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05 setembro 2012

Provisão na Vale

Em meio à maré de más notícias que pairam sobre a empresa, a Vale agora considera provável perder na Justiça a ação que a obriga deduzir o custo do transporte da base de cálculo da Cfem (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), o royalty da mineração.

As empresas costumam classificar suas ações judiciais em seus balanços como improvável, possível e provável, sendo esta última a admissão que poderá realmente perder a causa.

Por conta disso, a Vale aumentou seu provisionamento para o pagamento em mais R$ 1,1 bilhão, que somados aos R$ 314 milhões anteriormente provisonados resultam em uma previsão de pagamento de R$ 1,414 bilhão.

O valor é bem menor do que estimativas feitas anteriormente pelo governo, que previam o pagamento de cerca de R$ 4 bilhões.

A Vale tem diversas discussões com o governo sobre pagamento de Cfem.

Com o objetivo de revisar os valores da base de cálculo do imposto, o governo federal criou em 2011 um grupo de trabalho com representantes da Vale e do DNPM (Departamento Nacional de Pesquisa Mineral).

A Vale afirmou, em seu Formulário de Refrência 2011, que considera as cobranças indevidas e, apesar de decisões favoráveis e desfavoráveis já proferidas nos diversos processos, ainda não havia decisão final de mérito nem posicionamento pacificado em tribunais superiores.


Fonte: Folha de S Paulo

Drogas

"Eles [os traficantes do Rio de Janeiro] perceberam que essa experiência com crack não foi boa, apesar de ter sido lucrativo. Os custos sociais foram enormes".

Fonte: Freakonomics

O uso do crack estava afetando a própria comunidade onde viviam os traficantes.

04 setembro 2012

Regras do ser humano

Clique na imagem para ver melhor. Adaptado livremente daqui

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Justificativa Racional para um decisão irracional


Quando as pessoas se comportam de maneira “errada” elas buscam
uma forma de justificar seu comportamento com desculpas aparentemente racional. Um político indica um parente para um cargo, justificando que ele é competente; o chefe promove a funcionária bonita pelo fato dela trabalhar melhor; o médico nazista que matou judeus no campo de concentração justifica sua atitude dizendo que seu experimento científico ajudaria a humanidade; o morador que não fala com o vizinho negro, pois ele é corintiano; e você, que compra a Playboy para ler seus artigos.

Este é exatamente o título do artigo de Zoe Chance e Michael
Norton, da Harvard Business School: I read Playboy for the articles. Para isto, Chance e Norton usaram um experimento com duas revistas para verificar se uma decisão é baseada em critérios “questionáveis” que aparentam serem racionais.

Usando duas revistas de esportes, ambas com mesmo número de prêmios de jornalismos e tamanhos aproximados. Mas numa revista existia mais textos sobre esportes que outra. Para um grupo, os pesquisadores fizeram acompanhar para outra revista uma edição especial com mulheres de biquínis. Os
participantes escolheram a segunda opção.

O interessante é que foi solicitado aos participantes apresentarem uma justificativa para escolha. Os participantes não justificaram o óbvio: a presença de mulheres em trajes sumários. Outros critérios foram usados para justificar as escolhas.

Para os pesquisadores, os resultados encontrados por Chance e Norton são um alerta para não acreditarem nas justificativas apresentadas pelos entrevistados. Mesmo que não exista uma intenção clara de enganar na
resposta, o ser humano parece tentar buscar justificativas “racionais” para defender suas escolhas irracionais.

Viés de projeção

No processo de projeção é comum imaginar que o futuro será semelhante ao presente. Denominamos este fator de viés de projeção. Um trabalho de Busse, Pope, Papa e Silva-Risso (via aqui) constata a presença deste viés no mercado de casa e de carro.

Usando informações de mais de quarenta milhões de transações de compra de automóveis e quatro milhões de dados de negociação de imóveis, os autores verificaram o efeito do clima nas decisões de compra. Os resultados são muito interessantes pois mostram que as pessoas são influenciadas pelo que está ocorrendo no momento da transação.

Se uma transação de compra de um imóvel ocorre no verão, o valor de uma casa com piscina ou com ar condicionado central é maior do que as negociações ocorridas no inverno. As pessoas quando estão negociando um imóvel no verão passam a dar mais valor para os bens que podem suavizar a influencia da temperatura elevada. O mesmo ocorre com os automóveis conversíveis, que são mais valorizados no verão.

Segundo os autores, os resultados mostram que o viés de projeção pode afetar outras decisões, como casar ou arrumar um emprego.

Depreciação Acelerada

O governo editou a Medida Provisória 578, que permite a depreciação acelerada dos veículos automóveis para transportes de mercadorias e dos vagões, locomotivas e outros. A medida foi anunciada na semana passada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e faz parte de mais um pacote de estímulo à economia.
Quando uma empresa adquire um bem de capital, a cada ano, ela lança no balanço [1] a depreciação desse bem como um custo. O que a MP faz é, para efeito da apuração do imposto sobre a renda (IR), permitir que as empresas tributadas com base no lucro real tenham direito à depreciação acelerada, "calculada pela aplicação da taxa de depreciação usualmente admitida multiplicada por três, sem prejuízo da depreciação contábil". Dessa forma, será contabilizado um gasto maior, o que diminuirá o IR pago [2].

MP permite depreciação acelerada de caminhões - Por Sandra Manfrini

[1] no balanço e na demonstração do resultado
[2] a redução será no curto  prazo. No longo prazo a empresa paga mais.

Análise Custo-Benefício

John Kay apresenta um exemplo interessante de análise custo-benefício realizada por um empresa e sua relação com a responsabilidade social. A empresa desenvolveu um automóvel na década de setenta denominado Ford Pinto. A empresa chegou a cogitar a produção do automóvel no Brasil, com a mudança no nome. [Posteriormente a empresa decidiu produzir o Ford Escort, cujo nome também não é muito feliz]

Uma falha no projeto fazia o tanque de combustível explodir de algumas unidades. O custo para resolver o problema seria de 11 dólares por veículo. A estimativa da empresa era de que 180 pessoas morreriam e que os custos de cada falecimento seria de 200 mil dólares por pessoa. Ou seja, o custo total com as mortes seria de 180 x 200 mil dólares ou 36 milhões de dólares, muito abaixo do custo para resolver o problema em cada veículo. Pela análise custo-benefício seria mais interessante para empresa deixar os acidentes ocorrerem.

Leia mais em KAY, John. Corporate values are not just a calculation. Financial Times. 10 de julho de 2012.

Tamanho dos relatórios


Entre 2004 e 2010, o tamanho de relatórios anuais cresceram 16 por cento, e as notas explicativas cresceram 28 por cento nas 25 das maiores empresas americanas, de acordo com um relatório de novembro 2011 da empresa de auditoria KPMG e Financial Executives Research Foundation, um grupo de pesquisa sem fins lucrativos. 

O relatório anual da Dow Chemical cresceu 72 por cento, para 203 páginas, enquanto o da Wells Fargo mais que dobrou para 212 páginas, o relatório afirmou. 

Fonte; Reuters

Mensalão e contabilidade

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão, votou pela condenação de Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural, pelo crime de gestão fraudulenta de instituição financeira. Ele acompanhou o relator, Joaquim Barbosa, na análise de que a instituição cometeu fraudes nas operações de crédito para as empresas de Marcos Valério e para o PT. O revisor vai analisar agora a conduta dos outros três ex-dirigentes do banco acusados no processo.Lewandowski destacou que as fraudes nos empréstimos com as classificações dos tomadores com notas acima das reais fizeram com que os balanços patrimoniais do banco fossem feitos com informações falsas. "Os administradores do Banco Rural procuraram fazer crer que sua situação econômica e financeira era melhor do que a situação por ele vivenciada". (...)
Revisor condena Kátia Rabello por gestão fraudulenta - Por Eduardo Bresciani

Comunicação com o investidor

As empresas com ações negociadas na BM&FBovespa têm investido em ferramentas online para se aproximar dos investidores. Além das redes sociais - como Facebook e Twitter -, elas promovem eventos pela internet, com a participação de acionistas e executivos das empresas. Para a pessoa física, esse movimento traz a vantagem de deixar mais transparente esse mercado, permitindo que o investidor até mesmo questione as decisões da companhia.
O Investmania - plataforma de relacionamento voltada a investidores, que em oito meses já reúne 35 mil participantes - lançou há duas semanas uma nova funcionalidade, que promete estreitar mais esse relacionamento. Ela permite que acionistas conversem diretamente com os responsáveis pelas áreas de relações com investidores (RIs) das companhias. (...)

