Em tempos de crise, o caixa é rei
Executivos redobram a vigilância sobre o entra-e-sai de dinheiro das empresas para evitar surpresas
Patrícia Cançado
Durante anos, nove entre dez empresas americanas cresceram guiadas pelo princípio de caixa curto e alto endividamento. Com o fim da hiperinflação no Brasil, a equação passou a fazer a cabeça de muitos financistas e empresários por aqui. Essa tal "alavancagem" era uma atitude não só estimulada pelos bancos como aplaudida pelos acionistas.
[Discordo. Alguns bancos não estimulam a alavancagem. Não é tão simplista assim]
A quebra do Lehman Brothers inverteu a regra do jogo. Muitas acordaram nos dias seguintes - e não é apenas modo de dizer - sem dinheiro disponível para tocar suas operações com folga. "Com os bancos e a bolsa fechados, o caixa passa a ser o principal ativo das empresas em qualquer lugar do mundo", afirma o diretor da Boston Consulting Group, Fernando Machado. "No curtíssimo prazo, o caixa é rei. Quem tiver, vai passar melhor por essa situação."
[É questionável a afirmação que o caixa é o principal ativo. Existe aqui uma confusão entre a idéia de “estoque”, que está expresso no balanço, e a idéia de “fluxo”, que estaria nas demonstrações do Resultado e dos Fluxos de Caixa. O principal ativo é aquele que permite gerar – no sentido de fluxo – caixa]
Ninguém está a salvo, embora alguns tenham mais urgência em recompor ou preservar o capital que os outros. Desde que as perdas com derivativos de quase R$ 700 milhões vieram à tona, o presidente do Conselho de Administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, não encerra o expediente sem antes verificar o fluxo de caixa da companhia. Nos tempos de fartura, essa função era do gerente de tesouraria das empresas. O que Furlan tem feito é o que os especialistas em reestruturação de empresas chamam de "sentar no caixa". Ou seja, controlar o entra-e-sai de dinheiro tal como um dono de padaria, calculando cada centavo.
[Aqui neste parágrafo refere-se ao fluxo de caixa.]
Outros executivos - com mais ou menos pressa - estão no mesmo barco. "Se você não fizer isso, o dinheiro vai embora rápido porque o horizonte é incerto. É preciso estar preparado para mais 12 meses sem crédito fácil", diz José Carlos Aguilera, especialista em reestruturação de empresas e atual presidente da Brasil Ecodiesel. "A Vale tem R$ 14 bilhões em caixa e, mesmo assim, está reduzindo produção e demitindo funcionários para se adequar à nova realidade de consumo de minério. O ideal seria fazer conta para ver se vale a pena demitir. Mas, em crise de caixa, as soluções são imediatistas."
[Não é possível afirmar – ou deixar implícito – que 14 bilhões de caixa da Vale é elevado. A determinação do volume de dinheiro que deve ser retido no caixa é muito difícil e depende de cada empresa]
O remédio não é igual para todos. Em primeiro lugar, as empresas tentam renegociar contratos e dívidas, alongar prazo de pagamento a fornecedores e encurtar o de clientes, cortar custos (inclui demissões), liberar estoques, cancelar investimentos e liquidar ativos não operacionais, como aviões e imóveis. Nos últimos meses, tanto aqui quanto lá fora, não houve um dia sequer sem que uma empresa - as montadoras, em particular - anunciasse medidas nesse sentido.
[Observe que as medidas dizem respeito ao ciclo financeiro da entidade – fluxo da atividade operacional - e ao fluxo de investimento.]
Quando nada disso é suficiente, parte-se para doses mais radicais, como a venda de unidades que não fazem parte do negócio principal ou de participação minoritária.
[O problemas das medidas citadas é a crise. O dinheiro é curto e não aparecem compradores para as unidades colocadas à venda. Neste momento, a demanda de caixa para fins especulativos, na definição de Keynes, torna-se importante. Os 14 bilhões da Vale, por exemplo, podem ser usados para adquirir boas oportunidades que estão sendo colocadas a venda por outras empresas. Mas quantas empresas podem fazer isto hoje?]
Foi o que fez, por exemplo, a InPar ainda no começo do semestre. Ela colocou à venda imóveis não residenciais com o objetivo de levantar R$ 400 milhões. Não foi o bastante para estancar a sangria. Estrangulada pelo furo bilionário, a Sadia estaria disposta a abrir mão de até 20% das ações para recompor seu caixa. Até aqui, 18 fundos se interessaram pelo negócio, segundo o próprio Furlan.
A Brasil Ecodiesel, maior produtora de biodiesel do País, é outro caso dramático. A situação já era difícil antes da crise e só piorou depois dela. Quando Aguilera foi convidado para assumir o comando do negócio, em maio deste ano, a dívida era de R$ 290 milhões. Em agosto, ele conseguiu esticar o prazo de 85% desse valor. "Tirei parte do problema da frente. Mas não resolvi o capital de giro. Os bancos estão nos financiando, mas o custo é alto e o dinheiro não é garantido", explica Aguilera.
[Ficou confuso o texto. Afirma, em primeiro lugar, que a empresa aumentou o prazo da dívida. Mas teve que assumir financiamentos de capital de giro, tipicamente de curto prazo. Afinal, a empresa aumentou ou não o prazo da dívida]
A Ecodiesel tem poucas saídas. Alongar o prazo de pagamento dos fornecedores, como têm feito as usinas de açúcar e álcool, é impossível. Ela só pode pagar à vista. Por outro lado, encurtar o prazo para clientes também não resolve, porque o jogo de forças é desequilibrado. O cliente da Ecodiesel é ninguém menos que a Petrobrás. "No meu caso, sobram duas alternativas: adequar as vendas ao tamanho do caixa atual ou aumentar o capital, com novos e antigos acionistas", revela Aguilera. A meta é a segunda opção. "Em setembro, não conseguia falar com ninguém. Em dezembro, vários investidores se interessaram por analisar."
[Este é o problema das medidas elencadas quando a empresa é o elo mais fraco da cadeia de valor, como é o caso da Ecodiesel. Quem determina o sucesso de medidas de alongamento do ciclo financeiro é a empresa mais forte, no caso a Petrobrás.]
Hoje, o poder está do lado do comprador. Ele tem agora a oportunidade de pagar barato por um negócio que pode se valorizar mais adiante. As ações das companhias brasileiras de capital aberto estão depreciadas, o que abre o apetite de fundos de participações, os chamados private equity. Quem tem cacife para comprar está de olho, aguardando o fundo do poço. "É um jogo de forças. Quem piscar primeiro, leva. A sensação é que esse tempo de espera passou", diz Aguilera.
09 janeiro 2009
Capital de Giro
O texto a seguir mostra a dificuldade de se fazer administração de capital de giro num momento de crise. Entre colchetes, minhas observações.
Efeito da crise
Milionários (com riqueza acima de 1 milhão de dólares) estadunidenses perderam 30% da sua fortuna, prejudicando sua habilidade de manter o estilo de vida e aposentadorias
Veja no gráfico a distribuição percentual destas perdas. Fonte: Aqui
Veja no gráfico a distribuição percentual destas perdas. Fonte: Aqui
08 janeiro 2009
Pornô pede ajuda
O fato do dia: Enron da India
O fato do dia em contabilidade é um escândalo com a empresa Satyam, da Índia, que lembra um pouco o que ocorreu com a Enron, nos EUA. (grifo meu)
WSJ:Escándalo por fraude corporativo Satyam estremece a India
07/01/2008 - Dow Jones en Espanol - Por Nirah Sheth, Jackie Range y Romit Guha - THE WALL STREET JOURNAL
El presidente de la junta de una de las compañías de tecnologías de la información más grandes de India admitió que inventó resultados financieros clave, incluyendo un balance ficticio de efectivo de más de US$1.000 millones, una revelación que ha sacudido al mundo empresarial de la India y probablemente hará que los inversionistas cuestionen la validez de los resultados corporativos a medida que la otrora boyante economía se desacelere.
B. Ramalinga Raju, fundador y presidente de la junta de Satyam Computer Services Ltd. -"satyam" significa verdad en sánscrito- dijo en una carta de renuncia que también exageró las ganancias por los últimos años, exageró la cantidad de deuda que se le debía a la compañía y subestimó sus deudas. Finalmente, el engaño alcanzó "proporciones simplemente inmanejables" y quedó en una posición "como montando un tigre, sin saber como bajarse sin ser devorado".
La noticia desató temores sobre el gobierno corporativo y los estándares de contabilidad a lo largo de la industria india, especialmente dado que Satyam era auditado por PricewaterhouseCoopers y tenía directores independientes de alto perfil, incluyendo a un profesor de la Escuela de Negocios de Harvard, en su junta hasta hace poco.
PricewaterhouseCoopers dijo que está examinando la declaración de Raju y declinó hacer más comentarios. Inmediatamente se hicieron comparaciones a los problemas de gobierno y contabilidad corporativa que se generaron con la crisis de Enron.
(...) Entre sus clientes cuenta con gigantes como Nestlé SA, General Electric Co., Caterpillar Inc., Sony Corp. y Nissan Motor Corp.
(...) La debacle de Satyam llega en un momento difícil para las compañías tecnológicas líderes de India, que han pasado a simbolizar las aspiraciones del propio país de ser una superpotencia comercial y un gran actor en el negocio global de la subcontratación y la administración de datos. La industria, pese a que emplea directamente sólo cerca de dos millones de los 1.100 millones de habitantes de India, ayudó a forjar un próspero sector de servicios en grandes metrópolis como Bangalore, Mumbai, Delhi e Hyderabad. (...)
En su carta de confesión de cinco páginas a la junta de Satyam, Raju dijo que inicialmente la brecha entre las ganancias operativas reales de la empresa y las reflejadas en los libros había sido marginal. Pero a medida que Satyam creció y sus costos se incrementaron, también lo hizo el tamaño de la brecha. Raju temía que si la compañía parecía tener un pobre desempeño, podría motivar un intento de adquisición que expondría las discrepancias, así que forjó formas de esconderlo.
Públicamente, la compañía reportó cifras estelares. En el año que terminó el 31 de marzo de 2008, Satyam reportó US$2.100 millones en ventas y US$427,55 millones en ganancias. Eso representó un crecimiento de 48% en los ingresos y de 35,5% en ganancias frente al año anterior.
Sin embargo, el fraude se hizo cada vez más difícil de mantener a medida que la suerte de la compañía cambió para mal. Raju dijo en su carta que en el trimestre que terminó el 30 de septiembre las ventas reales de Satyam fueron de US$434 millones, mientras que reportó US$555 millones. Satyam reportó US$136 millones en ganancias, pese a que la cantidad real era de sólo US$12,5 millones. La compañía también reportó que tenía US$1.100 millones disponibles en efectivo. En realidad, sólo tenía US$66 millones, dijo Raju.
Falência de Bancos
Dos 7146 bancos dos EUA, 25 faliram em 2008. Isto representa menos que 1% de todos os bancos ou 99,65% dos bancos sobreviveram. Nos últimos quarenta anos o maior número de falência ocorreu durante a crise do final da década de 80 e início de 90. Naquele período, o número atingiu a mais de 500 instituições. Apesar disto, o número de falência de 2008 é o maior dos últimos 15 anos. Fonte: Aqui
Custo
O texto a seguir mostra a questão do efeito da economia de escala no custo de produção. Em geral, uma produção de maior quantidade tende a reduzir o custo unitário. Uma das razões é o fato de que parte do custo é fixo.
Genérico antiaids produzido no País custa até 7 vezes mais que importado
Entre os motivos para a diferença estão menor escala de produção e dificuldades na política industrial farmacêutica
Lígia Formenti
Remédios genéricos anti-retrovirais produzidos no Brasil chegam a custar até sete vezes mais do que aqueles fabricados em outros países. A diferença, reconhecida pelo Ministério da Saúde, é fruto da produção em menor escala, da maior dificuldade em comprar matéria-prima e da falta histórica de uma política industrial farmacêutica.
Mas o preço alto também é atribuído, em parte, a uma espécie de "comodismo" dos laboratórios oficiais. "O setor sabe que é estratégico e, diante da segurança que essa situação lhe dá, nem sempre toma as medidas necessárias para se tornar mais competitivo", afirma a pesquisadora de economia em saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro Lia Hasenclever.
