A empresa Norte Brasil é uma sociedade de capital fechado, que explora a linha de transmissão de energia de Porto Velho a Araraquara. Hoje a empresa divulgou suas demonstrações contábeis, em particular a Demonstração do Resultado:
Observe que a DRE é de “31/12/2015” e “31/12/2014”. Como assim? Não existiu nenhum lucro em 2016 (e não 31/12/2016, como aparece nas demonstrações). Veja que a receita líquida foi de 340 milhões de reais e o lucro foi de 114 milhões. Reproduzo a seguir a DMPL para tentar esclarecer melhor:
Observe que o lucro líquido do exercício de 2015 foi de 114 milhões, exatamente o valor que aparece na DRE divulgada. E que em 2016 a empresa teve um lucro de 194 milhões de reais. Mas isto não está na DRE divulgada. A nota explicativa 19 a 22 mostram os valores detalhados da receita líquida, despesas, outras receitas operacionais e resultado financeiro. Reproduzo abaixo a nota 19, da receita líquida:
Observe que o valor da receita de 2016 (e não “31/12/2016” como aparece na divulgação) é de 461 milhões e que em 2015 o valor é de 340 milhões, sendo que o último valor apresentados na DRE, mas não o primeiro, já que a empresa não publicou a DRE de 2016.
Mais adiante o auditor diz que examinou as demonstrações “que compreendem o balanço patrimonial em 31/12/2016 e as respectivas demonstrações do resultado (...)”.
Podemos concluir então que a empresa fez um CTRL C e CTRL V da DRE do balanço anterior. Apenas isto.
18 abril 2017
Publons - um site para revisores de periódicos
Os periódicos científicos são responsáveis por publicar os estudos dos pesquisadores e o modo mais comum que os periódicos utilizam para garantir que o seu trabalho tem qualidade científica suficiente para ser publicado é fazer com que ele passe por uma double-blind review – que consiste em uma revisão às cegas em que nem o revisor sabe quem é o autor, como o autor não sabe quem é o revisor. Nessa perspectiva, os revisores, como colaboradores anônimos na evolução da ciência, não recebem todos os créditos que fazem jus.
Porém, um site resolveu mudar um pouco essa situação, colocando os revisores em posição de destaque: o Publons.
É um site que está na ativa desde 2011 e que serve como uma espécie de rede social onde os pesquisadores podem publicar quantas revisões fizeram, quais foram os artigos revisados e para quais journals. Assim, ficam públicos os dados de suas contribuições em formato de tabelas e gráficos, permitindo que a comunidade acadêmica veja sua participação como revisor.
O modo de atualizar seu perfil é bem simples: assim que receber um e-mail do editor da revista no qual ele agradece a revisão que você acabou de fazer, tudo que você precisa fazer é encaminhar esse e-mail para o reviews@publons.com que eles se encarregam do restante. Muito simples!
Portanto, se você é um revisor habitual, recomendamos que utilize essa excelente ferramenta. Acesse o www.publons.com e conheça mais sobre o site.
Victor Godeiro - publicado no blog GECAP
Porém, um site resolveu mudar um pouco essa situação, colocando os revisores em posição de destaque: o Publons.
É um site que está na ativa desde 2011 e que serve como uma espécie de rede social onde os pesquisadores podem publicar quantas revisões fizeram, quais foram os artigos revisados e para quais journals. Assim, ficam públicos os dados de suas contribuições em formato de tabelas e gráficos, permitindo que a comunidade acadêmica veja sua participação como revisor.
O modo de atualizar seu perfil é bem simples: assim que receber um e-mail do editor da revista no qual ele agradece a revisão que você acabou de fazer, tudo que você precisa fazer é encaminhar esse e-mail para o reviews@publons.com que eles se encarregam do restante. Muito simples!
Portanto, se você é um revisor habitual, recomendamos que utilize essa excelente ferramenta. Acesse o www.publons.com e conheça mais sobre o site.
Victor Godeiro - publicado no blog GECAP
Contabilidade Financeira faz 11 anos e surge um novo blog: GECAP
Há 11 anos surgia um blog chamado Contabilidade Financeira. A origem estava num endereço pessoal. A atualização do conteúdo deste endereço levava muito tempo e nem sempre o formato era razoável para o leitor – afinal o endereço era feito por um amador.
Durante estes anos todos nós vimos nascer e, em alguns casos e infelizmente, morrer algumas tentativas de criação de blog na área. Confesso que em alguns momentos foi difícil manter atualizações, principalmente no período de 2014 a 2016, quando assumi um cargo na área administrativa da minha universidade que tomava muito tempo.
Mas, entre idas e vindas, o blog, que teve sua primeira postagem no dia 18 de abril de 2006, ainda está na ativa. Somente neste mês de abril foram 59 postagens, algumas de contabilidade, outras nem tanto.
De vez em quando recebemos contato de pessoas querendo criar um blog. O entusiasmo do nosso apoio é acompanhado de uma ressalva: dá trabalho. Sabe aquela postagem sobre a Aramco? Levou mais de uma hora e meia. E aquelas de história da contabilidade? Algumas levavam mais de três horas para serem feitas.
Para comemorar os 11 anos do blog estou reproduzindo, com autorização, um texto de um novo blog: GECAP ou Grupo de Estudos em Contabilidade e Administração Pública, criado por Victor Godeiro, Leandro Saraiva, Roberto Lima e Nyalle Matos. É muito bom ter mais esta companhia.
Durante estes anos todos nós vimos nascer e, em alguns casos e infelizmente, morrer algumas tentativas de criação de blog na área. Confesso que em alguns momentos foi difícil manter atualizações, principalmente no período de 2014 a 2016, quando assumi um cargo na área administrativa da minha universidade que tomava muito tempo.
Mas, entre idas e vindas, o blog, que teve sua primeira postagem no dia 18 de abril de 2006, ainda está na ativa. Somente neste mês de abril foram 59 postagens, algumas de contabilidade, outras nem tanto.
De vez em quando recebemos contato de pessoas querendo criar um blog. O entusiasmo do nosso apoio é acompanhado de uma ressalva: dá trabalho. Sabe aquela postagem sobre a Aramco? Levou mais de uma hora e meia. E aquelas de história da contabilidade? Algumas levavam mais de três horas para serem feitas.
Para comemorar os 11 anos do blog estou reproduzindo, com autorização, um texto de um novo blog: GECAP ou Grupo de Estudos em Contabilidade e Administração Pública, criado por Victor Godeiro, Leandro Saraiva, Roberto Lima e Nyalle Matos. É muito bom ter mais esta companhia.
17 abril 2017
Sobre procrastinação e motivação...
Dica: mude a velocidade do vídeo nas configurações, assista mais rápido e poupe tempo.
Links
Canadá faz um acordo de livre comércio com ele mesmo
A relação entre Facebook e a saúde das pessoas
Museu das falhas inclui lasanha Colgate
Agenda do CEO e o desempenho da empresa (inclui dados com executivos brasileiros)
Efeito Uber esvazia estacionamentos, reduz serviços de valets e multas de trânsito por embriaguez
A relação entre Facebook e a saúde das pessoas
Museu das falhas inclui lasanha Colgate
Agenda do CEO e o desempenho da empresa (inclui dados com executivos brasileiros)
Efeito Uber esvazia estacionamentos, reduz serviços de valets e multas de trânsito por embriaguez
Aramco, governança e valor de mercado
A Saudi Aramco (ou Aramco) é uma empresa da Arábia Saudita, que explora o petróleo e derivados daquele país. A empresa possui a maior reserva de petróleo do mundo, sendo também a maior produtora. Isto faz da empresa a maior do setor de petróleo e derivados.
A empresa nasceu nos primórdios da exploração do petróleo na Arábia Saudita. Com a crise de 1973 e por conta do apoio do governo dos Estados Unidos a Israel, o governo daquele país começou a adquirir ações da empresa até que tomou o controle total em 1980, com 100% das ações.
Estima-se que a receita da empresa, em 2010, tenha sido de 311 bilhões de dólares ou 977 bilhões de reais na conversão atual (a receita da Petrobras é de 320 bilhões). Com 65 mil funcionários (a Petrobras possui 78 mil) e reservas de 260 bilhões de barris (ve1rsus 13 bilhões da empresa brasileira), produção de 12 milhões de barris por dia (versus 2,8 milhões), a empresa é um gigante no setor.
Quanto é o seu valor? A estimativa varia entre 1,25 trilhão a 10 trilhões de dólares, o que faz da empresa aquela de maior do mundo. Recentemente, o governo da Arábia Saudita anunciou a possibilidade de abrir o capital da empresa em 2018, vendendo 5% das ações. Aparentemente o governo daquele país pretende aumentar a participação do setor privado na economia, incluindo o mercado de capitais. Mas a bolsa da Arábia Saudita é pequena para comportar uma empresa avaliada em 2 trilhões de dólares por seus proprietários. Além disto, a participação dos investidores estrangeiros é reduzida naquele mercado (4%). Outro problema é a grande chance de existir preço diferenciado na privatização, onde os investidores locais receberiam um desconto.
Mas um ponto central é a questão da governança. Há dúvidas se os padrões sauditas de governança são adequados. Ao mesmo tempo, alguns mercados financeiros mundiais oferecem a possibilidade, para empresas internacionais, de abrir o capital sem cumprir padrões de governança local, o que seria um atrativo para a empresa saudita. Atualmente a empresa é supervisionada por um conselho de nove diretores, sendo três sem influência do governo.
