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27 abril 2022

Meios de pagamentos e finanças pessoais


Quando postergamos o pagamento, a análise sobre a vantagem da decisão deve ser feita usando os conceitos de valor presente e valor futuro. Se podemos pagar um produto no futuro pelo mesmo montante no momento atual, a melhor decisão é deixar para desembolsar mais adiante. Em termos financeiros, o fato do valor presente e o valor futuro serem iguais significa que a taxa de juros é igual a zero.

A racionalidade deste tipo de decisão é matemática, mas não leva em consideração aspectos comportamentais e de sinalização. Algumas pessoas ficam incomodadas quando possuem dívida e sua preocupação pode ser tão elevada que superar os benefícios obtidos com a compra a prazo. Outro aspecto é a sinalização. Pagar à vista pode transmitir um sinal para outras pessoas de que você possui uma seriedade, que honra seus compromissos e que possui recursos suficientes para seus gastos.

A questão comportamental tem sido explorada na literatura. Apesar do que diz a análise “simplesmente matemática” da decisão de comprar à vista ou comprar a prazo, diversas pesquisas em finanças comportamentais já mostraram a compra a prazo pode não ser uma decisão mais adequada.

Uma vez que em finanças pessoais a decisão de comprar à vista versus comprar a prazo está associada ao método de pagamento, as pesquisas com cartão de crédito, o principal meio de pagamento a prazo para muitas pessoas, mostraram efeitos sobre o processo de compra. Geralmente quem compra com cartão de crédito possui maior disposição para pagar – mesmo o produto não sendo necessário ou estando com um preço inadequado. Além disto, usar o cartão de crédito faz com que os gastos aumentem e as pessoas possuem uma menor consciência do ato de gastar. As pesquisas já mostraram que o cartão de crédito é amigo da impulsividade na compra e, por consequência, do aumento da dívida pessoal.

Não é surpresa que um dos principais conselhos para uma vida econômica saudável é restringir o uso dos cartões de crédito, privilegiando o dinheiro. Pense na situação em que você vai ao supermercado efetuar suas compras. Se você leva o cartão de crédito, seu limite é o limite do cartão, geralmente bastante folgado. Mas se você leva dinheiro físico, suas compras estarão restritas ao volume de moeda que você possui. É bem provável que alguma vez você saiu de casa somente com dinheiro, viu um produto interessante, mas não comprou pelo limite de recursos que dispunha. Também é provável que você tenha pensado depois que o produto não era realmente necessário.

Veja a situação pelo outro lado. A empresa sabendo deste fato vai procurar facilitar a vida de quem compra com crédito. Os estabelecimentos comerciais aceitam cartão de crédito pois, entre outros motivos, sabem que você tende a gastar mais quando compra a prazo. E facilitam sua vida o máximo que podem. Os sites da internet permitem que você cadastre seu cartão de crédito para “facilitar” sua vida; neste caso, aumentar o seu consumo no site. Afinal, para gastar, basta um clique.

Uma razão deste comportamento é que existe um custo de transação. Quando compramos com cartão de crédito, basta passar o cartão em uma máquina e somente no outro mês você irá arcar com o seu ato. A palavra “basta” da frase anterior é importante, pois indica um reduzido custo de transação.

Merle van den Akker lembra, no blog Behavioral Economics (*), que diversas teorias foram propostas para explicar o comportamento distinto das pessoas e os métodos de pagamento. Segundo ela, a teoria mais antiga e conhecida é a da dor de pagar. Nesta teoria, os sentimentos negativos associados com o desembolso está associada com o método de pagamento. Ao “ver” o dinheiro sendo gasto, as pessoas reduzem seu comportamento compulsivo de comprar. As pesquisas mostraram que o uso do crédito torna as pessoas menos sensíveis aos preços, o que aumenta a chance de fazer a transação.

Neste sentido, o cartão de crédito tem menor dor de pagamento, já que não é transparente e não físico. As formas modernas de pagamento, como o uso do celular e o pix, provavelmente se enquadram neste tipo de situação. E veja que o pagamento pelo celular adiciona um elemento importante neste aspecto, na medida que a grande maioria das pessoas estão acostumadas a ter o aparelho por perto. E junto com o aparelho, um app do banco, que permite realizar um pix ou outro tipo de pagamento.

Conforme diz van den Akker, “temos que reformular a maneira como pensamos os métodos de pagamento e suas implicações para a tomada de decisões financeiras”.

(*) Esta postagem foi baseada neste texto. No artigo há links para as pesquisas sobre a questão dos meios de pagamentos e as finanças pessoais

Foto: Clay Banks

07 fevereiro 2018

Uber e seu consumo

Em Uber’s Credit Card Is Bankrupting Restaurants… and It’s All Your Fault, Nick Abouzeid comenta a ofensiva da empresa Uber no ramo de carão de crédito. Aparentemente parece estranho uma empresa como a Uber concorrer em um mercado com diversos participantes. Além disto, as ofertas do cartão do Uber são “desconcertantes”.

a verdadeira intenção do Uber: combinar os dados de gastos com restaurante e o histórico de localização para ter o primeiro império de restaurantes do mundo com base em dados.

O objetivo, segundo Abouzeid, seria saber que restaurante você usa, quais os pratos que gosta, quanto gasta, entre outras informações. A empresa já sabe como você viaja na sua cidade mais do que a prefeitura. E agora vai saber seus padrões de consumo.

A insistência de Uber em superar a taxa de mercado para esses dados de gastos (pagando mais do que todos os outros cartões) empresta credibilidade ao argumento de que Uber realmente deseja os dados do seu cartão de crédito.

Eles realmente já tentaram adquirir este conjunto de dados exclusivo ... duas vezes . No final de 2016, Uber começou a pedir permissão para rastrear sua localização, mesmo quando você não está usando o aplicativo. No entanto, esta iniciativa polêmica acabou em agosto , talvez em antecipação ao anúncio do cartão de crédito Uber.

Além disso, Uber apenas reintroduziu " Ofertas locais " , uma maneira para os usuários obter passeios gratuitos, ligando seu cartão Visa para sua conta Uber. Este novo programa paga transparentemente os consumidores pelos dados da transação: não é por acaso que isso foi trazido apenas dois meses antes do cartão de crédito da Uber.

A empresa negou as intenções. A empresa tem um serviço, Uber Eats, de entregas e seu histórico de polêmicas é extenso. Mas a estratégia da empresa não é nova e é usada pelas administradores de cartão, varejistas, etc.

