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29 maio 2008

Fotografias e Esportes


Fonte: Aqui (com outras fotos interessantes)

As empresas de auditoria e a IFRS

Em Big Four Make Big Plans for IFRS, Roy Harris, da CFO (22/5/2008), mostra as grandes empresas de auditoria competindo pelo mercado da IFRS (existe alguma dúvida que elas serão beneficiárias da convergência?). Uma das armas é uma associação com a academia.

Cisco, Censura e Oportunidades

A empresa Cisco considerou, num documento interno, que o sistema de censura chinês para internet era uma oportunidade de negócios. Esse sistema tem gerado críticas para empresas como a Yahoo, Microsoft e Google, que ajudam o governo chinês a impedir o livre acesso a informação. Entretanto, é a primeira vez que um documento interno de uma empresa afirma esse apoio. Fonte: Boing Boing, Cisco internal memo: Chinese censorship and surveillance are "opportunities", Cory Doctorow, 22/5/2008)

General Motors e efeitos da greve


A General Motors evidenciou os efeitos de uma greve na empresa American Axle: perdas de 1,8 bilhão de dólares, conforme notícia do Blogging Stocks (General Motors (GM) discloses implications of AXL strike, Brent Archer) O gráfico, com a cotação da empresa até o dia 28 de maio, mostra a reação do mercado

28 maio 2008

Arte e valor


Esse quadro, Benefits Supervisor Sleeping, de Lucien Freud, foi vendido por 33,6 milhões de dólares para um milionário russo. Uma entrevista (What Does $33.6 Million Mean in the Art World?, By Annika Mengisen, New York Times, 23/5/2008) com dois especialistas em economia da arte tenta verificar se o preço pago é algo que expressa seu valor ou não. Além disso, é discutido quais as variáveis que influenciam no preço de uma obra de arte (o artista morto - não, a nudez - não, a inovação da obra - sim, o tamanho da tela - sim, o prestígio que confere a compra -sim).

Os entrevistados lembram que o valor da tela representa 0,1% da riqueza de Abramovich (comprador, dono do clube Chelsea). Ou seja, é muito pouco para ele.

Pirataria


Recentemente postei um link para um museu de pirataria na Itália (aqui). A figura, da The Economist, mostra o crescimento da pirataria na Europa.

Inflação

A revista The Economist faz um levantamento sobre a volta da inflação em An old enemy rears its head. O gráfico abaixo mostra como a inflação cresceu em alguns países selecionados. O Brasil inclusive.



A segunda figura é a participação de alimentos nos índices de preços. A posição do Brasil é razoavelmente confortável.



No entanto, o texto destaca que o Brasil é um dos países com risco de aumento na taxa de inflação.

Bancos e balanços


A figura mostra os melhores bancos, segundo o critério contábil. Mas o Deutsche Bank argumenta que seu resultado foi influenciado pela adoção, em 2007, das normas internacionais de contabilidade. Outra crítica é que a medida enfatiza a quantidade e não a qualidade.

Links

1. Momentos da história com Lego

2. Meu primeiro milhão

3. 40,51% do rendimento bruto do brasileiro se destina ao pagamento de tributos

Comentários e Blogs

Um comentário sobre a postagem da Isabella

Além de toda manipulação midiática dos veículos de comunicação, o caso Isabella pode apoiar-se em duas distinções: "vidas identificadas" e "vidas estatísticas". Robert Frank afirma que por alguma razão, supõe-se que nos importemos mais com vidas identificadas do que com vidas estatísticas e, dealguma manira, supõe-se que tudo isso seja uma justificativa para dar aparelhos de respiração artificial às pessoas quando elas preferem leite.

Agora, a distinção entre uma vida estatística e uma identificada é incoerente. Acabei de ouvir no noticiário que uma menina acaba de ser jogada do 6 andar. No momento, não sei nada sobre essa menina, portanto, suponho que ela represente uma vida estatística. Quando essa vida se torna identificada?

Muitas questões envolvidas, mas uma coisa é certa: um espetáculo midiático para direcionar manada.


O mesmo Guilherme fez um comentário sobre Saliência:

Interessante!.. Só para complementar, se assim permitir. Malcolm Gladwell trata desse "assunto" no livro 'ponto de desequilíbrio' onde estuda os casos de suicídio, tabagismo entre os aolescentes. Ele trata como "permissão", ou seja, quando houve o primeiro suicídio esse deu permissão a outros e, assim por diante. Agora é minha questão... hahaha

Será que as pessoas entram numa frquência psíquica e influenciam o nosso ambiente externo (realidade)? Podemos falar em incosciente coletivo!

Um abraço! César.


Esse comentário levou-me a descobrir dois blogs interessantes (em língua portuguesa): aqui e aqui

Aproveitando um comentário de um leitor (André Machado) conheci o seu blog e recomendo

Por que temos tão poucos blogs no Brasil?

Como o sentimento influencia nos negócios

A reportagem a seguir é uma prova de como o lado pessoal influencia nos negócios. Destaquei, em negrito, alguns pontos:

Possível oferta da InBev intensifica drama familiar na Anheuser-Busch
David Kesmodel, The Wall Street Journal, de St. Louis, EUA
27/5/2008 - The Wall Street Journal Americas

Durante anos, August A. Busch IV cobiçou a chefia da Anheuser-Busch Cos. e a chance de finalmente provar-se a seu pai implacável.

Agora, apenas 18 meses depois de ele assumir a presidência executiva, uma possível aquisição está complicando seus planos.

A gigante belga InBev NV, dona da AmBev, planeja fazer uma oferta não negociada pela Anheuser, segundo pessoas a par da questão. Analistas do setor dizem que uma oferta provavelmente superaria os US$ 45 bilhões, o que a tornaria a maior aquisição da história das cervejarias. Mas a oferta ainda não é certa. Tanto Busch IV quanto seu pai se opõem a uma aquisição, dizem pessoas familiarizadas com a empresa. A Anheuser pode tentar evitar a aquisição comprando a metade da mexicana Grupo Modelo que ainda não tem. A InBev, a Anheuser e a Grupo Modelo não comentaram o assunto.

Um integrante da família, Adolphus Busch IV, disse ontem que ele e outros familiares estão abertos à idéia de a Anheuser e a InBev discutirem um possível acordo. Busch, de 54 anos, é meio-irmão de August A. Busch III, pai do atual diretor- presidente. Adolphus Busch diz que tem um bloco “substancial” de ações, que no entanto é menor que 1%. No total, a família Busch tem menos de 4% do capital social, de modo que não pode bloquear um negócio.

“Há membros (da família) que absolutamente querem preservar o status quo”, disse ele ao Wall Street Journal. “Mas há outros que dizem que querem algum tipo de mudança para melhorar o retorno dos acionistas.”

Uma oferta da InBev pode deixar Busch, de 43 anos, numa posição difícil. Se a Anheuser for vendida à InBev, ele pode vir a ser lembrado como o integrante da família fundadora que deixou um ícone americano passar para mãos estrangeiras.

Mas os rumores de aquisição têm outro viés ainda mais pessoal para Busch: o tênue relacionamento com seu pai, August A. Busch III, de 70 anos, atualmente membro do conselho da Anheuser e lendário ex-diretor-presidente da empresa.

Busch IV gostaria de ter mais tempo para provar que pode ressuscitar a estagnada cervejaria. Apesar de a Anheuser ser a maior cervejaria dos Estados Unidos, Busch III ignorou vários possíveis acordos internacionais, permitindo que a InBev a ultrapassasse em nível mundial.

Numa entrevista ao Wall Street Journal no início do mês, August Busch IV disse que ainda busca a aprovação do pai. “Quando eu for finalmente bem-sucedido, terei o seu amor e admiração”, diz ele.

