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12 setembro 2007

Empresa Familiar

No Wall Street Journal Americas uma reportagem sobre a Casio, uma empresa familiar do Japão (Casio já cogita sair de seu reinado familiar, Yukari Iwatani Kane, The Wall Street Journal, de Tóquio, 11/09/2007). Mostra uma mudança na mentalidade de gestão de empresas familiares no Japão

(...)
Kazuo diz que ainda não decidiu quem vai sucedê-lo [na Casio]. Mesmo assim, sua determinação em entregar o poder ao candidato mais capaz é parte de uma mudança na mentalidade japonesa — um país em que as empresas freqüentemente passam para as mãos da geração mais nova da família.

Manter uma empresa na mesma família fornece estabilidade de liderança quando as coisas vão bem. Mas esses executivos freqüentemente são avessos a riscos e agem vagarosamente demais. Com o aumento da concorrência, ficou mais arriscado manter a tradição.

No Japão, tradicionalmente, as famílias fundadoras são obrigadas a abrir mão da administração de suas empresas quando as coisas vão muito mal. Toshimasa Iue, o neto do fundador da fabricante de eletrônicos Sanyo Corp., foi obrigado a sair da presidência em abril depois que a empresa foi atingida por um escândalo de contabilidade e por baixos lucros. (...)

11 setembro 2007

Rir é o melhor remédio


Propaganda do Viagra

RBC e a Anpcont

O último número da RBC apresenta uma cobertura extensa do 1o. Congresso da Anpcont. Além de uma descrição do encontro, a revista faz uma entrevista com os três diretores (Fábio Frezatti, Ilse Beuren e Jorge Niyama) e com os autores dos trabalhos premiados (dois deles ex-alunos da UnB). Além disto, publica dois destes trabalhos.

Uma justa homenagem.

Links

1. Mandelbrot em vídeo - um vídeo bacaninha
2. Jeff Skilling, ex-executivo da Enron, apelou da sentença
3. Um software que mede a quantidade do sorriso de uma pessoa
4. Propaganda da anistia internacional
5. Marcas que fazem parte do Oxford Dictionary

Não é mais Balanço Patrimonial

O Iasb anunciou no dia 6 de setembro a revisão da apresentação das demonstrações financeiras. Em outras palavras, a norma IAS 1 será modificada para, segundo o Iasb, melhorar a habilidade de análise e comparação da informação.

Entre as alterações, o Iasb informa da introdução da demonstração do comprehensive income. Além disto o Balanço Patrimonial mudará de nome para Demonstração da Posição Financeira. A norma terá efeito a partir de 1o de janeiro de 2009.

O Lobbying na regulação contábil

Não se discute a importância da lei Sarbox na contabilidade moderna. O seu impacto tem sido elogiado por alguns, que defendem a melhoria na evidenciação e nos controles internos, e criticado por outros, que acreditam que a relação custo benefício é desfavorável. Um estudo interessante analisou a Sarbox sob a ótica o lobbying durante a fase de implantação da lei. Hochberg, Sapienza e Vissing-Jorgensen, divulgaram uma pesquisa sobre o assunto com o título A Lobbying Approach to Evaluating the Sarbanes-Oxley Act. Os agentes que apresentaram sugestões no processo de regulação da lei pela SEC apresentaram características de melhorar a lei (participação positiva) ou no sentido de atrasar ou restringir seu alcance (participação negativa). Analisando as propostas que foram encaminhadas à SEC, os autores puderam identificar quais agentes econômicos (empresas, corporações, associações de classes ou até mesmo cientistas) tinham interesses na lei.

Novela e Fundo de Pensão

A novela pode afetar a credibilidade dos fundos de pensão?
Valor Econômico - 11/09/2007

As brigas e tramóias de Olavo (Wagner Moura) e Taís (Alessandra Negrini) versus Daniel (Fábio Assunção) e Paula (Alessandra Negrini) - Taís e Paula são gêmeas -, além de afetar o Grupo Cavalcante, tem respingado nos fundos de pensão brasileiros. A novela Paraíso Tropical exibida pela TV Globo tem como um de seus núcleos a trama entre Olavo e Daniel, onde o primeiro tenta de todas as formas galgar o primeiro escalão do grupo, ocupado pelo segundo.Na busca incessante pelo poder, Olavo arquitetou e concretizou a transferência de parte dos recursos financeiros do fundo de pensão criado pelo Grupo Cavalcante para uma conta no exterior, cujo titular é o Daniel. A transferência de recursos de empresa para pessoa física no exterior não é nenhuma novidade, seja em nossos telejornais, seja em nossas telenovelas. Na vida real, no entanto, Olavo teria sucesso nesta tramóia?

Conseguiria transferir recursos financeiros de um fundo de pensão brasileiro para uma pessoa física no exterior? A resposta é não.O entendimento desta afirmativa passa por algumas explicações relativas à estruturação da informação contábil dos fundos de pensão. Também é necessário abordar a importância da qualidade e veracidade das informações disponibilizadas aos participantes dessas entidades.A qualidade da informação contábil nasce no desenho organizacional do Ministério da Previdência Social (MPS), onde o Conselho de Gestão de Previdência Complementar (CGPC), órgão legislador do segmento de fundos de pensão, tem em seu colegiado, presidido pelo ministro da Previdência, integrantes da esfera pública e privada, onde se destacaria o assento destinado a Associação Brasileira das Entidades de Previdência Privada (Abrapp). Ainda olhando a estrutura organizacional do MPS, percebe-se a existência da Secretaria de Previdência Complementar (SPC), órgão fiscalizador do segmento.O desenho organizacional dos fundos também exige obediência a conceitos de governança corporativa, risco operacional, conselho fiscal, "compliance", risco de crédito, risco de mercado, planejamento de investimento, planejamento atuarial, entre outros fatores.Na ficção escrita por Gilberto Braga, Daniel, após examinar os relatórios financeiros de seu fundo de pensão, confirma o desfalque e é informado pelo advogado do Grupo Cavalcante da possibilidade de ser punido pela fraude. Esta cena nos permite alegar por hipótese que Daniel é o responsável máximo pelo fundo de pensão e o que acontece é função direta de sua gestão, de sua vontade.Na vida real dessas entidades, no entanto, esta cena teria dificuldade de ser filmada. Primeiro pela concepção do conceito de patrimônio dos fundos de pensão, isto é, o "dinheiro" pertencente ao fundo de pensão não guarda qualquer vinculo com o patrimônio da empresa patrocinadora - no caso, o Grupo Cavalcante - e sim com os empregados desta empresa empregadora. Entretanto, cabe examinar outro fator que também vem demonstrar as diferenças entre a vida real daquela proposta pelo autor da novela. Na vida real, os fundos de pensão têm, por força de lei, uma estrutura organizacional que permite a participação tanto do patrocinador como do participante na gestão estratégica da entidade, inviabilizando, portanto, que a informação da fraude chegasse em primeira mão ao presidente do Grupo Cavalcante e não ao Conselho Deliberativo do fundo.À luz da legislação vigente, o Conselho Deliberativo é o órgão máximo de um fundo de pensão, e caberá a este órgão definir, registrar e enviar ao órgão fiscalizador e a seus participantes a estratégia e aderência ao planejado, com os recursos financeiros para um período máximo de 12 meses. Ou seja, mesmo considerando que o Daniel fosse o diretor-presidente do fundo de pensão, seus atos estariam limitados à estratégia proposta pelo Conselho Deliberativo. Como na vida real, os recursos financeiros de uma entidade fechada de previdência complementar são aplicados no mercado financeiro, renda fixa, variável, etc. Por força legal, esses recursos estariam custodiados em um agente credenciado pelo mercado. O ato de transformar ativos financeiros em espécie, por si só, afetaria o planejamento, acendendo, portanto, para todo o primeiro escalão do fundo uma luz, no mínimo amarela, de que não existe aderência entre o planejado e o realizado.A qualidade da estrutura de informação contábil do segmento fechado de previdência complementar brasileiro não se esgota com estes exemplos. Na verdade, a preocupação foi de demonstrar que, como brasileiros, somos proprietários de um dos sistemas de previdência complementar mais seguro e transparente do mundo.

Paulo César Chagas é professor de Contabilidade de Previdência Complementar da Universidade Católica de Brasília


O Paulo foi aluno do mestrado. Durante o curso acredito que ele não assistia novela.

Custos e a merenda escolar em SP

Folha publica uma reportagem sobre uma auditoria realizada pela prefeitura de São Paulo e a constatação de algumas irregularidades da empresa que fornece comida (Merendeiras dizem receber prêmio para racionar comida em escolas, Folha de São Paulo, 11/09/2007, Alencar Izidora e José Ernesto Credendio). O interessante é constatar o fato e a justificativa da empresa.

A Folha informa que "a maçã é entregue aos alunos pela metade. A empresa afirma que isto ocorre para facilitar a mastigação das crianças (que podem repetir a porção).

As merendeiras recebiam um "prêmio de economia" de R$ 40 por mês. A Nutriplus, empresa responsável pela merenda, confirma o prêmio às merendeiras, mas como um incentivo "à qualidade do serviço como um todo" e não somente a economia.

Outra forma de economia é misturar o cardápio para reduzir custos. Ou colocar água nos ingredientes, como ocorre no molho de tomate.

10 setembro 2007

Rir é o melhor remédio



Céu é onde a polícia é britânica, os cozinheiros são italianos, os mecânicos são alemães, os amantes são franceses e tudo é organizado pelos suíços. Inferno é onde a polícia é alemã, os cozinheiros são britânicos, os mecânicos são franceses, os amantes são suíços e tudo é organizado pelos italianos.

O impacto das medidas de produtividade científica

A produção científica nos dias de hoje é cada vez mais mensurada por fatores quantitativos (veja, por exemplo, notícia postada hoje). Para "comprovar" a importância de um trabalho ou de um cientista, utiliza-se os chamados "fatores de impacto". Assim, um periódico científico que é muito citado tem um impacto maior. De igual modo, um cientista com maior número de referências teria também um maior "impacto". Não seria uma maneira perversa de medir a importância de uma pesquisa ou de um pesquisador? Aqui uma crítica

Sobre os Executivos

Recentemente publiquei um artigo do WSJ sobre a vida privada dos executivos e como isto afetava o desempenho das empresas. Aqui, neste blog, as fontes do jornal.

História das empresas

A revista The Economist, em How companies can benefit from looking backwards as well as forwards, mostra como uma empresa pode beneficiar da sua história. O texto apresenta exemplos de empresas que criam museus (Coca-cola tem um, que recebe mais de 1 milhão de visitantes por ano pagando US$15 cada), organizam exposições (HSBC e Wells Fargo) ou até recriando modelos que já não são mais fabricados (fusca, da Volks).

Justiça e Irã

A justiça norte-americana condenou o governo do Irã a indenizar em 2,65 bilhões de dólares as famílias dos soldados mortos no atentado em 1983, em Beirute [clique aqui]. Na época o governo do Irã apoiava o Hezbollah. Dois aspectos interessantes na notícia: 1) como será feita a cobrança?; 2) a justiça norte-americana foi lenta na condenação (mais de 23 anos).