Relação mais direta com o investidor - 3 de Setembro de 2012 - O Estado de São Paulo
YOLANDA FORDELONE

Desenhos: contraste












Autor: Tang-yau-Hoong

Frase


Ele usa estatísticas como um bêbado usa postes de iluminação - para apoio em vez de iluminação.

Andrew Lang (1844-1912)

03 setembro 2012

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

O que é EFRAG?

Existem algumas entidades que possuem um papel importante para contabilidade e poucas pessoas conhecem. O EFRAG é uma delas. Esta entidade recebe a denominação de European Financial Reporting Advisory Group.

A função do EFRAG é recomendar a União Europeia o endosso dos padrões da contabilidade financeira. Mas recentemente o EFRAG foi notícia ao trabalhar em conjunto com o FASB na produção de um documento sobre evidenciação.

Para este blogueiro, é interessante que o documento tenha sido realizado em conjunto com a Autorité des Normes Comptables (ANC) da França, o Financial Reporting Council (FRC) do Reino Unido. Mas não com o Iasb.

Retorno do Mercado e P/L

Existe uma relação entre o índice P/L e o retorno do mercado: o retorno do mercado corresponde ao inverso do índice P/L.

Em alguns países, onde o índice P/L é aproximadamente 15, isto significa que o retorno do mercado médio no longo prazo é de 6,7%. Basta fazer a seguinte operação

Retorno do Mercado = 1/15 = 0,067

Curiosamente esta tem sido a média dos retornos das ações nestes mercados.

Quando usamos o retorno mensal do mercado brasileiro de julho de 1994 até julho de 2012 encontramos um retorno mensal médio de 1,2%. Isto representa um retorno anual de 15,4%, muito acima do retorno dos países desenvolvidos. Fazendo a correspondência entre este retorno anual e o índice P/L temos um valor de 6,5 para o período. São valores diferentes do que encontramos em outros mercados.

Entretanto, o elevado retorno decorre da instabilidade elevada do período analisado e, talvez, da inflação elevada para alguns anos. Além disto, o mercado acionário brasileiro viveu um período de bonança em razão da entrada de investidores estrangeiros. Isto naturalmente influencia o resultado final para este período.

Considerando o período de janeiro de 2007 até julho de 2012, o retorno mensal cai para 0,59%, que corresponde a um retorno anual de 7,3%. Isto em termos de índice P/L representa 13,6, um valor muito próximo ao encontrado em países mais desenvolvidos. O aumento do índice P/L brasileiro é notável: se usarmos o período de janeiro de 2006 a julho de 2012, acrescentando somente o ano de 2006, o retorno mensal é de 0,89% que corresponde a um P/L de 8,9.

Tudo leva a crer que no longo prazo a rentabilidade do mercado acionário brasileiro deva encaminhar para uma taxa entre 6 a 8%, que corresponderia a um P/L entre 12,5 e 16,7.

Para ler mais:

Leituras


- The Sharapova Effect (Freakonomics)

- Institutional environment for entrepreneurship in rapidly emerging major economies: the case of Brazil, China, India, and Korea (International Entrepreneurship and Management Journal)

-The Best Book Reviews Money Can Buy (NYT)

- Before the Culture Fades (City Journal)

- The Economist:Voice of the New Global Elite (National Interest)

-Electricity taxes in Brazil: Untangling the custo Brasil (The Economist)

-Everything You Think You Know About China Is Wrong (Foreign Policy)

-Setor de celulose quase estatizado (Miriam Leitão)

-Now hiring: Brazil wants more foreign professionals (Reuters)

-The future of printers Printers sink: An industry that puts ink to paper is fighting for survival (The Economist)

-Our image of Africa is hopelessly obsolete (The Guardian)

-How to Get a Doctorate in Six Weeks (Freakonomics)

-The Nokia effect:Finland’s fortunes are affected by one firm. What about other countries? (The Economist)



Surpresa no Lucro

Fazendo uma postagem sobre "surpresa" no lucro, Damodaran lembra que as empresas que jogam com a reação do mercado irá fazer ajustes que garantam superar as expectativas.

Isto funciona num primeiro momento. Para continuar funcionando, as empresas entram numa espiral suicida: se anteriormente as expectativas foram superadas, os ajustes devem ser ainda maiores para continuar suplantando as "novas expectativas".

Regra do 72


A regra do 72 é uma maneira fácil de obter em quanto tempo um investimento irá dobrar o seu valor. Para saber este período de tempo, basta dividir 72 pela taxa. Suponha um investimento que irá render 10% ao ano. Em quantos anos o valor do investimento será o dobro? Pela regra do 72 basta dividir 72 por 10 (sem o percentual e sem a divisão por cem) e obteremos 7,2 anos. Ou seja, em aproximadamente 7,2 anos teremos o valor investido em dobro.

A figura abaixo mostra algumas taxas e o valor da regra do 72. Um investimento como a antiga poupança, que rendia 6% ao ano, levaria 12 anos para dobrar o seu valor. De 1994 até julho de 2012 o mercado acionário brasileiro apresentou uma rentabilidade mensal de 1,22%, que corresponde a 15,7% ao ano. Usando 15%, temos que em menos de cinco anos o valor do investimento dobraria.

Produtividade do capital financeiro

No limiar de novo ciclo
Autor: Thomás Tosta de Sá
Valor Econômico - 22/08/2012


A crise econômica mundial, que se agravou a partir da crise financeira de 2008, está afetando a economia brasileira com uma intensidade maior do que se imaginava inicialmente.

A resposta do governo brasileiro adotando medidas de estímulo ao consumo com o aumento do crédito e redução de impostos, com o aumento dos gastos do governo e financiamento de longo prazo das empresas, com aportes do Tesouro para capitalização do BNDES, surtiu um efeito positivo de curto prazo fazendo com que a economia brasileira apresentasse em 2010, ano de eleições presidenciais, seu mais elevado crescimento do PIB, 7,5%, nos últimos 20 anos. O modelo se esgotou e novos rumos deverão ser traçados para corrigir o ritmo de crescimento do PIB de 2,7% em 2011 e provavelmente menos de 2% em 2012.

O crescimento econômico das nações só é sustentável com o aumento da produtividade dos fatores de produção. O capital intelectual só aumenta sua produtividade por meio da educação aplicada à inovação. O capital financeiro, com a alocação eficiente da poupança por meio do mercado de capitais e os recursos naturais com seu uso inteligente, em benefício do ser humano.

Se durante o século passado o crescimento da economia mundial foi liderado pelas economias desenvolvidas, acredita-se que nas próximas décadas o crescimento será impulsionado pelos países emergentes.

Para que o Brasil tenha um papel relevante nesse processo, será necessário rever seu modelo calcado em consumo e gastos de governo. Investimentos sociais terão que substituir gastos sociais como prioridade da política governamental. Hoje, a carga tributária de quase 40% do PIB é usada para financiar gastos correntes dos quais os benefícios previdenciários representam quase 12% do PIB.

(...)Na área de investimentos em infraestrura, o anúncio de uma nova política de concessões que abrangerá todos os setores anteriormente mencionados transferindo para o setor privado a gestão e, principalmente, a captação de recursos, é um renovado programa de parceria público privada. Nesse cenário o mercado de capitais pode voltar a desempenhar o papel de maior financiador de longo prazo das empresas brasileiras.

