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16 maio 2008

Política de Crédito


A seguir uma compilação de textos recentes sobre política de crédito que saiu na imprensa brasileira. Adicionei um roteiro de questão que pode ser usado em conjunto com o livro de Administração do Capital de Giro (co-autoria com Alexandre Assaf Neto):


TIM contrata consultoria para reestruturação
Michelly Teixeira - O Estado de São Paulo – 7/5/2008

Para reverter os fracos resultados do primeiro trimestre e cumprir as diretrizes financeiras anunciadas ao mercado, a TIM Participações colocará a tática de redução de custos em sua “linha de ação”, que também levará em conta a oferta convergente de serviços. A sinalização foi dada ontem pelo presidente da empresa de telefonia móvel, Mario Cesar Pereira de Araujo, em teleconferência.

Segundo ele, a empresa contratou uma consultoria externa para promover uma “reestruturação e revisão dos processos da empresa”, a fim de reduzir custos e tornar a administração mais ágil. O executivo não divulgou o nome do prestador de serviço. (...)

A TIM registrou prejuízo líquido de R$ 107,9 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 454,5% em relação ao prejuízo de R$ 19,465 milhões registrado em igual período do ano passado. O resultado frustrou as expectativas do mercado. O principal motivo para a perda foi o aumento de 57,1% nas despesas com inadimplência - com provisões da ordem de R$ 271,7 milhões -, que resultou de uma “campanha agressiva” de televendas no segundo semestre de 2007. O processo de vendas do canal foi remodelado para se tornar mais rigoroso na política de crédito, explicou a empresa no balanço.
A receita média por usuário caiu 14,2% na comparação anual, para R$ 29,50 nos três primeiros meses do ano. A expectativa da TIM é de que essa receita suba nos próximos trimestres para algo entre R$ 32 e R$ 35, de acordo com o diretor-financeiro e de relações com investidores da empresa, Gianandrea Castelli Rivolta. No primeiro trimestre do ano passado, a TIM havia registrado uma receita média por usuário de R$ 34,40, passando a R$ 34,50 ao final do ano.

Para justificar a queda na receita por usuário, Rivolta mencionou o fato de a base de clientes pós-pagos, que corresponde a 20,7% da carteira, ou 6,758 milhões de linhas, ter evoluído a um ritmo “inferior ao esperado”, na ordem de 19%. Houve uma limpeza na carteira de clientes pós-pagos no período, resultando na perda de 12,5 mil assinantes. A TIM justifica ser essa uma “política austera” para garantir qualidade à carteira. “Evidentemente, não nos interesse colocar na base clientes que não pagam conta”, comentou o presidente da empresa. (...)

O que pode ter ocasionado o resultado na inadimplência ? Como a limpeza na carteira pode estar associado a uma política austera de crédito?


Avanço nas classes de menor renda afeta balanço das celulares
Por Taís Fuoco - 6 May 2008 - Reuters Focus

SÃO PAULO, 6 de maio (Reuters) - O alerta foi dado pela TIM , mas as empresas de telefonia móvel, sem exceção, sofreram quedas na receita por usuário do primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2007. (...) A razão, para analistas que acompanham o setor, é a venda mais acentuada para as classes de menor poder aquisitivo, que geram uma receita menor. (...)

O diretor de relações com investidores da Oi, José Luis Salazar, admitiu, em teleconferência com analistas, que no varejo, "a partir do momento em que a empresa vem mergulhando na pirâmide e captando cliente das classes menos abonadas, ganha um custo maior de bad debt", afirmou, referindo-se à possibilidade da empresa ganhar maus pagadores com a estratégia.

A provisão para devedores duvidosos (PDD) da Oi saltou 55,2 por cento nos três primeiros meses do ano em relação a igual intervalo de 2007, para 222 milhões de reais. Enquanto isso, na TIM, que divulgou números nesta terça-feira, o salto foi de 57 por cento, para 271,7 milhões de reais.

De acordo com o balanço da Oi, o aumento reflete uma política de crédito mais flexível adotada a partir do segundo trimestre do ano passado, estratégia que também foi adotada pela TIM segundo os dados divulgados nesta terça-feira. A Oi também percebeu um efeito que ela não espera ver nos demais trimestres, que foi o atraso em alguns pagamentos de governos estaduais e municipais pela demora na aprovação dos orçamentos. (...)
(Reportagem Taís Fuoco, Edição Alberto Alerigi Jr.)

Segundo o texto, qual a relação entre o tipo de cliente e a despesa de provisão para duvidosos? Qual o significado de uma política de crédito mais flexível?Como o atraso nos orçamentos públicos afeta o desempenho da empresa?



TIM anuncia prejuízo de R$ 107,9 milhões no primeiro trimestre

6 May 2008 - FolhaNews

A TIM Participações, controladoras das operadoras de telefonia celular TIM Celular e TIM Nordeste, anunciou nesta terça-feira que obteve prejuízo de R$ 107,9 milhões no primeiro trimestre de 2008, 454% maior do que a do mesmo período do ano passado (R$ 19,5 milhões).

Segundo a empresa, o resultado foi impactado negativamente pelo risco de aumento da inadimplência. Preocupados com esse risco, a TIM elevou a PDD (Provisão para Devedores Duvidosos) para R$ 271,7 milhões. Agora, o PDD corresponde a 9,6% da receita líquida de serviços, contra 6,5% no primeiro trimestre de 2007.
"O aumento das despesas com inadimplência resultou de uma campanha agressiva de televendas no segundo semestre de 2007. O processo de vendas deste canal foi remodelado para se tornar mais rigoroso na política de crédito", informou a empresa em comunicado ao mercado. (...)

Qual a relação entre a política agressiva e o risco?

Demora na aprovação de orçamentos estaduais e municipais eleva provisão de perdas da Oi
5 May 2008 - Valor + News
RIO - A demora de assembléias legislativas e câmaras de vereadores em aprovar o orçamento anual contribuiu para o aumento de 55,2% na Provisão de Devedores Duvidosos (PDD) da Oi no primeiro trimestre, na comparação com igual período do ano passado. Nos três primeiros meses deste ano, o valor foi de R$ 222 milhões, 36,1% superior aos R$ 163 milhões registrados no quarto trimestre de 2007. (...)

"A gente teve um primeiro trimestre afetado por algumas negociações, principalmente com governos estaduais e municipais, onde as assembléias legislativas e câmaras de vereadores demoraram a aprovar os respectivos orçamentos. Sem os orçamentos, os governos não podem empenhar as suas verbas e sem o empenho das suas verbas eles não podem pagar as suas despesas", frisou Salazar durante teleconferência com analistas, acrescentando que a expectativa é de melhorar esse indicador ao longo do ano.

O executivo explicou que a política de crédito mais flexível também contribuiu para o crescimento do PDD. "A partir do momento em que você vem mergulhando na pirâmide social e captando cada vez mais clientes nas classes menos abonadas, sem dúvida nenhuma, apesar desse cliente ser marginalmente positivo para a companhia, ele traz um custo maior de 'bad debts'", ponderou. (...)

(Rafael Rosas | Valor Online e Talita Moreira | Valor Econômico para o Valor Online)

Qual a relação entre orçamento público e a política de crédito das empresas? A relação entre flexibilidade no crédito e PDD foi direta ou inversa?


Claudio Humberto
13 August 2007 - Jornal do Commércio do Rio de Janeiro

(...) Agora, ao negativar um cliente com nome limpo, o supermercado Extra sapeca o carimbo “Política de crédito”. Nem o Procon entendeu a jogada.

Você poderia ajudar a explicar o significado do termo?

Produção maior de automóveis
12 September 2007 - Gazeta Mercantil

A indústria automobilística encostou nos 2 milhões de veículos produzidos no acumulado até agosto e, a não ser que aconteça uma hecatombe, já garantiu os 3 milhões no ano, se contabilizados os doze meses. (...)
Mas falar sobre recordes virou lugar-comum e, como tal, uma chatice. O que parece relevante são as causas que têm levado a tal situação. Sem dúvida, o prazo de crédito elástico foi fundamental, ambiente que agregou novos consumidores ao carro zero km. A situação, claramente, é possível num clima de crescimento da economia, com maior taxa de empregos e mais confiança do consumidor. (...)

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3)(Ariverson Feltrin - Editor de Transportes & LogísticaE-mail: afeltrin@gazetamercantil.com.br)

O que significa prazo flexível? Qual a relação com maior produção?


Varig fecha acordo com BR para fornecimento de combustível
Ivone Portes - 22 May 2006 - FolhaNews

A Varig e a BR Distribuidora concluíram nesta segunda-feira o acordo para que o fornecimento de combustível à companhia aérea não seja interrompido. Em nota divulgada hoje, a BR informa que continuará sendo o principal fornecedor de querosene de aviação da Varig. Entretanto, não deu detalhes sobre os termos do acordo.
"O acordo é resultado do processo de negociação entre as duas companhias que acontece desde o início do ano, sempre no sentido de buscar uma solução para que a Varig continue voando até que se restabeleça completamente como uma das mais importantes companhias de aviação do Brasil", divulgou a distribuidora.

A BR informou ainda, em nota, que "jamais usou formas de pressão para alcançar seus objetivos comerciais, quer seja com a Varig, quer seja com o Judiciário que conduz o processo de recuperação judicial da companhia aérea".

"A Petrobras Distribuidora acredita firmemente na recuperação da Varig, posição esta que se manteve inalterada no tempo, pois, como credora, a BR manteve o crédito desde a entrada da companhia aérea no processo de recuperação judicial, em 17 de junho de 2005, até o término do contrato de fornecimento em 30 de dezembro de 2005."
A distribuidora afirmou ainda que prosseguirá trabalhando com todo o empenho para apoiar um de seus maiores e mais emblemáticos clientes consumidores.

