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09 abril 2018

Terremoto e preferência pelo risco

Uma pesquisa realizada no Japão (via aqui) mostrou que um desastre natural, no caso o terremoto no leste do Japão em 2011, mudou a preferência pelo risco das pessoas. Usando os dados de preferências de risco, antes e após o evento, os autores mostraram que os homens tornaram-se mais tolerantes ao risco após o terremoto. E que esta mudança são persistentes, ou seja, cinco anos após o evento, a mudança ainda é percebida. Uma observação importante é que não encontraram o padrão para as mulheres.

06 outubro 2010

Risco




A figura mostra a evolução do nível de risco do Brasil, calculado pela metodologia do Riskmetrics. Por este método, utiliza-se a variação do comportamento da bolsa de valores, determinando a volatilidade através da seguinte expressão:

Volatilidade Hoje = 0,94 Volatilidade de Ontem + 0,06 Retorno de Hoje ao quadrado

Assim, quando existem mudanças bruscas na bolsa de valores, isto seria um reflexo de ambientes conturbados. Em outras palavras, com maior risco.

Observe que a figura apresenta três momentos distintos. O momento A, durante a crise do México, o risco aumentou substancialmente. Isto ocorreu logo após a implantação do Plano Real, no início do governo FHC. Alguns anos após, em 1998 e 1999, o risco aumenta, em razão da crise Russa e dos problemas cambiais, incluindo a maxidesvalorização. O final do governo FHC e durante o governo LIS o risco ficou em níveis reduzidos. A manutenção da política econômica foi a grande responsável por este fato.

Entretanto, em 2007 e 2008 o risco volta a aumentar, com a crise financeira. Entretanto, mais recentemente, voltou aos níveis anteriores.

15 abril 2010

Decisão, aversão à perda e competição

Uma pesquisa de Christer Gerdes e Patrik Gränsmark analisou 1,4 milhão de jogos de xadrez num período de onze anos. A análise é interessante, pois no xadrez é possível determinar qual o adversário mais forte – através de uma medida chamada Elo – e, com os computadores, avaliar a qualidade do jogo. Os resultados são interessantes já que dizem respeito ao processo decisório. Mais especificamente, a questão da aversão à perda e da competição entre homens e mulheres:

Em consonância com pesquisa anterior, descobrimos que as mulheres são mais avessas ao risco do que os homens. A conclusão do assunto é que os homens optaram por estratégias mais agressivas quando jogavam contra oponentes do sexo feminino, embora quando esta estratégia reduz a sua probabilidade de ganhar.

15 março 2010

Casamento e aversão ao risco

O casamento faz com que as pessoas sejam menos avessas ao risco? Esta coluna defende que este é o caso das mulheres, mas não para os homens. Mas a atitude das mulheres casadas é diferente, no sentido que risco tem caído ao longo do tempo já que a prevalência do casamento na sociedade desapareceu. Para as mulheres que trabalham o casamento não faz diferença.

23 fevereiro 2010

Incentivos e Aversão à perda

A The Economist de 14 de janeiro traz um texto interessante sobre incentivos em empresas e o conceito de aversão à perda (Carrots dressed as sticks, 14 jan 2010). O texto relata uma experiência de Tanjim Hossain (Universidade de Toronto) e John List (da Universidade de Chicago) numa fábrica chinesa. A experiência foi realizada em dois grupos. Num primeiro, anunciou-se que os trabalhadores receberiam um bônus de doze dólares no final de uma semana se atingissem uma meta de produção. Para outro grupo foi anunciado tanto o bônus, no mesmo valor, ou a possibilidade de perda, se a produtividade caísse.

Em termos objetivos, os dois grupos são basicamente os mesmos. Mas para finanças comportamentais, existe o conceito de aversão à perda. As conclusões de Hossain e List mostraram que o conceito funciona também neste caso. É a teoria do chicote e da cenoura em prática.