Deloitte e

Esta notícia já foi postada anteriormente aqui. Mas não deixa de ser interessante saber como uma empresa conceituada entra numa situação em que é acusada de participar de fraudes contábeis. Da revista Istoé Dinheiro da semana:

Deloitte contra a parede
Consultoria sofre processos judiciais após auditar documentos e registros contábeis de exportações fraudulentas de soja. E defende-se acusando outra empresa, a Globalbank, de coordenar as operacões.

Por Milton Gamez
A cobrança excessiva e complexa de impostos faz do Brasil um paraíso para as empresas que oferecem serviços de planejamento tributário. Grandes firmas internacionais disputam com as locais o rentável mercado de soluções para reduzir a mordida do governo, que passa de R$ 800 bilhões por ano. Todas dizem que operam dentro da lei e usam as brechas da legislação para favorecer os clientes. O problema é que nem sempre o planejamento tributário termina bem para as partes envolvidas. Uma ferrenha briga judicial, exposta ao público na semana passada, mostra que os riscos nem sempre compensam os ganhos com a economia de impostos de maneira, digamos, “criativa”. Duas consultorias, a Deloitte e a Globalbank Consulting, tiveram a imagem chamuscada depois de sofrerem processos milionários de empresas que contrataram seus serviços e acabaram multadas pela Fazenda paulista. Acionadas judicialmente por grandes companhias – como Casas Pernambucanas, Tubos e Cone xões Tigre e Ficap –, a Deloitte e a Globalbank passaram a acusar-se mutuamente pela responsabilidade das operações irregulares de suas clientes. A briga é desproporcional: a Deloitte, uma das maiores consultorias do mundo, tem muito mais a perder com os danos à sua imagem do que a Globalbank, empresa de Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-secretário de Assuntos Estratégicos do governo Collor.

Tudo começou a partir de 2002, quando as empresas foram procuradas por consultores com uma proposta de planejamento tributário, no mínimo, ousada. O plano era o seguinte: as empresas passariam a comprar óleo e farelo de soja para exportação. Ao comprarem soja de outro Estado (Mato Grosso) para exportar, elas seriam beneficiadas com créditos fiscais e teriam descontos nos pagamentos dos impostos devidos. Teriam créditos de ICMS (alíquota de 12%), de Cofins (7,6%) e de PIS (1,65%). Dito e feito. Embora não tivessem tradição nenhuma no setor agrícola, a Casas Pernambucanas, a Tigre, a Ficap e a Adria aceitaram a sugestão dos consultores e passaram a acumular créditos fiscais com a compra e venda de soja. O problema é que essas operações eram fictícias, ou seja, existiam apenas no papel. Empresas de fachada eram abertas e fechadas conforme a conveniência do esquema.

A maracutaia tributária, apelidada de soja-papel, foi descoberta pela Receita Federal e pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo em 2005, segundo reportagem publicada na época pelo jornal Folha de S. Paulo. Mais de R$ 1,5 bilhão em notas frias foram utilizadas. Somente a Casas Pernambucanas e a Tigre “exportaram” R$ 550 milhões. A rede varejista fechou pelo menos 12 operações entre dezembro de 2002 e agosto de 2004, pelas quais foi multada em R$ 340,5 milhões. A Tigre fez 13 operações e “exportou” 255 mil toneladas de soja. Levou multas de R$ 46,1 milhões. Ambas aderiram a um programa do governo paulista para reduzir os juros e multas nas dívidas de ICMS e acertaram as contas com a Fazenda estadual. Depois, as empresas voltaram-se contra as consultorias Deloitte e Globalbank, que seriam responsáveis pelo planejamento tributário fracassado.

A Casas Pernambucanas quer receber indenização de R$ 92 milhões da Deloitte. A Tigre, R$ 38,6 milhões. E a Ficap, R$ 5,1 milhões. Todas afirmam que aceitaram a solução tributária por causa da credibilidade que a Deloitte conferiu às operações. A Casas Pernambucanas e a Ficap também processam a Globalbank. As ações judiciais foram reveladas na sexta-feira 31 de agosto pelo jornal Valor Econômico. Desde então, a briga entre a Deloitte e a Globalbank tornou-se pública. Ambas colocaram anúncios pagos na imprensa na semana passada, defendendose das acusações e culpando- se pelo escândalo da soja-papel.

A Deloitte diz que foi contratada pela Globalbank unicamente para revisar os documentos e os registros contábeis. Isso ocorreu, segundo a Deloitte, antes mesmo de a Globalbank ter sido contratada pela Casas Pernambucanas e pela Tigre para fazer o planejamento fiscal. Por esse trabalho, recebeu honorários de R$ 495 mil. A “Globalbank, a empresa que coordenou essas operações, nos contratos assinados com suas clientes, responsabilizou-se pelo acompanhamento logístico e físico da soja relacionado às transações, inclusive pela eventual sustentação jurídica, nos âmbitos administrativo e judicial”, escreveu a Deloitte. A consultoria ainda afirma ter denunciado a operação às autoridades policiais tão logo tomou conhecimento das dúvidas sobre a idoneidade dos dodocumentos revisados. A Globalbank, em resposta, colocou a culpa na Deloitte: “A Deloitte afirmou a excelência da operação e se dispôs a apresentá-la a clientes dela.” E acrescentou: “A Globalbank Consulting, que tinha na Deloitte a garantia de correção e legalidade da operação, sente-se decepcionada com as tentativas desta de fugir a sua responsabilidade.”

Apesar das ações e dos anúncios, os executivos e os advogados das empresas envolvidas recusam-se a dar entrevistas sobre o assunto. Procurado pela DINHEIRO, o presidente da Deloitte, Alcides Hellmeister Filho, enviou nota de esclarecimento que reforça os argumentos defendidos no anúncio de jornal. Acrescentou que a Deloitte ajuizou ação contra a Tigre e a Arthur Lundgren, “visando ao ressarcimento de danos morais”. Segundo a nota, foi a Globalbank que procurou a Deloitte em novembro de 2002. “Diante da proposta, a Deloitte fez estudos internos e comprovou que a operação já era realizada pelo mercado por muitas empresas de porte e prestígio no Brasil, além de ter obtido pareceres favoráveis de juristas renomados a respeito de sua legalidade”, diz a nota.

Pedro Paulo Leoni Ramos, da Globalbank, não se manifestou. Peter Furukawa e Marcelo Silva, da Casas Pernambucanas, e Amaury Olsen, da Tigre, também não atenderam aos pedidos de entrevista. Executivos da Ficap e da Adria negaram-se a fazer comentários. A Secretaria da Fazenda de São Paulo alegou sigilo fiscal e não comentou os nomes citados. A dúvida permanece: afinal, de quem é a culpa?

Balanço na Nova Economia

Um artigo no New York Times de 09/09/2007 (When Balance Sheets Collide With the New Economy, de Denise Caruso, Late Edition - Final, p. 4) discute a questão os ativos intangíveis na contabilidade. Inicialmente o texto expõe a necessidade e importância de tais ativos:

=> Os mais valiosos ativos de uma empresa baseada na inovação hoje - sua propriedade intelectual, investimentos em softwares, assessorias e experiência administrativa, pesquisa e desenvolvimento, propaganda e pesquisa de mercado e processo de negócios - não têm uma casa natural no balanço patrimonial. Eles podem ser registrados como despesas ou as vezes, como é o caso da propriedade intelectual, como passivo.

=> Reputação é um dos ativos intangíveis; pergunte a Mattel sobre seu valor, depois do seu terceiro recall de brinquedos neste verão.


Depois, a palavra para uma crítica da contabilidade, através de consultores, ansiosos em vender soluções.

Clique aqui para ler

Previsão para o Nobel

Reportagem do PR Newswire (Thomson Scientific prevê Laureados do Prêmio Nobel; Dezessete "Thomson Scientific Laureates" reconhecidos por suas contribuições para o avanço da ciência, 10/09/2007) faz a projeção para os ganhadores no Nobel deste ano baseado no impacto das pesquisas. Segundo a reportagem, existe uma grande relação entre as citações dos autores e as honras recebidas, incluindo o Nobel.

Para a área de economia, os prováveis vencedores seriam:

Elhanan Helpman - Harvard University (EUA)e Tel Aviv University (Israel)
Gene M. Grossman - Princeton University (EUA)
Jean Tirole - University of Social Sciences(França)
Robert B. Wilson - Stanford University (EUA)
Paul R. Milgrom - Stanford University (EUA)

Os benéficios do Tag Along

Mas por que as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da Ipiranga não reagiram ao negócio, enquanto que as PNs da Suzano subiram mais de 70% nas 48 horas após o anúncio da operação? A resposta é simples: o fato de a Suzano dar aos donos de PNs o direito de receber 80% do valor pago aos controladores em caso de venda da companhia, o "tag along", ao passo que a Ipiranga não oferecia o benefício.Esse é um exemplo prático de como o tag along pode fazer diferença no mercado de capitais. Os investidores já perceberam isso e preferem comprar ações de empresas que adotam esse tipo de prática.

É o que mostra a dissertação de mestrado defendida por Júlia Elias Nicolau no Instituto Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O estudo revela que as ações de empresas com um "tag along" maior que o obrigatório por lei são mais valorizadas.Pela Lei das Sociedades Anônimas (S.A.), as companhias precisam oferecer "tag along" mínimo de 80% para as ações ordinárias (ON, com direito a voto). Já para as PNs, a lei não obriga nenhum percentual. Júlia analisou, entre 2002 e 2005, 75 empresas que concedem algum tipo de "tag along" adicional, mais de 80% para as ON e qualquer percentual para as PNs, por menor que ele seja. A conclusão é que as ações dessas companhias se valorizaram mais do que os papéis de outras empresas no mesmo período. (...)


Dividir para multiplicar - Valor Econômico - 10/09/2007

Ponto de Equilíbrio na Gol

As taxas de ocupação nos aviões da Gol caíram bruscamente em agosto, indicando grande probabilidade de que a companhia aérea tenha registrado prejuízo naquele mês. Entre agosto de 2006 e deste ano, a ocupação - percentagem de assentos vendidos nos vôos - caiu de 77,6% para 55,3%. Os dados incluem os mercado doméstico e internacional mais os números da Varig. A ocupação necessária para cobrir os custos da empresa (chamada de "break even") era de 71% no segundo trimestre deste ano. Segundo a Gol, a "cobertura intensa da imprensa" sobre o acidente com o vôo 3054 da TAM, mais as transferências de vôo de Congonhas para Guarulhos e a momentânea suspensão da venda de bilhetes resultaram na queda da demanda.