Até agora, os dois são totalmente contra a venda da cervejaria de 150 anos e querem que a Anheuser controle o próprio destino nesse setor, de rápida consolidação. A cervejaria não será vendida “enquanto eu estiver aqui”, disse o diretor-presidente a distribuidores no mês passado.

Mas não está claro como as posições podem mudar no desenrolar da saga. E, apesar de pai e filho estarem de acordo em relação à InBev, eles discordam em outras questões como, por exemplo, como criar uma estratégia de sucesso em meio às fracas vendas de marcas importantes como Budweiser e Michelob, dizem pessoas ligadas à Anheuser.

Busch IV reconhece a existência de conflitos. Sua transição para diretor- presidente, diz, foi uma “situação conturbada, muito difícil”. Seu pai, Busch III, não quis dar entrevista.

Nascido em 1964, Busch IV é o quinto integrante da dinastia a chefiar a Anheuser. A empresa é a terceira maior cervejaria do mundo em volume, depois da britânica SABMiller PLC e da InBev. Ela tem vendas anuais de US$ 17 bilhões e valor de mercado de US$ 40,4 bilhões.

A união entre os clãs Anheuser e Busch data de 1861, quando o imigrante alemão Adolphus Busch, tataravô do atual diretor-presidente, casou-se com a filha do cervejeiro Eberhard Anheuser, de St. Louis. Adolphus traçou então uma estratégia para transformar o que era uma cervejaria regional num gigante nacional. Em 1957, a Anheuser se tornou a líder inconteste do ramo nos EUA, posição que mantém até hoje.

Busch IV teve uma trajetória um tanto conturbada até chegar à liderança da empresa. Seus pais se divorciaram quando ele tinha 5 anos, e ele foi morar com a mãe. Continuou a ver o pai freqüentemente, mas na maioria das vezes na cervejaria. Ele é o filho mais velho. Seu pai depois se casou de novo e teve mais dois filhos.

Eu nunca, nunca mesmo tive um relacionamento normal com o meu pai”, conta Steven. É “puramente negócios”.

O relacionamento de Busch III com seu próprio pai também foi complicado. Em 1975, Busch III abordou os conselheiros e os persuadiu a indicá-lo para a presidência executiva e demitir o pai, August A. “Gussie” Busch Jr., na época com 76 anos e avesso a assumir riscos. Busch IV diz que os dois não se falaram durante praticamente uma década.

Quando estava na Universidade do Arizona, nos anos 80, Busch IV também colocou à prova o relacionamento com seu pai. Um estudante festeiro, ele destruiu seu carro esportivo num acidente noturno em que sua passageira morreu. Ele fugiu do local. A polícia acabou decidindo não indiciá-lo, mas o incidente rendeu várias manchetes e prejudicou a imagem da família. Busch IV negou-se a comentar o incidente.

Em 1985, ele foi a julgamento depois de fugir da polícia em seu Mercedes e ser acusado de tentar atropelar dois policiais. Um júri de St. Louis acabou inocentando-o da acusação. Ele também preferiu não comentar sobre isso.

Lidar com esses incidentes o tornou “uma pessoa mais forte”, diz sua irmã, Susie Busch-Transou, sócia de uma distribuidora da Anheuser-Busch na Flórida.

Mas a reputação de Busch como playboy motivou questionamentos sobre se ele é a pessoa mais indicada para a presidência executiva. Ele começou de baixo, trabalhando como aprendiz de cervejeiro. Casou-se em 2006 e passou a maior parte da carreira em marketing. Esteve envolvido em alguns fracassos, como a Bud Dry, mas ficou conhecido também como um marqueteiro sagaz, ao defender campanhas publicitárias humorísticas.

Mas até mesmo enquanto amadurecia e era promovido na empresa ele tinha dificuldade de impressionar o pai. Quando Busch III mandava bilhetes com elogios, ele os guardava na pasta. “Há muito poucos desses”, diz.

Busch IV se tornou diretor-presidente em 2006, substituindo Patrick T. Stokes, a primeira pessoa de fora da família a chefiar a cervejaria. Stokes então se tornou presidente do conselho, substituindo Busch III.

Busch IV assumiu o comando durante a que talvez tenha sido a fase mais difícil da empresa desde os anos 70, quando seu pai enfrentou forte concorrência da Miller Brewing.

A participação da Anheuser no mercado americano subiu de 38% para 52% nos quase 30 anos de Busch III como diretor-presidente, segundo a firma de pesquisa de mercado Impact Databank. Busch III deixou o cargo em 2002 e, com Stokes em seu lugar e o filho a comandar as operações americanas, as vendas começaram a estagnar e a participação de mercado caiu para cerca de 50%.

Um motivo pelo qual o trabalho de Busch IV ficou mais difícil é que seu pai deixou passar várias oportunidades de aquisição no exterior, dizem investidores e analistas. Além do México e da China, a Anheuser praticamente não tem presença nos mercados de cerveja com crescimento mais rápido, como Leste Europeu, África e América Latina.

Enquanto a Anheuser hesitava em sua expansão mundial, a InBev e a SABMiller partiram para o ataque com várias aquisições e a ultrapassaram em tamanho.

(Colaboraram Matthew Karnitschnig e Betsy McKay)

Salários em atraso

Futebol: Liga - Salários em atraso passam a impedir participação nos campeonatos
Agência Lusa - Serviço Desporto - 27/5/2008

Lisboa, 27 Mai (Lusa) - A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) passa a exigir a inexistência de dívidas salariais a jogadores e treinadores relativas à época passada nos pressupostos financeiros para a inscrição na temporada de 2008/2009.

Esta exigência foi aprovada na reunião da Comissão Executiva da Liga realizada segunda-feira, depois de parecer prévio favorável da Comissão Técnica de Estudos e Auditoria, e consta no comunicado oficial 216/07-08, hoje enviado aos clubes, ao qual a Agência Lusa teve acesso.

O incumprimento dos pressupostos financeiros é "fundamento para o impedimento de participação, desclassificação para a divisão inferior, perda do direito de promoção ou da exclusão das competições profissionais".

O novo requisito consiste numa "declaração emitida pelo clube [ou SAD], subscrita pelos seus legais representantes, e certificada por Revisor Oficial de Contas ou Sociedade Revisora de Contas, da inexistência da situação de dívidas salariais a jogadores e treinadores com referência à época de 2007/2008".

A Direcção da Liga aprovou este novo pressuposto depois de vários clubes terem considerado, publicamente, que a existência de salários em atraso era uma forma de concorrência desleal.

Além de pretender prevenir a concorrência desleal nas competições profissionais, a Liga tem como objectivo assegurar que os clubes participem nos campeonatos em igualdade de circunstâncias.


Este pressuposto, um mecanismo que é utilizado pela maioria das Ligas europeias, procura ainda ser uma forma de encorajar os clubes a adoptarem uma gestão mais rigorosa e equilibrada na relação entre os objectivos desportivos e financeiros.


Aqui, mostrando que o atraso de salários não é privilégio do Brasil.

Estratégia inteligente


Southwest dribla alta do petróleo com hedge
Valor Econômico - 28/5/2008

As empresas aéreas estão se debatendo com o petróleo a US$ 130 o barril. Os altos custos dos combustíveis têm levado muitas delas a aumentar o preço das passagens e impor aos passageiros tarifas extras para despachar bagagem. Mesmo assim, elas não conseguem evitar perdas angustiantes.

Mas a americana Southwest Airlines ainda vive dias felizes. Muitos meses atrás, por meio de operações de hedge, ou cobertura no mercado futuro, a empresa garantiu 70% de sua necessidade de combustível para este ano com o preço do petróleo equivalente a modestos US$ 51 o barril.