Oferecendo 5% de uma empresa com valor de 2 trilhões de dólares, a oferta da Saudi Aramco seria a maior oferta pública de ações da história: 200 bilhões de dólareas. Mas um artigo de Gregory Brew questiona esta estimativa oficial. Este valor foi fruto da multiplicação do valor das reservas por US$ 8 por barril:
261 bilhões de barris x 8 = 2,1 trilhão.
(Por esta expressão, o valor da Petrobras seria 13 bilhões x 8 = 104 bilhões de dólares ou 327 bilhões de reais). Esta regra usada pelo governo para estimar o valor da empresa é falha. A Bloomberg (via aqui) usou o múltiplo para Rosneft (Rússia) e chegou a uma valor de 272 bilhões, versus 64 bilhões no valor de mercado. Até a ExxonMobil, uma empresa privada, seria supervalorizada com este múltiplo. E a Petrobras não vale 327 bilhões de reais.
Um estudo independente sugere um valor de 400 bilhões de dólares, que inclui no preço o fato da Saudi Aramco ser uma empresa estatal (e nós, brasileiros, sabemos como isto interfere no valor de uma empresa de petróleo). Além disto, como as demonstrações contábeis não são divulgadas, não se sabe a estrutura de custos da empresa. Não é possível saber sequer quanto são os impostos; as informações disponíveis informam que a empresa paga royalties sobre as receitas e imposto de 85% sobre o lucro. Este peso dos tributos possui impacto sobre o valor.
A empresa nasceu nos primórdios da exploração do petróleo na Arábia Saudita. Com a crise de 1973 e por conta do apoio do governo dos Estados Unidos a Israel, o governo daquele país começou a adquirir ações da empresa até que tomou o controle total em 1980, com 100% das ações.
Estima-se que a receita da empresa, em 2010, tenha sido de 311 bilhões de dólares ou 977 bilhões de reais na conversão atual (a receita da Petrobras é de 320 bilhões). Com 65 mil funcionários (a Petrobras possui 78 mil) e reservas de 260 bilhões de barris (ve1rsus 13 bilhões da empresa brasileira), produção de 12 milhões de barris por dia (versus 2,8 milhões), a empresa é um gigante no setor.
Quanto é o seu valor? A estimativa varia entre 1,25 trilhão a 10 trilhões de dólares, o que faz da empresa aquela de maior do mundo. Recentemente, o governo da Arábia Saudita anunciou a possibilidade de abrir o capital da empresa em 2018, vendendo 5% das ações. Aparentemente o governo daquele país pretende aumentar a participação do setor privado na economia, incluindo o mercado de capitais. Mas a bolsa da Arábia Saudita é pequena para comportar uma empresa avaliada em 2 trilhões de dólares por seus proprietários. Além disto, a participação dos investidores estrangeiros é reduzida naquele mercado (4%). Outro problema é a grande chance de existir preço diferenciado na privatização, onde os investidores locais receberiam um desconto.
Mas um ponto central é a questão da governança. Há dúvidas se os padrões sauditas de governança são adequados. Ao mesmo tempo, alguns mercados financeiros mundiais oferecem a possibilidade, para empresas internacionais, de abrir o capital sem cumprir padrões de governança local, o que seria um atrativo para a empresa saudita. Atualmente a empresa é supervisionada por um conselho de nove diretores, sendo três sem influência do governo.
Oferecendo 5% de uma empresa com valor de 2 trilhões de dólares, a oferta da Saudi Aramco seria a maior oferta pública de ações da história: 200 bilhões de dólareas. Mas um artigo de Gregory Brew questiona esta estimativa oficial. Este valor foi fruto da multiplicação do valor das reservas por US$ 8 por barril:
261 bilhões de barris x 8 = 2,1 trilhão.
(Por esta expressão, o valor da Petrobras seria 13 bilhões x 8 = 104 bilhões de dólares ou 327 bilhões de reais). Esta regra usada pelo governo para estimar o valor da empresa é falha. A Bloomberg (via aqui) usou o múltiplo para Rosneft (Rússia) e chegou a uma valor de 272 bilhões, versus 64 bilhões no valor de mercado. Até a ExxonMobil, uma empresa privada, seria supervalorizada com este múltiplo. E a Petrobras não vale 327 bilhões de reais.
Um estudo independente sugere um valor de 400 bilhões de dólares, que inclui no preço o fato da Saudi Aramco ser uma empresa estatal (e nós, brasileiros, sabemos como isto interfere no valor de uma empresa de petróleo). Além disto, como as demonstrações contábeis não são divulgadas, não se sabe a estrutura de custos da empresa. Não é possível saber sequer quanto são os impostos; as informações disponíveis informam que a empresa paga royalties sobre as receitas e imposto de 85% sobre o lucro. Este peso dos tributos possui impacto sobre o valor.
16 abril 2017
O que é mais gratificante em ser professor?
A pergunta acima apareceu no Quora, um endereço onde as pessoas fazem perguntas e outras podem responder. Até o momento que escrevo esta postagem somente Ben Zhao, um professor de computação, respondeu. Mas muito do que ele disse parece que tem a minha história (grifo meu e fiz pequenas mudanças no texto).
Há uma série de respostas para esta pergunta, e dependendo da sua personalidade, elas provavelmente produzirão níveis variáveis de impacto. Em vez de tentar chegar a uma lista exaustiva, vou fazer o meu melhor para mencionar alguns dos melhores momentos que eu experimentei a partir da minha perspectiva pessoal.
1. Observando como um estudante de doutorado (quase) terminando seu curso receber essa oferta de trabalho cobiçado. Este é o culminar de anos de trabalho duro, pelo estudante, e em menor grau, pelo orientador. Estes são momentos em que você vê maneiras quantificáveis que seus esforços literalmente alteraram e moldaram a vida de outro ser humano. Ao contrário dos pais e professores que muitas vezes precisam esperar anos para ver seus esforços chegarem a bom termo, um conselheiro de doutorado vê que o impacto direto de seus esforços dos últimos N anos, materializado imediatamente em um único momento.
2. Assistir um de seus alunos apresentar uma palestra fantástica numa conferência de primeira linha, na frente de uma sala cheia de participantes de todo o mundo.
3. Recebendo uma inesperada nota de agradecimento no correio (ou e-mail) de um ex-aluno, agradecendo pela disciplina que você ensinou a ele há 6 anos e detalhando como mudou a trajetória de sua vida e carreira. Apesar do nível de esforço significativo que a maioria dos professores colocam no ensino, tendemos a esquecer quantos alunos são afetados pelo que e como ensinamos. Essas notas ocasionais são grandes lembretes de quanto nossa aula importa.
4. Encontrar-se com um ex-aluno em uma conferência acadêmica, e ser apresentado aos seus atuais alunos se preparando para apresentar o seu trabalho.
Todos estes item têm o mesmo tema recorrente: o impacto sobre a vida dos alunos e ex-alunos. Há muitos outros componentes que fazem a vida acadêmica, como publicar, obter bolsa, receber prêmios e reconhecimento, ver nossa pesquisa impactar diretamente na indústria e nos usuários reais, etc. Mas pessoalmente acho que o papel do professor é mais satisfatório e é por isso que esses momentos são os mais gratificantes e memoráveis para mim.
Há uma série de respostas para esta pergunta, e dependendo da sua personalidade, elas provavelmente produzirão níveis variáveis de impacto. Em vez de tentar chegar a uma lista exaustiva, vou fazer o meu melhor para mencionar alguns dos melhores momentos que eu experimentei a partir da minha perspectiva pessoal.
1. Observando como um estudante de doutorado (quase) terminando seu curso receber essa oferta de trabalho cobiçado. Este é o culminar de anos de trabalho duro, pelo estudante, e em menor grau, pelo orientador. Estes são momentos em que você vê maneiras quantificáveis que seus esforços literalmente alteraram e moldaram a vida de outro ser humano. Ao contrário dos pais e professores que muitas vezes precisam esperar anos para ver seus esforços chegarem a bom termo, um conselheiro de doutorado vê que o impacto direto de seus esforços dos últimos N anos, materializado imediatamente em um único momento.
2. Assistir um de seus alunos apresentar uma palestra fantástica numa conferência de primeira linha, na frente de uma sala cheia de participantes de todo o mundo.
3. Recebendo uma inesperada nota de agradecimento no correio (ou e-mail) de um ex-aluno, agradecendo pela disciplina que você ensinou a ele há 6 anos e detalhando como mudou a trajetória de sua vida e carreira. Apesar do nível de esforço significativo que a maioria dos professores colocam no ensino, tendemos a esquecer quantos alunos são afetados pelo que e como ensinamos. Essas notas ocasionais são grandes lembretes de quanto nossa aula importa.
4. Encontrar-se com um ex-aluno em uma conferência acadêmica, e ser apresentado aos seus atuais alunos se preparando para apresentar o seu trabalho.
Todos estes item têm o mesmo tema recorrente: o impacto sobre a vida dos alunos e ex-alunos. Há muitos outros componentes que fazem a vida acadêmica, como publicar, obter bolsa, receber prêmios e reconhecimento, ver nossa pesquisa impactar diretamente na indústria e nos usuários reais, etc. Mas pessoalmente acho que o papel do professor é mais satisfatório e é por isso que esses momentos são os mais gratificantes e memoráveis para mim.
