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16 janeiro 2021

Cafe ou Cerveja


Os criativos têm duas formas de trabalhar: modo aberto (beer) e modo fechado (coffee). 

O modo aberto é um estado de jogo sem foco onde você descobre novas ideias. Em contraste, o modo fechado é um estado de foco onde você trabalha para um resultado específico. 

O problema com o conselho de produtividade tradicional é que ele não leva o modo aberto a sério. Metodologias comuns como desligar a Internet, evitar distrações e voltar-se para seus objetivos são exemplos de modo de pensar fechado. O mundo da produtividade é orientado em torno do modo fechado porque é fácil de definir, medir e, portanto, escrever sobre ele. 

Enquanto isso, o modo aberto está cheio de surpresas impossíveis de prever. Na maioria dos dias, você sente que perdeu tempo porque não faz uma descoberta revolucionária. Mas de vez em quando, o modo aberto leva a um avanço intelectual que você nunca teria descoberto no modo fechado e, por sua vez, melhora a maneira como você aloca o tempo do modo fechado. 

(...) A gangorra do modo aberto e fechado é como respirar. Suas melhores ideias surgem quando você equilibra a inspiração do modo aberto com a expiração do modo fechado. O modo fechado recompensa a ação, enquanto o modo aberto recompensa a serenidade. O modo fechado recompensa o foco, enquanto o modo aberto recompensa a maravilha. E enquanto o modo fechado recompensa a clareza, o modo aberto recompensa a serendipidade. 

Nossas melhores ideias raramente ganham vida quando estamos ocupados. Eles ganham vida em uma contemplação calma e sem objetivo. No modo aberto, você encontra inspiração. E no modo fechado, você colhe essa inspiração. Se você apenas passar o tempo no modo fechado, você se fechará para ideias transformadoras porque os frutos do gênio são plantados com as sementes das perambulações do modo aberto.  

Fonte: aqui. Imagem: aqui

17 setembro 2019

Trabalhando com amigos

Um experimento realizado em uma fábrica de processamento de peixes do Vietnã mostrou que trabalhar com amigos pode afetar a produtividade. Veja o gráfico:
Em azul, na parte de cima, a produtividade quando o trabalho não era realizado com um amigo. A linha pontilhada mostra o ajuste do modelo. Embaixo, de vermelho, a produtividade quando o trabalhador estava com um amigo. A produtividade cai de 8 quilos por hora para 6 quilos. 

Os resultados podem ser altamente sensíveis ao tipo de trabalho - trabalho que requer o compartilhamento de informações pode se beneficiar de mais socialização, por exemplo -, mas eles mostram que os arranjos sociais são uma consideração importante para as empresas.

06 junho 2017

A vida como juros compostos

Como algumas pessoas são mais produtivas do que outras? Eles são mais inteligentes ou eles apenas trabalham um pouco mais do que todos os outros? Em 1986, o matemático e cientista de computação Richard Hamming fez uma palestra na Bell Communications Research sobre como as pessoas podem fazer um excelente trabalho, "tipo de trabalho de um Prêmio Nobel". Um dos traços de que ele falou foi possuir um excelente impulso:
Trabalhei por dez anos com John Tukey no Bell Labs. Ele teve um tremendo impulso. Um dia, cerca de três ou quatro anos depois de estar por lá, descobri que John Tukey era um pouco mais jovem do que eu. John era um gênio e eu claramente não era. Bem, eu fui para o escritório de Tukey e disse: "Como alguém na minha idade por conhecer tanto como John Tukey?" Ele recostou-se na cadeira, colocou as mãos atrás da cabeça, sorriu um pouco e disse: "Você ficaria surpreso, Hamming, o quanto você saberia se você trabalhasse tão duro quanto eu fiz durante muitos anos. Eu simplesmente fui do escritório!”

O que Tukey estava dizendo foi o seguinte: "O conhecimento e a produtividade são como juros compostos." Dado duas pessoas de aproximadamente a mesma habilidade e uma pessoa que trabalha dez por cento a mais do que a outra, esta irá produzir duas vezes mais do que o primeiro produz. Quanto mais você sabe, mais você aprende; quanto mais você aprender, mais você pode fazer; quanto mais você pode fazer, mais a oportunidade - isto muito parecido com o juros compostos. Eu não quero dar uma taxa, mas é uma taxa muito alta.

Pensar na vida em termos de juros compostos pode ser muito útil. Investimento precoce e intensivo em algo que você está interessado em cultivar - relacionamentos, dinheiro, conhecimento, espiritualidade, experiência, etc. - muitas vezes produz resultados exponencialmente melhores.

É surpreendente como isto pode ser verdadeiro.

11 setembro 2015

Brasil: um país improdutivo

Uma fábula de improdutividade - Estadão Marcos Mendes 10 Setembro 2015

João é inteligente e nasceu numa família de classe alta. Estudou em boas escolas e entrou para uma universidade pública, gratuita, no curso de Engenharia. Formado, viu que os melhores salários iniciais de engenheiros estavam em R$ 5 mil. Fez concurso para um cargo de nível médio num tribunal: salário de R$ 9 mil mais gratificações, aposentadoria integral, estabilidade, expediente de seis horas. O contribuinte custeou a formação de um engenheiro e recebeu um arquivador de processos sobrerremunerado. Amanhã João estará em frente ao Congresso, com seus colegas, todos em greve por aumento salarial. Não terá o dia de trabalho descontado nem se sente remotamente ameaçado de demissão.

Pedro não tem muito talento intelectual. Mas sua família pôde pagar uma boa escola, o que lhe garantiu uma vaga num curso não muito concorrido em universidade pública. Carente de habilidades acadêmicas, Pedro não se adaptou e mudou de curso duas vezes, deixando para trás centenas de horas-aula desperdiçadas e duas vagas que poderiam ter sido ocupadas por outros estudantes que jamais terão acesso àquela universidade. Foi fácil desistir dos cursos, pois Pedro nada pagou por eles. Após oito anos na universidade, Pedro finalmente se formou em Biologia. Sonha em ter um emprego igual ao de João. Entrou num cursinho preparatório para concursos públicos. Lá conheceu centenas de jovens formados em universidades públicas que, em vez de irem para o mercado de trabalho aplicar os seus conhecimentos, estão em sala de aula decorando apostilas para conseguirem um emprego público.

