cada vez mais contra os combustíveis fósseis?”, pergunta a jornalista Anjli Raval. O livro “Kochland: The Secret History of Koch Industries and Corporate Power in America” (Kochland: A história secreta das indústrias Koch e do poder corporativo na América, em tradução livre), de Christopher Leonard, mostra um relato detalhado de como ações políticas que lidam com o clima foram barradas pela indústria do petróleo ao longo de várias décadas.

“Inspirado pela gigante de confeitaria Mars, a Shell prometeu reduzir pela metade a intensidade das emissões de seus produtos até 2050 e vincula suas metas de curto prazo à remuneração de executivos. Apesar dessa série de mudanças, os negócios de petróleo e gás da Shell responderão pela maior parte de seu investimento de capital e gerarão a maior parte de seus lucros nos próximos anos”, afirma Anjli. Como o próprio artigo do “Financial Times” destaca, a energia limpa agora é declarada como uma das mais importantes partes da agenda da empresa, mas é difícil ver alguma mudança real.

E se a Mars deve ser a inspiração de “uma empresa com um objetivo mais amplo”, como resultado de sua preocupação com a nutrição, seria bom saber como o direcionamento se relaciona com o seu negócio real de fabricar e vender produtos de valor nutricional tão duvidosos como barras de chocolate, M&M, Snickers, Twix, lanches industrializados, combos e alimentos para animais de estimação das marcas Pedigree, Whiskas, Nutro e Royal Canin. Uma coisa é falar sobre nutrição. Outra coisa é fazer algo significativo sobre isso. (O “Washington Post” também relata que a campanha de uma década da Mars para reverter o desmatamento falhou.)

O esforço de vários anos do Japão para melhorar a governança no amplo conglomerado japonês Hitachi também não parece um exemplo convincente de propósito social mais amplo.

Em outro artigo, a Levi Strauss é citada como um exemplo de empresa privada que divulgou um discurso incomum para os investidores, dizendo a eles que administravam seus negócios a longo prazo e não forneciam previsões de ganhos trimestrais. O IPO foi superestimado. O CEO da empresa, Bergh, diz: “Eu queria que a Levi Strauss fosse vista como a melhor empresa de vestuário do mundo e estivesse entre as melhores empresas de qualquer setor. Era uma causa nobre.” No entanto, é difícil entender como ser a melhor empresa de vestuário do mundo oferece alguma clareza sobre qual é o verdadeiro objetivo da Levi’s.

A Danone é citada em um artigo de Andrew Hill como um exemplo em que o CEO propôs usar em cerca de metade dos produtos – cerca de US$ 1 bilhão em vendas de iogurte – ingredientes geneticamente modificados (GMO). O executivo argumentou que esta é uma mudança importante, que melhora a saúde e a biodiversidade do solo. Hill cita o analista do setor da Jefferies, Martin Deboo, e resume as dúvidas sobre a Danone em uma nota publicada no ano passado: “Nossa preocupação é que uma busca muito obsessiva por propósito possa cegar a Danone para os valores mais mundanos, mas potencialmente mais amplos, dos apelos dos consumidores”. Mas, se a Danone acredita que os ingredientes GMO são prejudiciais, por que os está vendendo?

O fabricante de insulina Novo Nordisk é um exemplo mais plausível de uma empresa com um objetivo social, mas é bastante resistente, dada a sua propriedade filantrópica. Sarah Neville explica que a missão da empresa foi formalizada em 1989, quando a Fundação Novo Nordisk foi inaugurada: ela detém todas as ações A da empresa e controla 76,2% dos votos, o que lhe garante a maioria nas assembléias gerais anuais. Distribui fundos para apoiar causas científicas, humanitárias e sociais.

O único objetivo válido de uma corporação

Mais fundamentalmente, adicionar propósitos sociais moralistas não direciona, muito menos resolve, a questão subjacente: qual é o objetivo de uma empresa? Hoje, a maioria dos negócios não está suficientemente focado naquilo que Peter Drucker considera como único propósito válido para uma corporação: “criar um cliente”

Apenas um.

Seu insight primordial foi formulado em 1954, em seu livro “The Practice of Management” (A Prática da Gerência). “É o cliente quem determina o que é um negócio”, escreveu ele. “É a disposição de um cliente de pagar por um bem ou serviço que converte recursos econômicos em riqueza, coisas em bens… O cliente é a base de um negócio e o mantém vivo.”

Drucker repetiu seu ditado em “Management”, sua grande obra de 1973, mantendo, mais uma vez, o raciocínio por trás dele. Em seu livro de 1985, “Innovation and Entrepreneurship”, foi igualmente inflexível quanto ao protagonismo do cliente. O cliente não é o único ponto de interesse, mas é o essencial. Criar ótimos locais de trabalho é uma meta secundária e evitar danos sociais é uma meta terciária, mas o único objetivo principal válido de uma corporação é criar clientes por meio de inovações contínuas.

Em 1954, Drucker apresentou sua ideia radical sem evidências. De fato, teria sido um exagero de imaginação aceitar que uma empresa como a General Motors estivesse no mercado por alguma coisa mais além de ganhar dinheiro. A GM não ignorava completamente o cliente e chegava até mesmo a recitar frases como “Nosso cliente é o número um”. Mas, quando o empurrão chegou, o cliente percebeu que só se encaixava nesse pensamento na medida em que atendia às preocupações, processos e planos da própria empresa. As companhias, na verdade, estavam indo na direção oposta, defendendo a maximização do valor para os acionistas.