Queda brusca na Gol - Valor Econômico - 10/09/2007

Gilette e o corte de custos

Cortando a barba e os custos
Gazeta Mercantil - 10/09/2007
Caderno C - Pág. 10 - Pedro Augusto Leite Costa

Quando o inventor norte-americano King Camp Gillette inventou o aparelho de barbear com lâminas descartáveis, em 1901, transformou o até então perigoso e delicado ato de fazer a barba, restrito às barbearias e a alguns familiares de plantão, em um hábito tão popular feito escovar os dentes.

A jogada de mestre, no entanto, não estava na invenção em si, mas na possibilidade de vender um produto abaixo do custo, o aparelho de barbear, para fazer com que os consumidores pagassem mais pela lâmina, mantendo-os fiéis ao longo dos anos.

Este conceito, chamado aqui de loss leader, foi a mola mestra do sucesso não só da Gillette, vendida em 2005 à Procter & Gamble por US$ 54 bilhões de dólares, mas também de muitas marcas que atraem o consumidor através de produtos baratos, como a impressora à jato de tinta, para depois retê-los através dos caros cartuchos.

Warren Buffet, o segundo homem mais rico do mundo, investiu na Gillette por acreditar que jamais haverá um dia em que o homem não se levante, passe a mão na cara e sinta a necessidade de tirar aqueles pêlos que significam, no mundo de hoje e com o perdão do "companheiro" Fidel, desleixo e falta de asseio pessoal.

Mas quando o CEO James Kilts chegou à empresa em 2001, o primeiro executivo de fora da corporação em mais de 70 anos, encontrou um negócio que tinha uma grande marca, mas que, por inatividade, estava perdendo a participação de mercado.

Jim, como é chamado, se assustou com prejuízos em mais de 15 quadrimestres consecutivos, as ações em baixa e Wall Street perdendo a paciência, como revelou em seu livro de memórias Doing What Matters, recém-lançado nos Estados Unidos.

Já famoso e realizado depois de fazer um bom trabalho na Kraft e na Nabisco, Jim tinha diversas opções: ver-se livre de recentes aquisições, como a Duracell e a Braun, sair do negócio de personal care , só manter os aparelhos e as lâminas de barbear, ou simplesmente jogar a toalha e entrar num acordo com os bancos credores.

Segundo Kenneth Roman, ex-CEO da Ogilvy & Mather, que recentemente fez uma resenha do livro de Jim para o The Wall Street Journal, o homem escolheu o caminho mais difícil. Apoiado por seu time de executivos e por seus "mentores", introduzira uma política chamada Zero Overhead Growth (ZOG), que busca controlar os custos e investir o que sobrar em pesquisa, desenvolvimento e.... marketing.

A vontade férrea de fazer do corte de custos um meio de vida (os Estados Unidos foram reeleitos semana passada campeões de produtividade entre todos os países do mundo) faz lembrar, segundo o autor do artigo, o mantra do setor de semicondutores: o preço da sobrevivência é cortar 20% dos custos todos os anos - e para sempre. Mas Jim foi além do corte de custos, e preparou a empresa para se manter uma eterna saúde. Inventou um programa chamado de Excelência Funcional, no qual preconiza a iniciativa de fazer o melhor, com máximo desempenho, pelo menor custo, que segundo os críticos significa simplesmente demitir gente.

Aos poucos, diz Jim em sua biografia, o pessoal começou a gostar dos benefícios de uma cultura que permanentemente combate o supérfluo e desnecessário. Depois de dois anos, quando sentiu que a turma já estava amestrada neste mantra, Jim lançou mais um projeto, o Total Innovation, um programa contínuo de melhorias e inovações, inclusive de produtos que mudariam para sempre a face do mercado, como o Mach 3 e o Sensor.

Em sua biografia, o executivo, como todo vencedor que se preza, comemora os resultados. As vendas cresceram 5% depois de seu primeiro ano no posto, 10% no segundo ano e continuou aumentando, fazendo com que a ação da Gillette subisse 20% entre 2001 e 2004, chamando a atenção da gigante Procter & Gamble, que comprou a empresa e a elegeu como uma linha de seus produtos.

Já o inovador King Gillette, que deu início a este colosso empresarial e transformou seu nome na marca recorrente de aparelhos de barbear, morreu pobre e falido em Los Angeles, na Califórnia, em 1932, depois de investir dinheiro em imóveis e ter perdido quase tudo durante a Grande Depressão.

09 setembro 2007

Dafen, a cidade das pinturas

Uma reportagem parecida já foi publicada anteriormente no Estadão. Não deixa de ser interessante:

Na China, Monalisa e Van Gogh por apenas US$20
O Globo - 09/09/2007
Gilberto Scofield Jr.

(...) Dafen, a vila que vem se tornando mundialmente conhecida por sua produção em série de quadros, famosos ou não, e que hoje já abastece 60% do mercado mundial de pinturas. No ano passado, seus artistas faturaram 300 milhões de yuans (US$40 milhões) com mais de 5 milhões de quadros. Destes, 70% foram exportados via Hong Kong (a rede de supermercados Wal-Mart é um dos maiores clientes da vila, seguido de grandes redes hoteleiras) para EUA, Europa, Japão e, claro, novos-ricos russos e chineses, que preferem as cópias de clássicos como Monet, Van Gogh, Rembrandt e Dalí.

— Fazemos cópias honestas, o que as pessoas querem, não falsificações — afirma. — A maioria é composta de imagens de autores desconhecidos porque há um imenso mercado de gente que quer comprar quadros famosos sem pagar uma fortuna por eles, sabendo que são cópias. (...)

Irônico, não?

08 setembro 2007

Estrutura de custos na BMW

Uma notícia de agosto da BMW mas com alguns ensinamentos interessantes sobre custos.

Para reverter queda nos lucros, BMW cogita parceria com rivais
Joseph B. White
The Wall Street Journal - 31/08/2007

O presidente da BMW AG, Norbert Reithofer, tem uma maneira simples de expressar o problema que confronta a montadora alemã de carros de luxo.

"Se o faturamento aumenta", diz, "o lucro deve crescer com ele. Essa é a verdadeira questão."

Isso não está acontecendo agora na BMW. O lucro do segundo trimestre caiu 23%, apesar de um aumento de 7,3% nas receitas. Numa entrevista ao Wall Street Journal, no escritório americano da BMW em Nova Jersey, Reithofer acrescentou: "Não estou satisfeito".

As soluções não são simples. Com a exigência de autoridades e consumidores nos Estados Unidos e Europa de que todas as montadoras aumentem significativamente a eficiência no consumo, a BMW enfrenta a alta dos custos de desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias para economia de combustível. Além disso, ela tem de lidar com problemas de custo relacionados ao forte euro e aos preços mais altos das commodities.

Reithofer reconhece que a BMW terá de fazer mais de algo que outras na indústria automobilística já fizeram: forjar alianças com montadoras rivais para diluir os custos numa base de volume maior. O desafio será equilibrar a necessidade de parceiros com o comprometimento de longo prazo da BMW de permanecer independente e acima da faixa mais concorrida do mercado de carros de massa.

"A independência está em nossos genes", disse.

Rivais alemãs do segmento de luxo controladas por grandes conglomerados, como a Mercedes, da DaimlerChrysler AG, e a Audi, da Volkswagen AG, têm registrado aumento nas vendas e nos lucros ultimamente, graças a novos modelos e — no caso da Mercedes — medidas de reestruturação. Marcas asiáticas de luxo, como a Lexus da Toyota Motor Corp. e a Infiniti da Nissan Motor Corp., estão atacando mais agressivamente a BMW nos EUA e na Europa.

Para fazer com que o lucro volte a crescer, Reithofer iniciou uma análise, por parte do conselho diretor, da estrutura e da estratégia da BMW, acelerou os esforços da empresa para expandir a produção fora da zona do euro e incentivou a adoção de novas tecnologias para economia de combustível em todas as linhas de modelos. O custo disso inclui o aumento do orçamento publicitário para promover as iniciativas de eficiência de combustível a consumidores que costumam ser atraídos pela velocidade e potência dos BMWs.

Reithofer disse que a BMW não ficará aquém de sua meta anunciada anteriormente de obter lucros superiores aos 3,75 bilhões de euros (US$ 5,13 bilhões) do ano passado, excluindo um ganho não-recorrente de 372 milhões de euros com a venda de alguns valores imobiliários. "Não comigo na presidência", afirmou.

Reithofer disse que não terá condições de discutir as conclusões da análise administrativa antes de outubro.

Mesmo assim, alguns elementos de como seria uma BMW reformada estão ficando visíveis, como a possibilidade de que ela vã se apoiar mais em montadoras rivais para dividir a carga de custosas novas tecnologias.

A BMW, assim como suas rivais, enfrenta pressões de autoridades européias para reduzir drasticamente a emissão de dióxido de carbono de sua frota. Este ano, a BMW diz que 40% de seus carros vão atingir a meta de emissão de 140 gramas de CO2 por quilômetro. Mas as autoridades da União Européia falam de um padrão de 130 g/km. O governo americano também está decidindo entre propostas para aumentar o padrão de eficiência em mais de 25%.

Reithofer disse que a BMW está reagindo ao promover em toda sua frota um pacote de tecnologias para economia de combustível que a empresa chamou de "dinâmicas eficientes". Entre os recursos estão tecnologias que desligam o motor quando o veículo está parado, desligam acessórios como o compressor de ar condicionado quando não são necessários, e luzes do painel que sugerem ao motorista mudar de marcha para atingir melhor eficiência de combustível.

Todas essas iniciativas custam caro, especialmente para uma empresa relativamente pequena. A BMW espera vender cerca de 1,4 milhão de veículos este ano, contra mais de 10 milhões da Toyota. A BMW informa que os custos de pesquisa e desenvolvimento deram um salto de 22% no primeiro semestre, para quase 1,5 bilhão de euros.

Também tem destaque na lista de afazeres de Reithofer a aceleração do crescimento da produção fora da Europa Ocidental. A BMW está preparando a expansão da capacidade de sua fábrica em Spartanburg, no Estado americano da Carolina do Sul, para "bem mais que 200.000" veículos por ano", disse Reithofer.

Está aumentando também a capacidade de produção na Rússia, Índia e China, onde a demanda por seus veículos é alta entre a população afluente.

07 setembro 2007

BHP Billiton e Vale juntas? Boato

Boato sobre um acordo entre a BHP Billiton e a Vale do Rio Doce não foram comentados pelas empresas.

As ações das empresas aumentaram nos últimos dias. Clique aqui para ler

Suzano e informação privilegiada

A CVM soltou um comunicado informando que as negociações da Suzano Petroquímica apresentam índicios de informação privilegiada. Clique aqui para ler

06 setembro 2007

Rir é o melhor remédio

Nomes de filhos de celebridades. Criatividade ou bobagem?

