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23 maio 2019

Mudança contra a Corrupção na América Latina

Ao descrever a atuação da Odebrecht na América Latina (Brasil, Peru e México), um texto do Washington Post destaca três boas notícias

1. Agências que lutam contra a corrupção apareceram. A novidade não é a corrupção, que sempre foi elevada. É a não impunidade. Segundo o texto, “o motivo pelo qual sabemos muito sobre o escândalo da Odebrecht é que as agências governamentais de combate à corrupção ganharam novos recursos, autonomia e capacidade nos últimos anos”. No Brasil, há um aumenbto na ‘rede de prestação de contas´, que inclui a própria Polícia Federal. Estas agências não eliminaram a corrupção, mas quebraram a impunidade.

2. Mobilização dos cidadãos contra a corrupção. Isto inclui as agências não governamentais, que possuem autonomia. E criaram espaços institucionais para que as pessoas possam supervisionar as políticas públicas e verificar abusos.

28 fevereiro 2015

O que vem pela frente para as economias da América Latina?

O que vem pela frente para as economias da América Latina?Ilan GoldfajnItau Macroeconomia


Seis anos se passaram desde a última crise financeira global. O pior ficou para trás, mas a normalidade ainda não foi restaurada. Os EUA tem conseguido sustentar taxas robustas de crescimento e criar empregos, mas a expansão de salários e a inflação ainda estão baixas e dúvidas em relação a uma estagnação secular persistem. A Zona do Euro evitou um colapso, mas está apresentando dificuldades para sustentar níveis moderados de crescimento. O Japão renovou esforços para combater a deflação, com resultados mistos até agora. O juro básico segue próximo de zero nos EUA. A expansão monetária ainda está sendo implementada na Europa e no Japão.

A China se recuperou rapidamente da crise financeira global, com forte estímulo do governo, em sua maioria medidas parafiscais. Mas as políticas de estímulo criaram distorções: as taxas de investimento, já acima do desejado, aumentaram ainda mais. A capacidade ociosa se acumulou em diversos setores. Hoje a China cresce bem menos e a desaceleração é estrutural, na medida em que as autoridades buscam reequilibrar o crescimento: menos investimento, mais consumo e, talvez, menos danos ao meio ambiente. Em suma, crescimento econômico menor, porém mais equilibrado.

O banco central americano está removendo gradualmente o estímulo monetário implementado durante a crise. À medida em que os juros sobem nos EUA, os títulos de mercados emergentes ficam menos atraentes. A liquidez vai ficar mais cara e os países latino-americanos enfrentarão condições financeiras externas mais apertadas.

Um novo quadro global desponta no horizonte: os EUA estão prestes a iniciar um ciclo de aperto monetário e o crescimento chinês continuará se desacelerando. O que isso significa para a América Latina? Em alguns aspectos, isso significa um ambiente mais desafiador e arriscado para o crescimento adiante.

Os fundamentos vão distinguir os países

O investimento na região é parcialmente financiado pela poupança externa, como mostram os déficits em conta corrente moderados, porém generalizados. Até agora, investidores em busca de rendimentos mais elevados têm estado dispostos a financiar economias emergentes, mas na medida em que os retornos dos títulos americanos subam, isso pode mudar. A disponibilidade de poupança externa vai diminuir. Para manter os níveis atuais de investimento, a poupança interna precisará aumentar.


Os preços das commodities deixarão de jogar a favor dos investimentos nos países latino-americanos. Na última década, os termos de troca na América Latina melhoraram à medida que a urbanização na China impulsionou a demanda por commodities. Termos de troca mais robustos ajudaram a impulsionar o investimento nesta região de baixa poupança. Com o arrefecimento dos investimentos na China, os preços das commodities serão mais baixos do que no passado. A região enfrentará termos de troca menos benignos adiante.


Assim, as condições globais para o investimento serão mais difíceis. Para continuar crescendo, as economias latino-americanas precisarão ganhar produtividade. Chile, Colômbia e Peru se destacam devido ao bom ambiente institucional, à abertura ao comércio internacional e reformas. O processo de reformas e a recuperação dos EUA podem elevar as taxas de crescimento no México. Já a Argentina precisará corrigir políticas micro e macroeconômicas para alcançar taxas de crescimento maiores e controlar a inflação.


No Brasil, há desafios pela frente. A inflação está próxima do teto da meta e os déficits fiscais em termos nominais estão elevados. Além dos desequilíbrios macroeconômicos, persistem os problemas estruturais, como falta de infraestrutura adequada e excesso de burocracia. Restaurar a confiança e implantar reformas é necessário para o País voltar a crescer a taxas altas.


Ambiente mais arriscado para a América Latina

A princípio, a normalização da política monetária nas economias desenvolvidas será suave. Porém, na prática, problemas podem ocorrer — e geralmente são imprevisíveis. A história ensina que longos períodos de política monetária frouxa são frequentemente seguidos por volatilidade financeira e econômica.

Algumas commodities essenciais sofreram recentemente acentuadas quedas de preços, como petróleo, minério de ferro e soja. Os preços mais baixos e voláteis das commodities são uma tendência? Ainda é cedo para tirar conclusões, mas esta certamente é uma possibilidade. A oferta reagiu, com grande defasagem, aos preços elevados praticados nos últimos anos. E agora a China cresce mais lentamente do que no passado.