A organização Médicos Sem-Fronteiras há alguns anos informa preços de medicamentos usados por pacientes com aids. Comparando os valores apresentados pela organização com os do Programa Nacional de DST-Aids, nota-se uma variação significativa (mais informações nesta pág.). Essa desproporção já havia sido destacada antes em duas pesquisas, uma delas divulgada em dezembro de 2007. Questionado na época, o governo havia afirmado que os preços seriam reduzidos em 20% neste ano. A previsão foi cumprida, mas, mesmo assim, a desigualdade de valores continua.
A diferença entre os preços dos genéricos antiaids nacionais e indianos tornou-se significativa a partir de 2005. Um estudo feito por Alexandre Grangeiro, pela economista Luciana Teixeira e pelo pesquisador Francisco Bastos sobre a trajetória dos gastos com anti-retrovirais entre 1988 e 2005 mostrou que, neste último ano, preços dos remédios brasileiros destoavam da tendência internacional. Enquanto aqui os preços subiam, no exterior era registrada uma redução de até 53% nos valores. "A produção nacional é extremamente importante. Mas temos de perseguir preços mais baixos, vantajosos em todas as áreas, seja no mercado externo, seja no interno", diz Luciana, que também é consultora da Câmara dos Deputados.
Os laboratórios nacionais produzem 9 dos 17 remédios usados no coquetel para tratamento de pacientes com aids. A partir de 2009, mais um produto será acrescentado à lista, o Efavirenz, anti-retroviral produzido pela Merck que, em 2007, teve a licença compulsória decretada.
Os produtos feitos no Brasil representam pequena parcela do que é gasto com medicamento no Programa Nacional de DST-Aids. A maior fatia da verba, 72%, é consumida com remédios protegidos por patentes. "Essa é uma das razões que acabam desviando a atenção sobre o quanto custa o remédio produzido no País. Como a fatia é menor, a discussão sobre os preços acaba ficando em segundo plano", afirma Luciana. Mas há outra razão para que a discussão não seja enfrentada: a convicção de especialistas de que é preciso incentivar a produção nacional e o receio de que, ao apontar falhas na área, haja pressões para que a compra passe a ser feita com outros fornecedores.
OUTRO CAMINHO
"O fato de o preço de alguns produtos ser maior é um problema que precisa ser enfrentado, mas nem de longe deve se pensar em substituir a produção nacional por produtos mais baratos. O caminho a seguir é outro", diz Eloan dos Santos Pinheiro, ex-diretora de Farmanguinhos.
Grangeiro, que já foi coordenador do Programa Nacional de DST-Aids, tem avaliação semelhante. Ao fortalecer a indústria nacional, diz, o País ganha de várias maneiras: afasta o risco da dependência do mercado externo na área de medicamentos, fortalece a economia e garante bons argumentos para negociar preços dos antiaids protegidos por patentes. "Mas isso não exclui a necessidade de buscarmos uma indústria com preços mais competitivos." No seu estudo, Grangeiro aponta evidências do enfraquecimento da indústria nacional produtora de genéricos nos últimos anos. Uma das demonstrações desse processo, afirma, é justamente o aumento de preços desses medicamentos e também as falhas de distribuição, constatadas no período.
A coordenadora do Programa Nacional de DST-Aids, Mariângela Simão, atribui a diferença da tendência de preços a dois fatores - a produção dos genéricos indianos tem escala muito maior do que a brasileira e, naquele país, os encargos sociais são menores. "Tudo isso acaba refletindo no preço final", completa. Eloan destaca outro fator: quando a indústria indiana de genéricos começou a crescer, foi formado uma espécie de consórcio entre produtores de toda a cadeia, desde a matéria-prima até o produto final. "Há um ajuste do quanto deve ser produzido, há uma isenção de impostos em todo o processo, algo que não ocorre no Brasil."
CERTA CONDESCENDÊNCIA?
Eloan afirma que pode ter ocorrido, no passado, uma certa condescendência com laboratórios oficiais brasileiros que não baixaram os preços no momento que deveriam. "Não sabemos ao certo o que ocorreu. Mas o fato é que não há como transformar os preços competitivos de um momento para o outro." Ela avalia que, o ideal, seria estabelecer um cronograma para redução dos preços. A providência, ressalta, deveria ser acompanhada de uma série de outras iniciativas: sistema de compras, tributações, incentivos. "É preciso pensar na produção vertical. Matéria-prima, produtos intermediários, até chegar ao remédio final", diz. Coisa que hoje não ocorre.
Lia Hasenclever acredita que não adianta exigir mudança drástica. Ela ressalta, no entanto, que não há como mudar o tratamento de uma hora para outra. "É preciso dosar, caso contrário, o que pode ocorrer é um enfraquecimento ainda maior dos laboratórios." Como exemplo, cita a mudança, em 2006, no sistema de compras públicas. A partir daquele ano, drogas que antes eram compradas pelo ministério passaram a ser adquiridas por Estados e municípios. "O estabelecimento da concorrência de um momento para o outro acabou abalando as contas de muitos laboratórios." Uma medida, que, para Lia, foi perigosa. "Muitos laboratórios oficiais se queixam que estavam totalmente adaptados para determinada produção e, de repente, esse quantitativo foi alterado, para menos."
(Clique na imagem para visualizar melhor)
Burocracia
Veja e compare
Na primeira foto, o contrato entre o sindicato e a Ford, com 2.215 páginas.

Na segunda foto, o contrato de 1941, com 24 páginas.

Fonte: Aqui
Na primeira foto, o contrato entre o sindicato e a Ford, com 2.215 páginas.

Na segunda foto, o contrato de 1941, com 24 páginas.

Fonte: Aqui
As melhores profissões
Um estudo analisou 200 profissões para determinar a melhor e a pior em termos de critérios relacionados ao trabalho (ambiente, lucro, demanda física, stress)
Os melhores, na ordem: matemáticos, atuários, estatísticos, biológos, engenheiro de software, analista de computadores, historiadores, sociologistas, desenho industrial e contadores. Na seqüência, economista, filosófo, físico. Entre os piores, motorista de táxi, trabalhador da construção civil, mecânico.
Veja aqui
Os melhores, na ordem: matemáticos, atuários, estatísticos, biológos, engenheiro de software, analista de computadores, historiadores, sociologistas, desenho industrial e contadores. Na seqüência, economista, filosófo, físico. Entre os piores, motorista de táxi, trabalhador da construção civil, mecânico.
Veja aqui
07 janeiro 2009
Links
O bilionário alemão Adolf Merckle cometeu suicídio, atirou-se contra um trem, em razão das suas decisões de investimento. Ele tinha 74 anos e estava ranqueado em 94o. lugar dos mais ricos do mundo, segundo a Forbes. Entre os investimentos do bilionário, montadoras, indústria de cimento e medicamentos. As perdas foram em decorrência da aposta que fez na Volkswagen.
A SEC solicitou a simplificação da contabilidade para imparidade de instrumentos financeiros, evidenciação do efeito do valor justo e questões relativas a iliquidez do mercado.
Venda de carros nos Estados Unidos em 2008
Uma razão para não comer carne (Estadão)
A SEC solicitou a simplificação da contabilidade para imparidade de instrumentos financeiros, evidenciação do efeito do valor justo e questões relativas a iliquidez do mercado.
Venda de carros nos Estados Unidos em 2008
Uma razão para não comer carne (Estadão)
Por que os professores de contabilidade não Blogam?
Esta pergunta foi feita por David Albrecht (Why Accounting Professors Don´t Blog) e a discussão pode ser extendida para o Brasil. Com efeito, existem pouquíssimos blogs de contabilidade no Brasil (do Alexandre Alcântara, do Marcos César, do Lino Martins, entre outros). Para uma profissão com mais de 500 mil profissionais registrados é muito pouco.
Enquanto nos Estados Unidos existem mais de 50 blogs em medicina, 100 em direito e uma grande quantidade em economia, o número em contabilidade é muito reduzido. Albrecht considera que os professores dos Estados Unidos não blogam pelas seguintes razões:
a) A atividade de blogar não conta na carreira acadêmica, ao contrário de publicar artigos em periódicos ou mesmo “dar aula”
b) Ênfase, por parte da elite acadêmica, na “accountics”. Este modelo de pesquisa e publicação na contabilidade deixa de lado o juízo de valor e a opinião, valores que são enfatizados na atividade de ter um blog
c) A natureza dos professores de contabilidade, que são conservadores e tradicionais, resistindo às mudanças.
Analisando os argumentos de Albrecht podemos dizer que são válidos também para o Brasil. Ter um blog não conta na Capes ou numa carreira acadêmica (sequer é considerado relevante. Veja, a título de exemplo, a página do meu departamento , da Universidade de Brasília, que não tem um vínculo para este blog.)
O segundo argumento também é válido. Hoje os professores pesquisadores estão mais preocupados em baixar dados da Economática, fazer testes estatísticos e, a partir daí, tentar propor uma teoria.
O terceiro aspecto também é válido. O conhecimento de internet é escasso e alguns sequer sabem que construir um blog é muito simples nos dias de hoje. Alguns sequer conhecem os instrumentos de agregação de notícias, como o Google Reader (se o leitor não conhece, vale a pena conhecer. Entre na página do Google, cadastre usando um e-mail e faça um link para seus endereços preferidos, incluindo este, obviamente. Toda vez que tiver uma alteração no seu endereço você pode ter acesso através do Reader. Para vocês terem uma idéia, no meu Reader eu recebo em torno de 800 a 1000 alterações por dia, alterações que me ajudam a fazer atualizações diárias no Contabilidade Financeira.).
Acrescento um quarto elemento à lista de Albrecht. Ter um blog requer muito trabalho e dedicação. Temos que ter uma rotina diária, que muitas vezes consome um bom tempo.
Enquanto nos Estados Unidos existem mais de 50 blogs em medicina, 100 em direito e uma grande quantidade em economia, o número em contabilidade é muito reduzido. Albrecht considera que os professores dos Estados Unidos não blogam pelas seguintes razões:
a) A atividade de blogar não conta na carreira acadêmica, ao contrário de publicar artigos em periódicos ou mesmo “dar aula”
b) Ênfase, por parte da elite acadêmica, na “accountics”. Este modelo de pesquisa e publicação na contabilidade deixa de lado o juízo de valor e a opinião, valores que são enfatizados na atividade de ter um blog
c) A natureza dos professores de contabilidade, que são conservadores e tradicionais, resistindo às mudanças.
Analisando os argumentos de Albrecht podemos dizer que são válidos também para o Brasil. Ter um blog não conta na Capes ou numa carreira acadêmica (sequer é considerado relevante. Veja, a título de exemplo, a página do meu departamento , da Universidade de Brasília, que não tem um vínculo para este blog.)
O segundo argumento também é válido. Hoje os professores pesquisadores estão mais preocupados em baixar dados da Economática, fazer testes estatísticos e, a partir daí, tentar propor uma teoria.
O terceiro aspecto também é válido. O conhecimento de internet é escasso e alguns sequer sabem que construir um blog é muito simples nos dias de hoje. Alguns sequer conhecem os instrumentos de agregação de notícias, como o Google Reader (se o leitor não conhece, vale a pena conhecer. Entre na página do Google, cadastre usando um e-mail e faça um link para seus endereços preferidos, incluindo este, obviamente. Toda vez que tiver uma alteração no seu endereço você pode ter acesso através do Reader. Para vocês terem uma idéia, no meu Reader eu recebo em torno de 800 a 1000 alterações por dia, alterações que me ajudam a fazer atualizações diárias no Contabilidade Financeira.).
Acrescento um quarto elemento à lista de Albrecht. Ter um blog requer muito trabalho e dedicação. Temos que ter uma rotina diária, que muitas vezes consome um bom tempo.
O resultado da Crise
Apesar da subestimação do efeito da crise no Brasil, por parte dos políticos, o efeito é visível.
Valor das empresas na bolsa recua R$ 871 bilhões no ano
Ter, 30 Dez, 01h13
As empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perderam R$ 871 bilhões em valor de mercado neste ano, o que significa uma perda de 41,5% em relação ao valor de dezembro do ano passado, segundo estudo da consultoria Economática. No dia 31 de dezembro de 2007, as 323 empresas analisadas pela Economática valiam R$ 2,097 trilhões. Quase um ano depois, no dia 26 de dezembro, o valor dessa mesma carteira era de R$ 1,225 trilhão.
