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09 maio 2025

Sabedoria das multidões e a escolha do papa

Apostar em eleições papais pode ser mais antigo do que a própria Capela Sistina. O conclave desta semana traz uma novidade: é a primeira vez que os principais mercados de previsão online voltam sua atenção para o antigo processo de seleção do Vaticano.

E as apostas estão fluindo. O cardeal italiano Pietro Parolin desponta como o favorito absoluto para suceder o Papa Francisco, segundo os mercados de previsão Polymarket e Kalshi. Mesmo um relatório da semana passada indicando que o cardeal de 70 anos teria problemas de saúde — informação negada pelo Vaticano — pouco abalou sua liderança.

Agora sabemos que as apostas nos três candidatos do gráfico - em algum momento com mais de 70% das intenções - estiveram erradas. Há alguns motivos: 

Mas, embora os mercados de previsão tenham reivindicado sucesso ao prever corretamente a vitória do presidente Trump em novembro, escolher o próximo sucessor do trono de São Pedro provavelmente será um desafio bem mais difícil, dizem aos jornalistas Bernhard Warner e Michael de la Merced especialistas tanto dentro quanto fora do Vaticano — os chamados vaticanisti.

A sabedoria das multidões provavelmente tem um limite. Sites de apostas de alta tecnologia “nunca conseguirão ultrapassar a complexidade e a imprevisibilidade das decisões tomadas lá dentro”, afirmou Franca Giansoldati, especialista em Vaticano e colunista do Il Messaggero, um dos maiores jornais diários da Itália.

Rajiv Sethi, economista do Barnard College que estuda mercados de previsão, observou que, no caso da eleição presidencial, os apostadores podiam analisar uma ampla variedade de fontes de informação, como pesquisas públicas e debates televisionados. Já o conclave papal — famoso por ser conduzido a portas fechadas e composto por cerca de 133 cardeais eleitores sob juramento de sigilo — oferece muito menos pistas para os apostadores.

A escolha do novo papa aconteceu após três tentativas, o que indica uma convergência rápida. (O texto acima é do NY Times)

Considere que um pico nos contratos da Polymarket apostando que um novo papa seria escolhido em 2025 ocorreu após o anúncio da morte de Francisco, segundo Sethi. Se houve uso de informação privilegiada, alguém pode ter ganhado muito dinheiro. “Podemos descartar vazamentos de informação por parte dos cardeais”, disse Sethi.


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