Translate

Mostrando postagens com marcador capital intelectual. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador capital intelectual. Mostrar todas as postagens

30 janeiro 2023

Evidenciação de Intangíveis na Europa

Antecedentes e objectivo de investigação

Durante várias décadas, os intangíveis e os recursos baseados no conhecimento têm sido um motor fundamental de valor nas economias modernas (Porat e Rubin, 1977; OCDE, 1981). Em tais economias, o capital intelectual (CI) - que se refere a fatores intangíveis tais como know-how, relações, perícia e competências - contribuiu significativamente para a vantagem competitiva e o desempenho empresarial (Edvinsson e Malone, 1997; Ittner et al., 1997; Stewart, 1997; Bontis, 2001).


Apesar da importância dos recursos intangíveis, as tentativas de comunicar CI no relatório anual têm falhado repetidamente (Nielsen et al., 2017). As razões potenciais para este fracasso podem incluir custos ou potencial perda de vantagem competitiva relacionada com a divulgação de informação sobre recursos, know-how e processo. A falta de orientação também desempenha um papel fundamental. Do ponto de vista do usuário, a informação de CI pode não ser útil se uma entidade não explicar claramente como é que o CI contribui para a criação de valor (Bukh, 2003; Beattie et al., 2013; Behn et al., 2019).


No entanto, regulamentos recentes ofereceram um quadro para a comunicação do CI e para a sua integração no processo de criação de valor. A Diretiva da UE 2014/95 e a Lei das Empresas do Reino Unido exigiram que as empresas divulgassem informações sobre o seu modelo de negócio (BM) e os seus riscos relevantes no relatório anual. Porque a CI representa uma fonte muito significativa de vantagem competitiva - especialmente nas indústrias de alta tecnologia - as empresas devem ilustrar as contribuições dos fatores intangíveis mais críticos para a criação de valor na secção do relatório dedicada ao BM.

Além disso, a literatura acadêmica indica que o BM é um relatório para a divulgação da CI (Beattie and Smith, 2013). O CI, por sua vez, é crucial na mobilização e exploração dos outros motores de valor que configuram o BM, incluindo os ativos tangíveis (Dane-Nielsen e Nielsen, 2018).

Na secção do relatório dedicada aos riscos, as empresas devem também oferecer informações sobre os elementos do CI mais importantes e os seus efeitos na criação de valor. Assim, as empresas devem fornecer uma comunicação integrada onde o BM e os relatórios de risco abordam os principais elementos de CI que contribuem para a criação de valor. Neste contexto, quando um elemento CI é identificado como um elemento crítico do BM e consequentemente reconhecido como um fator chave que impulsiona o valor, os riscos relacionados com o elemento CI devem ser divulgados numa secção dedicada dentro do relatório anual.

Sumário executivo

Assim, o CI torna-se a ligação natural entre o BM e a comunicação de riscos. Tal contexto facilitaria aos destinatários de informação de CI, tais como os investidores, a interpretação dessa informação. O European Financial Reporting Advisory Group (EFRAG) reconheceu recentemente a importância desta ligação em um projeto centrado na ligação entre os riscos não financeiros e o BM como uma ferramenta para melhorar os relatórios das empresas (EFRAG, 2021b). Outros organismos profissionais, tais como o International Integrated Reporting Council (IIRC) e a World Intellectual Capital Initiative (WICI), desenvolveram relatos para a comunicação integrada, em que o BM atua como enquadramento para todos os outros itens não financeiros divulgados no relatório anual (Holanda, 2004; IIRC, 2013; Nielsen e Roslender, 2015; WICI, 2016; Comissão Europeia, 2017; FRC, 2018).

Neste contexto, o objetivo deste projeto é duplo:

- Primeiro, examina se e em que medida as empresas de alta tecnologia fornecem informações sobre elementos de CI nas secções dedicadas ao BM e aos riscos.

- Em segundo lugar, avalia a correspondência e o nível de integração entre os elementos de CI divulgados na secção dedicada ao BM e os comunicados na secção dedicada aos riscos.