24 fevereiro 2017

Bankia 2

No início da semana comentamos sobre o caso do Bankia. Temos novidades sobre o caso: os ex-presidentes executivos da Caja Madrid e do Bankia, Miguel Blesa e Rodrigo Rato (foto), foram condenados a 6 anos e 4 anos e dois meses, nesta ordem, por apropriação indébita e uso das “tarjetas black” (ou seja, cartões de crédito corporativos) entre 2003 e 2012. Outras pessoas também foram condenadas por colaborar com o crime. Segundo o jornal El País a sentença, com mais de duzentas folhas, foi rápida.

explica claramente y con rotundidad las razones por las cuales las tarjetas negras eran una retribución irregular, abusiva y dañina para los intereses de Caja Madrid primero y de Bankia después. Carecían de justificación del gasto, su utilización no estaba incluida en ningún contrato profesional de los implicados con la entidad, su uso fue discrecional además de abusivo y estaban al margen de cualquier control para la declaración de IRPF. Hacienda resultó perjudicada por la autoatribución de retribuciones opacas y fuera de cualquier control.

Para o jornal, a sentença abre um precedente importante para os gestores: suas decisões devem estar sustentadas por uma justificativa contábil e fiscal.

O interessante é que inicialmente a investigação surgiu com a publicação de um artigo. A justiça tentou processar a imprensa por ter obtido a informação de maneira ilícita. Posteriormente o Bankia promoveu uma investigação interna, que conduziu a condenação. Rato foi diretor-geral do FMI !!!

24 agosto 2015

Finanças Pessoais: Programas de Fidelidade


Por que usar cartão de crédito? A primeira resposta que me vem à cabeça tem a ver com pontos de fidelidade. Também é prático ter ali, em alguns papéis, o resumo dos gastos do mês. Por outro lado usar frequentemente a função crédito nos faz perder um pouco a noção da quantidade de dinheiro gasto. Sua conta está com dinheiro, seu cartão ainda não venceu, é possível se animar e abusar nas compras.

Todavia Garry Marr, do Financial Post, nos faz a seguinte pergunta: A incessante fome por pontos no cartão de crédito compensa acumular dívidas? O texto continua afirmando que há mais de 70 milhões de cartões de crédito no Canadá e, apesar de não se saber quantos são atrelados a programas de fidelidade, sabe-se que mensalmente cerca de 60% das dívidas não serão pagas e os usuários se comprometerão com juros. Segundo uma publicação da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade ) a taxa de juros do cartão de crédito voltou a subir em junho e alcançou 12,54% ao mês ou 312,75% anuais.

Todavia, a interminável fome por pontos e recompensas, que vão desde voos a hotéis, continua. É uma busca que ignora ó obvio: se você está pagando juros nos seus cartões de crédito, não há programas de pontuação no mundo que justificarão este comportamento.

Laurie Campbell, a diretora executiva do Credit Canada, um serviço de aconselhamento sobre dívidas, acredita ser simplesmente bobo. Ela diz estar cansada de pessoas obcecadas por saldos de pontos ao invés do saldo do cartão de crédito. “Posso dizer com base nos clientes que vejo aqui que é um comportamento prevalente. É triste.” As pessoas não querem cancelar os cartões por causa dos programas de fidelidade. Qualquer pessoa com cartão de crédito sabe que você pode se livrar da fatura com um pagamento mínimo mensal e muitos consumidores têm tirado proveito disso. Ou seja, tem muita gente cobrindo a cabeça e descobrindo o pé.

Campbell gosta de lembrar que mesmo que a recompensa justifique de alguma forma o gasto, a pontuação paga apenas parte da viagem. Talvez você chegue ao seu destino, mas como pagará por hospedagem e alimentação? Com mais dívidas no cartão?


Brent Reynolds, vice-presidente de marketing da Capital One Canada, diz que os consumidores precisam focar tanto o retorno quanto a facilidade de resgate do prêmio. Você precisa pesquisar o seu próprio estilo de vida, pesquisar o que te trará o maior estrondo com o seu dinheiro.


Também não faça o oposto. Não viva em função de atitudes que te trarão mais pontuação, por outro lado, não ignore o seu direito ou o deixe vencer. Hoje em dia você pode adquirir não apenas passagens aéreas, como também livros, assinaturas de revistas, eletrodomésticos. Confira também a relação do valor gasto com a quantidade de pontos acumulada, pontuação mínima para resgate. Em tudo busque o equilíbrio.



02 agosto 2013

Rir é o melhor remédio

No clima da intervenção do Banco Central no Banco Rural, um "Rir" extra para animar esta noite de sexta-feira:

Alô? Quem tá falando?
- É o ladrão.
- Desculpe, eu não queria falar com o dono do banco. Tem algum funcionário aí?
- Não, os funcionário tá tudo como refém.
- Eu entendo. Trabalham quatorze horas por dia, ganham um salário ridículo, vivem levando esporro, mas não pedem demissão porque não encontram outro emprego, né? Vida difícil. Mas será que eu não poderia dar uma palavrinha com um deles?
- Impossível. Eles tá amordaçado.
- Foi o que pensei. Gestão moderna, né? Se fizerem qualquer crítica, vão pro olho da rua. Não haverá, então, algum chefe por aí?
- Claro que não, meu amigo. Quanta inguinorânça! O chefe tá na cadeia, que é o lugar mais seguro pra se comandar um assalto.
- Bom... Sabe o que que é? Eu tenho uma conta...
- Tamo levando tudo, ô bacana. O saldo da tua conta é zero.
- Não, isso eu já sabia. Eu sou professor. O que eu queria mesmo era uma informação sobre juro.
- Companheiro, eu sou um ladrão pé-de-chinelo. Meu negócio é pequeno. Assalto a banco, vez ou outra um seqüestro. Pra saber de juro é melhor tu ligar pra Brasília.
- Sei, sei. O senhor tá na informalidade, né? Também, com o preço que tão cobrando por um voto hoje em dia... Mas, será que não podia fazer um favor pra mim? É que eu atrasei o pagamento do cartão e queria saber quanto vou pagar de taxa.
- Tu tá pensando que eu tô brincando? Isso é um assalto!
- Longe de mim. Que é um assalto, eu sei perfeitamente. Mas queria saber o número preciso. Seis por cento, sete por cento?
- Eu acho que tu não tá entendendo, ô mané. Sou assaltante. Trabalho na base da intimidação e da chantagem, saca?
- Ah, já tava esperando. Vai querer vender um seguro de vida ou um título de capitalização, né?
- Não... Eu... Peraí, bacana, que hoje eu tô bonzinho e vou quebrar o teu galho.