Aanisah (Macy Gray)
Apple (Chris Martin and Gwyneth Paltrow)
Astrella Celeste (Donovan and Linda Lawrence)
Atherton Grace (Don Johnson and Kelley Phleger)
Audio Science (Shannyn Sossamon)
Aurelius Cy (Elle Macpherson and Arpad Busson)
Blue Angel (The Edge from U2 and Aislinn O'Sullivan)
Bluebell Madonna (Geri Halliwell)
Brooklyn (David and Victoria Beckham)
Calico (Alice and Sheryl Cooper)
Camera (Arthur Ashe and Jeanne Moutoussamy)
Destry (Steven Spielberg and Kate Capshaw)
Diezel Ky (Toni Braxton and Keri Lewis)
Fifi Trixibell (Bob Geldof and Paula Yates)
Fuchsia (Sting and Frances Tomelty)
Gaia (Emma Thompson and Greg Wise)
Gulliver (Gary Oldman and Donya Fiorentino)
Heaven (Lil' Mo)
Heavenly Hiraani Tiger Lily (Paula Yates and Michael Hutchence)
Hopper (Sean Penn and Robin Wright)
Ireland (Alec Baldwin and Kim Basinger)
Jaz (Steffi Graf and Andre Agassi)
Jazz Domino (Joe Strummer)
Jermajesty (Jermaine Jackson and Alejandra Genevieve Oaziaza)
Kal-El Coppola (Nicholas Cage)
Kyd (David Duchovny and Tea Leoni)
Lark Song (Mia Farrow and André Previn)
Lennon (Liam Gallagher and Patsy Kensit)
Liberty (Ryan Giggs)
London Emilio (Slash)
Luna Coco Patricia (Frank Lampard and Elen Rive)
Marquise (50 Cent)
Memphis Eve (Bono)
Moon Unit (Frank Zappa)
Moxie CrimeFighter (Penn Jillette)
Ocean (Forest Whitaker)
Pilot Inspektor (Jason Lee and Beth Riesgraf)
Poppy Honey (Jamie and Jules Oliver)
Rocket (Robert Rodriguez)
Rufus Tiger (Roger Taylor)
Saffron Sahara (Simon and Yasmin Le Bon)
Sage Moonblood (Sylvester Stallone and Sasha Czack)
Satchel (Spike Lee and Tonya Lewis Lee)
Seven Sirius (Andre Benjamin and Erykah Badu)
Shiloh Nouvel (Brad Pitt and Angelina Jolie)
Sosie (Kevin Bacon and Kyra Sedgwick)
Suri (Tom Cruise and Katie Holmes)
Tallulah (Bruce Willis and Demi Moore)
Willow Camille Reign (Will Smith and Jada Pinkett-Smith)
Zola Ivy (Eddie Murphy and Nicole Mitchell)


Fonte: Aqui

Mesma Capa


Uma notícia do Blue Bus


Istoé Dinheiro saiu com a capa da Business Week de julho, vc acredita? A revista americana ilustrou sua capa com a imagem da morte em julho, enquanto a brasileira Dinheiro saiu esta semana fotos abaixo. Observado num post no Granulado q comenta - "O curioso é que a revista da Editora Três mantem acordo com a Fortune, concorrente da BusinessWeek".

A idade de ouro em finanças

A sofisticação das decisões financeiras varia com a idade. Esta é uma conclusão de um estudo citado no Marginal Revolution, um blog de economia. Ao contrário da matemática, onde a idade de ouro é em torno dos 20 anos, em finanças o ponto máximo é de 53 anos! Um alento...

A Convergência seria possível?

Uma das vantagens das normas internacionais seria a possibilidade de comparar balanços de diversas empresas de diversos países. Mas será que o caminho adotado pelo Iasb torna isto possível? Esta é uma questão importante pois uma resposta negativa coloca em dúvida o esforço que está sendo realizado até o momento pelos órgãos nacionais encarregados de fazer esta convergência.

Um estudo da Moody´s sobre este assunto (Comparability of EU automakers hit by different accounting practices - Moody's, AFX International Focus, 05/09/07) entre diferentes fabricantes de automóveis que adotaram as regras do International Financial Reporting Standards mostrou diferenças na contabilidade que pode afetar medidados como o EBITDA, o passivo e o valor das pensões.

Apesar da amostra ser reduzida, sete empresas somente (Bayerische Motoren Werke AG, DaimlerChrysler AG, Fiat SpA, Peugeot SA, Renault SA, Volkswagen AG e AB Volvo) e referente a somente um ano (2006) os resultados podem ser um alerta para os reguladores. Ou não?

Uma pesquisa importante

Executivos lucram com informação privilegiada
Ganho na Bolsa é, em média, 3,8% maior que o do investidor comum
Agnaldo Brito
O Estado de São Paulo - 04/09/2007

Diretores e membros dos conselhos de administração de empresas de capital aberto faturam mais que os investidores comuns na venda e na compra de ações de empresas que administram. E o uso de informação privilegiada é apontado como a principal razão para os ganhos adicionais desse grupo, revela uma pesquisa inédita no Brasil feita pelo Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (CEF/FGV), à qual o Estado teve acesso.

Os pesquisadores Willian Eid e Ricardo Rochman analisaram dados sobre as transações feitas por diretores e membros do conselho de administração e descobriram que, na média, esses acionistas ganharam 3,85% mais do que os investidores fora desse círculo. "Parece um porcentual pequeno, mas em transações milionárias isso representa um excepcional ganho", diz Rochman.

O uso de informação privilegiada no mercado de ações - quem faz essa operação é conhecido como insider - é crime com punição prevista na nova Lei das S.A. A pena varia de 1 a 5 anos de prisão. Casos rumorosos ocorridos recentemente no Brasil são alguns dos exemplos de como a prática pode gerar ganhos espetaculares.

Entre os episódios sob investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estão operações suspeitas ocorridas antes da compra da Suzano Petroquímica pela Petrobrás, do Grupo Ipiranga pela Petrobrás, Braskem e Ultra e da tentativa frustrada da Sadia de adquirir a Perdigão.

Segundo o ex-presidente da CVM, Luiz Leonardo Cantidiano, o sistema que fiscaliza esse tipo de prática precisa de atualização. Ele avalia, no entanto, que houve avanços nas regras e nas normas para o mercado de capitais. "O aperfeiçoamento da fiscalização, no momento em que o mercado se tornou mais forte, trouxe ao conhecimento público casos de uso de informação privilegiada."

UNIVERSO

No estudo, foram avaliadas 6.969 operações no período de março de 2001 a janeiro de 2005, feitas por diretores de 44 companhias abertas. A pesquisa observou os valores de compra e venda dos papéis. Apenas nessa amostra, esse grupo ganhou R$ 248,6 milhões a mais do que o grupo de investidores comuns. A evolução do mercado de ações e a valorização dos papéis nos últimos anos pode ter transformado grupos inteiros em milionários.

Segundo os pesquisadores, a amostra revela mais do que sorte ou talento para faturar mais do que o investidor comum. "Seria ingênuo dizer que esses operadores possuem só talento. Há indícios claros de se opera com informações privilegiadas", diz Willian Eid.

A pesquisa também apurou que essas pessoas são investidores muito mais ativos do que os comuns. Vendem e compram os papéis de empresas que representam com muito mais velocidade do que os demais. "Na média, apuramos que eles realizam sete operações diárias de compra ou de venda dos papéis. A freqüência dos investidores comuns é de no máximo uma operação por dia", explica Rochman.

Todas as operações avaliadas pelos pesquisadores da FGV são de empresas do chamado Novo Mercado, uma denominação que em princípio confere à companhia algum nível de governança corporativa. "Uma coisa é dizer que a empresa adota conceitos reconhecidos como de governança. A outra é praticá-la", diz Rochman. O uso de informação privilegiada por acionistas ligadas às empresas é uma das práticas condenadas na governança.


Esta é uma pesquisa importante e mostra que a idéia de inocência no mercado deveria ser repensada. A exigência de divulgação das operações dos executivos com ações das empresas resolveria?

Empresas inocentes

A presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, afirmou ontem que, nos casos de vazamento de informações que estão sendo investigados, não há indícios que as empresas tenham sido negligentes. Ela se referiu tanto à compra da Suzano Petroquímica pela Petrobrás quanto à compra da Ipiranga pelo consórcio formado por Petrobrás, Braskem e Grupo Ultra.

"Elas (as empresas) não foram negligentes. Pessoas traíram a confiança ao estar de posse de informações e usá-las de forma ilegal", disse Maria Helena durante audiência pública promovida pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados para discutir os casos. (...)



Empresas são inocentes, diz CVM, Leonardo Goy, Estado de S. Paulo, 06/09/2007

É difícil acreditar nisto. Quem são as "pessoas" que traíram a confiança? Como as empresas deixaram que estas pessoas tivessem esta informação?

Brasil pode ser muito afetado pela crise, segundo a ONU

A ONU alerta que uma real turbulência no mercado financeiro internacional ainda virá, que a crise pode se aprofundar e que, nesse cenário, o Brasil será um dos países mais afetados. (...) Para a ONU, o resultado da política monetária brasileira é "decepcionante", os custos são "insustentáveis para a economia real" e a especulação do real só tende a crescer. (...)

Na opinião de Flassbeck, a decisão do Banco Central de acumular reservas ao mesmo tempo que mantém juros altos está "equivocada". "Os custos de manter essa reserva são enormes e quem está pagando por isso são os contribuintes ."

(...) Segundo o documento, as altas taxas de juros, aliadas à valorização do câmbio, acabam criando oportunidades para a especulação internacional com o real. O resultado disso é uma queda também na competitividade brasileira. A especulação seria tão intensa em volume como nos momentos antes do regime monetário adotado em 1999.

ONU vê mais problemas para o Brasil, Jamil Chade, O Estado de São Paulo, 06/09/2007

Donos de Veículos ignoram recall

Segundo notícia do jornal Estado de S. Paulo, 40% dos proprietários de veículos não fazem o recall (40% dos donos de veículos ignoram recall, diz pesquisa, Cleide Silva, 04/09/2007). Esta pesquisa foi realizada entre 5,3 milhões de automóveis que foram convocados nos últimos dez anos no Brasil.

Eis aqui um assunto interessante para a contabilidade. Um chamado de recall significa para uma empresa automobilística um passivo, pois ampliará suas obrigações. Apesar do recall abranger uma grande quantidade de veículos, nem todos o fazem. Isto significa que a estimativa do passivo deve levar este fato em consideração.

05 setembro 2007

Corinthians e notas frias

Polícia faz apreensão de documentos na sede do Corinthians

Robson Morelli - Jornal da Tarde

SÃO PAULO - Policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) fizeram, na tarde desta terça-feira, uma operação no Parque São Jorge em busca de documentos. Em conjunto com o Ministério Público Estadual, a operação investiga a emissão de cerca de 80 notas frias que teriam lesado as finanças do Corinthians. Entre os acusados estão o presidente Alberto Dualib e o vice Nesi Curi, que estão afastados dos cargos.

Os policiais deixaram o local carregando diversos papéis e computadores que foram apreendidos na sede corintiana. A empresa N.B.L. Serviços Contábeis é acusada de vender notas falsas e simular a prestação de serviços que nunca realizou ao time. O esquema, que aconteceu entre 2000 e 2005, pode ter deixado um rombo de R$ 436,5 mil nos cofres do Corinthians.

