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22 setembro 2014

Argentina sob regime socialista?


O Congresso argentino aprovou, nesta madrugada, a reforma da Lei de Abastecimento, rejeitada fortemente pela oposição e pelo setor produtivo por considerar que aumenta o controle do Estado sobre a atividade empresarial. O projeto de lei, que já havia passado pelo Senado, foi aprovado pela Câmara dos Deputados, por 130 a favor e 105 contra.

A lei permite a fixação de limites de preços e de lucro de empresas, além do controle de cotas de produção, que ficará a cargo da Secretaria de Comércio do Ministério da Economia. O projeto ainda compreende a aplicação de multas, fechamento de empresas por até 90 dias e suspensão de registro por até cinco anos. A medida, portanto, aumenta ainda mais o poder de intervenção da presidente Cristina Kirchner na frágil economia argentina.

A deputada Diana Conti, da coalizão governista Frente para a Vitória, disse durante a maratona de debates que a nova lei “ajudaria a garantir que o Executivo tenha os instrumentos necessários para proteger consumidores”. Defensores dizem que a medida também buscará conter as demissões em tempos de crise.

Fonte: aqui

24 julho 2014

Argentina envia missão aos EUA para reunião sobre a dívida

Funcionários argentinos viajaram para Nova York para se reunir na quinta-feira com o mediador judicial no litígio com fundos especulativos por sua dívida soberana. O juiz norte-americano convocou as duas partes para negociar, a fim de evitar a moratória de Buenos Aires.

O juiz federal Thomas Griesa informou, inicialmente, que o encontro aconteceria nesta quarta-feira de manhã, mas, segundo o escritório de Dan Pollack, o encontro foi prorrogado por 24 horas porque a comitiva argentina não conseguiria chegar a tempo.

"O senhor Pollack foi informado pela delegação argentina ontem (terça-feira) à tarde que não poderia chegar em Nova York hoje. A reunião foi adiada para amanhã", informou o texto do mediador divulgado nesta quarta-feira.

Algumas horas antes, o chefe de gabinete do governo argentino, Jorge Capitanich, afirmou em Buenos Aires que "uma comitiva do ministério da Economia se reunirá na quinta-feira com Pollack".

"Sempre temos esta via do diálogo, de esclarecer ao juiz quais são as restrições que a Argentina sob o ponto de vista das leis e do cumprimento do contrato", disse Capitanich em coletiva de imprensa.

A imprensa argentina informou que o ministro da Economia, Axel Kicillof, não estará na comitiva.

A viagem foi decidida pela presidente Cristina Kirchner que convocou uma reunião com Kicillof e sua equipe na noite de terça-feira na Casa Rosada, após ser informada de que Griesa se negou a de restabelecer a medida cautelar pedida pela Argentina para suspender a execução de sua sentença favorável aos fundos especulativos.

No dia 27 de junho, Griesa emitiu uma decisão que impediu a Argentina de depositar em bancos de Nova York a parte devida aos credores que aceitaram a renegociação da dívida. Griesa determinou que o país deve pagar simultaneamente suas obrigações com o NML Capital e outros fundos especulativos pelo valor total de 1,33 bilhão de dólares.

Caso não pague os 539 milhões de dólares bloqueados atualmente no Bank of New York Mellon (BoNY) antes do vencimento do prazo de carência em 30 de julho, o país pode entrar em moratória técnica, que, apesar de ser diferente do colapso vivido em 2001, pode ter consequências imprevisíveis para a sua economia.

- "A moratória é o pior" -

Os fundos em questão, que Buenos Aires chama de "abutres", compraram os títulos já em default e depois cobraram na justiça 100% do valor mais os juros atrasados, rejeitando as renegociações da dívidas efetuadas em 2005 e 2010 com remunerações de até 70% sobre o valor nominal e que contaram com a aceitação de 92,4% dos credores.

"A moratória é o pior. Não quero isso. O povo que sofrerá as consequências", disse Griesa às partes.

A Argentina nega que se trate de uma suspensão dos pagamentos.

"Moratória é não pagar, e a Argentina paga. O dinheiro não pode ser bloqueado porque pertence aos credores", argumentou Capitanich, indicando que "a responsabilidade pelas transferências (dos depósitos para os credores) compete ao juiz".