Um aspecto interessante, ao ler a reportagem, é o nome do pesquisador List. Quem leu o recentemente lançado Superfreakonomics (p. 110 e seguintes) deve lembrar as várias páginas que o livro de Levitt e Dubner dedicaram a este pesquisador. No livro, existe um comentário negativo sobre a metodologia de pesquisa denominada de experimental. E questionavam algumas das conclusões encontradas por este tipo de pesquisa. Mas observe que as conclusões do estudo de Hossain e List são as mesmas que as finanças comportamentais encontraram em estudos experimentais.

07 janeiro 2010

Replicando K&T

O objetivo deste estudo foi replicar a investigação empírica desenvolvida por Kahneman e Tversky (1979), buscando verificar, em estudantes de Ciências Contábeis de uma universidade pública e duas faculdades particulares, a evolução racional no processo decisório ao longo dos períodos e também a influência do gênero para questões relacionadas a perdas e exposição ao risco. Para tal, utilizou-se de uma pesquisa de campo, por meio da aplicação de questionários, no modelo original proposto pelos autores retro citados. Simultaneamente, realizou-se um estudo comparativo dos resultados obtidos com a pesquisa desses precursores e de outros autores que também replicaram essa pesquisa no contexto brasileiro no que concerne aos efeitos estudados (efeito certeza, isolamento e reflexo). Os resultados indicaram que não há influência da evolução racional no processo decisório, pois se observou que a posição do aluno no curso não altera o seu modo de perceber o risco e nem a sua intensidade de aversão às perdas. Observou-se também que o gênero dos respondentes influencia na decisão de tomada de risco, pois o sexo feminino possui uma aversão mais acentuada ao risco que o masculino. Por fim, comparando-se simultaneamente os resultados encontrados na pesquisa atual com os resultados de outros autores, verificou-se que esses eram bastante semelhantes e que os aspectos comportamentais estudados são pouco influenciados por vieses culturais e racionais.

Finanças Comportamentais: um estudo comparativo utilizando a teoria dos prospectos com os alunos de graduação do curso de ciências contábeis - Rhoger Fellipe Marinho, Umbelina Cravo Teixeira Lagioia, Carolina Veloso Maciel, Raimundo Nonato Rodrigues

12 maio 2009

Quem conta um conto...

O mercado cai três vezes mais rápido que ele sobe. Um estudo acadêmico em finanças comportamentais, concluiu que as perdas têm três vezes o efeito emocional de um ganho.

Where brokers dare, we should tread carefully
Marcus Padley - The Age 2/5/2009


Tradicionalmente o valor é duas vezes.

16 abril 2009

Raiva

(...) Recentemente, porém, percebemos nos chats de investidores americanos um sentimento igualmente forte, bem descrito na psicologia, mas de pouca consideração nos modelos econômicos: a raiva. Mais especificamente, pudemos notar que alguns investidores estavam agindo em função da raiva.

(...) As razões presumíveis são as frustrações com a perda de riqueza e com a perda de um modelo em que todos acreditavam, e se seguem à busca de culpados e à imensa vontade de punir. É aí que entra o inédito: ver pessoas punindo, com raiva, a partir de vendas maciças e a descoberto. Não são profissionais. São investidores comuns, com discursos patriotas, às vezes simplistas. Mas é marcante a diferença do discurso destas pessoas do de outros que compram ou vendem por ganância ou medo.

(...) A pesquisa acadêmica mostra que isto pode estar acontecendo. Inúmeros desvios da teoria de mercados eficientes já foram documentados pelas finanças comportamentais. A grande importância das emoções no nosso processo de tomada de decisão é cada vez mais compreendida e estudada: elementos afetivos assumem seu papel ao lado de processos cognitivos de alto nível.

(...) Mas existem evidências de que o medo e a raiva têm efeitos opostos na percepção do risco: enquanto pessoas com medo fizeram avaliações de risco pessimistas e fizeram escolhas avessas ao risco, pessoas com raiva expressaram avaliações otimistas em relação ao risco e fizeram escolhas propensas ao risco.

Talvez porque quem tem raiva se sinta mais no controle da situação do que quem tem medo. Isso apesar de a raiva e o medo, ambos, terem uma valência negativa.