E, de fato, as empresas foram na direção contrária, defendendo o maior valor possível para seus acionistas.

Foi no século 21 que a reação dos clientes tomou forma, quando o poder de compra foi deslocado do vendedor para o comprador. Por meio da internet, da globalização e da desregulamentação, os consumidores passaram a ter mais opções de escolha e informações confiáveis ​​sobre essas escolhas, além da capacidade de se comunicar com outros clientes. Assim, o mercado, antes centrado na empresa, transformou-se em um mercado orientado ao cliente.

Dessa forma, neste mundo atual centrado no consumidor, a experiência é tudo. Agora, um telefone não é mais apenas um telefone, é uma reunião multifuncional que todo possível consumidor precisa. Um carro não é mais apenas um dispositivo de transporte, mas um computador que oferece uma experiência única. Agora, o varejo não é mais apenas uma loja, é um aplicativo no seu telefone que pode entregar centenas de milhões de produtos em um dia. Neste mundo emergente, as empresas que se concentram em constantemente oferecer novos produtos e serviços aos clientes estão ganhando enormes quantias de dinheiro, enquanto as outras têm de fazer um grande esforço para se manterem no mercado.

Objetivo social: o risco de perder a direção

A triste verdade é que já estivemos no caminho da diversificação de propósitos antes, com resultados desastrosos. No período entre 1932 e 1970, o capitalismo gerencial era entendido exatamente como isso: atender e equilibrar as necessidades de todas as partes interessadas. Conforme exposto no clássico de gestão de 1932, “The Modern Corporation and Private Property” (A Corporação Moderna e Propriedade Privada, em tradução livre), de Adolf A. Berle e Gardiner C. Means, a ideia era que as empresas públicas deveriam ter gerentes profissionais que equilibrassem as reivindicações das diferentes partes interessadas, levando em consideração as políticas públicas.

O resultado foi o que os teóricos da administração passaram a chamar de “organizações de latas de lixo”. Ou companhias que não conseguiam se decidir. Os objetivos passeavam dentro e fora das reuniões e as decisões aconteciam aleatoriamente, dependendo de quem estava presente. As empresas geralmente não tinham preferências ou diretrizes claras. Frequentemente operavam com base em preferências, objetivos e identidades inconsistentes e mal definidas.

Essa é a principal razão pela qual a teoria do valor para os acionista surgiu em primeiro lugar. Em 1970, Friedman deu o passo lógico e disse que, se as organizações estão confusas, ela precisavam se concentrar em um objetivo: os acionistas. (Fazia um sentido eminente se concentrar em um único objetivo, já que matematicamente você só pode maximizar uma variável. O problema é que Friedman escolheu a variável única errada: os acionistas.)

O verdadeiro desafio para os líderes

Até 2019, entrou em vigor a mudança de poder no mercado e a Quarta Revolução Industrial já está em andamento. As empresas focadas na inovação contínua para os clientes e organizadas para serem ágeis, adaptáveis ​​e capazes de se ajustar rapidamente para atender aos caprichos de um mercado impulsionado pelos usuários finais estavam florescendo e se tornaram as maiores empresas do mundo. Os cases de sucesso são conhecidos:. Alibaba, Airbnb, Amazon, Etsy, Lyft, Menlo Innovations, Microsoft, Saab, Samsung, Spotify, Tencent, Tesla, Uber e Warby Parker.

Atualmente, o principal desafio dos líderes não é só perseguir objetivos sociais pragmáticos, mas criar a agilidade comercial necessária para permitir um novo valor contínuo aos clientes, enquanto o setor público toma medidas para conter qualquer abuso de poder monopolista que possa surgir desde o início, agregando valor aos consumidores.


Steve Denning

30 janeiro 2018

Experimentos de montadoras alemãs: cheirar diesel

Recentemente a indústria automobilística teve que confessar que manipulava os dados de emissão de gás carbônico. Agora outro escândalo: algumas empresas da Alemanha financiaram estudos “científicos” em seres humanos e macacos sobre a inalação de gases emitidos por veículos à diesel. As empresas queriam conhecer os efeitos da inalação na circulação sanguínea e no sistema respiratório.

O estudo foi financiado por três grandes empresas: Volkswagen, Mercedes e BMW e envolveu 19 homens e 6 mulheres, além de 10 macacos. O local o experimento foi em Aachen, Alemanha, e em Albuquerque, Estados Unidos. Um dos objetivos era contestar uma decisão da Organização Mundial de Saúde, que considerou o diesel como cancerígeno.

A Volks anunciou mudanças nos seus executivos, incluindo o relações públicas do grupo.

15 dezembro 2015

Empresas socialmente responsáveis fogem de tributos

A new academic study pours cold water on the notion that companies that promote their social responsibility efforts are any better at paying their taxes than regular corporations.

The researchers looked at companies like the pharmaceutical giant Pfizer, which scored high on ratings of corporate social responsibility, or CSR, but recently unveiled plans to acquire Allergan and move its corporate tax address to low-tax Ireland.