O país se afastou dos mercados de capital depois da moratória e as necessidades de financiamento do governo são cobertas, em grande parte, por uma política comercial que prioriza o superávit.

As tentativas até o momento do mediador Pollack para aproximar as partes não deram resultados, pelo menos segundo as declarações públicas de Argentina e os fundos.

Fonte: Aqui

17 junho 2014

Default Argentino

Em 2001 a Argentina declarou default para uma dívida de 95 bilhões de dólares. Isto significa dizer que aquele país recusou pagar este empréstimo. Em 2005, a Argentina ofereceu títulos, com condições piores para os investidores. E fez isto novamente em 2010. Diante da incerteza do recebimento, a maioria dos investidores aceitou as condições propostas e 92% da dívida foi trocada. Entretanto, um grupo de investidores não somente recusou a oferta como acionou os tribunais dos Estados Unidos em busca de manutenção das condições iniciais.

Agora a Suprema Corte dos Estados Unidos, equivalente ao nosso STF, decidiu que a Argentina deveria pagar a estes investidores nas condições iniciais, rejeitando o recurso do país. Os investidores ganharam o direito de serem respeitadas as condições iniciais de pagamento, em lugar de receber 30 centavos por dólar investidos.

A Argentina pode tentar um acordo com estes investidores, mas corre um risco elevado de inadimplência. A Argentina chama os investidores de "abutres", já que muitos deles compraram os títulos com desconto para tentar obter a vitória nos tribunais. Não se sabe qual o próximo passo da Argentina. Em 30 de junho vence o pagamento de um título de 13 bilhões e esta pode ser uma data importante no caso.

P.S. A presidente declarou que não irá honrar a dívida!

30 maio 2014

Argentina paga

O governo da presidente Cristina Kirchner anunciou nesta quinta-feira que fechou um acordo com o Clube de Paris para encerrar o calote pendente desde o dia 23 de dezembro de 2001.Naquela ocasião, o então presidente provisório Adolfo Rodríguez Saá - que ficou apenas uma semana no poder - decretou a suspensão dos pagamentos da dívida pública.

Durante os últimos 13 anos, o governo argentino não pagou a dívida com o Clube de Paris, que originalmente era de US$ 6,5 bilhões. Segundo anunciou o governo Kirchner, o acordo com o Clube de Paris implica no pagamento do capital inicial de US$ 6,5 bilhões mais os juros acumulados.

A Argentina terá que pagar à entidade financeira que reúne um grupo de países credores um total de US$ 9,7 bilhões. O primeiro pagamento será realizado de forma desdobrada, em duas partes.

A Argentina terá que pagar à entidade financeira que reúne um grupo de países credores um total de US$ 9,7 bilhões. O primeiro pagamento será realizado de forma desdobrada, em duas partes.

O primeiro desembolso ocorrerá de forma imediata, no valor de US$ 650 milhões, enquanto que a outra parte será em maio do ano que vem, no valor de US$ 500 milhões, na reta final do governo de Cristina Kirchner.

No entanto, o resto dos pagamentos, isto é, os outros US$ 8,6 bilhões, ficará a cargo do próximo presidente da Argentina, que será eleito em outubro do ano que vem.


Fonte: Aqui

Eis um exercício interessante: qual a taxa de juros do calote?

05 fevereiro 2014

Faltando Ketchup

Quando um país em falta de divisas, muitas medidas desesperadas são tomadas. Isto está ocorrendo agora com a Argentina e a Venezuela. Na Argentina, especificamente, a rede de fast-food MacDonald´s está tendo dificuldade de importar ketchup. Mas mais de 200 lojas falta o produto, que encontra-se retido na alfândega. 

28 janeiro 2014

Crise Cambial Argentina afetará o Brasil

La crisis argentina afectará a las exportaciones brasileñas
Se acercan días difíciles para el exportador brasileño que tiene a los argentinos como mercado consumidor. Tras la crisis cambiaria de esta semana, que ha llevado al equipo de Cristina Fernández a reducir las restricciones para la adquisición de dólares para evitar un nuevo agujero en las precarias reservas internacionales, el próximo paso es limitar aún más las importaciones del país. Será una medida desesperada para preservar la moneda extranjera, pero tendrá consecuencias para argentinos y brasileños.

