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24 maio 2020

Padronização: o caso ISO - 2

Natasha Frost tem um artigo muito interessante sobre a ISO para o Atlas Obscura (Finding the Unexpected Wonder in More Than 22,000 International Standards). Frost mostra que a entidade tem um papel importante no mundo moderno, tornando-o menos caótico. A ISO é responsável pela padronização de parafusos (ISO 4026), brocas (2306), cervejas (67.160.10), cigarros (126), botas de esqui (5355), esquis (8364)

Se no passado as ferrovias tinha bitolas distintas, isto provocava um grande problema, atrasando o transporte de pessoas e mercadorias. Quando o transporte era de longa distância, as pessoas e coisas eram retiradas do trem e colocadas em outro, com bitola diferente. Só no final do século XIX é que algumas empresas começaram a adotar um padrão uniforme. No início do século XX, a Grã-Bretanha funda seu primeiro comitê de padrões de engenharia. Logo depois, no final da I Guerra, a Alemanha e Estados Unidos fazem o mesmo.

Na criação da ISO o caso mais relevante de padronização não foi feito: o sistema de medida métrico não é padronizado no mundo.

A expansão da ISO trouxe grande ganhos e muitos questionamentos. Mesmo quando um padrão é peculiar, como a norma 3103, que trata da preparação do chá para fins de testes sensoriais, chegou a ganhar o Ignobel de 1999. Mas em experimentos científicos, onde as pessoas devam tomar chá, é importante garantir que todos bebam o mesmo preparado. Outro padrão interessante (e importante) na realidade é um conjunto de padrões: preservativos possuem uma norma exigente e complexa. Segundo Frost esta norma é muito importante, pois o produto precisa ser confiável. Neste caso, uma norma como esta pode ter a participação da Organização Mundial de Saúde, de entidades relacionadas com o planejamento familiar, de prevenção do HIV, dos consumidores, entre outros.

Talvez o padrão mais importante e que trouxe mais impacto seja a ISO 6346. Esta ISO definiu os padrões para o contêiner de transporte de carga. Até 1956, as mercadorias eram transportadas em recipientes sem um padrão claro. A ISO permitiu que o preço do transporte caísse, reduzindo o tempo de manipulação das cargas. O mundo não seria o mesmo sem esta ISO.

Entre os questionamentos, talvez o mais sensível seja o fato de que a participação dos países mais pobres ainda é reduzida. Em 2004 a Europa respondeu por metade dos padrões da ISO, embora tenha 6% da população mundial. O fato da sede estar localizada em Genebra certamente ajuda muito. Outra crítica à entidade é o fato de que ela não conseguiu convencer alguns países a adotar o mesmo sistema métrico. Ainda escutamos "pés", "milhas" e outras expressões típicas de um sistema que deveria ter sido padronizado há tempos.

Padronização: o caso ISO - 1

A International Organization for Standardization (ISO) é uma entidade internacional com representantes de vários países do mundo. Com sede em Genebra, na Suíça, a ISO tem um papel muito importante no processo de padronização mundial.

A entidade foi fundada em 1947, muito embora suas origens são anteriores à II Guerra Mundial. A ISO usa o inglês de Oxford, o francês e o russo como línguas oficiais. Mas é independente dos governos. É a maior entidade no desenvolvimento de padrões internacionais, com papel importante no comércio mundial. Já produziu mais de 22 mil padrões, em diversas áreas, de segurança alimentar a produtos e tecnologias específicas.

O uso dos padrões ajuda na criação de produtos e serviços seguros, confiáveis ​​e de boa qualidade. Os padrões ajudam as empresas a aumentar a produtividade, minimizando erros e desperdícios. Ao permitir que produtos de diferentes mercados sejam comparados diretamente, eles facilitam as empresas a entrar em novos mercados e auxiliam no desenvolvimento do comércio global de maneira justa. Os padrões também servem para proteger os consumidores e os usuários finais de produtos e serviços, garantindo que os produtos certificados estejam em conformidade com os padrões mínimos estabelecidos internacionalmente.

O trabalho na ISO é voluntário, feito por autoridades reconhecidas no assunto, com representação de diferentes países. Há mais de 250 comitês técnicos para desenvolver padrões ISO. A entidade é composta por 164 países membros. A maioria possui direito de voto. Mas existem países que são membros correspondentes, pois não possuem uma entidade nacional de padrões. Este é o caso do Paraguai e da Bolívia. E existem os membros assinantes, que são economias pequenas.

O financiamento da entidade é feito pela venda de normas (os documentos são protegidos por direitos autorais) e contribuições de outras entidades. O processo de produção de um padrão pode ter sete etapas: proposta preliminar, nova proposta de item de trabalho, rascunho do trabalho, projeto do comitê, rascunho do inquérito, rascunho final e padrão internacional, que será publicado.

Uma crítica que a entidade sofre é o fato de que os padrões estão disponíveis para venda. Além disto, algumas normas estão sob forte influencia de algumas entidades/empresas. Isto ocorreu com a pradronização do Office Open XML, onde a Microsoft exerceu um lobby forte. Outro problema é o fato de que os países mais pobres estão subrepresentados na entidade.

Fonte: Wikipedia

10 janeiro 2011

ISO 26000

(...) foi oficialmente lançada neste final de 2010 a ISO 26000, conhecida como a norma da responsabilidade social. (...)

A ISO 26000 refere-se à responsabilidade social a partir dos seguintes princípios: "A responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive à saúde e bem-estar da sociedade; leve em consideração as expectativas dos stakeholders; esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com normas internacionais de comportamento; e esteja integrada em toda a organização e seja praticada em seus relacionamentos".

É interessante saber que, diferente de outras normas emitidas pela ISO (como a ISO 9000, que trata da gestão de qualidade, ou a ISO 14000, sobre gestão ambiental), não haverá a emissão de um selo ou certificação ISO 26000.(...)


A responsabilidade social - Brasil Econômico 07/01/11 - Ieda Novais - Diretora corporativa da BDO no Brasil