Não foi um golpe de sorte isolado. Na maior parte dos últimos dez anos, o tesoureiro da Southwest, Scott Topping, foi vigoroso em adotar estratégias de hedge de combustível. O diretor-presidente da empresa, Gary Kelly, que foi diretor financeiro e entende bastante de hedge, deu força ao empenho de Topping.Por isso, desde 2004, essas operações pouparam em média quase US$ 700 milhões por ano em custos de combustível à Southwest.

Esses ganhos ajudaram a manter a empresa rentável apesar de seu negócio principal, o transporte aéreo, ter operado no vermelho em alguns dos últimos trimestres. Atualmente, os hedges da empresa vão até 2012, para quando ela tem mais de 15% de sua necessidade de combustível contratada por cerca de US$ 63 o barril.


(...) Quando se pergunta às grandes empresas aéreas por que o hedge delas tem sido tão limitado, algumas argumentam ter ficado de mãos atadas quando pediram concordata depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. O dinheiro era escasso. Os credores ficavam nervosos com os comprometimentos financeiros envolvidos nas operações de hedge. Outros tinham compromissos bancários que podem ter limitado sua capacidade de hedge.

Mas David Carter, professor de finanças da Universidade Estadual de Oklahoma que ajudou a escrever o estudo de caso da Southwest, suspeita que restrições dos processos de reestruturação judicial não explicam tudo.Psicologicamente é difícil mudar de estratégia quando os preços estão contra você, diz Carter. Empresas aéreas que não fizeram muito hedge quando o petróleo estava a US$ 25 ou US$ 40 o barril podem ter se sentido desconfortáveis para lançar um grande programa de hedge quando o preço passou dos US$ 60.

Mudanças constantes de administração em muitas dessas companhias podem ter dificultado ainda mais um grande mergulho no mundo do hedge como fez a Southwest, acrescenta Carter. Uma falha nessa área cometida no começo da gestão do presidente de uma empresa poderia ofuscar qualquer outra conquista que ele conseguisse.

Topping tem mais uma explicação para sua empresa permanecer à frente das outras por tanto tempo: desde fins da década de 90, a estratégia de hedge dela tem sido definida por duas ou três pessoas em vez de por um comitê, o que facilita agir decisivamente.

Algumas pessoas temem que qualquer companhia que participe ativamente na negociação de contratos futuros e opções esteja se envolvendo em especulação arriscada. Mas Topping argumenta que, para as empresas aéreas, o risco real está em não fazer hedge de suas compras de combustível. Essas empresas precisam de combustível constantemente, explica ele. Com a volatilidade atual do mercado de petróleo, elas não podem planejar custos com alguma confiança se estão sempre à mercê do mercado à vista.

No mercado atual, diz Topping, pode ser difícil para qualquer empresa aérea alinhar hedges adicionais em termos convidativos. O preço futuro para combustível de avião ou de óleo para aquecimento, que são negociados a níveis semelhantes, está em torno de US$ 130 o barril, mesmo para entrega daqui a muitos anos. Contratos de longo prazo não têm descontos como tinham há um ou dois anos."Não podemos nos acostumar com essa vantagem de custos que conseguimos", diz Topping. "Temos de continuar a administrar outros custos da maneira que sempre fizemos."


Aqui para ler mais sobre o assunto.

Água



O gráfico mostra que a maioria da água é destinada a agricultura (azul). Inclusive no Brasil.

Fonte: Aqui

27 maio 2008

Links

1. Para quem gosta de cinema

2. Museu da pirataria, na Itália

3. Risco de uma crise na Argentina

4. Mitos da nutrição

5.Receita lança o SPED Contábil

6.Um contra-indicador: quando uma empresa começa a fazer doações para políticos é tempo de alerta (Nos Estados Unidos!)


7.Salários de Professores nos Estados Unidos (em PDF)

8.Exemplos de números de Fibonacci na natureza

Valor Justo


Segundo a The Economist (19/5/2008, An accounting standard comes under the microscope):

Esta tem sido uma das primeiras crises. A primeira grande crise da titularização época, o primeiro grande teste do Banco Central Europeu, e a primeira crise de "fair-value" contabilidade, o conjunto de normas que obriga as instituições a marca muitos dos seus ativos ao valor de mercado.
"O justo valor é um grande erro", diz o chefe de um grande banco europeu. (...) Uma boa parte da crítica é pura cantilena. Afinal de contas, ganhos com marcação a mercado foram aceitos pelos bancos antes de rebentar a bolha.


Aqui o texto completo:

An accounting standard comes under the microscope.
Economist Staff, The Economist
May 19, 2008
THIS has been a crisis of firsts. The first major crisis of the securitisation era; the first big test of the European Central Bank; and the first crisis of "fair-value" accounting, the set of standards which requires institutions to mark many of their assets to market value. Many blame fair value for causing the credit crunch, arguing that it can cause a downward spiral in prices by encouraging institutions to sell assets quickly and forcing them to take write-downs that do not reflect the "true" value of the underlying assets.
"Fair value is a big mistake," says the boss of one big European bank. AIG, an American insurer, has proposed a change to the rulebook so that companies and their auditors would put only their own estimates of maximum losses into the profit-and-loss account.
A lot of the criticism is pure cant. After all, mark-to-market gains were happily accepted by banks before the bubble burst. The regime's more helpful rules are still being applied with gusto: for example, banks are able to reduce the fair value of their own debt issues if the credit spreads on them widen. Barclays, for one, recorded gains of £658m ($1.3 billion) on its own liabilities in fiscal 2007.
The fact that deciding on a fair value has been so tough reflects the complexity of the products as much as the state of the markets. Setting a price for derivatives that have been repeatedly repackaged, overcollateralised and subordinated is difficult in any conditions. "Four thousand pieces of a Porsche are more difficult to value than a Porsche itself and the sum of the parts does not equal the whole," says Bill Michael of KPMG, an accountancy firm (choosing an appropriate car).
Some banks clearly also underestimated the risks of illiquidity. Industry insiders report that prudent institutions were running internal valuation models even when market prices were clearly observable: those that were not had to scramble to develop such models when markets seized up, causing delays in proper disclosure. Many banks failed to price the chances of illiquidity into the cost of internal funding for traders. And some institutions, bankers allege, were parking illiquid structured products in their trading books to attract a lower capital charge (regulators now plan to beef these charges up). That meant mark-to-market losses immediately showed up in their income statements.
The alternative to fair value — holding assets at historic cost — has few admirers. "Is it really better to keep losses and not to tell shareholders?" asks John Smith of the International Accounting Standards Board (IASB). It is striking that executives at American investment banks, which have long been subject to fair-value rules, largely accept the regime.
There are lessons to be learned. With marking to market, a wobble can quickly become a collapse, illiquidity makes prices harder to set and valuations are more susceptible to sentiment. That increased volatility needs to feature in executives' and risk managers' calculations.
Regulators also need to bear in mind that one of the central assumptions of the fair-value regime has not worked out quite as planned. If prices fall too far, as critics say they now have done, investors should be stepping in to buy the assets. But that is difficult when everyone is reducing their leverage. "Clients invariably say they would like to buy but they cannot because they own too much of it already or they own something else," says Colm Kelleher, Morgan Stanley's chief financial officer.
Moreover, fair-value accounting appears to play a part in the upswing of a cycle as well as in the downswing. Research by Tobias Adrian of the Federal Reserve Bank of New York and Hyun Song Shin of Princeton University indicates that banks take on more debt when the mark-to-market value of their assets increases. In other words, fair value did not just worsen the bust: it also fuelled the boom.