(...) Em valores absolutos, as maiores perdas foram as da Petrobrás (de R$ 430 bilhões para R$ 220 bilhões) e da Vale (de R$ 270 bilhões para R$ 136 bilhões). "As duas, somadas, representam 40% de toda a queda de valor das empresas neste ano", diz Rivero.
Analisando-se, no entanto, a queda do valor de cada empresa, aquelas em pior situação são a Construtora Rossi - cujo valor no Ibovespa no fim de 2007 era de R$ 3,55 bilhões e na semana passada era de R$ 690 milhões (perda de 80,6% de valor de mercado) - e Aracruz. Há um ano, a empresa de papel e celulose valia R$ 14,7 bilhões e atualmente vale R$ 3,1 bilhões (perda de 78,9%).
"O setor de construção civil, representado por 29 empresas na nossa análise, foi o mais afetado ao longo de 2008. Teve uma queda de 72,4%, ou R$ 38,4 bilhões", diz Rivero. "Havia muitas empresas novas na bolsa, com valor acima do real. Um ajuste natural de mercado, seguido da crise econômica, e o preço das ações despencou."
(...) Apenas sete empresas apresentaram desempenho positivo este ano, segundo o levantamento: Nossa Caixa (alta de 188,2%), Brasil Telecom (33,2%), Ultrapar (33,2%), CTEEP (15,3%), Natura (12,8%), Eletrobrás (8,2%) e JBS-Friboi (4,6%).
Para Agostini, da Austin Rating, essas empresas - com exceção da Nossa Caixa - estão dentro de um grupo menos afetado pela crise. O economista acredita que os setores de energia e alimentos serão os que primeiro apresentarão melhora. [A Nossa Caixa foi objeto de aquisição este ano, e isto explica este desempenho]
Efeito do SPED
O texto a seguir discute um efeito (proposital?) do SPED: o maior controle tributário.
Uma questão não abordada pelo texto é o fato de que o SPED, ao permitir maior fiscalização, promove uma maior igualdade, em termos de competição, entre as empresas.
Sobre o assunto, outro aspecto comentado é o reflexo na cadeia de valor, que leva mesmo quem não está obrigado, a adotar o SPED:
Em janeiro, empresas de diversos setores terão de conviver com uma nova realidade em uma de suas áreas mais críticas: a cobrança e fiscalização de tributos. Nessa data, entrará em vigor um novo sistema da Receita Federal que obriga as companhias a substituir toda a papelada contábil e tributária por arquivos eletrônicos. Pelo impacto da mudança, especialistas já batizaram o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) de "big brother" fiscal.
O objetivo do novo sistema é padronizar os processos tributários para facilitar o cruzamento de informações entre os Fiscos municipais, estaduais e da União. Para as empresas, o fato é que, com esse novo e poderoso banco de dados, a Receita vai apertar o cerco à sonegação. "O Sped aumenta a fiscalização e a arrecadação do governo, mas as empresas também se beneficiam com a diminuição da informalidade e a possibilidade de uma competição mais justa", diz José Othon de Almeida, sócio da consultoria Deloitte.
O Sped está em gestação há quatro anos e já custou R$ 140 milhões à Receita. A nota fiscal eletrônica, que passou a ser obrigatória para alguns setores em abril e avança por etapas até setembro de 2009, foi a primeira parte do programa. Com o Sped, porém, o Fisco vai além do registro instantâneo de transações entre empresas. Passará a receber, via internet, todos os pagamentos e recebimentos realizados (como compras e salários) e registrar todos os débitos e créditos gerados nessas operações. (...)
''Big brother'' tributário entra em vigor em janeiro
Empresas terão de substituir papelada por um novo sistema eletrônico
Marianna Aragão
Uma questão não abordada pelo texto é o fato de que o SPED, ao permitir maior fiscalização, promove uma maior igualdade, em termos de competição, entre as empresas.
Sobre o assunto, outro aspecto comentado é o reflexo na cadeia de valor, que leva mesmo quem não está obrigado, a adotar o SPED:
(...) Pequenos negócios têm aderido espontaneamente à medida, em uma reação em cadeia. "O elo principal acaba forçando seus fornecedores e clientes a entrar no sistema, para facilitar as transações. É um processo natural", afirma o consultor José Othon de Almeida, da Deloitte. A situação tem ocorrido com alguns dos setores incluídos até agora - fabricantes de bebidas, cimento, cigarros e automóveis, entre outros -, formados, em sua maioria, por gigantes, mas que têm as MPEs entre seus parceiros de negócios.
Empresas adotam nota fiscal eletrônica mesmo sem precisar
Marianna Aragão - O Estado de São Paulo
Causa ou Efeito
Um dos grandes problemas da ciência (em qualquer área) é determinar se uma correlação não representa uma relação espúria, como uma correlação elevada entre o lucro das empresas e a quantidade de sal na água da lagoa dos Patos.
Outra questão intrigante refere-se a relação de causa e efeito. O trecho a seguir é de um artigo publicado no Estado de São Paulo e discute a questão entre inteligência e longevidade.
INTELIGÊNCIA E LONGEVIDADE (aqui também)
Fernando Reinach - Quinta-feira, 4 de Dezembro de 2008
Observe que é difícil afirmar se a inteligência determina a longevidade. Mas esta é uma típica discussão que a ciência precisa responder.
Outra questão intrigante refere-se a relação de causa e efeito. O trecho a seguir é de um artigo publicado no Estado de São Paulo e discute a questão entre inteligência e longevidade.
(...) Faz dez anos que Ian Deary descobriu que crianças com QI mais alto vivem mais. É desagradável e politicamente incorreto acreditar que um teste simples, feito aos 10 anos, possa prever a longevidade de nossos filhos. Apesar das críticas, a observação foi confirmada. O problema é que, até agora, foi impossível descobrir a causa do fenômeno.
Para entender o problema, é preciso separar o que foi descoberto da maneira como a descoberta foi divulgada. Em 1998, Deary localizou um grupo de escoceses que havia sido avaliado por testes de QI em 1932. Ele descobriu que o grupo das crianças que havia obtido resultados melhores tinha mais representantes vivos quando comparado com os grupos que tinham obtido notas piores. A maneira simplista de descrever o resultado pode ser: pessoas inteligentes vivem mais.
(...) Atualmente existem quatro hipóteses para explicar a observação.
A primeira é que pessoas “inteligentes” levam vidas mais saudáveis, pois tomam decisões “corretas”, como evitar o fumo.
A segunda é que nossa sociedade valoriza a inteligência e crianças com QI alto tendem a ter uma educação melhor e, sendo mais bem remuneradas, têm melhores condições de vida.
A terceira é que um QI mais alto na infância demonstra que a criança sofreu menos nos anos anteriores e isso seria determinante para sua longevidade. Esse sofrimento na infância pode ter origens físicas ou sociais.
A quarta é que um QI mais alto na infância é conseqüência de corpo e cérebro com menos defeitos genéticos. Essas hipóteses estão sendo testadas e ainda não existem respostas. (...)
INTELIGÊNCIA E LONGEVIDADE (aqui também)
Fernando Reinach - Quinta-feira, 4 de Dezembro de 2008
Observe que é difícil afirmar se a inteligência determina a longevidade. Mas esta é uma típica discussão que a ciência precisa responder.
Só para lembrar
É interessante ver que o Financial Accounting Standards Board (FASB) interesse em continuar com a contabilidade a valor justo, a despeito das críticas. Não digo que a contabilidade MDM [marcação a mercado] é perfeita – todo método contábil são aproximações e são imperfeitos (...)
Pode estas regras ao ser usadas distorcerem a contabilidade? Claro, no curto prazo. (...) No longo prazo, o fluxo de caixa determina o valor de um negócio.
Mark to Market Accounting: Used with Flexibility, It's a Good Thing
David Merkel - 30/12/2008
06 janeiro 2009
Links
O FBI precisa de especialistas em contabilidade para decifrar a montanha de documentos e usar seu conhecimento para determinar que lei foi violada, segundo o NY Times
A situação dos municípios nos Estados Unidos é alarmante
A discussão sobre valor justo é importante?
O melhor de 2008 da CFO sobre a IFRS
Sobre do Valor Justo em 2008, segundo a CFO
A situação dos municípios nos Estados Unidos é alarmante
A discussão sobre valor justo é importante?
O melhor de 2008 da CFO sobre a IFRS
Sobre do Valor Justo em 2008, segundo a CFO
A concentração das empresas de Auditoria
Será que o escândalo Madoff irá incentivar ainda mais a concentração no setor de auditoria? Veja o seguinte texto:
Common Sense: The Lessons to Be Learned From the Madoff Scandal
James B. Stewart - SmartMoney - 31/12/2008 - The Wall Street Journal - D1
Não é um claro convite a concentração no setor de auditoria?
A Contabilidade do senhor Madoff era auditada por uma empresa de contabilidade virtualmente desconhecida. Uma simples, mas vital lição, é nunca investir em nada – fundo hedge, fundo mútuo – cujos livros não são auditados por uma empresa contábil reconhecida com uma forte reputação e clientes numerosos, preferencialmente um das Big Four. Verifique seus investimentos pelo nome das empresas que fazem a auditoria. Se você não reconhecê-la, pesquise na internet.
Common Sense: The Lessons to Be Learned From the Madoff Scandal
James B. Stewart - SmartMoney - 31/12/2008 - The Wall Street Journal - D1
Não é um claro convite a concentração no setor de auditoria?
Pressão Política sobre a Contabilidade
O texto a seguir faz um breve resumo da pressão política sobre o Iasb que ocorreu nos últimos meses.
Padrões Contábeis Sob Pressão
Por Glenn Kessler
Washington Post Staff Writer
Sábado, 27 de dezembro de 2008; A01
Os líderes mundiais juraram ajudar a prevenir futuros problemas financeiros através da criação de normas internacionais de contabilidade e com isso todas as empresas passariam a jogar pelas mesmas regras, mas o esforço tem sido mais uma vez atolado em lacunas e as pressões políticas.
Em outubro, em grande parte oculto da opinião pública, o International Accounting Standards Board mudaram as regras que os bancos europeus poderão fazer seus balanços parecer melhor. (...)
A mudança teve conseqüências dramáticas dentro do mundo da contabilidade, estilhaçando a credibilidade do IASB - o órgão cujas regras foram aprovadas por 113 países e supostamente se tornará o padrão global, inclusive para os Estados Unidos, dentro alguns anos.
Sir David Tweedie, presidente do IASB, reconheceu que o órgão necessita de mais proteção contra a manipulação política, antes de poder afirmar que se tornou o padrão mundial.
“Eu estava tão frustrado por toda a coisa”, disse ele. “Todo o tempo nós estamos tentando construir um sistema de contabilidade global, e estivemos muito perto dele e, em seguida, de repente esta coisa aparece. É absolutamente irritante.”
O episódio mostra como uma pequena e incremental alteração em regras contábeis pode afetar milhões de dólares em valor de mercado e rentabilidade das empresas. Por sua vez, o dinheiro coloca em risco os interesses políticos, como as empresas começam a desesperada pressão de líderes políticos para insistir em mudanças que normalmente teria surgido apenas após uma cuidadosa discussão e avaliação por peritos.
Por anos, tem havido uma desconexão entre os EUA e as regras internacionais de contabilidade. Com a história de litígios corporativos nos Estados Unidos, as normas tendem a ser precisas e explícitas, tornando mais fácil para as empresas de se defender em tribunal.
Regras internacionais dependem de grandes princípios, dando maior margem para as empresas apresentarem as suas próprias decisões. (...)
No entanto, mais de 110 países já adotaram as normas internacionais desde o IASB foi criado em 2001, com o Japão, Coréia do Sul, Índia e Canadá em breve para fazer a opção. Tweedie espera que 150 países terão as regras do IASB adotadas dentro dos próximos três anos. A Securities and Exchange Commission adotou um plano para ter estas normas em todas as empresas EUA para o ano fiscal que termina depois de 15 de dezembro de 2016. Mais de 100 das maiores empresas passariam a ser autorizada a adotar as regras o mais cedo no próximo ano.
