Este estudo investigou a relação entre as emissões de carbono e o retorno acionário no mercado brasileiro, utilizando uma amostra de 87 empresas, financeiras e não financeiras da B3, no período de 2014 a 2022. Foram aplicadas regressões para dados em painel, com efeitos fixos de tempo de setor para controle da heterogeneidade entre os grupos de empresas. A literatura internacional elenca evidências consistentes de que o mercado exige um prêmio de carbono pela exposição ao risco de carbono resultante das incertezas relacionadas a uma possível transição desordenada do uso de fontes de energia fósseis para energias renováveis. A literatura nacional, ainda embrionária, não identificou relações significativas nas análises carbono-retorno, ao analisar retornos anormais relacionados ao índice ICO2 e em análises das emissões de carbono por escopo. Esta pesquisa apresenta um novo recorte temporal e métodos estatísticos
ainda não explorados. Os resultados evidenciaram que há uma relação inversamente proporcional entre o total das emissões de carbono e o retorno acionário, e essa relação oscila na presença de sinalizações das empresas, políticas e regulamentos que ameaçam ser severos, de modo que o risco de carbono se concretize. Essa relação não foi identificada nas investigações por escopo, nas emissões por unidade de receitas ou na variação das emissões, tal como as evidências já presentes na literatura nacional, demonstrando uma análise do mercado na perspectiva do curto prazo e ainda em estágio de evolução. Este estudo contribui para a literatura ao documentar a posição do mercado brasileiro frente à sustentabilidade ambiental.
Da dissertação de Jucellia Prates.
Nenhum comentário:
Postar um comentário