Quando os investidores agem em função da raiva
15 Abril 2009 - Valor Econômico - Paulo Possas & Flávia Possas

18 março 2009

Aversão a Perda e Trânsito

É interessante notar que alguns conceitos de finanças comportamentais estão sendo usados em engenharia de transito. Se duas pessoas fazem um determinado trajeto em 30 minutos, o sentimento de ganho ou perda de tempo no trânsito estará associado a sua referência. Se uma das pessoas tem como parâmetro um trajeto de 20 minutos, haverá um sentimento de perda. Se o outro estiver acostumado com um tempo de 40 minutos, acontecerá o sentimento de ganho. Veja mais aqui

16 janeiro 2009

Crise sob a ótica comportamental

Andrew Lo é um excepcional estudioso de finanças, com conhecimentos em finanças comportamentais e métodos quantitativos. Ele é co-autor do clássico The Econometrics of Financial Markets (juntamente com John Campbell e Craig Mackinlay) e criador de um linha de pesquisa, que incorporar Darwin em Finanças.

Lo fez um pequeno texto onde expõe sua visão pessoal da crise. Usando os conceitos conhecidos de aversão a perda e os efeitos no ser humano de ganhos, Lo comenta que a reação do indíviduo num ambiente de mercado altista já foi estudada e apresenta sintomas conhecidos dos cientistas:

Utilizando técnicas como a ressonância magnética, neurocientistas têm documentado o fato de que ganhos monetários estimula o mesmo circuito de premiação que a cocaína - em ambos os casos, a dopamina é liberada. Da mesma forma, a ameaça de perda financeira ativa os mesmos circuitos de agressões físicas, libera adrenalina e cortisol na corrente sanguínea, o que resulta em elevação da freqüência cardíaca, pressão arterial e de alerta.


Diante do comportamento do ser humano, Lo considera razoável a grande quantidade de crises. Os momentos positivos agem sobre o ser humano como uma droga, induzindo a assumir riscos mais elevados. (Talvez isto tenha o mesmo efeito da irracionalidade nas decisões de investimentos):

Sob a perspectiva do neurocientista, não é surpreendente que tenha havido 17 crises nacionais bancárias em todo mundo desde 1974, a maioria das quais foram precedidas por períodos de aumento nos preços de imóveis e ações, grande influxos de capital e liberalização financeira. Períodos extensos de prosperidade agem como um anestésico no cérebro humano, enganando investidores, líderes empresariais e reguladores num estado de complacência, uma droga que causa estupor nos induzido a assumir riscos que nós sabemos que devemos evitar.


O efeito disto são as bolhas. Para resolver o problema, Lo propõe:

Porque a forma mais potente do medo é o medo do desconhecido, a forma mais eficaz para combater a crise atual é com a transparência e educação.

O texto de Lo recebe o nome de Fear, Greed, and Crisis Management: A Neuroscientific Perspective e pode ser encontrado aqui.

Para saber mais sobre Lo, aqui um excelente link com um resumo da sua obra.

23 dezembro 2008

Finanças comportamentais

O texto a seguir utiliza conceitos interessantes para um pesquisador da área de finanças comportamentais. Apesar da “aversão a perda” não ter sido claramente mencionado no texto, o “medo de não fazer o investimento” poderia ser considerado um fenômeno aproximado.

Escândalo expõe ‘sofisticação’ dos investidores
Jason Zweig
15 December 2008
The Wall Street Journal Americas
1

O que o comediante George Carlin, que morreu em junho, e o administrador de fundo de hedge Bernard Madoff, que foi preso na semana passada sob a alegação de organizar um gigantesco esquema de pirâmide que teria perdido dezenas de bilhões de dólares, têm em comum?

O comediante imortalizou a figura de linguagem conhecida como oximoro, as absurdas parcerias de palavras como “camarão jumbo” e “inteligência militar”. Madoff apenas colocou o mais tolo dos oximoros financeiros sob os holofotes: “investidor sofisticado”.

As contas administradas pela Bernard L. Madoff Investment Securities registraram ganhos de cerca de 1% ao mês com a pontualidade de um relógio, por 20 anos, sem uma única perda. Por que esse absurdamente estável retorno não detonou nenhum alarme entre os atuais e os potenciais investidores?