Mas a crise financeira demonstrou como o sistema é vulnerável a pressões políticas.
Em outubro 8, os líderes da França, Alemanha, Itália, Grã-Bretanha e da Comunidade Européia reuniram-se em Paris para discutir a crise econômica mundial. Eles emitiram uma declaração dizendo que eles estavam trabalhando em conjunto “no seio da União Européia e com os nossos parceiros internacionais”, para garantir a segurança e a estabilidade do sistema bancário mundial. Mas a declaração avisou que os bancos europeus não devem enfrentar uma desvantagem competitiva com bancos dos EUA “em termos de regras de contabilidade e sua interpretação”. (...)
Princípios de Contabilidade e Estrutura Conceitual Básica
Um texto de Lopes de Sá (Questionamentos sobre Valor Justo e o Princípio da Prudência, aqui) mostra que a forma como está sendo alterada nossa contabilidade provoca confusão.
O texto começa afirmando que os Princípios Fundamentais de Contabilidade seriam preceitos pétreos, que, por isto, não poderiam ser desrespeitados.
Em minha opinião, o termo Princípios foi utilizado pelo CFC de maneira infeliz. Logo após sua aprovação, em 1993, a realidade, com a redução da inflação, mostrou como não correspondiam, efetivamente, ao que se denomina de “princípios”. A correção monetária deixou de ser obrigatória, e nenhuma empresa sentiu saudade disto (exceto alguns consultores e pesquisadores, que viviam de cursos e palestras sobre o assunto).
Com a promulgação da Estrutura Conceitual Básica os princípios deixam de ter sentido. Isto pareceu muito claro desde o início, mas não é isto que transparece no artigo de Sá. O autor ainda se debate com estes conceitos, que foram eliminados da nossa contabilidade.
Assim, no meu entender, não existe polêmica.
O texto começa afirmando que os Princípios Fundamentais de Contabilidade seriam preceitos pétreos, que, por isto, não poderiam ser desrespeitados.
Em minha opinião, o termo Princípios foi utilizado pelo CFC de maneira infeliz. Logo após sua aprovação, em 1993, a realidade, com a redução da inflação, mostrou como não correspondiam, efetivamente, ao que se denomina de “princípios”. A correção monetária deixou de ser obrigatória, e nenhuma empresa sentiu saudade disto (exceto alguns consultores e pesquisadores, que viviam de cursos e palestras sobre o assunto).
Com a promulgação da Estrutura Conceitual Básica os princípios deixam de ter sentido. Isto pareceu muito claro desde o início, mas não é isto que transparece no artigo de Sá. O autor ainda se debate com estes conceitos, que foram eliminados da nossa contabilidade.
Assim, no meu entender, não existe polêmica.
Evidenciação nos clubes de futebol
O objetivo desta pesquisa é verificar se as demonstrações contábeis dos clubes brasileiros de futebol adotam critérios contábeis uniformes para eventos semelhantes envolvendo os direitos federativos, depois da publicação da NBC 10.13. A importância da pesquisa deve-se a fato de que a comparabilidade é importante para aumentar a transparência na divulgação contábil dos clubes, auxiliar as decisões de eventuais investidores e possibilitar o acompanhamento por torcedores, governo e outros interessados. A metodologia utilizada é a análise documental das demonstrações contábeis do período 2006/2007 de onze clubes da primeira divisão do campeonato brasileiro de 2007. Entre as conclusões da pesquisa, verifica-se a adoção de critérios contábeis bastante distintos entre um clube e outro. Por exemplo, os gastos com contratação e renovação de contratos de atletas profissionais são registrados em alguns clubes no ativo imobilizado, enquanto outros contabilizam tais valores como despesas do período. Ainda, observa-se que, salvo exceções, os clubes não atendem as determinações da NBC 10.13, pois deixam de fornecer informações determinadas na norma. A falta de atendimento dos clubes à NBC 10.13 diminui a comparabilidade entre as demonstrações dos clubes e a transparência contábil dessas entidades.
A EVIDENCIAÇÃO DOS DIREITOS FEDERATIVOS NAS DEMONSTRAÇÕESCONTÁBEIS DOS CLUBES DE FUTEBOL BRASILEIROS - Ricardo dos Santos Custódio & Amaury José Rezende (USP)
05 janeiro 2009
Ignorando os Oráculos
Em 2005, segundo o Wall Street Journal, Raghuram Rajan, numa conferência em honra a Alan Greenspan, notou que o aumento da exposição dos baqncos no mercado de capitais poderia fazê-los menos aptos como fonte de crédito num momento de crise.
Veja aqui também
Já em Risk Mismanagement & VaR (via Barry Ritholtz) um grande debate sobre o uso do Value at Risk (VaR). O VaR é um modelo baseado na distribuição normal do mercado de títulos. Por sua simplicidade e facilidade de uso, o VaR começou a ser difundido e usado no setor financeiro (existem livros sobre o assunto que podem ser encontrados numa boa livraria).
Mas o VaR foi duramente criticado por alguns pesquisadores (entre eles Taleb, autor de The Black Swan, que considerava o modelo uma fraude).
Veja aqui também
Já em Risk Mismanagement & VaR (via Barry Ritholtz) um grande debate sobre o uso do Value at Risk (VaR). O VaR é um modelo baseado na distribuição normal do mercado de títulos. Por sua simplicidade e facilidade de uso, o VaR começou a ser difundido e usado no setor financeiro (existem livros sobre o assunto que podem ser encontrados numa boa livraria).
Mas o VaR foi duramente criticado por alguns pesquisadores (entre eles Taleb, autor de The Black Swan, que considerava o modelo uma fraude).
Mania de Ajuda
A ajuda do governo dos EUA as instituições financeiras e as montadoras despertou o apetite de outros setores. Segundo notícia publicada no New York Times (via este blog) outros setores começam a reinvindicar o apoio do governo (siderúrgicas e jornais)
Pior de 2008
O blog Footnote publica, diariamente, trechos de notas explicativas (ou de outros textos narrativos) de empresas de capital aberto dos Estados Unidos. É uma proposta interessante e em várias situações o blog foi escolhido como sendo um dos melhores na área financeira.
No final do ano, foi feita a eleição da “pior” nota explicativa. E o vencedor foi a empresa A. Schulman. Basicamente a empresa comenta que durante o ano de 2008 a empresa manteve um arrendamento de um avião para transporte dos executivos. A nota informa que a aeronave é usada somente para fins de negócios. Mas o fim do contrato de arrendamento tornou poibitivo o acesso a um campo de pesca no Canadá. Este campo era usado somente para “propósitos de business entertainment” e foi colocado à venda em 2008.
No final do ano, foi feita a eleição da “pior” nota explicativa. E o vencedor foi a empresa A. Schulman. Basicamente a empresa comenta que durante o ano de 2008 a empresa manteve um arrendamento de um avião para transporte dos executivos. A nota informa que a aeronave é usada somente para fins de negócios. Mas o fim do contrato de arrendamento tornou poibitivo o acesso a um campo de pesca no Canadá. Este campo era usado somente para “propósitos de business entertainment” e foi colocado à venda em 2008.
04 janeiro 2009
Sobre a Wikipedia
Segundo informação de Lacy Hart (73.4 Percent of All Wikipedia Edits Are Made By Roughly 1,400 People, 30/12/2008) cerca de 1400 pessoas são responsáveis por 75% da informação da Wikipedia. Em outras palavras, apesar da possibilidade de qualquer pessoa participar da enciclopédia, somente um grupo reduzido participam do conhecimento existente na Wikipedia.
Esta enciclopédia tem sido objeto de preconceito (pelo caráter de livre acesso dos contribuintes), a Wikipedia foi objeto de destaque no livro de Surowiecki, Sabedoria das Multidões, e agora no livro de Jeff Howe, O Poder das Multidões. (Este último livro foi considerado um dos melhores de 2008. Aqui)
Esta enciclopédia tem sido objeto de preconceito (pelo caráter de livre acesso dos contribuintes), a Wikipedia foi objeto de destaque no livro de Surowiecki, Sabedoria das Multidões, e agora no livro de Jeff Howe, O Poder das Multidões. (Este último livro foi considerado um dos melhores de 2008. Aqui)
03 janeiro 2009
As piores senhas
Veja se sua senha foi considerada entre as piores do mundo:
1. 123456
2. password
3. 12345678
4. 1234
Veja mais aqui
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02 janeiro 2009
Clubes de Futebol que mais receberam direitos pela Ligas dos Campeões
Fonte: Futebol: Direitos televisivos da Liga dos milhões distribuem tostões por Portugal (1/1/2009)
O clube que menos recebeu teve receitas de 6 milhões de euros.
Os Vencedores e Perdedores do Ano
Na coluna do WALL STREET JOURNAL semanalmente são listados os vencedores e os perdedores da semana. No final de ano, a coluna decidiu fazer um apanhado do ano e elegeu os vencedores e os perdedores. Entre os vencedores, Carlos Brito, que comandou a aquisição da Anheuser-Busch, por ter feito a oferta no momento exato (será?) e por conseguir os recursos necessários. Outros dois vencedores, os bancos japoneses, que estão se aproveitando da crise, e WALL-E, o desenho que poderá ser um candidato ao Oscar.
Entre os perdedores, o WSJ destaca Jerry Yang e Steve Ballmer, que tentaram um acordo entre Yahoo e Microsoft, e Christopher Cox e the Securities and Exchange Commission, pelo conjunto da obra.
Para aqueles que ficaram na mesma, aqui
Entre os perdedores, o WSJ destaca Jerry Yang e Steve Ballmer, que tentaram um acordo entre Yahoo e Microsoft, e Christopher Cox e the Securities and Exchange Commission, pelo conjunto da obra.
Para aqueles que ficaram na mesma, aqui
Marcação a Mercado Fortalecida
Segundo notícia da Associated Press, publica no NY Times (S.E.C. Elects to Keep Mark-to-Market Rules, The New York Times – 31/12/2008, Late Edition – Final – 2) os órgãos de regulação dos EUA não irão suspender as regras contábeis que obrigam os bancos a usar os preços correntes de mercado, mesmo que desejem manter os títulos por muitos anos. A notícia baseia-se num relatório da Securities and Exchange Commission que recomenda a marcação a mercado e sugere melhorias.
Mais sobre o assunto, aqui
Mais sobre o assunto, aqui
Vale Presente
No livro de Teoria da Contabilidade discutimos a questão do vale presente e como contabilizar, sob a ótica da empresa (p. 171, exercício 13). A novidade é o surgimento de um mercado secundário de compra desses vales nos Estados Unidos. A empresa GiveCardRescue (via Marginal Revolution) compra por 175 dólares um vale da Home Depot de 195 dólares.
Observe que este é um bom exemplo para discutir o valor de mercado. Considere uma pessoa que recebeu um valor de 195 dólares da Home Depot. Por não gostar dos produtos da Home Depot, esta pessoa não pretende usar seu vale-presente. Alguns dias depois de tomar esta decisão, o indivíduo descobre que existe uma empresa que comprar este vale-presente. Decide, então, transformar o vale-presente em moeda corrente.
Qual seria o valor do ativo (é um ativo? Verifique o conceito de ativo no livro de Teoria da Contabilidade!) no momento que a pessoa recebeu o vale-presente? Qual seria este valor imediatamente após a decisão de não usar o vale-presente? Por quanto seria contabilizado o vale-presente no instante em que existe a possibilidade de conversão do vale-presente?
Observe que este é um bom exemplo para discutir o valor de mercado. Considere uma pessoa que recebeu um valor de 195 dólares da Home Depot. Por não gostar dos produtos da Home Depot, esta pessoa não pretende usar seu vale-presente. Alguns dias depois de tomar esta decisão, o indivíduo descobre que existe uma empresa que comprar este vale-presente. Decide, então, transformar o vale-presente em moeda corrente.
Qual seria o valor do ativo (é um ativo? Verifique o conceito de ativo no livro de Teoria da Contabilidade!) no momento que a pessoa recebeu o vale-presente? Qual seria este valor imediatamente após a decisão de não usar o vale-presente? Por quanto seria contabilizado o vale-presente no instante em que existe a possibilidade de conversão do vale-presente?