Em 2007 tivemos 67 IPO"s e o valor de mercado das empresas cotadas em bolsa atingiu 97% do PIB e o mercado de capitais contribuiu com cerca de R$ 115 bilhões para o financiamento dessas empresas. O BNDES, historicamente o maior financiador de longo prazo no Brasil, aplicou nesse ano cerca de R$ 66 bilhões.

Desde 2008 modificou-se esse quadro, com o BNDES, à falta de outra alternativa, assumindo novamente o papel de grande financiador das empresas com todas as desvantagens decorrentes. O resultado é que tivemos apenas quatro, seis e 11 IPO"s respectivamente em 2008, 2009 e 2010. O mercado de capitais brasileiro, um dos mais bem regulados do mundo, deve seu sucesso a um trabalho permanente de educação de seus agentes e de fatores específicos que marcaram seus dois últimos ciclos desde 1991:

1991/1997 - uma legislação flexível para entrada dos investidores estrangeiros e o sucesso do Plano Real que resultou no controle da inflação. Nesse período o IBovespa teve uma valorização de quase 3 mil % em dólares;

2002/2008 - lançamento do Novo Mercado, eliminação da CPMF nas negociações em bolsa, mudança da lei das S.A."s restabelecendo direitos de acionistas minoritários e o lançamento do Plano Diretor do Mercado de Capitais pelas entidades do mercado e implementado durante o governo Lula. O índice Bovespa valorizou-se de 8.300 pontos em outubro de 2002 para 73.500 pontos até a crise de 2008.

O novo ciclo do mercado de capitais, que imaginamos estar se aproximando, terá como fatores determinantes a redução da taxa de juros e uma nova Estratégia Nacional de Acesso ao Mercado de Capitais que encontra-se em construção para ampliar de forma significativa o número de investidores, intermediários e empresas no mercado.

Com pouco mais de 550.000 investidores individuais e de 400 empresas listadas em bolsa o conjunto de investidores institucionais aplica apenas 17% de seus recursos em ações e 7% em títulos de dívida das empresas sendo que títulos públicos e papéis bancários absorvem 41% e cerca de 30% desses recursos respectivamente.

O aumento de produtividade do capital financeiro resultante do crescimento do seu mercado de capitais poderá ser o principal responsável pela retomada gradual de novos níveis de seu desenvolvimento econômico e social.


Thomás Tosta de Sá é presidente executivo do Ibmec-Instituto Brasileiro do Mercado de Capitais e ex-presidente da CVM

02 setembro 2012

Instagram Capitalista

De onde é?

"A moça posta uma foto sorrindo. Querem saber a cor e a marca daquele batom. A outra posta uma foto de viagem e é imediatamente promovida a consultora de turismo: querem saber onde se hospedou e se achou passagem barata. Minha paciência se esgotou quando uma pessoa do meu Instagram postou uma foto fazendo acro ioga pendurada em panos que pendiam do teto e tudo que seus amigos tinham para perguntar era onde ela fazia aquelas aulas.

Nêgo pensa que as experiências podem ser reduzidas ao local onde se corta o cabelo, a uma cor de batom. No fim, os sorrisos permanecem amarelos e nossas vidas vão sendo reviradas como um catálogo da Polishop.

A coisa mais legal que uma pessoa pode fazer hoje na internet é se recusar a citar marcas gratuitamente. É subir seu passe como consumidor objetificado e parar de transformar amigos em consultores de compras.

Hoje, durante, a aula, fiquei hipnotizada pelo modo como meu professor conseguiu sair de casa inteiramente vestido sem exibir um único logo. Uma camisa polo sem marquinha no peito. Óculos sem marquinhas nas hastes. Nunca na vida vi um par de óculos sem logomarca. Tive que me conter para não checar se os fundos da calça jeans traziam emblema. Quem sabe um dia eu crio coragem para perguntar onde ele comprou aqueles óculos."

Rir é o melhor remédio



Fonte: RyotIRAS.com

Bônus de volta

Um dos maiores impactos provocados pela crise de 2008 foi a percepção, pela opinião pública, de que os executivos financeiros são uma categoria mais que privilegiada.Independentemente dos resultados bons ou ruins das instituições que dirigiam, os principais executivos dos bancos comerciais e de investimentos eram premiados com bônus generosos. Movimentos de protesto, como o Ocupe Wall Street, espalharam-se pelo mundo. Pois agora os “senhores do universo”, imortalizados no romance “Fogueira das Vaidades”, do americano Tom Wolfe , terão de devolver alguns milhões de bônus indevidos.

Bancos como HSBC, Royal Bank of Scotland, Barclays, Lloyds Bank, Deutsche Bank, J.P. Morgan Chase e Standard Chartered seguiram as demandas da sociedade, dos governos e dos acionistas e partem para cima dos executivos e ex-funcionários agraciados com generosas remunerações após prejuízos fabulosos. Um dos envolvidos é Michael Geoghegan, ex-presidente do HSBC no Brasil e ex-CEO da matriz. A instituição britânica estuda retomar cerca de 2 milhões de libras esterlinas (R$ 6,4 milhões) concedidos a Geoghegan e a Sandy Flockhart, ex-diretora da divisão mexicana do HSBC.
Outro que está com os bônus contados (ou cortados) é Eric Daniels, ex-CEO do Lloyds. O banco quer reaver parte de seus bônus pagos em 2010 e já segurou 2 milhões de libras em pagamentos devidos a Daniels e ex-executivos por conta de metas alcançadas. A retomada dos bônus pelos bancos é uma resposta à má gestão de alguns líderes, principalmente após os milionários escândalos do setor, que vão desde as vendas ilegais de produtos financeiros à manipulação da taxa de juros referencial no mercado interbancário londrino, a Libor. Nesse escândalo, o britânico Barclays foi multado em 290 milhões de libras. Seu ex-CEO Robert Diamond pode ter de devolver 20 milhões de libras (R$ 64,2 milhões).

Quero meu bônus de volta - 1 de Setembro de 2012 - Isto É Dinheiro - Patrícia ALVES

Produtividade para todos


Produtividade para todos
Autor: Raul Velloso, César Mattos, Marcos Mendes, Paulo Freitas
Valor Econômico - 21/05/2012

O governo tem buscado proteger a indústria. São isenções tributárias seletivas, barreiras à concorrência de importados, permissão legal para se pagar mais por produtos nacionais em licitações públicas, exigências de alto coeficiente de insumos nacionais em grandes empreendimentos, como o pré-sal e a telefonia móvel 4G, além de crédito subsidiado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Ao adotar essas políticas o governo está dizendo que vale a pena pagar mais caro por produtos nacionais de pior qualidade para preservar a indústria nacional. Os maiores beneficiários dessa política são parcelas específicas da população: empregados, proprietários e acionistas das empresas protegidas, sob a forma de salários e lucros mais altos. Temos, assim, claramente, benefícios privados e custos socializados.

Quando analisamos a política do governo federal em relação às concessões de infraestrutura o discurso governamental muda completamente. O argumento passa a ser o de que é preciso oferecer estradas, portos, aeroportos e ferrovias ao menor custo possível para toda a população. Nesses casos, não se está disposto a aceitar que a sociedade "pague mais caro", para ter expansão rápida e de qualidade na infraestrutura.

Vimos isso no caso das concessões rodoviárias de 2007, em que as regras de leilão geraram pedágios baratíssimos. O fenômeno se repetiu no leilão dos aeroportos ao final de 2011 quando, em nome de estimular o máximo possível de concorrência, o governo fixou normas muito brandas de qualificação técnica, o que resultou em forte concorrência e altos ágios pagos pelos vencedores.

A princípio, esses seriam resultados fantásticos. Os usuários seriam contemplados com pedágios rodoviários baratos e com maiores investimentos do governo nos aeroportos que continuam sob controle estatal, cujo financiamento se daria com o dinheiro dos ágios dos leilões dos aeroportos mais rentáveis.