Em razão da crise financeira da Varig, que colocou em dúvida a viabilidade da empresa, a BR Distribuidora reduziu progressivamente o prazo de crédito para a companhia aérea e chegou a exigir o pagamento antecipado pelo combustível. A Varig entrou na Justiça pedindo que a distribuidora concedesse prazo de pagamento pelo combustível.

O leilão de venda da Varig está previsto para ocorrer no dia 9 de julho próximo. A Assembléia de Credores da Varig aprovou uma proposta que prevê a venda da companhia integralmente ou separada --somente operações domésticas. Nos dois modelos de venda estão excluídas as dívidas da companhia, estimadas em mais de R$ 7 bilhões e que ficariam com empresa separada.


Você concorda com a nota de Petrobrás onde afirma que não fez pressão sobre a Varig? Se isso ocorreu, quais os motivos?

Farmacêuticas


A figura mostra as oportunidades para as indústrias farmacêuticas no mercado emergente. Fonte: aqui

Contabilidade e Bancos

O texto a seguir trata dessa relação:

Black mark
May 15th 2008
From The Economist print edition
An accounting standard comes under the microscope

THIS has been a crisis of firsts. The first major crisis of the securitisation era; the first big test of the European Central Bank; and the first crisis of “fair-value” accounting, the set of standards which requires institutions to mark many of their assets to market value. Many blame fair value for causing the credit crunch, arguing that it can cause a downward spiral in prices by encouraging institutions to sell assets quickly and forcing them to take write-downs that do not reflect the “true” value of the underlying assets.

“Fair value is a big mistake,” says the boss of one big European bank. AIG, an American insurer, has proposed a change to the rulebook so that companies and their auditors would put only their own estimates of maximum losses into the profit-and-loss account.


A lot of the criticism is pure cant. After all, mark-to-market gains were happily accepted by banks before the bubble burst. The regime's more helpful rules are still being applied with gusto: for example, banks are able to reduce the fair value of their own debt issues if the credit spreads on them widen. Barclays, for one, recorded gains of £658m ($1.3 billion) on its own liabilities in fiscal 2007.

The fact that deciding on a fair value has been so tough reflects the complexity of the products as much as the state of the markets. Setting a price for derivatives that have been repeatedly repackaged, overcollateralised and subordinated is difficult in any conditions. “Four thousand pieces of a Porsche are more difficult to value than a Porsche itself and the sum of the parts does not equal the whole,” says Bill Michael of KPMG, an accountancy firm (choosing an appropriate car).

Some banks clearly also underestimated the risks of illiquidity. Industry insiders report that prudent institutions were running internal valuation models even when market prices were clearly observable: those that were not had to scramble to develop such models when markets seized up, causing delays in proper disclosure. Many banks failed to price the chances of illiquidity into the cost of internal funding for traders. And some institutions, bankers allege, were parking illiquid structured products in their trading books to attract a lower capital charge (regulators now plan to beef these charges up). That meant mark-to-market losses immediately showed up in their income statements.

The alternative to fair value—holding assets at historic cost—has few admirers. “Is it really better to keep losses and not to tell shareholders?” asks John Smith of the International Accounting Standards Board (IASB). It is striking that executives at American investment banks, which have long been subject to fair-value rules, largely accept the regime.

There are lessons to be learned. With marking to market, a wobble can quickly become a collapse, illiquidity makes prices harder to set and valuations are more susceptible to sentiment. That increased volatility needs to feature in executives' and risk managers' calculations.

Regulators also need to bear in mind that one of the central assumptions of the fair-value regime has not worked out quite as planned. If prices fall too far, as critics say they now have done, investors should be stepping in to buy the assets. But that is difficult when everyone is reducing their leverage. “Clients invariably say they would like to buy but they cannot because they own too much of it already or they own something else,” says Colm Kelleher, Morgan Stanley's chief financial officer.

Moreover, fair-value accounting appears to play a part in the upswing of a cycle as well as in the downswing. Research by Tobias Adrian of the Federal Reserve Bank of New York and Hyun Song Shin of Princeton University indicates that banks take on more debt when the mark-to-market value of their assets increases. In other words, fair value did not just worsen the bust: it also fuelled the boom.

Bancos e Contabilidade

A The Economist traz um número especial sobre bancos. E um dos assuntos tratados é a questão do valor justo. O papel do regulador é discutido em
Cycle clips onde destaco a necessidade ou não da mudança de regras:

It makes sense not to be too quick to overhaul the rulebook. Some argue, for example, that the much-maligned discipline of fair-value accounting may yet bring a swift end to the crisis: if prices have overshot on the way down, they may bounce back up again pretty quickly. Others point out that even enforcing current rules, by requiring banks to take on more capital because the riskiness of their asset base has gone up, may make matters much worse.


A forma como a Espanha tem abordado a questão do capital e o ciclo econômico é destaque em Spanish steps :
Since 2000 the Bank of Spain has had something called a “dynamic provisioning” regime, where bank provisions go up when lending is growing quickly. The scheme is based on the difference between banks' specific provisions for identified losses in any given year and a “statistical” provisioning amount that reflects average losses on assets over the whole business cycle. Over the cycle the effect is neutral, but the timing of the provisioning should make the troughs less deep and the peaks less vertiginous. “There is a gap between when risks are taken and when they materialise which needs to be bridged,” says Mr Roldán.


(Nota: aqui um comentário recente desse blog sobre o assunto)

A absorção dos riscos e prejuízos torna-se mais difícil num mundo de valor justo, afirma Ruptured credit

But being a risk absorber is more difficult in a world where fair-value accounting requires many long-term investors to recognise falling prices, and where high leverage can force even patient investors to liquidate positions. (It is perhaps telling that the white knights of this crunch, the sovereign-wealth funds and the central banks, do not suffer from either problem.)


Em Professionally Gloomy destaca a questão do valor justo:

A second source of additional uncertainty is the advent of fair-value accounting, which requires banks to mark the value of their traded assets to market prices (see article http://www.economist.com/surveys/displaystory.cfm?story_id=11325432). That is fine when markets are highly liquid, but in their search for yield the banks had been actively seeking out less liquid assets. When markets dry up, price discovery becomes difficult. Institutions are forced to use proxies such as indices to determine a price, which may not accurately reflect the composition of their own assets or which may become oversold. When such proxies are unavailable, the valuation process becomes a matter of judgment (or worse, of manipulation: an embarrassing restatement of earnings by the hitherto solid Credit Suisse in March was due partially to intentional mismarking by a few traders).


A figura 1 é retirada desse artigo



A figura 2 é do artigo Make them pay. Mostra o valor da compensação por empregado:



Figuras 3 e 4 mostram a reação do mercado em relação ao setor financeiro. Fonte: aqui




Em Paradise Lost a revista afirma que o valor justo é um "amplifier".

Finalmente aqui a reportagem principal sobre contabilidade, que destaco numa postagem específica.

Nesse endereço as fontes da pesquisa da revista.

Fora do caderno especial, mas tratando de contabilidade, a revista comenta o caso da AIG seguros

Slots são ativados

Segundo reportagem do The Wall Street Journal (International Business: U.K. Airlines to Put Value On Airport Landing Slots. 16/5/2008), as empresas aéreas britânicas estão considerando como ativo os slots. Os mais valiosos são os do aeroporto de Heathrow, sendo que o seu valor pode chegar a 58 milhões de dólares.

15 maio 2008

Fusão e fator humano

As transações entre empresas, como temos visto ultimamente, se parecem muito mais com namoros e casamentos. O sucesso em forjar uma parceria está relacionado tanto ao momento adequado e à atracão mútua quanto está relacionado à negociação — e ainda assim, é difícil prever o resultado da parceria.

(...) Pelo menos 50% dos acordos não conseguem criar valor para os acionistas em um período de três a cinco anos, segundo diversos estudos acadêmicos. “Mas”, diz Rouse, “é muito difícil para uma companhia crescer substancialmente e permanecer competitiva, a menos que faça acordos.”

(...) Executivos que não fazem uma “due diligence humana”, ou seja, uma avaliação para saber da compatibilidade das equipes, antes de completar uma aquisição sofrem dura resistência no longo prazo, diz Jeffrey Krug, professor de gestão estratégica da Universidade de Virgínia Commonwealth, nos Estados Unidos. Pesquisa realizada pelo professor com 23.000 executivos de 1.000 companhias revelou que empresas alvo perdem 21% de seus gerentes por ano — mais do que o dobro da rotatividade de companhias que não foram adquiridas — por pelo menos dez anos após a aquisição.

Muitas aquisições malsucedidas derivam de problemas que inicialmente vieram à tona na mesa de negociação. A fusão que criou a operadora de celular Sprint-Nextel foi celebrada como uma maneira inteligente de a Sprint rapidamente ganhar o tamanho necessário para competir contra rivais maiores e se tornar a terceira maior telefônica de celular dos Estados Unidos. Entretanto, a cultura vagarosa e burocrática da Sprint bateu de frente com o estilo empreendedor da Nextel.

A Sprint registrou prejuízo de US$ 29,5 bilhões no quarto trimestre por conta de uma baixa contábil relacionada à Nextel, e agora a companhia está considerando vender ou separar o negócio que supostamente a tornaria mais forte.

Não há duas companhias que administrem sua operações e funcionários da mesma maneira, mas quanto maior a similaridade dos valores e do estilo de decisão, maiores as chances de colher os benefícios da fusão. A fabricante de chocolates Mars, que tem capital fechado, e a de confeitos Wrigley, que é aberta, vendem produtos similares e, diferentemente da pobre combinação entre Sprint e Nextel, têm culturas parecidas. Ambas são empresas familiares, “e isso deve ajudá-las a respeitar uma à outra”, diz Rouse, o consultor da Bain.