Independentemente dos fundamentos ou das políticas macroeconômicas domésticas, existe uma tendência comum entre os exportadores de commodities da região: a regra é a desaceleração do crescimento. Isso se aplica à Argentina, Brasil, Chile, Peru e Venezuela. Evidentemente, os fundamentos fazem a diferença: Chile, Colômbia e Peru crescem mais rapidamente do que os outros países. A Argentina enfrenta uma recessão dura e o Brasil está no meio do caminho. O México pertence a outra categoria, por não ser um exportador de commodities e sim um exportador de manufaturados para os EUA.


O ambiente global tornou-se mais arriscado. Os países latino-americanos estão preparados para repentinas fugas de capital? E para preços de commodities mais baixos e possivelmente mais voláteis? A resposta a ambas as perguntas é: mais preparados agora do que no passado. Por quê?

Diversos países da região aproveitaram os anos de ambiente global favorável para aprimorar os fundamentos domésticos. As posições externas ficaram bem mais resistentes. A dívida pública foi reduzida e sua composição se tornou bem mais saudável. Regimes de metas de inflação foram implantados com sucesso, permitindo que as taxas de câmbio absorvam choques vindos de fora. A melhora dos fundamentos macroeconômicos criou espaço para enfrentamento do ambiente externo mais difícil com políticas anticíclicas. Chile, Colômbia, México e Peru se encaixam nessa categoria.

A dívida de curto prazo hoje representa uma parcela pequena das obrigações externas. A maior parte das obrigações é denominada em moeda local, uma vez que investimentos diretos e em carteira representam a maioria dos influxos estrangeiros nos países da América Latina. Além disso, os bancos centrais acumularam reservas internacionais durante o período de bonança, de forma que muitos governos agora são credores líquidos em dólar. As taxas de câmbio retomaram seu papel de garantir o equilíbrio do balanço de pagamentos.


A dívida pública como percentual do PIB recuou significativamente e seu perfil também melhorou: os prazos da dívida se alongaram e a parcela de dívidas denominadas em dólares diminuiu substancialmente. Em alguns países, houve progresso no arcabouço de política fiscal. Os governos começaram a implantar regras fiscais anticíclicas em vez de buscar um nível específico de saldo orçamentário.


Os anos de liquidez global também permitiram aumento da taxa de investimento naqueles países que usaram as condições positivas a seu favor. Nesse contexto, destacam-se Colômbia e Peru, que aumentaram de forma significativa suas taxas de investimento, para níveis maiores do que os observados em seus pares. Ao mesmo tempo, os níveis de investimento na Argentina aumentaram, mas continuam relativamente baixos, enquanto no Brasil a taxa de investimento permaneceu praticamente estável.


A política monetária ganhou mais credibilidade. Os bancos centrais evoluíram de regimes de câmbio fixo para regimes de metas de inflação. As expectativas de inflação são ancoradas na meta de inflação e não na taxa de câmbio. Assim, o repasse da variação cambial à inflação diminuiu bastante. Esses ganhos de credibilidade permitem o uso de política monetária anticíclica.


No entanto, alguns países da região estão em posição pior. Nos anos de bonança, as políticas fiscais e monetárias foram extremamente expansivas e, juntamente com regimes de câmbio fixo, levaram a grandes desequilíbrios internos e externos. Argentina e Venezuela estão nessa categoria.



Ilan Goldfajn
Felipe Salles

Pesquisa macroeconômica - Itaú
Ilan Goldfajn - Economista-Chefe

20 fevereiro 2015

A desigualdade na América Latina tem origens coloniais? Não!

Latin American Inequality: Colonial Origins, Commodity Booms, or a Missed 20th CenturyLeveling?
Jeffrey G. Williamson
NBER Working Paper No. 20915
January 2015
JEL No. D3,N16,N36,O15

ABSTRACT

Most analysts of the modern Latin American economy have held the pessimistic belief in historical
persistence -- they believe that Latin America has always had very high levels of inequality, and that
it’s the Iberian colonists’ fault. Thus, modern analysts see today a more unequal Latin America compared
with Asia and most rich post-industrial nations and assume that this must always have been true. Indeed,
some have argued that high inequality appeared very early in the post-conquest Americas, and that
this fact supported rent-seeking and anti-growth institutions which help explain the disappointing growth
performance we observe there even today. The recent leveling of inequality in the region since the
1990s seems to have done little to erode that pessimism. It is important, therefore, to stress that this
alleged persistence is based on an historical literature which has made little or no effort to be comparative,
and it matters. Compared with the rest of the world, inequality was not high in the century following
1492, and it was not even high in the post-independence decades just prior Latin America’s belle époque
and start with industrialization. It only became high during the commodity boom 1870-1913, by the
end of which it had joined the rich country unequal club that included the US and the UK. Latin America
only became relatively high between 1913 and the 1970s when it missed the Great Egalitarian Leveling
which took place almost everywhere else. That Latin American inequality has its roots in its colonial
past is a myth.