Afinal, investidores sofisticados como os clientes de Madoff deveriam saber que, quando alguma coisa é boa demais para ser verdade, provavelmente não é verdadeira. Mas eles acreditaram nela, de qualquer forma. Por quê?

Madoff enfatizava um clima de segredo, dando às suas contas de investimentos um misterioso ar de sedução e um senso de exclusividade. O marketing inicial estava, na maioria das vezes, nas mãos do “macher” (que em hebraico denomina um “figurão”). Nos clubes de campo ou em outros pontos de reunião exclusivos, o macher contava vantagem em voz alta: “Tenho meu dinheiro investido com Madoff e ele está indo muito bem”. Quando o interlocutor manifestava interesse, o graúdo respondia: “Você não pode participar, a não ser que seja convidado (...) mas eu acho que posso apresentá-lo”.

Robert Cialdini, um professor de psicologia da Universidade Estadual do Arizona e autor do livro “Influência: Ciência e Prática”, chama essa estratégia de “combinação de tripla ameaça”. O caráter meio secreto dos fundos de hedge, diz, faz com que os investidores sintam que se trata de “um domínio inerente a pessoas que sabem mais do que nós”. Essa incerteza nos leva a buscar uma prova social: a evidência de que outras pessoas em que confiamos já tomaram a decisão de investir. E, ao usar essa mesma estratégia de exclusividade, Madoff fez os investidores trocar o medo do risco do investimento pelo medo de perder ao não fazer o investimento.

Se você consegue ser convidado, passa então à condição de membro desse clube exclusivo de “investidores sofisticados”. Quando alguém que você respeita fez algum movimento para fazê-lo ganhar acesso, diz o professor Cialdini, pode parecer um “insulto” procurar saber mais sobre o negócio. Madoff também tornou-se conhecido por expulsar de seus fundos investidores que perguntavam demais, evitando que alguém pudesse virar o barco.

Esse senso de filiação a um clube fechado fez com que vários compradores dos fundos de Madoff se tornassem cegos aos numerosos sinais de perigo que flutuavam ao redor de suas operações. Quando você está num grupo exclusivo como esse, não sai fuçando na cozinha para ter certeza de que o código sanitário está sendo obedecido.

Eis o grande segredo do “investidor sofisticado”: é comum ele não fazer a vistoria das contas antes de investir. Durante um breve período em 2006, a SEC, Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, exigiu que os fundos de hedge fornecessem informações padronizadas sobre suas operações. William Goetzmann, um professor de finanças da faculdade de administração de Yale, descobriu que os fundos de hedge que informavam problemas legais, de regulação ou conflitos de interesse acabavam com desempenho futuro pior. Mas o fornecimento de informações desses riscos não tinha impacto nenhum no fluxo de dinheiro para os fundos de hedge. Em outras palavras, os investidores estavam obtendo informação útil e não dando atenção a ela.

O fundo de hedge de commodities Amaranth Advisors LLC, que entrou em colapso em 2006, com perdas de US$ 6 bilhões, sequer preencheu o formulário obrigatório da SEC no início daquele ano, num sinal claro de que alguma coisa estava errada. Em vez de verificar a causa da omissão ou sacar os recursos, os investidores colocaram ainda mais dinheiro no fundo.

17 outubro 2008

Risco e gene



Segundo esta notícia RISK-TAKING: IN THE GENES a nossa attitude perante o risco pode depender, parcialmente, da genética. Dois genes, que regulam a atividade do cérebro, afetam a proporção que uma pessoa investe seus ativos em investimentos de risco.

13 junho 2008

Valor Justo: benefícios

A adoção do valor justo tem sido objeto de muito polêmica. No dia 1/6/2008 o Financial Times publicou uma entrevista com Stephen M. Horan discutindo os benefícios da opção que está sendo feita pelo Fasb e Iasb na contabilidade (Finance briefing: system depicts risk more accurately). Para Horan, o valor justo reflete a essência econômica, mostrando a mudança na posição financeira da empresa e o seu risco, mais do que o custo histórico

Fair value accounting is intended to reflect in reported financial statements the essential economic, market-based information related to a firm's activities.
It can provide early warnings of changes in a firm's financial position by continuously reflecting the changing value of its assets and liabilities. It provides a more accurate picture of firm risk than historical cost accounting, which can obscure and defer recognition of economic realities.