Embora a nossa escolha possa dificultar a generalização a outras indústrias, examinamos empresas de alta tecnologia porque o seu sucesso depende largamente da sua utilização de CI e esperávamos encontrar bons exemplos de divulgação de CI. Selecionamos os três sectores identificados como de "alta tecnologia" pelo Eurostat: produtos farmacêuticos; computadores e electrónica; e aeronaves espaciais. Como a Directiva da UE 2014/95 deveria ter sido implementada até ao final de 2017 por todos os países membros, examinamos os relatórios anuais de 2018 para confirmar se todas as nações sob investigação implementaram tais regulamentos.

Este estudo faz três contribuições distintas, analisando: (i) a divulgação do CI nos relatórios anuais de empresas de alta tecnologia num contexto obrigatório, (ii) a divulgação do CI em duas secções específicas do relatório anual (i.e. secção do modelo de negócio e secção de risco) para investigar o papel do CI no processo de criação de valor e os riscos relacionados, e (iii) a integração e o nível de correspondência da informação do CI divulgada nestas duas secções.

Principais conclusões

Verificamos que aproximadamente 29% das empresas não divulgam os factores de valor BM ou os riscos nas seções narrativas dos seus relatórios anuais. Assim, existe um número considerável de empresas que não estão em conformidade. O exame das empresas que divulgam tanto BMs como riscos sugere isso:

- As empresas tendem a revelar elementos de CI tanto nas secções de BM como de riscos, embora com algumas diferenças na indústria. No entanto, tais divulgações são geralmente limitadas.

- Para divulgar CI é mais comum as empresas utilizarem a secção dedicada ao BM em vez da secção de risco. Esta abordagem pode estar relacionada com o facto de o BM ser um conceito que explica como uma empresa gera valor, e o CI é vista principalmente como um motor fundamental do valor.

- A informação sobre elementos do CI na secção de risco raramente contém declarações prospectivas que possam ajudar os utilizadores a avaliar a forma como uma empresa se está a proteger de futuros desenvolvimentos de riscos principais. Em alguns casos, as empresas utilizam um tom neutro ou mesmo positivo quando descrevem o potencial impacto dos riscos de CI nas suas operações.

- Apenas 40% dos elementos do CI divulgados como factores de valor na secção BM são abordados na secção dedicada aos riscos. Assim, o nível de integração de informação não financeira recomendado pelos reguladores foi muitas vezes atingido apenas em parte ou não foi atingido de todo.

Implicações

Esta investigação fornece informações sobre a forma como as empresas cotadas atualmente reportam o seu CI e como esta divulgação é integrada com os relatórios obrigatórios do BM e os relatórios de risco. Estes aspectos podem ser de particular importância para todas as entidades cotadas no Reino Unido e nos países do Espaço Econômico Europeu (EEE), que devem divulgar os seus CIs nos relatórios anuais ao abrigo de regulamentos recentes. Assim, o nosso estudo contribui para compreender se as empresas podem utilizar os relatórios obrigatórios da BM para divulgar CI, como postulado pelas contribuições teóricas na área (Bukh, 2003; Beattie e Smith, 2013; Dane-Nielsen e Nielsen, 2018).

Além disso, o estudo contribui para a literatura sobre relatórios de risco. Tal como os relatórios do BM, os relatórios de risco tornaram-se obrigatórios para as empresas cotadas no Reino Unido e países do EEE. O exame da forma como as empresas abordam os elementos de CI nos relatórios de risco poderia fornecer informações úteis sobre as consequências negativas da perda de controle sobre estes elementos e a incapacidade de os utilizar. Finalmente, consideramos que os relatórios do BM e os relatórios de risco estão estritamente interligados.

De acordo com a nossa proposta, as empresas deveriam:

- oferecer uma descrição dos principais elementos do CI em que confiam para criar e fornecer valor aquando da divulgação do BM; e

- ilustrar os riscos associados aos principais elementos de CI que impulsionam o valor da sua empresa na secção dedicada aos riscos.