“Comenzarán a faltar productos en Argentina”, dice Josefina Guedes, de la GBI Consultora de Comercio Exterior, que comienza a percibir la preocupación de los exportadores brasileños. “Antes teníamos problemas puntuales para la liberación de la entrada de productos, una cuestión que se negociaba caso por caso. Pero ahora, la situación comienza a generalizarse”, explica.Argentina es el tercer socio comercial de Brasil, solo por detrás de China y Estados Unidos. En 2013, Brasil exportó al mercado argentino el equivalente a 242.000 millones de dólares, en máquinas, partes y piezas, electrodomésticos y coches, entre otros. Por eso, cualquier movimiento brusco en la tierra de Cristina Fernández preocupa a Brasil.

Para Roberto Gianetti da Fonseca, director de Relaciones Internacionales de la Federación de las Industrias del Estado de São Paulo, hay dos canales de contaminación por la crisis cambiaria argentina. Uno de ellos en el campo comercial: “La devaluación argentina encarece los productos brasileños allí en un momento en que la población pierde poder adquisitivo”, explica. En la cuestión financiera, la volatilidad lleva a los inversores globales a ser más cautelosos. “Si hubiera un índice de riesgo del Mercosur, estaría alto tanto por Argentina como por Venezuela puesto que estos países están interrelacionados”, explica Fonseca.

“Todo indica que se trata del comienzo de un problema”, dice Luís Eduardo Assis, exdirector del Banco Central de Brasil. “Lo siguiente será que la devaluación del peso se reflejará en la inflación de Argentina”, explica Assis.

A lo largo de este viernes, la tensión en los mercados por la situación de Argentina - sumada a los bajos resultados de China - influyó en la tasa de cambio de Brasil, que superó los 2,40 reales por dólar. El Banco Central brasileño hizo varias intervenciones para evitar una mayor escalada del real. Pero la crisis en sí no llegará a Brasil, mantiene Assis. “La posibilidad es muy pequeña. Solo quien está realmente desinformado puede confundir la situación macroeconómica de Argentina con la nuestra”, dice.

[...]

Para Gianetti da Fonseca, Brasil va a perder parte de sus exportaciones con la crisis en el país vecino. “Por lo tanto, es hora de buscar mercados alternativos. Mirar hacia Asia y México para redireccionar nuestros productos a otros mercados"

10 julho 2013

Valor do dinheiro

A Argentina lançou, ano passado, uma nota de 100 pesos, com a estampa de Evita. Mas os comerciantes estão com restrição em aceitar a nota, seja por desconhecimento ou por não gostar de Evita. Para resolver este problema, o Banco Central da Argentina lançou uma linha direta para que sejam feitas denúncias contra pessoas que recusam em aceitar a nota.

27 junho 2013

Repsol x Argentina

Em 2012 a Argentina resolveu tomar os ativos da empresa de petróleo espanhola Repsol. Na ocasião este blog mostrou que a empresa não estava preparada para o evento, apesar do investimento na Argentina ser o mais relevante para a empresa.

Agora o The Telegraph (Repsol rejects Argentina's compensation offer for YPF seizure) informa que o conselho de administração da empresa rejeitou a oferta de 5 bilhões de dólares, não caixa, pelos ativos expropriados. Segundo as demonstrações contábeis da Repsol, os investimentos realizados correspondiam a 6 bilhões de euros (ou 7,8 bilhões de dólares).

A Repsol deseja 10,5 bilhões de dólares, mas aceita negociar fora dos tribunais em ativos líquidos. E a proposta da Argentina inclui participação em uma joint-venture para desenvolver uma região denominada Vaca Muerta.

04 março 2013

Argentina e a dívida externa

Felix Salmon comenta sobre o caso da dívida da Argentina. Este país promoveu um acordo sobre sua dívida externa, trocando os títulos por outros com deságio. Entretanto, um pequeno grupo de investidores não concordou com a troca e entrou na justiça exigindo que o país vizinho cumpra os compromissos. A Argentina insiste no acordo e o caso está sendo julgado pela justiça dos Estados Unidos. Na semana passado o processo foi analisado e a decisão preliminar deverá sair esta semana.