O fator humano nas uniões de empresas
12 May 2008
The Wall Street Journal Americas

Brasil: vantagens e desvantagens

O texto Commodities e moeda forte criam um novo milagre brasileiro, de Matt Moffett, do The Wall Street Journal (13/05/2008) aponta problemas e aspectos positivos do Brasil. A seguir boa parte do texto, separado em pontos positivos e negativos:

Vantagens:

* Devagar e sem alvoroço, no entanto, a economia brasileira vem superando barreiras. Já uma potência mundial em recursos naturais e agricultura, o Brasil acrescentou um ingrediente-chave que durante muito tempo não teve: uma moeda forte. Isso tem ajudado a deflagrar a maior onda de prosperidade que o país experimentou em três décadas, atraindo um enxame de investidores estrangeiros e dando um motor de crescimento para uma economia global enfraquecida.

* Pelo segundo ano consecutivo, a economia brasileira está crescendo cerca de 5%. Ainda é pouco se comparado ao crescimento da China. Mas a expansão tem possibilitado ao Brasil, que em 2002 mais parecia à beira de uma grande moratória, amealhar dólares o bastante para cobrir toda a sua dívida externa e se tornar um credor líquido pela primeira vez em sua história. O real se tornou tão confiável que até mesmo o seletivo investidor americano Warren Buffet tem comprado a moeda.

* O Brasil tem tanto dinheiro em reservas que ontem anunciou que seguiria o exemplo de outros países emergentes como a China e os países ricos em petróleo do Golfo Pérsico e constituíra um fundo soberano com valor entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões para investir o dinheiro que tem em excesso. Além do fundo, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, lançou uma política industrial de US$ 125 bilhões para estimular novas exportações e a indústria de tecnologia por meio de isenções tributárias e outros incentivos.

* A recém-conquistada estabilidade tem elevado milhões de brasileiros pobres à classe média, que está se tornando a faixa mais numerosa da população em um país que foi durante muito tempo conhecido pela disparidade entre classes. Jogando combustível na fogueira de otimismo, novas descobertas de petróleo no litoral do país podem colocar o Brasil entre os maiores exportadores mundiais de petróleo.

* O Brasil está se sentindo tão confiante sobre o lugar que deve ocupar na economia mundial que recentemente o presidente Luis Inácio Lula da Silva brincou com uma platéia de empresários latino-americanos dizendo ter dado um puxão de orelhas no presidente americano George Bush. “Bush, meu filho”, Lula disse que falou a Bush. “Nós passamos 26 anos sem crescer, e agora que estamos crescendo, você vem e complica as coisas? Resolva sua crise!” Representantes da Casa Branca disseram que os dois presidentes discutiram a economia, mas não com essas palavras.

* Dia 30 de abril, outra notícia caiu como uma luva para o Brasil, quando a agência de classificação de risco Standard & Poors elevou a classificação de risco do país para “grau de investimento” — fazendo do Brasil a última das nações do Bric a receber o selo de aprovação com relação à capacidade do país de honrar suas dívidas. Os brasileiros celebraram, salientando que tinham reformado sua economia mesmo enquanto sua democracia de apenas 23 anos firmava raízes. A Índia é o único país cuja democracia funciona no mesmo nível entre os países do Bric.
* Mas Lula tem se provado um importante interlocutor, capaz de se sentir em casa em um churrasco com o presidente Bush ou tomando um café cubano com Raúl Castro. “O Brasil realmente não tem nenhum inimigo”, diz o economista Claudio Haddad, presidente da escola de Administração Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais.

*Isso é bom para investidores que vêem o Brasil como um paraíso na Terra, um país democrático, rico em recursos naturais e cuja economia cresce de forma estável, num canto tranqüilo do mundo. Brad Edson, presidente da NutraCea, fabricantes de produtos à base de arroz com sede em Fênix, no Arizona, estava procurando um lugar para construir sua nova fábrica. “As áreas para o cultivo do arroz estão marcadas por instabilidade política, econômica ou social e você tende a preferir ambientes mais estáveis”, ele disse. O Brasil foi uma escolha óbvia para o investimento em torno de US$ 30 milhões da companhia.
* Mesmo antes de ter alcançado o grau de investimento, o Brasil estava nadando em capital estrangeiro, sendo que a maioria era direcionado para a construção civil. Este ano, o volume tem superior o ano passado, quando o país alcançou o recorde de US$ 34,6 bilhões em investimento estrangeiro, mais dinheiro do que foi enviado à Índia, cuja população é quase seis vezes maior.

* “O Brasil é um dos melhores lugares do mundo para fazer negócios em se tratando de recursos naturais”, diz Daniel Titcomb, presidente da Jaguar Mining Inc, empresa americana de mineração de ouro que está investindo US$ 550 milhões em Minas Gerais. “Eles suportam o que dizem com leis”. As instituições democráticas com que investidores contam para proteger seus direitos aumenta os atrativos do Brasil ao capital.

Desvantagens

* Em contraste com o frio e calculista primeiro-ministro russo Vladimir Putin, Lula parece um personagem inusitado para um país de economia crescente. Ele é conhecido por suas gafes, como por exemplo quando se descreveu como o filho “de uma mãe que nasceu analfabeta”. Mais importante, críticos dizem que Lula não tem feito o bastante para enxugar o setor público, o que aumenta o peso tributário para cerca de 36% da produção, coisa de duas vezes o nível da China ou da Índia.
* Mas a caótica versão de democracia no país é uma faca de dois gumes. O Congresso brasileiro não tem a disciplina interna que tem o Partido Comunista da China — e às vezes, parece não ter disciplina alguma: cerca de 15% de seus membros estão sob investigação formal por supostos crimes que vão de tentativas de homicídio a lavagem de dinheiro.

* Franklin Feder, o presidente da Alcoa para a América Latina, diz que sob o ponto de vista da segurança do investidor o Brasil é de longe preferível a “um regime autocrático que pode mudar radicalmente de um dia para outro”. A Alcoa Inc. está investindo US$ 2 bilhões em projetos para a construção de uma hidrelétrica, uma mineradora e uma refinaria, o programa de investimento mais ambicioso da empresa. Isso dito, a democracia ao estilo brasileiro “nos dá muitas frustrações diárias por conta da sua velocidade na tomada de decisão”, diz Feder. Devido à papelada necessária, o processo de licenciamento e formação de uma joint-venture para a construção da hidrelétrica da Alcoa na Amazônia já leva uma década e o projeto só vai ser concluído lá por 2010 ou 2011.

* Nada se move rápido no Brasil. No Congresso, tomado por corrupção e um grande número de partidos pequenos e fracos, as mudanças ocorrem em velocidade glacial. Uma das maiores vitórias legislativas de Lula, a aprovação de um projeto que reduz o volume de processos na Suprema Corte, estava em andamento desde os anos 60.

* Do ponto de vista da eficiência econômica, “há algo que tem de ser dito sobre comando e controle”, diz Stelleo Tolda, diretor das operações brasileiras do Mercado Livre, a maior plataforma de comércio eletrônico da América Latina. Ele observa que os líderes chineses podem dizer “nós vamos colocar abaixo 15 quarteirões no centro de Pequim e nós não nos importamos com quem mora lá, nós precisamos fazer isso para construir arranha-céus e criar empregos”. Em contraste, na efervescente democracia brasileira, grupos de sem-terra e sem-teto estão organizados em grupos que exercem pressão bloqueando trens carregados de minerais e conduzem passeatas em fazendas.

* O Brasil não exibe as taxas de poupança e investimento da China e da Índia. Mas já atingiu um estágio mais maduro de desenvolvimento que a China e a Índia — com uma parcela mais da da população na zona urbana e uma riqueza per capita mais alta —, de modo que é menos provável que dê passos gigantes agora.

* Ainda há céticos de sobra quanto ao renascimento brasileiro. O economista Aldo Mussachio, da Faculdade de Administração Harvard, dos EUA, escreveu recentemente um paper cujo título sugeria que o Brasil estava fora do ritmo dos Bric. Mussachio diz que o Brasil está se beneficiando de uma bolha nos preços das commodities e que há todas as chances de que a economia acabe voltando ao chão.

* Os contribuintes brasileiros não obtêm muito retorno de seus impostos em áreas como educação, onde adolescentes de 15 anos tiveram notas 20% menores que seus pares na Rússia num teste padronizado de Ciências.

Por que não tem franquia em Contabilidade?

Essa é uma pergunta interessante. Algumas possíveis explicações:

a) Os escritórios trabalham com clientes com baixo faturamento o que faz com que a receita por cliente seja relativamente baixa;
b) Existem as peculiaridades locais de legislação e contatos
c) O principal goodwill está no gerente/proprietário
d) É muito difícil estabelecer reputação, mas fácil de perdê-la

A seguir, trecho de uma entrevista para o Vida Económica de Portugal (dia 9/5/2008, Contabilidade tem de evoluir para a consultoria às empresas, JOÃO LUIS DE SOUSA E PATRÍCIA FLORES) com António Azevedo, director de marketing da Finnacount

Vida Económica – Considera que o franchising é um bom modelo na área da contabilidade?

António Azevedo – É um bom modelo, porque consegue criar sinergias entre os diversos franchisados. A criação de um grupo mais forte no mercado vai permitir a captação de novos clientes. Um modelo, quando está bem estruturado em novas tecnologias, permite um acesso mais fácil à informação, a novos métodos de trabalho e a serviços que um gabinete tradicional não consegue desenvolver. Em regime de franchising, um gabinete consegue propor soluções de valor acrescentado para o cliente. E isso vai-se refl ectir num crescimento futuro.

VE – Também permite uma padronização de serviços e uma politica uniforme de preços?