Manifestantes querem ver o Imposto de Renda de Trump
Manifestantes em diversas cidades dos Estados Unidos exigem que o atual presidente do país divulgue seu imposto de renda. Desde a década de setenta este tem sido um ato comum - e voluntário - dos dirigentes. Os protestos coincidem com o prazo para entrega do imposto de renda naquele país.
Um boneco, representando um frango disfarçado de Trump foi usado, sugerindo que o presidente tem medo de tornar público seu imposto.
Um boneco, representando um frango disfarçado de Trump foi usado, sugerindo que o presidente tem medo de tornar público seu imposto.
15 abril 2017
Reescrevendo a história
Em março de 2017, quando a divulgação do resultado da Petrobrás, publicamos uma observação sobre a tendência da empresa em reescrever a história:
Obviamente que a empresa atrai a atenção pelos problemas de corrupção dos últimos anos. É interessante que a área responsável pelas demonstrações contábeis usa o espaço para reescrever a história. Por seis vezes a palavra “vítima” aparece nas informações contábeis
Mais adiante afirmamos:
Há muitas controvérsias. É interessante notar que Graça Foster assumiu a empresa em fevereiro de 2012. Mas Nelson Cerveró permaneceu como diretor financeiro da BR até 2014. Precisa dizer mais alguma coisa?
Agora, com os depoimentos da Odebrecht, há uma acusação que o ex-presidente da Petrobras, Bendine, recebeu 3 milhões de reais enquanto presidente da Petrobras. Bem depois de 2012.
Obviamente que a empresa atrai a atenção pelos problemas de corrupção dos últimos anos. É interessante que a área responsável pelas demonstrações contábeis usa o espaço para reescrever a história. Por seis vezes a palavra “vítima” aparece nas informações contábeis
Mais adiante afirmamos:
Há muitas controvérsias. É interessante notar que Graça Foster assumiu a empresa em fevereiro de 2012. Mas Nelson Cerveró permaneceu como diretor financeiro da BR até 2014. Precisa dizer mais alguma coisa?
Agora, com os depoimentos da Odebrecht, há uma acusação que o ex-presidente da Petrobras, Bendine, recebeu 3 milhões de reais enquanto presidente da Petrobras. Bem depois de 2012.
Fato da Semana: Toshiba
Fato: Toshiba divulga demonstrações sem o parecer do auditor
Data: 11 abril de 2017
Contextualização - A empresa Toshiba foi acusada de divulgar resultados com lucros superestimados no passado recente. Isto provocou uma mudança na sua gestão. A empresa que já tinha postergado a data de divulgação, resolveu apresentar seus números sem o parecer do auditor. O grande problema está num investimento na Westinghouse, uma empresa dos EUA que atua no setor nuclear, que está com dificuldades financeiras.
A empresa de auditoria, por desconfiar dos números, resolveu não assinar o parecer. Os prejuízos acumulados levantam a possibilidade da centenária empresa japonesa não ter condições de continuidade. Aparentemente a melhor chance é a venda de uma unidade de chips, que possui diversos interessados, inclusive a Apple.
Relevância - A histórica empresa foi vítima das falhas nos controles internos e péssimas decisões dos gestores. No outro lado, a decisão da empresa de auditoria mostra que uma posição marcante, pode ter um grande peso.
A filial da Big Four decidiu não arriscar com um potencial problema jurídico.
Notícia boa para contabilidade? Sim. Assinar um balanço sem ter a certeza dos números é colocar em risco o nome da empresa de auditoria.
Desdobramentos - A Toshiba deve estar buscando apoio dos financiadores, ao mesmo tempo que tenta vender alguns ativos para melhorar sua posição. Mas o problema da Westinghouse parece ser de médio a longo prazo.
Mas a semana só teve isto? Dois outros fatos importantes aconteceram na semana: a revelações da Odebrecht e a notícia de que algumas pessoas da KPMG dos EUA tinham informações sobre a inspeção do PCAOB.
Data: 11 abril de 2017
Contextualização - A empresa Toshiba foi acusada de divulgar resultados com lucros superestimados no passado recente. Isto provocou uma mudança na sua gestão. A empresa que já tinha postergado a data de divulgação, resolveu apresentar seus números sem o parecer do auditor. O grande problema está num investimento na Westinghouse, uma empresa dos EUA que atua no setor nuclear, que está com dificuldades financeiras.
A empresa de auditoria, por desconfiar dos números, resolveu não assinar o parecer. Os prejuízos acumulados levantam a possibilidade da centenária empresa japonesa não ter condições de continuidade. Aparentemente a melhor chance é a venda de uma unidade de chips, que possui diversos interessados, inclusive a Apple.
Relevância - A histórica empresa foi vítima das falhas nos controles internos e péssimas decisões dos gestores. No outro lado, a decisão da empresa de auditoria mostra que uma posição marcante, pode ter um grande peso.
A filial da Big Four decidiu não arriscar com um potencial problema jurídico.
Notícia boa para contabilidade? Sim. Assinar um balanço sem ter a certeza dos números é colocar em risco o nome da empresa de auditoria.
Desdobramentos - A Toshiba deve estar buscando apoio dos financiadores, ao mesmo tempo que tenta vender alguns ativos para melhorar sua posição. Mas o problema da Westinghouse parece ser de médio a longo prazo.
Mas a semana só teve isto? Dois outros fatos importantes aconteceram na semana: a revelações da Odebrecht e a notícia de que algumas pessoas da KPMG dos EUA tinham informações sobre a inspeção do PCAOB.
14 abril 2017
Links
O fator de impacto na pesquisa contábil
NY Times faz um editorial sobre a PwC e sua reputação
... e um auditor da BDO fez espionagem para o FBI
E a KPMG está sendo investigada em Portugal por conta do BES Angola
... e a KPMG sabia das inspeções do PCAOB com antecedência?
Mas demitiu seis funcionários por esta razão (mais aqui)
Como hackers sequestraram um banco brasileiro
E a Toshiba pode vender sua unidade de chip
NY Times faz um editorial sobre a PwC e sua reputação
... e um auditor da BDO fez espionagem para o FBI
E a KPMG está sendo investigada em Portugal por conta do BES Angola
... e a KPMG sabia das inspeções do PCAOB com antecedência?
Mas demitiu seis funcionários por esta razão (mais aqui)
Como hackers sequestraram um banco brasileiro
E a Toshiba pode vender sua unidade de chip
Para todos o garotos que já amei
Por algum motivo eu geralmente fotografo o livro quando aparece um contador ou uma referência à contabilidade...
Este trecho é do livro "Para Todos os Garotos que já Amei" da Jenny Han:
Este trecho é do livro "Para Todos os Garotos que já Amei" da Jenny Han:
Alan Smith: Por que devemos amar as estatísticas
Você acha que é bom em adivinhar dados estatísticos? Mesmo nos considerando bons em matemática ou não, nossas habilidades de entender e trabalhar com os números são realmente limitadas, diz o especialista em visualização de dados, Alan Smith. Nesta agradável palestra, Smith explora a relação entre o que sabemos e o que achamos que sabemos.
13 abril 2017
Executivos são descalibrados nas suas previsões
Usando mais de dez mil previsões realizadas por executivos, três pesquisadores concluíram que estas pessoas são descalibradas nas suas estimativas. Segundo Ben-David, Graham e Harvey as pesquisas já tinham mostrado que as pessoas possuem excesso de confiança, superestimando a precisão das previsões e subestimando a variância. Gestores tomam decisões diariamente e a pesquisa procura determinar se as previsões são boas ou não.
Usando dados trimestrais por mais de dez anos sobre o comportamento do mercado acionário, os pesquisadores imaginaram que os gestores deveriam ter, pelo menos, um bom senso na estimativa do grau de risco, definindo intervalos de confiança razoáveis. Os pesquisadores pediram aos executivos uma estimativa dentro de um limite de confiança de 80%. A figura mostra o resultado:
A linha tracejada mostra o valor esperado ou 80% de acerto. A linha em vermelho o valor observado, cerca de 36%, bem abaixo da meta. As previsões estavam descalibradas. Mas a pesquisa trouxe um achado interessante: nos momentos de incerteza, quando geralmente o mercado é mais volátil, as respostas deveriam ter um intervalo de confiança maior, em razão da variância maior. Isto ocorreu durante a crise de 2008, quando o mercado apresentou uma elevada volatilidade. Mas nestes momentos parece que o nível de acerto piorou.
Outra conclusão interessante do estudo é que aparentemente os executivos com limites de confiança menor são de empresas com políticas mais agressivas. Isto pode indicar que a política da empresa contamina o executivo ou o contrário, o executivo contamina a empresa.
Usando dados trimestrais por mais de dez anos sobre o comportamento do mercado acionário, os pesquisadores imaginaram que os gestores deveriam ter, pelo menos, um bom senso na estimativa do grau de risco, definindo intervalos de confiança razoáveis. Os pesquisadores pediram aos executivos uma estimativa dentro de um limite de confiança de 80%. A figura mostra o resultado:
A linha tracejada mostra o valor esperado ou 80% de acerto. A linha em vermelho o valor observado, cerca de 36%, bem abaixo da meta. As previsões estavam descalibradas. Mas a pesquisa trouxe um achado interessante: nos momentos de incerteza, quando geralmente o mercado é mais volátil, as respostas deveriam ter um intervalo de confiança maior, em razão da variância maior. Isto ocorreu durante a crise de 2008, quando o mercado apresentou uma elevada volatilidade. Mas nestes momentos parece que o nível de acerto piorou.