Brasil, Consumidores, Taxa de Juros e Properidade

Uma alentada reportagem do New York Times (Boom Times for Brazil’s Consumers , ANDREW DOWNIE, 24/5/2008) mostra a fase recente da economia brasileira. É, sem dúvida nenhuma, uma reportagem otimista sobre o Brasil.

Inicia com um elogio ao presidente:

Inflation, which ended 2007 at 4.5 percent, is under control and the economy has grown consistently, if not spectacularly, thanks to the competent management of President Luiz Inácio Lula da Silva. His far-reaching assistance program has given the poor cash to spend. Wages are rising and unemployment is falling.


Em linhas gerais, mais brasileiros tem mais dinheiro.

Mr. da Silva calls it a miracle. But in reality, it is something Latin American long lacked: confidence.


(Acho que dessa vez, Mr. Da Silva não irá querer expulsar o correspondente do país).
Uma razão para a febre de consumo é a taxa de juros, que reduziu de 25% para 11,25%, mas ainda é uma das mais altas do mundo, lembra o jornal.
Na visão do NY Times ainda existe espaço para crescer o volume de crédito: na Europa a relação entre dívida e produto interno bruto é de 116%; nos Estados Unidos é de 201% e no Japão é de 419%. No Brasil essa relação é de 34,9%.

Uma marca vive para sempre?


Um texto interessante do New York Times, de 18 de maio de 2005, discute se uma marca pode morrer (Can a Dead Brand Live Again?, ROB WALKER). O artigo começa mostrando uma pequena empresa de Chicago, River West Brands, que adquire marcas de produtos inexistentes, mas que ainda estão presentes na memória do consumidor. Como o texto afirma, “não existe presença no varejo, nem distribuição, nem caminhões, nem fábricas. Nada. Tudo que existe é memória”
Isso tem valor? Aparentemente sim, segundo a visão do texto. Um exemplo mais conhecido e citado no texto é o caso do Fusca da Volks, que saiu de produção, mas continuava existindo na memória. Ao reviver o fusca, a Volks mostrou que a memória tem valor, sim.

Seguro obrigatório


Até que ponto o governo deveria obrigar os motoristas a ter um seguro, como ocorre no Brasil? Os motoristas não deveriam ter uma idéia melhor sobre o risco de ter ou não o seguro? Para Stumbling and Mumbling a resposta talvez não seja no sentido da livre escolha pessoal. As pessoas com seguros mais caros (jovens, maus motoristas e homens) são aqueles que provavelmente não assumiriam compromissos financeiros num acidente. Alguns desses motoristas gastaram muito dinheiro no carro e provavelmente não gastariam num seguro.
O tipo de pessoas mais suscetíveis de conduzir sem seguro são precisamente os imprudentes e aqueles com horizontes temporais de curto prazo que são os mais desatentos das sanções penais.
Um aspecto que o blog não lembrou refere-se a super confiança (AQUI). Os motoristas que acreditam serem melhores que a média podem assumir que não é necessário seguro, pois não se envolveriam num acidente.

Casamento


Esse blog fez uma estimativa do custo do casamento. Com essa planilha é possível ter um orçamento desse dia especial. É óbvio que a realidade dos Estados Unidos, mas o valor serve para uma estimativa para o nosso caso: 28 mil dólares. Vale a pena? Principalmente sabendo que os problemas financeiros é a principal causa de divórcio?

Uma alternativa para o índice PE

O índice PE relaciona preço da ação por lucro por ação de uma empresa. Apesar de ser muito usado na prática, o PE possui algumas limitações sérias, sendo destaque o fato do índice não ser relevante para empresas com prejuízo. Mike Steinhardt, em A New Metric for Valuing Financials, propõe uma alternative para oíndice: o preço/capital (price-to-capital). Em lugar do lucro, usar o valor do capital no último ano.

Dinheiro e Felicidade


Dinheiro traz a felicidade? - 20/05/2008
Marcelo Côrtes Néri – Valor Econômico
O senso comum nos informa que a felicidade pode ser considerada como o objetivo último na vida de cada pessoa. O estudo da satisfação com a vida tem interesse intrínseco, bem como outras motivações, como a avaliação de políticas públicas alternativas e a solução de quebra-cabeças empíricos da economia. Em relação a este último aspecto, provavelmente o paradoxo mais intrigante a ser explicado é a correlação extremamente fraca que diversos estudos apresentam entre renda, a variável mais venerada em economia, e felicidade. Inúmeros países que experimentaram um aumento drástico na renda real desde a Segunda Guerra não observaram um aumento no bem-estar auto-avaliado pela população, pelo contrário, a mesma diminuiu. Em um dado ponto no tempo, a renda mais alta está positivamente associada à felicidade das pessoas, mas ao longo do ciclo de vida e ao longo do tempo esta correlação é fraca, como no chamado Paradoxo de Easterlin. As pessoas adaptam suas aspirações aos maiores ingressos e se tornam mais exigentes à medida que a renda sobe. Como veremos mais adiante, esta visão foi recentemente desafiada por resultados empíricos apresentados por Angus Deaton (2007). É muito cedo para escolher o lado da discussão, mas o lançamento dos novos dados do Gallup World Poll que cobrem mais de 132 países ampliou o horizonte geográfico da discussão, e o trabalho pioneiro de Deaton baseados neles embaralhou novamente as cartas de felicidade com as notas de dinheiro. Sem ainda fazer apostas em dinheiro como causa principal da felicidade, discutimos a partir dos microdados deste mesmo conjunto de informações, cujo acesso foi propiciado pelo projeto sobre Qualidade de Vida do Banco Interamericano (BID), as relações entre renda e felicidade.
A fraca e volúvel relação entre renda e felicidade nos estudos empíricos motivou pesquisadores a irem um passo adiante da posição "objetivista" da teoria econômica, baseada somente nas escolhas feitas pelos indivíduos e que podem ser observadas. Na abordagem tradicional, a utilidade individual depende apenas de bens tangíveis, serviços e lazer, e é inferida quase que exclusivamente do comportamento (ou preferência revelada). A abordagem axiomática da preferência revelada explica que as escolhas feitas fornecem toda a informação necessária a partir da utilidade dos indivíduos. De acordo com Sen (1986), "a popularidade desta visão pode ser atribuída à crença peculiar de que escolha (...) é o único aspecto humano que pode ser observado". A partir do trabalho de Easterlin (1974), cuja relevância aumenta a partir da última parte da década de 90 - quando um conjunto de economistas começou a realizar análises empíricas de larga escala sobre os determinantes da felicidade em diferentes países e períodos -, o interesse econômico na mensuração do bem-estar individual subjetivo cresceu consideravelmente.
Uma visão subjetiva de utilidade reconhece que cada pessoa tem suas próprias idéias sobre felicidade e sobre o que é uma vida boa. Nesta perspectiva, o comportamento observado seria um indicador incompleto para o bem-estar individual. A felicidade dos indivíduos poderia ser captada perguntando diretamente às pessoas o quão satisfeitas estão com suas vidas. As variáveis de interesse estão baseadas no julgamento das pessoas por elas mesmas, de acordo com a premissa de que elas são os melhores juízes sobre a qualidade geral de suas vidas e, portanto, nenhuma estratégia poderia ser mais direta do que perguntar a elas sobre seu nível de bem-estar. A principal idéia é que o conceito de felicidade subjetiva nos possibilitaria captar diretamente o bem-estar humano em vez de mensurar renda ou outras coisas que não são exatamente o que, ao fim e ao cabo, as pessoas querem, mas são os meios através dos quais se pode conseguir - ou não - usufruir da felicidade.
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A elasticidade-renda de longo prazo da felicidade geral das nações é constante: para cada 10% de incremento de renda, a felicidade sobe 1,5%
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Como as pessoas medem seu nível de bem-estar subjetivo em relação às circunstâncias pessoais e às outras pessoas, incluindo experiências passadas e expectativas futuras, alguns sugerem que medidas de bem-estar subjetivo sirvam como medidas de utilidade. Além disso, de acordo com Diener (1984) - baseado em estudos como Fernandez-Dols e Ruiz-Belda (1995), que apontam a alta correlação entre felicidade reportada e sorriso, e Honkanen Koivumaa et alli (2001), que encontram a mesma relação entre infelicidade, cérebro e atividade cardíaca - "estas mensurações subjetivas parecem conter quantidades substanciais de variação válida".
Angus Deaton (2007) desafia as interpretações mais ou menos estabelecidas da literatura empírica prévia, em particular que "dinheiro não traz felicidade" (ou seja, satisfação com a vida no longo prazo), através dos dados do Gallup World Poll, algo mais rico em número de países em relação às pesquisas anteriores. O artigo de Deaton (2007) é a referência-chave dissonante da literatura empírica.
Iniciamos pelos mesmos dados do Gallup World Poll de 2006 que está disponível para 132 países, explorando exercícios simples bivariados de satisfação com a vida em níveis e diferenças, através de diferentes horizontes, em comparação com o PIB per capita ajustado por paridade de poder de compra, a fim de compararmos laranjas com laranjas entre países. O mergulho inicial do impacto da renda mundial sobre a satisfação com a vida nos informa que Togo ocupa a lanterninha, com 3,2, numa escala de 0 a 10, e a Dinamarca o ápice, com 8,02. O Brasil está numa posição mais chegada à nação européia do que à africana, atingindo 6,64, situando-se acima da norma internacional de felicidade dado o seu PIB per capita.
Deaton trabalha basicamente com regressões de médias entre países (cross-country regressions) e sugere que uma especificação log-linear se ajusta melhor aos dados do que uma especificação em nível implicando numa relação côncava. A dupla relação em logaritmos aqui proposta parece adequar-se melhor aos dados - é inclusive mais condizente com o modelo teórico usado pelo próprio Deaton. Neste último caso, o coeficiente estimado nos informa diretamente a elasticidade-renda de longo prazo da felicidade, que seria constante: para cada 10% de incremento de renda, a felicidade subiria algo como 1,5% no longo prazo.
Enviado por Ricardo Viana (grato)