Na prática, contudo, nas estradas de pedágio barato os investimentos realizados após cinco anos de concessão estão muito aquém do que fora inicialmente previsto, resultando em estradas ruins e acidentes em alta. As tarifas, que deveriam subir de acordo com a variação do IPCA, sofreram reajustes bem acima da inflação.

Nos leilões de aeroportos, os vencedores foram operadores aeroportuários sem experiência na gestão de grandes aeroportos e empresas com histórico não muito recomendável em outras concessões similares. Isso permite antever problemas futuros. O que teria dado errado?

A questão é que a regulação de serviços públicos concedidos enfrenta um conhecido dilema entre: 1) estimular o empenho do concessionário, permitindo-lhe internalizar parte dos ganhos decorrentes de seus esforços, ou 2) oferecer serviços a baixos custos aos usuários finais, por meio de tarifas baratas ou extração de renda dos concessionários via ágio.

A opção pela primeira hipótese é fácil de justificar. Se os potenciais concessionários se deparam com regras que remuneram adequadamente tanto a qualidade do serviço prestado como a ampliação da infraestrutura e os esforços de redução de custos, eles terão incentivos para serem mais produtivos e cumprirem as metas de investimento e qualidade. Se as regras da concessão não premiarem o esforço, o governo, que não tem como medir o grau de empenho empreendido pelos concessionários, pouco pode fazer, e os concessionários tendem a se tornar mais relaxados.

Ao optar por pedágios baratos (nas rodovias) e por altos ágios (nos aeroportos), o governo sinalizou que não estava disposto a remunerar adequadamente os investimentos na ampliação dos serviços, ou a busca de qualidade e produtividade pelo concessionário.

Esse tipo de sinalização costuma atrair consórcios que já entram no leilão pensando em renegociar os termos do contrato após vencê-lo. Oferecem lances muito competitivos, ganham o certame e, depois, começam a atrasar os investimentos programados, a reduzir a qualidade do serviço e a pedir reajustes tarifários acima da inflação.

O governo pode, a princípio, simplesmente cancelar o contrato e fazer outra licitação, buscando um melhor concessionário. Mas isso tem alto custo. Há um longo processo de preparação da nova licitação, demandas judiciais da empresa destituída por reparação de custos, e prejuízo eleitoral para o governante pela descontinuidade ou má qualidade do serviço prestado. Acaba sendo melhor para o governante - e não necessariamente para a população - renegociar os contratos e ceder às vantagens solicitadas pelo concessionário. O pedágio barato ou o ágio elevado acabam virando serviços de má qualidade, preços crescentes e insuficiente ampliação dos serviços.

Nossa infraestrutura é precária. Necessitamos urgentemente de gerar ganhos de produtividade, para acelerar o crescimento da economia, e o setor de infraestrutura é vital nesse esforço. Nossas agências reguladoras não são suficientemente independentes para impor a ferro e fogo o cumprimento dos contratos. Nosso judiciário não tem tradição de zelar pelo cumprimento de contratos.

Por isso, torna-se inevitável aceitar que os concessionários tenham uma margem de lucro maior. Forçar a mão em favor de tarifas mais baixas ou da geração de ágios para financiar outros investimentos públicos tende a afastar os concorrentes que se recusam a trabalhar com a hipótese de colocar a "faca no pescoço" do governo após o leilão, exigindo renegociações. Aqueles que aparentemente aceitam as regras do jogo o fazem por acreditar que terão cacife político para renegociar o contrato a posteriori e mudar as regras a seu favor.

Ao contrário da política de proteção da indústria nacional, em que os custos são socializados e os benefícios apropriados por poucos, no caso da concessão de infraestrutura vale a pena pagar mais caro. Ou melhor: é imperioso pagar mais caro, porque uma boa infraestrutura beneficiará a todos, mediante fortes externalidades, que aumentarão a produtividade de toda a economia, expandindo a renda e o crescimento. Entre os beneficiários da boa infraestrutura se inclui a própria indústria nacional, que ganhará competitividade de forma sustentável e não apenas artificial.

Autores: Raul Velloso é Ph.D. em economia e consultor econômico.
César Mattos, Marcos Mendes e Paulo Freitas são consultores legislativos e doutores em economia.

Horas de sono por noite

Sim. Eu preciso de oito horas (ou nove) de sono por noite. E você?

Somos frequentemente aconselhados a dormir cedo, e profundamente por oito horas para que tenhamos boa saúde. Entretanto, segundo o medicalxpress é um mito acreditar que cada um deve dormir as tais oito horas seguidas por noite.

“O período do sono é composto por ciclos de 90 minutos. Acordar entre esses ciclos é parte normal do padrão de sono e se torna mais comum a medida que envelhecemos. É hora de esclarecer o mito do sono contínuo e esperançosamente aliviar um pouco da ansiedade que vem ao ficar acordado no meio da noite” .

Então quais são as alternativas ao sono contínuo?

Siesta

Uma a duas horas de sono no início da tarde, seguido por um período mais longo de cinco a seis horas a noite. Tal como os mamíferos e pássaros, os seres humanos tendem a estar mais alertas no fim da tarde e ao anoitecer, e menos ativos no meio da tarde.

“Nossa tendência à siesta, ou queda de atenção após o almoço continuamente ocorrem naqueles que não tiram cochilos à tarde. Isso tem menos a ver com o exagero na hora do almoço e mais a ver com os ciclos circadianos, que controlam nosso relógio biológico, a produção de hormônios, a temperatura e a função digestiva durante um período de 24 horas”.

Sono bifásico

Esse padrão consiste em um sono inicial de quatro horas e meia, em seguida passa-se uma a duas horas acordado, para adormecer novamente por mais três horas. Isso corresponde a três ciclos de sono mais dois ciclos de sono de 90 minutos, com o intervalo de uma hora.

Não consegue dormir? Não se preocupe.

Hoje em dia a gente espera passar pouco tempo acordado na cama, desmaiando logo que nos deitamos e despertando apenas quando o despertador toca. Esse mito faz com que fiquemos preocupados se nos encontramos acordados no meio da noite. Essa preocupação pode levar, gradualmente, à insônia.

Os seres humanos podem dormir em cronogramas diferentes, com pouca diferença na competência desperta. Pesquisadores do sono por todo o mundo experimentaram um número de diferentes cronogramas de sono: dormir por 20 minutos a cada hora; dormir uma hora a cada três horas; dormir por dez horas a cada 28 horas. Os participantes sobrevivem facilmente em todos esses cronogramas apesar da inaplicabilidade no nosso mundo 24-horas.

A melhor qualidade de sono é obtida durante a nossa fase circadiana baixa – quando a temperatura corporal e a taxa metabólica estão mais baixas. Para a maioria das pessoas, isso ocorre tarde da noite. Mas assim como outras espécies, os humanos podem ser adormecidos oportunistas e satisfazer a necessidade de sono quando tiver a oportunidade (não deixe seu orientador saber disso).

Não há dúvidas que o mito de dormir profundamente por oito horas seguidas é uma imposição cultural recente. E embora satisfaça nosso estilo de vida moderno, tem as suas desvantagens. O maior impacto negativo é o poder de tornar pessoas comm boa qualidade de sono – mas que experimentaram o acordar normal durante a noite, em insones.

01 setembro 2012

Rir é o melhor remédio

Uma série de comerciais de uma seguradora para mulheres: os homens são estúpidos !

Fato da Semana


Fato da Semana: Congresso de Contabilidade do CFC. Cinco mil pessoas participaram do congresso em Belém. Palestra magna do ex-presidente Clinton e Marcos Pontes (quem?).