Jorge, o dono do cursinho, é um brilhante advogado que poderia contribuir para a sociedade redigindo contratos empresariais. Mas descobriu que ganha mais dinheiro preparando candidatos ao serviço público. Um dos professores do cursinho de Jorge é Manuel, que também abandonou sua formação universitária e mudou de ramo. Ao perceber que jamais exercerá a profissão original, ele pediu desfiliação do respectivo conselho profissional. Mas não consegue, porque Márcia, funcionária daquele conselho, tem como missão criar todo tipo de dificuldade às desfiliações e manter em dia a arrecadação compulsória. Manuel desistiu e vai pagar a contribuição pelo resto de sua vida profissional, ainda que não se beneficie em nada e pouca satisfação seja dada pelo conselho profissional acerca do uso desse dinheiro. As limitações acadêmicas de Pedro o impedem de ser aprovado em concurso público. Ele vai ser um medíocre professor numa escola de ensino fundamental de segunda linha (pública ou privada), oferecendo ensino de baixa qualidade às novas gerações das famílias que não podem pagar por uma escola melhor. Pedro só conseguiu essa vaga porque há uma reserva de mercado: por lei, as escolas de ensino fundamental só podem contratar professores com diploma de nível superior. Fosse permitido contratar universitários, diversos graduandos em Biologia mais talentosos e motivados que o diplomado Pedro estariam em sala de aula, oferecendo boas aulas às crianças.

Antônio é tão brilhante quanto João. Daria um excelente engenheiro, mas nasceu em família pobre e estudou em escola pública. Teve professores limitados, no padrão de Pedro, e a desorganização administrativa da escola piorava as coisas: muitas vezes não havia professores em sala. Falta com atestado médico não dá demissão. Antônio até conseguiu passar no vestibular de Engenharia em universidade pública, pelo sistema de cotas, mas sua formação deficiente em Matemática foi uma barreira intransponível. Abandou o curso, deixando mais horas-aula perdidas e mais uma vaga ociosa na conta dos contribuintes. Antônio, porém, é empreendedor. Não se abalou com o insucesso universitário, aprendeu a consertar eletrônicos por meio de vídeos no YouTube. Montou um pequeno negócio de manutenção de smartphones e computadores. Seu talento poderia torná-lo um grande empresário. Mas para crescer ele precisa transferir sua empresa do regime de tributação Simples para a tributação normal, pagando impostos muito mais altos, porque o governo precisa de muito dinheiro para pagar altos salários, para custear a universidade gratuita que desperdiça vagas e para sustentar escolas públicas que não dão aula, entre outras despesas. Mesmo assim, o governo permanece em déficit e toma empréstimo para se financiar, aumentando a taxa de juros. Com impostos altos e crédito caro, Antônio prefere manter seu negócio pequeno. A grande empresa e seus empregos morreram antes de nascer.

Chico é um líder talentoso. Dirige uma central sindical que congrega os sindicatos dos companheiros do Judiciário e dos professores, entre outras categorias. Chico está em frente ao Congresso Nacional apoiando a greve de Pedro por melhores salários. Faz um discurso contra os neoliberais, que só pensam em cortar gastos públicos e arrochar os trabalhadores. Chico não tem muito do que reclamar (embora, como líder sindical, a sua especialidade seja, justamente, reclamar): além da remuneração paga pelo sindicato (e custeada pelo imposto sindical, cobrado obrigatoriamente dos contribuintes), ele está aposentado pelo INSS desde os 52 anos de idade. Até o fim da sua vida receberá muito mais do que contribuiu para a Previdência. Nenhum dos personagens acima citados tem comportamento ilegal. Eles jogam o jogo de acordo com as regras que estão postas. O erro está nas regras. Mudá-las requer superar as dificuldades das decisões coletivas. Não mudá-las implica continuar com talentos profissionais e dinheiro público mal alocados, empregos improdutivos, potenciais inexplorados, gasto público excessivo, oportunidades perdidas, incentivos errados. Uma fábula de improdutividade.


*Marcos Mendes tem graduação, mestrado e doutorado em economia, custeados pelos contribuintes, em universidades públicas. Não se anuncia como ‘economista’, pois não é filiado ao conselho regional de economia e não quer ser processado

23 março 2015

O que é preciso para o Brasil crescer?


O que é preciso para crescer?

Fernando Dantas
21 março 2015 | 19:45

Novo centro de pesquisa sobre desenvolvimento da FGV tem como foco educação e eficiência. Políticas industriais serão questionadas.

Num momento de recessão e paralisia econômica, um novo “think tank” sobre crescimento está sendo criado: o Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico, ligado à presidência da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Por enquanto, três pesquisadores estão à frente do projeto: Pedro Cavalcanti Ferreira e João Victor Issler, professores da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE/FGV), e Roberto Castello Branco, ex-diretor e economista-chefe da Vale, hoje na FGV.
No dia 8 de abril, na FGV-Rio, haverá um seminário de inauguração do Centro, que contará com personalidades conhecidas como Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC), e Ricardo Paes de Barros, especialista em temas sociais com carreira no Ipea, mas atualmente no Insper.

O tema principal do centro não são as agruras conjunturais pelas quais o País está passando, mas sim o crescimento no médio e longo prazo. O foco é o Brasil mas o trabalho vai recorrer bastante a comparações internacionais.

Ferreira explica de forma bem clara a abordagem e a linha geral de pensamento que vai guiar a pesquisa. Para ele, o que explica a defasagem de desenvolvimento econômico entre o Brasil e os países mais ricos não é a falta de investimento ou as dificuldades da indústria, mas sim as deficiências da educação e problemas de produtividade, ou eficiência.

“Nossa abordagem é contrária à visão cepalina (de Cepal, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), heterodoxa, que busca incentivar investimentos em setores chaves”, ele diz. Segundo o economista, mais da metade da diferença de renda entre o Brasil e os países ricos provém da menor produtividade, uma boa parte vem da educação inferior e apenas uma pequena parcela deve-se a investimento em capital fixo.
“Não somos atrasados porque não temos boas estradas ou porque não temos investimento suficiente”, ele diz. É claro que Ferreira não nega a importância de estradas e investimento, mas considera que o aumento da eficiência econômica ampliaria o retorno do capital e faria o investimento aumentar.

Uma questão decisiva, na sua abordagem, é o setor de serviços. Ele nota que as economias avançadas vêm aumentando o setor de serviços, o que também é uma tendência em países emergentes como o Brasil. De maneira simplificada, os países saíram da predominância agrícola para a industrialização, concomitante à expansão dos serviços. Num momento mais recente, a indústria recua e os serviços aumentam ainda mais.
Ferreira já investigou a questão dos serviços, de forma comparativa, no Brasil e na Coreia do Sul. Há 50 anos, ele observa, ambos os países eram 65% agrícolas, mas hoje têm 65% a 70% da sua economia em serviços. “O problema é que os serviços coreanos são de altíssima produtividade e os nossos são muito pouco eficientes”, nota o economista.