Aqui,aqui , aqui, aqui e aqui outras postagens sobre o assunto.

26 maio 2008

Lake Wobegon e Recomendação de Ações

O efeito denominado Lake Wobegon (aqui) refere-se a capacidade dos seres humanos em superestimar suas virtudes. Uma das conseqüências aparece no grande número de recomendações de “compra” no mercado acionário. Agora, segundo o blog Financial Rounds (aqui) , a Merrill Lynch está tentando mudar isso, exigindo que os analistas considerem pelo menos 20% das ações como “underperfom” (atualmente são 12%).
Uma outra situação existe em algumas faculdades, onde um grande número de boas notas é distribuído pelos professores. Algumas instituições de ensino estão exigindo uma melhor distribuição das notas.

Um efeito interessante do Valor Justo no Passivo

The Wall Street Journal (When a Loss is a Gain, David Reilly, 19/5/2008, aqui e aqui) apresenta um exemplo interessante de uma empresa que apresentava condições financeiras duvidosas. Como existia duvidas sobre a continuidade da empresa, o uso do valor de Mercado fez com que a empresa melhorasse seu lucro: reduziu o passivo, diante do risco de falência e dos efeitos sobre a possibilidade de pagamento de contratos de seguros já emitidos e, consequentemente ,aumentou seu lucro em $410 milhões de dólares).

Valor Justo e o Medo


Altos executivos financeiros algumas das maiores instituições financeiras estão propondo ao Financial Accounting Standards Board reavaliar as suas novas normas de valor justo, em função da experiência dos bancos na crise do subprime
Em Fair-Value Accounting's "Atmosphere of Fear" (David Kats, 19/5/2008) a CFO Magazine discute o clima de receio das instituições financeiras com o Fas 157, Fair Value Measurements

Fonte da Foto: Aqui

Preço

Um dos grandes problemas da contabilidade é estabelecer um preço para diversos ativos. Essa questão instigante necessita de uma resposta na medida em que a adoção de valor de saída, baseado no mercado, tem sido adotada em certos tipos de ativos e para certos países. Por esse motivo, pesquisa sobre a formação de preço e anomalias do mercado são relevantes para a contabilidade.
Uma área de interesse seria o caso de obras de arte. Existiria um anomalia no preço, denominado de “afternoon effect”, que corresponde ao declínio no preço. Aqui , o blog Marginal Revolution (em The "afternoon effect" for artworks) mostra um comentário dessa anomalia para o Mercado de artes da América Latina.

Estratégia de investimento

É possível sempre comprar na baixa e vender na alta?
Clayton Calixto - 19/05/2008 - Valor Econômico
O famoso estudo de Brinson, Hood and Beebower (2005) demonstra que no mercado americano de ações, conforme medido pelos retornos do S&P 500 entre 1989 e 1994, o chamado "timing" - a possibilidade de investidores acertarem o melhor momento para entrar e sair da bolsa - é praticamente nula. Em 1.275 pregões, o retorno anualizado é de +10,35%. Ao excluirmos os 10 pregões de maiores altas o retorno do S&P 500, cai para +4,28%. Isso quer dizer que, se o investidor errar em 0,78% dos pregões analisados, seus retornos caem pela metade. Já se perder os 20 pregões de maior alta, os seus retornos ao ano são de +0,14%, ou seja, praticamente zero. E, se excluirmos os 30 pregões de maiores altas, o retorno anualizado é -3,29%. Por fim, ao excluirmos os 40 pregões de maiores altas, a rentabilidade anualizada é de -6,56%.
Quando o estudo acima é discutido no Brasil, muitos investidores torcem o nariz e dizem que isto ocorre apenas nos EUA onde o mercado é mais maduro e eficiente. Em países emergentes como o Brasil, com mercados ainda imperfeitos, haveria maior possibilidade de ganhos para o investidores que recorrem ao "timing" dadas as ineficiências que o mercado possui.
O fato de que há grande correlação entre a variação da Ibovespa e as bolsas americanas (Dow Jones e S&P 500) sugere que não deveria haver no Brasil maior possibilidade de ganhos com entradas e saídas da bolsa, mas, de qualquer forma, resolvemos testar o argumento acima.
Elaboramos o mesmo estudo para o Ibovespa, no período de 1999 a 2008, e observamos um comportamento muito parecido com o S&P 500. A bolsa brasileira proporcionou um retorno anualizado de +27,87%. No entanto, ao excluirmos os 10 maiores retornos do Ibovespa, a rentabilidade cai para +15,96%. Isso representa menos que a rentabilidade do CDI médio no período de +18,32%. Excluindo da amostra os 20 pregões de maiores altas, o retorno cai para +9,83%. Já se excluirmos os 30 pregões de maiores altas, o retorno do Ibovespa, de 4,41%, fica abaixo da inflação medida no período, de 6,73%, conforme medida do IPCA. Caso o investidor perca os 40 pregões de maior alta no ano, o retorno da parcela de sua renda investida em bolsa já caminha para o território negativo de 0,37%.
Ao investir em renda variável, o brasileiro tem a falsa noção de que entrar e sair da bolsa é mais rentável do que permanecer aplicado por um período mais amplo e aguardar que o tempo permita que o potencial de alta desses ativos possa se materializar, a chamada diversificação temporal na teoria financeira. Vários elementos induzem o investidor a portar-se dessa maneira que, como vemos nos números descritos acima, tende a ser prejudicial aos retornos de suas aplicações em bolsa. Um dos fatores que contribui para alimentar essa crença é a mentalidade de curto prazo do investidor brasileiro. Segundo levantamento do Ibope feito para a Anbid, mais de 80% dos investidores no Brasil avaliam suas aplicações diária ou mensalmente, buscando antecipar principalmente com base em retornos passados, qual o melhor ativo para se investir ao longo dos próximos 21 dias úteis.
Essa mentalidade de curto prazo encontra respaldo e estímulo todo começo de mês, quando a maioria das publicações voltadas a finanças publicam os rankings mensais com os ativos que tiveram o melhor desempenho no mês. Além disso, há uma avalanche de entrevistas e sugestões de investimento de especialistas, reforçando a imagem de que o investidor deve ter o compromisso de acertar o que comprar e quanto pagar por cada ativo nos quais investirá seus recursos ao longo do próximos 21 dias úteis. Acertar o "timing" no Brasil é difícil e pouco provável, da mesma forma que nos Estados Unidos ou em qualquer outro mercado acionário.
O investidor deve ter consciência de que não conseguirá prever os movimentos dos preços no curto prazo e que a lei das probabilidades joga pesadamente contra suas chances de ter sucesso. Na média, o investidor ganha muito mais se mantiver suas posições em bolsa, privilegiando a disciplina e a paciência. O investidor disciplinado precisa estar disposto a estar na bolsa em momentos de queda para que não perca a oportunidade de valorização durante as altas que, como demonstram os levantamentos acima, ocorrem de forma concentrada no tempo em um punhado de pregões a cada ano.
Uma dica que o investidor pode seguir é utilizar apenas uma parte de seus recursos destinados à bolsa como, por exemplo, 10% para tentar fazer "timing". O trade (compra e venda no curto prazo) é saudável para o investidor e para o mercado, pois ajuda a dar liquidez a esses ativos. Afinal, qual investidor não pretende ter ganho de 5% em três ou quatro sessões do pregão? Agora, saiba que na média os retornos oriundos de tais operações tendem a ser menores que os juros e, dependendo do caso, até da inflação. (Colaborou Aquiles Mosca)