Elliott Associates, um fundo hedge que detem 1,4 bilhão de dólar da dívida argentina. Salmon analisa o que ocorreu nos tribunais e a sua análise mostra que a situação não é nada boa para a Argentina: os tribunais não devem permitir que o fundo hedge tenha prejuízo. O interessante é que o valor pode ser pago por Cristina Kischner, que faz ameaças sobre os efeitos que o resultado negativo pode ter no mercado.

O tribunal foi conduzido pela juíza Reena Raggi, que não demonstrou nenhuma simpatia com as estratégias da Argentina. Ela afirmou que a Argentina é contumaz. E não gostou de ser chantageada pelos advogados da Argentina.

28 fevereiro 2013

Argentina: calote técnico?

Advogados, economistas e executivos de bancos estão preocupados com a decisão que a Justiça dos Estados Unidos vai tomar sobre a disputa entre a Argentina e os credores de títulos não reestruturados, denominados holdouts. O país se prepara para apresentar suas alegações em audiência nesta quarta-feira para três juízes da Câmara de Apelações do Segundo Distrito de Nova York. A decisão dos juízes de segunda instância pode definir o perfil da dívida argentina nos próximos anos e até levar o país a um calote técnico, depois da histórica moratória declarada em 2001.

A Argentina declarou moratória de uma dívida de US$ 122 bilhões em dezembro de 2001. O país apresentou então proposta de reestruturação com desconto de 67% no valor nominal dos títulos e prazo de 20 anos para pagamento. Obteve um nível de aceitação de 93% dos credores. Alguns detentores de títulos, no entanto, não aderiram.

Agora, fundos como NML Capital, Aurelius e Blue Angel, chamados pelo governo de "abutres", e outros 13 investidores tentam obter o pagamento integral da dívida por meio da Justiça e de embargos de ativos argentinos no exterior.

A Câmara de Apelações vai realizar audiência para tratar o assunto em uma causa no valor de US$ 1,3 bilhão movida por esses três fundos. O tribunal de apelações de Nova York terá de decidir se ratifica decisão anterior de que a Argentina precisa pagar 100% da dívida em títulos não repactuados. Essa decisão pode ter um efeito cascata e envolver o total da dívida não reestruturada, que é de US$ 6,5 bilhões de capital principal. Somado aos juros calculados pelo governo, o montante chegaria a US$ 11 bilhões, incluindo o valor do processo que será analisado hoje.

O governo de Cristina Kirchner se nega a pagar os chamados holdouts. Se a Justiça definir contra o governo argentino, os ativos que o país deposita para pagar os credores que aderiram à reestruturação sofrerão embargos para garantir o pagamento aos holdouts e isso se configuraria em calote técnico para a Argentina.

Apoio americano. Nessa causa, a Argentina tem o apoio de bancos emissores, de credores que aceitam a reestruturação de títulos, de corretoras e até do Tesouro e do Departamento de Estado americano, que se apresentaram como parte interessada no processo. O apoio visa à necessidade de preservar as emissões internacionais de bônus feitas com a legislação e sob a jurisdição de Nova York, um negócio que proporciona comissões aos bancos emissores e pagadores.

Se a Argentina for obrigada a pagar a esses credores o que negou aos que aceitaram a renegociação, todas as demais reestruturações de dívidas soberanas estariam comprometidas. "Ninguém mais verá sentido em aceitar uma reestruturação com desconto e prazos longos, enquanto a Justiça garante o pagamento de 100% do valor, imediatamente e em cash", ponderou recentemente o ministro de Economia da Argentina, Hernán Lorenzino. Após a audiência, o Tribunal de Apelações pode demorar entre dois e quatro meses para anunciar sua decisão, passível de recurso à Corte Suprema.