(um minuto depois)

Alô? O sujeito aqui tá dizendo que é oito por cento ao mês.
- Puxa, que incrível!
- Tu achava que era menos?
- Não, achava que era isso mesmo. Tô impressionado é que, pela primeira vez na vida, consegui obter uma informação de uma empresa prestadora de serviço, pelo telefone, em menos de meia hora e sem ouvir Pour Elise.
- Quer saber? Fui com a tua cara. Dei umas bordoadas no gerente e ele falou que vai te dar um desconto. Só vai te cobrar quatro por cento, tá ligado?
- Não acredito! E eu não vou ter que comprar nenhum produto do banco?
- Nadica. Tá acertado.
- Muito obrigado, meu senhor. Nunca fui tratado dessa...
-Ih, sujou!

(tiros, gritos) A polícia!

- Polícia? Que polícia? Alô? Alô?
- (sinal de ocupado)
- Alô?... Droga! Maldito Estado.
Sempre intervindo nas relações entre homens de bem!

02 março 2013

Receita: de olho nos cartões de crédito

O prazo de recebimento, pela Receita Federal, da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF) 2013 - ano calendário de 2012 -, que teve início nesta sexta-feira, 1º, vai até o dia 30 de abril. Os contribuintes que fazem uso do cartão de crédito com movimentação superior a R$ 5 mil devem ficar atentos e preencher corretamente os dados da declaração, já que as operações são informadas ao Fisco pelas operadoras de cartões, como forma de evitar a sonegação fiscal.

Por meio da chamada Declaração de Operações com Cartões de Crédito (Decred), uma das fontes de informações utilizadas pela Receita, o sistema informa dados de usuários com movimentação acima de R$ 5 mil, no caso de pessoa física. Já para as empresas (pessoa jurídica), são considerados os gastos acima de R$ 10 mil em cartões corporativos.

O levantamento de dados colhidos junto às operadoras de cartão de crédito, assim como outras declarações, é utilizado pelo órgão federal para cruzamento de informações. Erros e imprecisões na declaração fizeram com que 35 mil baianos caíssem na malha fina do Imposto de Renda em 2012, conforme a Receita Federal.

Por isso, é importante que a declaração seja preparada com o máximo de cuidado pelo contribuinte, que deve se atentar especialmente para o preenchimento dos dados oriundos dos Informes de Rendimentos. Segundo o especialista em consultoria tributária Renato Câmara, apesar da Decred não ser novidade, já que foi instituída em 2003, muitos contribuintes desconhecem que têm os dados de operações realizadas com cartões informados pela operadoras ao Fisco.

"Quando houver incompatibilidade de informações, nos casos em que o valor real do patrimônio difere do que foi declarado, a Receita convida o contribuinte para prestar esclarecimentos e pode até autuá-lo ou multá-lo", explica.

Para 2013, a expectativa da Receita Federal é de que as Declarações de Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa Física superem os anos anteriores e cheguem a marca dos 26 milhões. No ano passado, 25.244.122 declarações foram enviadas ao órgão. Até as 16h dessa sexta-feira, 187.200 contribuintes já haviam enviado, segundo a Receita Federal.

São obrigados a fazer a declaração os que receberam R$ 24.556,65 ou mais no ano passado. Em 2011, o valor era de R$ 23.499,15. Os que tiveram rendimentos isentos acima de R$ 40 mil em 2012, assim como os que apresentaram, em qualquer mês, operações de bolsa de valores ou lucro na venda de bens e receita bruta de atividade rural superior a R$ 122.783,25, também estão obrigados a declarar.

Ainda de acordo com a Receita, se optar pelo desconto simplificado, o contribuinte terá direito este ano (como nos demais) a 20% de abatimento na Declaração, índice limitado à quantia de R$ 14.542,60. Os que fizerem a declaração completa poderão abater um valor de R$ 985,96, correspondente ao pagamento de salário da empregada doméstica.

O valor limite para a dedução com instrução será R$ 3.091,35. O abatimento para cada dependente foi fixado em R$ 1.974,72 e o gasto com instrução de cada um dos dependentes, em R$ 3.091,35. Não foi estabelecido limites para os gastos com despesas médicas.
Para ter acesso às regras para a entrega da declaração basta acessar o site da Receita Federal e consultar a Instrução Normativa 1.333, que foi publicada no Diário Oficial da União, no último dia 19 desse mês.

A declaração poderá ser entregue pela internet até as 23h59 do dia 30 de abril. Para isso, é preciso baixar o programa gerador do IRPF 2013, que já está disponível do site da Receita Federal desde a última segunda, 25. De acordo com o órgão, mais de 1 milhão de pessoas já fizeram o download. Somente no primeiro dia, 521.504 cópias foram feitas.

Os contribuintes também podem optar por entregar a declaração em um disquete em uma unidade da Caixa Econômica Federal (CEF) ou do Banco do Brasil (BB), durante o horário de funcionamento das agências. Quem entregar a declaração fora do prazo terá de pagar multa, cujo valor mínimo é de é R$ 165,74.

Já para quem entregar a declaração no início do prazo têm mais chances de serem incluídos no primeiro lote da restituição, que começam a ser liberados no mês de junho. As pessoas com doenças graves ou deficiência física e mental, assim como os contribuintes beneficiados com o Estatuto do Idoso, terão prioridade no processamento da declaração do Imposto, o que permitirá que recebam a restituição nos primeiros lotes.


Fonte: Aqui

28 agosto 2012

Cartão x Dinheiro


Avanço de cartões esbarra em apreço por dinheiro vivo
Autor: Por Felipe Marques De São Paulo
Valor Econômico - 22/08/2012

A missão de garantir que o dinheiro chegue aos bolsos dos brasileiros sem nenhuma imperfeição está sob os olhos treinados de 63 mulheres. Elas formam a seção de crítica da Casa da Moeda do Brasil e passam 24 horas dedicadas ao escrutínio minucioso das cédulas, em busca das mais diminutas falhas. "As mulheres têm um poder de concentração maior e mais acuidade visual", diz Edmundo Viana da Cruz, superintendente-adjunto do departamento de cédulas, da Casa da Moeda. Os defeitos mais comuns são borrões, erros de enquadramento e outras falhas de impressão.

A seção de crítica atesta que, por mais que avance a tecnologia, na linha de produção do dinheiro brasileiro ainda há espaço para uma etapa quase artesanal. Não é só na fabricação das cédulas, porém, que a tradição se mescla a elementos de ponta. Uma combinação semelhante compõe a dinâmica dos meios de pagamento.