De acordo com a definição de "materialidade" fornecida pelo WICI (2016, p. 2), as organizações devem reportar informações que representem os intangíveis mais significativos para a sua criação de valor ao longo do tempo. Assim, os elementos CI representados como factores de criação de valor na secção BM também devem ser discutidos ao relatar os riscos, fornecendo assim aos utilizadores informação sobre a potencial perda da capacidade de geração de valor desses elementos.

Os nossos resultados sugerem que a ligação entre os relatórios do BM e os relatórios de risco raramente é satisfatória. Assim, os reguladores poderão desenvolver algumas diretrizes úteis para ajudar as empresas a representar eficazmente o seu CI dentro destas duas secções do relatório anual, utilizando o BM para fornecer contexto para outros tipos de informação. Uma questão crucial que pode explicar o baixo nível de divulgação dos elementos-chave do CI na secção de risco está relacionada com os custos de propriedade, porque as empresas não querem mostrar aos investidores as ameaças aos elementos do CI. Esta questão poderia ser atenuada por uma ligação eficaz entre os riscos e o BM. Além disso, a exploração de elementos de CI está frequentemente associada a incertezas que podem conduzir a resultados positivos ou negativos.

Embora a ilustração isolada dos riscos de CI possa representar uma preocupação para algumas entidades, uma representação clara de como esses elementos geram valor se explorados com sucesso através dos relatórios do BM pode atenuar essas preocupações e fornecer aos utilizadores uma visão mais fiável dos CI. Assim, a melhoria da integração entre a informação sobre os geradores de valor de CI e os riscos relacionados pode fornecer informação significativa sobre os resultados do processo de criação de valor.

Do companies disclose relevant information about intangibles? Insights from business model reporting and risk reporting - Chiara Crovini, Francesco Giunta, Christian Nielsen, Lorenzo Simoni ISBN 978-1-909883-79-6.  Tradução do Deepl https://www.deepl.com/en/translator

14 janeiro 2019

Historia da contabilidade: Capital Intelectual na Agricultura

O conceito de capital intelectual parece bastante moderno. E aplicável a setores de elevado desenvolvimento tecnológico. Entretanto, em 1859 o conceito foi usado no Brasil no setor agrícola.

Na Revista Popular, na sua edição 4, p. 75, trazia o seguinte:

A publicidade e o ensino practico, ao passo que dotão a agricultura do capital intellectual, não menos precioso do que o capital predial, são ao mesmo tempo estimulos poderosos, para que os fazendeiros se preoccupem incessantemente de augmentarem o capital circulante. (...) Cumpre não perder de vista que tres sao os generos de capitaes, que carece o agricultor simultaneamente, de cuja acquisicao depende sua maior ou menor prosperidade: o capital predial; o capital intellectual; o capital circulante. (...)

O texto prossegue com um vínculo com a contabilidade:

Acontece outro tanto pelo que respeita ao capital intellectual? Quantas vezes o conhecimento da mathematica e de suas applicações á contabilidade, á mechanica, á hydraulica, teem sido mais uteis ao fazendeiro, do que a acquisicao de uma nova quadra de terra (...)

03 setembro 2012

Produtividade do capital financeiro

No limiar de novo ciclo
Autor: Thomás Tosta de Sá
Valor Econômico - 22/08/2012


A crise econômica mundial, que se agravou a partir da crise financeira de 2008, está afetando a economia brasileira com uma intensidade maior do que se imaginava inicialmente.

A resposta do governo brasileiro adotando medidas de estímulo ao consumo com o aumento do crédito e redução de impostos, com o aumento dos gastos do governo e financiamento de longo prazo das empresas, com aportes do Tesouro para capitalização do BNDES, surtiu um efeito positivo de curto prazo fazendo com que a economia brasileira apresentasse em 2010, ano de eleições presidenciais, seu mais elevado crescimento do PIB, 7,5%, nos últimos 20 anos. O modelo se esgotou e novos rumos deverão ser traçados para corrigir o ritmo de crescimento do PIB de 2,7% em 2011 e provavelmente menos de 2% em 2012.