AA – O modelo de franchising facilita a padronização de serviços, embora a nossa política seja desenvolver serviços adequados à realidade de cada cliente. Quanto aos preços, com o modelo de franchising há tabelas para os serviços prestados. Agora não nos podemos esquecer que cada realidade local tem as suas possibilidades. Cada franchisado tem margem de manobra para se ajustar à realidade onde está inserido, o que é fundamental. Caso contrário, não é competitivo no mercado.
(...)
VE – Actualmente, existe uma maior debilidade no tecido empresarial especialmente ao nível das pequenas empresas que se reflecte sobre os gabinetes de contabilidade?
AA – Acho que há duas realidades. Há as empresas que apostaram em desenvolver novos produtos e em procurar novos mercados, estando hoje numa situação favorável. Aquelas que se centraram na sua actividade tradicional, não apostaram na inovação nem acrescentaram valor ao produto ou serviço passam por algumas difi culdades.

14 maio 2008

Fotografia


Fractal

Avanço da lei

Em 1913 o Internal Revenue Code dos Estados Unidos possuía 14 páginas. Em 2003, 10 mil, além de decisões judiciais, boletins, análises etc (Fonte: KING, Thomas. More Than a Numbers Game, p.27)

Traduzir


Veja a notícia do "Jornal de Notícias" de Portugal e observe os trechos em negritos (meus):

Padre obrigado a restituir cinco mil euros
Teresa Cardoso
Jornal de Notícias - 12/5/2008

O ex-pároco de Aguiar da Beira, Carlos Sousa, terá de devolver à comissão fabriqueira local, até ao final deste mês, cerca de 4500 euros. Dinheiro que corresponde à diferença apurada nas contas dos últimos seis anos à frente daquela paróquia.
O sacerdote terá ainda de restituir alguns objectos, nomeadamente móveis e electrodomésticos, que retirou da casa paroquial de Aguiar da Beira quando, em Setembro do ano passado, foi suspenso das funções paroquiais que ali desempenhava.

A decisão da reposição de fundos e bens na paróquia de Aguiar da Beira foi revelada pelo bispo da diocese de Viseu, D. Ilídio Leandro, que há cerca de dois meses foi chamado a esclarecer denúncias de alegados desvios atribuídos ao sacerdote.

Após passar todos os livros da contabilidade a pente fino e de falar com várias pessoas e entidades de Aguiar da Beira, o prelado concluiu que havia algumas diferenças, na sua maioria relativas a pagamentos pela prestação de serviços religiosos correntes (missas, baptizados e casamentos(, embora o seu montante fique muito aquém dos milhares de euros alegadamente em falta.

Em Janeiro, quando chegou a Aguiar da Beira o novo pároco, a comissão fabriqueira, que se queixava de não ter acesso à maioria das operações financeiras por estarem "concentradas" nas mãos do padre Carlos Sousa, denunciou um desfasamento contabilístico que poderia atingir alguns milhares de euros. O inquérito confirmou apenas uma diferença residual.

O bispo da diocese admitiu já que o sacerdote terá cometido alguns erros nas contas, mas não o terá feito com maldade ou intuito de se apoderar dos bens de forma ilícita, disse, ontem, à Rádio Noar. Mesmo assim, D. Ilídio Leandro determinou a devolução dos valores apurados. Uma deliberação que o visado se comprometeu a respeitar.

O JN tentou ontem, sem sucesso, falar com o padre Carlos Sousa, a residir em Moselos, nos arredores de Viseu, que desde o início do processo garantiu não ter agido com intenção dolosa.

Durante a averiguação, e para que o ex-pároco pudesse viver um período de reflexão, D. Ilídio Leandro decidiu também suspender toda a sua actividade paroquial em Mões, Castro Daire. Esta decisão vigora até Setembro próximo.


Foto: Armação de Pêra - Algarve - Portugal

Padrões e crise


"O Conselho de Padrões de Contabilidade Internacional (IASB, na sigla em inglês) e outros importantes órgãos de padronização deveria adotar medidas urgentes para melhorar a contabilidade e os padrões de transparência"

Presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet.
Trichet/BCE: Bancos Devem Revelar Riscos Em Balanços De 1º Semestre
Dow Jones - 12/05/2008

Foto: Flickr

Sobre o orçamento autorizativo


Sobre o artigo do Pederiva sobre o orçamento público autorizativo (aqui), uma opinião de um especialista no assunto, o prof. Matias-Pereira, direcionada ao autor:


1. Parabéns pela qualidade do seu artigo: A falácia do orçamento autorizativo, publicado recentemente no Estadão.

2. A sua observação de que "O respeito ao devido processo orçamentário consiste numa demonstração inequívoca do respeito à pluralidade, por parte de representantes e representados políticos" é bastante oportuna.

3. Como temos procurado ressaltar, o Orçamento da União, depois da Constituição é a peça/lei mais importante de qualquer país. Ele deve ser um balizador para reduzir desigualdades socioeconômicas e ambientais, gerar oportunidades e promover a cidadania, por meio da definição de políticas públicas consistentes.




Fonte da foto (Diretoria do Orçamento Público): Aqui

Indenização e estratégia de marketing

O presidente da TAM, David Barioni, afirmou ontem que a proposta do governo de indenizar o passageiro em caso de atrasos não afetará os custos da companhia. Na semana passada, o ministro Nelson Jobim (Defesa) e representantes das companhias aéreas discutiram a possibilidade de indenização por milhas ou dinheiro.

"Estamos aguardando a proposta do governo em relação às multas. Não haverá grande impacto por conta do índice de regularidade, que hoje já é bom e no decorrer do tempo tende a melhorar . O impacto é praticamente desprezível nos nossos resultados, mas ainda não temos certeza se a compensação será em espécie ou em milhas do plano de fidelidade", disse.


Indenização para passageiros não afetará custos, diz empresa
Folha de São Paulo - 14/5/2008

É óbvio que para a empresa é mais interessante a indenização em milhas do plano de fidelidade: isso promove o plano da empresa (a concorrente não possui um programa de fidelidade tão avançado) e reduz o impacto financeiro da indenização (nem todos usam as milhas dos programas de fidelidade (vide p. 171 do livro de Teoria da Contabilidade, Niyama e Silva, Atlas, 2008)

Intangíveis: Reportagem ou divulgação


Veja esse texto da Gazeta Mercantil sobre uma metodologia para avaliar intangíveis. É interessante como o assunto é apresentado. Mas leia de forma crítica:

Metodologia avalia ativos intangíveis
Gazeta Mercantil - 14/5/2008
Finanças & Mercados - Pág. 4)(Lucia Rebouças)

Construir uma reputação não é uma coisa simples. Quem consegue fazê-lo sabe muito bem quanto uma boa reputação é importante para proteger o valor da companhia, quando não até para gerar valor. Recentemente, a reputação de empresa sustentável evitou que uma importante fabricante de cosméticos fosse bombardeada pela mídia, quando foi acusada de apropriação indébita de conhecimento. A reputação é um dos chamados intangíveis, ativos que constituem o valor econômico de uma companhia e que não entra no valor contábil (patrimônio, receitas, lucro).

Os intangíveis terão que ser incluídos nas demonstrações contábeis das companhias que precisam adequar-se ao padrão internacional, IFRS (International Financial Reporting Standards) ou adaptar-se às normas de convergência da contabilidade brasileira determinada pela Lei 11.638, sancionada em dezembro do ano passado. Até 2010 todas as companhias abertas terão que adequar suas demonstrações contábeis ao padrão internacional IFRS. Já as empresas de capital fechado de grande porte (com ativos acima de R$ 240 milhões ou receita bruta superior a R$ 300 milhões) terão que se adptar ao padrão previsto pela lei de convergência .Consultores e auditores acreditam, no entanto, que a tendência é que as companhias de grande porte acabem optando por adotar o padrão IFRS.


Até aqui o texto foca a necessidade de avaliar o intangível. Observe que usa a lei para defender esse ponto de vista. Agora um "especialista" apresenta seu ponto de vista:

Em ambos os casos, as companhias terão que adotar metodologias para identificar seus ativos intangíveis, afirma Daniel Domeneghetti, principal executivo da consultoria Dom Strategy Partners. "Os valores tangíveis são facilmente copiáveis, enquanto que os intangíveis, como por exemplo a abordagem de marca (branding) e a gestão de talentos, fazem diferença no valor econômico da empresa. O intangível gera valor e não resultado", conta.


Mas o texto não identifica quem é essa empresa de consultoria. A continuação é interessante:

Embora o IFRS adote outra terminologia, na prática eqüivale a metodologia IAM (Intangible Assets Management) utilizada pela Dom, para a identificação, a medição e gestão de intangíveis. "Com a metodologia identificamos 83 ativos intangíveis possíveis, a partir de três tipos de análises: setor de atuação, estratégia e conjuntura da empresa."


Ou seja, a parte inicial do texto agora faz sentido pois o método do IAM, usado pela empresa, pode mensurar esse intangível. Note que o especialista faz questão de apresentar 83 (um número exato, para mostra a precisão do método) intangíveis possíveis. As conseqüências da não utilização da avaliação são terríveis:

Na avaliação de Domeneghetti essa situação cria uma efeito nefasto. "A empresa acaba se tornando refém da gestão de resultados de curto prazo, aniquilando importantes investimentos naqueles projetos ligados a ativos relevantes à sua competitividade de médio e longo prazos, tais como inovação, conhecimento, branding, sustentabilidade, qualidade, treinamento", afirma.


Agora é o momento de apresentar a experiência da empresa nesse tipo de avaliação:

A metodologia IAM, diz o consultor Domeneghetti, foi intensamente debatida nos âmbitos acadêmicos e atualmente encontra-se em implementação em 17 das 500 maiores companhias do país. Ela permite que se construam com os intangíveis verdadeiros "software corporativo".


A parte melhor da consultoria é que a mesma é individualizada. Ou seja, é necessário adaptar para cada empresa (e isso significa que você precisa contratar a empresa):

Esses softwares são adaptáveis e mudam conforme as necessidades das empresas para avaliar qual o intangível em que precisa focar mais os seus esforços. Os exemplos são vários. No setor de telecomunicações, comenta o consultor, a inteligência jurídica é atualmente um importante intangível. "O setor é muito regulamentado; é ameaçado pelo movimento de convergência entre as empresas de tecnologia da informação e internet. É muito importante saber quem pode fazer o que e onde há brechas que permitiram a atuação da empresa".