A diferença está muito no tipo de serviço que predomina. Ferreira exemplifica com empregadas domésticas e guardadores de carro, tipicamente uma mão de obra pouco educada e de baixa eficiência, em contraste com segmentos como design, software, mercado financeiro, etc.

Segundo o pesquisador, o tipo de política pública que decorre de sua análise – e que é a visão do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico – é a promoção do avanço da educação em quantidade e qualidade e a agenda microeconômica de melhora do ambiente de negócios e de racionalização tributária e burocrática.

A má alocação de capital por políticas intervencionistas, seja de proteção, subsídios ou conteúdo local, é um entrave ao desenvolvimento. Ele cita a Sete Brasil, com o projeto de bilhões de dólares de construir plataformas de petróleo no Brasil que hoje estão custando duas vezes mais do que externamente. “Este capital poderia estar indo para outros setores em que somos mais competitivos”.

Uma das tarefas que o centro estabeleceu para si é medir a produtividade de setores e subsetores da economia. No caso dos serviços, são sete subsetores, e, por razões comparativas, também a produtividade na indústria e na agricultura – para as quais há mais dados – será estudada. Em todos os casos, trata-se da produtividade total dos fatores (PTF), e Issler, especialista em econometria, vem trabalhando em técnicas para vencer o desafio de fazer essas mensurações.

No site do centro, já é possível encontrar alguns estudos como um trabalho sobre os Brics, de Castello Branco, e sobre o desenvolvimento brasileiro no pós-guerra, de Ferreira e do economista Fernando Veloso, da FGV-Rio, entre outros. (fernando.dantas@estadao.com)

Fernando Dantas é jornalista da Broadcast

04 março 2015

Produtividade do trabalhador brasileiro

RIO - Com a economia estagnada em 2014 e previsões de um 2015 recessivo, a preocupação com a produtividade do trabalho ganha espaço. No quesito, não temos muito o que comemorar. O Brasil está atrás não apenas dos países desenvolvidos, como da grande maioria de seus pares na América Latina. Só está melhor que a Bolívia. Em 2013, a produtividade do trabalho no Brasil correspondia a 17,2% daquela dos Estados Unidos, país considerado referência para o indicador. Na comparação com o México, a relação era de 52,6%, com a Argentina ficava em 58,91% e com a Venezuela, 68%.

O indicador — da organização americana The Conference Board e reunido pelo professor do Instituto de Economia da UFRJ João Saboia — reparte o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto dos bens e serviços) por pessoa ocupada. Ou seja, o tamanho da economia dividido por seus trabalhadores. Aumenta-se a produtividade quando se produz mais com a mesma quantidade de recursos — seja de máquinas e equipamentos ou pessoas.

Isso é especialmente importante no momento em que a população brasileira está envelhecendo, com menos gente entrando para a força de trabalho nos próximos anos. Assim, é preciso que os trabalhadores se tornem mais produtivos para manter o mesmo nível de produção.
— Vamos muito mal em produtividade. Quando se compara com EUA e outros desenvolvidos, é um choque. O cenário também é muito ruim quando se compara com nossos vizinhos — diz Saboia

[...]

15 janeiro 2015

Professores-superestrelas

Para a América Latina, 2014 não foi um ano tão positivo quanto imaginávamos. Cultivávamos a expectativa de que um país latino-americano ganhasse a Copa do Mundo, trazendo novamente o troféu para as Américas. E falando sobre tema mais sério, também tínhamos a esperança de que o crescimento econômico da região mantivesse um ritmo constante, embora mais lento. No entanto, de acordo com os mais recentes prognósticos, a região poderá crescer apenas 1% este ano. Levando em conta o aumento populacional, isso significa que a renda média per capita dos latino-americanos não progrediu nos últimos 12 meses.

O crescimento não chegará com facilidade. Uma expansão promovida por matérias-primas, como a que a América Latina apresentou na última década, dificilmente se repetirá, considerando a menor demanda mundial por seus produtos, em particular da China. E como se isso não bastasse, o custo para financiar o desenvolvimento vai provavelmente aumentar nos próximos anos, à medida que a política monetária dos Estados Unidos muda a sua orientação. As históricas conquistas sociais obtidas pela região nos últimos dez anos correm perigo. A América Latina terá que depender de seus próprios recursos se quiser retornar ao caminho do crescimento com a equidade que possibilitou esses avanços.
 
Este desafio impõe uma pressão significativa sobre os cofres públicos. Portanto, será atribuída uma grande importância às políticas que tenham condições de impulsionar o crescimento mantendo o foco sobre os pobres. Além disso, quando se trata de investimentos públicos que atendam a ambos os objetivos, muito poucos entre eles têm o alcance da Educação. Por um lado, um país que conta com um melhor capital humano pode se tornar mais produtivo e crescer mais rápido. Por outro, uma população mais qualificada será capaz de encontrar melhores oportunidades de vida e romper com o ciclo da pobreza, que muitas vezes se perpetua ao longo de várias gerações.

Em uma região onde o acesso à Educação até o nível médio é quase universal, o principal desafio reside na qualidade. Para elevá-la, é fundamental o que acontece na sala de aula ou, mais especificamente, as habilidades dos profissionais de Ensino.

Contudo, todas as semanas os Alunos das Escolas públicas da América Latina e do Caribe perdem o equivalente a um dia completo de aula por causa do absenteísmo, da baixa qualificação e do nível salarial dos Docentes, assim como em decorrência da escassa liderança Escolar. Esta é uma das conclusões mais importantes do inovador relatório do Banco Mundial, "Grandes Docentes: como melhorar a aprendizagem dos Alunos na América Latina e no Caribe".

Outra das conclusões desse estudo que chama a atenção é que os indivíduos que ingressam na carreira Docente na América Latina possuem em média um nível acadêmico inferior ao do conjunto de Alunos que cursam o Ensino superior. Em Cingapura e na Finlândia, os Professores são provenientes do terço mais elevado entre os estudantes. E isto me leva aos Professores-superestrelas.