O crescimento econômico das nações só é sustentável com o aumento da produtividade dos fatores de produção. O capital intelectual só aumenta sua produtividade por meio da educação aplicada à inovação. O capital financeiro, com a alocação eficiente da poupança por meio do mercado de capitais e os recursos naturais com seu uso inteligente, em benefício do ser humano.

Se durante o século passado o crescimento da economia mundial foi liderado pelas economias desenvolvidas, acredita-se que nas próximas décadas o crescimento será impulsionado pelos países emergentes.

Para que o Brasil tenha um papel relevante nesse processo, será necessário rever seu modelo calcado em consumo e gastos de governo. Investimentos sociais terão que substituir gastos sociais como prioridade da política governamental. Hoje, a carga tributária de quase 40% do PIB é usada para financiar gastos correntes dos quais os benefícios previdenciários representam quase 12% do PIB.

(...)Na área de investimentos em infraestrura, o anúncio de uma nova política de concessões que abrangerá todos os setores anteriormente mencionados transferindo para o setor privado a gestão e, principalmente, a captação de recursos, é um renovado programa de parceria público privada. Nesse cenário o mercado de capitais pode voltar a desempenhar o papel de maior financiador de longo prazo das empresas brasileiras.

Em 2007 tivemos 67 IPO"s e o valor de mercado das empresas cotadas em bolsa atingiu 97% do PIB e o mercado de capitais contribuiu com cerca de R$ 115 bilhões para o financiamento dessas empresas. O BNDES, historicamente o maior financiador de longo prazo no Brasil, aplicou nesse ano cerca de R$ 66 bilhões.

Desde 2008 modificou-se esse quadro, com o BNDES, à falta de outra alternativa, assumindo novamente o papel de grande financiador das empresas com todas as desvantagens decorrentes. O resultado é que tivemos apenas quatro, seis e 11 IPO"s respectivamente em 2008, 2009 e 2010. O mercado de capitais brasileiro, um dos mais bem regulados do mundo, deve seu sucesso a um trabalho permanente de educação de seus agentes e de fatores específicos que marcaram seus dois últimos ciclos desde 1991:

1991/1997 - uma legislação flexível para entrada dos investidores estrangeiros e o sucesso do Plano Real que resultou no controle da inflação. Nesse período o IBovespa teve uma valorização de quase 3 mil % em dólares;

2002/2008 - lançamento do Novo Mercado, eliminação da CPMF nas negociações em bolsa, mudança da lei das S.A."s restabelecendo direitos de acionistas minoritários e o lançamento do Plano Diretor do Mercado de Capitais pelas entidades do mercado e implementado durante o governo Lula. O índice Bovespa valorizou-se de 8.300 pontos em outubro de 2002 para 73.500 pontos até a crise de 2008.

O novo ciclo do mercado de capitais, que imaginamos estar se aproximando, terá como fatores determinantes a redução da taxa de juros e uma nova Estratégia Nacional de Acesso ao Mercado de Capitais que encontra-se em construção para ampliar de forma significativa o número de investidores, intermediários e empresas no mercado.

Com pouco mais de 550.000 investidores individuais e de 400 empresas listadas em bolsa o conjunto de investidores institucionais aplica apenas 17% de seus recursos em ações e 7% em títulos de dívida das empresas sendo que títulos públicos e papéis bancários absorvem 41% e cerca de 30% desses recursos respectivamente.

O aumento de produtividade do capital financeiro resultante do crescimento do seu mercado de capitais poderá ser o principal responsável pela retomada gradual de novos níveis de seu desenvolvimento econômico e social.