Qual a importância disso? O Congresso é importante por discutir temas emergentes para área. Isto ocorreu com debates sobre IFRS, auditoria, custos no setor público, entre outros. Entretanto, este blog foi bastante crítico quanto a presença de Clinton, de Pontes e do senador Buarque. São questionáveis sua presença num congresso de contabilidade, seja pelo cachê elevado (Clinton), ou pelo fato de ser um mau exemplo de gasto público (Pontes) ou por não aceitar a contabilidade como curso superior (Buarque).

Positivo ou Negativo – Para os presidentes do CRCs, que fizeram fila para tirar foto com Clinton (vide aqui na página 4) foi um momento memorável. Positivo, portanto, para eles.

Desdobramentos – Nenhum. Tudo deve ficar como sempre foi. As críticas que fizemos e que repercutiram entre os leitores não deverão afetar em nada os próximos congressos de contabilidade. O próximo, por sinal, será em Fortaleza, daqui a quatro anos. Aguardemos. 

Teste da Semana


1 – Esta sendo realizado o 19º. Congresso de Contabilidade do Conselho Federal de Contabilidade. A cidade que recebe este congresso é:
Belém
Recife
São Luís

2 – O HSBC também foi notícia esta semana. A maior instituição financeira do mundo apareceu nos jornais:
Acusada de ajudar na lavagem de dinheiro
Em razão do parecer de auditoria das suas demonstrações contábeis
Por ter feito uma provisão de 7 bilhões no seu balanço

3 – O nome “Schahin” está associado:
A uma cidade do oriente médio, sede de um paraíso fiscal
A uma instituição financeira envolvida em mais um escândalo contábil no Brasil
Ao sobrenome de um auditor inglês que prestou depoimento na Câmara dos Lordes

4 – O banco BVA fez uma reunião na semana que passou com estes stakeholders para anunciar o resultado do primeiro semestre:
Auditores externos
Clientes institucionais
Empregados

5 – A SEC está analisando mais um escândalo, desta vez envolvendo um fundo de pensão brasileiro:
Funcef
Postalis
Previ

6 – Leonardo Pereira será um nome importante para contabilidade das empresas brasileira para os próximos anos. Trata-se
Novo presidente da CVM
Diretor de contabilidade do CPC
Presidente da Fundação Brasileira de Contabilidade

7 – Esta conta patrimonial dos balanços das empresas tem sido usada como índice da atividade econômica:
Ativo Permanente
Estoques
Passivo

8 – A Instrução 480 da CVM foi destaque na semana:
Ao exigir uma linguagem acessível nas informações das empresas
Por alterar a estrutura do relatório de administração
Por mudar a data de entrega das demonstrações contábeis

9 – A pirataria atingiu a contabilidade através:
Da impressão de 20 mil livros ingleses de contabilidade
Da divulgação de softwares contábeis
Da criação de uma entidade que imita a sigla do Iasb

10 – Esta pessoa famosa esteve presente no Congresso de Contabilidade do CFC:
Bill Clinton
Nelson Mandela
Sting

Ferramentas de Pesquisa


Se você pensa que para pesquisar conteúdos na internet o Google é a única ferramenta disponível, então temos boas notícias. Há inúmeras ferramentas de busca especializadas em conteúdos como literatura, ciências e artes que você pode utilizar para procurar aquilo que precisa. A seguir, separamos 10 dicas com sugestões de sites de busca para livros, jornais e artigos que podem ajudar você a fazer suas pesquisas.

Confira 10 dicas de ferramentas de busca especiais para pesquisar livros e artigos:

WorldCat
O WorldCat se identifica como o maior catálogo de bibliotecas do mundo. Se isso é verdade não podemos dizer, porém com um conteúdo de cerca de 10 mil bibliotecas com livros, DVDs, CDs e artigos é muito possível que você encontre o que precisa.
Google Books
No Google Books você irá encontrar milhares de livros e outros conteúdos gratuitos como artigos sobre os mais variados assuntos e autores.

Scirus
O Scirus é uma ferramenta de busca científica com mais de 460 milhões de conteúdos indexados. Você irá encontrar artigos, patentes, sites educacionais, informações sobre cientistas e muito mais.

HighBeam Research
O HighBeam Research pesquisa artigos e outras fontes de materiais publicados. A ferramenta pode ser usada gratuitamente por um período de até sete dias.
Vadlo
O Vadlo é um motor de buscas que oferece ferramentas, protocolos, apresentações e outros materiais de pesquisas acadêmicas e descobertas científicas.

Open Library
No site Open Library você irá encontrar livros eletrônicos e outros materiais de fontes gratuitas, além de poder contribuir para que esse catálogo continue aumentando.

Online Journals Search Engine
A ferramenta Online Journals Search Engine é um motor de busca científica que permite que você encontre jornais, artigos, relatórios de pesquisas, livros e outras publicações científicas.

Bioline International
Se você procura por artigos na área científica pode usar o Bioline International, uma ferramenta de busca que disponibiliza diversos jornais científicos de países emergentes. Ele é administrado por cientistas e bibliotecários que fazem um trabalho colaborativo por meio de outras iniciativas sem fins lucrativos.
SpringerLink
O SpringerLink disponibiliza artigos de diversas áreas de estudo, da arquitetura a medicina. Estão disponíveis também livros, protocolos e outras ferramentas.

Jurn
Na ferramenta de busca Jurn é possível obter resultados de mais de 4 mil jornais e artigos gratuitos nas áreas de artes e humanidades.
Fonte: aqui

Vale a pena

Desde 2006 temos o Contabilidade Financeira. Durante estes seis anos, muitas horas para postar novidades  da área. Diversos momentos faço a pergunta: vale a pena?

Quando recebemos um comentário como:

Considero o Contabilidade Financeira um ótimo canal para isso, tanto que o conheci antes de entrar no curso de ciências contábeis, e ao terminar a graduação e a pós conheci um universo ainda maior, porém pouco visível e por consequência valorizado.

já tenho a resposta: vale a pena ! Obrigado.

31 agosto 2012

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Teste 581

Foram apreendidos mais de 20 mil livros da Association of Chartered Certified Accountants e do Chartered Financial Analyst. Estas obras eram que contabilidade internacional e as 35 pessoas presas eram de que país?

China
Índia
Vietnam

Resposta do Anterior: O. J. Simpson não paga imposto de renda desde 2008. Ele está atualmente morando numa penitenciaria, não por esta razão. Fonte: Aqui

Iniciativa Privada e Espaço

Enquanto alguns países do mundo acreditam que o estado é o único capaz de agir em certos tipos de segmentos, os países mais avançados consideram que a iniciativa privada é muito mais competente e ágil.

No século dezenove diversos aventureiros buscaram atingir o Ártico. Uma análise destas expedições mostrou que as financiadas pelo dinheiro do contribuinte tinham melhores equipamentos e um número maior de pessoas. Mas a maioria dos achados ocorreu nas expedições menores, com menos pessoas, que eram financiadas pela iniciativa privada.

A lição de mais de cem anos atrás está sendo usada na exploração do espaço. Em 2004, o então presidente Bush anunciou que a exploração do espaço deveria contar com a participação da iniciativa privada. O presidente Obama encorajou mais ainda esta filosofia, ao aposentar o programa de ônibus espacial. Isto significa dizer que a Nasa deve contratar terceiros para mandar instrumentos e astronautas para o espaço.

Parece loucura, mas existem interessados. Pelo menos doze empresas estão competindo para criar veículos reutilizáveis, denominados SRVS, que levaram carga ou seres humanos para o espaço. Inicialmente o objetivo é levar carga para Estação Espacial Internacional. Mas existem empresas que estão aproveitando a oportunidade para vender passagens aos interessados em passear longe da terra. Entre as empresas, uma apoiada pela Amazon e outra pela Virgin, ambas bem estabelecidas no seu ramo de atuação.

Uma das empresas já está oferecendo passeios espaciais pela módica quantia de 95 mil dólares para 2013.