Agora, mais um exemplo de como a abordagem é importante (ou fundamental, conforme o texto):

No setor de supermercados, abordagem da marca é fundamental. Num setor maduro como o de metalurgia, o ativo barganha com fornecedores e muito importante. No de papel e celulose, a sustentabilidade é o ativo um intangível de grande relevância; no de bancos é o de relacionamento com clientes, enquanto no farmacêutico a inovação tem grande importância, afirma o consultor.



Para finalizar

A Dom é a primeira consultoria focada em estratégia corporativa 100% nacional. Pertencente à Holding ECC, também proprietária da E-Consulting Corp. A consultoria oferece serviços como planejamento estratégico, gestão de ativos intangíveis, gestão do conhecimento.

IFRS no Brasil

As empresas brasileiras de capital aberto estão bem preparadas para a adaptação ao IFRS (International Financial Reporting Standards), novo modelo contábil a que terão de aderir até 2010. A avaliação é de Nelson Carvalho, presidente do conselho consultivo do IASB (International Accouting Standards Board), órgão que publica e atualiza as normas de contabilidade mundiais. "Fazendo uma comparação, podemos dizer que temos um novo avião, com novos passageiros e um novo aeroporto onde ele chegará. O ambiente dessa recepção é favorável, mesmo que possam aparecer algumas daquelas bandeirinhas da pista com sinalizações de alerta", brincou ontem, durante palestra em evento organizado pela Febraban para discutir auditoria.

Carvalho enumerou os principais desafios a que estão sendo submetidas as companhias e profissionais envolvidos no processo de transição às normas.

O primeiro, segundo o executivo, refere-se à capacidade de fazer projeções mais seguras sobre o desempenho das companhias. "O primeiro choque das empresas foi esse. Afinal, estávamos acostumados à verdade imprópria de acreditar que o correto era que os balanços trouxessem um retrato do passado", exemplificou.

Outro desafio relacionado à implementação do IFRS no País, segundo Carvalho, está ligado à sua estrutura conceitual, que consagra a adoção de princípios. "Advogados, acostumados ao direito codificado e formal, já estão percebendo isso", diz. "Contadores e profissionais de auditoria, também por natureza conservadores, também terão de adaptar-se. O IFRS decretará a morte definitiva da expressão meramente contábil", citou o membro do IASB.

IFRS puro

O principal desafio de CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) -- órgãos que têm centralizado a divulgação de documentos para regular as novas normas no Brasil - é fazer com que a adoção do IFRS aconteça sem que o modelo sofra muitas modificações do original. "Esse tipo de adaptação, que poderia descaracterizar o documento do IASB, criaria o pior dos mundos. Seria o equivalente a aderir o esperanto, um idioma mundial que ninguém fala", criticou Carvalho.

Alguns outros países latino-americanos também estão em pleno processo de conversão contábil e têm intenção de preservar o conteúdo original das normas publicadas pelo IASB. É o caso do Chile, cujas empresas listadas em bolsa terão de divulgar os balanços consolidados formatados em IFRS já em 2009. "O processo é o desfecho natural de uma economia é completamente aberta e integrada à globalização. Fusões e aquisições serão cada vez mais comuns. O IFRS melhora esse ambiente", exemplificou o sócio da Deloitte no Chile, Oscar Bize.

Para Carvalho, País está pronto para aderir ao IFRS
Gazeta Mercantil - 14/5/2008

Você entendeu?

Governo argumenta que derrota tem impacto em todo o sistema tributário
Valor Econômico - 14/5/2008

Para a Advocacia-Geral da União (AGU), o julgamento que discute a exclusão do ICMS na base de cálculo da Cofins no Supremo Tribunal Federal (STF) é importante não apenas pelo valor da causa, mas pelo impacto desta forma de cobrança sobre o sistema tributário como um todo. Segundo o advogado-geral da União, ministro José Antonio Dias Toffoli, hoje, o ICMS é calculado "por dentro" da Cofins. E, se esta sistemática for alterada e a cobrança passar a ser realizada "por fora", haverá um recálculo das tarifas.(...)

"É da cultura tributária nacional a cobrança 'por dentro' dos impostos porque, no Brasil, não há no caixa das empresas uma divisão entre o valor do produto e a contabilidade dos impostos", afirmou o advogado-geral. Segundo ele, as empresas alegam que o ICMS não faz parte do faturamento delas, mas sim do poder público. Só que este valor do ICMS, completou Toffoli, não chega aos cofres públicos. "Ele fica retido no caixa das empresas." O advogado-geral adverte que, se a forma de cobrança for alterada, as empresas não deverão usar a economia que terão com tributos a menos a pagar para reduzir os preços dos produtos. "Se o governo sofrer decisão contrária, não haverá redução no custo dos produtos, mas aumento no lucro dos empresários", diz Toffoli.

13 maio 2008

Convite

Rir é o melhor remédio


Chairman substituto. Fonte: New Yorker

Links

1. Insider deveria ser ilegal?

2. Gerdau como investimento

3. Ilusão da moeda

4. Análise positiva da Petrobrás por investidores estrangeiros

Mulheres superiores aos homens


Extensa pesquisa conduzida pela Canadian Securities Administrators (CSA) em 2006 e 2007 mostrou existir diferenças nas atitudes de investimentos e de comportamentos entre homens e mulheres. Em termos de fraude, a conclusão é que as mulheres são mais avessas ao risco e, conseqüentemente, a fraudes.

(...) constatou-se que 36% das mulheres relataram que alguém aproximou delas com um investimento fraudulento, em comparação com 46% dos homens. Daquelas abordados, 10% das mulheres foram fraudadas, em comparação com 15% dos homens. Na verdade, os homens são mais susceptíveis de terem sido enganados mais de uma vez - 32% em comparação com 20% para as mulheres.

Crescimento da economia e Mercado

Qual a relação entre crescimento econômico e retorno do mercado acionário? A longo prazo essa relação não é proporcional, como geralmente se pensa.


Um crescimento econômico mais rápido significa retornos mais elevados para os investidores. Essa é uma grande parte da lógica dos que investem em mercados emergentes.

O problema com este argumento é que não é verdadeiro. Uma pesquisa da Business School de Londres analisou 17 países durante 108 anos. Os países com as economias de crescimento mais lento (medidos pelo crescimento do PIB ao longo de cinco anos períodos) obteve 8% ao ano, os mercados de crescimento mais rápido nas economias, pelo contrário, retornou apenas 5% ao ano.

Quando um grupo maior de 53 economias, incluindo muitos mercados emergentes, foram examinados, as tartarugas bateram as lebres por uma margem mais ampla -12% para 6-7%.



Fonte: The Economist

Modelos e o Homem

Os modelos de risco, baseados em métodos quantitativos, fracassaram durante a crise do subprime. E por isso devem incorporar mais o comportamento humano. É o que afirma Marine Cole no artigo After subprime fiasco, risk models may weigh human behavior para o Financial Week.

Peritos estão dizendo agora que os participantes no mercado não deve depender exclusivamente em modelos matemáticos, mas também deve usar as ciências sociais para compreender comportamentos dos proprietários de imóveis, por exemplo. Eles também estão pedindo mais informação e mais transparência aos participantes no mercado.

(...) Antes da crise, baseou-se principalmente em complexos modelos suportados em dados históricos sobre empréstimos de um período durante o qual os preços domésticos estavam aumentando.

Efeito do crescimento na redução da pobreza


O gráfico ilustra a redução da pobreza da população de quatro países (Vietnam, China, Indonésia e Tailândia) nos últimos anos (em termos de paridade do poder de compra). O Vietnam é o país que fez maiores progressos: em 1990 metade da sua população estava abaixo da linha de pobreza; quinze anos depois, somente 10%. Fonte: Aqui

Esportes, ilusão da moeda e remuneração


No texto "Do Employees Care about their Relative Position? Behavioural evidence focusing on Perfomance" Benno Torgler, Markus Schaffner, Sascha L. Schmidt e Bruno S. Frey procuram determinar a relação entre a posição de um indivíduo, sua remuneração e seu desempenho. Usam dados de esportes, incluindo jogadores de futebol na Alemanha. Usando uma medida de desempenho do jogador (simplista, que inclui gols e assistências), os autores estabeleceram uma relação entre desempenho, salário relativo futuro do jogador, salário absoluto e variáveis de controle.

Saliência

Em Behavioral Finance and the Sources of Alpha, Russell Fuller apresenta o conceito de saliência:

"Para eventos que ocorrem raramente, pessoas tendem a superestimar a probabilidade desses eventos ocorrerem no futuro se eles recentemente tiverem ocorrido. Por exemplo, uma queda de uma avião comercial ocorre raramente. Entretanto, se um avião cai e tem uma grande cobertura da imprensa, as pessoas irão superestimar a probabilidade de uma queda ocorrer no futuro. Saliência causa uma superreação nos investidores a uma nova informação"

Por que as pessoas ignoram os Genocídios?

Paul Slovic, da University of Oregon, faz essa pergunta na sua pesquisa "If I look at the mass I Will never act": Psychic numbing and genocide, para o Judgment and Decision Making (volume 2, número 2, abril de 2007, p. 79-95). somente no século XX tivemos vários genocídeos:

Armenia (1915)
Ucraine (1932-1933)
Holocausto Nazista (World War II)
Bangladesh (1971)
Cambodia (1975-1979)
Ex-Iugoslavia (1990s)
Ruanda (1994)
Zimbabwe (2000)
Congo (Hoje)
Darfur (Hoje)

Enquanto isso os jornais dedicam páginas para o caso Isabella. Faz sentido? Slovic mostra uma pesquisa de arrecadação de fundos onde três abordagens foram usadas. Na primeira, a campanha apresentava um depoimento pessoal de um garoto, com foto e descrição pessoal. A segunda estratégia era apresentar estatísticas sobre pessoas que necessitavam de ajuda. A terceira estratégia era uma combinação das duas, ou seja, um depoimento pessoal com estatísticas. O resultado da campanhas está na figura:




As pessoas contribuiram mais quando existia uma narração pessoal. Isso faz sentido?