A América Latina é conhecida por suas grandes superestrelas de nível internacional, sejam elas escritores, ídolos do futebol ou artistas. Shakira, por exemplo, é admirada por sua música e talento, e também por seus anos de dedicação a melhorar as vidas das crianças pobres da América Latina. Não há dúvida de que a cantora e compositora colombiana merece toda a atenção e os elogios que recebe, mas a região poderia beneficiar-se de possuir Docentes que contassem com a metade da admiração das estrelas da música.
Isto é mais fácil de dizer do que de fazer, dirão muitos. Porém, não é impossível. Requer, sobretudo, uma enorme dose de vontade política.

Na década de 70, por exemplo, a Finlândia elevou o nível exigido para a contratação de Docentes. Esta foi a pedra fundamental de sua estratégia da reforma educativa. A Finlândia tinha um mercado de trabalho na área da Educação muito semelhante ao da América Latina, com muitas instituições de capacitação de Docentes de qualidade variável, que formavam um contingente excessivo de graduados. Ao longo de várias décadas, o país conseguiu que um número muito menor de instituições de alta qualidade produzissem a quantidade necessária de Professores talentosos que encontram trabalho e desfrutam de um elevado prestígio social, assim como de salários competitivos.

Existe um consenso cada vez maior de que o caminho para o crescimento no longo prazo das economias latino-americanas deve ser forjado com base na produtividade. Isto significa, principalmente, investir nas indústrias mais intensivas em conhecimento, que possam inserir a região de maneira mais competitiva nas cadeias de valor globais para gerar um maior crescimento, apoiando-se nas novas tecnologias e em melhores práticas administrativas.

Esta transformação exigirá uma força de trabalho capacitada e a qualidade da Educação deve melhorar rápido. Para evitar o risco de uma ampliação da disparidade de renda durante o processo em que nos tornamos mais produtivos, a qualidade da Educação não pode se limitar a alguns poucos afortunados.
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*Jorge Familiar Calderón é vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe. - See more at: http://blog.andi.org.br/professores-e-as-superestrelas#sthash.2UsDmKJK.dpuf

18 dezembro 2014

Redução da horas trabalhadas e a produtividade



DO YOU work too much? Last year we wrote a jolly piece that found an interesting correlation between working hours and output. With higher working hours, labour output per hour fell. Here’s that graph again:
 


That graph, though, is just a correlation: that's not good enough for many economists. But a new paper, by John Pencavel of Stanford University, also shows that reducing working hours can be good for productivity.

Economists have suspected for some time that longer work hours could eat into productivity. John Hicks, a British economist, reckoned that “probably it has never entered the heads of most employers…that hours could be shortened and output maintained.” Hicks reasoned that with longer hours, output per hour would fall. As workers slaved away for longer and longer, they would lose energy, which would make them less productive.

Mr Pencavel looks at an unusual data set: research undertaken by investigators of the British “Health of Munition Workers Committee” (HMWC) during the first world war. Britain was desperate to maximise productivity, given the almost insatiable demand for weapons and ammunition. HMWC had to provide the government with advice regarding the health and efficiency of workers in munitions plants: how could productivity be maximised? As part of its investigations, the Committee commissioned studies within munitions factories into the link between work hours and work performance.

It concluded, after much investigation, that British munitions workers needed shorter hours. Mr Pencavel analyses at the data collected by the committee and sees if their calculations were up-to-scratch.

The researchers collected a huge amount of data (most of it on women, who dominated the munitions industries). It was easy to measure hours worked. It was also pretty straightforward to measure output, since lots of the workers were paid on a piece-rate basis. Mr Pencavel crunches the data and concludes that there was a “non-linear” relationship between working hours and output. Below 49 weekly hours, variations in output are proportional to variations in hours. But when people worked more than about 50 hours, output rose at a decreasing rate. In other words, output per hour started to fall (in the jargon, “the marginal product of hours is a constant until the knot at [about 50] hours after which it declines”). To get an idea, look at the raw data in the graph below:
 
Weekly output and weekly hours: 82 observations on women turning fuze bodies and milling screw threads on fuze bodies


Reducing hours, say, from 55 to 50 hours a week, would have had only small effects on output. The results are even starker when we are talking about very long working hours. Output at 70 hours of work differed little from output at 56 hours. That extra 14 hours was a waste of time.

The crucial point that emerges from Mr Percavel's analysis is that reductions in working hours do not always result in higher output per hour (which is what our initial correlation seemed to suggest). Rather, the initial level of working hours has to be so high. This graph is based on his regression analysis:
 
Marginal product of hours and average product of hours (as suggested by Mr Percavel's analysis)


The HMWC also reckoned that the absence of a rest day (like Sunday) damaged hourly output. Mr Pencavel’s regression analysis confirms it. He estimates that output is slightly higher on the 48-hour working week (with no work on Sunday) than on the seven-day work schedule.

Of course, these results say nothing about output in service-sector professions, where most people in advanced economies are employed today. I would bet, though, that the results are even more pronounced. For work that is largely self-directed, and which requires intellectual engagement, you may achieve more in an hour of hard work than in a day’s worth of procrastination. Mr Pencavel solemnly intones that the “profit-maximising employer will not be indifferent to the length of…working hours over a day or week.” Try telling that to your boss the next time you attempt to leave the office at half past two.
 
Fonte: aqui

25 julho 2014

Listas: 5 motivos para procrastinar – e como cortá-los pela raiz

Você não está sozinho na procrastinação. Deixar para depois é uma das características fundamentais do ser humano, mas dá para amenizar seus efeitos. Enviado por Núbia Batista, a quem agradecemos.

O Facebook, o WhatsApp ou o colega tagarela da mesa ao lado podem até ser vilões da boa administração do tempo, mas não o principal motivo para que, todos os dias, milhares (senão, bilhões) de pessoas decidam procrastinar.

Na base do hábito de deixar a vida para depois estão características fundamentais da condição de ser humano e outras questões internas condicionadas pela formação de cada um.

“Procrastinar é próprio da espécie. Se há uma situação em que posso adiantar o instinto de descansar, comer e estar limpo, eu vou fazer”, afirma Luiz Fernando Garcia, psicólogo e autor do livro “O cérebro de alta performance”.

O impulso para se manter vivo não é a única razão para prorrogar. Segundo o especialista, em maior ou menor grau, todos são movidos (ou tolhidos) por três grupos de motivações internas: o medo de ser preterido e humilhado, de perder o status quo ou o medo de perder o controle.

Ficou muito abstrato para entender? Veja alguns desdobramentos desta combinação que conduzem mortais à procrastinação.

Motivo 1 As metas são vazias de sentido

Sem metas claras, ninguém vai para frente. O mesmo acontece quando o objetivo em questão não faz qualquer sentido para você.