Jeffrey G. Williamson
350 South Hamilton Street #1002
Madison, WI 53703
and Harvard University and CEPR
and also NBER
jwilliam@fas.harvard.edu

15 janeiro 2015

Professores-superestrelas

Para a América Latina, 2014 não foi um ano tão positivo quanto imaginávamos. Cultivávamos a expectativa de que um país latino-americano ganhasse a Copa do Mundo, trazendo novamente o troféu para as Américas. E falando sobre tema mais sério, também tínhamos a esperança de que o crescimento econômico da região mantivesse um ritmo constante, embora mais lento. No entanto, de acordo com os mais recentes prognósticos, a região poderá crescer apenas 1% este ano. Levando em conta o aumento populacional, isso significa que a renda média per capita dos latino-americanos não progrediu nos últimos 12 meses.

O crescimento não chegará com facilidade. Uma expansão promovida por matérias-primas, como a que a América Latina apresentou na última década, dificilmente se repetirá, considerando a menor demanda mundial por seus produtos, em particular da China. E como se isso não bastasse, o custo para financiar o desenvolvimento vai provavelmente aumentar nos próximos anos, à medida que a política monetária dos Estados Unidos muda a sua orientação. As históricas conquistas sociais obtidas pela região nos últimos dez anos correm perigo. A América Latina terá que depender de seus próprios recursos se quiser retornar ao caminho do crescimento com a equidade que possibilitou esses avanços.
 
Este desafio impõe uma pressão significativa sobre os cofres públicos. Portanto, será atribuída uma grande importância às políticas que tenham condições de impulsionar o crescimento mantendo o foco sobre os pobres. Além disso, quando se trata de investimentos públicos que atendam a ambos os objetivos, muito poucos entre eles têm o alcance da Educação. Por um lado, um país que conta com um melhor capital humano pode se tornar mais produtivo e crescer mais rápido. Por outro, uma população mais qualificada será capaz de encontrar melhores oportunidades de vida e romper com o ciclo da pobreza, que muitas vezes se perpetua ao longo de várias gerações.

Em uma região onde o acesso à Educação até o nível médio é quase universal, o principal desafio reside na qualidade. Para elevá-la, é fundamental o que acontece na sala de aula ou, mais especificamente, as habilidades dos profissionais de Ensino.

Contudo, todas as semanas os Alunos das Escolas públicas da América Latina e do Caribe perdem o equivalente a um dia completo de aula por causa do absenteísmo, da baixa qualificação e do nível salarial dos Docentes, assim como em decorrência da escassa liderança Escolar. Esta é uma das conclusões mais importantes do inovador relatório do Banco Mundial, "Grandes Docentes: como melhorar a aprendizagem dos Alunos na América Latina e no Caribe".

Outra das conclusões desse estudo que chama a atenção é que os indivíduos que ingressam na carreira Docente na América Latina possuem em média um nível acadêmico inferior ao do conjunto de Alunos que cursam o Ensino superior. Em Cingapura e na Finlândia, os Professores são provenientes do terço mais elevado entre os estudantes. E isto me leva aos Professores-superestrelas.

A América Latina é conhecida por suas grandes superestrelas de nível internacional, sejam elas escritores, ídolos do futebol ou artistas. Shakira, por exemplo, é admirada por sua música e talento, e também por seus anos de dedicação a melhorar as vidas das crianças pobres da América Latina. Não há dúvida de que a cantora e compositora colombiana merece toda a atenção e os elogios que recebe, mas a região poderia beneficiar-se de possuir Docentes que contassem com a metade da admiração das estrelas da música.
Isto é mais fácil de dizer do que de fazer, dirão muitos. Porém, não é impossível. Requer, sobretudo, uma enorme dose de vontade política.

Na década de 70, por exemplo, a Finlândia elevou o nível exigido para a contratação de Docentes. Esta foi a pedra fundamental de sua estratégia da reforma educativa. A Finlândia tinha um mercado de trabalho na área da Educação muito semelhante ao da América Latina, com muitas instituições de capacitação de Docentes de qualidade variável, que formavam um contingente excessivo de graduados. Ao longo de várias décadas, o país conseguiu que um número muito menor de instituições de alta qualidade produzissem a quantidade necessária de Professores talentosos que encontram trabalho e desfrutam de um elevado prestígio social, assim como de salários competitivos.

Existe um consenso cada vez maior de que o caminho para o crescimento no longo prazo das economias latino-americanas deve ser forjado com base na produtividade. Isto significa, principalmente, investir nas indústrias mais intensivas em conhecimento, que possam inserir a região de maneira mais competitiva nas cadeias de valor globais para gerar um maior crescimento, apoiando-se nas novas tecnologias e em melhores práticas administrativas.

Esta transformação exigirá uma força de trabalho capacitada e a qualidade da Educação deve melhorar rápido. Para evitar o risco de uma ampliação da disparidade de renda durante o processo em que nos tornamos mais produtivos, a qualidade da Educação não pode se limitar a alguns poucos afortunados.
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*Jorge Familiar Calderón é vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe. - See more at: http://blog.andi.org.br/professores-e-as-superestrelas#sthash.2UsDmKJK.dpuf

23 janeiro 2014

As duas Américas Latinas

As duas Américas Latinas
Editorial O Estado de S.Paulo, 17/01/2014


A Aliança do Pacífico, bloco comercial formado por México, Colômbia, Peru e Chile, deverá ter neste ano um crescimento médio de 4,25%, com inflação baixa e forte investimento estrangeiro, conforme estimativa do Morgan Stanley. A mesma instituição financeira calcula que Brasil, Argentina e Venezuela, as três principais economias do Mercosul, terão expansão média de apenas 2,5% - e o Brasil crescerá modesto 1,9%. Tal perspectiva evidencia o crescente contraste entre a América Latina que optou pelo livre-comércio e a América Latina estatizante, protecionista e intervencionista.