Enviado por Ricardo Viana (grato)

Ex-executivos da AOL condenados


Oito ex-executivos da America Online foram acusados pela Securities and Exchange Commission (SEC) de participarem de práticas contábeis ilegais que inflou a receita da empresa em mais de um bilhão de dólares.

Segundo declaração de Scott Friestad, diretor da SEC, para o jornal The Washington Post (SEC Sues 8 Former AOL Officials; Regulator Alleges Inflation of Online Ad Revenue , Cecilia Kang, Washington Post, 20/5/2008)

“No nosso ponto de vista, esta é uma das mais chocantes fraudes contábeis na memória recente"


A fraude começou no início do milênio, antes da fusão da AOL com a Time Warner. Naquele momento, a empresa estava sendo pressionada para provar aos investidores que a publicidade era viável. Os executivos da AOL trabalharam com práticas ilegais de comercialização de publicidade com diversas empresas (WorldCom, Hewlett-Packard, Sun Microsystems e Veritas Software) Pelos acordo, a AOL pagaria as empresas pela compra de espaços publicitários, registrando as receitas como uma prática denominada de "roundtrip".
A AOL pagava preços mais altos por bens e serviços e em troca recebia anúncios na sua página.

Um exemplo mais concreto é apresentado pelo blog Footnoted, quando a AOL comprou 250 milhões em equipamentos da Sun e em troca contabilizou parte como receita de publicidade.

Comparabilidade

Aqui um artigo em inglês sobre a questão da comparabilidade.

Inbev e Bud


A proposta de compra da Bud, a maior cerveja dos Estados Unidos, pela empresa Inbev foi notícia de destaque no final de semana. O gráfico mostra o comportamento das ações da Bud (fonte: aqui). Alguns links interessantes:

1) Aqui, a notícia no NY Times

2) No Blog do Wall Street Journal

3. A visão do blog Portfolio: os brasileiros estão chegando

4. Trocadilho: Inbev + bud = In Bed?

25 maio 2008

Auditor

Carreira de auditor em plena ascensão
Gazeta Mercantil - 23/5/2008

São Paulo, 23 de Maio de 2008 - Em vigor desde o início do ano, a Lei 11.368, que reformulou a Lei das S/As (criada em 1976), trouxe diversas exigências para as companhias de capital fechado e médias empresas brasileiras, que precisam agora divulgar balanços e passar por auditoria externa. Como resultado, há uma demanda de mercado para a carreira de auditor, que encontra-se em plena ascensão no Brasil. Em 2007, o crescimento do setor foi de 24%.

Segundo pesquisa da consultoria RCS Brasil, existe um auditor para cada 24.600 habitantes no País, enquanto em países como Holanda este número chega a 900. "Com a Lei 11.368, as firmas de auditoria e consultoria estão correndo para conseguir suprir o déficit funcional", diz Raul Corrêa da Silva, presidente da auditoria. "É necessário que o quadro de profissionais de auditoria aumente em pelo menos 30% até o final do ano."

A exigência de auditores qualificados não é nova. Há alguns anos, as pequenas e médias empresas começaram a recorrer a esse tipo de serviço. "Trata-se de uma profissão promissora. A grande vantagem para os jovens que ingressam neste mercado está no fato de que, nas empresas de auditoria e consultoria, o plano de carreira é sempre bem definido. Qualquer um que começa como estagiário, desde que formado em contabilidade, pode chegar a sócio", diz Silva. (...)

"O Brasil precisa definitivamente entender a cultura preventiva da auditoria, em vez de limitá-la ao apontamento de fraudes e à avaliação de gastos de campanha. Uma companhia com milhares de reais em seu faturamento, prestadoras de serviços ao poder público, congregações religiosas e instituições com freqüentes inserções publicitárias não deveriam passar por auditoria preventiva obrigatória?", questiona Silva. "As empresas precisam rever procedimentos contábeis, fiscais e trabalhistas em função das constantes mudanças legais que ocorrem no País. Nesse cenário, o auditor auxilia em revisões, análises e relatórios, que servirão de base para a certificação, aprimoramento de controles e melhor gestão do negócio."

Entre as áreas de atuação de um auditor destacam-se as de gestão, "corporate finance", auditoria contábil, análise de lucratividade, avaliação de ativos, governança corporativa, recursos humanos, controladoria, planejamento tributário, sucessão familiar, consultoria trabalhista e jurídica. (...)

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9)(Alexandre Staut)

Escola Enron


La escuela de Enron resucita
El País - Nacional - 25/5/2008 - UN (Única) - 18
M. PITTMAN (BLOOMBERG)

En agosto de 2007, en pleno colapso de los mercados, Citigroup creó Bonifacius, un instrumento respaldado con hipotecas por un valor de 2.500 millones de dólares (1.859 millones de euros, al cambio de entonces). Los bonos se crearon a partir de hipotecas subprime. A los seis meses, Bonifacius colapsó.

Citigroup, Merrill Lynch, UBS y otros bancos crearon obligaciones con garantía de un fondo de deuda como Bonifacius, manteniendo una cantidad sin revelar en fondos no incluidos en los balances, las entidades de interés variable. Bonifacius y 190.000 millones de dólares (120.481 millones de euros) en valores similares han quebrado desde octubre, lo que ha revelado las lagunas en la contabilidad que el organismo contable estadounidense no cerró cuando Enron quebró en 2001 tras revelar inversiones que no estaban en sus libros. "Nunca resolvieron el problema real después de Enron", afirma Lynn Turner, contable jefe de la Comisión de Bolsa y Valores de Estados Unidos cuando el escándalo de Enron salió a la luz.