“Se você não valoriza a mudança, ação, comportamento ou meta, sempre vai encontrar uma desculpa para não fazer aquilo”, diz Andrea Piscitelli, professora da FIA e consultora de estratégia humana.

Um exemplo claro é o objetivo de ir à academia. Quantas vezes você já não ouviu relatos de pessoas que pagaram anos inteiros e sempre procrastinaram o compromisso?

Provavelmente, para muitas delas, a meta de se exercitar era fruto de alguma pressão externa – não uma ideia que compraram de fato.

Motivo 2 Falta habilidade técnica

Já se rendeu à timeline do Facebook e deixou uma tarefa para depois só porque ela era mais difícil? Se a resposta é sim, você não é o único.

Diante de atividades com uma complexidade superior ao nosso alcance imediato, é comum que se prorrogue ao máximo o momento de executá-las.

Motivo 3 A zona de conforto é boa demais para deixá-la

Deixar uma posição conhecida (e confortável) para migrar para um espaço no qual os passos ainda são incertos pode assustar – e paralisar. Nesta toada, decisões são adiadas, conflitos varridos para debaixo do tapete e nada é mudado.

Motivo 4 O reservatório de energia está seco

Saco vazio não para em pé, já dizia a sua avó. Mas não só. Sem energia (conquistada por meio de uma boa alimentação e boas noites de sono), é quase impossível tocar com afinco todas as atividades da agenda.

Motivo 5 Seu cérebro caça recompensas

“Como em qualquer vício, nosso sistema nervoso elege comportamentos que vão nos levar à obtenção de recompensas imediatas”, afirma Carla Tieppo, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e pesquisadora na área de neurociências.

Como resultado disso, deixamos para depois o que não é tão prazeroso em nome daquilo que traz prazer – seja conversar, ver a vida dos outros no Facebook ou ceder a um filme quando se tem um projeto para desenvolver.

Como mudar

"Todo comportamento difícil requer uma atitude virtuosa", diz a pesquisadora. A seguir, veja uma seleção de dicas virtuosas para diminuir o ímpeto da procrastinação.

Estratégia 1 Listas com o verbo certo

Antes de qualquer coisa, aprenda a fazer listas de tarefas do jeito certo. E isso começa, segundo Garcia, usando a forma nominal correta do verbo. “Ao usar o verbo de ação no infinitivo, você localiza um alvo, cria uma imagem, um desejo de concluir”, afirma.

Feito isso, descreva, item por item, as ações que você deve concluir para alcançar aquela tarefa.

Estratégia 2 Ciclo de recompensas

Outro meio para diminuir os índices de procrastinação é criar um sistema de recompensas para cada ação da sua agenda. “Você precisa dar a si mesmo algumas recompensas imediatas, porque ninguém é de ferro, mas também pontuar as tardias”, diz Carla.

Agora, atenção: estes, digamos, “prêmios” devem vir de você mesmo. Ou seja, as recompensas não podem estar ligadas a sistemas externos. Afinal, o mundo muda – e os sistemas de premiação também – e elas podem não se concretizar.

Estratégia 3 Hora da culpa

Reserve na agenda um momento para revisar seu progresso ao longo da semana. “Quando tocar o alarme, mapeie quais as atividades que você está procrastinando”, diz a neurocientista. Com isso em mente, monte um plano de ação para tirá-las do papel.

Estratégia 4 Rede de comprometimento

Uma estratégia matadora para diminuir a tentação de procrastinar é se comprometer com outras pessoas. “Quando só eu sei, é mais fácil arrumar uma desculpa. Se eu contei para alguém, eu reduzo a tendência de me sabotar”, afirma Andrea.

Estratégia 5 Disciplina

Por fim, ter disciplina é fundamental. “Não há outro jeito para lidar com esta crescente demanda que não seja com disciplina”, diz Carla.

13 março 2014

Brasil, um país improdutivo

Editorial O Estado de S.Paulo

A combinação perversa de baixo crescimento, inflação elevada e contas externas em deterioração reflete a baixa eficiência da economia brasileira, batida com folga nos últimos anos tanto pelos competidores mais dinâmicos da Ásia quanto por vários vizinhos sul-americanos. Nos últimos 25 anos o Brasil foi um retardatário na corrida da produtividade, como têm indicado estudos de respeitadas instituições públicas e privadas. Segundo relatório recém-publicado pela consultoria McKinsey & Company, a produtividade do trabalho cresceu em média, no Brasil, 1% ao ano no quarto de século até 2012. No mesmo período, o aumento anual chegou a 4,7% na Coreia do Sul, 3,3% no Peru, 2,4% no Chile e 1,6% nos Estados Unidos. Diferentes estudos podem apresentar diferenças nos resultados numéricos, mas a conclusão básica é a mesma, em todos os casos, e ajuda a entender a perda de vigor da economia nacional, nos últimos anos, e o baixo poder de competição de sua indústria.

Sem ganhos consideráveis de eficiência, o Brasil continuará incapaz de avançar em ritmo semelhante ao de outros países emergentes, nos próximos anos. A expansão econômica do País tem dependido excessivamente da incorporação de mão de obra. Os ganhos provenientes dessa incorporação tendem a diminuir, com a mudança demográfica e a expansão mais lenta da oferta de trabalho. Cada vez mais o aumento do PIB dependerá da produtividade gerada por investimentos em educação, inovação, máquinas, equipamentos e infraestrutura.

Em todos esses quesitos o Brasil está atrasado. Principalmente nos últimos dez anos, o governo escolheu prioridades erradas para a educação; demorou a se preocupar com a infraestrutura; administrou mal os próprios gastos; desperdiçou recursos com empresas selecionadas; e adotou uma política industrial anacrônica, baseada no protecionismo.

Segundo o Ipea, entre 1992 e 2001, o aumento do PIB per capita foi derivado quase totalmente (uma parcela de 93,23%) dos ganhos de produtividade. Nos dez anos seguintes essa fatia encolheu para 70,63%, enquanto cresceu a importância da absorção de mão de obra.

De acordo com o mesmo estudo, publicado em setembro de 2013, a agropecuária foi o setor com maior aumento de produtividade entre 2000 e 2009 - uma taxa média anual de 3,8%. Nesse período, na indústria de transformação a perda anual foi de 0,8%. Entre 2007 e 2010 houve um ganho acumulado de 6% na indústria de transformação (pouco mais de 1% ao ano) e de 20% na de extração mineral.