Conforme notou The Wall Street Journal, essas diferenças permitem acompanhar, no mesmo continente e sob condições relativamente semelhantes, uma espécie de certame sobre qual modelo de desenvolvimento é o mais adequado, algo como um "experimento econômico controlado".
Ao longo da última década, parecia que o grupo dos brasileiros, argentinos e venezuelanos levaria a melhor, sob o impulso da alta dos preços das commodities e das boas condições macroeconômicas para conceder estímulos fiscais. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a sugerir, em 2009, no auge da crise internacional, que "os países avançados deveriam caminhar para o novo modelo colocado pelos países emergentes". Em 2010, a economia brasileira não só conseguiu evitar a contaminação pela crise, como cresceu 7,5%, enquanto o mundo desenvolvido patinava.

Em pouco tempo, a fantasia desse triunfo se esfumou. Confiou-se excessivamente no crescimento chinês como motor da expansão das economias latino-americanas exportadoras de petróleo, minérios e soja, sem levar em conta a possibilidade de desaceleração da China e a consequente queda nos preços dessas commodities. O "modelo de sucesso" emergente inebriou incautos e adiou reformas necessárias que tornariam a economia menos dependente dos humores chineses.

Enquanto isso, países latino-americanos menos afeitos ao populismo optaram pelo livre mercado, aproximando-se dos Estados Unidos depois que a ideia da Área de Livre-Comércio das Américas (Alca) foi torpedeada, em 2005, pela aliança entre o petismo e o kirchnerismo - que queria fazer da hostilidade aos americanos o eixo da política comercial da região. Nos anos seguintes, a Aliança do Pacífico usufruiu da vantagem de ter acesso preferencial ao mercado americano. Já o Brasil enfrentou - e ainda enfrenta, sem se queixar - o inflexível protecionismo argentino, que distorce as relações comerciais no Mercosul.

Assim, enquanto Brasil, Argentina e Venezuela se atavam a compromissos ideológicos, o bloco do Pacífico se preparava para os novos tempos. O Chile, cuja dependência do comércio de cobre é conhecida, está se esforçando para diversificar as exportações. No caso do México, as vendas externas de manufaturados hoje representam 25% do total, enquanto no Brasil essa fatia ainda é de 4%.

É a comparação com a Argentina e a Venezuela, contudo, que torna as diferenças mais claras. Os venezuelanos, donos de uma das maiores reservas de petróleo do mundo, enfrentam escassez crônica e inflação na casa dos 50% ao ano, como resultado dos delírios do "socialismo do século 21".
A Argentina, por sua vez, viu sua moeda perder 32% do valor em relação ao dólar no mercado oficial em 2013. A inflação, maquiada pelo governo, ronda os 30% anuais, mesmo com o controle de preços praticamente generalizado. O país convive com apagões diários, graças à falta de investimentos das empresas de energia, prejudicadas pelo represamento das tarifas.


Para o Journal, a atual conjuntura sugere que o Brasil está se tornando uma Argentina, a Argentina está virando uma Venezuela, e a Venezuela já é quase um Zimbábue. Pode ser um exagero, mas a comparação com a Aliança do Pacífico é, de fato, constrangedora. Como disse o ex-ministro da Fazenda peruano Pedro Pablo Kuczynski, "no fim das contas, os resultados dos dois diferentes blocos vão resolver o debate" sobre qual é o melhor modelo, "mas as más ideias levam muito tempo para morrer".

06 dezembro 2013

América Latina e a dependência dos commodities

O gráfico a seguir mostra o comportamento do preço dos commodities e o volume de exportação da América Latina. A "marolinha" provocou uma derrubada nos preços entre 2008 e 2009, que teve reflexos na exportação. Mas entre 2010 e 2012, um novo ciclo de aumento nos preços, com reflexos nas exportações. Mas parece que o futuro não é muito promissor. 

O gráfico a seguir mostra o comportamento das exportações de diversos países, inclusive o Brasil. Todos eles estão caminhando dentro de um mesmo padrão. 

27 junho 2013

Brazil Tops the 2013 QS World University Rankings: Latin America

Brazil has retained its position as Latin America’s leading center of higher education in the latest QS rankings for the region.

With two of the top three universities in the ranking and 11 of the top 30, Brazil‘s domination is even more complete than last year. The size of the country’s higher education system, together with strong recent investment, leaves it well ahead of its rivals.

Universidade de São Paulo (USP) remains narrowly ahead of Chile’s Pontificia Universidad Católica at the head of the ranking, with Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) in third place. USP topped the employers’ poll and was the most visible university on the web, as well as performing strongly on the other indicators. It moved up 30 places in the 2012 QS World University Rankings, breaking into the top 150 for the first time.

At a forum on international mobility held in February, Leandro Tessler, an associate professor and adviser to the president of Unicamp, said that poor English and resistance to English-taught programs represented the biggest obstacle to the competitiveness of Latin American universities. He saw intra-regional mobility and the establishment of joint and dual degree programs between Brazilian and European universities as more positive trends.

Brazil’s higher education landscape
Brazil has 28 of the top 100 universities in Latin America and no fewer than 77 feature in the top 300 places. Most have either improved or held their position since last year.