Fonte: Aqui

06 janeiro 2013

Busto 48 em sutiã 42


O governo Dilma acaba de fazer manobras nunca vistas para enfiar as contas públicas estouradas de 2012 num manequim que aparenta austeridade fiscal.
Tirou da conta investimentos, que normalmente seriam considerados despesas; usou finanças do BNDES e da Caixa Econômica Federal; e esvaziou o patrimônio do Fundo Soberano para engordar receitas do Tesouro. Tudo, para fingir que fechou as contas públicas em olímpico equilíbrio.
As condições das finanças do setor público nacional em 2012 ainda dependem de relatório, mas já se sabe que os números estarão forçados.
O tratamento que o governo Dilma está dando para as contas públicas nacionais não é a mesma coisa, mas lembra o que tem sido dado pelo governo de Cristina Kirchner para a medição dos preços (inflação) na Argentina. Ele só não produz as mesmas consequências sobre a renda das pessoas porque os números da inflação são usados para reajustar salários, aluguéis e os próprios preços, enquanto os indicadores fiscais não são.
As autoridades da área fiscal dirão que, infelizmente, o fiasco do PIB derrubou a arrecadação esperada – o que é verdade. Dirão, também, que os tais R$ 45 bilhões em renúncias tributárias (reduções e isenções de impostos) destinados a reativar o setor produtivo geraram estragos nos resultados – o que é igualmente verdade. No entanto, nem a quebra de arrecadação nem as renúncias tributárias levaram o governo federal a reduzir despesas para compensar as perdas e para procurar o ajuste de outras maneiras, como qualquer chefe de família faz quando o salário acaba antes do fim do mês.
Aturdido com o baixo comportamento do PIB, o governo Dilma optou por correr riscos demais. Derrubou os juros na marra; acelerou a desvalorização cambial (alta do dólar) mesmo sabendo que depois teria de recuar, pelo menos em parte; e, agora, lança mão de manobras de contorcionismo fiscal para fazer caber um busto 48 em sutiã 42.
O governo seria mais sincero caso reconhecesse o rombo e anunciasse providências para correção de rumo. Quando faz o que fez e insiste em afirmar que as metas de austeridade fiscal foram cumpridas, expõe-se a perder mais credibilidade na condução da política econômica.
Mesmo após os reiterados desmentidos, o tripé original da política econômica (meta de inflação; câmbio flutuante; e meta fiscal) vai sendo corroído num momento especialmente delicado para a administração federal, que inicia a segunda metade do seu mandato sem ter sido capaz, até agora, de entregar o prometido.
Este é o momento em que o governo Dilma mais precisa do investimento privado para garantir a elevação da capacidade de produção. Quando falta confiança, o investimento empaca ou só flui aos trancos.
O intervencionismo excessivo na atividade econômica já vinha criando a percepção de que as regras estavam sendo alteradas demais no meio do jogo – fator que inibe investimentos. O maior risco agora é que se espraie a convicção de que, além da insuficiência de resultados (PIBs sucessivamente medíocres e inflação acima da meta), o governo Dilma está desarrumando a economia.
Fonte: aqui

04 julho 2012

Despreparo Comercial

Editorial, O Estado de S.Paulo, 27 de maio de 2012

Um levantamento do Fórum Econômico Mundial situa o Brasil em 84.º lugar em uma lista de 132 países classificados de acordo com sua capacitação comercial. Houve um avanço de três posições em relação à pesquisa anterior, de 2010, realizada com 125 países. Mas a melhora é quase insignificante, quando se considera a distância entre o Brasil e dezenas de competidores desenvolvidos e em desenvolvimento.

Vários dos principais obstáculos à competitividade das empresas brasileiras nem são mencionados no estudo. Há referencias a tarifas, por exemplo, mas não aparece, na pesquisa, uma comparação direta entre o sistema tributário brasileiro, complexo, pesado e incompatível com as necessidades de integração nos mercados globais, e os de outros países participantes do comércio internacional. Se esse e outros componentes importantes do custo Brasil fossem considerados, a classificação brasileira provavelmente seria ainda pior.

O relatório pode surpreender por causa da classificação nem sempre boa de algumas das maiores potencias econômicas e comerciais. Não há, no entanto, relação necessária entre a capacitação para o comércio e o tamanho da economia. Os Estados Unidos, maior potência do mundo, ocupam o 23.º posto.