12 maio 2008

Uma propaganda interessante: Jardim da Eternidade

Governança e Custo de Capital

"pode-se dizer que no médio e longo prazo, o custo do capital de terceiros reduziu após a adesão aos níveis diferenciados de GC [Governança Corporativa] e ao novo mercado" Adesão às práticas de governança corporativa e as alterações no custo de capital de terceiros, de José Roberto Lopes e Henrique Cordeiro Martins Aqui

Teoria da Reflexividade

Um assunto de que economistas querem distância
Valor Econômico - De São Paulo
24/04/2008

A teoria da reflexividade, assunto recorrente nos escritos de George Soros, não se qualifica como ciência, por que não provê explicações deterministas e predições. Constitui apenas uma estrutura conceitual para a compreensão de eventos de que humanos participam. No livro, Soros dedica um capítulo inteiro à explicação da teoria, que pode ser entendida, como ele diz, como uma "teoria da história" de uso amplo, inclusive em assuntos financeiros.

Por que o conceito de reflexividade não obteve reconhecimento generalizado? No caso dos mercados financeiros, Soros diz saber a resposta: "A reflexividade impede os economistas de produzir teorias que poderiam explicar e predizer o comportamento dos mercados do mesmo modo que cientistas naturais podem explicar e predizer os fenômenos naturais", afirma. "Para estabelecer e proteger o status da economia como ciência, os economistas fizeram de tudo para afastar a reflexividade dos assuntos de seu interesse".

A reflexividade é usada em lógica como relação que um objeto tem consigo mesmo. Soros a usa para descrever uma conexão de duas mãos entre o pensamento dos participantes de uma situação (como os agentes do mercado e autoridades econômicas e reguladoras) e a própria situação de que participam. Situações reflexivas são caracterizadas por falta de correspondência entre os pontos de vista dos agentes e o estado real dos acontecimentos.

A compreensão de determinada situação e a participação nessa situação envolve duas funções diferentes. Na função cognitiva, as pessoas procuram compreender o mundo em que vivem. Na função manipulativa, pretendem modificar os fatos em seu benefício. Se as duas funções fossem isoladas uma da outra, poderiam servir a seus propósitos: o entendimento dos agentes equivaleria a informação e suas ações levariam aos resultados desejados. "Mas esse é um pressuposto da teoria econômica que não se justifica, exceto em circunstâncias muito excepcionais", diz Soros. "Pode ser assim entre cientistas sociais empenhados na obtenção de conhecimento, mas não entre participantes de eventos que os cientistas sociais estudam. Cientistas sociais, particularmente os economistas, tendem a ignorar esse fato."

Quando as duas funções estão em operação simultânea, interferem uma na outra e os fenômenos envolvidos não consistem apenas em fatos e informações objetivas, mas também em intenções e expectativas a respeito do futuro - contingenciado pelas decisões dos próprios participantes. Estes buscam compensar a insuficiência de informações com suposições baseadas em experiência, instinto, emoções, rituais - e, assim, incorrem em equívocos.

Tome-se o mercado de ações, por exemplo. As pessoas compram e vendem ações imaginando preços futuros, mas esses preços estão sujeitos a influências das expectativas dos investidores. As expectativas não podem ser qualificadas como informação. Na ausência de informação suficiente, os participantes precisam introduzir um elemento de julgamento ou viés em seu processo de decisão. Como resultado, os resultados provavelmente divergirão das expectativas.

Os pontos de vista tendenciosos e os equívocos dos participantes introduzem a incerteza no curso dos eventos. Reconheçam isso ou não, os participantes são obrigados a agir com base em crenças que não têm raízes na realidade. "Interpretações errôneas da realidade e outros equívocos desempenham papel muito maior na determinação do curso dos eventos do que é geralmente reconhecido", diz Soros. "Esse é o principal novo 'insight' que a teoria da reflexividade oferece. A atual crise financeira é um exemplo persuasivo disso."

"A incerteza inerente à conexão reflexiva entre as funções cognitiva e manipulativa não pode ser eliminada", diz Soros, "mas nossa compreensão e capacidade para lidar com tal situação seriam bastante melhoradas se reconhecêssemos esse fato".(CA)

O mercado e o governo

Texto enviado por Ricardo Vianna (grato) de abril, mas sempre atual:

Quando o livre mercado pede socorro
Por Cristiane Perini Lucchesi, de São Paulo
Valor Econômico - 11/04/2008

"Agora somos todos keynesianos". A famosa frase - dita pelo monetarista Milton Friedman em 1965 à revista "Time" e pelo ex-presidente americano Richard Nixon ao acabar com o padrão ouro, em 1971 - está de volta à ordem do dia. Afinal, o livre e desregulamentado mercado dá sinais de fraqueza inconteste e tem pedido cada vez mais a ajuda do Estado. A inadimplência nas hipotecas americanas gerou uma crise de solvência entre os bancos dos países ricos que foram, pouco a pouco, socorridos pelos diversos governos.

A necessidade de ampliação dos gastos públicos para evitar uma recessão maior passou a ser defendida por personalidades tão díspares quanto o presidente americano George W. Bush, passando por seu secretário do Tesouro, Henry Paulson, pelo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, e pelos candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton e Barack Obama. Bancos centrais, governos e até mesmo instituições financeiras privadas passaram a discursar em favor de mudanças na regulamentação para o sistema financeiro e de melhorias na atuação de entidades regulatórias em todo o mundo.

Bloomberg

Ben Bernanke, presidente do Fed, teve de explicar ao Congresso um empréstimo para o JPMorgan comprar o quebrado Bear Stearns, com garantia de títulos de má qualidade

O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, e o ministro da Economia, Alistair Darling, tiveram de explicar a nacionalização do Northern Rock em fevereiro, após o socorro público ao banco, com empréstimos que chegaram a 55 bilhões de libras esterlinas (US$ 109 bilhões). O presidente do Fed, Ben Bernanke, teve de ir ao Congresso na semana passada para justificar o empréstimo de US$ 30 bilhões feito para o JPMorgan comprar o quebrado Bear Stearns, aceitando como garantia justamente títulos chamados de "lixo tóxico", vinculados a hipotecas.

Em suas justificativas, Brown e Bernanke poderiam contar com a ajuda do professor Paul Davidson, um dos mais renomados economistas keynesianos. Para ele, a atitude do Fed no caso Bear Stearns "é o jeito certo de salvar o sistema do colapso" em um momento delicado como o atual. "Aparentemente, você está salvando um banco em particular", comentou, em entrevista ao Valor, por telefone. "Mas, o que você realmente está salvando são as instituições financeiras como um todo, os mercados financeiros e os investidores maiores e também os menores". Davidson, um dos fundadores e editor do "Journal of Post Keynesian Economics", virá ao Brasil para participar do I Encontro Internacional da Associação Keynesiana Brasileira, que será fundada na ocasião.

"Se os bancos falirem, os fundos de pensão dos trabalhadores também quebram e você vai ferir não apenas os bancos, mas um monte de gente inocente", disse Davidson. Para ele, o modo certo de evitar esse "dano colateral" é o Estado assumir os ativos que ninguém quer, como os títulos e estruturas diversas vinculados às hipotecas. "Se as pessoas voltarem a pagar suas hipotecas e os títulos voltarem a ter valor, o JPMorgan poderá receber esses papéis de volta. Caso contrário, o Fed assume as perdas." Nos Estados Unidos, no entanto, uma nacionalização como a do britânico Northern Rock jamais seria aceita, por razões "culturais", afirma Davidson. Ele defende um socorro público em larga escala para todos os bancos com problemas.

A proposta de Davidson não é muito distante do que cogita fazer Darling, o ministro da Economia da Inglaterra. Segundo o jornal "Observer", Darling estaria avaliando colocar todos os ativos contaminados pelas hipotecas americanas no balanço do Banco da Inglaterra por até três anos.

Segundo lembra Davidson, medidas desse tipo já foram adotadas nos Estados Unidos. "Os resultados foram positivos", diz. Em 1933, conta, a administração do presidente Rossevelt criou a Home Owner's Loan Corporation (HOLC), uma corporação pública com o objetivo de ajudar a refinanciar os mutuários e socorrer as financeiras e bancos envolvidos com empréstimos imobiliários. Ele lembra ainda a Resolution Trust Corporation, do governo Bush, Pai, que removeu os empréstimos em atraso dos balanços das cerca de 700 financeiras do setor imobiliário durante a crise de 1980.

Paralelamente a isso, o governo americano deveria entrar com garantias e linhas de crédito especiais para ajudar os mutuários com empréstimos em atraso a voltarem a pagar, de forma que a crise de solvência dos bancos e financeiras seja contida e que despejos em massa sejam evitados. É a única forma para evitar uma grande recessão, diz. "O governo americano não quebra, pois tem dívida em dólar, a moeda padrão do sistema de pagamentos internacional, e por isso pode ficar com as perdas e evitar que os bancos e mutuários quebrem", afirma.

Davidson sugere ainda que o governo americano ajude a financiar investimentos na área de construção civil e indústrias relacionadas, também nos moldes do Plano Rossevelt, além de criar um amplo programa de investimento em infra-estrutura para estimular a economia. A idéia vem sendo defendida por senadores democratas como Christopher Dodd, presidente do comitê de bancos, habitação e assuntos urbanos do Senado americano.