Outra conclusão interessante do estudo é que aparentemente os executivos com limites de confiança menor são de empresas com políticas mais agressivas. Isto pode indicar que a política da empresa contamina o executivo ou o contrário, o executivo contamina a empresa.
Curso de Contabilidade Básica: Quando o PL fica negativo
A equação contábil básica, que descrevemos no capítulo 1 do volume 1 do Curso de Contabilidade Básica, mostra: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido. Em algumas situações, porém, o Patrimônio Líquido pode ter um sinal negativo. Isto significa dizer que o passivo é superior ao ativo da empresa. Estas situações surgem quando, no passado, a entidade teve prejuízos que se acumularam no PL até serem superiores ao capital e reservas. A situação onde o Patrimônio Líquido é negativo também recebe a denominação de Passivo a Descoberto. Qual a razão deste nome? Provavelmente é que nestas situações as obrigações com fornecedores, empregados, financiadores, governo e outros não possuem um ativo superior para “garantir” uma eventual descontinuidade. Assim, o passivo não tem a cobertura de ativos.
Em geral, a situação de uma entidade com passivo a descoberto é ruim. Os bancos, os fornecedores e outras pessoas que mantém relação comercial com a entidade passam a olhar com desconfiança. A pergunta natural para esta situação é: será que haverá a continuidade da entidade?
Vejamos o balanço do Santos Futebol Clube, uma das mais tradicionais agremiações esportivas do Brasil:
O ativo do Santos era de 178 milhões no final de 2016. Somente o parcelamento de tributos somava 139 milhões, que com a provisão para demandas judiciais (40 milhões), contas a pagar de longo prazo (68 milhões), somavam 247 milhões, um valor bem superior ao ativo. Na verdade, considerando todos os passivos, o ativo é 227 milhões menor que o passivo. Um grande diferença para este clube.
Observe agora como a informação foi apresentada. Logo após o passivo não circulante aparece o Patrimônio Líquido e, entre parênteses, o termo “Passivo a Descoberto”. Isto indica que o patrimônio líquido do clube era negativo no final de 2016.
Apresentamos a seguir a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido do clube:
Pela DMPL, podemos verificar que o Patrimônio Líquido é constituído apenas pelas contas: Patrimônio Social (equivalente ao Capital Social), Ajuste de Avaliação Patrimonial e Superávit (Déficit) do Exercício. Apesar do resultado positivo em 2016 – numa entidade sem fins lucrativos este resultado positivo é denominado de “superávit” - o Patrimônio continuava negativo. Melhorou em relação ao final de 2015, com a ajuda deste resultado de 54 milhões. Perceba que a empresa não possui Reservas de Lucros. Quando uma empresa apresenta sucessivos prejuízos, os saldos positivos das reservas irão compensar os negativos, até que as mesmas se anulem (tenham saldo zero). O próximo passo, havendo ainda prejuízo, é compensá-lo com a conta Capital Social. Perceba que é exatamente isso que está acontecendo na coluna de Patrimônio Social, que em 2014 apresentava um saldo negativo de 177 milhões, mas que com a incorporação do déficit, passou para -235 milhões, em 2015, e -313 milhões, em 2016.
Quer estudar mais sobre o assunto? Recomendamos ler sobre a DMPL, nos capítulo 1 e 2 do primeiro volume do Curso de Contabilidade Básica. E a leitura do capítulo 5 do segundo volume, onde tratamos do passivo a descoberto e das contas e mutações no Patrimônio Líquido (DMPL).
Em geral, a situação de uma entidade com passivo a descoberto é ruim. Os bancos, os fornecedores e outras pessoas que mantém relação comercial com a entidade passam a olhar com desconfiança. A pergunta natural para esta situação é: será que haverá a continuidade da entidade?
Vejamos o balanço do Santos Futebol Clube, uma das mais tradicionais agremiações esportivas do Brasil:
O ativo do Santos era de 178 milhões no final de 2016. Somente o parcelamento de tributos somava 139 milhões, que com a provisão para demandas judiciais (40 milhões), contas a pagar de longo prazo (68 milhões), somavam 247 milhões, um valor bem superior ao ativo. Na verdade, considerando todos os passivos, o ativo é 227 milhões menor que o passivo. Um grande diferença para este clube.
Observe agora como a informação foi apresentada. Logo após o passivo não circulante aparece o Patrimônio Líquido e, entre parênteses, o termo “Passivo a Descoberto”. Isto indica que o patrimônio líquido do clube era negativo no final de 2016.
Apresentamos a seguir a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido do clube:
Pela DMPL, podemos verificar que o Patrimônio Líquido é constituído apenas pelas contas: Patrimônio Social (equivalente ao Capital Social), Ajuste de Avaliação Patrimonial e Superávit (Déficit) do Exercício. Apesar do resultado positivo em 2016 – numa entidade sem fins lucrativos este resultado positivo é denominado de “superávit” - o Patrimônio continuava negativo. Melhorou em relação ao final de 2015, com a ajuda deste resultado de 54 milhões. Perceba que a empresa não possui Reservas de Lucros. Quando uma empresa apresenta sucessivos prejuízos, os saldos positivos das reservas irão compensar os negativos, até que as mesmas se anulem (tenham saldo zero). O próximo passo, havendo ainda prejuízo, é compensá-lo com a conta Capital Social. Perceba que é exatamente isso que está acontecendo na coluna de Patrimônio Social, que em 2014 apresentava um saldo negativo de 177 milhões, mas que com a incorporação do déficit, passou para -235 milhões, em 2015, e -313 milhões, em 2016.
Quer estudar mais sobre o assunto? Recomendamos ler sobre a DMPL, nos capítulo 1 e 2 do primeiro volume do Curso de Contabilidade Básica. E a leitura do capítulo 5 do segundo volume, onde tratamos do passivo a descoberto e das contas e mutações no Patrimônio Líquido (DMPL).
12 abril 2017
Parecer com ressalvas no Santos por conta da circularização
Na divulgação do balanço do Santos Futebol Clube o auditor deu um parecer com ressalva:
Apesar disto, o clube teve um superávit de 54 milhões (teve um déficit de 78 milhões em 2015), embora continue apresentando um passivo a descoberto.
Toshiba
Na terça a centenária empresa japonesa Toshiba divulgou os resultados do terceiro trimestre sem o relatório do auditor. Segundo os números divulgados, as perdas com o negócio nuclear da Westinghouse Electric provocaram não somente um prejuízo como também afetaram seriamente o capital próprio da empresa.
O principal ponto, no entanto, foi a recusa dos auditores com respeito à contabilidade da Westinghouse. Esta empresa, que atua nos Estados Unidos, está em processo de falência. Os auditores não concordaram com a análise da Toshiba sobre os riscos futuros da Westinghouse, segundo informou a Bloomberg.
Segundo a empresa japonesa: "A Toshiba fez tudo o que estava ao seu alcance para obter a compreensão dos auditores", disse o presidente-executivo Satoshi Tsunakawa durante uma entrevista com jornalistas em Tóquio. "Sem perspectivas claras para a aprovação do auditor, não poderíamos mais incomodar e preocupar nossos investidores e outras partes interessadas e decidimos sobre esta forma muito incomum de liberar resultados".
A Bolsa de Valores do Japão está avaliando a situação, já que o patrimônio líquido negativo pode ter implicações na permanência na bolsa. Um potencial rebaixamento pode implicar na fuga de investidores, em especial daqueles que atrelam suas aplicações aos índices da bolsa. Para tentar se manter, a empresa colocou a unidade de chips à venda. Segundo lembrou a Bloomberg:
É uma humilhação dramática para uma empresa que remonta a 1875. A Toshiba e suas filiais desempenharam um papel central no desenvolvimento da economia do Japão , fazendo seus primeiros tubos de raios-X, máquinas de lavar elétricas e aspiradores de pó.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a Toshiba se diversificou em eletrônica e computadores, crescendo para mais de 600 negócios.
O principal ponto, no entanto, foi a recusa dos auditores com respeito à contabilidade da Westinghouse. Esta empresa, que atua nos Estados Unidos, está em processo de falência. Os auditores não concordaram com a análise da Toshiba sobre os riscos futuros da Westinghouse, segundo informou a Bloomberg.
Segundo a empresa japonesa: "A Toshiba fez tudo o que estava ao seu alcance para obter a compreensão dos auditores", disse o presidente-executivo Satoshi Tsunakawa durante uma entrevista com jornalistas em Tóquio. "Sem perspectivas claras para a aprovação do auditor, não poderíamos mais incomodar e preocupar nossos investidores e outras partes interessadas e decidimos sobre esta forma muito incomum de liberar resultados".
A Bolsa de Valores do Japão está avaliando a situação, já que o patrimônio líquido negativo pode ter implicações na permanência na bolsa. Um potencial rebaixamento pode implicar na fuga de investidores, em especial daqueles que atrelam suas aplicações aos índices da bolsa. Para tentar se manter, a empresa colocou a unidade de chips à venda. Segundo lembrou a Bloomberg:
É uma humilhação dramática para uma empresa que remonta a 1875. A Toshiba e suas filiais desempenharam um papel central no desenvolvimento da economia do Japão , fazendo seus primeiros tubos de raios-X, máquinas de lavar elétricas e aspiradores de pó.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a Toshiba se diversificou em eletrônica e computadores, crescendo para mais de 600 negócios.