They found that a higher rating by the MSCI Index on corporate social responsibility—which encompasses areas as community commitment, diversity, employee relations, environment, and product safety and quality—is associated with lower taxes paid. In a large sample of U.S. companies in which the effective tax rate averaged 26 percent, those ranked in the top fifth in CSR paid an average of 1.7 percentage points below what the remainder paid, or approximately 6 percent less after controlling for other differences that have been found to affect tax rates.

The study, by David Guenther, Angela K. Davis and Linda K. Krull of the University of Oregon, and Brian M. Williams of Indiana University, appears in the January issue of the American Accounting Association’s journal “The Accounting Review.”

"Our findings are inconsistent with the notion that the U.S. corporate sector generally views paying the minimum in taxes as compromising integrity or good ethics,” Guenther said in a statement.
In addition, high-CSR firms were considerably more likely than others to engage in tax lobbying. According to the study, “firms in the highest quintile of CSR Index have approximately a 158 percent higher probability of lobbying for taxes than other firms.”

The researchers pointed to a recent incident in the United Kingdom where a prominent member of Parliament criticized Starbucks and other multinationals for, in her words, “using the letter of tax laws…to immorally minimize their tax obligations.” Starbucks then promised to pay approximately 10 million pounds in each of the following two years regardless of whether the company was profitable. The study's authors wondered whether “public pressure may mitigate the impact of tax rules on corporate investment decisions, at least for a subset of firms.”

The researchers drew no conclusion as to exactly what motivates the negative CSR-taxpaying relationship they uncovered. One possibility is simply that "socially responsible firms may not consider the payment of corporate taxes to be the best means by which to accomplish their social-responsibility goals" and even believe that "paying taxes detracts from social welfare." They cited economic research that has "demonstrated that corporate taxes tend to decrease investment" or which argues that "for-profit corporations are more efficient than governments in allocating resources." They noted that "negative statements about corporate taxes in firms' sustainability reports generally argue that high tax rates discourage innovation and investment and harm job creation, which limit firms' ability to contribute to social welfare."

A more cynical interpretation of the research's findings, the authors acknowledge, is that firms "engage in CSR to create 'moral capital' to reduce the consequences of their involvement in negative events or publicity." In other words, "firms strategically engage in CSR to create a more favorable reputation among various stakeholders and reduce the possibility of negative attention or regulatory action directed at aggressive tax practices."


Fonte: aqui

19 dezembro 2012

Gastos Sociais

As dez empresas do Ibovespa consideradas as mais sustentáveis pela consultoria Management & Excellence (M&E) gastaram R$ 1,1 bilhão em projetos sociais em 2011. Mas nem todo dinheiro investido é bem empregado. Estudo da M&E divulgado com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO mostra que Vale, Embraer e Natura são as que melhor usaram os recursos investidos no campo social entre 2009 e 2011, revertendo os gastos em ganhos efetivos aos seus acionistas.

(..) Vale, por exemplo, gerou no período R$ 214,9 de receitas líquidas por cada R$ 1 investido em projetos sociais. A BRF Foods conseguiu R$ 8,1 mil por cada R$ 1 investido — portanto, mais do que a Vale. No entanto, na BRF Foods essa relação se revelou mais frágil a longo prazo, ou seja, tem risco de não se repetir, enquanto a da Vale é mais consistente, segundo a M&E.

Gastos sociais da Vale dão ganho a acionistas - Léa De Luca - Brasil Econômico

28 março 2012

Reporte integrado


Ultimamente, temos ouvido bastante a respeito dos reportes integrados (Integrated Reporting), ou seja, a integração da divulgação das informações contábeis com as informações de sustentabilidade. Entretanto, o que isto significa na prática tem sido pouco explorado pelas organizações.

Ao contrário do que o nome indica, não se trata apenas de juntarmos (ou grampearmos) um relatório no outro. Esta prática requer uma série de adequações estratégicas que vão além dos simples indicadores de desempenho. Um reporte integrado irá apresentar uma gama extensa de informações, expostas de maneira concisa e capazes de demonstrar a sua interdependência, entre as quais destacam-se:

Informações relevantes sobre a estratégia da organização, modelo de negócio e o contexto em que ocorrem as suas operações;
Performance histórica, de maneira holística, e não simplesmente referenciando métricas financeiras padronizadas;
Informações que permitam aos leitores entender melhor as pressões (e riscos) relacionados ao alcance desta performance divulgada e os impactos no negócio no curto, médio e longo prazos (a performance é sustentável, ou seja, tem como se repetir ou melhorar ao longo do tempo?)

Pode-se argumentar que é exatamente isto que os relatórios de sustentabilidade já fazem no momento, mas a realidade não é bem assim. Fontes distintas de informação, o aumento do tamanho e complexidade dos relatórios, a omissão de informações relevantes e a profusão de informações desnecessárias contribuem para a falta de transparência e a consequente frustração dos “reportadores” e leitores. O reporte integrado tem como objetivo cortar esta “balbúrdia”, e apresentar uma visão clara e concisa do negócio.