Enquanto os cartões de crédito ou débito ocupam hoje o espaço que já pertenceu aos cheques na carteira do brasileiro, o dinheiro "em espécie" segue bem à frente do dinheiro de plástico como preferência nacional na hora de pagar as compras. Hoje, circulam no Brasil cerca de 4,6 bilhões de notas e 19,6 bilhões de moedas.

Isso não quer dizer que os cartões não venham ganhando espaço nos últimos anos. Em dezembro de 2011, 29,8% das vendas do comércio foram pagas com cartões. Em janeiro de 2004, a fatia era de 16,5%. Os cálculos foram feitos pela Tendências Consultoria, em estudo encomendado pela bandeira Visa, e mostram a relação entre as vendas feitas em cartões com as vendas totais do comércio.

Um levantamento feito pelo Banco Central no ano passado, com base em dados de 2010, confirma o avanço dos cartões nos últimos anos, mas mostra ainda a liderança folgada do dinheiro. O BC calcula que, em 2010, o gasto médio mensal da população com pagamentos de contas e compras de produtos ficou em R$ 807,93. Dessa cifra, 59% foi pago em dinheiro, 36% em cartões e 2% em cheque. Em 2007, o gasto médio de R$ 577 era pago 77% em dinheiro, 19% com cartões e 2% com cheque.



"A participação absoluta de cartões é muito pequena, ainda há espaço para migração para cartões", diz Ruben Osta, diretor-geral da Visa. Segundo ele, indicadores semelhantes de uso dos plásticos nos Estados Unidos e Canadá estão próximos de 60%. "Nosso concorrente principal é o dinheiro."

Mesmo com o ganho progressivo de participação dos cartões como forma de pagamento, em termos absolutos o dinheiro "vivo" em circulação deve crescer nos próximos anos. Antes de 1994, a proporção do meio circulante (moedas e cédulas) em relação ao PIB era 0,8%. Hoje, o percentual está em 4%. O Banco Central espera que a relação chegue a 6% nos próximos dez anos e depois se estabilize, patamar semelhante ao dos Estados Unidos, diz João Sidney de Figueiredo Filho, chefe do departamento do meio circulante do BC.

Dado curioso é que na Europa essa proporção é de 9%, depois de ter avançado em ritmo acelerado nos últimos anos. Isso estaria relacionado à crise econômica do continente, que fortalece a percepção de que cédulas e moedas são uma espécie de porto seguro, avalia Figueiredo.

"Na medida em que as gerações passam, muda o hábito de usar dinheiro", afirma João Pedro Paro, vice-presidente da Mastercard. O avanço dos cartões agora está relacionado à busca de nichos em que possam substituir as formas tradicionais de pagamento, acredita. "Na pessoa jurídica, há espaço para crescer no lugar de pagamentos com boleto", exemplifica.

"A transação eletrônica é mais barata que a manual. Uma migração para cartões pode representar uma economia para o BC", defende Claudio Yamaguti, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Em 2011, a autoridade monetária gastou R$ 790 milhões em manutenção de notas e moedas, para manter um total de R$ 163 bilhões em circulação. Os gastos somam produção, seguro e distribuição do meio circulante.

Se ao gasto do BC forem acrescidos os custos do Banco do Brasil como único custodiante do papel moeda e uma estimativa de gastos dos bancos com distribuição e armazenamento, o custo anual do dinheiro fica em torno de R$ 2,7 bilhões (cerca de R$ 14,30 por brasileiro). "É barato", diz Figueiredo. "A relação entre o custo de manutenção e o meio circulante tem se mantido estável."

Os defensores dos meios eletrônicos apontam para uma correlação entre o maior uso de cartões e um aumento no tíquete médio de vendas. O estudo feito pela Tendências e pela Visa afirma que, se houver um aumento de 10% na participação dos cartões como meio de pagamento nas vendas do comércio, haverá elevação de 2,8% no valor total das vendas. "É um impacto forte nos tíquetes médios de vendas, que traz um "efeito dominó" no aumento da formalização e da atividade econômica", afirma Andrea Curi, economista da Tendências que conduziu o estudo.

Outra conclusão um tanto óbvia da pesquisa é que os pagamentos com cartões reduzem a sonegação de impostos, pois diminuem a informalidade. Com um avanço de 10% na fatia das vendas pagas com cartões, seriam arrecadados R$ 700 milhões a mais em tributos (PIS/Cofins e ICMS do setor terciário, considerando 2010 como ano-base) do que se os mesmos pagamentos fossem feitos em dinheiro.

Se os cartões custam a avançar sobre o dinheiro, passaram como um rolo compressor sobre o cheque, em especial nas transações de pessoas físicas. Segundo Yamaguti, da Abecs, em 2000, do total de pagamentos não feitos em dinheiro, 71,4% usavam cheque e 28,6% cartões. Uma década depois, o cenário se inverteu, com apenas 14,3% dos pagamentos feitos em cheque e 85,7% em cartões.

16 julho 2011

Consumidores tomam crédito mais caro

As restrições ao crédito anunciadas desde o fim do ano passado levaram a um aumento na procura por linhas mais caras, como as do cartão de crédito e do cheque especial.Por outro lado, os consignados (empréstimos com desconto em folha de pagamento) e as linhas para a compra de veículos (que, em geral, trabalham com taxas de juros mais baixas) perderam espaço no financiamento para os consumidores.

Dados do Banco Central mostram aumento superior a 15% na média diária de concessões no cartão de crédito e no cheque especial em maio passado na comparação com dezembro de 2010.No mesmo período, a liberação de novos financiamentos de veículos caiu 17,4%.O crédito pessoal manteve o ritmo de crescimento, mas houve queda na participação dos empréstimos com desconto em folha de pagamento, incluídos pelo Banco Central nessa categoria.

O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, disse que o objetivo do crédito mudou: as pessoas não estão se endividando para comprar bens, mas para pagar as despesas do mês. Percival afirma que esse movimento faz parte do ciclo de endividamento e reflete a maneira encontrada pelas famílias com mais dívidas para passar por esse momento de aperto no crédito.

“Não significa que as pessoas vão quebrar. O emprego e a renda continuam crescendo. O problema é quando a riqueza não cresce na mesma proporção que a dívida.” Fernando Blanco, do Instituto para o Desenvolvimento da Cultura do Crédito, diz que a mudança reflete ainda a dificuldade das famílias das classes C/D em lidar com pioras nas condições de crédito.

“Essas pessoas têm nível muito alto de endividamento, e, quando acontece algo, não têm para onde correr.”Ele acrescenta que os bancos ainda não conhecem esse cliente. “É uma relação muito nova, e não há linha pré-aprovada de qualidade para esse atendimento.”