11 abril 2017
Links
Breaking Bad foi uma grande série desde o piloto: uma lição sobre roteiro (vídeo)
Custo das olimpíadas foi de 44 bilhões de reais, metade com dinheiro público
Negada indenização por fotografia publicada no jornal
Mais notícias sobre a Toshiba: aqui, aqui e aqui
Os melhores fabricantes de laptops
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Negada indenização por fotografia publicada no jornal
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Toshiba Apresenta Demonstrações sem Parecer
Em maio de 2015 a empresa Toshiba informou que estava investigando um escândalo contábil e que iria rever os lucros dos três anos anteriores. O CEO renunciou logo depois diante a notícia que o lucro tinha sido inflado em 1,2 bilhão de dólar nos últimos sete anos. O preço das ações caíram, reduzindo o valor da empresa em 8 bilhões.
Em fevereiro deste ano informações que a empresa teve perdas de 3,4 bilhões em razão, principalmente, da subsidiária Westinghouse na área nuclear. As demonstrações contábeis que deveriam ter sido anunciadas naquele mês sofreram atrasos e o Chairman, ex-chairman da Westinghouse, renunciou. Em março a subsidiária nuclear da Toshiba buscou proteção no famoso “chapter 11”.
Hoje a empresa apresentou seus resultados, sem o relatório do auditor. A PwC Aarat LLC afirmou que não pôde formar uma opinião sobre os números da empresa, segundo informou a agência Reuters. Isto é algo inédito para uma empresa japonesa. E coloca em cheque as autoridades reguladoras do país, que precisariam agir fortemente para manter a credibilidade. Isto pode incluir a exclusão da negociação dos títulos na Bolsa de Tóquio, o que por sua vez pode agravar a situação da empresa. Há fortes questionamentos sobre a contabilidade da Westinghouse, com estimativa de perdas de 9 bilhões de dólares. Há propostas de compra de unidades da empresa.
Em fevereiro deste ano informações que a empresa teve perdas de 3,4 bilhões em razão, principalmente, da subsidiária Westinghouse na área nuclear. As demonstrações contábeis que deveriam ter sido anunciadas naquele mês sofreram atrasos e o Chairman, ex-chairman da Westinghouse, renunciou. Em março a subsidiária nuclear da Toshiba buscou proteção no famoso “chapter 11”.
Hoje a empresa apresentou seus resultados, sem o relatório do auditor. A PwC Aarat LLC afirmou que não pôde formar uma opinião sobre os números da empresa, segundo informou a agência Reuters. Isto é algo inédito para uma empresa japonesa. E coloca em cheque as autoridades reguladoras do país, que precisariam agir fortemente para manter a credibilidade. Isto pode incluir a exclusão da negociação dos títulos na Bolsa de Tóquio, o que por sua vez pode agravar a situação da empresa. Há fortes questionamentos sobre a contabilidade da Westinghouse, com estimativa de perdas de 9 bilhões de dólares. Há propostas de compra de unidades da empresa.
10 abril 2017
Bankia
Em fevereiro fizemos uma postagem descrevendo o caso do Bankia, uma instituição financeira espanhola que virou símbolo de escândalo bancário. Agora o El Mundo informa que o presidente de uma associação de consumidores conseguiu arrancar 1 milhão de euros em troca de um apoio, que incluía a retirada de denúncias judiciais. O banco aceitou a proposta, segundo o jornal.
Austrália e IFRS
Após adotar as normas internacionais de contabilidade em 2005, a AASB fez uma pesquisa para verificar como foi o processo. As evidências colhidas são positivas, conforme o relatório. O processo mostrou-se suave e um dos benefícios é a possibilidade de harmonização entre setores e entre países. As entidades que operam em outros países tiveram redução de custos de preparação, mas as empresas de menor porte possuem preocupações com estes custos, em especial de divulgação. A pesquisa pode ser um interessante roteiro a ser aplicado em outros países, como o Brasil.
09 abril 2017
08 abril 2017
BDO recusa convite para trabalhar na recuperação da Oi
No fato da semana comentamos que a BDO foi convidada para substituir a PwC no processo de recuperação judicial da empresa Oi. Segundo a agência de notícias Reuters, a BDO recusou o convite neste sexta-feira. Anteriormente, o juiz do caso tinha afastado a PwC alegando erros grosseiros. E apontou a BDO para substituir a PwC. Alegando trabalhar na auditoria da Oi até 2019, a empresa BDO recusou o convite.
Fato da Semana: PwC sai da Recuperação Judicial da Oi
Fato: PwC e a Recuperação judicial da Oi
Data: 1 abril de 2017
Contextualização - A empresa Oi entrou com pedido de recuperação judicial. O juiz que está cuidando do caso contratou um escritório de advocacia e a PwC para ajudar no processo. Na sexta feira a agência de notícias Reuters informou que a PwC tinha sido afastada do caso. Na semana, surgiu a notícia que a Big Four foi substituída pela auditoria atual. O juiz alegou erros grosseiros no levantamento dos devedores da Oi, incluindo a presença de nomes em duplicidade.
Depois do erro do Oscar, do julgamento da MF Global, a PwC teve novamente uma notícia ruim.
Relevância - O processo de recuperação judicial da empresa Oi é bastante complexo e envolve cifras bilionárias. Talvez seja o maior processo da história empresarial brasileira. Apesar da elevada remuneração, acredito que a PwC sabia dos riscos.
Notícia boa para contabilidade? Não. Ficou a impressão que uma empresa de renome não consegue fazer um trabalho relativamente simples.
Desdobramentos - A chance de questionamento da empresa nomeada no lugar da PwC é grande, já que existem muitos interesses no processo.
Mas a semana só teve isto? Novos balanços e uma discussão sobre a automação na contabilidade completaram a semana.
07 abril 2017
Pemex censura os dados do contrato com a Odebrecht
A Odebrecht já informou que pagou subornos no México para pessoas da Pemex. Esta semana a empresa divulgou alguns dados:
Petróleos Mexicanos (Pemex) difundió este miércoles versiones públicas de cuatro contratos otorgados a la constructora brasileña Odebrecht, pero omitió al menos dos asignaciones directas y una ampliación de obras por más de 1,200 millones de dólares, además de censurar datos clave que permitirían seguir la ruta de la corrupción.
Pemex mantiene oculto el contrato de mayor monto otorgado a Odebrecht para la construcción de la segunda etapa norte del gasoducto Los Ramones, así como las asignaciones directas para desarrollar los estudios preliminares del gasoducto transfronterizo Quetzal, ambos otorgados a través de su filial TAG.
Además, omitió una ampliación del contrato por 359 millones de pesos para la modernización de la refinería de Tula.
Petróleos Mexicanos (Pemex) difundió este miércoles versiones públicas de cuatro contratos otorgados a la constructora brasileña Odebrecht, pero omitió al menos dos asignaciones directas y una ampliación de obras por más de 1,200 millones de dólares, además de censurar datos clave que permitirían seguir la ruta de la corrupción.
Pemex mantiene oculto el contrato de mayor monto otorgado a Odebrecht para la construcción de la segunda etapa norte del gasoducto Los Ramones, así como las asignaciones directas para desarrollar los estudios preliminares del gasoducto transfronterizo Quetzal, ambos otorgados a través de su filial TAG.
Además, omitió una ampliación del contrato por 359 millones de pesos para la modernización de la refinería de Tula.
Google Metrics
O Google Metrics é uma ferramenta de mensuração do fato de impacto de periódicos. Como o nome já informa, está vinculada a empresa Google, mas aparentemente é mais abrangente que outras mensurações de fator de impacto, como o JCR.
Na área de negócios, as publicações com maior fator de impacto são as seguintes, em ordem:
1. NBER Working Papers
2. The American Economic Review
3. Journal of Financial Economics
4. The Journal of Finance
5. Review of Financial Studies
6. The Quarterly Journal of Economics
7. Journal of Management
8. Tourism Management
9. Journal of Business Ethics
10. Management Science
Na área contábil a listagem é a seguinte:
1. The Accounting Review
2. Journal of Accounting and Economics
3. Contemporary Accounting Research
4. Journal of Accounting Research
5. Review of Accounting Studies
6. Accounting, Organizations and Society
7. AUDITING: A Journal of Practice & Theory
8. Management Accounting Research
9. Accounting Horizons
10. Accounting, Auditing & Accountability Journal
Os periódicos em língua portuguesa são os seguintes:
1. Ciência e Saúde Coletiva
2. Revista de Saúde Pública
3. Cadernos de Saúde Pública
4. Revista Latino-Americana de Enfermagem
5. Revista da Escola de Enfermagem da USP
6. Texto e Contexto-Enfermagem
7. Revista Brasileira de Enfermagem
8. Revista Gaúcha de Enfermagem
9. Saúde e Sociedade
10. Escola Anna Nery
É impressionante a presença de periódicos da área de saúde. A Revista de Administração de Empresas ocupa o 15o. lugar. A Revista de Administração do Mackenzie em 32o e a RAP em 37o. A Revista de Contabilidade e Finanças aparece em 70o. lugar.