Cingapura, Hong Kong, Dinamarca, Suécia e Nova Zelândia surgem nos cinco primeiros lugares. O Canadá só aparece em 9.º e o Reino Unido, em 11.º. Em 13.º está outra grande potência, a Alemanha, seguida imediatamente pelo pequeno Chile, em excelente posição no quadro geral. O latino-americano seguinte é o Uruguai, 40.º colocado. O preparo para o comércio é determinado por atributos independentes do tamanho, como a qualidade da política econômica, a burocracia, o ambiente regulatório e a infraestrutura.

A classificação do Chile, em 14.º lugar, à frente de várias das maiores e mais desenvolvidas economias e muito longe da maior parte dos latino-americanos, ressalta a importância de um governo leve, pouco intervencionista, comprometido com a integração internacional e bastante eficiente para manter um importante fundo soberano, conhecido por seus investimentos em vários países da região. A posição da Argentina, em 96.º lugar, ressalta o peso do intervencionismo e de uma burocracia montada para emperrar o comércio tanto à custa dos parceiros, como o Brasil, quanto dos empresários nacionais, protegidos por barreiras, mas com enormes dificuldades de acesso aos mercados externos.

O Brasil vai mal na maior parte dos requisitos considerados na pesquisa. A classificação geral de 84.º lugar é dada pela média das classificações de vários atributos. Quando se trata de disponibilidade e uso de tecnologias de informação e comunicação, por exemplo, a economia brasileira aparece em 53.º lugar. Um dos componentes desse item é o uso da internet para atividades de negócios e nesse aspecto a posição é a de número 28. Mas a situação é desastrosa, quando se trata de várias condições dependentes de forma direta da intervenção governamental.

O País aparece em 104.º lugar no item "acesso aos mercados interno e externo", porque as tarifas são muito altas pelos padrões internacionais (114.º posto). As barreiras já eram muito altas e algumas ainda foram elevadas no ano passado. O cenário também é muito ruim quando se examinam a eficiência da administração aduaneira (99.º lugar) e os procedimentos de importação e exportação (101.º posto).

Em outros estudos comparativos, elaborados com objetivos mais amplos, o Brasil também aparece em classificação muito ruim, principalmente por causa da qualidade da administração pública. O setor empresarial privado normalmente recebe uma avaliação bem mais favorável do que o governamental. Pode haver deficiências nas empresas, mas o poder de competição da indústria e da agropecuária é geralmente razoável - e em alguns casos muito bom - quando se consideram as atividades apenas no interior das unidades produtivas. Esse contraste aparece apenas parcialmente nesse estudo sobre capacitação nacional para o comércio, mas, ainda assim, é bastante sensível.

Acesse o relatório do World Economic Forum na íntegra

25 fevereiro 2012

Don't lie to me, Argentina

Desde a semana passada, a The Economist deixou de utilizar os dados sobre a inflação divulgados pelo governo argentino:

Since 2007 Argentina’s government has published inflation figures that almost nobody believes... From this week, we have decided to drop INDEC’s figures entirely. We are tired of being an unwilling party to what appears to be a deliberate attempt to deceive voters and swindle investors. For Argentine consumer-price data we will look instead to PriceStats, an inflation specialist, which produces figures for 19 countries that are published by State Street, a financial services firm.



Aqui outra reportagem sobre o mesmo tema.

01 janeiro 2012

Feriado

Leitura do aprazível História das Constituições Brasileiras (é isto mesmo, leitor. Um livro de direito. E agradável !) informa que o governo provisório da república, através do decreto 42B, transformou 8 de dezembro em feriado nacional. O feriado em questão homenageava a Argentina, país que os republicanos admiravam. O feriado em questão só foi comemorado em 1889.

07 outubro 2011

Pior Banco Central

A presidenta do Banco Central da Argentina, Mercedes Marcó del Pont, ganhou o título de Worst Central Bankers In The World. Sua nota foi “D”, repetindo a nota do ano anterior. Sua gestão produziu inflação alta e juros negativos.

Estão na lista o presidente do Catar, da Coréia do Sul, do Japão, da Hungria, dos Estados Unidos, da Índia, da Suiça e da Comunidade Européia.