Afirma também que o custo histórico (a contraposição ao valor justo) tende a suavizar os resultados, incentivando os gestores a tomarem mais risco. A preferência de alguns gestores pelo custo histórico seria, então, reflexo da tendência a estabilizar o resultado e a consequência sobre a remuneração do executivo.


They believe the approach reduces market volatility and that fair value information is costly to obtain.
Investors, on the other hand, tend to value accounting information that reflects underlying economic conditions.


Quando perguntado sobre a possibilidade de melhorar o valor justo, Horan respondeu:

Financial statement presentation proposals under consideration by the IASB and FASB can help isolate the impact of fair value reporting on reported financial performance.
These proposals suggest separating gains and losses from financial instruments from operating activities.

13 maio 2008

Mulheres superiores aos homens


Extensa pesquisa conduzida pela Canadian Securities Administrators (CSA) em 2006 e 2007 mostrou existir diferenças nas atitudes de investimentos e de comportamentos entre homens e mulheres. Em termos de fraude, a conclusão é que as mulheres são mais avessas ao risco e, conseqüentemente, a fraudes.

(...) constatou-se que 36% das mulheres relataram que alguém aproximou delas com um investimento fraudulento, em comparação com 46% dos homens. Daquelas abordados, 10% das mulheres foram fraudadas, em comparação com 15% dos homens. Na verdade, os homens são mais susceptíveis de terem sido enganados mais de uma vez - 32% em comparação com 20% para as mulheres.

18 janeiro 2008

Aversão a Perdas

É conhecida a teoria de Kahneman e Tversky de que as pessoas preferem evitar perdas a fazer ganhos. Esta teoria seria aplicável a questão do céu e inferno? Aqui um link com esta discussão

27 dezembro 2007

Jovens são mais propensos ao risco

"Em outras palavras, os jovens necessitam proteção deles mesmos para retirar oportunidades de maior risco"

A experiência tem-se mostrado uma forma de se tornar avesso ao risco. Em geral os jovens tendem a assumir mais riscos, fazendo atividades mais arriscadas. Qual a razão disto? Aqui, uma tentativa de resposta.

19 setembro 2007

Previsão do Fluxo de Caixa Muda

A reportagem a seguir é extensa, mas muito interessante.

Nova Publicação Identifica Cinco Principais Tendências Que Impactam a Previsão de Fluxo de Caixa
Business Wire Latin America - 18/09/2007

VIENA, Áustria-- (BUSINESS WIRE LATIN AMERICA)--18 de setembro de 2007-- Uma nova publicação patrocinada pela Visa intitulada "Tendências em Previsão de Fluxo de Caixa" destaca a situação atual da previsão de fluxo de caixa no curto prazo, identifica e analisa as cinco principais tendências que estão impactando a previsão de fluxo de caixa e fornece quatro categorias de melhores práticas.

Os tesoureiros corporativos de todo o mundo estão agora focando a atenção em previsão de fluxo de caixa por duas razões, de acordo com a publicação. Primeiro, houve um aumento na sofisticação dos processos de previsão devido a recentes melhorias na tecnologia da informação e avanços nas técnicas de previsão. Segundo, os problemas enfrentados pelos que fazem previsão se tornaram mais desafiantes como resultado de um aumento nas exportações e a utilização mais intensa de dívidas por financiamento.

A publicação, divulgada na EuroFinance International Cash and Treasury Management Conference em Viena, Áustria, enfoca as previsões de curto prazo que abrangem os próximos doze meses e representam as principais preocupações dos departamentos de tesouraria corporativos.