Uma pesquisa com o termo "Contabilidade" mostra a seguinte relação:
1. Revista Contabilidade e Finanças
2. Revista de Contabilidade e Organizações
3. Revista Base (Administração e Contabilidade) da UNISINOS
4. Revista Contemporânea de Contabilidade
5. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC)
6. Contabilidade Vista e Revista
7. Contabilidade, Gestão e Governança
8. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ
9. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade
10. Revista Sociedade, Contabilidade e Gestão
Na área de negócios, as publicações com maior fator de impacto são as seguintes, em ordem:
1. NBER Working Papers
2. The American Economic Review
3. Journal of Financial Economics
4. The Journal of Finance
5. Review of Financial Studies
6. The Quarterly Journal of Economics
7. Journal of Management
8. Tourism Management
9. Journal of Business Ethics
10. Management Science
Na área contábil a listagem é a seguinte:
1. The Accounting Review
2. Journal of Accounting and Economics
3. Contemporary Accounting Research
4. Journal of Accounting Research
5. Review of Accounting Studies
6. Accounting, Organizations and Society
7. AUDITING: A Journal of Practice & Theory
8. Management Accounting Research
9. Accounting Horizons
10. Accounting, Auditing & Accountability Journal
Os periódicos em língua portuguesa são os seguintes:
1. Ciência e Saúde Coletiva
2. Revista de Saúde Pública
3. Cadernos de Saúde Pública
4. Revista Latino-Americana de Enfermagem
5. Revista da Escola de Enfermagem da USP
6. Texto e Contexto-Enfermagem
7. Revista Brasileira de Enfermagem
8. Revista Gaúcha de Enfermagem
9. Saúde e Sociedade
10. Escola Anna Nery
É impressionante a presença de periódicos da área de saúde. A Revista de Administração de Empresas ocupa o 15o. lugar. A Revista de Administração do Mackenzie em 32o e a RAP em 37o. A Revista de Contabilidade e Finanças aparece em 70o. lugar.
Uma pesquisa com o termo "Contabilidade" mostra a seguinte relação:
1. Revista Contabilidade e Finanças
2. Revista de Contabilidade e Organizações
3. Revista Base (Administração e Contabilidade) da UNISINOS
4. Revista Contemporânea de Contabilidade
5. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC)
6. Contabilidade Vista e Revista
7. Contabilidade, Gestão e Governança
8. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ
9. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade
10. Revista Sociedade, Contabilidade e Gestão
Por que não devo comparar o preço do ovo de páscoa com o chocolate?
Nesta época da páscoa é muito comum circular comparações grosseiras sobre o preço do ovo de páscoa. A principal comparação é verificar o preço da grama do ovo de páscoa com o do chocolate comum. Trata-se, como já disse, de uma comparação grosseira. E quem já estudou contabilidade de custo sabe disto.
Pelas características do produto, o ovo de páscoa tem que ter um preço maior que o do chocolate por três fortes razões. A primeira é que o processo de produção e venda é mais caro e envolve custos adicionais que não existem no chocolate comum. Observe a embalagem de um ovo de páscoa e perceba como é mais elaborada que um chocolate comum. Alguns ovos de páscoa trazem brindes que também possuem custo. E se alguém já passou num supermercado nesta época do ano sabe como a seção onde estão os ovos de páscoa são enfeitadas, muitas delas com funcionários das empresas para ajudar as vendas. Traduzindo: o custo é maior.
A segunda razão para não compararmos os dois produtos é seu formato, que desfavorece o produto de páscoa. E podemos citar dois pontos fortes para isto: o espaço ocupado pelo ovo de páscoa e sua perenidade. No supermercado, um ovo de páscoa ocupa um espaço nobre. E espaço é um item muito caro para um comércio. Mas não é somente isto: o maior espaço ocupado pelo ovo representa também maior custo de transporte por unidade, que também encarece o produto. A perenidade pode ser vista sob a ótica do produto de páscoa ter uma perda elevada no comércio – o índice de quebra do produto é muito superior a uma barra de chocolate. Mas também diz respeito ao fato de que um ovo de páscoa não desperta nenhum interesse do consumidor após a páscoa, mas uma barra de chocolate pode ser vendida o ano todo.
Este último aspecto está relacionado com a terceira razão para que o ovo de páscoa seja proporcionalmente mais caro que uma barra de chocolate comum: a sazonalidade e seus custos. As empresas que fabricam e que vendem este produto trabalham com elevada sazonalidade; isto implica em aumento no volume de estoques, pagamento de hora extra para os funcionários para atender os pedidos, necessidade de caixa para capital de giro, entre outros fatores. Tudo isto representa custos.
Assim, quando você recebe um áudio falando do absurdo do preço do ovo de páscoa ou ler sobre o assunto ou um amigo reclamar sobre este fato, lembre-se que a resposta é dada pela contabilidade de custos. E é muito óbvia para você não responder a uma comparação tão grosseira.
Pelas características do produto, o ovo de páscoa tem que ter um preço maior que o do chocolate por três fortes razões. A primeira é que o processo de produção e venda é mais caro e envolve custos adicionais que não existem no chocolate comum. Observe a embalagem de um ovo de páscoa e perceba como é mais elaborada que um chocolate comum. Alguns ovos de páscoa trazem brindes que também possuem custo. E se alguém já passou num supermercado nesta época do ano sabe como a seção onde estão os ovos de páscoa são enfeitadas, muitas delas com funcionários das empresas para ajudar as vendas. Traduzindo: o custo é maior.
A segunda razão para não compararmos os dois produtos é seu formato, que desfavorece o produto de páscoa. E podemos citar dois pontos fortes para isto: o espaço ocupado pelo ovo de páscoa e sua perenidade. No supermercado, um ovo de páscoa ocupa um espaço nobre. E espaço é um item muito caro para um comércio. Mas não é somente isto: o maior espaço ocupado pelo ovo representa também maior custo de transporte por unidade, que também encarece o produto. A perenidade pode ser vista sob a ótica do produto de páscoa ter uma perda elevada no comércio – o índice de quebra do produto é muito superior a uma barra de chocolate. Mas também diz respeito ao fato de que um ovo de páscoa não desperta nenhum interesse do consumidor após a páscoa, mas uma barra de chocolate pode ser vendida o ano todo.
Este último aspecto está relacionado com a terceira razão para que o ovo de páscoa seja proporcionalmente mais caro que uma barra de chocolate comum: a sazonalidade e seus custos. As empresas que fabricam e que vendem este produto trabalham com elevada sazonalidade; isto implica em aumento no volume de estoques, pagamento de hora extra para os funcionários para atender os pedidos, necessidade de caixa para capital de giro, entre outros fatores. Tudo isto representa custos.
Assim, quando você recebe um áudio falando do absurdo do preço do ovo de páscoa ou ler sobre o assunto ou um amigo reclamar sobre este fato, lembre-se que a resposta é dada pela contabilidade de custos. E é muito óbvia para você não responder a uma comparação tão grosseira.
06 abril 2017
Curso de Contabilidade Básica: Estrutura de Custos de uma Empresa
Não é muito usual uma empresa divulgar sua estrutura de custos. E existem duas boas razões para isto. A primeira é que muitas vezes a separação dos custos fixos e variáveis pode ser difícil na prática. A segunda razão ocorre em virtude de esta ser uma informação estratégica, que pode ser usada pelos concorrentes. Mas há exceções à regra geral de não divulgação.
No início de março, ao publicar suas demonstrações contábeis, a empresa Ativos S.A. divulgou o seguinte trecho extraído do Relatório da Administração:
Os custos da empresa foram da ordem de 74,4% sobre as receitas, compostos por 63,4% de custos variáveis e 11% de custos fixos. No encerramento do balanço, os custos variáveis foram da ordem de 85,2% dos custos totais.
Vamos inicialmente entender que empresa é esta. A Ativos S.A. é uma sociedade anônima criada em 2002 e controlada integralmente pelo Banco do Brasil. Sua finalidade é a aquisição de créditos oriundos de instituições financeiras. Logo, deve ser uma entidade com uma estrutura de custos enxuta. Em 2016 sua receita operacional líquida foi de 478 milhões de reais.
Com base nos conceitos de contabilidade gerencial desenvolvidos no capítulo 7 do primeiro volume do Curso de Contabilidade Básica, é possível determinar os valores dos custos fixos, variáveis, do ponto de equilíbrio e da alavancagem operacional.
Iniciando pelo valor dos custos. Como a empresa afirmou que os custos representam 74,4% das receitas, o valor será dado por:
Custos = 0,744 x 478 = 356 milhões
A empresa afirma também que os custos fixos correspondem a 11% da receita ou 11% x 478. Isto representa 52 milhões de reais. Como os custos totais é a soma dos fixos e variáveis, o valor dos custos variáveis é de 303 milhões. O ponto de equilíbrio pode ser obtido da seguinte forma:
Ponto de Equilíbrio = Lucro = 0
Lucro = Receita – Custos Variáveis – Custos Fixos
0 = Receita – 0,634 x Receita – 52 milhões
0,366 Receita = 52 milhões
Receita = 142 milhões
Já a alavancagem mede quanto irá variar o lucro em razão de um aumento na receita. Mede também a distância que a empresa está do ponto de equilíbrio. Uma das formas de cálculo da alavancagem é dividir a margem de contribuição pelo lucro. Sabemos que a margem de contribuição é apurada pela diferença entre a receita, que é de 478 milhões, e os custos variáveis, que totalizaram 303 milhões. Logo, a margem de contribuição total é de 175 milhões. Já o lucro é a diferença entre a margem de contribuição total e os custos fixos ou $175 milhões – 52 milhões = 123 milhões. Portanto, a alavancagem será de 1,423, ou seja, a cada 1% de aumento na receita, o lucro irá aumentar 1,42%.