01 janeiro 2009
As Empresas Mais Influentes do Mundo, Segundo a Business Week
1. Wal-Mart
2. Toyota
3. Saudi Aramco
4. JPMorgan Chase
5. Unilever
6. China Mobile
7. Microsoft
8. News Corp.
9. 3M
10. Apple
11. Google
12. Huawei
13. Monsanto
14. YKK
15. Nielsen
16. Jarden
17. Intuit
18. Autodesk
19. HCL Technologies
20. Japan Steel Works
21. Sirius XM
22. Facebook
23. SKS Microfinance
24. Li & Fung Ltd.
25. Craigslist
Fonte: Business Week
É questionável. Brian Ritholtz questiona a Microsoft ser mais influente que Google e Apple (é difícil afirmar) e a presença da China Mobile.
2. Toyota
3. Saudi Aramco
4. JPMorgan Chase
5. Unilever
6. China Mobile
7. Microsoft
8. News Corp.
9. 3M
10. Apple
11. Google
12. Huawei
13. Monsanto
14. YKK
15. Nielsen
16. Jarden
17. Intuit
18. Autodesk
19. HCL Technologies
20. Japan Steel Works
21. Sirius XM
22. Facebook
23. SKS Microfinance
24. Li & Fung Ltd.
25. Craigslist
Fonte: Business Week
É questionável. Brian Ritholtz questiona a Microsoft ser mais influente que Google e Apple (é difícil afirmar) e a presença da China Mobile.
Auditoria e Madoff 3
Maior lesado com fraude de Madoff quer processar PwC
A Fairfield Greenwich, a empresa com maior exposição à fraude financeira aplicada por Bernard L. Madoff está a considerar processar a PricewaterhouseCoopers (PwC), a sua consultora, devido à empresa não ter detectado o esquema fraudulento.
Patrícia Abreu
A Fairfield Greenwich, a empresa com maior exposição à fraude financeira aplicada por Bernard L. Madoff está a considerar processar a PricewaterhouseCoopers (PwC), a sua consultora, devido à empresa não ter detectado o esquema fraudulento.
De acordo com uma notícia hoje avançada pelo Financial Times, a Fairfield, que poderá perder 7,5 mil milhões de dólares com o esquema aplicado pelo ex-presidente da bolsa tecnológica Nasdaq, está a ponderar avançar com uma acção em tribunal, depois de ter sido nomeado um auditor num caso trazido por uma outra vítima.
O mesmo artigo acrescenta que com três das quatro grandes empresas de serviços financeiros – a PwC, a KPMG e a Ernst & Young – a auditarem fundos ligados à empresa de Madoff, é provável que as companhias sejam alvo de acções legais por parte dos seus clientes.
Ontem, o burlão americano, que poderá ser responsável pela maior fraude financeira de sempre, foi condenado a ficar em prisão domiciliária, enquanto a sua mulher teve que entregar o seu passaporte às autoridades.
O New York Law School acusou esta semana a BDO Seidman, na sua acção legal contra a Ezra Merkin e o seu fundo Ascot Partners, que investiam o seu capital em produtos Madoff.
A BDO Seidman já adiantou que a sua auditoria da Ascot Partners é “adequada a todos os standards profissionais e vamos vigorosamente defender-nos contra estas alegações sem fundamento”.
_______________
Sem regulação mais firme, fraude Madoff se repetirá
17 de Dezembro de 2008 - O escândalo Madoff confirma, mais uma vez, que no mundo das fraudes financeiras nada é essencialmente novo. O ex-presidente da Bolsa Nasdaq, Bernard Madoff, respeitável septuagenário com estreitos laços com a aristocracia européia, especialmente a espanhola, respondeu aos agentes do FBI, na porta do luxuoso apartamento nova-iorquino, que não tinha explicação nem defesa. Disse apenas: "Paguei investidores com dinheiro que não existia". Exatamente como Charles Ponzi fizera quando sua "pirâmide" financeira desabou em 1926. A crise das hipotecas de alto risco, as subprimes, apressou o fim da fraude Madoff, mas não a causou absolutamente. A rigor, na atual crise, os investidores foram buscar liquidez, e Madoff não tinha o que devolver. O prejuízo estimado desse escândalo, por enquanto, é de US$ 50 bilhões.
O aspecto mais surpreendente em todo esse affair é a sua monótona repetição. Há mais de ano, a ordem financeira estava sob suspeição e, portanto, órgãos fiscalizadores norte-americanos e europeus obrigatoriamente deveriam ter notado que os juros e a lucratividade oferecida pela Bernard L. Madoff Investment Securities eram altos demais, eram o melhor negócio para grandes investidores, em qualquer comparação. Até meados de novembro, a empresa de Madoff possuía ativos de US$ 17,1 bilhões, segundo a National Association of Securities Dealers. A metade de seus clientes eram hedge funds e o restante eram poderosos bancos internacionais e grandes fortunas pessoais. Em outubro, a empresa foi a 23 entre as formadoras de mercado na Nasdaq e movimentou em média 50 milhões de ações diárias. As maiores companhias americanas operavam no mercado acionário com Masdoff.
Desde quinta-feira passada, no entanto, Masdoff é acusado pela Justiça americana de um novo esquema Ponzi , em que oferecia retornos muito mais altos que os de mercado usando dinheiro pago com a chegada de novos investidores e não utilizando a receita alcançada com as aplicações anteriores. Entre os perdedores na "pirâmide " encontram-se até a fortuna de um prêmio Nobel e inúmeras instituições de caridade. Há uma óbvia e única pergunta frente a essa nova pirâmide: como um esquema tão grande e difundido em tantos países conseguiu perdurar por tanto tempo sem ser descoberto? Os sinais de leniência dos órgãos fiscalizadores são intensos. A Securities and Exchange Commission (SEC) , o equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, que regulamenta o mercado acionário nos EUA, não verificou os livros de Madoff desde o registro da companhia na comissão em 2006.
A manutenção da fraude por tanto tempo denota um sério malogro do sistema de fiscalização e deixa sem resposta os que advogam que a atual estrutura regulatória norte-americana é suficiente para impedir fraudes. Durante anos, os retornos oferecidos aos aplicadores, tão superiores aos de mercado, passaram despercebidos sem despertar suspeitas na SEC. Além dessa diferença de lucratividade, outras evidências eram notórias e não chamaram a atenção da fiscalização, como o uso de uma empresa de auditoria muito pequena para um empreendimento daquele porte, sem esquecer que corretagem de títulos funcionava na mesma empresa de auditoria.
O mercado acionário mundial não repetiu o pânico vivido na quebra do Lehman Brothers. Investidores europeus, incluindo grandes bancos não conseguiram esconder as perdas milionárias. O Banco Central espanhol anunciou que abrirá uma investigação, porque naquele país as perdas superaram os 3 bilhões de euros. As autoridades monetárias francesas foram pelo mesmo caminho. É providência atrasada.
Na União Européia, como nos EUA, também há necessidade de medidas reguladoras. Os bancos brasileiros estão institucionalmente isolados desse tipo de fraude. Nesse aspecto, além de signatários dos acordos de Basiléia 1 e 2, o sistema bancário brasileiro é submetido a maior rigor fiscalizatório, atitude previdente que agora demonstra o seu valor.
No Brasil o escândalo Madoff atingiu investidores individuais atraídos pelos rendimentos oferecidos fora do País por private banking ligado à pirâmide. A presidência da CVM afirmou que não conseguia entender como o velho esquema da pirâmide pode fraudar "investidores tão qualificados". A resposta talvez esteja no fato de que Madoff era doador nas campanhas de grandes políticos e, inclusive, foi assessor da SEC em regulamentação de mercado. Ponzi não cumpriu esse papel, mas oferecia lucros igualmente fantásticos. Com um detalhe curioso sobre o pai das fraudes das pirâmides: Ponzi cumpriu pena curta nos EUA e morreu em 1949 no Brasil, como representante de companhia aérea italiana. Provavelmente, a sorte de Madoff será um pouco diferente.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 2)
Enviado por Alexandre Alcantara
A Fairfield Greenwich, a empresa com maior exposição à fraude financeira aplicada por Bernard L. Madoff está a considerar processar a PricewaterhouseCoopers (PwC), a sua consultora, devido à empresa não ter detectado o esquema fraudulento.
Patrícia Abreu
A Fairfield Greenwich, a empresa com maior exposição à fraude financeira aplicada por Bernard L. Madoff está a considerar processar a PricewaterhouseCoopers (PwC), a sua consultora, devido à empresa não ter detectado o esquema fraudulento.
De acordo com uma notícia hoje avançada pelo Financial Times, a Fairfield, que poderá perder 7,5 mil milhões de dólares com o esquema aplicado pelo ex-presidente da bolsa tecnológica Nasdaq, está a ponderar avançar com uma acção em tribunal, depois de ter sido nomeado um auditor num caso trazido por uma outra vítima.
O mesmo artigo acrescenta que com três das quatro grandes empresas de serviços financeiros – a PwC, a KPMG e a Ernst & Young – a auditarem fundos ligados à empresa de Madoff, é provável que as companhias sejam alvo de acções legais por parte dos seus clientes.
Ontem, o burlão americano, que poderá ser responsável pela maior fraude financeira de sempre, foi condenado a ficar em prisão domiciliária, enquanto a sua mulher teve que entregar o seu passaporte às autoridades.
O New York Law School acusou esta semana a BDO Seidman, na sua acção legal contra a Ezra Merkin e o seu fundo Ascot Partners, que investiam o seu capital em produtos Madoff.
A BDO Seidman já adiantou que a sua auditoria da Ascot Partners é “adequada a todos os standards profissionais e vamos vigorosamente defender-nos contra estas alegações sem fundamento”.
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Sem regulação mais firme, fraude Madoff se repetirá
17 de Dezembro de 2008 - O escândalo Madoff confirma, mais uma vez, que no mundo das fraudes financeiras nada é essencialmente novo. O ex-presidente da Bolsa Nasdaq, Bernard Madoff, respeitável septuagenário com estreitos laços com a aristocracia européia, especialmente a espanhola, respondeu aos agentes do FBI, na porta do luxuoso apartamento nova-iorquino, que não tinha explicação nem defesa. Disse apenas: "Paguei investidores com dinheiro que não existia". Exatamente como Charles Ponzi fizera quando sua "pirâmide" financeira desabou em 1926. A crise das hipotecas de alto risco, as subprimes, apressou o fim da fraude Madoff, mas não a causou absolutamente. A rigor, na atual crise, os investidores foram buscar liquidez, e Madoff não tinha o que devolver. O prejuízo estimado desse escândalo, por enquanto, é de US$ 50 bilhões.
O aspecto mais surpreendente em todo esse affair é a sua monótona repetição. Há mais de ano, a ordem financeira estava sob suspeição e, portanto, órgãos fiscalizadores norte-americanos e europeus obrigatoriamente deveriam ter notado que os juros e a lucratividade oferecida pela Bernard L. Madoff Investment Securities eram altos demais, eram o melhor negócio para grandes investidores, em qualquer comparação. Até meados de novembro, a empresa de Madoff possuía ativos de US$ 17,1 bilhões, segundo a National Association of Securities Dealers. A metade de seus clientes eram hedge funds e o restante eram poderosos bancos internacionais e grandes fortunas pessoais. Em outubro, a empresa foi a 23 entre as formadoras de mercado na Nasdaq e movimentou em média 50 milhões de ações diárias. As maiores companhias americanas operavam no mercado acionário com Masdoff.
Desde quinta-feira passada, no entanto, Masdoff é acusado pela Justiça americana de um novo esquema Ponzi , em que oferecia retornos muito mais altos que os de mercado usando dinheiro pago com a chegada de novos investidores e não utilizando a receita alcançada com as aplicações anteriores. Entre os perdedores na "pirâmide " encontram-se até a fortuna de um prêmio Nobel e inúmeras instituições de caridade. Há uma óbvia e única pergunta frente a essa nova pirâmide: como um esquema tão grande e difundido em tantos países conseguiu perdurar por tanto tempo sem ser descoberto? Os sinais de leniência dos órgãos fiscalizadores são intensos. A Securities and Exchange Commission (SEC) , o equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, que regulamenta o mercado acionário nos EUA, não verificou os livros de Madoff desde o registro da companhia na comissão em 2006.