At the top of the table, the most progress has been made by Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", which has moved up three places to enter the top 10. Further down, Universidade Federal de Goiás has leapt almost 30 places to appear in the top 100 for the first time.

The Brazilian government is investing heavily in the country’s students and researchers, both at its own institutions and elsewhere in the world. Its flagship program, Science Without Borders, promises to send up to 100,000 undergraduates and postgraduates overseas by 2014. Host countries include France, the United Kingdom and the United States.

Within Brazil, there are now more than 6.5 million higher education students, about 1 million of them in federal institutions and 620,000 in state institutions. Nearly three-quarters of all Brazilian students, some 5 million in all, are enrolled in private institutions, most of them for-profit.

The government has also focused on widening participation in higher education, which remains free for students of any nationality. In August 2012 the Brazilian President, Dilma Rousseff, signed a bill requiring all federal universities to reserve half of the places in each degree program for students from public schools, giving preference to those from poor families and from black and other ethnic groups.

Tracking progress at Brazilian universities

The latest salary research by the Organisation for Economic Cooperation and Development showed that the earnings premium enjoyed by graduates over non-graduates in Brazil to be the highest in the world. The gap had continued to widen between 2009 and 2010.

However, Brazil still ranked only 41st out of leading 50 countries for the strength of its higher education system in an analysis produced for the Universitas 21 network. The controversial ranking aggregates data on higher education spending with a range of other measures including the proportions of female staff and students, the “policy and regulatory environment”, digital connectivity and research output.

The Brazilian Ministry of Education conducts one of the world’s biggest quality assurance exercises to benchmark standards. The latest General Courses Index (IGC) covered 8,665 courses at 1,387 of the country’s universities and colleges, finding overall improvement without considering that performance had yet reached a satisfactory level.

The exercise covered only a small part of Brazilian higher education, concentrating on courses in science, education and some areas of technology. The IGC process will reach all subject areas on a three-year cycle, although it does not cover private institutions. When scores for all courses are combined, Unicamp appears top in the IGC reckoning.

Research quality and quantity has also been improving in Brazil. The Thomson Reuters report, "Building Bricks: Exploring the Global Research and Innovation Impact of Brazil, Russia, India, China and South Korea", found that Brazilian research output is highest in the life sciences, while its top research strengths, measured by citation impact, are in physics, mathematics and engineering.

Leia mais aqui (em inglês)



Ainda: Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (11); Universidade Federal do Rio Grande do Sul (14); Unifesp (17); PUC Rio de Janeiro (18); Universidade de Brasília (21); PUC São Paulo (28); Universidade Federal de São Carlos (29); UERJ (35); UFPR (37); PUC Rio Grande do Sul (41); Universidade Federal do Pernambuco (43); Universidade Federal Fluminense (47); Universidade Federal de Santa Catarina (49).

27 janeiro 2013

FEM: Crescimento Econômico - África e América Latina


O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, afirmou estar muito satisfeito com o crescimento econômico apresentado pelos países da África e da América Latina nos últimos cinco anos.

Em um discurso no Fórum Econômico Mundial, realizado na cidade suíça de Davos, Yong Kim previu que a África crescerá no próximo ano por volta de 5,5%. Segundo Yong Kim, a África investiu em 2000 16% do produto interno bruto (PIB) em investimentos e infraestrutura, percentagem que subiu para 22% em 2012. "Trabalhamos com estes países e fizeram muitas coisas bem: consolidação fiscal, investimento em saúde, educação e proteção social", disse o presidente do Banco Mundial.

Yong Kim considerou que as economias emergentes mostraram uma grande resistência nos últimos cinco anos e fizeram a maior contribuição ao crescimento econômico global.

O presidente do Banco Mundial também lembrou as elevadas taxas de desemprego entre os jovens, que são inclusive maiores entres as pessoas com educação universitária. Por outro lado, o presidente assinalou que é uma responsabilidade de todos os países conseguir um crescimento econômico que leve em conta a mudança climática.


Fonte: Aqui

16 novembro 2012

Quem é classe média?


[...]As it happens, Mr Pinheiro’s finely-tuned sense of social class fits neatly with the definitions deployed by the World Bank in a ground-breaking new study. Having crunched the numbers from household surveys across the region, it reckons that Latin America’s middle class expanded by 50%, from 103m to 152m, between 2003 and 2009. That represents extraordinarily rapid social progress. But it means that only 30% of the region’s population is middle class (see chart). A larger group has left poverty, but only just, as have many of those in Brasília Teimosa.
What it means to be middle class is a matter of definition and debate. Sociologists and political scientists define the middle class according to education, occupational status and ownership of assets. Economists, by contrast, tend to see income as determining class.
The bank’s economists nod in the direction of sociology by defining the middle class in terms of economic security. They reckon that for a Latin American household to have no more than a 10% chance of falling back into poverty over a five-year period requires an income of at least $10 per person per day (at purchasing-power parity exchange rates). They define those with an income of over $50 per day—just 2% of Latin Americans—as rich. The bank calls those with a daily income of between $4 and $10, “the vulnerable” or the “lower-middle class”. They make up the largest group. The proportion of Latin Americans living in poverty—defined as a daily income of less than $4—has fallen from 41.4% in 2000 to 28% in 2010.