Para entender melhor esses e outros conceitos aplicados à contabilidade gerencial, não deixe de ler esse capítulo e reforçar seu aprendizado com os vários exercícios propostos lá...
No início de março, ao publicar suas demonstrações contábeis, a empresa Ativos S.A. divulgou o seguinte trecho extraído do Relatório da Administração:
Os custos da empresa foram da ordem de 74,4% sobre as receitas, compostos por 63,4% de custos variáveis e 11% de custos fixos. No encerramento do balanço, os custos variáveis foram da ordem de 85,2% dos custos totais.
Vamos inicialmente entender que empresa é esta. A Ativos S.A. é uma sociedade anônima criada em 2002 e controlada integralmente pelo Banco do Brasil. Sua finalidade é a aquisição de créditos oriundos de instituições financeiras. Logo, deve ser uma entidade com uma estrutura de custos enxuta. Em 2016 sua receita operacional líquida foi de 478 milhões de reais.
Com base nos conceitos de contabilidade gerencial desenvolvidos no capítulo 7 do primeiro volume do Curso de Contabilidade Básica, é possível determinar os valores dos custos fixos, variáveis, do ponto de equilíbrio e da alavancagem operacional.
Iniciando pelo valor dos custos. Como a empresa afirmou que os custos representam 74,4% das receitas, o valor será dado por:
Custos = 0,744 x 478 = 356 milhões
A empresa afirma também que os custos fixos correspondem a 11% da receita ou 11% x 478. Isto representa 52 milhões de reais. Como os custos totais é a soma dos fixos e variáveis, o valor dos custos variáveis é de 303 milhões. O ponto de equilíbrio pode ser obtido da seguinte forma:
Ponto de Equilíbrio = Lucro = 0
Lucro = Receita – Custos Variáveis – Custos Fixos
0 = Receita – 0,634 x Receita – 52 milhões
0,366 Receita = 52 milhões
Receita = 142 milhões
Já a alavancagem mede quanto irá variar o lucro em razão de um aumento na receita. Mede também a distância que a empresa está do ponto de equilíbrio. Uma das formas de cálculo da alavancagem é dividir a margem de contribuição pelo lucro. Sabemos que a margem de contribuição é apurada pela diferença entre a receita, que é de 478 milhões, e os custos variáveis, que totalizaram 303 milhões. Logo, a margem de contribuição total é de 175 milhões. Já o lucro é a diferença entre a margem de contribuição total e os custos fixos ou $175 milhões – 52 milhões = 123 milhões. Portanto, a alavancagem será de 1,423, ou seja, a cada 1% de aumento na receita, o lucro irá aumentar 1,42%.
Para entender melhor esses e outros conceitos aplicados à contabilidade gerencial, não deixe de ler esse capítulo e reforçar seu aprendizado com os vários exercícios propostos lá...
05 abril 2017
Reforço de Capital de Giro
Nas demonstrações contábeis divulgadas pela CPFL encontra-se, no item 4 do Relatório da Administração, a destinação do lucro do exercício. Partindo do lucro líquido base para destinação (lucro líquido mais resultado abrangente realizado mais dividendos prescritos) tem-se um total de 930 milhões de reais para serem distribuídos. A empresa então destina parte para reserva legal, uma grande parcela para reserva estatutária e o dividendo adicional proposto. A tabela a seguir apresenta, de maneira um pouco diferente, as informações que constam das demonstrações da empresa:
O que chamou a atenção foi o reforço do capital de giro. Caso a empresa não tivesse separado 546 milhões de reais, este valor deveria ser distribuído aos acionistas. Isto em algum momento sairia do caixa da empresa. A empresa optou por não distribuir, deixando na reserva estatutária com esta denominação. No ano de 2015 a empresa tinha feito a mesma coisa: destinou parte do lucro para reforço do capital de giro (R$393 milhões) que posteriormente foram usados para aumento de capital, já em 2016. E no exercício anterior o mesmo ocorreu. Estas informações podem ser nitidamente percebidas na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido da empresa. Assim, na verdade, a reserva estatutária para reforço do capital de giro corresponde a uma transição para a conta Capital Social.
O que chamou a atenção foi o reforço do capital de giro. Caso a empresa não tivesse separado 546 milhões de reais, este valor deveria ser distribuído aos acionistas. Isto em algum momento sairia do caixa da empresa. A empresa optou por não distribuir, deixando na reserva estatutária com esta denominação. No ano de 2015 a empresa tinha feito a mesma coisa: destinou parte do lucro para reforço do capital de giro (R$393 milhões) que posteriormente foram usados para aumento de capital, já em 2016. E no exercício anterior o mesmo ocorreu. Estas informações podem ser nitidamente percebidas na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido da empresa. Assim, na verdade, a reserva estatutária para reforço do capital de giro corresponde a uma transição para a conta Capital Social.
Resultado dos Controladores versus dos não Controladores na Invepar
Nas demonstrações contábeis da Invepar divulgadas na sexta-feira da semana passada mostra que o resultado consolidado da empresa para 2016 foi de um prejuízo líquido de -223 milhões. O interessante é que os acionistas controladores tiveram um lucro líquido de 409 milhões, enquanto os não controladores um prejuízo líquido de 632 milhões. Uma diferença de 1,041 bilhão de reais.
A principal explicação para esta discrepância está no resultado financeiro. E a nota explicativa 18 esclarece isto: enquanto as despesas financeiras do consolidado chegaram a 2,597 bilhões, na controladora foi de 459 milhões. E dentre as despesas financeiras,a atualização da outorga do aeroporto de Guarulhos (vide aqui sobre o desempenho do aeroporto) corresponde a 1,025 bilhão.
Efeito Cascata - Outro aspecto importante das demonstrações contábeis da Invepar refere-se ao parecer com ressalva. A razão foram os investimentos na Concessionária Rota do Atlântico e Concessionária Bahia Norte. Como as auditorias nas empresas não tinham sido concluídas até a publicação das demonstrações da Invepar, a empresa de auditoria, a Grant Thornton, emitiu uma opinião com ressalvas. A razão é que estes investimentos possuem a grife Odebrecht, que está sob suspeita diante dos escândalos de corrupção.
A principal explicação para esta discrepância está no resultado financeiro. E a nota explicativa 18 esclarece isto: enquanto as despesas financeiras do consolidado chegaram a 2,597 bilhões, na controladora foi de 459 milhões. E dentre as despesas financeiras,a atualização da outorga do aeroporto de Guarulhos (vide aqui sobre o desempenho do aeroporto) corresponde a 1,025 bilhão.
Efeito Cascata - Outro aspecto importante das demonstrações contábeis da Invepar refere-se ao parecer com ressalva. A razão foram os investimentos na Concessionária Rota do Atlântico e Concessionária Bahia Norte. Como as auditorias nas empresas não tinham sido concluídas até a publicação das demonstrações da Invepar, a empresa de auditoria, a Grant Thornton, emitiu uma opinião com ressalvas. A razão é que estes investimentos possuem a grife Odebrecht, que está sob suspeita diante dos escândalos de corrupção.
04 abril 2017
Curso de Contabilidade Básica: Em Construção
No volume II do Curso de Contabilidade Básica tratamos sobre o imobilizado no capítulo 3. Diante das várias situações que podem ocorrer com os ativos fixos de uma entidade, tais como a aquisição, construção, perda ou“aposentadoria”, etc, este texto irá comentar a situação de uma empresa que incorpora um imobilizado ao longo de um grande período de tempo. Isso ocorre quando uma empresa constrói um prédio ou fabrica um navio ou uma obra que leva muito tempo para ficar pronta. Como a contabilidade faz o registro nestes casos? Não é muito complicado entender, a partir do conteúdo apresentado no livro. Na medida em que a empresa vai fazendo a construção de um prédio, os valores são incorporados ao ativo imobilizado em andamento. Assim, os desembolsos com material de construção ou salários dos empregados são considerados dentro deste grupo. Ao final da obra, a contabilidade sabe quanto foi o seu custo, que está no imobilizado.
Vejamos um exemplo prático disto. A empresa Norte Energia foi criada para construir a usina hidrelétrica de Belo Monte. Quando ficar pronta, esta usina irá gerar uma grande quantidade de energia para o País. O balanço patrimonial da empresa para 31 de dezembro de 2016 encontra-se a seguir:
É fácil perceber que o principal ativo da empresa é o imobilizado. Mas o balanço não ajuda a explicar o que ocorre com a empresa ao longo da construção da usina. Felizmente a empresa divulgou, em notas explicativas, um detalhamento deste imobilizado, que facilita a compreensão.
Observe que o total da tabela apresenta o mesmo valor do imobilizado do balanço patrimonial: 36 bilhões de reais (marcado na figura com uma seta). Na primeira coluna temos o saldo em 31 de dezembro de 2015. Na última, um ano depois. Assim, o imobilizado da empresa cresceu no período, de 30,2 bilhões para 36 bilhões ou 5,8 bilhões a mais. Nas linhas temos o detalhamento das mudanças nos valores.
Na segunda coluna são mostradas as adições do período. A seguir, na terceira, a “baixa”, ou seja, a redução de valor por alguma razão. Na quarta coluna, as transferências. Estas transferências ocorreram internamente entre os grupos do imobilizado. Nós destacamos na figura o valor de 13bilhões, com uma estrela e um círculo. Veja o que ocorreu: uma grande parte dos “reservatórios, barragens e adutoras”, que estava em construção, terminou durante o ano de 2016. Agora estes valores estão “em serviço”.