Muitos que discutem o tema pela primeira vez pedem para ver um exemplo de reporte integrado. Entretanto, ainda não existe um formato padrão, ou requisitos específicos de reporte. O que temos hoje é um “paper” de discussão lançado pelo IIRC (International Integrated Reporting Committee – órgão internacional responsável pelo tema), que menciona os princípios (foco estratégico, orientação futura, conectividade da informação, resposta e inclusão dos stakeholders, informações concisas, confiáveis e materiais) e os elementos de conteúdo (visão geral da organização, modelo de negócio, contexto operacional com riscos e oportunidades, objetivos estratégicos, governança e remuneração, performance e visão futura).

Um aspecto chave desta integração é que os “reportadores” devem endereçar todos os recursos que os negócios consomem e criam, sejam financeiros, manufaturados, humanos, intelectuais, naturais ou sociais.

Resumidamente, quando falamos em reporte integrado, falamos também, em última instância, de uma melhor comunicação entre as organizações e o mercado de capitais. Uma comunicação que deve ser concisa, direta e que abrange os aspectos relevantes que permitam ao leitor comparar o seu desempenho não somente sob a ótica financeira, mas sob aspectos que podem impactar o seu negócio e a performance futura. Ao atingir-se esse patamar de adequação, é possível ter de fato condições de se falar em reportes integrados.


Fonte:*Ricardo Zibas é gerente sênior da área de Climate Change & Sustainability Services da KPMG no Brasil.

09 novembro 2011

Responsabilidade social


O texto a seguir, publicado no WSJ, é uma discussão muito interessante sobre a questão de responsabilidade social das empresas:


Mas o que dizer de uma das principais alegações do grupo: que as corporações estão faltando com sua responsabilidade social, como a de criar empregos no país? Alguns politicos têm conferido legitimidade aos protestos. Uma pesquisa conduzida pela CNN mostrou que 32% dos americanos defendem a demonstração enquanto muitos outros ainda estão indecisos sobre o assunto.


Milton Friedman, o economista laureado com o Prêmio Nobel, destruiu a ideia de responsabilidade social corporativa quadro décadas atrás, chamando-a de "doutrina fundamentalmente subversiva". Dando voz a muitos capitalistas daquela época e de hoje, ele disse que "empresas só têm uma, e uma única, resposabilidade social – usar seus recursos e desenvolver atividades que se destinem a aumentar seus lucros o tanto quanto estiver dentro das regras do jogo".


Empresas não deveriam dispensar seus lucros para criação de empregos ou causas sociais, afirmou Friedman. Esse dinheiro deve ser destinado aos acionistas – os donos das empresas. Pronunciamentos sobre responsabilidade social corporativa, acrescentou, são a benevolência de "empresários bondosos" que são "incrivelmente limitados e atrapalhados em assuntos que vão além de seus negócios". E essa benevolência pode levar a mercados ineficientes. (...)


Friedman reconheceu o valor da bondade corporativa em uma comunidade – e a propensão a isso – e aconselhou as empresas a manterem-se apoiadas em uma definição firme do interesse dos acionistas.


Friedman faleceu no ano seguinte, mas suas ideias acerca do tema, claramente, não. Crescimento econômico cria empregos, não o contrario, dizem seus adeptos. E ajuda se o governo regular menos.


"Empregos são um início, não um fim; eles são um custo de fazer negócios, não um objetivo de fazer negócios", diz William Freeza, que trabalha com capital de risco em Boston e é membro do Instituto de Empresas Competitivas.


"Da perspectiva em defesa do capitalismo, se você aceitar a premissa do seu oponente de que as empresas precisam dar retorno à sociedade, significa que você já perdeu", diz ele. "Sendo mais dramático – você deslegitima o capitalismo, que é o objetivo dos manifestantes. Empresas dão retorno à sociedade todos os dias satisfazendo seus clientes e empregando seus funcionários. Não há nada que empresas devam, além de vender os melhores produtos com os melhores preços."

24 agosto 2011

Responsabilidade Social e acesso a financiamento

Por Pedro Correia

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) pode beneficiar a sociedade, mas será que beneficia a empresa? De acordo com novo estudo, sim,um bom desempenho em RSC torna mais fácil a obtenção de financiamento para novos projetos. Os autores verificaram que empresas com bom desempenho em RSC, são mais propensas a relatar suas atividades de RSC, aumentando assim a sua transparência em geral. Níveis mais elevados de transparência reduzem os receios de potenciais investidores, tornando-os mais propensos a investir. Destarte, quanto melhor for o desempenho em RSC, menor serão as restrições de capital. Além disso, uma boa performance em RSC é resultado de um maior engajamento dos stakeholders, que por sua vez reduz a probabilidade de comportamento oportunista e leva os gestores a adotarem estratégias de longo prazo. Segue o resumo:

In this paper, we investigate whether superior performance on corporate social responsibility (CSR) strategies leads to better access to finance. We hypothesize that better access to finance can be attributed to reduced agency costs, due to enhanced stakeholder engagement through CSR and reduced informational asymmetries, due to increased transparency through non-financial reporting. Using a large cross-section of firms, we show that firms with better CSR performance face significantly lower capital constraints. The results are confirmed using an instrumental variables and a simultaneous equations approach. Finally, we find that the relation is primarily driven by social and environmental performance, rather than corporate governance.