This social progress is the result of a rare combination of faster economic growth, low unemployment and falling income-inequality. Income per person in Latin America grew at an annual average rate of 2.2% between 2000 and 2010, a step up from the previous two decades. And income inequality fell in the same period in 12 of the 15 countries for which data are available (though Latin America continues to rival southern Africa as the world’s most unequal region). Re-distribution, through conditional cash-transfer schemes and other social programmes, has helped to reduce poverty. But most of the expansion in the middle class has come from faster growth.


In all, the bank reckons that two in five Latin Americans were upwardly mobile between 1995 and 2010, though few made the leap directly from poverty to the middle class. Those who moved up tended to have more years of schooling. But the bank cautions that Latin America remains a land of unequal opportunity: children whose parents had few years of schooling tend similarly to be less educated than their middle-class peers.
One ray of hope is that over the past 15 years, the average number of years of school attendance among young Latin Americans has increased sharply, reducing the educational gap generated by social class. But the difference in the quality of the schools attended by the rich and the poor is bigger in Latin America than anywhere else. Higher education is expanding, too, and tends to be a passport to the middle class. But its cost—not least in job income foregone—deters poorer students, making student loans vital.
Fonte: Class in Latin America: The Expanding Middle - The Economist

04 julho 2012

Despreparo Comercial

Editorial, O Estado de S.Paulo, 27 de maio de 2012

Um levantamento do Fórum Econômico Mundial situa o Brasil em 84.º lugar em uma lista de 132 países classificados de acordo com sua capacitação comercial. Houve um avanço de três posições em relação à pesquisa anterior, de 2010, realizada com 125 países. Mas a melhora é quase insignificante, quando se considera a distância entre o Brasil e dezenas de competidores desenvolvidos e em desenvolvimento.

Vários dos principais obstáculos à competitividade das empresas brasileiras nem são mencionados no estudo. Há referencias a tarifas, por exemplo, mas não aparece, na pesquisa, uma comparação direta entre o sistema tributário brasileiro, complexo, pesado e incompatível com as necessidades de integração nos mercados globais, e os de outros países participantes do comércio internacional. Se esse e outros componentes importantes do custo Brasil fossem considerados, a classificação brasileira provavelmente seria ainda pior.

O relatório pode surpreender por causa da classificação nem sempre boa de algumas das maiores potencias econômicas e comerciais. Não há, no entanto, relação necessária entre a capacitação para o comércio e o tamanho da economia. Os Estados Unidos, maior potência do mundo, ocupam o 23.º posto.

Cingapura, Hong Kong, Dinamarca, Suécia e Nova Zelândia surgem nos cinco primeiros lugares. O Canadá só aparece em 9.º e o Reino Unido, em 11.º. Em 13.º está outra grande potência, a Alemanha, seguida imediatamente pelo pequeno Chile, em excelente posição no quadro geral. O latino-americano seguinte é o Uruguai, 40.º colocado. O preparo para o comércio é determinado por atributos independentes do tamanho, como a qualidade da política econômica, a burocracia, o ambiente regulatório e a infraestrutura.

A classificação do Chile, em 14.º lugar, à frente de várias das maiores e mais desenvolvidas economias e muito longe da maior parte dos latino-americanos, ressalta a importância de um governo leve, pouco intervencionista, comprometido com a integração internacional e bastante eficiente para manter um importante fundo soberano, conhecido por seus investimentos em vários países da região. A posição da Argentina, em 96.º lugar, ressalta o peso do intervencionismo e de uma burocracia montada para emperrar o comércio tanto à custa dos parceiros, como o Brasil, quanto dos empresários nacionais, protegidos por barreiras, mas com enormes dificuldades de acesso aos mercados externos.

O Brasil vai mal na maior parte dos requisitos considerados na pesquisa. A classificação geral de 84.º lugar é dada pela média das classificações de vários atributos. Quando se trata de disponibilidade e uso de tecnologias de informação e comunicação, por exemplo, a economia brasileira aparece em 53.º lugar. Um dos componentes desse item é o uso da internet para atividades de negócios e nesse aspecto a posição é a de número 28. Mas a situação é desastrosa, quando se trata de várias condições dependentes de forma direta da intervenção governamental.

O País aparece em 104.º lugar no item "acesso aos mercados interno e externo", porque as tarifas são muito altas pelos padrões internacionais (114.º posto). As barreiras já eram muito altas e algumas ainda foram elevadas no ano passado. O cenário também é muito ruim quando se examinam a eficiência da administração aduaneira (99.º lugar) e os procedimentos de importação e exportação (101.º posto).

Em outros estudos comparativos, elaborados com objetivos mais amplos, o Brasil também aparece em classificação muito ruim, principalmente por causa da qualidade da administração pública. O setor empresarial privado normalmente recebe uma avaliação bem mais favorável do que o governamental. Pode haver deficiências nas empresas, mas o poder de competição da indústria e da agropecuária é geralmente razoável - e em alguns casos muito bom - quando se consideram as atividades apenas no interior das unidades produtivas. Esse contraste aparece apenas parcialmente nesse estudo sobre capacitação nacional para o comércio, mas, ainda assim, é bastante sensível.