A transferência é feita através do seguinte lançamento:
Débito Reservatórios, barragens e adutoras (geração em serviço) – Imobilizado
Crédito Reservatórios, barragens e adutoras (geração em curso) – Imobilizado em Andamento
Para compreender essas outras situações que ocorrem com o Imobilizado aqui citamos, não deixe de estudar o capítulo 3 de nosso livro... :)
Vejamos um exemplo prático disto. A empresa Norte Energia foi criada para construir a usina hidrelétrica de Belo Monte. Quando ficar pronta, esta usina irá gerar uma grande quantidade de energia para o País. O balanço patrimonial da empresa para 31 de dezembro de 2016 encontra-se a seguir:
É fácil perceber que o principal ativo da empresa é o imobilizado. Mas o balanço não ajuda a explicar o que ocorre com a empresa ao longo da construção da usina. Felizmente a empresa divulgou, em notas explicativas, um detalhamento deste imobilizado, que facilita a compreensão.
Observe que o total da tabela apresenta o mesmo valor do imobilizado do balanço patrimonial: 36 bilhões de reais (marcado na figura com uma seta). Na primeira coluna temos o saldo em 31 de dezembro de 2015. Na última, um ano depois. Assim, o imobilizado da empresa cresceu no período, de 30,2 bilhões para 36 bilhões ou 5,8 bilhões a mais. Nas linhas temos o detalhamento das mudanças nos valores.
Na segunda coluna são mostradas as adições do período. A seguir, na terceira, a “baixa”, ou seja, a redução de valor por alguma razão. Na quarta coluna, as transferências. Estas transferências ocorreram internamente entre os grupos do imobilizado. Nós destacamos na figura o valor de 13bilhões, com uma estrela e um círculo. Veja o que ocorreu: uma grande parte dos “reservatórios, barragens e adutoras”, que estava em construção, terminou durante o ano de 2016. Agora estes valores estão “em serviço”.
A transferência é feita através do seguinte lançamento:
Débito Reservatórios, barragens e adutoras (geração em serviço) – Imobilizado
Crédito Reservatórios, barragens e adutoras (geração em curso) – Imobilizado em Andamento
Para compreender essas outras situações que ocorrem com o Imobilizado aqui citamos, não deixe de estudar o capítulo 3 de nosso livro... :)
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Submetidos à “dieta Maduro”, quase 75% dos venezuelanos emagreceram 8,7 quilos, em média, no ano passado.
A Academia irá continuar trabalhando com a PwC (enfim uma boa notícia para a PwC)
Como um dicionário é feito
Quando a sustentabilidade é um fator na avaliação de empresas
Homens sentem mais a pressão que as mulheres (pelo menos no tênis)
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Robôs e Contabilidade
Recentemente houve muita especulação que a crescente sofisticação e penetração da inteligência artificial irá dizimar fileiras [de profissionais] da indústria de serviços profissionais, particularmente com contabilidade em perigo.
De fato, um estudo de 2013 da Universidade de Oxford listou contadores e auditores como dos mais ameaçados pelos computadores, e um relatório da McKinsey de 2016 previa que 86% do trabalho feito pelos auditores e contadores, tinha potencial técnico para ser automatizado.
Computadores e software têm evoluído para um ponto onde eles podem preencher planilhas, números e gerar demonstrações financeiras e relatórios de desempenho mais rapidamente e com mais precisão do que qualquer contador humano. De fato, as máquinas já estão assumindo muitas das antigas, rotineiras e administrativas tarefas da contabilidade e os softwares de contabilidade são grandes exemplos de trabalho de rotina que os contabilistas não precisam mais fazer.
Isto é uma coisa boa. Já está permitindo que os contadores humanos sejam consultores e planejadores mais sofisticados. Desta forma, a tecnologia pode ser melhor utilizada como uma ferramenta que dá aos seres humanos mais espaço para se concentrar em análise, interpretação e estratégia. Em outras palavras, os computadores têm enorme potencial para capacitar.
Vimos essa evolução em muitas outras indústrias. Recentemente, tive a oportunidade de visitar o escritório da IBM em Nova York, onde testemunhei o poder da Inteligência Artificial na indústria médica. (...) o que eu vi na IBM tem um potencial incrível. Watson - o supercomputador da IBM - tem sido capaz de ler e reter milhões de páginas de revistas médicas e pesquisas de uma forma que um médico humano não pode. Isso permitiu que a máquina cuspisse diagnósticos potenciais - mesmo os raros que não poderiam vir à mente imediatamente - em tempo recorde (...)
Com esta informação, o médico pode começar a trabalhar tratando o paciente mais rápido, e o tempo economizado pode ser a diferença entre a vida e a morte. Ainda assim, no final, um médico humano é necessário para fazer as perguntas pertinentes e adicionar o julgamento que uma máquina não pode oferecer. (...) com a ajuda de AI, ele ou ela [o médico) pode fazê-lo melhor.
No futuro da contabilidade, os seres humanos serão os usuários finais da informação gerada pela IA da mesma forma que os médicos são. Contadores oferecerão o julgamento humano que não pode ser automatizado (...)
Rachel Grimes (foto), presidente do IFAC. Continue lendo aqui. (Este texto foi traduzido com o apoio do computador.)
De fato, um estudo de 2013 da Universidade de Oxford listou contadores e auditores como dos mais ameaçados pelos computadores, e um relatório da McKinsey de 2016 previa que 86% do trabalho feito pelos auditores e contadores, tinha potencial técnico para ser automatizado.
Computadores e software têm evoluído para um ponto onde eles podem preencher planilhas, números e gerar demonstrações financeiras e relatórios de desempenho mais rapidamente e com mais precisão do que qualquer contador humano. De fato, as máquinas já estão assumindo muitas das antigas, rotineiras e administrativas tarefas da contabilidade e os softwares de contabilidade são grandes exemplos de trabalho de rotina que os contabilistas não precisam mais fazer.
Isto é uma coisa boa. Já está permitindo que os contadores humanos sejam consultores e planejadores mais sofisticados. Desta forma, a tecnologia pode ser melhor utilizada como uma ferramenta que dá aos seres humanos mais espaço para se concentrar em análise, interpretação e estratégia. Em outras palavras, os computadores têm enorme potencial para capacitar.
Vimos essa evolução em muitas outras indústrias. Recentemente, tive a oportunidade de visitar o escritório da IBM em Nova York, onde testemunhei o poder da Inteligência Artificial na indústria médica. (...) o que eu vi na IBM tem um potencial incrível. Watson - o supercomputador da IBM - tem sido capaz de ler e reter milhões de páginas de revistas médicas e pesquisas de uma forma que um médico humano não pode. Isso permitiu que a máquina cuspisse diagnósticos potenciais - mesmo os raros que não poderiam vir à mente imediatamente - em tempo recorde (...)
Com esta informação, o médico pode começar a trabalhar tratando o paciente mais rápido, e o tempo economizado pode ser a diferença entre a vida e a morte. Ainda assim, no final, um médico humano é necessário para fazer as perguntas pertinentes e adicionar o julgamento que uma máquina não pode oferecer. (...) com a ajuda de AI, ele ou ela [o médico) pode fazê-lo melhor.
No futuro da contabilidade, os seres humanos serão os usuários finais da informação gerada pela IA da mesma forma que os médicos são. Contadores oferecerão o julgamento humano que não pode ser automatizado (...)
Rachel Grimes (foto), presidente do IFAC. Continue lendo aqui. (Este texto foi traduzido com o apoio do computador.)
03 abril 2017
Desempenho das empresas brasileiras piorou em 2016
Analisando o comportamento de 340 empresas no ano de 2016, em comparação com os três exercícios sociais anteriores, é possível perceber que o desempenho piorou. Usando quatro medidas contábeis de desempenho, que são tradicionalmente inquestionáveis, é possível verificar que somente em 52,35% dos casos os valores aumentaram em relação ao período anterior. Este percentual foi de quase 65% no exercício de 2013, tendo caído para 62% em 2014 e 55% em 2015.
Usando os valores de ativo, patrimônio líquido, receita e lucro líquido, a medida compara o valor do ano com o período anterior. Espera-se que as quatro medidas tenham aumentado para um desempenho razoável. Entretanto, isto só ocorreu em 63 das 340 empresas da amostra. Já em 50 casos ocorreu uma redução das quatro medidas. Em 2015 105 empresas aumentaram as quatro medidas e 23 tiveram redução.
Eis os campeões de desempenho ruim:
Maior redução de ativo = Petrobras
Maior redução do PL = Gerdau
Maior redução da Receita = Petrobras
Maior redução do lucro = JBS
Usando os valores de ativo, patrimônio líquido, receita e lucro líquido, a medida compara o valor do ano com o período anterior. Espera-se que as quatro medidas tenham aumentado para um desempenho razoável. Entretanto, isto só ocorreu em 63 das 340 empresas da amostra. Já em 50 casos ocorreu uma redução das quatro medidas. Em 2015 105 empresas aumentaram as quatro medidas e 23 tiveram redução.
Eis os campeões de desempenho ruim:
Maior redução de ativo = Petrobras
Maior redução do PL = Gerdau
Maior redução da Receita = Petrobras
Maior redução do lucro = JBS
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