15 junho 2011

Relatório de sustentabilidade

Postado por Pedro Correia


O número de empresas que divulgam informações relacionadas à sustentabilidade tem crescido significativamente nos últimos dez anos, devido às ações voluntárias e obrigação legal por parte de diversos países e bolsas de valores. Neste artigo, os pesquisadores investigaram se a divulgação obrigatória de relatórios de sustentabilidade tem alguma consequência para práticas de uma gestão socialmente responsável. A pesquisa foi feita em 58 países.

Os autores mostram que a divulgação obrigatória destes relatórios promove práticas gerenciais socialmente responsáveis. Em geral,os conselhos de administração fiscalizam a gestão de modo mais eficaz , a corrupção e propina diminuem e a credibilidade dos gestores junto à sociedade aumenta.Ou seja, há uma melhora da governança corporativa. Além disso, nas empresas em que os relatórios de sustentabilidade são uma exigência, o treinamento de funcionários e o desenvolvimento sustentável têm mais prioridade. Outrossim, implementam práticas mais éticas. Estes resultados positivos são mais acentuados em países que: têm a aplicação de leis com maior severidade, a obrigatoriedade de divulgação sobre aspectos de sustentabilidade é mais frequente, e nos mais desenvolvidos.

31 maio 2011

Social

Na sua reunião anual de acionistas nesta sexta-feira, o fundo de pensão da cidade de Nova Iorque, que possui um pequeno percentual de ações da Wal-Mart, planeja pedir à empresa [Wal-Mart] para exigir dos vendedores publicar relatórios anuais detalhando as condições de trabalho em suas fábricas. (...) A Wal-Mart se opõe ao pedido, citando a dificuldade de convencer os fornecedores a emitir relatórios. (...) "Embora o Wal-Mart, por vezes, envia auditores para verificar as condições de trabalho, quando o auditor vai à fábrica, o trabalhador é treinado pela gerência para dizer mentiras na frente dos auditores - que estão sendo pagos salários dignos, que não são sendo assediados", disse ela [Kalpona Akter. sindicalista de Bangladesh]. (New York Times)

22 abril 2011

Desempenho de empresas socialmente responsáveis

Por Pedro Correia

Um artigo intitulado: Vice vs. Virtue Investing Around the World mostra que há pouca diferença no desempenho das ações de investimentos socialmente responsáveis e ações de firmas de entretenimento adulto, álcool, jogo, energia nuclear, tabaco e armas.


Segue o resumo:


In this paper, we empirically test the extent to which a portfolio of socially not responsible firms screened out of a market portfolio will trade at a discount. We create a set of global and domestic sin indexes consisting of 755 publicly traded socially not responsible stocks around the world belonging to a Sextet of Sin: adult entertainment, alcohol, gambling, nuclear power, tobacco, and weapons. We compare their stock market performance directly with a set of virtue comparables consisting of the most important international socially responsible investment indexes. We carefully establish which one of the theoretical predictions proposed by Rivoli (2003) prevails empirically. Employing a multi-factor performance measurement framework and recent boot-strap procedures for robust performance testing, we find no compelling evidence in the data that ethical and unethical screens lead to a significant difference in their financial performance.

10 janeiro 2011

ISO 26000

(...) foi oficialmente lançada neste final de 2010 a ISO 26000, conhecida como a norma da responsabilidade social. (...)

A ISO 26000 refere-se à responsabilidade social a partir dos seguintes princípios: "A responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive à saúde e bem-estar da sociedade; leve em consideração as expectativas dos stakeholders; esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com normas internacionais de comportamento; e esteja integrada em toda a organização e seja praticada em seus relacionamentos".

É interessante saber que, diferente de outras normas emitidas pela ISO (como a ISO 9000, que trata da gestão de qualidade, ou a ISO 14000, sobre gestão ambiental), não haverá a emissão de um selo ou certificação ISO 26000.(...)


A responsabilidade social - Brasil Econômico 07/01/11 - Ieda Novais - Diretora corporativa da BDO no Brasil

20 outubro 2010

ISO 26 000

La Cámara de Comercio de Madrid ha celebrado hoy una jornada de responsabilidad social corporativa (RSC) con el objetivo de informar en detalle a las empresas de la región sobre las ventajas de la nueva guía internacional de implantación de sistemas de responsabilidad social corporativa que propone la norma ISO 26.000, aprobada la semana pasada, ha informado hoy la entidad cameral.

Esta jornada ha contado con el patrocinio de Vodafone, la Fundación Madrid Excelente y Fundación Adecco. En ella se dieron cita el presidente de la auditoría Bureau Varitas, Enrique Quejido; el director general de Forética, Germán Granda; y el responsable de Unesa en la Comisión de RSC de la CEOE, Miguel Canales.

"La RSC es una herramienta cuya percepción en la sociedad puede resultar tan importante para una empresa como la percepción de sus productos y servicios", ha explicado el presidente de la auditoría Bureau Varitas, Enrique Quejido.

Mientras que este último y Granda centraron sus intervenciones en los beneficios para las organizaciones de la implantación de un sistema de gestión de la calidad y de autorregular su interacción con el entorno mediante planes concretos de responsabilidad social y códigos éticos de actuación, Canales abordó las novedades de la norma ISO 26.000.