Acesse o relatório do World Economic Forum na íntegra

01 maio 2012

Celso Furtado, Crescimento Econômico e Inflação


Mauro Boianovsky, professor do Departamento de Economia, analisou a participação do economista Celso Furtado em debates sobre a relação entre crescimento econômico e inflação nas décadas de 1950 e 1960. O artigo Furtado and the structuralist-monetarist debate on economic stabilization in Latin America é o primeiro estudo que analisa com profundidade a contribuição do economista nessas discussões, como ela se situou entre outros posicionamentos teóricos sobre o tema na América Latina e sua relação com a política econômica da época.

O trabalho foi vencedor do prêmio Haralambos Simeonidis 2011 da Associação Nacional de Cursos de Pós-Graduação em Economia (ANPEC), na categoria artigos, o mais importante em economia do Brasil. Também foi aceito na revista internacional History of Political Economy, com publicação prevista para junho de 2012. O texto concentra-se no período entre 1952 e 1963 e também analisa a obra de outros economistas latino-americanos como Eugênio Gudin, Roberto de Oliveira Campos, Raul Prebisch, Juan Noyola e Osvaldo Sunkel. Mauro baseou-se em livros e artigos escritos na época, correspondências, materiais de arquivo e o Plano Trienal elaborado por Furtado quando ele era ministro do Planejamento no governo João Goulart, entre 1962 e 1963.

No período estudado os teóricos se dividiam entre dois posicionamentos: os estruturalistas, que defendiam que a inflação era parte natural do processo de crescimento econômico, e os monetaristas, para os quais não havia relação necessária entre os dois fenômenos. "Celso Furtado se incluía no primeiro grupo e acreditava que o controle da inflação dependia de mudanças estruturais na economia", explica Mauro Boianovsky. Entre as mudanças propostas pelo economista estava o investimento do país na industrialização por substituição das importações. Era uma forma de mudar a composição da oferta agregada, total de bens produzidos no país, colocando mais produtos domésticos no mercado no lugar de produtos estrangeiros.

MONETARISMO
- Do outro lado estava o Fundo Monetário Internacional (FMI) que, partindo de um posicionamento monetarista, defendia a diminuição da demanda agregada, que é o total de gastos da economia. Para eles, o caminho para que isso fosse concretizado era a diminuição dos gastos do governo e uma política monetária contracionista. Segundo o professor, os estruturalistas como Furtado temiam que uma política como essa freasse o crescimento. Em vez disso, eles defendiam uma política gradualista, em que os gastos de governo seriam reduzidos, sim, mas de forma gradual, sem causar um choque na economia.

"Essa concepção gradualista estava presente no Plano Trienal elaborado por Furtado enquanto foi ministro", esclarece o professor. Segundo ele, ao final do período estudado o posicionamento tornou-se consenso entre os economistas latino-americanos que refletiam sobre o assunto. Contudo, a proposta do então ministro não vingou. Por causa da falta de condições políticas de implementar o plano ele abandonou o cargo e retornou à direção da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).
Celso Furtado é o mais célebre e reconhecido economista brasileiro do século XX. Como intelectual ficou famoso por suas teses a respeito de desenvolvimento e subdesenvolvimento contrárias às doutrinas econômicas dominantes e favoráveis à intervenção na economia em prol do desenvolvimento e redução das desigualdades. Morreu em 2004, com 84 anos, mas continua a ser um dos teóricos mais estudados na economia até hoje.

06 janeiro 2012

Pobreza e Progresso

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), estima que 31,4% da população da região vivia abaixo da linha de pobreza ,em 2010. Isso mantém uma queda constante de um pico de 48,4%, em 1990. Desde 1999, a maioria dos países têm feito progressos no sentido de reduzir a pobreza. Duas coisas estão por trás desse avança. O principal fator é o forte desempenho econômico da região: o PIB da América Latina cresceu 5,9% em 2010. Assim como, uma melhor orientação das políticas sociais , principalmente de transferência de renda para os mais pobres.

No entanto, manter este progresso vai ser difícil. A pobreza extrema está em torno de 13%. (Vários governos, incluindo o Brasil e da Colômbia, revelaram iniciativas que visam os mais pobres.) Além disso, com a queda da pobreza e desigualdade será necessário maiores esforços para aumentar a produtividade, melhorar a educação e diminuir a economia informal.

13 julho 2011

Custo anual de vida

A lista abaixo mostra as cidades com os maiores custos de vida do mundo para estrangeiros.A capital da Angola, Luanda, tem o maior custo de vida anual, enquanto que,o centro financeiro do Paquistão,Karachi, é a mais barata para estrangeiros.O destaque vai para São Paulo(10º lugar), Brasília(12º)e Rio(33º).O resultado das cidades brasileiras reflete o câmbio valorizado e a inflação.Na hora de viajar é bom dar uma olhada nesta lista:


Fonte:Worldwide Cost of Living survey 2011

08 julho 2011

Brasil é o novo líder do GLASS

A partir de agora, o Brasil, por meio do Conselho Federal de Contabilidade, lidera o grupo de emissores de normas contábeis de países latino-americanos e Caribe. A eleição ocorreu no dia 28 de junho de 2011, em Buenos Aires, Argentina. O contador Juarez Domingues Carneiro foi eleito, por unanimidade, presidente do grupo. "Este dia é histórico. Foi, sem dúvida, um grande passo dado pela contabilidade brasileira. Enfim, teremos voz perante os outros países", afirma.