Thomás Tosta de Sá é presidente executivo do Ibmec-Instituto Brasileiro do Mercado de Capitais e ex-presidente da CVM

24 agosto 2012

Fluxo de Cérebros


Bruna Sensêve
22/08/2012 -Correio Braziliense

Brain drain” é uma expressão em inglês utilizada para identificar a saída de cientistas de um país para trabalhar em instituições estrangeiras. Trata-se, cada vez mais, de um fenômeno global. Mas quais países mais “perdem” cérebros, e quais mais atraem pesquisadores? E o que os especialistas levam em conta na hora de buscar trabalho em instituições estrangeiras? Responder questões como essas foi o objetivo de um estudo conduzido no Escritório Nacional de Pesquisas Econômicas dos Estados Unidos que analisou informações de quase 20 mil cientistas espalhados em 16 países, incluindo o Brasil.

Segundo o levantamento, entre as nações estudadas, a Índia é a que mais exporta mão de obra científica, com quase 40% de seus pesquisadores fora do país. No lado oposto do ranking, o Japão consegue reter 96% de seu pessoal. A Suíça, por sua vez, tem uma balança migratória equilibrada. O país europeu compensa o fato de 33,1% de seus cientistas estarem fora do país com um índice de 56,7% de estrangeiros atuando em suas instituições. No Brasil, essa dinâmica também pode ser considerada equilibrada, mesmo que pouco expressiva: 8,3% de seus especialistas estão fora do país, enquanto 7,1% dos cientistas que trabalham aqui vieram de fora.
Não surpreendentemente, os Estados Unidos são o principal destino de emigrantes de 13 dos outros 15 países estudados. Nos dois restantes (Bélgica e Dinamarca), os EUA estão em segundo lugar. Mesmo assim, o país não aparece em primeiro lugar no ranking das nações que mais utilizam, proporcionalmente, contribuições de fora. Lá, 38,4% dos cientistas são estrangeiros, mas três países superam esse índice: Suíça (56,7%), Canadá (46,9%) e Austrália (44,5%).

O professor de química aposentado da Universidade de Brasília (UnB) Peter Bakuzis contrariou o fluxo mundial e saiu, em 1970, dos EUA rumo à Universidade de Brasília. Na época, o norte-americano já havia feito pós-doutorado e encontrava dificuldades em ser aceito em alguma instituição de seu país. Assim, a estada de um ano foi estendida indefinidamente. Foi na capital que ele conheceu a mulher e teve três filhos brasileiros.

Para ele, a situação vivida atualmente é muito diferente da de quatro décadas atrás. Segundo o químico, havia mais liberdade para pesquisas, já que as verbas eram apresentadas à universidade como um todo. “Foi uma das coisas que me atraíram. Hoje é mais difícil, mas não penso em voltar.” A qualidade de vida do brasileiro é outro fator que vigora até hoje para essa decisão. “Aqui, tenho vida fora do laboratório, menos tensão. Ao mesmo tempo, isso é ruim, porque vemos menos pessoas acompanhando a literatura e os avanços do meio.”

Ele considera a mobilidade brasileira muito pequena se comparada à norte-americana, até mesmo dentro do próprio país. “Aqui temos muitas contratações de pessoas que se formaram na mesma instituição. Isso é inimaginável nos EUA. A falta de mobilidade entre as instituições faz com que tudo seja feito da mesma forma sempre, não há renovação de ideias.”

Como mostra a história de Bakuzis, os motivos que levam cientistas a sair de seus países são diversos, mas o estudo consegue apontar como principal deles o desejo de melhorar as perspectivas na carreira ao trabalhar em instituições de pesquisa proeminentes. Os laços culturais e linguísticos também são importantes: muitos ingleses vão para a Austrália (21,1%) e para o Canadá (13,5%), por exemplo. E Argentinos, colombianos e peruanos representam cerca de 40% dos pesquisadores estrangeiros vivendo no Brasil.

(...)

03 fevereiro 2012

Fuga de cérebros

Segundo Robert Guest, a fuga de cérebros (brain drain,em inglês) gera consequências econômicas positivas para os países em desenvolvimento:

Like many rich countries, Britain imports planeloads of medical personnel like my wife's midwife from poor countries like Nigeria; without them, Britain's hospitals could barely function. But this transfer of intellectual capital raises a troubling question: Is it fair for rich countries to poach talent from poor ones? After all, it seems intuitive that "brain drain" hurts the poor. Frank Dobson, when serving as Britain's health secretary, called it an "international disgrace." If all the best doctors and engineers move to the West, who will staff hospitals or build railways in Nigeria or Bangladesh? Simple justice, it would seem, requires that rich countries should stop recruiting doctors and engineers from poor ones.