Análise mais recente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) apontou um aumento de 2,4% na produtividade do setor em 2013, quando a produção cresceu 1,2%, as horas pagas diminuíram 1,3% e o nível de emprego caiu 1,1%. A ocupação diminuiu e as empresas, aparentemente, retiveram a mão de obra com melhores qualificações. No triênio, no entanto, a produtividade aumentou em média apenas 0,6% ao ano.

"Esse é um fator preponderante", segundo a análise, para explicar a perda de competitividade do produto nacional diante do estrangeiro tanto no mercado interno como no externo. Essa perda, perceptível há anos, explica a participação crescente dos importados no mercado nacional de bens industriais e o déficit brasileiro no comércio de manufaturados e semimanufaturados.

Nem com o aumento de produtividade estimado para 2013 a indústria nacional se tornou mais capaz de competir, porque esse ganho foi anulado, segundo o estudo do Iedi, por um aumento salarial equivalente. No triênio, o custo da mão de obra subiu 3,2% em média, por ano, superando de longe a elevação de eficiência da mão de obra. Esse descompasso entre salário e produtividade na indústria tem sido apontado em relatórios do Banco Central (BC) como um importante fator inflacionário. Essa relação, conhecida há muito tempo, é um lugar comum nos manuais de análise econômica. Os formuladores da política econômica parecem ignorá-la.

07 julho 2013

6 maneiras de acabar cientificamente com a procrastinação

Por Natasha Romanzoti

Todo mundo tem que lidar, uma hora ou outra, com a procrastinação. É difícil colocar muita culpa em nós mesmos, porém, já que a internet oferece uma quantidade ilimitada de alternativas para escolhermos ao invés do nosso trabalho. Sendo esse obviamente o caso, confira algumas maneiras comprovadas de combater a procrastinação:

6. Aprenda a se comprometer
Lembra de seus dias de faculdade, nos quais praticamente todo mundo se gabava de ter ficado milagrosamente acordado a noite toda para estudar? Mas deixar para última hora e estudar ou trabalhar a noite inteira está longe do ideal em termos da qualidade do que é produzido.

De acordo com um estudo sobre a procrastinação, a atitude é inspirada no fato de que não há nenhuma maneira de “sair”. Melhor ainda, este sentimento pode ser controlado (sem preocupação e paranoia) pelo fato da pessoa se “pré-comprometer” à tarefa antes de iniciá-la. Existem algumas maneiras de fazer isso, dependendo da gravidade de sua letargia.

Uma das alternativas mais extremas é um aplicativo chamado StickK, que permite que você se comprometa a um objetivo que você deve concluir em um prazo determinado. Antes que você possa definir a meta, no entanto, é preciso estabelecer uma quantia em dinheiro, e se você perder o seu prazo, esse dinheiro fica bloqueado e é doado para uma instituição de caridade que você odeia. Você pode selecionar outras opções e não ter que colocar dinheiro na brincadeira, mas daí, é claro, sua motivação vai por água abaixo.

Outras formas menos dramáticas para alcançar um efeito similar é anotar quando e onde você vai completar uma tarefa (alunos que fazem isso são muito mais propensos a completar tarefas), ou tornar seu compromisso público através da partilha de seu plano com um amigo (por exemplo, enviar um e-mail dizendo “Minha parte do trabalho estará pronta amanhã às cinco horas”). Leva em conta um tempo para emergências, mas não se dê uma semana para terminar uma tarefa quando você realmente precisa de um ou dois dias, no máximo.

5. Defina micro e macro metas
A motivação é importante para alcançar objetivos, bem como os planos que você constrói para chegar lá. Em um estudo surpreendente sobre motivação, pesquisadores descobriram que o pensamento abstrato sobre os objetivos pode realmente ajudar na hora da disciplina. No sentido mais básico, “sonhar grande” não é um mau conselho (embora precise ser balanceado).

A criação de planos grandiosos pode intimidar as pessoas e elevar suas expectativas. Para que elas não precisem parar de sonhar grande, a melhor maneira de encontrar um equilíbrio é simplesmente definir “macro metas” e “micro quotas”. Seus objetivos devem ser as coisas que você espera conseguir, e suas quotas as coisas pequenas que têm que ser feitas todos os dias para que as maiores aconteçam.

Por exemplo, o escritor/designer Nathan Barry forçou-se a escrever mil palavras por dia, fizesse chuva ou fizesse sol, para conseguir autopublicar seus três livros. A quota era acessível e tornou o objetivo possível.
Basicamente, quotas o ajudam a fazer um pouco de cada vez. Começar por baixo garante um começo em primeiro lugar, e, mais para frente, a realização de seus objetivos maiores.

4. Se organize
Pesquisas mostram que a “paralisia da análise” é uma das principais causas da procrastinação. Não saber o que fazer é muitas vezes pior do que o trabalho em si. É por isso que você deve sempre se esforçar para se organizar com novos compromissos, especialmente em termos de como você começará cada um de seus dias.

Na noite anterior, crie uma simples lista de tarefas (esqueça aplicativos, vá de papel e caneta) consistindo de três grandes coisas que você quer prontas no dia seguinte. Mantenha essa lista ao alcance, em sua mesa ou bolsa. Com uma lista clara do que trabalhar hoje, você não terá que repassar mentalmente uma longa lista de obrigações que devem ser cumpridas “algum dia”.

3. Técnica do redirecionamento
Ser muito duro consigo mesmo por procrastinar não é saudável. Na verdade, um estudo mostra que a autoculpa é definitivamente contraprodutiva. A pesquisa analisou os hábitos para estudar em particular, e concluiu que o “perdão permite que o indivíduo supere seu comportamento mal adaptado e se concentre no próximo exame, sem a carga de atos passados para dificultar o estudo”.

Agora, isso não significa que você deve desistir, mas sim que você não deve deixar o fato de que você não quer fazer algo fazer você se sentir mal. Em vez disso, você deve tentar redirecionar sua procrastinação em algo produtivo.

Por exemplo, quando não estiver conseguindo escrever, faça pequenas tarefas que ainda precisam ser feitas, como responder e-mails. A técnica não é à prova de falhas, mas pode deixá-lo com mais vontade de trabalhar durante aqueles períodos que você realmente tem que terminar algo.

Mas pesquisas também sublinham que é importante avaliar cada tarefa para garantir que você não esteja se engajando em comportamento “automático”.

Muitas vezes, nosso comportamento é robótico. Nós fazemos coisas porque não pensamos realmente sobre elas, porque é um hábito ou estamos copiando inconscientemente outras pessoas. Este tipo de comportamento pode ser um inimigo do verdadeiro objetivo. Pergunte-se se o que você está fazendo está realmente o deixando mais perto de seu objetivo.