Fonte: aqui

21 junho 2011

Argentina troca Porsche por vinho

Para cada unidade vendida na Argentina do Porsche 911 Carrera, uma máquina de 345 cavalos que vai de zero a 100 km/h em menos de cinco segundos, o empresário Hugo Pulenta terá de exportar mais de duas mil caixas de vinho e dezenas de vidros de azeitona em salmoura. Pulenta é, ao mesmo tempo, dono de uma das adegas mais tradicionais de Mendoza e responsável pela comercialização da marca alemã de luxo no país. Por essa "coincidência", nas palavras dele, o empresário usou o setor vinícola para fechar acordo esdrúxulo com o governo argentino.

Desde o início do ano, quando ficou assustado com a deterioração da balança comercial, o Ministério da Indústria adotou a política do "um por um" nas importações de veículos. Para cada dólar importado, as montadoras precisam exportar outro dólar. Como muitas delas não têm sequer uma fábrica de parafusos na Argentina, precisaram fazer essa compensação em diversos setores - mecanismo aceito pelo governo.

Fonte: Daniel Rittner -Valor Econômico

11 outubro 2009

Argentina

Há um século, existiam somente sete países no mundo mais rico que a Argentina (Bélgica, Suiça, Inglaterra e quatro ex-colônias inglesas, incluindo os EUA), conforme a base de dados histórica de Angus Maddison. Em 1909 a renda per capita da Argentina era 50% maior que a Itália, 180% maior que o Japão e quase cinco vezes maior que o vizinho Brasil. Ao longo do século vinte, a renda relativa da Argentina caiu pesadamente. Em 2000, a renda da Argentina era menor que metade da Itália ou Japão.

O gráfico abaixo mostra a relação entre a renda em 1909 e a renda em 2000, em dólares de 1990 e a Argentina é um ponto extremo. A distância entre a renda de 2000 e o sucesso econômico previsto, baseado na renda de 1909, é maior para Argentina do que para qualquer outro país. (...)


What Happened to Argentina?; Edward Glaeser, New York Times, 6/10/2009



A resposta de Glaeser: modelo econômico baseado em agropecuária, choques externos (duas guerras e depressão) e protecionismo, além das instabilidade política que tornou o direito de propriedade inseguro.

15 junho 2009

IFRS na Argentina

La profesión contable argentina dio el gran paso para sumarse a una tendencia verificable en más de 110 naciones de todo el mundo, y aprobó el 20 de marzo de este año la adopción de las Normas Internacionales de Información Financiera (NIIF) del Consejo de Normas Internacionales de Contabilidad (IASB).

Las NIIF deberán aplicarse obligatoriamente para preparar estados financieros de entidades del régimen de oferta pública, o que hayan solicitado autorización para participar en él.

Se exceptúa a empresas que, estando dentro de la órbita de Comisión Nacional de Valores (CNV), acepten criterios contables de otros organismos reguladores (v.g. BCRA), o no estén incluidas dentro del régimen de la ley 17.811. Asimismo, se permite que todas las entidades exceptuadas - o no alcanzadas -por la obligatoriedad puedan aplicarlas de manera voluntaria.

El énfasis puesto en las empresas del mercado de capitales resulta aún mayor en la actualidad, frente a la crisis financiera mundial: un mundo globalizado necesita información clara, preparada bajo estándares comprensibles por todos sus participantes.

Los estados financieros que se deberán presentar obligatoriamente bajo NIIF son los correspondientes a ejercicios completos iniciados el 1 de enero de 2011, y a sus períodos intermedios, incluyendo -en ambos casos- la información comparativa.

Para poder realizar una transición conforme a los propios procedimientos establecidos por IASB, se establece la obligatoriedad de presentar cierta información complementaria, tanto para el ‘período de transición’ (i.e. los iniciados el 1/1/2009 y 1/1/2010) como para el primer período ‘NIIF’ completo (i.e. el iniciado el 1/1/2011).

Como paso final de esta primera etapa del proceso de adopción, falta que el Directorio de la CNV emita la Resolución que convierta a las NIIF en ‘normas contables legales’.

Sería ingenuo creer que las NIIF solucionarán todas las deficiencias de la información que las empresas comunican a los mercados. En realidad, la novedad superadora de las NIIF radica en su universalidad. Es por ello que deberemos divulgar estos estándares para que no existan asimetrías entre los diferentes sujetos vinculados con la información generada por las empresas y nadie quede ‘en desventaja’ .