A manutenção da fraude por tanto tempo denota um sério malogro do sistema de fiscalização e deixa sem resposta os que advogam que a atual estrutura regulatória norte-americana é suficiente para impedir fraudes. Durante anos, os retornos oferecidos aos aplicadores, tão superiores aos de mercado, passaram despercebidos sem despertar suspeitas na SEC. Além dessa diferença de lucratividade, outras evidências eram notórias e não chamaram a atenção da fiscalização, como o uso de uma empresa de auditoria muito pequena para um empreendimento daquele porte, sem esquecer que corretagem de títulos funcionava na mesma empresa de auditoria.
O mercado acionário mundial não repetiu o pânico vivido na quebra do Lehman Brothers. Investidores europeus, incluindo grandes bancos não conseguiram esconder as perdas milionárias. O Banco Central espanhol anunciou que abrirá uma investigação, porque naquele país as perdas superaram os 3 bilhões de euros. As autoridades monetárias francesas foram pelo mesmo caminho. É providência atrasada.
Na União Européia, como nos EUA, também há necessidade de medidas reguladoras. Os bancos brasileiros estão institucionalmente isolados desse tipo de fraude. Nesse aspecto, além de signatários dos acordos de Basiléia 1 e 2, o sistema bancário brasileiro é submetido a maior rigor fiscalizatório, atitude previdente que agora demonstra o seu valor.
No Brasil o escândalo Madoff atingiu investidores individuais atraídos pelos rendimentos oferecidos fora do País por private banking ligado à pirâmide. A presidência da CVM afirmou que não conseguia entender como o velho esquema da pirâmide pode fraudar "investidores tão qualificados". A resposta talvez esteja no fato de que Madoff era doador nas campanhas de grandes políticos e, inclusive, foi assessor da SEC em regulamentação de mercado. Ponzi não cumpriu esse papel, mas oferecia lucros igualmente fantásticos. Com um detalhe curioso sobre o pai das fraudes das pirâmides: Ponzi cumpriu pena curta nos EUA e morreu em 1949 no Brasil, como representante de companhia aérea italiana. Provavelmente, a sorte de Madoff será um pouco diferente.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 2)
Enviado por Alexandre Alcantara
Auditoria e Madoff 2
Auditoria vira alvo na fraude de MadoffEnviado por ALEXANDRE ALCANTARA
B4(Gazeta Mercantil/1ª Página - Pág. 1)(Silvia Rosa e Vinícius Pinheiro)
Auditorias também podem responder por fraude de Madoff
São Paulo, 22 de Dezembro de 2008 - Além do ex-presidente da Nasdaq Bernard Madoff, a fraude envolvendo perdas estimadas de US$ 50 bilhões em fundos da Bernard L. Madoff Investments Securities parece apontar novos responsáveis. Desta vez, o alvo são as firmas de auditoria responsáveis pelos fundos que aplicavam nos produtos sob a gestão de Madoff, além da própria auditoria responsável pela gestora do ex-presidente da Nasdaq.
A pequena e desconhecida Friehling & Horowitz, com apenas três funcionários no Estado de Nova York, era responsável pela auditoria dos fundos da Bernard L. Madoff Investments Securities e agora está sendo investigada por promotores públicos norte-americanos e pela American Institute of Certificates Public Accountant (AICPA), que responde pela determinação de padrões de auditoria para empresas privadas. A auditoria responsável pela gestora de Madoff não era submetida à supervisão da AICPA desde 1993, por informar durante 15 anos que não executava serviços de auditoria.
Grandes empresas de auditoria, como PricewaterhouseCoopers (PwC), KPMG , Ernst & Young, além de uma divisão da BDO Internacional, responsáveis por auditarem os fundos que aplicavam em produtos da gestora de Madoff, também podem ser alvo de ações legais por parte dos seus clientes.
A Fairfield Greenwich, empresa com maior exposição à fraude financeira aplicada por Madoff, considera a possibilidade de processar a PwC, a sua consultora, pelo fato de a empresa não ter detectado o esquema fraudulento. O New York Law School também acusa a BDO Seidman, responsável pela auditoria do fundo Ascot Partners, em processo aberto contra a sua gestora Ezra Merkin, que aplicava em produtos de Madoff.
Para o sócio do escritório Motta, Fernandes Rocha Advogados, Otto Eduardo Fonseca Lobo, é possível entrar com uma ação de responsabilidade contra empresas de auditoria e mesmo contra os distribuidores dos fundos de Madoff, desde que haja evidências de negligência por parte dessas companhias. "Tudo vai depender do tipo de negligência, se a empresa de auditoria não agiu com cuidado, não teve due dilligence na hora de auditar esses fundos", afirma.
Ao contrário da maioria dos fundos de hedge, o de Madoff era regulado pela Security and Exchange Comission (SEC, órgão norte-americano semelhante à Comissão de Valores Mobiliários, CVM, no Brasil). A própria SEC abriu investigações a respeito do caso Madoff, para descobrir como a fraude não foi detectada antes pela comissão, tendo em vista que o órgão recebeu denúncias anônimas sobre o golpe desde 1999. Lobo afirma que a SEC exerce dois papéis no mercado norte-americano: a de reguladora do mercado de capitais e de policiamento de Wall Street. Ele ressalta, no entanto, que o mercado de hedge funds nos Estados Unidos era pouco regulado. "O que existia era a auto-regulação. Após o caso Madoff, a supervisão sobre esse segmento deve aumentar, podendo possivelmente seguir o modelo europeu."
Lobo afirma que tem recebido muitas consultas de investidores sobre a possibilidade de se entrar com ação judicial para reaver parte dos recursos perdidos com fraude. Segundo ele, nos EUA há um fundo, criado na década de 70 que garante os recursos em caso de fraudes em investimentos, o Securities Investor Protection Corporation (SIPC), mas sua cobertura está restrita às aplicações até US$ 500 mil. "Não se sabe ainda se investidores de fora dos EUA terão direito a esses recursos", diz. O especialista lembra que investidores que se beneficiaram do esquema de pirâmide montado por Madoff podem ter que devolver seus ganhos, caso haja o entendimento de que fazem parte de ganhos ilícitos.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Silvia Rosa)
A questão da Contabilidade no escândalo Madoff
Toda vez que surge um escândalo a pergunta do publico leigo esta direcionado a dois aspectos: onde estavam os reguladores, que não fizeram nada para impedir que ocorressem? e como não a ficamos sabendo de nada?
Os dois pontos dizem respeito à contabilidade. O primeiro aspecto refere-se ao papel dos reguladores em controlar o mercado e impedir que problemas ocorram. Aparentemente a SEC não conseguiu atuar de forma eficiente e não enxergou algumas evidencias claras de que existia problema com o fundo de investimento administrado por Madoff. Entre estas evidências o retorno com baixa volatilidade e a pequena empresa, responsável pela auditoria.
Entretanto, para quem conhece a forma como ocorre o processo de regulação, sabe como é difícil impedir situações como esta. E existem varias razoes para explicar isto. Em primeiro lugar, o processo de fiscalização é geralmente realizado por amostragem. Isto significa dizer que existe uma grande chance de um potencial trambiqueiro passa despercebido na fiscalização. Uma informação de Joanna Chung, para o Financial Times 'Systemic failure' turns yet more ire on SEC - Joanna Chung in New York - 15/12/2008 - Financial Times - Asia Ed1 – p. 18) informa que a cada três anos somente a SEC teria condições de fiscalizar 10% dos fundos.
Em segundo lugar, parte do conhecimento que os reguladores possuem sobre fraude é baseada em experiências passadas. Novas formas de burlar o sistema são incorporadas de forma, muitas vezes, lenta. Em outras palavras, quando uma empresa cria um sistema de enganar o regulador, a chance de nao ser capturado é mais elevada do que gostaríamos.
Em terceiro lugar, a regulação deveria ser feita comparando os custos da regulação com os seus benefícios. Em muitos casos, impor restrições pode significar um custo muito mais elevado do que imaginado.
A segunda questão refere-se à contabilidade. Neste caso, talvez o problema estivesse no usuário. Infelizmente muitos usuários não consideram, por desconhecimento ou por preguiça, alguns sinais exteriores. E no caso do Madoff estes sinais existiam e eram abundantes, mas foram ignorados pelos investidores. Talvez o principal seja exatamente o desprezo pela auditoria e pela contabilidade.
Um fundo do porte daquele gerenciado pelo senhor Madoff deveria ser auditado por uma empresa de respeito, que pudesse atestar, efetivamente, que as demonstrações eram fidedignas. Não que uma empresa de pequeno porte não possa fazer este trabalho de forma competente. A questão é que uma pequena empresa de contabilidade e auditoria está mais sujeita a uma pressão para deixar passar irregularidades. Mas está questão não é tão simples assim, pois, conforme lembra Michael de La Merced (In Madoff´s Wake, Scrutiny of Accounting Firms, New York Times, 22/12/2008) as grandes empresas de auditoria também de certa forma aprovaram o fundo. (É bom lembrar que outras instituições, auditadas pelas grandes empresas de auditoria, investiram no fundo. A PricewaterhouseCoopers era a empresa de auditoria da Sentry, fundo gerido por Fairfield Greenwich Grupo, com US $ 14,1 bilhões de investimento, por exemplo. Esta, no entanto, é uma questão jurídica polêmica, que somente será resolvida nos tribunais).
Os dois pontos dizem respeito à contabilidade. O primeiro aspecto refere-se ao papel dos reguladores em controlar o mercado e impedir que problemas ocorram. Aparentemente a SEC não conseguiu atuar de forma eficiente e não enxergou algumas evidencias claras de que existia problema com o fundo de investimento administrado por Madoff. Entre estas evidências o retorno com baixa volatilidade e a pequena empresa, responsável pela auditoria.
Entretanto, para quem conhece a forma como ocorre o processo de regulação, sabe como é difícil impedir situações como esta. E existem varias razoes para explicar isto. Em primeiro lugar, o processo de fiscalização é geralmente realizado por amostragem. Isto significa dizer que existe uma grande chance de um potencial trambiqueiro passa despercebido na fiscalização. Uma informação de Joanna Chung, para o Financial Times 'Systemic failure' turns yet more ire on SEC - Joanna Chung in New York - 15/12/2008 - Financial Times - Asia Ed1 – p. 18) informa que a cada três anos somente a SEC teria condições de fiscalizar 10% dos fundos.
Em segundo lugar, parte do conhecimento que os reguladores possuem sobre fraude é baseada em experiências passadas. Novas formas de burlar o sistema são incorporadas de forma, muitas vezes, lenta. Em outras palavras, quando uma empresa cria um sistema de enganar o regulador, a chance de nao ser capturado é mais elevada do que gostaríamos.
Em terceiro lugar, a regulação deveria ser feita comparando os custos da regulação com os seus benefícios. Em muitos casos, impor restrições pode significar um custo muito mais elevado do que imaginado.
A segunda questão refere-se à contabilidade. Neste caso, talvez o problema estivesse no usuário. Infelizmente muitos usuários não consideram, por desconhecimento ou por preguiça, alguns sinais exteriores. E no caso do Madoff estes sinais existiam e eram abundantes, mas foram ignorados pelos investidores. Talvez o principal seja exatamente o desprezo pela auditoria e pela contabilidade.
Um fundo do porte daquele gerenciado pelo senhor Madoff deveria ser auditado por uma empresa de respeito, que pudesse atestar, efetivamente, que as demonstrações eram fidedignas. Não que uma empresa de pequeno porte não possa fazer este trabalho de forma competente. A questão é que uma pequena empresa de contabilidade e auditoria está mais sujeita a uma pressão para deixar passar irregularidades. Mas está questão não é tão simples assim, pois, conforme lembra Michael de La Merced (In Madoff´s Wake, Scrutiny of Accounting Firms, New York Times, 22/12/2008) as grandes empresas de auditoria também de certa forma aprovaram o fundo. (É bom lembrar que outras instituições, auditadas pelas grandes empresas de auditoria, investiram no fundo. A PricewaterhouseCoopers era a empresa de auditoria da Sentry, fundo gerido por Fairfield Greenwich Grupo, com US $ 14,1 bilhões de investimento, por exemplo. Esta, no entanto, é uma questão jurídica polêmica, que somente será resolvida nos tribunais).