El responsable de Unesa en la Comisión de RSC de CEOE ha explicado al detalle la norma internacional ISO 26.000 para la aplicación de responsabilidad social corporativa. "La ISO 26.000, de uso voluntario, pretende promover un entendimiento común en el campo de la RSC, así como complementar otros instrumentos e iniciativas relacionadas con la responsabilidad social, sin intentar reemplazarlos", ha señalado.

Miguel Canales precisó que la ISO 26.000 es compatible con el Sistema de Gestión Ética y Socialmente Responsable que establece la norma SGE 21 y propone Forética. "Las organizaciones, en función de su tamaño, características o sector, deberán elegir la herramienta o conjunto de herramientas que les ayuden a progresar en sus políticas responsables", ha concluido Canales.

Para Quejido, las empresas socialmente responsables han de incorporar en su modelo de negocio distintos sistemas de gestión que atienden a la calidad, el medio ambiente y la seguridad y salud laboral. "Estos sistemas de gestión pueden variar de una empresa a otra dependiendo del tamaño y tipo de actividad, la complejidad de los procesos y la competencia del personal", ha apuntado.

Según el presidente de Bureau Varitas, en la empresa es conveniente implantar un sistema de gestión por porque lo imponen los clientes y para asegurar la mejora sistemática y continua de la organización, "ya que es la manera estandarizada en el mercado de implantar la cultura de la calidad y la excelencia, cuyos beneficios reconocen por igual clientes e inversores".

"La implantación de un sistema de gestión es un proyecto estratégico de la empresa que establece claramente su compromiso con la responsabilidad social corporativa", ha apuntado Quejido. NORMA EUROPEA PARA TODOS LOS PROPÓSITOS

El director general de Forética, Germán Granda, ha centrado su intervención en la conveniencia de certificar los sistemas de gestión de la calidad, de responsabilidad medioambiental y social, así como de prevención de los riesgos laborales conforme a la norma SGE 21.

"En la actualidad, un total de 68 pequeñas y grandes empresas han optado por incorporar voluntariamente la norma SGE 21 para certificar su responsabilidad social empresarial y casi un centenar utilizan este estándar para gestionar internamente sus políticas de responsabilidad social", ha indicado Granda.

La SGE-21 es la primera norma europea que establece los requisitos que deben cumplir las empresas para garantizar la integración de la responsabilidad social en su estrategia global de negocio. La norma, permite gestionar de manera eficiente la RSC y evaluar y certificar el grado de aplicación y compromiso de las organizaciones.

"Gracias a esta norma, las pymes encontrarán una solución integral para implantar un sistema de gestión de la calidad, de responsabilidad medioambiental o de prevención de riesgos laborales, entre otros aspectos derivados de su compromiso y su responsabilidad social, sin necesidad de acudir a procesos de certificación por separado", ha afirmado Granda.

El SGE 21 establece unos requisitos para nueve áreas de gestión empresarial, que promueven una actuación responsable: ética y buen gobierno (áreas de alta dirección y relaciones con los inversores), aspectos sociales (área de recursos humanos y entorno social), ambientales y, por fin, aspectos económicos y de mercado (relaciones con los clientes, proveedores, competencia y administraciones públicas). PRÓXIMAS CONVOCATORIAS

Hasta la fecha, la Cámara de Comercio de Madrid ha celebrado tres de los ocho seminarios dedicados a aproximar a las empresas madrileñas a distintos aspectos de la responsabilidad social corporativa.

A la jornada celebrada hoy en la sede de la entidad cameral, le seguirá un seminario sobre herramientas de gestión el viernes 29 de octubre y otras cuatro en el mes de noviembre, que abordarán los siguientes aspectos: grupos de interés (lunes 8 de noviembre), recursos humanos (lunes 15), comunicación (lunes 22) y plan estratégico de RSC (lunes 29).

Hace aproximadamente dos años que la Cámara de Madrid creó un departamento específico de Responsabilidad Social Corporativa, que tiene por objetivo sensibilizar a las empresas madrileñas, sobre todo a las pymes, de la importancia de integrar la gestión empresarial responsable y los principios de Naciones Unidas para la triple contabilidad en sus estrategias de negocio. En estos dos años de funcionamiento de este departamento de la Cámara han participado más de 3.000 empresas en las diversas acciones de formación en RSC.



La Cámara informa a la pymes de las ventajas de las normas internacionales para la gestión ética de empresas - 18 Out 2010 - Europa Press

18 dezembro 2009

Responsabilidade social em Cooperativa

Neste trabalho foi analisado como a responsabilidade social e ambiental se inserem na estratégia da Cooperativa Agroindustrial de Maringá - COCAMAR, Paraná. O estudo do caso é apoiado em dados primários e secundários, em particular em entrevistas com os colaboradores da COCAMAR diretamente envolvidos nos programas de responsabilidade social e ambiental. Estão ilustradas as mudanças organizacionais e dos valores culturais da cooperativa que suportam o leque de projetos sociais desenvolvidos junto à comunidade interna e externa. Concluiu-se com a análise de como a responsabilidade social corporativa pode se inserir na estratégia das cooperativas, implicações para a teoria e a prática e sugestão de investigações futuras. No caso da COCAMAR a responsabilidade social faz parte de suas ações estratégicas o que confere com a visão moderna de cooperativas. Adicionalmente a empresa participa de ações deste tipo, mas possui projetos próprios além de envolver seus cooperados. Mesmo durante períodos de dificuldade e apesar da competição acirrada, manteve suas iniciativas de responsabilidade social. Entretanto, ainda não possui qualquer certificação em normas relacionadas ou se utiliza adequadamente de ações de marketing para potencializar a imagem.