Or does it? One of the most surprising findings in modern economics is that the brain drain reduces global poverty. On balance, the outflow of talent from poor countries to rich ones is actually good for poor countries -- and even more so for poor people, since many escape poverty by emigrating.

Migration makes poor countries better off in several ways. First, the prospect of earning big bucks working abroad spurs more people to acquire marketable skills. They scrape together college fees and stay late in the library. Having qualified as doctors or engineers, many will promptly emigrate. But many will not. Some will fail to obtain a visa; others will stay behind to look after their aging parents.


30 maio 2011

Pirataria

Durante uma apresentação realizada nesta semana em Pequim (China), o CEO da Microsoft, Steve Ballmer, destacou que, hoje, um dos grandes desafios da companhia para avançar no mercado chinês é a questão da pirataria. E o executivo defendeu que a principal causa do problema não está relacionada ao preço do software e, sim, à falta de leis adequadas para garantir a propriedade intelectual.

Para justificar sua visão, Ballmer disse que se as pessoas têm dinheiro para comprar computadores, não faz sentido dizer que elas não podem pagar pelo software. De acordo com notícia do Wall Street Journal, ele lembrou também que, hoje, a Microsoft fatura seis vezes mais por PC vendido na Índia do que na China. O que, segundo ele, deve-se às rígidas leis indianas voltadas a garantir o direito à propridade intelectual.

Em relação ao problema de pirataria na China, o executivo citou que as receitas no país representam apenas 5% do que a Microsoft fatura nos Estados Unidos, apesar dos dois mercados terem vendas de computadores bastante próximas.

Um relatório da BSA (Business Software Alliance), divulgado em maio deste ano, aponta que 42% dos softwares para PC foram pirateados em todo o mundo em 2010, movimentando US$ 59 bilhões em atividades ilegais. Os mercados emergentes – como Brasil e China – são citados como os principais responsáveis por esses números, concentrando US$ 32 bilhões.

Ainda segundo a BSA, os mercados emergentes concentraram 50% de todos os PCs comercializados ao redor do mundo em 2010, contudo, corresponderam a menos de 20% de todas as receitas com licença de software. O que sinaliza para um alto índice de uso de soluções piratas.

Fonte: aqui

01 janeiro 2010

Recurso ou Capital Humano?

Até recentemente, as pessoas eram consideradas Recursos Humanos (RH) e a área responsável por sua gestão não era considerada estratégica. Isto vem mudando. Nos últimos anos espera-se que as políticas e práticas de RH se ajustem tanto à estratégia do negócio (ajuste interno) quanto ao contexto no qual a organização se insere (alinhamento externo). Pessoas são consideradas um tipo especial de Capital que gera vantagem competitiva, mas há dificuldades para avaliar a contribuição desse tipo de Capital ao negócio. Este estudo, de natureza exploratória, busca identificar a percepção de gestores da área de Contabilidade em relação ao desenvolvimento de metas e de indicadores de desempenho relacionados à área de RH e que possam ser considerados proxies para mensuração do Capital Humano. O estudo, de natureza qualitativa, baseou-se em seis entrevistas semi-estruturadas feitas com gestores (analistas SR, controllers e diretor) da área de Contabilidade de empresas de grande porte situadas no Estado de São Paulo, todas listadas dentre as 500 maiores empresas (ranking da Revista Exame). Os resultados mostram que o conceito de Capital Humano ainda não está claro para esses profissionais e que os indicadores de desempenho tradicionalmente apresentados pela área de RH não conseguem captar o valor do Capital Humano.