A operação foi comandada pela delegada Ines Cunha e acompanhada pelos promotores Reinaldo Guimarães Carneiro e Roberto Porto, que fizeram a denúncia - todos estiveram no Parque São Jorge. Momentos antes, os investigadores compareceram à sede da empresa N.B.L., localizada no bairro de Perdizes (zona oeste de São Paulo), e também apreenderam notas e documentos.

Assim como Alberto Dualib e Nesi Curi, o proprietário da N.B.L., Juraci Benedito, também é acusado de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Em declarações aos promotores, Benedito chegou a admitir que recebeu mensalmente, durante seis anos, R$ 17 mil. Durante este período, foi comum Dualib assinar dois ou três pagamentos, de valores diferentes da empresa, no mesmo dia. Em 20 de janeiro de 2004, por exemplo, o escritório de contabilidade cobrou do clube, em três notas (248, 249, 250), três quantias diferentes: R$ 9.000,00; R$ 3.250,00; R$ 1.500,00 - total de R$ 13.750,00.

O Deic, além de ouvir os cartolas corintianos e o dono da empresa de contabilidade, vai interrogar Marcos Roberto, controlador financeiro do Corinthians levado ao clube naquela época pelas mãos do presidente Dualib, e Daniel Espíndola, seu diretor administrativo de recursos humanos.

Vida pessoal do executivo e desempenho da empresa


Morte de sogra de executivo afeta a empresa? Alguns estudos dizem que sim
Mark Maremont - 05/09/2007
The Wall Street Journal

Será que os acionistas de uma empresa deveriam se importar se o filho do presidente morre? E se for a sogra?

Questões desse tipo normalmente não fazem parte de decisões de investimento. Mas talvez deveriam, de acordo com um estudo recente feito por três professores de finanças. A partir de dados detalhados do governo dinamarquês sobre milhares de empresas, os professores puderam estudar a relação entre as mortes nas famílias de presidentes de empresas e a lucratividade das empresas ao longo de uma década.

O estudo descobriu que o lucro cai, em média, quase 20% nos dois anos depois da morte de um filho do diretor-presidente. Quanto à sogra do executivo, velhas piadas parecem ter um fundo de verdade: os pesquisadores chegaram à conclusão de que a lucratividade tende, na média, a crescer levemente depois que ela morre.

O estudo é parte de uma nova e polêmica área de pesquisas financeiras, que se aprofunda na vida privada e na personalidade de presidentes para encontrar ligações com o desempenho das empresas. Ela é resultado da propensão de se tratar os presidentes executivos como fundamentais para as corporações que eles dirigem. Se o desempenho deles é tão vital, dizem esses pesquisadores, faria sentido que os investidores quisessem saber qualquer coisa que poderia afetá-lo.

"Quando vamos ao hipódromo, estudamos o cavalo", diz David Yermack, um professor de finanças da Universidade de Nova York. "Investir não é muito diferente. Queremos saber o máximo possível sobre o jóquei."

Um estudo do qual ele foi um dos autores analisou as compras de casas dos executivos. Constatou que, na média, as ações de empresas dirigidas por executivos que compram ou constróem megamansões têm um desempenho bem inferior ao da média do mercado. Os pesquisadores não sabem por que isso acontece. Eles teorizam que esses executivos podem estar mais preocupados em desfrutar sua riqueza do que trabalhar duro.

Um dos executivos incluídos no estudo foi Trevor Fetter, diretor-presidente da cadeia de hospitais americana Tenet Healthcare Corp., que comprou uma casa de 934 m2 na região de Dallas no início de 2005. Desde então, as ações da Tenet acumularam uma queda de mais 60%, enquanto o mercado acionário em geral subiu. Um porta-voz da Tenet disse que a empresa conhecia o estudo, mas não tinha comentários.

Outro grupo de pesquisadores encontrou desempenho abaixo da média, tanto em lucros quanto nas bolsas, em empresas lideradas por executivos que recebem prêmios, como os de melhores administradores dados pela imprensa. A teoria: depois que se tornam estrelas, alguns presidentes executivos gastam mais energia a escrever autobiografias e participar de conselhos de outras empresas do que dirigindo suas próprias.

Dois professores da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, tentaram recentemente classificar diretores-presidentes de empresas de tecnologia com base em seu nível de narcisismo. Eles examinaram informações como o tamanho de suas fotos nos balanços anuais e com que freqüência falam na primeira pessoa do singular em entrevistas à imprensa. Os autores concluíram que executivos narcisistas tendem a assumir riscos maiores, causando oscilações mais fortes na lucratividade de suas empresas. O estudo, chamado "It's All About Me" (algo como "Tudo Gira em Torno de Mim"), será publicado na "Administrative Science Quarterly", publicação da Universidade Cornell.

A nova linha de pesquisa suscita algumas questões espinhosas sobre privacidade. Se ela se intensificar, a vida dos executivos pode se tornar como a dos políticos ou estrelas de cinema, vasculhada intensamente pelo público? Pesquisadores dizem que uma nova área perfeita para estudo é o possível impacto de divórcios e "esposas-troféu" no desempenho das empresas.

"Acho difícil imaginar que se eu tivesse um filho doente isso seria da conta de qualquer pessoa", diz Jerry W. Levin, presidente do conselho da varejista americana Sharper Image Corp. e ex-diretor-presidente da Revlon Inc. "Presumir que por causa de algo que se passa na minha vida pessoal minha empresa será afetada é loucura. Eu sequer perguntaria esse tipo de coisa para meus próprios empregados, meus próprios executivos."

Por outro lado, os executivos talvez gostassem de saber que os estudos concluem de maneira geral que os presidentes importam para o desempenho de suas empresas. Isso reforça o lado deles na discussão sobre remunerações de executivos.

Alguns investidores dizem que gostariam de receber mais informação sobre as vidas privadas dos executivos, desde que não seja muito intrusiva. "Bisbilhotar pessoas que têm um filho com leucemia, isso é um pouco de invasão", diz Scott Black, diretor-superintendente da Delphi Management Inc., uma administradora de recursos de Boston. Mas Black diz que não investe em empresas que gastam excessivamente em sedes e mobília, e diz que "seria de nosso interesse" saber que um presidente comprou uma mansão gigantesca, um iate ou um quadro de US$ 20 milhões.



Já conhecia um estudo sobre a morte abrupta do executivo de uma empresa e a sua rentabilidade. Quanto ao desempenho dos executivos que tornam-se estrelas, uma possível explicação encontra-se na reversão à média.

Onde devem ficar os tesouros de uma nação

Existe uma demanda de algumas nações (Egito, Grécia, por exemplo) pela devolução das riquezas culturais que foram levadas pelos países colonizadores nos últimos séculos. Assim, uma grande parte do acervo cultural da Grécia está em museus franceses e ingleses. Naturalmente que os britânicos e franceses não concordam com este pedido e recusam a devolver algumas das obras de arte que estão nos seus museus e que foram saqueadas dos locais históricos de outros países.

O recente desastre na Grécia, onde um grande incêndio colocou em risco tesouros históricos da cidade de Olimpia, onde nasceram os jogos olímpicos, traz a discussão sobre este fato.

Funcionaria aqui a máxima de finanças de "diversificação reduz risco"? Segundo Mary Beard, do Britain Times Literary Supplement (via WSJ blog), a dispersão dos tesouros antigos possui esta vantagem.

A posição de Bear inclui também tesouros ingleses, que deveriam ser enviados para outros países.

Crise imobiliária nos Estados Unidos

Um artigo interessante sobre a crise do crédito nos Estados Unidos:

Crise de crédito tomou viés moralista
Folha de São Paulo - 01/09/2007
DO "FINANCIAL TIMES"

A CRISE dos empréstimos imobiliários de risco, ou "subprime", nos EUA se transformou em lição de moral. Os devedores "subprime" -pessoas com históricos de crédito desfavoráveis que realizaram hipotecas de custo elevado para comprar casas que estavam além de suas posses- são apresentados como vítimas indefesas. As instituições que realizaram os empréstimos "subprime" (e os investidores que compraram os empréstimos securitizados) são caracterizados como avaros exploradores dos norte-americanos pobres. Agora, toda a turma está esperando que o governo intervenha e os salve das conseqüências da alquimia financeira que eles mesmos inventaram. Washington deveria resistir às pressões.

O presidente George W. Bush anunciou ontem algumas medidas modestas para ajudar os devedores que enfrentam necessidades verdadeiras, mas descartou uma operação de resgate em benefício das pessoas que agiram por simples cobiça (quer se trate dos devedores, quer dos credores). Infelizmente, o Congresso provavelmente não vai parar por aí. Milhões de norte-americanos talvez ainda estejam a ponto de perder suas casas, e outros milhões perderão dinheiro no mercado. É o tipo de crise em que os políticos não conseguem resistir a interferir.

Os candidatos à Presidência estão divulgando suas próprias soluções. Barack Obama planeja um fundo financiado por multas sobre empréstimos "irresponsáveis" (o que quer que isso queira dizer). O Comitê de Serviços Financeiros da Câmara realizará audiências na semana que vem, e isso poderá resultar em novas leis. O presidente do comitê, o democrata Barney Frank, deixou claro que ele acredita que a crise do crédito "subprime" prova que falta regulamentação nos mercados financeiros dos EUA. Ele favorece toda sorte de proposta, de novas normas de subscrição à instauração do direito de processo contra todos os envolvidos.

O resultado pode ter uma nova e sufocante teia de regras e responsabilidades jurídicas que sufocará empréstimos às pessoas para as quais o crédito "subprime" foi originalmente criado: aquelas que necessitam de uma morada modesta, mas não conseguem obter hipoteca normal devido a problemas de crédito. Isso seria uma vergonha. O Congresso deveria se precaver para não reagir de maneira exagerada.

Muito pode ser feito para salvar os norte-americanos de sua irresponsabilidade: os empréstimos hipotecários podem ser mais transparentes, de modo que os devedores saibam o quanto realmente devem. Os devedores podem ser informados de maneira mais completa, para que sejam capazes de escolher bem suas hipotecas.

Mas, se o Congresso impuser risco demais de litígio, o financiamento hipotecário para os devedores abaixo do padrão simplesmente desaparecerá. Não faz sentido acrescentar custos judiciais pesados a um problema que já é muito dispendioso. O mercado aprendeu sua lição: não emprestar a pessoas que não podem pagar. É difícil ver como os legisladores poderiam ensinar algo melhor.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Gigantes da bebida reciclam mais garrafas

As empresas de refrigerantes começam se preocupar com a reciclagem dos plásticos:

Gigantes da bebida reciclam mais garrafas
31/08/2007
Betsy McKay
The Wall Street Journal

(...) As coisas estão começando a mudar. Depois de meses de cobertura nada favorável na imprensa e até uma resolução da Confederação de Prefeitos dos Estados Unidos para que se faça uma pesquisa sobre o impacto no lixo municipal das garrafas usadas, a indústria de bebidas está aumentando os esforços para promover a reciclagem e o uso de mais plástico reciclado na produção das garrafas de seus refrigerantes, águas, sucos e chás. Algumas empresas estão reformulando as garrafas para reduzir a quantidade de plástico.