Enquanto a tarefa para a qual você está redirecionando ainda for relevante para seus objetivos, digamos, terminar algumas edições em vez de criar um novo artigo, não há problema em perdoar a si mesmo e redirecionar o seu comportamento.

2. Conheça os quatro pilares da procrastinação
De acordo com um estudo acadêmico, parece haver quatro pilares da procrastinação que influenciam a população em geral. Identificar qual deles está te impedindo de fazer uma determinada tarefa pode ser útil para superar a barreira inicial de começá-la – que é a parte mais difícil.

Tarefa de baixo valor: Quando consideramos uma tarefa desagradável ou chata, ou pouco importante para nosso objetivo final, podemos tentar transformá-la em mais agradável para poder concluí-la, como, por exemplo, escrever um projeto sentado no seu café preferido tomando seu drink preferido. Ou você pode adicionar elementos artificiais, tais como prazos “sem volta”, como os mencionados acima que envolvem dinheiro.

Personalidade: Infelizmente, a personalidade desempenha um papel na procrastinação. Algumas pessoas são mais impulsivas do que outras. A vantagem é que, embora seja difícil de controlar a personalidade, é muito mais fácil controlar o ambiente. Por exemplo, se você está de dieta, pode esconder as comidas gordurosas que você não deve comer. Você certamente desistirá de comer uma coisa ou outra se elas não estiverem na sua frente. Se precisar terminar algum trabalho, bloqueie todas as distrações, vá para locais tranquilos (como a biblioteca) e restrinja o desperdício de tempo, usando ferramentas como StayFocusd, que bloqueiam sites que certamente lhe farão procrastinar.

Expectativas: Se você espera completar uma tarefa facilmente, então é menos provável que você procrastine. Este pilar é um pouco mais difícil de “burlar”, mas o melhor truque é simplesmente perceber que o primeiro passo é muitas vezes o mais difícil psicologicamente. “Fazer” será muito menos terrível do que imaginamos que será, por isso, se pudermos dedicar pelo menos 5 minutos para tentar algo, podemos ver no que vai dar.

Medo de falhar: O medo do fracasso é uma coisa real para muitos procrastinadores. Este pilar tem realmente a ver com estar confiante em suas habilidades. A dica aqui é: tente. Você já tem o não; se tentar e continuar com o não, dá na mesma. Mas é só se você tentar que pode conseguir um sim.

1. Tenha o tipo “certo” de fantasia
Fantasias sobre o futuro são geralmente boas. Mas fantasia em excesso é uma assassina de metas e uma enorme razão para as pessoas procrastinarem (em combinação com perfeccionismo). De acordo com um estudo sobre motivação e fantasias, quando você pensa muito grande pode estar sabotando objetivos reais já obtidos.

Pesquisadores testaram o quão comum eram fantasias sobre o futuro em participantes, e acompanharam seu desempenho em uma série de categorias.

Os participantes estavam à procura de um emprego. Aqueles que passaram mais tempo sonhando com a obtenção de um emprego tiveram um desempenho pior. Dois anos depois de sair da faculdade, os sonhadores tinham se inscrito para menos vagas de trabalho, recebido menos ofertas, e, se estavam trabalhando, tinham salários mais baixos.

Visualizações positivas podem ser motivadoras e inspirar as pessoas, no entanto. O erro está no que nós visualizamos. Os pesquisadores descobriram que os participantes que se envolveram em visualizações que incluíam o que precisava ser feito para alcançar seu objetivo (por exemplo, sonhar com a aprendizagem de outra língua, e visualizar-se praticando todos os dias depois do trabalho) eram mais propensos a superar seus colegas.

A visualização do processo funciona porque ajuda a chamar a atenção sobre os passos necessários para atingir sua meta e reduzem a ansiedade. Então não se preocupe com seus sonhos, apenas certifique-se que você não está se focando na recompensa sem pensar nos passos necessários para que ela venha.

Bônus: Deixe para lá
Para muitos de nós, a procrastinação vem de uma sobrecarga de obrigações. Nossa capacidade de dizer “não” a coisas que não estão realmente nos movendo em direção a nossas metas é uma habilidade difícil de aprender, mas quando estamos sufocados sob um monte de tarefas sem sentido, é necessário adquiri-la. Produtividade requer eliminação radical. Pode parecer egoísta, mas você tem que cuidar de si mesmo para que você possa cuidar de qualquer outra coisa ou pessoa.

Fontes: aqui e aqui

25 junho 2013

Lanchinhos espertos para tapear a fome no trabalho

Por mais que você tome aquele café da manhã reforçado, horas depois de arregaçar as mangas para trabalhar a fome já despertou? É nesse período, entre as refeições principais, que muita gente acaba enganando o estômago com café (e açúcar!) ou exagerando nos petiscos gordinhos. Para não cair nessa cilada, o jeito é manter sempre à mão uma opção de lanche saudável. A consultora de reeducação alimentar Aline Möller, da Fit Gourmet, reuniu sugestões perfeitas para essas ocasiões: "variar o cardápio, investindo em uma lista de compras diversificada e rica em ingredientes naturais é, junto com o planejamento, a chave para conseguir driblar a rotina corrida sem descuidar do corpo", ensina. Confira, a seguir, as sugestões da especialista para colocar o plano em prática.

Frutas frescas
"As menos sensíveis são as mais fáceis de carregar na bolsa. Nesse quesito, a dupla maçã e banana são infalíveis", brinca a profissional. Melão, melancia, mamão, pêssego, pera, mexerica... não importa qual seja a sua preferida. O cardápio é extenso e isso é ótimo para variar ao longo da semana. "Sempre ensino os meus clientes a carregar um potinho com uma fruta para um lanche da manhã e da tarde na bolsa acaba fazendo parte da rotina", esclarece.

Frutas secas
As versões secas de diversas frutas concentram ainda mais fibras, vitaminas e minerais do que sua própria versão natural. Das clássicas às mais exóticas, elas saciam a fome e dão mais energia, mas fique atenta para apostar nas versões açucaradas.

Iogurte
Se o seu ambiente de trabalho tiver geladeira e permitir que você guarde alguns itens por lá, vale investir no laticínio. A preferência aqui fica para o desnatado, que ajuda a equilibrar a flora intestinal, favorecendo a absorção dos nutrientes.