A Virgin planeja um voo com oito pessoas numa viagem de duas horas e meia com cinco minutos de ausência de peso. A empresa já possui 530 inscritos para esta viagem, com um custo de 200 mil dólares por pessoa. Entre os inscritos, Ashton Kutcher. Apesar do preço salgado, é muito menor que os 10 milhões de dólares que os contribuintes brasileiros pagaram para levar um astronauta para o espaço. E a frequência da viagem pode fazer o preço reduzir ainda mais no futuro.

A presença da iniciativa privada faz com que a viagem espacial, antes restrita a pessoas altamente preparadas, mais com gastos elevados para os contribuintes, possa ser algo muito mais próximo do turismo que hoje conhecemos. Com a vantagem de não mexer no bolso do contribuinte, como ocorreu no passado.

Isto pode fazer com que as viagens espaciais sejam, nos próximos anos, ao corriqueiro.

Leia Mais:
Aventuras Públicas e Aventuras Privadas

How the Private Sector Revolutionized the Space Race in a few short

Years

Prêmio de Física Fundamental


Magnata cria prêmio e distribui US$ 27 milhões para nove pessoas
O Globo com The New York Times, 2/08/2012


Física, área que antes dava recompensas modestas, hoje tem mecenas milionários.
Os físicos raramente são ricos ou famosos, mas um novo prêmio que recompensa as pesquisas de ponta na área fez de nove deles milionários. Eles receberam o Prêmio de Física Fundamental, criado por Yuri Milner, um ex-estudante de física russo que abandonou a faculdade em 1989 e ganhou bilhões investindo em empresas da internet como Facebook e Groupon.

"Eu perdi o chão, fiquei pasmo", disse Alan H. Guth, professor de física do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e um dos vencedores, que teve a ideia da inflação cósmica, um período de rápida expansão nos primeiros instantes do Universo.

Quando foi informado do prêmio de US$ 3 milhões, Guth presumiu que o dinheiro seria dividido entre os ganhadores. Mas não: em vez disso, cada um dos nove agraciados recebeu US$ 3 milhões, o maior prêmio científico do mundo. O Nobel concede US$ 1,2 milhão e normalmente é dividido entre duas ou três pessoas. Já o Prêmio Templeton, que honra contribuições para a compreensão das dimensões espirituais, teve a maior remuneração dada a um indivíduo, US$ 1,7 milhão este ano. Os US$ 3 milhões já estão na conta bancária de Guth, que antes tinha um saldo de US$ 200. "De repente eu tinha US$ 3.000.200,00", contou.

Milner disse que queria reconhecer os avanços nos mais profundos mistérios da física e do Universo. "Esta saga intelectual para entender o Universo nos define como seres humanos".

Quatro dos físicos são do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, nos EUA: Nima Arkani-Hamed, Juan Maldacena, Nathan Seiberg e Edward Witten. Eles investigam partículas e forças básicas do Universo com um instrumento matemático conhecido como Teoria das Cordas. Os outros ganhadores são Andrei Linde, físico da Universidade de Stanford que também trabalha com a inflação cósmica; Alexei Kitaev, professor de física do Instituto de Tecnologia da Califórnia, que estuda computadores quânticos; Maxim Kontsevich, matemático do Instituto de Estudos Avançados nos arredores de Paris, cujas descobertas na abstração matemática se mostraram muito úteis para a compreensão da Teoria das Cordas; e Ashoke Sen, teórico no campo da Teoria das Cordas do Instituto de Pesquisas Harish-Chandra, na Índia.

Milner selecionou o grupo inaugural de ganhadores, mas os futuros agraciados do Prêmio de Física Fundamental, que será concedido anualmente, deverão ser escolhidos pelos vencedores anteriores. O bilionário não quis detalhar como escolheu os feitos que decidiu honrar ou porque todos os ganhadores são homens. "Daqui para frente, ficará a cargo do comitê tomar essa decisão", disse Milner.

Pelas regras, o prêmio nos próximos anos pode ser dividido entre múltiplos vencedores, e um pesquisador poderá recebê-lo mais de uma vez. Milner também anunciou que haverá um prêmio de US$ 100 mil para o jovem pesquisador mais promissor. E diferentemente do Nobel de Física, o Prêmio de Física Fundamental poderá ser concedido a cientistas cujas ideias ainda não foram confirmadas, o que frequentemente demora décadas para acontecer. Algumas vezes, uma ideia radical "realmente merece reconhecimento logo porque expande nossa compreensão", defendeu Milner.

Cost Overrun

Do Contas Abertas (via Histórias Contábeis) sobre o orçamento das olimpíadas Rio:

Como aponta o jornalista esportivo José Cruz, “depois que o Brasil ganhou, o orçamento precisou passar por uma atualização. E é isso que o COJO, novamente com os técnicos brasileiros, está realizando. O objetivo é evitar críticas semelhantes às que surgiram por ocasião dos Jogos Panamericanos de 2007, quando o primeiro orçamento, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, ficou em torno de R$ 470 milhões e o evento acabou custando R$ 3,4 bilhões”.

Entretanto, a projeção ainda  não foi realizada:

(...) Para o jornalista José Cruz, que vem acompanhando a questão,“o atraso se deve à complexidade desses orçamentos e à inexperiência do Brasil em apurar um orçamento do tipo. Nós não temos experiência em orçamentos de grandes eventos internacionais, ainda mais em duas moedas – temos que fazer isso em real e transportar depois para dólar – e projetar tudo para 2016. Por isso que entram técnicos de outras áreas, do governo inclusive, para projetar os valores de hoje para 2016”. E acrescenta: “O simples fato de nós termos realizado o Panamericano não quer dizer que a gente tenha aprendido tudo. O Pan tinha 24 modalidades esportivas, agora nós vamos ter 30. O Pan era para 4 mil atletas, agora nós vamos ter 10 mil. O Pan era continental, agora nós vamos ter 202 países representados”, afirmou.

Já comentamos tanto isto, mas nunca é demais: lembre-se do conceito de cost overrun.

Computação nas Nuvens

Uma pesquisa com mil pessoas descobriu que mais da metade acreditava que o mau tempo poderia afetar a computação nas nuvens.

Linguagem acessível


Eis uma medida interessante da CVM: exigência de linguagem clara, objetiva, concisa e simples:

Se ainda é considerada complexa, alinguagem utilizada pelas empresas nos comunicados disponibilizadospela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) teve a sua estrutura modificada por meio da instrução nº480 para dar mais clareza as declarações. Essa instrução aborda a divulgação de informações periódicas, como os formulários de referência.
O artigo 15 desta instrução define que "todas as informações divulgadas pelo emissor devem ser escritas em linguagem simples, clara, objetiva e concisa".

Linguagem mais acessível na CVM atrai investidores - 29 de Agosto de 2012 - Brasil Econômico Online

(Foto com Paulo Gracindo, na pele de Odorico Paraguaçu)

Estoques como indicador econômico


Já comentamos anteriormente que o volume de estoques, dos balanços das empresas, é um excelente índice do comportamento da economia. Os últimos balanços mostraram que o lento crescimento trouxe um aumento nos estoques:

(...) No entanto, as empresas ainda não conseguiram se livrar de uma herança deixada pelo desaquecimento do consumo: os níveis de estoques, em reais ajustados pela inflação, são os maiores desde o fim de 2008, no pico da crise financeira que paralisou a economia mundial.
Um levantamento com dados de 200 companhias de capital aberto feito pelo Valor com base em dados da consultoria Economática mostra que os estoques chegaram a R$ 141,58 bilhões no fim de junho, 8% maior que o volume de doze meses antes.
Em termos absolutos, o valor de junho é 14% maior que o de dezembro de 2008, em números deflacionados. No entanto, numa comparação com o total do ativo circulante (onde fica a conta dos estoques no balanço patrimonial), os estoques deste ano representavam 23,2% do ativo, enquanto em 2008 essa relação era maior, de 25%. Ainda assim, a relação deste ano é a segunda maior da série. (...)