RECURSO OU CAPITAL HUMANO? UMA QUESTÃO IMPORTANTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE INDICADORES DE DESEMPENHO DA ÁREA DE RH - Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar & Paula Cristina Brito da Silva (Mackenzie)

30 dezembro 2009

Capital Intelectual na Natura

O presente artigo apresenta os resultados de um estudo longitudinal sobre a evidenciação voluntária do Capital Intelectual (CI) de natureza social e ambiental nos Relatórios Anuais (RAs), do período de 2003 a 2007, da Empresa Natura Cosméticos S.A, a partir da seguinte pergunta de pesquisa: Qual é o comportamento da empresa Natura Cosméticos em relação à evidenciação voluntária de seu Capital Intelectual de natureza social e ambiental? Este artigo, de caráter descritivo, faz uso da técnica da análise do conteúdo para interpretar as sentenças constantes nos RAs; sendo assim, esta pesquisa adota uma abordagem qualitativa dos dados de fonte de natureza secundária. Para a condução deste estudo, será utilizada a nomenclatura das categoriais de classificação de capital intelectual (CI) proposta por Sveiby (1997), uma matriz de elementos de CI de origem social e ambiental elaborada por Silva (2008) e a codificação numérica proposta por Guthrie et al (1999). Os resultados indicam que: (i) há uma maior tendência de evidenciação dos elementos de natureza social; (ii) a categoria Estrutura Interna foi a mais evidenciada na área social e as três categorias analisadas, foram igualmente evidenciadas na área ambiental; (iii) há uma grande evidenciação voluntária dos elementos de CI, uma vez que dos 38 elementos, somente três elementos não foram evidenciados; (iv) há uma sutil variação na evidenciação voluntária dos elementos de natureza social ao longo dos últimos cinco anos, variação esta inexistente no que diz respeito aos elementos de natureza ambiental; e, (v) a evidenciação de depoimentos/manifestações que reconhecem a presença dos recursos intangíveis deu-se somente a partir do ano de 2005.

A EVIDENCIAÇÃO VOLUNTÁRIA DO CAPITAL INTELECTUAL DE NATUREZA SOCIAL E AMBIENTAL DA EMPRESA NATURA COSMÉTICOS S.A. NO PERÍODO DE 2003 A 2007 - Bruna Matos; Sandra Rolim Ensslin; Donizete Reina; Diane Rossi Maximiano Reina (UFSC)

03 outubro 2007

Capital Intelectual é importante, mas não tanto assim

A ânsia de enfatizar a importância do capital intelectual levou o jonal Vida Económica, de Portugual, a colocar na sua manchete:

CAPITAL INTELECTUAL REPRESENTA 80% DO VALOR DAS EMPRESAS. No texto, informação sobre uma palestra com Carlos Navaza, um gestor de uma empresa, que informa que o "capital intelectual chega a representar 80% do valor das empresas.". Observe a diferença entre os textos.

04 setembro 2007

A importância do capital humano

Um artigo muito interessante do jornal O Globo compara o capital humano com o capital natural.


Guardiões do subdesenvolvimento
O Globo - 02/09/2007

JOÃO LUIZ MAUAD

Em 1993, o americano Douglass North foi agraciado com o Prêmio Nobel de economia, dentre outras contribuições, por seus estudos sobre a importância das instituições para o desenvolvimento econômico. Segundo aquele economista, a diferença crucial entre as nações prósperas e as demais está fundamentalmente na forma de organizar as relações sociais e comerciais. “O desempenho econômico”, ensina ele, “é função das instituições e de sua evolução. Juntamente com a tecnologia, elas determinam os custos de transação e produção. As instituições constituem as regras do jogo numa sociedade; mais formalmente, representam os limites estabelecidos pelo homem para disciplinar as interações humanas.”

Na esteira das idéias de North, o Banco Mundial publicou (veja em http://siteresources.worldbank.org/ , em 2006, um extenso e detalhado trabalho,intitulado “Onde está a Riqueza das Nações”, cujo objetivo foi medir a participação de três diferentes tipos de capitais — natural (recursos naturais), produtivo (bens de capital) e intangível (capital humano e qualidade das instituições formais e informais) — na produção de riqueza de 120 países.