"A previsão é crítica para as companhias de todos os tamanhos minimizarem riscos, maximizarem a utilização do capital de giro e organizarem os retornos sobre o investimento: até agora as companhias achavam difícil historicamente desenvolver modelos de previsão precisos em razão da incapacidade de adquirir informações de qualidade", disse Aliza Knox, vice-presidente sênior da Visa Commercial, Visa International. "Várias das tendências da previsão de fluxo de caixa favorecem os pagamentos eletrônicos e os cartões de pagamento porque proporcionam acesso direto a dados de receitas e dispêndios facilmente categorizados."

As cinco principais tendências que impactam a previsão de fluxo de caixa são:

1. A melhoria da tecnologia está simplificando o processo de previsão: As empresas estão utilizando melhores sistemas de informações para simplificar e melhorar o processo de previsão.

-- As empresas estão cada vez mais contando com sistemas de informações de tesouraria (TIS) e fazendo menos uso de planilhas eletrônicas. Os TIS oferecem vantagens porque eles mantêm uma previsão centralizada, reduzem a entrada de dados manual sujeita a erros, permitem melhores controles de segurança, proporcionam um claro acompanhamento de auditoria e podem incluir facilmente fluxos de dados diretos de outras fontes que podem ser utilizados na preparação da previsão.

2. A função de previsão está sendo centralizada: As previsões estão sendo produzidas mais freqüentemente por sedes corporativas ao invés de em nível de unidades de negócios.

-- Os TIS facilitam a transferência de informações de unidades de negócios para as sedes. Na previsão centralizada, um pequeno número de funcionários nas sedes pode enfocar todo o seu tempo na previsão, permitindo, assim, que se tornem especialistas no gerenciamento e novas técnicas para gerar previsões superiores em menos tempo. Além disso, a centralização permite uniformidade nas previsões de diferentes divisões.

3. Regulamentos mais rígidos estão conduzindo previsões melhor informadas: Efeitos adicionais de controles regulamentares estritos estão levando a previsões mais informadas e voltadas para dados.

-- A previsão precisa pode representar um componente crítico de compatibilização regulamentar e os regulamentos de títulos em alguns países aumentaram diretamente a importância da função de previsão.

4. Novas técnicas de previsão foram disponibilizadas: Novas técnicas baseadas em análises estatísticas e econômicas estão sendo cada vez mais adotadas.

-- Essas técnicas incluem: a) previsões em nível de projeto que são mais precisas do que previsões em nível da companhia: b) previsão baseada em condutor que permite às empresas avaliar os efeitos de mudanças no ambiente econômico; c) "Fluxo de Caixa de Risco" que permite às empresas avaliar o risco de que um evento desastroso possa levar a uma deficiência de caixa; d) incorporação de previsões no processo de tomada de decisão de vencimento de investimentos para reduzir os custos de transações bancárias; e e) modelagem de análises de crédito entre países e macroeconômica internacional para controlar a volatilidade do fluxo de caixa gerado por exportações.

5. Os negócios de capital privado estão aumentando a necessidade de previsões precisas: A tendência para melhores previsões está se fortalecendo, especialmente em empresas compradas por investidores em aquisição de controle acionário de capital privado.

-- As empresas adquiridas por fundos de aquisição de controle acionário de capital privado normalmente trazem empréstimos pesados. Essas empresas precisam produzir previsões especialmente precisas para se compatibilizar com as cláusulas de empréstimos e evitar os riscos de falência.

"Os benefícios criados por boas práticas de previsão de fluxo de caixa vão desde melhorias significantes de eficiência em empresas com caixa rico a proteção potencial de insolvência em empresas financeiramente apertadas", disse o Dr. Mark J. Garmaise, PHD, da UCLA Anderson School of Management, autor da publicação sobre previsão de fluxo de caixa. "As tendências sugerem que as companhias estão propensas a incorporar o modelo de previsão de fluxo de caixa de maneira mais completa em sua estratégia de planejamento operacional para manter um nível desejado de liquidez independentemente de atividades não previstas."