Além do Brasil, integram o grupo Argentina (vice-presidente Jorge Paganetti), Venezuela (Rafael Rodrigues Ramos), México (Felipe Pérez Cervantes), Uruguai (Jorge Bergalli) e Chile (Mario Munoz ). Ainda, segundo Juarez "O Brasil conquistou o reconhecimento dos normatizadores da América do Sul e do Caribe. Como presidente do grupo, representando o Brasil, sinto-me orgulhoso desta conquista em levar a voz da contabilidade latina para o Iasb".

O Grupo Latino-Americano de Normatizadores Contábeis - GLASS (sigla em inglês para Group of Latin-American Accounting Standard Setters) tem como objetivo trabalhar em parceria com o Iasb em aspectos técnicos, respeitando a soberania nacional de cada país membro; promover a adoção da convergência das normas internacionais emitidas pelo Iasb; cooperar com governos, reguladores e outras organizações regionais, nacionais e internacionais que contribuam para a melhor qualidade financeira dos estados e colaborar com a difusão das normas emitidas pelo Iasb.

O propósito de criar um grupo na América-Latina que liderasse os profissionais de contabilidade junto ao Iasb surgiu no final de 2008, por intermédio do presidente do Iasb, David Tweedie, que visitou o Brasil para tratar, dentre outros assuntos, desse possível grupo. David ficou impressionado com o trabalho realizado pelos contabilistas brasileiros.

"A América do Sul tem um grande potencial e pode contribuir efetivamente com o trabalho que vem sendo realizado pelo IFAC", disse à época. Na tarde desta terça-feira, o grupo de normas, já constituído, informou ao presidente do Iasb sobre o dia histórico. "Tenho certeza de que os países vizinhos também criarão blocos de trabalho para que possamos, além de contribuirmos para o desenvolvimento econômico, tornar a contabilidade única".


Fonte: CFC via Informação Contábil

11 maio 2009

Convergência na América Latina

Hacia una convergencia en los mercados de América latina
Fernando Baer y María Luisa Streb, economistas del CEF
El Cronista Comercial - 11/5/2009 - 016

Muchos países latinoamericanos siguieron un proceso de apertura y modernización de sus servicios financieros semejante al de los países desarrollados; adoptando estándares internacionales en materia de regulación y supervisión, y removiendo restricciones a la operatoria de intermediarios. Si bien hubo un impacto positivo de las reformas sobre el desarrollo de los mercados financieros, persisten impedimentos a la integración financiera en la región. Durante el período 2007-2008 el Centro para la Estabilidad Financiera (CEF) ha analizado dichos impedimentos en Argentina, Brasil, Chile y Perú, dadas por las asimetrías normativas en las áreas de:

=> Movilidad de capitales: controles directos e indirectos y normas prudenciales, han sido variantes de medidas usadas para disminuir la volatilidad de los flujos de capitales, la presión sobre el tipo de cambio y/o la transmisión de shocks externos. Chile y Perú son los países mas liberalizados de la muestra. Tender un puente para pasar gradualmente del uso de controles a los flujos de capitales a normas prudenciales y efectiva supervisión a fin de dar una respuesta a los riesgos asociados a flujos de capitales y permitir la gradual liberalización de los mercados de capitales, es un desafío pendiente.

=> Convergencia a los principios de regulación de IOSCO (International Organization of Securities Commissions): el análisis comparativo de la regulación muestra patrones diversos ya que existen principios en los que los países presentan mayores similitudes y otros en los que difieren notablemente. Se recomienda mejorar la independencia presupuestaria del Regulador en Argentina y Perú, clarificar cuestiones relativas al intercambio de información entre reguladores domésticos y extranjeros en Chile y Perú y revisar los requerimientos de elegibilidad y divulgación de información de Instrumentos de Inversión Colectiva en todos los países.

=> Convergencia de estándares nacionales de contabilidad y auditoría con relación a los estándares internacionales: a excepción de Perú, el resto de los países de la muestra no utilizan los estándares contables y de auditoría internacionales para la elaboración de sus estados financieros. Por tanto, el proceso de convergencia requiere, en el corto plazo, concentrar esfuerzos sobre la adopción armoniosa de dichos estándares por parte de las empresas con oferta pública. En el largo plazo se debería fomentar la generalización del proceso a empresas sin oferta pública.

=> Tratamiento impositivo a la intermediación financiera: subsisten muchas asimetrías. Chile es el único país de la muestra donde el tratamiento impositivo a la intermediación financiera se aproxima a las mejores prácticas. Por ejemplo, los intereses sobre depósitos tributan impuestos a las ganancias, el impuesto a las corporaciones es un crédito sobre los impuestos a los dividendos a nivel de personas físicas, los títulos privados reciben el mismo tratamiento impositivo que los títulos públicos, entre otros. Por otro lado, los acuerdos de doble tributación entre los países incorporan distorsiones adicionales.

Hasta el momento, los esfuerzos de integración regional de los mercados han priorizado la integración en los mercados de bienes y servicios reales relegando el debate sobre integración en los mercados de servicios financieros. Consideramos que el esfuerzo del CEF en esta última línea contribuiría a fomentar la agenda sobre integración en dichos servicios. En el contexto actual de crisis y reestructuración de la arquitectura financiera global, se propone convocar al debate en un Seminario Regional el 13 de mayo en el CEF.


Grifo meu