O próprio governo Bush propôs medidas de ajuda aos mutuários, consideradas tímidas e insuficientes. Recentemente, o Senado aprovou projeto de lei do Executivo que autoriza empréstimos da Federal Housing Administration (FHA), o departamento federal de habitação, para mutuários com perspectiva de arresto do imóvel por falta de pagamento. O plano reduz o valor da entrada exigida dos compradores da casa própria de baixa e média renda que contraem empréstimos garantidos pelo governo federal, além de permitir a captação de financiamentos maiores. Mais: facilita a obtenção de empréstimos por mutuários cujos contratos de crédito imobiliário tiverem juros flutuantes e que estejam em datas próximas para renegociação. Ao anunciar o programa, no final do ano passado, Bush garantiu ainda que "o governo federal está tomando várias medidas regulatórias para tornar a indústria imobiliária mais transparente, confiável e justa".

Até Dominique Strauss-Kahn, diretor-gerente do FMI, chegou a defender a atuação do Estado. "Eu realmente acho que a necessidade de intervenção pública na economia está ficando mais evidente", declarou ao jornal "Financial Times". Disse também que apóia uma injeção imediata de dinheiro público nos bancos, visto que os recursos privados parecem insuficientes. Em meio ao debate internacional, Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central do Brasil, e o ex-ministro Maílson da Nóbrega aproveitaram a carona e saíram em defesa do Proer, o socorro aos bancos providenciado pelo governo brasileiro em 1995-1997. "Jamais imaginei que, em Londres, iria me encontrar de novo em meio a um debate semelhante ao vivido no Brasil na época do Proer, mas agora em nível global", disse o brasileiro André Esteves, chefe mundial de renda fixa do UBS.

O tema está no centro do debate econômico às vésperas das eleições americanas. O candidato republicano, John McCain, defende que "não é função do governo americano recompensar aqueles que agem irresponsavelmente, sejam grandes bancos ou pequenos emprestadores". Paul Volcker, ex-presidente do Fed, disse que o banco central "colocou-se acima dos princípios e práticas de um banco central construídos por tanto tempo" ao socorrer o Bear Stearns, ficando "à margem de seus poderes implícitos e legais". E Alan Greenspan, outro ex-presidente do Fed, chegou a sugerir que o governo deixasse os preços das moradias e dos ativos vinculados a hipotecas caírem até que os investidores vissem barganhas e começassem a comprá-los. O economista Paul Krugman, articulista do "New York Times", também tem criticado a ajuda aos bancos.

Um dos principais argumentos contra a ajuda ao mercado tem sido o chamado "risco moral". Ao socorrer os mutuários e bancos, o governo estimularia esses agentes a realizar outros empréstimos inviáveis, na expectativa de que poderiam voltar a ter ajuda do Estado. A esse argumento, Davidson responde: Que se aplique a legislação. Foi o que aconteceu, recorda, logo após a crise de 29.

"Aqueles que não estudam história estão condenados a repetir erros passados", alfineta Davidson. Ele propõe a volta de uma lei nos moldes da Glass-Steagall, aprovada no Congresso americano em 1933, que separou os bancos comerciais dos bancos de investimento. A idéia, na certa, deixa os banqueiros de cabelo em pé. "É necessário salvar os bancos deles mesmos", diz.

Para Davidson, a crise atual só aconteceu por causa da desregulamentação do sistema bancário americano, que culminou com o fim da Glass-Steagall, em 1999. "Antes, quando bancos faziam empréstimos, tinham de manter essa dívida até o fim." Por isso, tinham que investigar para quem emprestavam, de forma muito cuidadosa. "Se o tomador ficasse inadimplente, o banco teria a perda com o não-pagamento e com a venda da casa." Até os anos 1980, diz Davidson, o Fed limitava a quantidade de ativos imobiliários que podia ser vendida a terceiros pelos bancos a uma porcentagem pequena do total.

Com o fim das regulamentações e da Glass-Steagell, "todo mundo passou a poder tomar crédito, pois em 30 a 60 dias o banco vendia esse empréstimo hipotecário para outra pessoa". O banco, segundo Davidson, passou apenas a se preocupar se o tomador do empréstimo faria seu primeiro ou segundo pagamentos.Depois, as perdas com a inadimplência não seriam dele.

[Na crise atual] "o banco originador do crédito pôde se livrar desses empréstimos empacotando-os em ativos financeiros muito sofisticados, como as 'collateralized debt obligations'" (CDOs), diz Davidson. O originador do empréstimo passou a ganhar comissão com a venda do empréstimo e não tinha de se preocupar com o custo de um possível não-pagamento. "O que aconteceu foi que mais e mais pessoas passaram a ser estimuladas a tomar empréstimos que não poderiam honrar."

De acordo com Davidson, os bancos diziam que, com a securitização e derivativos, estavam criando instrumentos para transferir e espalhar melhor o risco. "Mas eles tornaram a situação mais perigosa e acabaram espalhado por todo o mundo as perdas com a inadimplência das hipotecas." E acrescenta: "As pessoas, os fundos de pensão mais conservadores, compraram esses ativos pensando que eram seguros, líquidos, e que estavam com retornos atraentes". Mas logo descobriram que não eram assim."

Segundo Davidson, as agências de classificação de risco de crédito consideravam esses instrumentos seguros e davam a nota mais alta a eles, baseando suas projeções na observação do que aconteceu no passado, quando esses ativos imobiliários eram muito líquidos e seguros. Mas, com o fim das regulamentações, foi deixando de ser assim.

"Os bancos de investimento não se preocupavam realmente em verificar quem era o tomador, pois iriam repassar o empréstimos para outro alguém que muitas vezes não sabia o que estava comprando." Segundo Davidson, nos depoimentos sobre a crise de 1929, a mesma situação veio à tona. Por isso, para Davidson, uma instituição financeira tem de escolher. Pode ser um banco comercial, fazer empréstimos às pessoas e ficar com eles até o fim, ou pode ser uma corretora ou banco de investimento e vender títulos e ganhar uma comissão. Paulson, o secretário do Tesouro americano, egresso do Goldman Sachs, já rejeitou sugestões como as de Davidson. Negou pedidos para que as autoridades reguladoras desmembrem as agências de classificação de crédito ou forcem os bancos emissores de títulos lastreados em hipotecas a manter uma parcela dos títulos que emitem.

Para Davidson, a proposta regulatória feita recentemente por Paulson "não vai resolver problema nenhum e pode até criar mais problemas". Segundo ele, o plano, que unifica a Securities and Exchange Commission (SEC, o órgão regulador das bolsas) com a Comissão Reguladora de Negociações com Contratos Futuros de Commodities dos Estados Unidos, dando mais poder à segunda, piora a situação. "A agência de commodities é mais orientada no sentido do livre mercado", diz.

"Quando a Glass-Steagell foi repelida, eu disse que era um erro terrível", comenta Davidson. "No entanto, eu não achava que seria tão ruim quanto acabou se tornando dez anos depois". Davidson lembra que os bancos contabilizavam muitos desses ativos vinculados às hipotecas americanas fora de seus balanços por meio de SIVs ("structured investiment vehicles"), por exemplo. Mas, conforme lembrou ao Valor experiente gestor de recursos, o que esses grandes bancos têm agora é um passivo contingente com os clientes para os quais venderam esse "lixo tóxico", uma exposição contra esses mesmos clientes por terem financiado essa venda, além de muitas vezes carregarem no próprio balanço as porções mais arriscadas ("equity") dos veículos, que viraram "pó".

Para solucionar o problema, são insuficientes as injeções de liquidez que o Fed tem feito por meio da forte redução nos juros básicos americanos - de 5,25% ao ano em setembro para 2,25% - e dos empréstimos no mercado monetário, na visão de Davidson. "A liquidez não é a solução para um problema que na verdade é de solvência", diz. "É como tomar uma aspirina para curar o câncer: a aspirina pode ajudar a reduzir a dor, mas não cura a doença".

Para Davidson, "a instabilidade atual no mercado foi causada pelos bancos na sua tentativa de securitizar, ou tornar líquidos, ativos que são amplamente ilíquidos, como as hipotecas". Por isso, Davidson discorda de analistas citados pelo "The Wall Street Journal", segundo os quais o momento seria de "fragilidade financeira", nos moldes definidos por outro economista pós-keynesiano americano, Hyman Minsky, morto em 1996. Ele também não vê uma situação de "armadilha da liquidez", na qual os juros nominais ficam próximos a zero e a autoridade monetária se torna incapaz de reanimar a economia, como Paul Krugman chegou a sugerir. "Embora economistas neo keynesianos como Paul Samuelson falem em armadilha de liquidez, o Keynes nunca viu uma situação desse tipo", diz.

Para Davidson, o mercado financeiro "pode fazer maravilhas para o crescimento econômico, se propriamente desenhado e regulado". Mas pode levar à recessão, desemprego e desigualdade se for usado erroneamente. "Essa é uma teoria pós-keynesiana", afirma. Segundo ele, "a grande questão proposta por Keynes é como se deve desenhar a economia e os mercados financeiros para se ter certeza de que chegaremos o mais perto possível do pleno emprego". Segundo ele, foi o que Keynes tentou na conferência de Bretton Woods, em julho de 1944: desenhar um sistema financeiro internacional e criar o pleno emprego global. Seria uma forma de minimizar os dois principais problemas do capitalismo: a incapacidade de atingir o pleno emprego e uma distribuição de renda inadequada e desigual. Keynes não acreditava que se teria uma completa distribuição de renda totalmente igualitária, diz Davidson. "Ele achava que era desejável que certa parcela de desigualdade fosse mantida", comenta.

Os neokeynesianos não têm nada a dizer sobre o sistema financeiro internacional, critica Davidson. "Para eles, a razão para o desemprego existir mesmo com a economia em equilíbrio é você ter preços e salários rígidos", comenta. "Dessa forma, se a demanda cai, preços e salários não caem, por que os monopólios - sejam de sindicatos de trabalhadores ou de empresas - impedem esses preços e salários de cair". Para os neokeynesianos, "são os sindicatos e as grande corporações que causam os problemas de desemprego, o que não tem nada a ver com o que Keynes dizia." Para Davidson, Keynes argumentava que não importa se existem perfeita competição e salários flexíveis - os mercados financeiros podem sempre causar problemas.