A facilidade de acesso é outra explicação para o aumento no uso do cheque especial e do parcelamento das faturas de cartão. “A primeira coisa que acontece quando há uma restrição de crédito é uma procura por essas linhas pré-aprovadas, de acesso mais rápido”, diz Miguel de Oliveira, da Anefac (associação dos executivos de finanças).

Consignado

Outro problema é a dificuldade de acesso ao consignado, de custo financeiro mais baixo, mas que está concentrado em funcionários públicos e aposentados, que respondem por 85% dessa linha. O consignado chegou a representar 61% dos empréstimos pessoais em dezembro, fatia recorde e que fechou período quase ininterrupto de alta. Em maio, atingiu a menor participação em 15 meses.

Essa desaceleração foi registrada apesar de as medidas de restrição ao crédito e o aumento dos juros desde o fim de 2010 terem afetado menos essa linha.A taxa média de juros de 28,2% ao ano é quase a mesma verificada em dezembro. No crédito pessoal sem desconto em folha, o juro subiu quase dez pontos percentuais no período, para 65,6%.

Fonte: Eduardo Cucolo, Folha de S.Paulo

01 junho 2011

Novas regras para cartões de crédito

A partir de quarta-feira, 1.º de junho, entrarão em vigor novas regras para o uso do cartão de crédito no Brasil. As normas, publicadas em cartilha online do Banco Central, porém, não devem trazer muita mudança para os clientes, nem para o mercado, segundo especialistas no tema.As três principais alterações são a elevação do pagamento mínimo da fatura; divisão de categorias de cartões em básico e diferenciado; e a padronização das tarifas (como mostra o quadro ao lado).

Para os cartões que já estão ativos, as medidas passam a valer apenas em junho do próximo ano. Os plásticos emitidos a partir do mês de junho deste ano, por sua vez, já terão de seguir a nova conduta.

"O mínimo subiu para 15%, depois vai subir para 20%, mesmo assim, de forma nenhuma o cliente deve pagar somente o mínimo, já que os juros do cartão são extorsivos", avalia Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper. "O valor mínimo deveria ser elevado para 50%. Isso sim evitaria endividamento", emenda o especialista.Para evitar o endividamento, lembra o educador financeiro Reinaldo Domingos indica, o ideal é que o limite total do cartão seja de no máximo 30% da renda mensal líquida (ou seja, o que de fato é creditado na conta). "E sempre pagar o valor total, não o mínimo", frisa.

Marcelo Segredo, fundador da Associação Brasileira do Consumidor, lembra que o endividamento no País já atinge 53% das famílias de todas as classes. "E as medidas vêm para conter o endividamento e também para combater a inflação. Mas, valendo para os cartões já ativos somente a partir de 1.º de junho de 2012, não farão muito efeito agora."

A padronização das tarifas foi a medida mais bem recebida pelos especialistas consultados pela reportagem. "Isso não quer dizer que o cliente vai pagar menos, mas pelo menos terá certeza do que está pagando", comenta Domingos.Segredo pontua também que, com a padronização, os clientes terão condições de "comparar as tarifas e anuidades dos diversos cartões de crédito e assim escolher o mais adequado".


Com a padronização das tarifas e a elaboração de dois tipos de cartão - o básico e o diferenciado -, o cartão diferenciado deverá oferecer ao cliente, juntamente com o valor da anuidade, os programas de fidelidade e milhagem aérea.

Fonte: Estadão

17 maio 2011

Por que o pagamento através do celular é uma péssima notícia?

O número de transações pagas através do telefone celular, em lugar de dinheiro, cheque ou cartão, aumentou para 78 bilhões de dólares. A projeção é que em 2016 o valor dos pagamentos através do celular deve chegar a 618 bilhões de dólares. A vantagem, anunciada pelos promotores do pagamento através do celular, é que o custo de transação seria 50 vezes mais barato que o método tradicional (Celular ganha espaço na carteira do cliente - 09/05/2011- Valor Econômico - Assis Moreira, via aqui) .

Péssima notícia para o consumidor. Em 2001 dois pesquisadores do MIT, instituição de ensino e pesquisa dos Estados Unidos, fizeram uma experiência com bilhetes de jogos do time de basquete do Boston Celtics. Os ingressos foram leiloados; metade do grupo poderiam pagar com cartão de crédito e a outra metade não. O lance médio daqueles que podiam usar o cartão foi muito superior aos daquele que não podiam usar. Em outras palavras, as pessoas que usam cartão de crédito consomem de forma mais descontrolada.

Em razão disto, uma dica de finanças pessoais para aqueles que desejam economizar é deixar o cartão em casa quando forem sair. É possível pensar numa pessoa saindo de casa sem o cartão de crédito, mas nos dias de hoje é impossível imaginar alguém saindo de casa sem seu celular.

Se você concorda com isto, certamente é razoável supor que o pagamento através do celular significa, para as empresas, que todas as pessoas irão sair de casa com um meio de pagamento que facilita as compras. E as dívidas também. Conforme as palavras de Lehrer (The High Cost of Easy Payments, Wired, 31 de março de 2011), o pagamento através do celular reduz a fricção do pagamento. Ou seja, é mais fácil gastar de maneira irresponsável.

10 março 2011

Crédito nos mercados emergentes

Crédito nos mercados emergentes - Postado por Pedro Correia

A crescimento dos mercados emergentes nos últimos anos é fruto, principalmente, de alto crescimento populacional, vastidão de recursos naturais, entre outros. No entento, o fator primordial para esses mercados é a disponibilidade de crédito. Os países desenvolvidos há muitos anos já possuem acesso a diversas formas de crédito - hipotecas, cartão de crédito, financiamento de veículos etc. Em contraste, o resto do mundo tinha o "caixa" como base da economia. Ou seja, esses países não tinham acesso a diversas formas de crédito antes dos últimos 30 anos.

Se você está em uma economia que tem pouco acesso a crédito, que de repente começa a usar o crédito, haverá um aumento imediato nos gastos - e que irá criar um efeito dominó de expansão. Quando alguém empresta dinheiro, esse dinheiro rapidamente encontra o seu caminho para a economia real. Ao longo do tempo, como o empréstimo tem de ser pago,isso terá um peso gradual na economia durante um período de vários anos ou mais. No entanto, o impacto imediato é invariavelmente positiva. Em qualquer nação onde a maioria do crescimento do PIB é causada pela expansão das empresas locais, como na China e na Índia, o fato de que muitos milhões de pessoas, de repente têm acesso ao crédito quase certamente criará aumentos de dois dígitos no faturamento anual, para muitos setores da economia.