Estoques chegam a patamares recordes com desaceleração - 29 de Agosto de 2012 - Valor Econômico - Daniela Meibak

30 agosto 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Financiamento do Iasb

O maior obstáculo para a adoção IFRS para as empresas abertas dos EUA pode ser o financiamento do IASB.
(...) A preocupação com esse modelo é que ele deixa a percepção de que as organizações que fornecem financiamento para o Iasb poderia tentar influenciar as normas de contabilidade.
Enquanto isso, a Lei Sarbanes-Oxley de 2002 exige que o corpo normas contábeis de ajuste para as empresas dos EUA ser financiado através da cobrança de taxas dos emissores de títulos dos EUA. Atualmente, essas taxas fornecem a maior parte do financiamento para a Financial Accounting Foundation, a empresa-mãe da FASB.
Mas a SEC não pode atuar como um arrecadador para uma organização privada, e o pagamento para o IASB poderia ser visto como um subsídio estrangeiro.
"A comissão pode ser limitada de financiar diretamente a Fundação IFRS sem uma dotação do Congresso", afirma o relatório.
Entretanto, embora a Fundação IFRS ter aumentado o financiamento de fontes independentes, cerca de 25% de suas doações esperadas para 2012 serão provenientes de sete das maiores empresas de contabilidade, de acordo com o relatório da SEC.
Isto é visto por alguns como uma barreira para a verdadeira independência do IASB e do seu processo de normalização.
Fonte: Aqui

Clinton

Desenvolvimento econômico com sustentabilidade foi o tema principal da palestra ministrada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, programação que encerrou os trabalhos desta segunda-feira (27) no 19º Congresso Brasileiro de Contabilidade. O palestrante relatou por mais de uma hora sobre sua experiência à frente da maior potência econômica mundial e os exemplos de sustentabilidade que vêm alavancando a economia de alguns países. (...)
A contabilidade honesta a que Clinton se refere é a administração dos custos e a avaliação no processo de tomada de decisões, levando em consideração as consequências delas para a sociedade. Hoje o Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, principal exportador mundial e líder internacional em matéria de biocombustíveis. Segundo Bill Clinton, o país deve planejar como manter essa estabilidade, a longo prazo, de forma sustentável. “O Brasil pode firmar parceria com países menos desenvolvidos para o plantio da cana de açúcar, como o Haiti, país que conhece bem a ajuda brasileira, infelizmente por conta do terremoto que devastou o país a alguns anos”, sugere Clinton. (...)
Via Vladmir Almeida.


Recentemente assistindo um episódio de The Newsroom (série da HBO. Já assistiu? Vale a pena, muito) a personagem Sloan Sabbith (interpretada por Olivia Munn, foto) lembra que foi Clinton o responsável pela revogação da Lei Glass-Steagall. Esta lei criava uma barreira entre os bancos comerciais e os bancos especuladores. A lei era da época da crise econômica de trinta, ou seja, do governo Roosevelt. Ao revogar a lei, Clinton abriu as portas para uma crise, que ocorreu em 2008. Assim, é estranho ele falar em estabilidade de longo prazo ou de contabilidade honesta. É algo próximo ao próprio Clinton falar no nono mandamento.

Novo Presidente da CVM

Em um processo que levou poucos minutos na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Leonardo Pereira teve seu nome aprovado, nesta quarta-feira, para a presidência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A aprovação foi unânime. Dezoito senadores participaram da escolha. O nome de Pereira deverá ir a plenário ainda nesta quarta-feira.
Realizada na segunda etapa da reunião da CAE, a sabatina foi esvaziada. Após a votação da primeira parte da reunião, apenas cinco senadores permaneceram na sala. Só os senadores Lobão Filho e Eduardo Suplicy fizeram perguntas genéricas sobre o mercado de capitais brasileiro a Pereira.
O executivo afirmou que o mercado brasileiro ainda tem poucas centenas de companhias abertas, enquanto outros países têm mais de 4 mil. "Para ter pessoas investindo no Brasil precisamos de duas coisas importantes e simples: confiança e transparência. O mercado precisa ser desenvolvido", disse.
Na abertura da sessão, Pereira falou de sua experiência de 30 anos no mercado de capitais, ressaltando sua passagem por companhias abertas como a Net e a Gol e lembrando que algumas das empresas passaram por processos de adequação ao regime contábil do IFRS - as normas internacionais de contabilidade - e emissão de títulos no mercado de capitais.
"Tudo isso me deu conhecimento prático nas áreas em que a CVM atua, em transparência e governança. Isso me deu oportunidade de lidar com questões nesse campo e tomar decisões concretas quando necessário", disse, afirmando que essas experiências o credenciam à CVM, classificada por ele como "fiadora das boas práticas de governança". Pereira preferiu não falar com a imprensa antes da aprovação do seu nome pelo plenário. Ele também não respondeu a uma pergunta do senador Lobão Filho sobre o grande número de processos judiciais questionando decisões da CVM, mas prometeu analisar a questão após tomar posse.

Leonardo Pereira é aprovado para presidir a CVM - Agência Estado
Por Mariana Durão

Microempreendedor



Fonte: Exame

Como reduzir a criminalidade

Quando pergunto às pessoas como poderíamos reduzir a criminalidade na sociedade, elas em geral sugerem colocar mais policiais nas ruas e aplicar punições mais severas para os infratores. Quando pergunto aos CEOs de empresas o que fariam para resolver o problema de furtos internos, fraudes, pedidos exagerados de reembolso de despesas e sabotagem (quando os empregados agem para prejudicar os empregadores sem obterem benefício concreto), normalmente sugerem uma supervisão mais rigorosa e políticas duras sem margem para tolerância. E quando os governos tentam diminuir a corrupção ou criar regulamentos para o comportamento mais honesto, muitas vezes promovem a transparência (também conhecida como "política à luz do dia") como forma de cura para os males da sociedade. Certamente, há poucas evidências de que qualquer uma dessas soluções funcione. 
Em contrapartida, os experimentos descritos aqui mostram que algo tão simples quanto lembrar padrões de moral no momento da tentação pode ser muito eficaz para a diminuição do comportamento desonesto e até evitá-lo completamente. (...) Se seu contador lhe pedisse para assinar um código de honra um pouco antes de remeter sua declaração de imposto ou se seu agente de seguros o fizesse jurar que está dizendo toda a verdade sobre aquela mobiliário danificado pela enchente, a evasão fiscal e a fraude nos seguros provavelmente seriam menos comuns.
Dan Ariely - A mais pura Verdade sobre a Desonestidade, p.45-46

29 agosto 2012

Buarque

Segundo Polyana Silva, na palestra do Senador Cristovam Buarque, durante o VII Fórum Nacional de Professores de Ciências Contábeis, dentro do Congresso do CFC, o mesmo enfatizou a relevância da educação.

Como professor da UnB, onde Buarque foi reitor e AINDA é professor (recebe o salário, embora esteja "afastado"), tenho sérias objeções. Buarque, enquanto reitor da UnB, não entendia a razão de se ter um curso de graduação em contabilidade. Quanto mais um mestrado e doutorado. É "curioso" a presença dele num congresso de contabilidade promovido pelo conselho.

Postalis

A SEC (Securities and Exchange Commission), órgão regulador do mercado de ações nos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira (29) que está acusando dois ex-corretores de valores mobiliários que operavam em Miami de ter cobrado, de seus clientes investidores, US$ 36 milhões a mais do que o devido por comissões em emissões de notas estruturadas.
Do valor cobrado excessivamente, US$ 24 milhões teriam sido pagos por dois fundos de pensão públicos brasileiros e US$ 12 milhões por um investidor institucional da Colômbia.
Os dois fundos que teriam perdido dinheiro por conta da cobrança de comissões exageradas de intermediários nos Estados Unidos são da Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios. As transações teriam causado perdas ao Brazil Sovereign II Fidex e ao Atlântica Real Sovereign Fund, ambos geridos pela Atlântica Asset Management.