31 dezembro 2008
Fé e Finanças
(...) As igrejas sempre foram consideradas tomadoras de baixo risco, dizem os credores. A coleta semanal geralmente é estável, mesmo durante recessões, e as igrejas em geral sentem um dever moral de pagar suas dívidas. A maioria das 335.000 igrejas dos EUA tem pouco ou nenhum endividamento imobiliário e ocupa imóveis quitados anos atrás.
Mas algumas igrejas, especialmente as não filiadas a denominações poderosas, se endividaram fortemente nos últimos anos para construir novas sedes ou expandi-las. O custo de construir esses imóveis de fé nos EUA aumentou de US$ 3,8 bilhões em 1993 para US$ 6,2 bilhões em 2007, segundo o Censo dos EUA. Agora, os fiéis estão perdendo os empregos e as economias.
Em 2005, a St. Andrew, a igreja leiloada em Easton, tomou US$ 850.000 emprestados para comprar um espaço muito maior que já pertencera a uma igreja católica. Construída em 1868, a nova igreja era grande demais para os 50 fiéis de Johnson.
Mas o sociável reverendo estava confiante de que a congregação e as doações iriam aumentar. Ele abordou imobiliárias, banqueiros e moradores endinheirados — alguns dos quais nem iam à sua igreja — e recebeu promessas de uns US$ 200.000.
Mas as despesas aumentaram demais. Havia ratos no porão e morcegos no campanário. Gastaram-se US$ 45.000 para eliminar uma infestação de mofo negro. Quando a igreja católica local começou a rezar a missa em espanhol, atraiu a maioria dos imigrantes que freqüentavam a St. Andrew. As doações semanais caíram de US$ 1.425 em 2005 para US$ 600, diz Johnson. E muita gente que tinha prometido colaborar com os US$ 200.000 voltou atrás sob o argumento de que precisava adiar as doações por causa da desvalorização da carteira de ações.
Em fevereiro, a igreja não tinha mais como pagar a prestação da hipoteca. (...)
Só a fé não paga hipotecas: crise de crédito atinge igrejas dos EUA
Suzanne Sataline, The Wall Street Journal, de Easton, EUA
23/12/2008 - The Wall Street Journal Americas – 1
30 dezembro 2008
Política e Contabilidade
(...) Eu previ que Obama iria apoiar o IFRS quando eleito. Desde sua eleição, Obama não desapontou em termos do IFRS, nomeando um amigo da IFRS para a cadeira da SEC e fazendo promessas para mudanças radicais na regulação do mercado financeiro.
É verdade, eu escrevi muito como as grandes empresas contábeis apoiam a IFRS por causa do lucro que obtem tão obscenamente. Poderia existir um possível vínculo entre Obama e grandes interesses para os padrões contábeis? Infelizmente, parece que a resposta é sim.
Antes da eleição, Accountancy Age rastreou as contribuições das grandes empresas de contabilidade. Contadores são conservadores e tradicionalmente apoiam os republicanos em geral. Eu poderia esperar que este padrão fosse continuar em 2008. Exceto por duas coisas: McCain opôs-se e Obama está aberto a mudança.
Eu não estou dizendo que Obama poderia ser comprado pelas doações da campanha, mas é verdade que as doações influenciam os políticos. E políticos tendem a apoiar a visão dos seus contribuintes.
Relatou a Accountancy Age em Big Four Staff Put Money on Obama, os empregados das Big 4 apoiaram Obama por uma margem de 2 a 1 em termos das doações da campanha. O montante em dólar não parece ser grande o suficiente para ser significativo, mas o que é significativo?
(...) Empresas contábeis tem certamente feito seu dever de casa e feito pressão para candidatos que mais provavelmente irão adotar IFRS.
Accounting Firms Lobbied Obama for IFRS
David Albrecht – 23/12/2008
A Mudança Contábil e seus Efeitos
(...) [A Sarbox] essencialmente matou a criação de novas empresa abertas nos EUA (...) Mas o maior crime do FASB contra a economia e o povo dos EUA ocorreu quando se decidiu mensurar o impossível: despesas com opções.Washington Is Killing Silicon Valley - Michael S. Malone – 22/12/2008 - The Wall Street Journal - A19
Mudanças na Contabilidade dos Bancos
Os bancos irão fornecer detalhes dos lucros e perdas com instrumentos financeiros sob dois sistemas de mensuração, conforme proposta de mudança contábeis (...) . A proposta, tanto do International Accounting Standards Board e da contraparte dos EUA, irá exigir das empresas evidenciar os lucros e perdas que seria relatados se os ativos financeiros fossem avaliados pelos preços correntes de mercado e como se eles fossem reportados pelo “custo amortizado” - uma medida que ignora a volatilidade do mercado.(...)
IASB proposes P&L changes - Jennifer Hughes – 22/12/2008 - Financial Times - Asia Ed1 - 14
29 dezembro 2008
Rir é o melhor remédio

Número de vezes que as mãos são lavadas
Na ordem obsessivos-compulsivos, médicos, cada um de nós e empregados de uma lanchonete
Impostos e Valor
(...) Cerca de 36% das empresas dos EUA usam o UEPS (último a entrar, primeiro a sair) , que não é aceito pelo IFRS, conforme o American Institute of Certified Public Accountants. Sob as regras globais – que a Securities and Exchange Commission quer que todas as empresas abertas do EUA irão adotar em 2016 - os usuários da IFRS estão limitados a usar o PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) ou podem aplicar o custo médio.
Pesquisadores da Georgia Tech previram que abandonar o UEPS para empresas dos EUA irá aumentar alguns dos impostos na percepção das empresas. “Nós pensamos que os efeitos dos impostos podem reduzir o valor de mercado das empresas afetadas”, Charles Mulford, um professor de contabilidade e diretor do laboratório. (...)
One Beneficiary of IFRS Switch: the Taxman
Sarah Johnson, CFO.com 22/12/2008
No passado orientei uma dissertação de mestrado (da Miriam, ainda no programa de administração da UnB) onde foi demonstrado, através de exemplos simples, que somente a mudança contábil com seus efeitos fiscais, afetarão o valor da empresa.
Posteriormente, outro aluno meu, Josué, mostrou os efeitos fiscais no valor das empresas incentivadas. É um assunto rico, que merece mais trabalhos.
Crise na Cemex
Crise financeira abala império da Cemex
Joel Millman, The Wall Street Journal, de Monterrey, México
12/12/ 2008
The Wall Street Journal Americas
Lorenzo Zambrano é um garoto-propaganda da globalização: um empresário audaz que transformou uma sonolenta fabricante mexicana de cimento na terceira maior do mundo no setor, com presença nos cinco continentes. Para muita gente, especialmente na América Latina, ele se tornou uma inspiração, mostrando não apenas como sobreviver num mundo competitivo, mas também como dominá-lo.
(...) A dúplice maldição do colapso do mercado imobiliário e da crise de crédito está corroendo aCemex. Num péssimo mercado para crédito, aCemex tem US$ 5,7 bilhões em dívidas a vencer em 2009. Suas tentativas de fazer hedge para cobrir sua exposição cambial saíram pela culatra por causa da fuga dos investidores para a relativa segurança dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, o que valorizou o dólar, custando àCemex US$ 711 milhões. Conhecida pela incansável expansão, a empresa agora está vendendo ativos, negociando com credores, cortando gastos e demitindo.
A reviravolta é um exemplo de uma das lições mais dolorosas da atual crise financeira: apesar de todas as oportunidades ofertadas a empresas e executivos agressivos, a globalização também cria riscos que podem esmagar operações e reputações. A variada gama de pessoas prejudicadas pela crise inclui alguns executivos que em tempos normais eram considerados os mais brilhantes na navegação do mercado internacional.
(...) Agora aCemex encara uma montanha de US$ 16,4 bilhões a US$ 20 bilhões em dívidas, conforme o padrão contábil, mais ou menos o dobro do seu atual valor de mercado. Diante do enfraquecimento da construção civil em três mercados cruciais — Espanha, EUA e México — , dificilmente a empresa conseguirá gerar caixa suficiente para ter um impacto considerável nessas dívidas. O fluxo de caixa anual corresponde a 17% de suas dívidas, sendo que a média historica da empresa é de 30%.
(...) Ele é há muito considerado um dos líderes empresariais mais respeitados do México e um símbolo de Monterrey, a capital industrial do norte do país. Uma pesquisa de empresários latino-americanos feita pela PricewaterhouseCoopers em 2000 apontou aCemex como a empresa mais admirada da região. (...)
28 dezembro 2008
A Expansão da Contabilidade de Marcação a Mercado
Os reguladores contabeis lançou um esforço que podera conduzir na expansão da contabilidade de marcação a mercado, uma prática que muitos bancos dizem que piorou a crise financeira.
O Financial Accounting Standards Board na segunda-feira informou que sua assessoria começou a trabalhar num projeto, o primeiro passo para o processo de padronização, para reexaminar a contabilidade de instrumentos financeiros. Num cenário provável, o uso da contabilidade de marcação a mercado pode ser extendida para uma maior variedade de títulos, com o Fasb considerando um visão mais holística da contabilidade dos empréstimos, derivativos e ações.
Crisis on Wall Street: FASB Studies Expanding 'Mark' Rules
David Reilly – 16/12/2008 - The Wall Street Journal - C3
Livro Mais Vendido em 2008
O livro mais vendido de 2008 não foi Harry Porter ou outro do gênero de ficção. Foram vendidas 25 milhões de cópias deste livro, segundo estimativas, com diferentes versões, desenhos, cores, estilos e estratégia de marketing.
O livro mais vendido foi a Bíblia, segundo Stephanie Simon (Prophet Sharing: The Good Book Is the Best Seller, WSJournal) em duas diferentes versões. Nos Estados Unidos, 90% das casas possuem pelo menos um exemplar. A e
Simon informa de uma Bíblia ambiental, com papel reciclado, tinta de soja e destaques para passagens com temática ambientalista. Há também a bíblia no estilo de revista teen, para garotas. Existe também uma versão japonesa no estilo Mangá, com “biff” e “pow”
O livro mais vendido foi a Bíblia, segundo Stephanie Simon (Prophet Sharing: The Good Book Is the Best Seller, WSJournal) em duas diferentes versões. Nos Estados Unidos, 90% das casas possuem pelo menos um exemplar. A e
Simon informa de uma Bíblia ambiental, com papel reciclado, tinta de soja e destaques para passagens com temática ambientalista. Há também a bíblia no estilo de revista teen, para garotas. Existe também uma versão japonesa no estilo Mangá, com “biff” e “pow”
27 dezembro 2008
26 dezembro 2008
O Outro lado da Moeda
Terminei a leitura do livro O Outro Lado da Moeda. Existem diversos trechos ligados a Finanças Comportamentais, alguns usando informações já conhecidas. O autor também comenta sobre a neuroeconomia (ramo da medicina e economia que procura determinar como as decisões são tomadas no cérebro das pessoas), economia, psicologia e outros assuntos. A leitura não é agradável e talvez seja decorrente do lay-out do livro (a letra usada pela editora é pouco amigável). Mas o texto é muito pesado, ao contrário do livro Previsilmente Irracional, este sim uma leitura agradável.
Apesar disto, achei interessante alguns trechos, como a discussão da ajuda do governo aos produtores (como está ocorrendo agora no mundo) e não aos consumidores. (O livro defende que o governo deve ajudar os consumidores).
Um conselho do livro, que pode ajudar as pessoas a reduzir seus gastos e aumentar a capacidade de poupança, diz respeito ao uso de cartão de crédito:
Apesar disto, achei interessante alguns trechos, como a discussão da ajuda do governo aos produtores (como está ocorrendo agora no mundo) e não aos consumidores. (O livro defende que o governo deve ajudar os consumidores).