Brasil, país do futuro?

Recebi uma dica do José Humberto (grato) sobre o Brasil, o país do futuro, publicado no The Guardian:

The country of the future finally arrives
Tom Phillips - The Guardian, Saturday May 10 2008

Sitting in his air-conditioned office in Guarantã do Norte, a remote agricultural town on the edge of the Amazon rainforest, local mayor José Humberto Macêdo looked a contented man.

Thanks largely to the global boom in commodities, this soya-growing region has been transformed into the vanguard of Brazil's march on to the world stage. "This is going to be the new Brazil," Macêdo beamed, explaining how ballooning commodity prices had made his region, Mato Grosso state, into a powerhouse of the Brazilian economy.

Across the country, similar optimism can now be heard among businessmen and politicians, all convinced that South America's sleeping giant is finally waking up. Brazil has long been known as the país do futuro (country of the future). But a series of economic and political crises and 21 years of military rule somehow meant the future never quite arrived.

Now things seem to be changing. Brazil's currency recently hit a nine-year-high against the dollar, inflation is under control and millions of Brazilians are being propelled towards a new middle class. Last week, meanwhile, Brazil was awarded "investment grade" status by the financial rating agency Standard & Poor's, sending the country's stocks soaring to an all-time high.

Following the announcement, Brazil's president, Luiz Inácio Lula da Silva, said: "If we translate this into a language that the Brazilian people understand, it means that Brazil was declared a serious country, that has serious policies, that takes care of its finances with seriousness and because of this we deserve international confidence."

From oranges and iron ore to biofuels, Brazilian exports are booming, creating a new generation of tycoons. Brazil's millionaire club grew from 130,000 in 2006 to 190,000 last year - one of the fastest rates in the world, according to a study by the Boston Consulting Group.

"We are the biggest exporters of meat, coffee, sugar, fruit juices and the second biggest of grains," Brazil's agriculture minister, Reinhold Stephanes, boasted at a conference in Brasília last month.

Meanwhile, Brazil's stockmarket, known as the Bovespa, was one of the best performing in the world last year.

Despite the world economic crisis, the Brazilian government recently raised the projected growth rate this year to 5% - lower than the other so-called BRIC nations of Russia, India and China but impressive for a developing country.

"The future has already arrived," said David Fleischer, a political scientist at the University of Brasília. "Foreign investments coming into Brazil are very strong; inflation is more or less under control; Brazil now has more international reserves than foreign debt, and the commodities are booming."

Not to mention the oil. A series of huge offshore discoveries by the state-owned energy company Petrobras has led many to dub the president "Sheikh Lula" and claim that Brazil may soon become a major oil producer.

In April, when Haroldo Lima, head of Brazil's national petroleum agency, made headlines after claiming that another huge oilfield had been found off Rio's coast, the news appeared to confirm what many Brazilians have long claimed: God is Brazilian.

Lia Valls, an economist at Rio's Getulio Vargas Foundation, said: "We are now living a singular economic situation we have never experienced before. The international situation is very favourable to Brazil."

In February, when the government announced that it had paid off its foreign debt, Lula boasted that Brazil had "taken an extremely important step towards transforming itself into a country taken seriously in the financial world".

"We will transform this country, definitively, into a great economy and a great nation," the president added.

Keen to transform itself from developing nation to world power, Brazil is also presiding over a 1,200-strong UN stabilisation force in conflict-ridden Haiti. Paulo Cordeiro, the country's former ambassador in Port-au-Prince, said the presence of Brazilian troops was a "demonstration of Brazil ... wanting more responsibility.

"I think Brazil has already reached a certain level of development in which the international community starts calling on it to act more," he said.

"Brazil's international leadership has grown a great deal over the last six or seven years," said the University of Brasília's Fleischer, citing Brazil's involvement in the UN mission and its leadership of the emerging nations in the Doha talks. "The tendency is for this influence to keep growing."

For analysts, much of the euphoria sweeping Brazil is down to the ability to control the inflation that plagued the country in the late 1980s and early 1990s. In 1993 inflation reached 2,490%. Today the figure stands at about 4.7%.

"I think now it is difficult to imagine a return to this," said Valls.

Analysts are less certain, however, about the effects that a drop in commodity prices might have. Many believe this could bring a dramatic end to Brazil's boom. Others question whether the infrastructure and education systems are strong enough to maintain the economic momentum.

Valls warned: "All this does not mean you are guaranteed economic growth. Brazil still has serious structural problems; there needs to be lots of investment in infrastructure. There are some serious pitfalls that compromise this growth: education, having a qualified workforce, health."

Links

1. O custo de um maratonista

2. Poluição da informação

3. Fasb ajuda China nas normas internacionais

4. Propaganda "eu detesto quando você traz leitura para cama"

5. Getz e João Gilberto, 100 albuns essenciais do Jazz

11 maio 2008

Rir é o melhor remédio


Efeito do photoshop: onde está a perna da modelo?

Custo da moeda


Quanto custa 1 centavo?
Superinteressante - Maio de 2008 - Texto Naila Okita

Nove centavos!

E a culpa não é das matérias-primas: os “ingredientes” (aço carbono e uma película de cobre) saem por meio centavo no mercado internacional.

São as etapas de fabricação que encarecem o produto: a eletrodeposição do cobre sobre o aço, a cunhagem e a embalagem.

Se fizermos as contas, são mais de R$ 93 milhões de prejuízo desde o início do Plano Real.

Sorte que esse déficit é amenizado pela produção de cédulas, que são bem mais baratas.

O custo de uma nota de R$ 1, por exemplo, são os mesmos 9 centavos.

Pago para ler

O sítio Brijit é um dos mais interessantes (tenho acesso através da listagem do meu Reader). É um agregador de notícias dos jornais e das revistas, para as pessoas que possuem pouco tempo. No Brijit tem um resumo das notícias com uma nota (de zero a três círculos preenchidos. Dificilmente um artigo recebe a nota máxima).

O conceito é simples: o sítio paga pessoas que possuem muito tempo para ler muita coisa e contar para outras pessoas, que tem pouco tempo, o que elas necessitam olhar.

As pessoas que fazem a revisão (geralmente cem palavras, pois o slogan é Brijit - O mundo em 100 palavras) e a nota dos artigos recebem de 5 a 8 dólares por revisão.

10 maio 2008

Blog


O blog atingiu mais de 3 mil postagens. Em abril foram mais de 8.200 visitas e 12.600 pageviews. Para aqueles que gostaram dos assuntos tratados aqui, marque o blog nos Favoritos do navegador.

Tênis e Estratégia


No passado, postei sobre uma pesquisa referente ao desempenho de jogadores de tênis (aqui). Num texto de 2001, publicado na prestigiosa American Economic Review, Mark Walker e John Wooders analisam a estratégia dos jogadores profissionais (aqui, uma versão para download). Os autores procuram determina uma estratégia do saque no tênis (entre esquerda e direita).

09 maio 2008

Rir é o melhor remédio

Como aumentar o seu salário? Para saber como, clique Aqui

Os 10 maiores filmes de todos os tempos

É uma lista muito polêmica (com os links para Wikipedia):

1. Casablanca 1942
2. Sangre Negro 2007
3. ET 1982
4. Chinatown
5. O Iluminado 1980
6. Vertigo 1958
7. Kes 1968
8. Crepúsculo dos deuses 1950
9. Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças 2004
10. O Poderoso Chefão


Onde está o Cidadão Kane, usualmente o primeiro colocado nessas listas?

Propina e Brasil

Lista de propina tem nomes de brasileiros

Justiça suíça tem até endereço de pessoas que, no Brasil, teriam recebido comissões da empresa Alstom

Jamil Chade - Estado de S. Paulo, 8/5/2008, p. A7


O Ministério Público da Suíça, que investiga um suposto esquema de pagamento de propinas pela empresa francesa Alstom, avalia que a "chave" para entender como a empresa atuava no mundo está em um grupo que teria distribuído comissões ilegais no Brasil em troca de um contrato para a expansão do Metrô de São Paulo.

Pessoas na Suíça que tiveram acesso à lista de suspeitos alertam que não há apenas um brasileiro mencionado pelas autoridades, diferentemente do que informou o jornal Wall Street Journal na terça-feira. "A lista conta com empresários, intermediários e políticos brasileiros", confirmou uma fonte na Justiça suíça, que se negou a dar os nomes. A lista contém o número do RG e os endereços das pessoas envolvidas. "Sabemos que se trata de algo muito sensível", afirmou a fonte.

A Alstom, que atua nos setores de transporte e energia, está sendo investigada na Suíça e na França por pagar supostas propinas para garantir contratos em obras como a do Metrô de São Paulo e da usina hidrelétrica de Itá, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Segundo Walburga Bur, chefe de comunicação do Ministério Público da Suíça, a legislação impede a divulgação dos nomes dos suspeitos. Por enquanto, 24 pessoas estão sendo investigadas em todo o mundo, mas o número pode crescer.

Bur nega que tenha havido uma reunião formal entre autoridades suíças e brasileiras para tratar do assunto. Mas em Berna fontes confirmam que as trocas de informações extra-oficiais ocorreram.

Um segundo pilar das investigações está sendo conduzido pelo juiz federal suíço Ernst Roduner. Mas ele nega que esteja investigando a relação da Alstom com o Brasil. "Isso está sendo tratado exclusivamente pelo Ministério Público", informou. Segundo ele, seu papel nas investigações está sendo o de identificar qual a relação entre o banqueiro Oskar Holenweger, suspeito de atividades ilícitas, e a empresa francesa.