Órgão regulador dos EUA processa corretores por prejuízo a fundos brasileiros - Folha de S Paulo

Não é de estranhar que um fundo de pensão de uma estatal tenha sido prejudicado. A qualidade das gestão financeira deste fundos deixa muito a desejar.

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Valor da Onda

Diante da ameaça representada pela construção de um condomínio numa praia de Porto Rico, um economista, praticante de surf, decidiu mensurar a contribuição que o esporte traz para a economia local. Nas palavras do Washington Post, ele calculou o valor de uma onda.

Para chegar ao valor, calculou-se o número de surfistas que frequentam uma praia com boas ondas. Estes surfistas também são consumidores e gastam dinheiro quando praticam seu esporte. Os cálculos feitos mostram que os surfistas são responsáveis por no mínimo dois bilhões de dólares em consumo somente nos Estados Unidos.

Isto contraria a visão tradicional do surfista como uma pessoa sem dinheiro, preocupada somente em puxar um fumo e pegar uma onda. Assim, quando uma obra coloca em risco uma praia boa para a prática do surf isto pode representar perda de dinheiro do turismo. É o que ocorreu com uma praia na ilha da Madeira, em Portugal, onde o governo decidiu fazer uma obra que prejudicou o surf no local. A praia deixou de ser frequentada pelos fãs do esporte e a comunidade local perdeu receita destas pessoas.

Uma organização denominada Save The Waves tem procurado defender as praias através de estudos econômicos. Segundo esta entidade, uma praia da California (Mavericks) possui um valor de 23,9 milhões de dólares; já a praia de Mundaka, na Espanha, tem um valor de 4,5 milhões para a economia local.

Para ler mais: Surfonomics quantifies the worth of waves. Gregory Thomas, 24 de Agosto de 2012.

Amortização do ágio

Sobem a muitos bilhões de reais as autuações fiscais nos últimos anos por amortização do ágio gerado na aquisição de participações societárias. E, por tudo que se comenta, uma medida provisória que estaria por sair poderia simplesmente vedar totalmente essa amortização a partir do próximo ano. Como essa amortização do ágio tem, não raro, influência enorme no preço das ações ou quotas das empresas sendo total ou parcialmente adquiridas, é lógico que proprietários e investidores se mobilizam para evitar alteração tão drástica.

Argumentos econômicos muito fortes evidenciam que menos dólares entrariam no Brasil nas aquisições de empresas por estrangeiros, ou que a simples depreciação dos preços dessas ações ou quotas poderia desacelerar as operações que, por causa das mudanças de mãos, ajudam a melhorar as empresas e a economia. Argui-se também que tem aumentado, ao redor do mundo, os incentivos governamentais a tais operações via essa dedutibilidade e estaríamos na contramão.

Há também que se notar que a Receita Federal tem razão ao reclamar, pois muitas operações foram montadas para obtenção de benefícios sem que de fato quaisquer mudanças de controle ou de gerenciamento ocorressem, principalmente naquelas acontecidas entre empresas dentro do mesmo grupo econômico. Só que isso ocorreu por culpa do próprio governo, e não (que se saiba) das empresas.

Tudo começou com o Decreto-Lei nº 1.598, de 1976, que cometeu alguns erros técnicos ao definir o ágio como a diferença entre valor de aquisição e valor contábil da parcela patrimonial adquirida, e ao não exigir a utilização fiscal de uma regra de ouro: ágio genuíno por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) é apenas o excedente pago sobre o valor de mercado (valor justo, mais recentemente) dos ativos e passivos adquiridos avaliados individualmente. O decreto criou enorme confusão com menção a ágio por expectativa de rentabilidade futura, fundo de comércio e até a incríveis "outras razões econômicas". Assim, o governo errou na redação original, inclusive ao permitir a interpretação de escolha de classificação e não exigência rígida de hierarquia como passou a ocorrer a partir de 2010 com as normas internacionais de contabilidade. Com isso, passou-se, desde a década de 70, a aceitar valor de ágio chamado de expectativa de rentabilidade futura normalmente por valor maior do que o tecnicamente devido. Mas tudo suportado por esse decreto-lei.

O Fisco tem tentado consertar, por vias discutíveis, erros do próprio governo

Mas tal decreto só permitia a dedutibilidade do ágio apenas na baixa do investimento. Portanto, na prática nada de problema muito sério. Porém, com o objetivo de aumentar o valor de suas próprias empresas no processo de desestatização, o governo tomou a iniciativa que redundou na Lei nº 9.532 em 1997, onde passou a aceitar a dedutibilidade da amortização do ágio em cinco anos, desde que mediante processo de fusão, incorporação ou cisão (nenhuma lógica nessa subordinação - apenas trabalho adicional às empresas). Pior ainda, emitiu em 2002 a Medida Provisória nº 66 (Lei nº 10.637, de 2002) que permitiu ao vendedor diferir, às vezes quase que para sempre, o ganho obtido por esse ágio. Aí foi o paraíso: o vendedor tributava a prazo, às vezes quase infinito, e o comprador deduzia em cinco anos!

Mais recentemente, com o valor dessas dedutibilidades assumindo vultosas cifras, o Fisco começou a autuar as empresas sob os mais variados argumentos: ágio interno, ou seja, derivado de negociações de participações societárias entre empresas do mesmo grupo - mas nada na lei fiscal ou contábil jamais vedou isso até 2010; ausência de "custo" por não haver desembolso de caixa na aquisição, já que pagamento com emissão de ações às vezes - só que jamais a contabilidade subordinou "custo de aquisição" a desembolso em caixa. Há ainda o laudo de avaliação elaborado após a negociação - o laudo nunca foi exigido legalmente e é mesmo comum que ele seja formalizado após a operação, com esta se dando com base em documentos e estudos internos ou externos elaborados rapidamente, apresentados em forma inacabada etc.; a não atribuição, primeiramente, da mais valia dos ativos - mas o próprio Decreto-Lei nº 1.598, de 1977 abriu a brecha para escolha de classificação e não hierarquização; não há ágio com patrimônio líquido negativo - mas isso jamais foi mencionado na legislação e, contabilmente, esse reconhecimento faz parte das práticas contábeis aceitas; não atribuição de valor a intangíveis não contabilizados - mas essa exigência contábil começou entre nós apenas a partir de 2010 etc. Ou seja, o Fisco vem procurando consertar, por vias na maioria das vezes muito discutíveis, os erros do próprio governo.

Vê-se, assim, que é preciso solução legal para uma reorganização legal fiscal nesse campo do ágio, como houve reorganização contábil com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, emitindo o CPC 15 (Combinação de Negócios), prontamente reconhecido pela Comissão de Valores Mobiliários, pelo Conselho Federal de Contabilidade e outros reguladores.

O governo, porém, passar de um extremo ao outro, impedindo pura e simplesmente a amortização fiscal do genuíno ágio pode ser uma reação exagerada às consequências de seus próprios erros. Portanto, o fundamental é mesmo a adoção do conceito contábil atual de ágio também para fins fiscais, a vedação da amortização fiscal quando de operações entre entidades sob controle comum, talvez não cinco anos para a amortização e sim um prazo mais palatável (o dobro, por que não?), exigência de laudo formal para o cálculo das mais e menos valias de ativos e passivos etc. Ou seja, é fundamental consertar os erros, mas não indo de encontro ao que se vê sendo praticado em tantos países.

A Receita Federal e o Ministério da Fazenda foram, nos últimos anos, os grandes baluartes que, com a aceitação da neutralidade tributária (segregação das informações para fins informacionais e para fins tributários), permitiram o enorme avanço da contabilidade brasileira se igualando agora, novamente (a Lei nº 6.404, de 1976 também fizera isso), às melhores do mundo. Logo, há de se esperar atitude também discutida e amadurecida com vistas ao que de melhor se pode fazer neste país.


Dedutibilidade fiscal da amortização do ágio - 28 de Agosto de 2012 - Valor Econômico - Eliseu Martins