Resulta fundamental apostar a la difusión y a la capacitación. Necesitaremos profesionales especializados en la aplicación de estos nuevos estándares financieros globales. En definitiva, el éxito de este proceso dependerá de la participación activa de todos los interesados en los reportes financieros de las entidades.

15 June 2009 - El Cronista Comercial - 029 - Los nuevos estándares contables son un avance y demandan una participación activa - Hernán P. Casinelli (Director de la carrera de Contador Público y Planes Conjuntos, de UADE)

21 abril 2009

Argentina e Iasb

Notícia sobre a adoção das normas internacionais na Argentina.

Los balances de las cotizantes locales se globalizan
Enrique Grotz, socio de Ernst & Young
El Cronista Comercial - 20/4/2009 - 015

Durante los últimos años, la globalización de la economía mundial tuvo una clara incidencia en la forma de realizar negocios, de acceder a fuentes de financiación, en las políticas de recursos humanos, en las normas tributarias y también en la aplicación de un lenguaje común para interpretar los estados contables en todos los mercados. Así surgió la iniciativa de una norma contable global.

Las IFRS (Normas Internacionales de Información Financiera, en su traducción al español), fueron identificadas por los interesados en mejorar la calidad de la información financiera (reguladores, empresarios, analistas, y usuarios en general) como las normas que de mejor manera podían satisfacer esa necesidad, y por ello están siendo adoptadas en forma progresiva por diversos países, entre ellos los que cuentan con los mercados más importantes en términos de inversión y desarrollo económico.

Con la reciente aprobación de la Resolución Técnica N 26 “Adopción de las Normas Internacionales de Información Financiera del Consejo de Normas Internacionales de Contabilidad (IASB)” por parte de la Federación Argentina de Consejos Profesionales de Ciencias Económicas, y la inminente adopción de esa resolución por la Comisión Nacional de Valores, muchas empresas argentinas incluidas en el régimen de oferta pública se integrarán al universo IFRS y otras podrán hacerlo a medida que sus organismos de control se lo permitan. Sin dudas, la conversión a IFRS representará el mayor desafío en términos de presentación de la información financiera de dichas empresas en los últimos años y será un proyecto con diversos actores y áreas de conocimiento, múltiples áreas funcionales afectadas, y con fechas a cumplir que modificarán en varios aspectos la organización de las empresas.

Los principales contenidos de la resolución son:

–Aplicación obligatoria: Las IFRS se aplicarán obligatoriamente a la preparación de estados contables de empresas incluidas en el régimen de oferta pública, con excepción de las empresas que estén autorizadas por la CNV a mantener los criterios contables de otro organismo regulador, tales como las entidades financieras, las compañías de seguros, cooperativas y asociaciones civiles.

–Aplicación opcional: Podrán ser aplicadas por todas las empresas no alcanzadas por, o exceptuadas de, su aplicación obligatoria. En los hechos, la aplicación de las IFRS en forma optativa estará condicionada a que el correspondiente organismo regulador acepte dicha aplicación. Las empresas que no opten por la aplicación continuarán empleando para la elaboración de sus estados contables las normas contables profesionales emitidas por la FACPCE hasta la fecha y las que emita en el futuro para este tipo de empresas.

–Fecha de vigencia y transición: La aplicación obligatoria u optativa tiene vigencia para los estados financieros correspondientes a ejercicios anuales que se inicien a partir del primero de enero de 2011 y para los períodos intermedios correspondientes a los referidos ejercicios, que deberán presentarse con su correspondiente información comparativa. No se admite la aplicación anticipada.

–Información complementaria a presentar en el período de transición: Las empresas obligadas a la aplicación deberán incorporar en los estados contables del ejercicio anterior al de aplicación de las IFRS en forma integral por primera vez, conciliaciones de cierta información financiera determinada de acuerdo con las normas contables anteriores y de acuerdo con las IFRS, considerando para ello las IFRS que la entidad deberá aplicar o estima optará por aplicar para la preparación de los estados contables anuales correspondientes al ejercicio que se inicie a partir del 1º de enero de 2011.