A Responsabilidade Social no Brasil: O Caso da Cooperativa Cocamar - Fernando Serra, Manuel Portugal Ferreira, Wagner Teixeira

28 outubro 2009

Responsabilidade Social e Desempenho Financeiro

Fundamentado na teoria dos stakeholders, o presente estudo tem por objetivo verificar, pormeio da regressão linear múltipla, se a responsabilidade social, representada pelos indicadores sociais e ambientais, líquidos de encargos sociais compulsórios e tributos, causa impacto no desempenho financeiro das empresas. Para atingir o objetivo da pesquisa, foram analisados odesempenho financeiro e os indicadores sociais de 237 empresas, pertencentes a 15 setores daeconomia, no período de cinco anos. Como proxy do desempenho financeiro, variável dependente do modelo, utilizou-se a receita líquida, conforme correlação canônica, e da responsabilidade social os indicadores sociais líquidos de encargos sociais e tributos extraídos do balanços social. Foram incluídas, também, na análise empírica, variáveis de controle, de modo a garantir a robustez da análise. Tais variáveis foram: setor, representadas por variáveis dummies, e o tamanho, tendo como proxy as vendas. Os resultados evidenciaram haver um impacto positivo da responsabilidade social no desempenho das empresas, no que tange aos indicadores internos e externos, não se podendo rejeitar as hipóteses 1 e 2 da pesquisa. Quanto aos indicadores ambientais, não há indícios de que podem acarretar impactos, positivos ou negativos, no desempenho financeiro das empresas estudas, rejeitando-se, assim, a hipótese 3 da pesquisa.


RESPONSABILIDADE SOCIAL IMPACTA O DESEMPENHO FINANCEIRO DAS EMPRESAS?
Márcio André Veras Machado & Márcia Reis Machado (UFPB)

27 agosto 2009

Internacionalização e Investimentos Sociais

Esta pesquisa investigou a relação entre o grau de internacionalização de empresas brasileiras e a evidenciação de informações sobre investimentos sociais privados, aqui entendidos como as transferências diretas de recursos em prol da comunidade local. Tal investigação foi motivada pela suposição de que, quanto menor fosse o envolvimento com o mercado consumidor local, menor seria o investimento social corporativo na comunidade. A amostra foi formada pelas 30 multinacionais brasileiras mais internacionalizadas, segundo o ranking da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais – Sobeet. Os dados sobre os investimentos sociais foram pesquisados nos relatórios anuais, páginas eletrônicas e balanços sociais (quando existentes) das respectivas empresas com base no exercício de 2007. O índice de internacionalização, usado na classificação das multinacionais, seguiu os critérios definidos pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento – Unctad, o qual considera três variáveis nas operações com o mercado externo: total das receitas, valor de ativos e número de empregados. Os dados foram correlacionados e os resultados apontaram uma relação negativa significativa, sugerindo haver um menor interesse das empresas mais internacionalizadas em evidenciar possíveis ações sociais voltadas à comunidade local, comparativamente às empresas menos internacionalizadas.

INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS E INVESTIMENTOS SOCIAIS PRIVADOS: UMA RELAÇÃO INVERSA? - Marco Antonio Figueiredo Milani Filho, Claudia Vasconcellos Silva Habib e
Aida Maria Mendes Milani (UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE)

O resultado é realmente muito interessante. Particularmente esperava que a relação seria o contrário (quanto maior a internacionalização, menor o investimento social) em razão das pressões do mercado consumidor estrangeiro.

21 agosto 2009

Empresa e o Social

A questão social e o capitalismo é sempre um assunto polêmico. A grande maioria das discussões gira em torno de juízos de valor, sem nenhuma constatação mais sólida. O texto a seguir, da Business Week, trata de um livro sobre este assunto. Será a abordagem diferente?

Gestão: Lucro também combina com iniciativas sociais

Nanette Byrnes, BusinessWeek
"SuperCorp" - Rosabeth Moss Kanter. Crown. 320 páginas, US$ 27,50

Em meio a uma recessão mundial, pode-se estranhar a publicação de um livro intitulado "SuperCorp", especialmente tendo em vista que algumas das maiores empresas do planeta, nomes como AIG e Lehman Brothers, contribuíram para nos colocar nestas agruras. Mas Rosabeth Moss Kanter parece se encaixar no tipo de pessoas para as quais copos pela metade estão a caminho de ficar cheios - e não esvaziar. E seu livro, com o subtítulo "How Vanguard Companies Create Innovation, Profits, Growth, and Social Good", pinta um quadro róseo do futuro.

Seu otimismo é evidente já nas primeiras páginas. Só mais à frente Kanter se antecipa a críticos que classificariam seus exemplos de benevolência empresarial como exceções à regra de que "ganância é bom". Para Kanter, essas companhias são modelos do que empresas podem ser e em que deveriam se converter.