Os resultados da pesquisa mostram que, quanto mais desenvolvidas (em termos de renda per capita) são as nações, menos elas dependem dos recursos naturais e mais utilizam os chamados capitais intangíveis na produção de suas riquezas. Neste aspecto, a comparação dos índices verificados entre os dez primeiros e os dez últimos do ranking analisado é bastante ilustrativa. Enquanto a participação dos capitais naturais no produto total de nove dos dez países mais ricos varia entre exíguos 0 e 3% (a exceção é a Noruega, com 12%), nos países mais pobres ela nunca é inferior a 25%. Por outro lado, os capitais intangíveis têm um peso médio superior a 80% nas economias avançadas, à medida que navegam por índices que vão de 40% a 60% na maioria dos dez países mais pobres.

Esses resultados comprovam, empiricamente, algo de que já se suspeitava há muito tempo: a inexistência de correlação entre desenvolvimento econômico e disponibilidade de recursos naturais. Do contrário, como explicar a prosperidade de nações como Japão, Cingapura, Suíça e Islândia, por exemplo, localizados em regiões geologicamente pobres e geograficamente inóspitas, em contraste com tantas outras onde o subdesenvolvimento persiste, apesar da relativa abundância de riquezas naturais? Com efeito, não surpreende que, de toda riqueza produzida no mundo, o estudo do Bird tenha estimado em apenas 5% a contribuição dos capitais naturais, contra 17% dos capitais produtivos e nada menos que 77% dos intangíveis.

Um excelente referencial da superioridade dos capitais intangíveis sobre os demais está no Oriente Médio. Dentre os Estados árabes daquela região, o mais próspero é exatamente aquele cujas reservas de petróleo são ínfimas. O Emirado de Dubai tem hoje uma economia vibrante, baseada num dinâmico entreposto aduaneiro, no turismo e nos serviços financeiros e de alta tecnologia, enquanto a maioria dos seus vizinhos, donos de reservas petrolíferas imensas, permanecem econômica e socialmente estagnados.

Infelizmente, na contramão da moderna teoria econômica, encontram-se também diversas nações dessa (cada vez mais) atrasada América Latina. Apesar de todas as evidências acima, alguns de seus líderes — apoiados por boa parte da opinião pública — mantêm uma fé inabalável na velha lengalenga nacionalista (temperada com doses cavalares de marxismo) e insistem no extemporâneo receituário da estatização de empresas e recursos naturais, como se aí estivesse a chave do progresso.

Esses verdadeiros guardiões do subdesenvolvimento desprezam o exemplo dos países ricos, especialmente no que concerne às instituições e ao ambiente de negócios. Expressões como Estado de direito, previsibilidade jurídica, respeito à propriedade privada, liberdade econômica, cumprimento de contratos, desburocratização, combate à corrupção, eficiência e parcimônia com o gasto público não têm qualquer significado para eles. Além disso, não aceitam o fato inexorável de que o grande protagonista do desenvolvimento é a iniciativa privada, não o governo.

02 maio 2007

Para ser rico é preciso ser esperto?

Não, é a resposta de pesquisas realizadas com diferentes pessoas, que não encontraram correlação entre a riqueza e o QI. Inteligência não explicaria a riqueza, e aqueles que não são inteligentes deveriam pensar que podem ser ricos.

Além disto, segundo o blog do Wall Street Journal riqueza e renda não são medidas iguais. Alguém pode ter uma grande renda (Michael Jackson, por exemplo), mas ter uma riqueza acumulada pequena, pois não sabe economizar. Ou o contrário.

22 janeiro 2007

Intangível

Artigo do NY Times sobre Steve Jobs


"a empresa pode não ser a mesma sem ele. Infelizmente, investidores têm que contemplar a possibilidade desde que se conheceu as práticas irregulares envolvendo as opções. Mr. Kaiser diz que sua estimativa do valor da empresa poderá mudar radicalmente se Mr. Jobs tiver que deixar [a empresa]".