A Coca-Cola Co. — que tem 36% do mercado americano de bebidas prontas não-alcoólicas, de US$ 106 bilhões por ano — informou que planeja construir uma fábrica capaz de reciclar 2 milhões de garrafas de 600 ml. Isso é equivalente a 12% do volume total de reciclagem de garrafas plásticas nos EUA. (...)

Até agora, as fabricantes de bebidas normalmente lutavam contra as leis americanas que as obrigam a reembolsar consumidores pelas garrafas e latas usadas, encorajando sua devolução. Agora, porém, algumas estão começando a ser mais favoráveis aos incentivos financeiros para a reciclagem. A Coca investiu mais de US$ 2 milhões na RecycleBank LLC, uma empresa de reciclagem da Filadélfia que fornece cupons em troca das garrafas usadas pelos consumidores dos Estados da Pensilvânia, Nova Jersey e Delaware.

Um dos motivos pelos quais os fabricantes de bebidas estão preparando um contra-ataque é que a água engarrafada é vista por muitos como uma alternativa para enfrentar a queda nas vendas de refrigerantes.(...)

04 setembro 2007

Links

1) Simulador no Google

2) A ciência do beijo

3) Porque ex de Renan nao é a capa da Playboy de setembro

4) A Neuroeconomia pode ajudar você a ficar rico?

Propaganda

Se você acha que a Veja tem muita propaganda veja só o número de páginas das revistas:

Allure - 282
Cosmopolitan - 306
Details - 338
Elle - 592
Esquire - 252
Glamour - 418
GQ - 184
InStyle - 184
Lucky - 376
Marie Claire - 306
Martha Stewart Living - 256
Men’s Health - 364
O, The Oprah Magazine - 376
Oxygen - 160
Town & Country - 136
Stuff - 140
Vanity Fair - 415
Vogue - 840

Das 840 páginas de Vogue, 727 são propagandas.

Fonte: Aqui

IASB reformula sua página e vende normas

IASB lança novo sítio e aproveita para vender as normas


O IASB fez uma reformulação no seu sítio e aproveita para anunciar que está vendendo as normas internacionais em CD ROM [] por cerca de 80 libras. A venda de normas é uma das fontes de receitas do Iasb.

Além disto, anuncia o compromisso do Japão para convergência das suas normas com as IFRSs.

O presidente do Iasb estará visitando o Brasil em setembro.

A questão da remuneração dos executivos

A SEC, órgão de regulamenta o mercado de capitais nos Estados Unidos, enviou cartas para 300 empresas norte-americanas sobre a remuneração dos seus executivos.

As cartas foram endereçadas para os CEO e não para os diretores financeiros (CFOs) com é praxe. Entre as empresas estão a GE e a Coca-Cola.

Aqui e aqui para mais detalhes

Planejamento tributário que não deu certo

Uma confusão na área de auditoria, envolvendo grandes empresas e a Deloitte:

Ações de indenizações milionárias na Justiça Cível e uma forte troca de acusações colocaram em campos opostos grandes empresas e consultorias como resultado de R$ 1 bilhão em autuações do fisco paulista relacionadas a supostos créditos indevidos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações de compra e exportação de soja. As empresas, autuadas em julho de 2005, pleiteiam agora indenização contra a Deloitte Touche Tohmatsu alegando que a auditoria deu o aval para a realização das operações. (...) A Arthur Lundgren Tecidos (Casas Pernambucanas) pede em ressarcimento por danos materiais um total de R$ 92,4 milhões.

A Tigre, fabricante de tubos e conexões, quer R$ 38,6 milhões apenas pelas perdas materiais. As duas empresas pedem ainda indenização por danos morais. A Ficap, indústria de fios e cabos, já havia solicitado, no fim de 2006, R$ 5,1 milhões.

A Deloitte diz que seu papel era o de auditar as notas fiscais e registros contábeis e, por isso, não deve responder pela indenização. Pelo contrário, em ação de reconvenção contra a Tigre e a Pernambucanas, a Deloitte diz que é ela quem deve ser ressarcida por ter tido seu nome envolvido em notícias sobre as autuações.

O conflito entre as empresas e a Deloitte teve origem em operações que se iniciaram em 2002, quando as empresas, mesmo sem tradição no segmento da soja, passaram a comercializar o grão como forma de obter créditos de ICMS. O planejamento, considerado lícito pelos especialistas, se resumia em adquirir o grão em operações interestaduais, beneficiá-lo e exportá-lo. Como as vendas ao exterior são livres do imposto, as empresas acumulavam o crédito das etapas de comercialização e industrialização anteriores. O problema, segundo a Fazenda, é que a soja só existia no papel.

A Pernambucanas diz na ação judicial que sua tomada de créditos de ICMS teve como base os relatórios emitidos pela Deloitte. A rede varejista de tecidos conta que realizou, entre dezembro de 2002 e agosto de 2004, um total de 12 operações. A Deloitte não teria emitido laudos de auditoria somente para as duas últimas. A empresa diz que em outubro de 2003 chegou a receber um laudo no qual a Deloitte afirma que os "players" eram idôneos do ponto de vista fiscal e que os créditos e débitos fiscais eram legítimos.

Autuada pela Fazenda num total de R$ 340,5 milhões, divididos em duas autuações fiscais, a Pernambucanas conseguiu derrubar em tribunal administrativo uma das cobranças e acabou recolhendo ao fisco, no fim de 2006, R$ 99,6 milhões ao aproveitar um programa de anistia de multa e juros. A rede, porém, informa em seu balanço que quer reaver em ação judicial contra a Fazenda paulista R$ 10,3 milhões. Além do dispêndio com a autuação, a Pernambucanas quer ser ressarcida em R$ 2,6 milhões em gastos com advogados.

Os argumentos da Tigre contra a Deloitte são similares. Alega que a participação da auditoria respaldou a entrada na operação e que todas as demais empresas - transportadora, esmagadora e trading - foram apresentadas pela Deloitte, que teria assumido "todas as responsabilidades por garantir a legitimidade da operação". A companhia afirma que "...a Deloitte conseguiu dragar não uma, mas várias das maiores e mais respeitadas empresas nacionais para as mãos de uma quadrilha, auferindo com isto lucro sobre a fraude da qual as empresas foram vitimadas". Em 13 operações de compra e venda de soja, a fabricante de tubos investiu R$ 41 milhões para industrializar e exportar 255 mil toneladas do grão. A empresa foi autuada em R$ 46,12 milhões e também aproveitou a anistia da Fazenda estadual. Segundo um dos advogados contratados pelas empresas, existe a intenção de ingressar contra a Deloitte americana.

Um escritório de Nova York especializado em ações indenizatórias já foi contatado para estudar o caso. "Lá existe uma rigidez maior ao trabalho das auditorias", diz o advogado, que coordena um grupo de empresas interessadas na ação. Para sustentar o processo, as empresas alegam que os pagamentos feitos à Deloitte eram vinculados à quantidade de soja comercializada, forma considerada pouco usual de remuneração para uma auditoria, que costuma cobrar por horas trabalhadas. A Deloitte era remunerada a R$ 1,50 por tonelada de soja e os pagamentos eram feitos diretamente pelas empresas à auditoria. A Deloitte informa na contestação um precedente a seu favor. Trata-se de uma ação da Adria, fabricante de massas, que pediu indenização de R$ 7,6 milhões pelo mesmo assunto. O juiz da 30 Vara Cível em São Paulo entendeu que a Deloitte não deveria fazer parte da ação, porque a Adria não tinha contrato formal direto com ela.

A Adria não recorreu da decisão e o processo foi extinto.Em nota enviada ao Valor, a Deloitte diz que a Tigre e a Pernambucanas tomaram os créditos fiscais pela compra da soja muito antes da auditoria apresentar qualquer relatório de revisão de documentos. A Deloitte diz que "não pode ser responsabilizada por uma atitude tomada antes da realização e apresentação do seu trabalho." "Acreditamos que operações dessa magnitude jamais seriam realizadas sem aprovação formal e expressa dos executivos de empresas tão grandes", diz a nota. A auditoria se diz alvo "de acusações falsas e mentirosas quanto à nossa responsabilidade profissional."A Globalbank Consulting responde ao lado da Deloitte às ações judiciais da Pernambucanas e da Ficap.

A consultoria diz, ao contestar a ação da Pernambucanas, que ela nunca exerceu consultoria tributária. Segundo a Globalbank, a Deloitte pediu a exclusividade pela auditoria das operações com soja, mas "a empresa de auditoria não poderia contratar diretamente com os clientes - não podia evidentemente auditar as operações que ela própria apresentara, sob pena de violar os mais comezinhos princípios de independência que devem nortear as atividades dos auditores". A solução teria sido, então, intermediar a contratação das empresas via Globalbank.

"Operação soja" leva companhias à Justiça
Valor Econômico, 31/08/2007

A importância do capital humano

Um artigo muito interessante do jornal O Globo compara o capital humano com o capital natural.


Guardiões do subdesenvolvimento
O Globo - 02/09/2007

JOÃO LUIZ MAUAD

Em 1993, o americano Douglass North foi agraciado com o Prêmio Nobel de economia, dentre outras contribuições, por seus estudos sobre a importância das instituições para o desenvolvimento econômico. Segundo aquele economista, a diferença crucial entre as nações prósperas e as demais está fundamentalmente na forma de organizar as relações sociais e comerciais. “O desempenho econômico”, ensina ele, “é função das instituições e de sua evolução. Juntamente com a tecnologia, elas determinam os custos de transação e produção. As instituições constituem as regras do jogo numa sociedade; mais formalmente, representam os limites estabelecidos pelo homem para disciplinar as interações humanas.”

Na esteira das idéias de North, o Banco Mundial publicou (veja em http://siteresources.worldbank.org/ , em 2006, um extenso e detalhado trabalho,intitulado “Onde está a Riqueza das Nações”, cujo objetivo foi medir a participação de três diferentes tipos de capitais — natural (recursos naturais), produtivo (bens de capital) e intangível (capital humano e qualidade das instituições formais e informais) — na produção de riqueza de 120 países.

Os resultados da pesquisa mostram que, quanto mais desenvolvidas (em termos de renda per capita) são as nações, menos elas dependem dos recursos naturais e mais utilizam os chamados capitais intangíveis na produção de suas riquezas. Neste aspecto, a comparação dos índices verificados entre os dez primeiros e os dez últimos do ranking analisado é bastante ilustrativa. Enquanto a participação dos capitais naturais no produto total de nove dos dez países mais ricos varia entre exíguos 0 e 3% (a exceção é a Noruega, com 12%), nos países mais pobres ela nunca é inferior a 25%. Por outro lado, os capitais intangíveis têm um peso médio superior a 80% nas economias avançadas, à medida que navegam por índices que vão de 40% a 60% na maioria dos dez países mais pobres.