Las entidades de interés variable (VIE, por sus siglas en inglés) son una versión pos Enron de los vehículos de propósito especial creados por Citigroup y produjeron la caída de la empresa energética. A los bancos no se les pide revelar los activos que venden a sus propias VIE, ni el precio pagado, ni el valor perdido.

El secretario del Tesoro de Estados Unidos, Henry Paulson, y ex responsable ejecutivo de Goldman Sachs, un gran banco de inversión, ha afirmado sobre las entidades no incluidas en los balances: "Las actuales normas sobre capital quizá no mitigaron o, probablemente, incluso amplificaron los problemas asociados a esos vehículos". Y Paul Volcker, presidente de la Reserva Federal, se ha preguntado: "¿Por qué se les permitió crear esas entidades no incluidas en los balances generales cuya relación formal con los bancos no estaba clara?".

Contribuye a la confusión que bancos y sociedades de valores no reconocen en sus resultados al menos 35.000 millones de dólares (22.194 millones de euros) de provisiones adicionales que sí están incluidos en sus balances, según revelan los registros de los reguladores, informa Yalman Onaran, de Bloomberg.

Citigroup, que redujo en 2.000 millones de dólares su patrimonio neto por la caída de bonos hipotecarios en las cuentas presentadas al regulador estadounidense (SEC), no mencionó la deducción en su informe de resultados, ni en la subsiguiente teleconferencia con inversores. (Véase lista completa de entidades en gráfico adjunto).

Imputar las pérdidas sobre el balance en lugar de hacerlo sobre la cuenta de resultados es posible, según las normas contables vigentes, que distinguen entre las carteras de negociación y las de inversión a largo plazo.

Los bancos dispuestos a reconocer sus provisiones en el balance dicen que las valoraciones de activos mejorarán cuando se recuperen los mercados. Aunque la mayor parte de las pérdidas son quebrantos permanentes causados por el aumento de la morosidad en las hipotecas estadounidenses, según Janet Tavakoli, conocedora del mercado de los productos financieros estructurados que escondían en su interior las hipotecas subprime. -

Fonte da Foto: Aqui

24 maio 2008

IFRS na Tailândia

Mais um país está adotando a IFRS: a Tailândia. Segundo o Bangkok Post (20 de maio de 2008), a Securities and Exchange Commission of Thailand e a Federation of Accounting Professions anunciaram a intenção de adotar as normas de contabilidade do Iasb.

Fraude Contábil, Crise de 1929 e Regulamentação

Tradicionalmente uma das razões da crise de 1929 foi a baixa qualidade das demonstrações contábeis das empresas que tinham ação cotada no mercado acionário. Isso inclusive aparece no livro de Teoria de Contabilidade, p. 59:

“Para a Contabilidade, esse fato foi importante, uma vez que a profissão contábil foi criticada pela falta de uniformidade das práticas contábeis, que propiciavam a adoção de procedimentos flexíveis, e por vezes contraditórios no mesmo setor empresarial.”


Trabalho empírico de George Benston (Required disclosure and the stock market, American Economic Review, 1973) mostrou que a evidenciação não teve um valor importante para os investidores.

22 maio 2008

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Sorte do Brasil

Brasil tem muita sorte. Em primeiro lugar, Lula revelou-se surpreendentemente moderado (...) perfeitamente disposto a acolher o investimento estrangeiro, geralmente amigável para os Estados Unidos, e não a todos os socialistas como o seu vizinho, presidente venezuelano Hugo Chavez. Em segundo lugar - e, provavelmente, ainda mais importante - 2003 foi o ano em que os preços na energia começaram a subir que lhes trouxe ao seu atual (astronômicos) recorde. Em terceiro lugar, (...) as receitas fluiram para as empresas mineradoras, a companhia petrolífera Petróleo Brasileiro SA (normalmente referida apenas como Petrobras) (PBR), e de numerosas operações de agronegócios, que se beneficiaram da subida dos preços agrícolas.

[O] programa de etanol do Brasil de repente passou a ser a inveja no mundo. A subida dos preços do petróleo fez os canaviais brasileiros mais baratos do mundo e economicamente mais eficiente e ecologicamente fonte da moda do etanol. Com preços do barril em US $ 20, o etanol de açúcar foi um exemplo típico de planejamento errado do Terceiro Mundo; com US $ 120, que é uma bonança.


Fonte: Aqui

Normas internacionais no Canadá

É raro pensar em contadores e mudança ousada na mesma frase. Entretanto, contadores estão conduzindo a próxima onda de mudanças grandes de regulamentos que afetam as empresas canadenses no mundo: a adoção das Normas Internacionais de Contabilidade Financeira (IFRS).
A contabilidade é regida por um conjunto de regras conhecido como princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP). Cada país tem sua própria GAAP; o objetivo das IFRS é criar o mesmo conjunto de normas contábeis para todos os países, o que deve, em última análise, tornar mais fácil para os que trabalham em termos internacionais e ajudar a levantar fundos em mercados de capitais mundiais.
Mais de 100 países de todo o mundo, incluindo a Austrália, a Nova Zelândia e os membros da União Européia, já aprovaram a IFRS. O Canadá está próxima, e não há muito tempo. A IFRS será obrigatória para todas as empresas abertas, com início em janeiro de 2011. (...)
As empresas canadenses que estão mudando nessa direção estão preocupadas com a imensidão do desafio da conversão. Não só os sistemas precisam de mudanças, mas os resultados líquidos de uma empresa podem mudar em razão dos cálculos contábeis diferentes. Isso poderá ter impacto nos planos de compensação, nas dívidas, no investidor e nos relatórios. (...)
A União Européia tem aumentado o seu poder econômico ao longo da última década e mais e mais dinheiro está sendo obtido nos mercados de capitais fora os EUA. Apesar de a Securities Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos terem inicialmente uma recepção fria a IFRS, recentemente começou a permitir que empresas estrangeiras cotadas nas bolsas de valores dos EUA usassem demonstrações financeiras com IFRS. (...)
Todos esses fatores estão empurrando lentamente os Estados Unidos a adotarem a IFRS e especialistas dizem que o Canadá, com a decisão de adotar as IFRS, tem sido um instrumento de incentivo para os E.U. "Não subestimamos o impacto do Canadá sobre os EUA", diz Sir David TWEEDIE, chefe da International Accounting Standards Board (IASB). "Se alguém teria esperado Canadá para alterar as normas, eles teriam esperado que o Canadá adotasse os padrões dos EUA. A decisão do Canadá em adotar as IFRS tomou o mundo de surpresa. Os EUA estão olhando em volta em todas as grandes economias e a única que não tem a aceitação da IFRS são os EUA."


Closing the GAAP; As Canadians adopt international accounting standards, they should know the rules may change at the last minute, Karine Benzacar, Financial Post, 21/5/2008, FP19.

No livro de Teoria da Contabilidade, p. 51 e 52, existe um exercício sobre a adoção das normas internacionais de contabilidade pelo Canadá. Esse exercício refletia a surpresa dos autores (minha e do Katsumi) com a decisão do Canadá. O texto acima reflete um pouco essa questão.

Qual a razão da Monogamia?

O homem em economias menos desenvolvidas preferem quantidade a qualidade em esposas e crianças. A explicação é bastante intuitiva. Homens ricos em economias menos desenvolvidas são menos eficientes em produzir filhos de qualidade pois tendem a não possuir, eles próprios, um capital humano elevado. (...) Como conseqüência, as mulheres nas sociedades menos desenvolvidas são avaliadas pela quantidade de crianças que produzem, e não pela qualidade. Isso torna as mulheres bens substitutos, que mantém o preço dessas mulheres baixo para que os homens ricos possam adquirir várias esposas.