Um conselho do livro, que pode ajudar as pessoas a reduzir seus gastos e aumentar a capacidade de poupança, diz respeito ao uso de cartão de crédito:
“Os cartões de crédito reenquadram o dinheiro em uma categoria de contabilidade mental distinta, o que faz com que seja muito mais fácil gastá-lo. Os professores de marketing do MIT, Drazen Prelec e Ducan Simester, testaram esse princípio participando como apresentadores de um leilão com propostas fechadas para a venda de ingressos dos jogos da equipe de basquete do Boston Celtics. Metade das pessoas foi informada de que, se ganhasse o leilão, teria de pagar pelos ingressos em dinheiro vivo. A outra metade foi informada de que, se ganhasse, poderia pagar com cartão de crédito. Os lances dos que pagariam em dinheiro foram praticamente 50% menores do que aqueles oferecidos pelos que poderiam pagar com cartão de crédito.”SHERMER, Michael. O outro lado da Moeda. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, p. 89.
Bancos, Ajuda do Governo e Jatos Corporativos
Peter Cohan (Six banks with $540 billion in bailout money still flying 27 corporate jets, 21/12/2008) fez um interessante levantamento entre os bancos que receberam ajuda do contribuinte dos EUA e existência de jatos corporativos. É interessante lembrar que o uso de jatos por parte dos executivos das montadoras causou constrangimento e foi notícia quando as empresas solicitaram ajuda ao governo.
Eis a lista:
AIG = 150 bilhões de ajuda e 7 jatos
Citigroup = 330 bilhões e 4 jatos
Wells Fargo = 25 bilhões e um jato
Bank of América = 25 bilhões e nove jatos
JP Morgan Chase = 25 bilhões e 4 jatos
Morgan Stanley = 10 bilhões e dois jatos
O suspense neste momento diz respeito aos possíveis bônus que alguns desses executivos irão receber.
Eis a lista:
AIG = 150 bilhões de ajuda e 7 jatos
Citigroup = 330 bilhões e 4 jatos
Wells Fargo = 25 bilhões e um jato
Bank of América = 25 bilhões e nove jatos
JP Morgan Chase = 25 bilhões e 4 jatos
Morgan Stanley = 10 bilhões e dois jatos
O suspense neste momento diz respeito aos possíveis bônus que alguns desses executivos irão receber.
Os grandes perdedores em 2008
Uma lista interessante com os ricos que ficaram mais pobres em 2008. São pessoas que tomaram decisões ruins no ano e irão fechar 2008 mais pobres. A lista, do blog Blogging Stocks, inclui:
=> Irmãos Ambani, da Índia, que perderam 60 bilhões de dólares no total
=> Warren Buffett, cuja ações da sua empresa Berkshire Hathaway perdeu 32%. Suas perdas foram de 16,5 bilhões de dólares
=> Fundadores da Microsoft, Bill Gates e Paul Allen, perderam 12,3 e 2,6 bilhões, nesta ordem. O atual CEO, Steve Balmer, perdeu 6,5 bilhões. As ações da Microsoft caíram 46%
=> Larry Page e Sergey Brin, da Google, perderam 11,9 e 11,7 bilhões. O CEO Schmidt perdeu 3,8 bilhões. As ações da Google caíram 55%
=> Ellison, da Oracle, perdeu 8,2 bilhões. Sua empresa perdeu somente 21%
=> Investidor Carl Icahn perdeu 5,1 bilhões. Sua empresa teve uma redução no preço de 62%
=> Bezos, da Amazon, perdeu 4,6 bilhões e a ação da Amazon teve uma queda de 44%
=> Murdoch perdeu 4 bilhões (e a ação da News Corp. 57%)
=> Maurice Greenberg perdeu 2,3 bilhões e a a AIG teve uma queda nas ações de 97%.
=> Jobs, da Apple, ficou 2,3 bilhões mais pobre. A Apple perdeu metade do valor em 2008
=> Irmãos Ambani, da Índia, que perderam 60 bilhões de dólares no total
=> Warren Buffett, cuja ações da sua empresa Berkshire Hathaway perdeu 32%. Suas perdas foram de 16,5 bilhões de dólares
=> Fundadores da Microsoft, Bill Gates e Paul Allen, perderam 12,3 e 2,6 bilhões, nesta ordem. O atual CEO, Steve Balmer, perdeu 6,5 bilhões. As ações da Microsoft caíram 46%
=> Larry Page e Sergey Brin, da Google, perderam 11,9 e 11,7 bilhões. O CEO Schmidt perdeu 3,8 bilhões. As ações da Google caíram 55%
=> Ellison, da Oracle, perdeu 8,2 bilhões. Sua empresa perdeu somente 21%
=> Investidor Carl Icahn perdeu 5,1 bilhões. Sua empresa teve uma redução no preço de 62%
=> Bezos, da Amazon, perdeu 4,6 bilhões e a ação da Amazon teve uma queda de 44%
=> Murdoch perdeu 4 bilhões (e a ação da News Corp. 57%)
=> Maurice Greenberg perdeu 2,3 bilhões e a a AIG teve uma queda nas ações de 97%.
=> Jobs, da Apple, ficou 2,3 bilhões mais pobre. A Apple perdeu metade do valor em 2008
Captando recursos
Sem o acesso fácil ao mercado de capitais observado em anos anteriores, algumas empresas brasileiras precisaram recorrer a soluções caseiras para continuar conduzindo seus negócios.
Neste ano, por meio de operações privadas, as companhias com ações negociadas em bolsa receberam cerca de R$ 5 bilhões. Nessas transações, os atuais acionistas colocaram recursos nas empresas, promoveram capitalizações com a entrada de novos sócios, investidores institucionais ou fundos de participações, e, também, fizeram modificações na estrutura de seu capital, para garantir mais recursos para as suas atividades. Numa época de financiamentos escassos e caros, essa opção se transformou na mais rápida e barata. (...)
Nessas circunstâncias, o controlador propõe a operação, com a emissão de novas ações, e os minoritários têm o direito de acompanhá-la comprando papéis em quantidade que garanta que, na conclusão da transação, ele manterá a mesma fatia. No entanto, nestes tempos de ações em forte queda, os novos papéis têm saído a um preço acima do valor de mercado, inibindo os pequenos acionistas, que acabam tendo de aceitar uma diluição.
Algumas operações de aumento privado de capital, com a chegada de um novo sócio, também possibilitaram que empresas transferissem seu controle sem a obrigatoriedade de realizar uma oferta pública de aquisição para todos os acionistas.
(...) Além do dinheiro novo, do bolso do controlador ou injetado pela chegada de mais sócios, algumas companhias também estão realocando recursos que já estavam dentro da própria empresa. Elas fizeram operações de aumento de capital incorporando recursos da reserva de capital ou reserva de lucros.
(...) Vinícius Aversari Martins, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), da Universidade de São Paulo, explica que a reserva de capital é uma peculiaridade contábil brasileira e tende a ser extinta à medida que as normas internacionais de contabilidade (IFRS, na sigla em inglês) forem sendo implantandas por todas as empresas.
Receita caseira
Valor Econômico - 26/12/2008
Hedge
Um grupo de especialistas começou a apresentar novos argumentos jurídicos que podem amenizar a tributação sobre as perdas com derivativos e ao mesmo tempo prometem abrir uma discussão milionária entre empresas e fisco. Os prejuízos com derivativos são considerados dedutíveis integralmente do Imposto de Renda (IR) quando possuem a função de hedge. Ou seja, a função de proteger direitos a receber ou obrigações a pagar. Se o derivativo for especulativo, a legislação estabelece grandes restrições para impedir a dedução total da perda para IR.
Até esse ponto, nenhuma novidade. O argumento novo é que os direitos e obrigações que podem ser protegidos por um derivativo com função de hedge não se limitariam a ativos e obrigações já contratados, como compromissos de importação ou exportação ou dívidas e outros recebíveis em moeda estrangeira. Também poderiam ser protegidos dos efeitos da variação cambial os investimentos planejados em subsidiárias no exterior e os fluxos futuros de caixa baseados em projeções de venda ou compra para um determinado período de tempo. (...)
Essa norma, diz Alexssandro Broedel Lopes, professor de contabilidade e finanças da FEA, estabelece uma contabilização especial para o hedge e explicita a possibilidade de se fazer hedge para fluxo de caixa. Ele lembra, porém, que é necessário comprovar a necessidade de proteção do direito e de seu impacto na empresa. A expectativa de fluxo de caixa futuro, segundo ele, tem de estar bem-fundamentada. A empresa também precisa sustentar que o hedge era necessário "Pode ser documentada de várias formas, com o histórico de exportação da companhia e de sua capacidade de produção", exemplifica. Relatórios macroeconômicos também podem subsidiar a documentação, acredita.
O professor da FEA lembra que, caso as expectativa de venda ou compra não se realizem por completo, o derivativo só será considerado hedge na parte em que as projeções foram cumpridas. Nesse caso, a dedutibilidade também só poderá ser aproveitada de forma parcial, relativamente à parte em que a projeção foi cumprida. Isso permite que a empresa faça novas projeções no decorrer do ano e também aproveite as deduções à medida que as operações previstas forem se realizando. Broedel vai ainda mais longe. "A nova norma contábil para hedge também permite que instrumentos não financeiros também tenham a função de proteção", lembra. Segundo ele, dívidas em moeda estrangeira também podem ter função de hedge para proteger um ativo já contratado ou o fluxo de caixa futuro.
Broedel explica que o CPC nº 14 deve ser observado pelas companhias abertas para os balanços encerrados em 31 de dezembro. A vantagem dessa contabilização especial para operações de hedge é a dedutibilidade para Imposto de Renda, argumenta Quiroga. Segundo ele, essa dedutibilidade também pode ser usada para o ano base de 2008. Como havia muitas empresas com esse hedge, diz o advogado, elas devem verificar os efeitos da contabilização desde o início do ano. "Nesse caso, é possível até que elas apurem créditos tributários de IR relativos a deduções não aproveitadas anteriormente." (...)
Tributaristas querem ampliar as operações definidas como hedge
Valor Econômico - 26/12/2008
Até esse ponto, nenhuma novidade. O argumento novo é que os direitos e obrigações que podem ser protegidos por um derivativo com função de hedge não se limitariam a ativos e obrigações já contratados, como compromissos de importação ou exportação ou dívidas e outros recebíveis em moeda estrangeira. Também poderiam ser protegidos dos efeitos da variação cambial os investimentos planejados em subsidiárias no exterior e os fluxos futuros de caixa baseados em projeções de venda ou compra para um determinado período de tempo. (...)
Essa norma, diz Alexssandro Broedel Lopes, professor de contabilidade e finanças da FEA, estabelece uma contabilização especial para o hedge e explicita a possibilidade de se fazer hedge para fluxo de caixa. Ele lembra, porém, que é necessário comprovar a necessidade de proteção do direito e de seu impacto na empresa. A expectativa de fluxo de caixa futuro, segundo ele, tem de estar bem-fundamentada. A empresa também precisa sustentar que o hedge era necessário "Pode ser documentada de várias formas, com o histórico de exportação da companhia e de sua capacidade de produção", exemplifica. Relatórios macroeconômicos também podem subsidiar a documentação, acredita.
O professor da FEA lembra que, caso as expectativa de venda ou compra não se realizem por completo, o derivativo só será considerado hedge na parte em que as projeções foram cumpridas. Nesse caso, a dedutibilidade também só poderá ser aproveitada de forma parcial, relativamente à parte em que a projeção foi cumprida. Isso permite que a empresa faça novas projeções no decorrer do ano e também aproveite as deduções à medida que as operações previstas forem se realizando. Broedel vai ainda mais longe. "A nova norma contábil para hedge também permite que instrumentos não financeiros também tenham a função de proteção", lembra. Segundo ele, dívidas em moeda estrangeira também podem ter função de hedge para proteger um ativo já contratado ou o fluxo de caixa futuro.
Broedel explica que o CPC nº 14 deve ser observado pelas companhias abertas para os balanços encerrados em 31 de dezembro. A vantagem dessa contabilização especial para operações de hedge é a dedutibilidade para Imposto de Renda, argumenta Quiroga. Segundo ele, essa dedutibilidade também pode ser usada para o ano base de 2008. Como havia muitas empresas com esse hedge, diz o advogado, elas devem verificar os efeitos da contabilização desde o início do ano. "Nesse caso, é possível até que elas apurem créditos tributários de IR relativos a deduções não aproveitadas anteriormente." (...)
Tributaristas querem ampliar as operações definidas como hedge
Valor Econômico - 26/12/2008
25 dezembro 2008
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