Esses resultados comprovam, empiricamente, algo de que já se suspeitava há muito tempo: a inexistência de correlação entre desenvolvimento econômico e disponibilidade de recursos naturais. Do contrário, como explicar a prosperidade de nações como Japão, Cingapura, Suíça e Islândia, por exemplo, localizados em regiões geologicamente pobres e geograficamente inóspitas, em contraste com tantas outras onde o subdesenvolvimento persiste, apesar da relativa abundância de riquezas naturais? Com efeito, não surpreende que, de toda riqueza produzida no mundo, o estudo do Bird tenha estimado em apenas 5% a contribuição dos capitais naturais, contra 17% dos capitais produtivos e nada menos que 77% dos intangíveis.

Um excelente referencial da superioridade dos capitais intangíveis sobre os demais está no Oriente Médio. Dentre os Estados árabes daquela região, o mais próspero é exatamente aquele cujas reservas de petróleo são ínfimas. O Emirado de Dubai tem hoje uma economia vibrante, baseada num dinâmico entreposto aduaneiro, no turismo e nos serviços financeiros e de alta tecnologia, enquanto a maioria dos seus vizinhos, donos de reservas petrolíferas imensas, permanecem econômica e socialmente estagnados.

Infelizmente, na contramão da moderna teoria econômica, encontram-se também diversas nações dessa (cada vez mais) atrasada América Latina. Apesar de todas as evidências acima, alguns de seus líderes — apoiados por boa parte da opinião pública — mantêm uma fé inabalável na velha lengalenga nacionalista (temperada com doses cavalares de marxismo) e insistem no extemporâneo receituário da estatização de empresas e recursos naturais, como se aí estivesse a chave do progresso.

Esses verdadeiros guardiões do subdesenvolvimento desprezam o exemplo dos países ricos, especialmente no que concerne às instituições e ao ambiente de negócios. Expressões como Estado de direito, previsibilidade jurídica, respeito à propriedade privada, liberdade econômica, cumprimento de contratos, desburocratização, combate à corrupção, eficiência e parcimônia com o gasto público não têm qualquer significado para eles. Além disso, não aceitam o fato inexorável de que o grande protagonista do desenvolvimento é a iniciativa privada, não o governo.

Gerenciamento de custos é importante na ginástica

Uma rápida entrevista com o fundador da Curves e sua visão de custos e margem.

Gary Heavin, fundador da Curves, aposta na venda de auto-estima
Gazeta Mercantil

São Paulo, 4 de Setembro de 2007 - Depois de atingir um faturamento de US$ 1 milhão com uma academia tradicional e falir por conta dos altos custos, o empresário norte-americano Gary Heavin criou um modelo de academias de baixo custo focado no público feminino que queria melhorar a forma física mas não tinha tempo ou vontade de frequentar academias badaladas. Há 15 anos, fundou a Curves em formato de franquia, com um programa de 30 minutos de exercícios. Nos Estados Unidos, são 7,5 mil unidades - há uma Curves para cada par de McDonald's. A marca está no Brasil desde 2003, com expansão tão acelerada que estimulou Heavin à sua primeira visita ao País, aos 52 anos de idade.

Gazeta Mercantil - Quando a Curves atingiu o primeiro bilhão de dólares?

Gary Heavin - Em 2003. Somos uma empresa de serviços que propositadamente foi concebida como uma empresa de baixo custo, mas com alta margem de lucro. Foi a maneira que encontrei para crescer. Se um supermercado fatura US$ 1 milhão, gasta boa parte desse valor para pagar seus custos, seus produtos, que são muitos. O faturamento de cada clube pode ser pequeno se comparado a um supermercado, mas a margem de lucro é muito maior.

(...) Gazeta Mercantil - Esta é sua primeira visita ao Brasil. Como conseguir resultados positivos em mercados que sequer conhece?

Heavin - É curioso, mas nosso negócio cresce mais justamente em países com um alto grau de burocracia, como é o caso do Brasil e da África do Sul, onde estive na semana passada. O que vejo é que os brasileiros trabalham duro, mas também conseguem se dedicar à família. Isso não acontece no Japão. Se o Brasil tivesse o dinheiro dos Estados Unidos e os Estados Unidos tivessem a alegria do Brasil, isso seria perfeito.

Gazeta Mercantil - Quando e como você decidiu criar uma academia apenas para mulheres?

Heavin - Eu gosto de mulheres. Aos 20 anos, eu tinha clubes com estruturas tradicionais mas também eram apenas para mulheres. Minha mãe morreu muito cedo, tinha pressão alta, depressão, e nós não tínhamos dinheiro para tratamentos. Quando cheguei aos 40 anos e dava aula para 100 mulheres, comecei a ver em cada uma delas o rosto de minha mãe. Foi ali que decidi construir algo para melhorar a vida das mulheres, como se uma tragédia se transformasse em triunfo.

Gazeta Mercantil - Você tem planos para criar uma marca exclusiva para homens?

Heavin - Não! Acredito que homens e mulheres são muito diferentes. Como diz o livro, homens são de Marte, mulheres são de Vênus. E minha experiência é de Vênus.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 8)(Maria Luíza Filgueiras)

Ética e responsabilidade social

A discussão sobre ética e responsabilidade social é difícil pois esbarra no juízo de valor. A reportagem a seguir mostra um pouco disto:

Código de ética e responsabilidade social
Gazeta Mercantil - 04/09/2007

(...) As empresas brasileiras estão mais preocupadas em estabelecer códigos de ética para disciplinar suas relações com os stakeholders (as partes interessadas). É o que mostra a 1 Pesquisa sobre Código de Ética no Brasil, realizada pelo Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios, que usou com base de dados as 500 maiores empresas em atuação no País, em 2006. Do universo pesquisado, 112 empresas afirmaram ter código de ética. Apesar de ser um resultado positivo, a pesquisa contém revelações sem dúvida inquietantes sobre a qualidade das práticas de responsabilidade social adotadas.

Das 500 empresas pesquisadas, 63,4% afirmaram adotar práticas de responsabilidade social. No entanto, apenas 22,4% disseram ter código de ética e 24,4% disseram ter balanço social. Adotar ações de responsabilidade social sem código de ética é uma inversão de valores. A distância entre as práticas (código de ética, responsabilidade social e balanço social), mostrada pela pesquisa, abre espaço para um questionamento sobre o que é verdade e o que é mero marketing entre as práticas alardeadas na mídia pelas empresas.

Uma visão unicamente "marketeira" nessa seara precisa ser revista ou vai acabar saindo caro. A imagem da empresa que não entrega o que promete ficará no mínimo chamuscada no mercado financeiro e no consumidor. Os investidores certamente vão pagar menos pelas suas ações. Num mercado tão competitivo quanto o atual - em que os produtos viraram commodities, aumentando o valor da marca - no mercado consumidor cuidar da imagem não é mera vaidade. (...)

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Lucia Rebouças)

Quem pagará a conta?

Um artigo sobre a questão das emissões de poluentes faz uma pergunta no seu título: Quem pagará a conta pela redução de emissões? (Valor Econômico - 04/09/2007)

(...) Mas sua aparente concordância só prepara o verdadeiro debate: quem é que vai pagar a conta?Há cada vez mais evidências de que uma força além dos controles governamentais pode estar fazendo mais do que as autoridades reguladoras para enfraquecer o crescimento das emissões. Essa força são os preços do combustível. O sinal mais recente veio num relatório semana passada do grupo nova-iorquino de defesa ambiental Environmental Defense. Ele disse que a alta da gasolina causou mudanças palpáveis no consumo nos EUA em 2005, o mais recente ano estudado no relatório.

(...) O Protocolo de Kyoto requer cortes de emissões apenas para os países industrializados que o assinaram, e ele exige cortes para todo o grupo de apenas 5% em relação aos níveis de 1990 - e isso até 2012. Isso originou um mercado bilionário de "créditos de carbono" em que países - e as empresas neles sediadas - que são obrigados a cortar suas emissões podem limitar seus custos de obediência à norma patrocinando projetos mais baratos de cortes de emissões no mundo em desenvolvimento.É nesses países em desenvolvimento, tais como a China, que as emissões têm crescido mais rápido. Mas eles não têm limites sob o Protocolo de Kyoto - um fato que a indústria na maioria dos países desenvolvidos argumenta que cria uma desvantagem competitiva para eles.

Efeito da crise aérea

Segundo o jornal O Globo (Entidade internacional critica setor aéreo brasileiro, 04/09/2007)

Um relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que representa as principais empresas aéreas do mundo, põe em xeque as condições de segurança do controle de tráfego aéreo do Brasil, e afirma que a crise do setor ainda vai demorar.


Um dos problemas apontados são os custos para as empresas:

Entre os custos elevados, a entidade cita o Ataero (adicional tarifário de 50% sobre todas as taxas cobradas pela Infraero) e os preços do querosene da aviação no Brasil, resultado das alíquotas diferenciadas do ICMS. A incidência do PIS/Cofins sobre o combustível também aparece entre os entraves citados pela Iata.

Democracia


Os países com melhor/pior democracia

Fonte: The Economist

03 setembro 2007

Petrobrás perde dinheiro na Argentina

A partir do momento que a Petrobrás decide aumentar suas operações internacionais, o risco de fracasso de algumas destas decisões passa a ser maior. O que ocorreu na Bolívia pode acontecer novamente em outros países.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo (Petrobras perde R$ 708 mi em operação na Argentina, 01/09/2007, por Pedro Soares), as medidas impostas pelo governo argentino causaram perdas de 708 milhões de reais no período de 2005 a julho de 2007. Estas perdas decorrem do subsídio ao diesel.

Somente no primeiro semestre deste ano a Petrobras Energia, controlada pela estatal com sede na Argentina e negócios na Venezuela, Peru, Equador e Bolívia, registrou resultado operacional negativo em R$ 125 milhões na área de refino e distribuição de combustíveis.

(...) Segundo o diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, a companhia registra prejuízo nas vendas de diesel na Argentina já há dois anos. A perda, diz o diretor, é pontual, pois a Petrobras Energia é lucrativa no conjunto de suas atividades.

(...) Cerveró ressaltou que as atividades da Petrobras na Argentina são "muito diversificadas" (incluem também geração e venda de energia elétrica, petroquímica e fertilizantes) e "todas são lucrativas, com exceção do diesel". A Argentina é o segundo principal mercado da Petrobras.


O fato de ser uma empresa estatal impede que algumas medidas sejam tomadas pela empresa. A reportagem chama isto de "Problema diplomático" e cita o caso ocorrido em março de 2007:

Em resposta às declarações do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, sobre o congelamento, a Argentina ameaçou reavaliar concessões da companhia por entender que as afirmações representavam interferência num assunto soberano do país. O mal-entendido, porém, foi desfeito.

Para evitar a disparada da inflação, o governo argentino lança mão da Lei do Abastecimento, que prevê multas e outras sanções às companhias que deixarem de vender os produtos no mercado interno.