Melhores Práticas

A publicação descreve quatro categorias de melhores práticas de análise das cinco tendências de previsão de fluxo de caixa, incluindo:

1. Sistemas: Os sistemas de informações de tesouraria integrados em nível da empresa, como estações de trabalho de tesouraria de terceiros ou módulos de tesouraria de planejamento de recursos empresariais, são os melhores. As previsões baseadas em planilhas eletrônicas estão cada vez mais obsoletas.

2. Técnicas de Previsão: A previsão baseada em condutor, utilizando simulações ou regressões, é melhor, especialmente quando combinada com cenários de análises estatísticas que proporcionam um senso de fluxo de caixa futuro esperado bem como sua extensão.

3. Métodos de Pagamento: Alguns dos sistemas de pagamento eletrônico, especialmente os que incluem integração com as contas dos clientes e fornecedores, são melhores. Esses métodos de pagamento podem ser incorporados em novas tecnologias de previsão. Os sistemas de pagamento eletrônico também proporcionam dados que são úteis para técnicas de previsão com informação intensiva.

4. Função de Tarefa: A atenção da equipe de tesouraria deverá estar enfocada em uma análise dos determinantes da variabilidade do fluxo de caixa, não na coleta de dados. A tecnologia avançada automatiza a tarefa anterior que consome tempo de coleta de dados, deixando os que fazem previsão com tempo para estudar mais cuidadosamente as dinâmicas de fluxo de caixa.

Benefícios Dos Pagamentos Eletrônicos em Relação Aos Cheques

De acordo com a publicação, várias das tendências na previsão de fluxo de caixa favorecem a utilização de pagamentos eletrônicos e cartões de pagamento em relação aos cheques. Por exemplo:

-- Melhor integração de tecnologia e sistemas torna mais atrativa a utilização de pagamentos eletrônicos e cartões de pagamento, porque esses métodos de pagamento podem ser incorporados em sistemas de computação em nível da empresa.

-- A centralização favorece os pagamentos eletrônicos e os cartões para valores a receber e a pagar, por causa do acesso direto às informações sobre os futuros fluxos de caixa que são fornecidas.

-- Os regulamentos mais rígidos favorecem os pagamentos eletrônicos e os cartões, porque eles proporcionam controle sobre os fundos e permitem às companhias limitar o acesso a esses fundos a pessoas autorizadas. Além disso, a limitação das compras corporativas a pagamentos eletrônicos e cartões torna fácil para as empresas monitorar o fluxo de caixa e prevenir dispêndios não autorizados, porque esses pagamentos são mais fáceis de documentar e permitem acompanhamento de auditoria.

-- Novas técnicas avançadas de previsão sugerem a utilização de pagamentos eletrônicos e cartões porque oferecem dados desagregados de receitas e dispêndios que podem ser facilmente categorizados e estudados.

Metodologia

Para analisar a situação atual da previsão de fluxo de caixa e desenvolvimentos que também serão provavelmente importantes no futuro, a Visa contratou o Dr. Garmaise, um especialista em finanças corporativas e negócios bancários, para identificar e analisar mais de 75 trabalhos de pesquisa secundária. O Dr. Garmaise também conduziu entrevistas de pesquisa primária em seis organizações de vários tamanhos em diversas indústrias em todo o mundo para saber mais sobre seus processos atuais e futuros de previsão de fluxo de caixa.

16 agosto 2007

Risco Moral e a crise financeira

Deve o governo de uma país ajudar o mercado num momento de crise? Alguns acham que sim, pois evitaria uma crise maior.

Entretanto, existe um grupo considerável de analistas que acreditam que a entrada do governo em situações de crise, como ocorreu recentemente na crise do Subprime, pode ser danosa. A explicação está no conceito do Moral Hazard (ou Risco de Moral).

A idéia do Moral Hazard é muito interessante. Um exemplo simples ocorre com o dono de um carro que possui seguro. O seu comportamento tende a ser menos cuidadoso pois ele sabe que qualquer dano causado no automóvel pode ser coberto pela seguradora.

Nesta linha de raciocínio, a atuação dos governos em momentos de crise tendem a aumentar o comportamento descuidado de certos especuladores, podendo encorajar as pessoas a serem mais agressivas e aumentando o risco. Clique aqui para ler mais sobre isto