A profundidade do trabalho de campo coloca o livro de Kanter, professora na Harvard Business School, acima do patamar de aplauso fácil. Ela e uma equipe de pesquisadores passaram mais de três anos realizando mais de 350 entrevistas em 15 companhias em mais de 20 países. Foram compilados casos pontuais e identificadas práticas comuns. Kanter destila essas "melhores práticas" em lições que encerram cada capítulo do livro. Também lista as características de líderes no comando de companhias desbravadoras e as "dez coisas que qualquer pessoa pode fazer para permanecer na vanguarda" (entre elas, recomenda enfatizar inovações, criar redes e tratar funcionários como se fossem voluntários.)

As seções mais convincentes do livro são as que vinculam claramente iniciativas empresariais de ativismo social a crescimento e sucesso financeiro. Uma série de passos que funcionários da IBM deram para ajudar vítimas do tsunami que varreu o Oceano Índico em 2004 e outros desastres naturais constituíram um curso prático de gerenciamento para jovens funcionários indianos e revelou inovações técnicas que a empresa passou a vender no programa "Smarter Planet".

No Brasil, o Banco Real começou com a limpeza de ruas nas imediações de suas instalações. Isso acabou levando à criação de uma linha de crédito pessoal de finalidades ambientais e concessão de microcrédito a pequenas empresas. Dispositivos eletrônicos de mão dotados de leitores de identificação de dedos desenvolvidos pelo banco indiano ICICI para ajudar uma clientela analfabeta em locais remotos comprovaram ser economicamente viáveis e à prova de fraudes - e estão se convertendo em "padrão-ouro", no setor, para todo tipo de transações e clientes.

Na raiz dessas inovações está uma filosofia empresarial empenhada em algum tipo de "bem mais do que meros lucros". Ao mesmo tempo, iniciativas de fundo social podem ser também boas para a lucratividade. David Kenny, ex-CEO da Digitas, uma agência de publicidade hoje pertencente ao Publicis Groupe - e uma das companhias que Kanter louva - vê uma mudança no cenário. "Não podemos mais vender coisas, porque (o mundo) digital dá às pessoas poder para que façam suas próprias escolhas", escreve Kanter citando Kenny. "Por isso, precisamos ser generosos, [do contrário] as pessoas não nos escolherão. Generosidade fomenta retornos."

Num período de crise financeira, mudanças climáticas, enormes disparidades econômicas e pandemias, a existência de companhias que tentam minorar iniquidades e endireitar coisas é, certamente, tranquilizante. E com base nas descrições de Kanter - a mexicana Cemex, a japonesa Omron e a americana Procter & Gamble também estão em sua lista de "SuperCorps"- tendem a ser bem administradas e lugares prazerosos para trabalhar. O que falta ao livro, porém, é uma clara discussão da difícil ponderação de vantagens e desvantagens inerente à eleição de um comportamento moral. Afinal de contas, fazer o bem pode custar caro. Outro senão é a escolha de exemplos por Kanter. Nenhum parâmetro específico precisou ser mensurado para que uma companhia fosse considerada "SuperCorp".

Apesar disso, em seu conjunto, as companhias escolhidas por Kanter equivalem a um argumento no sentido de que imperativos sociais, tanto quanto uma cultura empresarial aberta e o foco em produtos para solução de problemas, caracterizarão as empresas de vanguarda nas décadas futuras. Elas não substituirão organizações não governamentais e a liderança política proativa. mas certamente passarão a contribuir cada vez mais para fazer do mundo um lugar melhor.

(Copyright 2009 The McGraw-Hill Companies)

Valor Econômico - 20/8/2009

25 maio 2009

Responsabilidade Social em Tempos de Crise

Em A stress test for good intentions a revista The Economist de 14 de maio discute a questão da responsabilidade social em tempos de crise.

O texto cita uma pesquisa realizada no ano passado pela Business for Social Responsibility que mostrou que quase um terço dos gastos com sustentabilidade deve cair como resultado da crise. E isto deve atingir o orçamento da filantropia, com fundos para caridade e ONG. Além disto, um levantamento entre empresas, gestores de viagens e viajantes de negócios da Association of Corporate Travel Executives de fevereiro deste ano descobriu que somente 17% deles classificaram a sustentabilidade ambiental como uma prioridade elevada. Há um ano através este número era de 29% .

O corte só não será mais elevado em razão da necessidade de algumas empresas em restabelecer a confiança. As empresas que são realmente socialmente responsáveis podem agora provar não estão preocupadas somente com o curto prazo.

31 outubro 2008

Qual o limite da responsabilidade social?

A The Economist, em Test case (30/10/2008) discute o caso jurídico Bowoto versus Chevron. Larry Bowoto protestou, em 1998, contra uma subsidiária da Chevron na Nigéria. O protesto terminou com duas mortes e Bowoto ferido. O caso irá testar se o sistema legal pode ser aplicado em casos de direitos humanos em outros países.
Junto com o julgamento, outros casos com outras empresas (caso da Yahoo que ajudou o governo chinês a prender um dissidente) serão afetados pela decisão.