Esta maior taxa de crescimento só pode continuar se o crédito continua a se tornar mais acessível a um segmento crescente da população total. Eventualmente, como no mundo desenvolvido, se chegará um ponto de saturação.

Uma vez que este ponto de saturação é atingido, a expansão de crédito diminui drasticamente. Isso tem o efeito imediato de causar baixas taxas de crescimento econômico. No longo prazo, os empréstimos a serem pagos terão efeito ainda mais negativo sobre a economia, especialmente durante épocas de recessão quando os ativos se tornam menos valiosos, enquanto que os empréstimos não diminuem em magnitude. Em termos relativos, então,a relação entre empréstimo e ativo irá aumentar para grande parte da população.

Embora o impacto do crédito durante uma recessão econômica é quase sempre ignorado pela mídia, é uma questão crítica. Na Índia, a incapacidade de pagar os empréstimos para pequenas empresas, muitas vezes chamado microcrédito ou microcrédito, levou a um desastre crescente em que várias pessoas e até mesmo aldeias inteiras foram forçadas a fechar as portas.


Tal como acontece com todas as formas de empréstimo de dinheiro, pessoal e empresarial são considerados maravilhoso quando a economia está se expandindo. Mas tão logo uma contração real ou potencial, parece provável, as desgraças de pagar o empréstimo durante um momento de estresse fica no centro do palco.

Fonte: Why Investors Need to Reexamine These Emerging Market Myths

11 fevereiro 2011

Por que nós usamos Cartões de Débito e não Cartão de Crédito?

Quando nós fazemos nossas compras podemos pagá-las com dinheiro, cartões de débito ou cartão de crédito. Se não existir nenhuma diferença entre o preço nas diferentes modalidades, o cartão de crédito é mais vantajoso. A razão disto é o valor do dinheiro no tempo: é preferível pagar amanhã uma despesa a pagar hoje. Entretanto, mesmo com as alternativas, alguns consumidores insistem em efetuar o pagamento no cartão de débito.

As possíveis explicações são as seguintes. Primeiro, as pessoas possuem uma contabilidade mental, em que algumas despesas são destinadas a serem pagas através do cartão de crédito (viagens, por exemplo) e outras com cartão de débito (pagamento de combustível). Esta separação provavelmente deve ajudar no planejamento e controle financeiro.

(Isto também ajuda a explicar por que algumas pessoas pegam um empréstimo no banco, pagamento juros de 4% ao mês, mas não usam os recursos existentes na caderneta de poupança, que rendem 0,6% ao mês. A contabilidade mental do indivíduo impede de “mexer” na caderneta de poupança)

Segundo lugar, as pessoas gerenciam os fluxos futuros. Sabendo que no futuro existirão despesas elevadas, uma forma de evitar gastos é usar agora o cartão de débito, deixando o cartão de crédito como uma reserva financeira. Assim, no início do ano existem muitas despesas (material escolar, impostos, etc) e neste momento o cartão de crédito pode ser utilizado até que a situação financeira volte ao normal.

Terceiro lugar, algumas pesquisas já mostraram que o uso do cartão de crédito induz a um maior consumo. Uma pequena parcela dos consumidores sabe disto e evitam o uso de cartão. Outra, talvez tenha uma intuição de que isto seja verdadeiro e adotam a mesma atitude.


Leia Mais: Why Do We Use Debit Cards when Credit Cards Make More Sense?

26 novembro 2010

Cartões de Crédito II


O diretor de Administração do Banco Central (BC), Anthero Meirelles, disse hoje que a definição de um valor mais elevado de pagamento mínimo para faturas de cartão de crédito visa evitar o superendividamento das famílias. A partir de junho do ano que vem, o pagamento mínimo será de 15% da fatura e de 20% a partir de dezembro de 2011. Atualmente, a prática é de 10% de pagamento mínimo, mas isso é apenas uma convenção e não uma norma.

O diretor de Política Monetária do BC, Aldo Luiz Mendes, acredita que a medida vai ter eficácia sim, a despeito dos juros altos praticados na rolagem de dívida de cartão de crédito, mas disse que essa medida poderá ser revista ao longo do tempo. Ele explicou que o governo tomou cuidado para não fazer uma mudança brusca que pudesse impactar a programação de pagamento das pessoas. "Mas nada impede que a gente altere isso no futuro", afirmou.

Mendes informou que os bancos emissores de cartões de crédito serão obrigados a fornecer os chamados "cartões básicos" para clientes que só desejarem realizar as operações clássicas de pagamentos à vista ou parcelados de bens e serviços em estabelecimentos credenciados.

Essa modalidade terá obrigatoriamente anuidade mais barata do que a dos cartões que oferecem benefícios e recompensas, como bônus e milhagens, que serão classificados como "cartões diferenciados". Já esse tipo de cartão, mais sofisticado, terá que incorporar em sua anuidade os custos dos benefícios adicionais, especificando-os em uma tabela disponibilizada para os clientes. Além disso, os cartões básicos nacionais terão obrigatoriamente anuidade mais barata do que os básicos autorizados para uso no exterior, o mesmo ocorrendo com os cartões diferenciados.

As novas regras para os cartões de crédito começam a valer em 1º de junho de 2011 para os plásticos emitidos a partir dessa data, que deverão ter contrato diferente dos atuais, sendo incluídas todas as alterações anunciadas nesta quinta-feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo Mendes, para os cartões já existentes, a migração para as novas regras deverá ser um ano depois, em 1º de junho de 2012.


Nova regra para cartão tenta evitar superendividamento - Por Fabio Graner, Fernando Nakagawa e Eduardo Rodrigues - Estado de São Paulo, via Isto é Dinheiro

Cartões de Crédito

O Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão composto pelo Ministro do Planejamento, Ministro da Fazenda e pelo Presidente do BC, estabeleceu regras padronizando tarifas e serviços de cartões.

As regras entram em vigor em março de 2011 e, entre as normas, os bancos serão obrigados a oferecer um cartão de crédito básico. O cartão terá apenas função de pagamento em estabelecimentos credenciados, com anuidade menor.

Segundo o conselho, a medida busca facilitar a comparação de preços entre os cartões oferecidos pelas instituições bancárias.

Cartões com mais serviços ou benefícios, incluindo programas de milhagem, serão classificados como "diferenciado".

A exemplo da determinação aplicada às tarifas bancárias em 2008, os bancos deverão divulgar em local visível ao público as informações com os custos e serviços do cartão diferenciado, em informes dentro das agências bancárias e na internet.