Oleaginosas
"O cuidado com elas está na quantidade", alerta Aline. A gordura boa deve ser consumida com moderação. Amêndoas, macadâmias, nozes... todas podem entrar na dieta, contanto que as maiores não ultrapassem de duas unidades por lanche e as menores por volta de cinco unidades.

Bolos
"Sempre sugiro receitas gostosas, só que mais litghs. O bolo de quinoa com frutas secas e farinha de arroz ou o de coco feito com farinha de coco são algumas boas opções para levar ao trabalho", explica a profissional.

Barrinhas
O consumo delas merece cuidado, mas seu mérito está na digestão lenta e no auxílio de ganho de massa magra. Por isso, as barrinhas saciam a fome por mais tempo. O importante aqui é ler o rótulo para evitar as opções com açúcar, gorduras saturadas ou trans e sódio.

Chás
"Enquanto o suco tem a desvantagem de perder algumas vitaminas ao longo do tempo, o chá traz o benefício de poder ser levado de casa para o trabalho sem grandes perdas", diz Aline, que recomenda preparar a bebida pela manhã e levar para tomá-la ao longo do dia.

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Controlar a fome é seu maior desafio? O melão continua sendo um grande aliado. Rico em pectina, um tipo de fibra na forma de gel, ele aumenta rapidamente a sensação de saciedade. Experimente incluir pedaços da fruta na salada: o apetite diminui bastante logo no começo da refeição, evitando que você exagere nos pratos mais pesados. A dieta também fica mais gostosa: com textura macia e sabor levemente adocicado, o melão combina com as folhas verdes, especialmente as ardidinhas como rúcula e agrião.

Fonte: Aqui

04 junho 2013

Por que produtividade baixa?

Diferentes indicadores revelam que o nível e a taxa de crescimento da produtividade brasileira são modestos para padrões internacionais e avançaram pouco nas últimas décadas. Esse padrão está por trás do crescimento médio anual do PIB per capita de 1,2% entre 1980 e 2012.
Por que a produtividade é baixa? Ao menos seis explicações complementares nos ajudam a compreender o porquê. A primeira está associada às limitações internas das empresas, ou aos constrangimentos à produtividade relativos ao "chão de fábrica". Trata-se de restrições ao desempenho decorrentes, dentre outras, de gestão deficiente, pequeno engajamento em pesquisa, desenvolvimento e inovação, acanhados investimentos em tecnologias da informação, novas tecnologias e treinamento profissional, e baixa qualificação da força de trabalho - nada menos que 27% da população em idade para trabalhar é analfabeta ou analfabeta funcional.
A segunda explicação está associada aos constrangimentos à produtividade relativos àquilo que fica do lado de fora do "chão de fábrica", ou produtividade sistêmica. Referem-se aos problemas externos às empresas que interferem, direta ou indiretamente, no desempenho individual e coletivo e nos retornos dos investimentos. Incluem-se nessa categoria, os elevados custos e restrições associados aos impostos, burocracia e juros e às deficiências dos serviços públicos e das infraestruturas. Instabilidade macroeconômica, insegurança jurídica, problemas de coordenação entre esferas de governo e internas aos próprios governos, legislações que desestimulam a competição, elevada presença de oligopólios e monopólios em vários setores, cultura que desencoraja a meritocracia e limitada abertura da economia para o resto do mundo também contribuem para constranger a produtividade sistêmica.
Primeiro problema é gestão deficiente, falta de engajamento em desenvolvimento, pesquisa e inovação
A terceira explicação é a contínua transferência de recursos de setores de produtividade mais alta para setores de produtividade mais baixa. Enquanto a participação da indústria no PIB passou de 33,4% para 14,4% entre 1980 e 2011, a participação dos serviços passou de 45,2% para 67,1%. O problema é que a produtividade média na indústria é 36% maior que nos serviços. No comércio, hotéis e restaurantes, o maior segmento do setor de serviços em termos de emprego, o hiato de produtividade em relação à indústria passa de 500%. Muito além da realocação de emprego entre setores, a maioria dos novos empregos gerados na economia está concentrada em setores de baixa produtividade. De fato, no início da década de 2000, o setor de serviços respondia por 26,6% dos novos postos formais de trabalho criados no setor privado. Em 2012, aquela participação já havia passado de 74%.
A quarta explicação é a baixa produtividade média das micro e pequenas empresas. A produtividade dessas empresas é substancialmente menor que a de congêneres do mesmo ramo, mas que operam em escalas produtivas maiores. O problema é que nada menos que 99% do total de empresas formais são micro e pequenas e 76% delas estão no setor de serviços.
A quinta explicação está associada à pobreza e à desigualdade de renda. Evidências empíricas mostram que pobreza e má distribuição de renda explicam baixa produtividade por meio de diversos canais de transmissão, incluindo limitado acesso dos pobres a crédito, tecnologias, mercados, educação de qualidade e qualificação profissional, e limitada ou nenhuma participação das atividades econômicas da população pobre em cadeias produtivas e nas exportações. Evidências empíricas também mostram que a melhoria da distribuição de renda tende a ser acompanhada por mudanças na composição da demanda por consumo e pela maior probabilidade de obtenção de consensos em torno de agendas de políticas públicas mais sustentáveis, que são críticas para o aumento dos investimentos e da produtividade.
Por fim, a sexta explicação está associada às elevadíssimas discrepâncias de produtividade entre as empresas e entre setores de atividade. O problema é que a interdependência entre as empresas só faz crescer através de cadeias de produção, terceirização e aquisição de toda sorte de serviços e infraestruturas, de forma que o desempenho de um fornecedor ou componente de uma determinada cadeia produtiva impacta, direta ou indiretamente, o desempenho dos demais componentes daquela cadeia de produção. Por isso, a elevada discrepância de produtividade individual não é neutra do ponto de vista coletivo. Empresas mais dependentes de cadeias produtivas, como é o caso daquelas da indústria manufatureira em geral, estão mais expostas às produtividades de terceiros que empresas da área de mineração, por exemplo, o que ajuda a explicar as diferenças de remuneração do capital e de competitividade entre os setores.
Como as causas da baixa produtividade do Brasil são variadas e complexas e as soluções requerem a participação de todos, para se avançar será necessária a construção de uma agenda concreta de ações, além de muita coordenação entre os envolvidos para implementá-la com sucesso. Na medida que o avanço da produtividade pode proporcionar enormes benefícios em termos de crescimento econômico sustentado, competitividade internacional e geração de bons empregos e renda, parece-nos razoável sugerir que essa agenda deveria ser elevada à condição de prioridade nacional.