No final de 2006, a Shell foi multada em R$ 16,3 milhões por ter supostamente deixado de abastecer seus postos com diesel. A Petrobras já recebeu sanção de R$ 630 mil.


Em outros países da América Latina a empresa teve prejuízo.

Ainda sobre Bolsa

Duas outras notícias sobre bolsa de valores. A primeira informa que a Bovespa solicitou o registro para venda de suas ações (Bovespa pede registro para vender suas ações, Gazeta Mercantil, 03/09/2007). A segunda informa que fundos de investimentos mais agressivos aumentaram seus investimentos no país (Fundo agressivo dobra presença no país, Folha de São Paulo, 03/09/2007, por Toni Sciarretta):

Considerados os agentes mais agressivos do capitalismo financeiro, os fundos de "private equities" [participação fechada em empresas] dobraram sua presença nas fusões e aquisições em menos de dois anos no Brasil, segundo estudo da consultoria PriceWaterHouseCoopers obtido pela Folha.

Segundo a Price, esses fundos, liderados por estrelas do empresariado nacional como Armínio Fraga (Gávea), estão hoje presentes nas maiores aquisições de empresas em território nacional e nas aberturas de capital mais concorridas na Bovespa.

(...) O modelo de negócio é sempre o mesmo: comprar pelo menor preço possível parte ou a totalidade de uma empresa com sérias dificuldades, cortar gastos, demitir muita gente considerada ineficiente, consertar rapidamente a gestão, ampliar as receitas, colocar a contabilidade em dia e sair fora -seja vendendo a participação para uma empresa concorrente ou abrindo o capital na Bolsa de Valores. (...)

A receita deu certo com várias empresas que hoje são vedetes da Bovespa, como a empresa aérea Gol (e mais tarde a Varig), a construtora Gafisa, a distribuidora de TV Multicanal/Globocabo, o site Submarino/Americanas, as varejistas Brasif e ShopTime, os laboratórios Dasa, entre outros casos.

Bolsa de Valores

Uma série de notícias sobre bolsa de valores.

No Valor, Ingleses querem empresas do Brasil na bolsa de Londres, de 03/09/2007, informa que o prefeito do distrito financeiro de Londres, Lord Mayor John Stuttard, gostaria de ter empresas brasileiras na bolsa de Londres.

Na GAzeta, também de 03/09/2007, o foco é nas empresas que estão fora dos níveis de governança do Bovespa (Maioria das empresas está fora dos níveis de governança da Bovespa, por Luciano Feltrin, Finanças & Mercados - Pág. 4). Alguns dados interessantes são apresentados


=> das 402 companhias com papéis negociados na Bovespa, 74,8% do total (números de julho deste ano) ainda estão fora dos níveis de governança da Bolsa

= > O percentual inclui empresas cujas ações estão entre as mais negociadas do mercado, como é o caso da Petrobras.

=> Nos EUA, 92% das empresas não têm mais que 20% de suas ações concentradas em um controlador. Uma das explicações dessa característica é a cultura de mercado das companhias norte-americanas. No Brasil, por outro lado, há concentração dos papéis por um grupo ou família controladora.

=> Segundo dados da GMI Ratings,o Brasil está em penúltimo lugar entre 42 países no que se refere a boas práticas de governança. Só vence a China.


Isto mostra que ainda temos muito que evoluir em termos de governança.

A mesma Gazeta comenta a questão da sustentabilidade (Itaú é líder de sustentabilidade na AL, 03/09/2007, Finanças & Mercados - Pág. 4, por Aluísio Alves)

(...) O Itaú é o banco mais sustentável da América Latina. É o que diz a consultoria espanhola Management & Excellence (M&E), depois de verificar o desempenho das 40 maiores instituições financeiras da região em governança corporativa, ética, responsabilidade socioambiental e transparência. O levantamento consistiu em medir o enquadramento dos bancos a padrões internacionalmente respeitados, como a presença das ações no Dow Jones Sustainability Index (DJSI), a publicação de balanço social segundo o modelo GRI (Global Reporting Initiative) e a obediência a normas corporativas da OECD. Com 95,4 pontos, numa escala de zero a 100, o Itaú ficou em primeiro no ranking pelo terceiro ano consecutivo.

O estudo também apontou, no entanto, que a briga entre os bancos mais adiantados pela ponta ficou mais acirrada. O Bradesco, por exemplo, quase dobrou a pontuação de dois anos atrás, atingindo 94,5 pontos, 0,9 a menos do que o do maior rival. Para o sócio-diretor da M&E, Bill Cox, o esforço dos grandes para se firmar como referência em sustentabilidade se traduz no aumento dos investimentos no setor. "O tema consumiu de US$ 100 milhões a US$ 1 bilhão de cada um dos cinco primeiros em 2006, com um crescimento anual médio de 25%", diz.


Particularmente tenho certa restrição a um indicador que permite que uma instituição consiga dobrar a pontuação, atingindo o segundo lugar, em dois anos.

Crise aérea nos Estados Unidos

Apesar de não ser tão grave quanto a nossa crise, os Estados Unidos também estão passando por uma crise aérea.

O New York Times (Most Flights Are Late, and the Situation May Only Get Worse, por Jeff Balley, 03/09/2007) apresenta alguns dados dos atrasos nos vôos naquele país.

Já a Gazeta Mercantil apresenta reportagem no mesmo sentido (Sistema aéreo está saturado nos EUA, 03/09/2007) com um enfoque na American Airlines (a reporter, Regiane de Oliveira, viajou a convite da empresa). O destaque é a boa gerência da empresa


Na última semana, o presidente da American Airlines, Gerard. J. Arpey, fez um apelo as autoridades norte-americanas para que voltem a investir no setor. "Precisamos de infra-estrutura no ar", afirmou o executivo. "E melhorar a capacidade dos aeroportos". De acordo com Arpey, o aumento da demanda e a expansão das companhias de baixo custo levaram a saturação do sistema aéreo. Por enquanto, nada que afete a segurança dos passageiros. Só por enquanto.

(...) O modelo norte-americano prevê que as aéreas podem construir os terminais, mas eles devem ser doados ao estado. Em contrapartida, as empresas recebem, além de contrato - no caso da AA de 30 anos - benefícios de locação.

(...) Erli Rodrigues, diretor-geral da American Airlines no Brasil, lembra que foram períodos desgastantes. O projeto de reestruturação de custos tinha como objetivo inicial reduzir US$ 4 bilhões de um faturamento de US$ 20 bilhões ao ano da companhia. "Não dava só para cortar, tivemos de mudar processos", explica Rodrigues. A empresa vendeu ativos, fez leasing de aviões, cancelou encomendas e renegociou os contratos de funcionários com sindicatos, demitiu pessoas. Isso tudo tendo de concorrer com novos competidores. "Até 2000 enfrentávamos as empresas de baixo custo em cerca de 25% de nossas linhas. Hoje 80% do segmento já é operado por elas", explica.

Após 11 de setembro, a principal diferença foi o comportamento dos passageiros. "As pessoas ficaram com medo de voar e o fator custo começou a ser muito relevante", conta Rodrigues. A prioridade do passageiro passou a ser pontualidade e preço, e depois, conforto. Até o serviço de bordo mudou. "Hoje não temos mais serviço de bordo em vôos de até duas horas".

A primeira meta de corte de custos foi atingida, mas não foi suficiente. "Começamos a trabalhar num sistema de cortes constantes de custos", afirma. E segundo ele foi a criatividade que garantiu que a empresa não passasse por mais reduções. "Em vez de cortar mais ou terceirizar serviços, resolvemos oferecer alguns de nossos serviços para fora, como a manutenção", diz. Hoje a AA tem contrato com a Rolls Royce para manutenção de turbinas. "Isso trouxe receita de US$ 500 milhões ao ano". O resultado de todas as ações foi um caixa de US$ 6 bilhões.

Agências de Rating: conflito de interesse?

Já o periódico ABC informa que a Comunidade Européia está investigando se as agências de ratings tiveram culpa na crise (Bruselas investiga a fondo si las agencias de calificación cayeron en conflicto de interés, 03/09/2007, por David León)

La investigación abierta a las agencias de calificación de riesgo «rating» por parte de la Comisión Europea (CE) a través de la Organización Internacional de Comisiones de Valores (IOSCO) por no detectar la crisis de las hipotecas basura «subprime» norteamericanas, está centrada en analizar si estas agencias vulneraron los principios de independencia, objetividad y conflicto de interés, a los que voluntariamente están adscritas en su «Código de Conducta».

(...) Ahora no es validar con una firma toda la contabilidad de una empresa, pero son muchos los expertos consultados que creen que si estas agencias encargadas de «poner notas» hubieran alertado del cambio de expectativas de riesgo en fondos e inversiones ligados a las hipotecas «basura», la actual crisis podría haberse limitado.

Crise imobiliária e reputação das agências de rating

Acredita-se que o Brasil deverá receber nos próximos meses o grau de investimento por parte das agências de rating.

O problema é que as agências estão sendo questionadas pelo comportamento no caso da crise imobiliária dos EUA. Uma reportagem do Estado de S. Paulo de 02/09/2007 tenta fazer este vínculo (Crise imobiliária dos EUA faz estragos nas agências de rating, Patrícia Campos Mello, p. B10)

"A reputação das agências foi bastante prejudicada; só vamos saber a extensão do dano quando a crise acabar", disse ao Estado Lawrence J. White, professor de Economia da Universidade de Nova York, que vê semelhanças com a situação de empresas de auditoria como a Arthur Andersen durante os escândalos contábeis. As ações da Moody's, negociadas a mais de US$ 70 há três meses, estão hoje na faixa dos US$ 45.

(...) Segundo ele, é um problema inerente à função das agências, que tentam apresentar um panorama de longo prazo, e não flutuações diárias na saúde financeira. O segundo problema, segundo White, é que essas empresas têm consciência da importância de seus ratings - os mercados respondem vigorosamente a uma promoção ou rebaixamento de nota. Um grau de investimento funciona como um selo de qualidade que economiza milhões em juros de empréstimos. Já um rebaixamento pode custar milhões a uma empresa ou mesmo excluí-la de alguns negócios - certos fundos são proibidos, em seus estatutos , de comprar títulos de empresas ou países que não tenham atingido o grau de investimento.

01 setembro 2007

30 anos de Doutorado

Ontem foram as comemorações dos 30 anos do Doutorado em Ciências Contábeis da Universidade de São Paulo. Como doutor pela USP fica difícil postar algo para expressar o agradecimento pela instituição que transformou minha vida. A contribuição da pós-graduação da USP para o crescimento da contabilidade no Brasil é enorme e inegável.

Obrigado Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP por tudo.

Internet: dois gráficos

Dois gráficos interessantes sobre a internet no mundo. O primeiro mostra a velocidade da internet em diferentes países do mundo. Inveja do Japão.



O segundo apresenta a relação da internet no mundo e os países onde ela é controlada pelo governo.