Além disso, o Banco Central estabeleceu que o valor mínimo da fatura de cartão de crédito paga mensalmente pelos clientes deve ser de pelo menos 15% do saldo total. Essa regra entra em vigor no dia 1º de junho de 2011, e a partir de dezembro esse limite será ampliado para 20%.

As instituições também terão que divulgar na fatura do cartão e no contrato informações detalhadas sobre preços e encargos que incorrem se o cliente decidir pelo pagamento fatura mínima.

Na fatura mensal, os bancos deverão incluir o Custo Efetivo Total - cálculo que inclui todo o custo de uma operação financeira, incluindo impostos, tarifas e juros - referente às operações passíveis de contratação.
Dentre as medidas, foi proibido o envio de cartão por correio sem solicitação do cliente. As instituições também estarão proibidas de cobrar por quaisquer serviços prestados por meios eletrônicos (em internet ou terminal de auto atendimento).


CMN estabelece novas regras para cartões de crédito - Brasil Econômico - 25/11/10

25 outubro 2010

Sem cartão

(...) estudo publicado este mês no Journal of Consumer Research, os que estão com eles sempre a mão tendem a comprar mais por impulso e isso se aplica aos alimentos.

Ou seja, o cartão faz com que as pessoas gastem mais com guloseimas e outros alimentos pouco saudáveis. O estudo foi conduzido por 6 meses e mostrou que as pessoas que pagam com cartões recheiam seus carrinhos de compras com alimentos mais prejudiciais à saúde. Além disso, indivíduos que sentem "dor" ao ver o dinheiro ir embora, economizam muito mais quando precisam pagar com dinheiro. Os autores sugerem que pode haver uma conexão entre a forma de pagamento e o aumento de peso nos americanos. Se você anda gastando muito por aí, deixe seus cartões na gaveta e observe não só a economia mas também os efeitos em sua cintura.


Deixe o cartão de crédito em casa

25 março 2010

Confusão


 

Contudo, para o relator do recurso no STJ, ministro Massami Uyeda, o consumidor já paga à administradora uma taxa pela utilização do cartão de crédito e a instituição financeira garante ao estabelecimento comercial o recebimento do crédito.

Ele acrescentou que, ao disponibilizar esta forma de pagamento, o comerciante agrega valor ao seu negócio, atraindo, inclusive, mais clientes.[1]

O ministro considerou ainda que há uma relação entre a instituição financeira que emite o cartão e o cliente, que paga uma taxa de administração, e outra entre a instituição financeira e o comerciante, que transfere um percentual da venda em troca da total garantia de recebimento do crédito.

"Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisão dos gastos advindos do próprio risco do negócio, de responsabilidade exclusiva do empresário", afirmou.[2]

STJ condena cobrança diferenciada em pagamentos com cartão de crédito – 24/3/2010


 

[1] Isto só é verdadeiro se nenhum outro comerciante disponibilizasse o pagamento. Entretanto, caberia aqui uma revisão nos conceitos de Teoria dos Jogos

[2] E o valor do dinheiro no tempo, senhor ministro? Parece que o curso de direito não ensina matemática financeira básica.

03 setembro 2009

Cartões de Crédito 2

Bancos ficaram com a maior fatia dos ganhos de R$ 9 bi com cartões
Maria Christina Carvalho, de São Paulo - Valor Econômico - 2/9/2009

(...) A parte do leão desse bolo é dos bancos que emitem os cartões. Mas os credenciadores, empresas que habilitam os estabelecimentos comerciais para aceitar os plásticos e capturam e liquidam financeiramente as transações, têm ficando com uma fatia crescente dos resultados. Talvez por isso as baterias do BC e dos organismos de defesa do consumidor têm sido dirigidas para os credenciadores.

Os credenciadores são a VisaNet, que faz o meio de campo para o cartão da bandeira Visa, e a Redecard, que faz o mesmo trabalho para a MasterCard e Diners. A VisaNet tem 47% do mercado e a Redecard, 33%.

Segundo o consultor Boanerges Ramos Freire, os dados mostram que os credenciadores vêm aumentando suas margens, com ganhos de escala e eficiência propiciados pela expansão dos volumes negociados com a disseminação do uso do cartão e pela redução dos custos de processamento. O especialista observa, porém, que raramente esses benefícios são repassados aos consumidores.

A relação lucro líquido e receitas mais do que dobrou no caso dos credenciadores, calculou a consultoria. Era de 21% em 2003 e agora está em 43%. A margem dos bancos emissores também aumentou, com o lucro passando de 21% para 34% das receitas. "São resultados excepcionais, acima da média de qualquer outro setor econômico. Por isso o questionamento do governo", afirmou Freire.

Para um alto executivo que até recentemente trabalhava em uma das maiores empresas do setor, os maiores ganhadores do sistema são os bancos. O principal motivo é o crescente volume dos adiantamento de recebíveis de cartões. Essas operações têm garantido um ganho substancial para os bancos mas não estão dimensionadas no estudo do BC. Especialistas estimam que o lucro dos bancos com o adiantamento de recebíveis seria semelhante ao obtido com as outras operações. As credenciadoras também antecipam a receita futura de recebíveis aos lojistas.

Mas os bancos ganham duplamente porque são os principais acionistas das empresas credenciadoras mesmo após elas terem aberto o capital. Bradesco, Banco do Brasil e Santander controlam a VisaNet; e o Itaú Unibanco, a Redecard.

Segundo cálculos feitos pela consultoria de Boanerges a partir do estudo do BC, os bancos ficaram com 63% dos ganhos proporcionados pelas operações com cartões em 2008, o que equivale a R$ 5,6 bilhões, sem contar a receita obtida pela participação acionária nos credenciadores e pelo adiantamento de recebíveis, não incluída nos estudos. Os credenciadores ficaram com os 37% restantes, ou R$ 3,4 bilhões. Em cada R$ 100,00 movimentados com cartões, os bancos lucram R$ 1,70; e os credenciadores, R$ 1,00.

Os cartões contribuíram com 12,4% do lucro líquido de R$ 45,2 bilhões amealhados pelos bancos no período. É o maior índice desde 2003, quando os resultado dos negócios com cartões começaram a ser calculado pelo Banco Central (BC). Em 2007, os cartões proporcionaram aos bancos R$ 4,8 bilhões de lucro, ou 8,3% do ganho total de R$ 57,5 bilhões obtido pelo setor bancário.

No estudo do BC trabalhado pela Boanerges, a receita total dos bancos emissores de cartões é equivalente a 5,3% do valor da transação, ou seja, é de R$ 5,30 por R$ 100 transacionados.

