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10 maio 2025

Grandes nomes da história mundial da contabilidade: Cronhelm

Cronhelm, Frederic William [1787–1871] - Em Double Entry by Single (1818), o contador britânico Frederic William Cronhelm apresentou a primeira exposição completa da teoria do proprietário e a primeira descrição abrangente, em inglês, de um sistema de contabilidade de custos industriais.

Partindo da obra British-Indian Book-keeping (1800), de James Fulton, Cronhelm enfatizou a equivalência entre o capital total e suas partes constituintes. Ele argumentava que o propósito da contabilidade “é mostrar ao proprietário, em todos os momentos, o valor de seu capital total e de cada uma de suas partes”. Na abordagem algébrica de Cronhelm para a análise de transações, a conta de capital tornava-se um dispositivo matemático de equilíbrio, sendo, por inferência, um item de crédito oposto aos ativos. As transações afetavam a equação contábil por meio do aumento ou diminuição dos ativos, passivos ou do capital. Cronhelm concebia uma série de conversões de ativos ao longo do ciclo operacional da empresa, com a receita sendo incorporada à conta de capital como um aumento líquido na titularidade. As contas de despesas e receitas, incluindo lucro e prejuízo, foram criadas para evitar o inconveniente de registrar cada alteração de patrimônio diretamente na conta de capital. Cronhelm as tratava como ramificações do patrimônio do proprietário.

O francês Anselme Payen (1817) e Cronhelm (1818) publicaram as primeiras descrições abrangentes de sistemas de contabilidade industrial. Usando como exemplo um fabricante de tecido de lã, Cronhelm estruturou livros auxiliares para matérias-primas, produtos em processo e produtos acabados, com os custos de mão de obra subdivididos entre os processos de fiação, tecelagem e acabamento. Embora esses livros mostrassem apenas quantidades, e não valores monetários, os registros auxiliares de Cronhelm foram provavelmente os primeiros exemplos didáticos de inventários permanentes. A conta de matérias-primas era debitada pelas compras e creditada pela lã enviada ao processo. Uma conta de fabricação era debitada pelos quilos de lã em processamento e creditada pelas peças de tecido acabadas. A conta de produtos acabados era debitada pelos materiais finalizados e creditada pelos bens vendidos. Uma folha de controle de inventário extraía quantidades desses três livros de materiais e as convertia em valores monetários, sendo o trabalho em processo avaliado pela média no “estágio intermediário” de conclusão.

O sistema de Cronhelm permitia o cálculo dos estoques finais e do custo das mercadorias vendidas, mas não permitia a análise de custos por processo ou por lotes de produtos. A ausência de valores monetários nos livros auxiliares também implicava uma fraca coordenação entre os registros de manufatura e as contas de compras e vendas. No entanto, Cronhelm demonstrou como transferir custos entre contas contábeis, como acumular custos totais em contas de controle, como isolar os saldos dos inventários finais e como vincular os saldos da manufatura aos totais do livro razão. S. Paul Garner avaliou que Payen e Cronhelm “foram muito superiores a qualquer autor dos 50 anos seguintes”.

Michael Chatfield em The History of Accounting

Sobre ele, há um artigo na Abacus de 1985. 


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