A principal fonte de receita dos bancos com a emissão de cartões é a financeira, proveniente do ganho com os elevados juros do crédito rotativo oferecido ao portador do cartão e as taxas e multas cobradas sobre o saldo devedor. A receita financeira representa 52% do total e é uma fonte crescente de recursos embora seja igualmente relevante o peso da inadimplência. Segundo Freire, a receita financeira dos bancos emissores, já líquida da inadimplência, é equivalente a 2,8% do valor da transação. O ganho seria bem maior com a inclusão dos ganhos obtidos com a antecipação de recebíveis.

A carteira de crédito relacionada a cartões triplicou no Santander nos doze meses terminados em junho para R$ 4,87 bilhões; e as receitas de serviços com o produto também, para R$ 646,7 milhões. No Banco do Brasil (BB), a carteira de crédito de cartões cresceu 21% nos doze meses terminados em junho, fechando o semestre em R$ 6,13 bilhões, incluindo R$ 2,65 bilhões de parcelados pelos lojistas. A receita de serviços com cartões do BB saltou 29,9% em doze meses, acumulando R$ 2,12 bilhões no primeiro semestre.

O Bradesco teve uma receita com serviços com cartões de R$ 1,685 bilhão no primeiro semestre, com crescimento de 19,8% em doze meses. Os ativos financeiros de cartões do banco somavam R$ 15,699 bilhões no fim do semestre, com aumento de 15% em doze meses, dos quais um terço em antecipações de recebíveis a estabelecimentos comerciais.

As tarifas cobradas do portador do cartão como anuidade contribuem com 19% da receita dos bancos com cartões. Já foram maiores, representando até mais de 20%. Mas a concorrência e a pressão do mercado têm limitado essas cobranças. A taxa de intercâmbio representa outros 19% e é proveniente da parcela que o banco recebe da taxa cobrada pelo credenciador dos estabelecimentos comerciais. A taxa cobrada dos estabelecimento é de 3% em média do valor da transação - é de 2,5% no caso das operações com cartão de crédito e de 1% nas com cartão de débito - e é dividida com os credenciadores.

Do lado das despesas, há muita estabilidade. Mas o destaque é a tendência de queda dos custos de processamento por causa dos avanços tecnológicos.

A fatia dos bancos no lucro com as operações com cartões já foi maior. Em 2003, era de 80%. Os credenciadores, por outro lado, vêm ampliando ano a ano a participação nos resultados. Sua fatia, que era de 20% há cinco anos, agora é de 37%, ou seja, praticamente dobrou. Segundo Freire a tendência é aumentar a participação dos credenciadores.

Para o especialista, o aumento do ganho dos credenciadores está diretamente relacionado à redução das despesas uma vez que as receitas estão diminuindo. A receita total dos credenciadores é equivalente a 2% do valor total das transações com cartões e já foi de 2,5% há cinco anos. O principal motivo é a perda de receita da taxa de desconto, que é cobrada dos estabelecimentos comerciais porque uma parcela cada vez maior está indo para os bancos emissores, na forma de taxa de intercâmbio. Além disso, pela competição e pressão dos lojistas, essas taxas de desconto têm caído. Outro motivo é o fato de os cartões estarem entrando em segmentos menos rentáveis.

Já o ganho com aluguel de máquinas e demais tarifas cobradas dos lojistas está estável. Ainda assim, esse ganho não é trivial. A corretora Ativa estima em 50% a margem da Redecard no aluguel dos POS (point of sale, as maquininhas que leem os cartões). Segundo a Link, a receita com aluguel de POS representam 22% das receitas totais da Redecard.

Os credenciadores também antecipam o valor dos recebíveis de cartões para os varejistas proporcionando um ganho "muito relevante", disse Freire. O consultor estimou esse ganho em R$ 950 milhões em 2008, três vezes mais do que cinco anos antes.

Do lado das despesas, Freire nota a grande queda das relacionadas com marketing; e o aumento das despesas das taxas com as bandeiras. "As despesas totais caíram de 2,8% do valor das transações para 2,1% devido ao grandes ganhos de escala e eficiência no processamento, maior volume, melhoria de gestão e automação", disse. (Colaborou Altamiro Silva Júnior)

Cartões de Crédito

O maior ganho dos bancos americanos com os cartões é o crédito rotativo. Cerca de 70% das compras com cartão nos EUA são financiadas no rotativo. Ao pagar uma compra com o cartão, o cliente americano entra direto no rotativo; e o lojista recebe o pagamento em dois dias (D+2).

No Brasil, o cliente paga a fatura em média em 28 dias (D+28) após a aquisição e o lojista recebe em 30 dias (D+30). Se não puder quitar o total da fatura no vencimento, o cliente faz um pagamento mínimo e financia o restante no rotativo.

O rotativo já passou de 50% do total transacionado com cartões no Brasil, mas acabou sendo substituído em boa parte pela prática da "compra parcelada sem juros". Oferecida pelo lojista, a compra parcelada no cartão surgiu há cerca de quatro anos e ocupou o lugar em que antigamente reinava o cheque pré-datado, com a vantagem de ser um meio de pagamento mais barato.

A princípio, os bancos não gostaram do surgimento da nova prática porque não ganham nada com ela, embora cubram o risco de inadimplência do portador do cartão. Mas souberam fazer a limonada do limão ao reformular um velho negócio, o desconto de recebíveis. Já era possível antecipar para lojistas com aperto de caixa o pagamento das vendas com cartão antes do vencimento da fatura, tomando como garantia o fluxo dos recebíveis dos cartões. Com a venda parcelada no cartão, o negócio ficou mais atraente porque os volumes e os prazos aumentaram. (...)

A briga pelo domicílio bancário dos lojistas - Maria Christina Carvalho
De São Paulo - Valor Econômico - 2/9/2009

25 março 2009

Dinheiro ou Cartão de Crédito

Mais uma pesquisa comprova que as pessoas gastam mais quando usam o cartão de crédito. E gastam menos quando elas olham suas despesas com detalhes.

Um estudo apresentado no Journal of Experimental Psychology com 114 participantes mostraram quando se gastaria usando caixa ou cartão de crédito numa refeição.

This fascinating study suggests that we are more emotionally attached to our cash when given the choice of paying with cash or with a credit card. Perhaps it is the burden of not knowing what will happen with the economy.
Here is an analogy that is akin to the researchers’ findings: When individuals play the game of Monopoly, one player may tend to spend like crazy buying properties, houses, and hotels while another player may reserve the money for those properties that will yield the highest return. It’s something to think about!
Fonte: Aqui