Fonte: Aqui

21 maio 2008

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

"É melhor que seja uma emergência"

Links

1. Uma escala de 1939 para uma boa esposa
2. O ranking dos maiores times de futebol do mundo
3. O FAS 162 e a hierarquia dos princípios contábeis
4. SEC faz acordo com a Royal Ahold
5. SEC propõe uma nova forma do usuário interagir com a empresa
6. O falso positivo de um exame criminal pode chegar a 4%

Vinho e Música


Novos estudos sugerem que o tipo de música que se ouve enquanto bebe um vinho pode afetar drasticamente o seu sabor. O professor de psicologia da Heriot Watt University, Adrian North, testou 250 alunos e verificou que o gosto mudou em até 60 por cento, dependendo da melodia. Aqui
Foto: Flickr

Um Link importante

Aqui uma lista de trabalhos da Cowles Foundation Monographs em Economia, com clássicos como Markowitz Portfolio (Selection: Efficient Diversification of Investments), Debreu (Theory of Value: An Axiomatic Analysis of Economic Equilibrium), Tobin (Risk Aversion and Portfolio Choice e Studies of Portfolio Behavior)

Confiança Gerencial e Efeito sobre a Empresa


Pesquisa de Ben-David, Graham e Harvey (Managerial Overconfidence and Corporate Policies) empresas com executivos mais confiantes tendem a usar uma taxa de desconto para o seu fluxo de caixa menor. Isso significa que essas empresas investem mais, usam mais dívidas, pagam menos dividendos, compram mais ações e usam mais dívidas de longo prazo. Na primeira parte do texto, os autores investigam se os CFO são confiantes nas previsões. Na segunda parte, associam essa confiança as políticas das empresas. A pesquisa sobre a confiança é muito interessante. Os autores perguntaram o provável comportamento do mercado (SP 500).

Mais uma pesquisa que comprova que o comportamento dos indivíduos afeta as políticas das empresas. (Foto: Flick)

Decisões financeiras e Gênero


De acordo com este estudo recente divulgado pela Reuters, as mulheres são mais propensas a preocupações financeiras do que os homens. (...)

Isto está baseado num estudo encomendado em fevereiro de 2007 pela Fundação Rockefeller e de uma análise do Institute for Women’s Policy Research e foi baseada em entrevistas telefônicas a 3.157 pessoas com 18 anos ou mais de idade. De acordo com a sondagem, três em cada 10 mulheres estavam preocupados com a sua segurança econômica, em comparação com dois para cada 10 homens.


Fonte: Aqui
(Foto)

Valor Justo: novidades e ódios


Marie Leone, em Fair Value: Nothing New under the Sun? , comenta um artigo de duas páginas de Robert Herz e Linda MacDonald. Herz é chairman do Fasb e Linda diretora. Ambos defendem essa forma de mensuração e afirmam que o valor justo não é um conceito novo. Parece que existe um movimento no sentido de defender o valor justo de ataques recentes. Dois executivos defenderam essa mensuração (aqui)

Já Tim Reason (Why CFOs Hate Fair Value) lista as razões do ódio ao valor justo:

1) o lucro aumenta e diminui fora do seu controle
2) Valor Justo afeta muitas áreas da contabilidade (pensões, fusões, opções, passivos ambientais, derivativos etc)
3) Itens que não podem ser facilmente apreçados são difíceis de serem mensurados
4) Alguns itens líquidos podem tornar-se ilíquidos rapidamente
5) é preciso explicar (para auditores, investidores e reguladores) como os métodos foram usados

IFRS aumenta o lucro



A figura mostra que em algumas empresas a adoção da normas internacionais (IFRS) aumenta o resultado. Fonte: Aqui

IR era mais justo


IR na ditadura era mais justo, diz Pochmann
Valor Econômico - 16/5/2008

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, não vê na proposta de reforma tributária enviada ao Congresso objetivo de promover maior justiça fiscal, ou seja, criar um ambiente no qual os que ganham mais pagam mais impostos. Na sua avaliação, ela foi preparada para dar mais eficiência à economia. Sua posição foi revelada ontem em um seminário sobre o tema realizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), ligado à Presidência da República. "A proposta apresentada está dialogando com a eficiência econômica e com a repartição dos tributos. Entendo que essa reforma não é um fim em si mesma. Diz respeito a um ciclo de reformas que atuam sobre a questão tributária. Neste momento, não está presente o tema da equidade fiscal", comentou. Pochmann criticou duramente o atual sistema tributário porque ele acentua as desigualdades sociais.

Citou que o Imposto de Renda das pessoas físicas, o mais progressivo dos tributos, era mais justo na ditadura militar. O presidente do Ipea atacou o fato de o IR das pessoas físicas ter apenas duas alíquotas (15% e 27,5%). No período 1979-1982, o IR tinha 12 alíquotas que iam de zero a 55%. "O regime militar tinha política de imposto de renda mais voltada para a redução da iniquidade. Chegamos a ter 13 faixas de tributação e os níveis mais baixos pagavam menos imposto que atualmente. O IR com apenas duas faixas retira o potencial redistributivo que poderia ter", lamenta.A experiência de países que buscam mais justiça tributária indica, de acordo com o Ipea, um modelo de IR com mais faixas e menor tributação sobre as rendas menores. No nível dos mais abastados, as alíquotas ficam entre 40% e 50%, muito acima do teto de 27,5% no Brasil.A cobrança de um imposto sobre grandes fortunas também é defendida por Pochmann. O Ipea estima que a riqueza acumulada no Brasil seja quatro vezes maior que o PIB. Portanto, argumenta que, cobrando alíquota de apenas 1%, a arrecadação seria de R$ 100 bilhões. Apenas 10% da população têm 75% da riqueza na forma de patrimônio territorial e títulos financeiros.Além de atacar a injustiça tributária no IR, ele alerta que o Estado fica pouco capacitado para interferir efetivamente no ataque à desigualdade. Isso porque dos 33,8% do Produto Interno Bruto (PIB) referentes à carga tributária em 2005, apenas 12,1% são o que o Ipea chama de "carga tributária líquida" (desconsiderando juros, subsídios e transferências). Portanto, naquele ano, sobrou aproximadamente um terço da arrecadação para investimento livre em políticas que combatam a desigualdade. O quadro atual no Brasil, na análise de Pochmann, é de extrema injustiça tributária porque a carga suportada pelos mais pobres é 44,5% maior que a imposta aos mais ricos. A sugestão do presidente do Ipea para a reforma tributária é dar mais ênfase aos tributos diretos, como os que incidem sobre veículos (IPVA), e propriedades (IPTU e ITR). Atualmente, lamenta que as normas não ajudam a fazer com que pobres paguem menos impostos que ricos. "Palacetes pagam menos IPTU que favelas", ressalta.

O Ipea mostra que os 10% mais ricos concentram 75% da renda nacional. Como exemplo da desigualdade, Pochmann cita que os 10% mais pobres gastam 1,8% da sua renda com IPTU, mas os 10% mais ricos desembolsam 1,4%. A maior incidência de carga tributária está na faixa dos contribuintes que ganham entre cinco e 30 salários mínimos (R$ 2,075 mil a R$ 12,45 mil).A reforma tributária pode ajudar a combater a desigualdade e o Brasil precisa, na interpretação de Pochmann, aproveitar essa oportunidade para mudar profundamente o sistema no sentido da maior equidade. Ele adverte que, no país, a renda primária é mal distribuída mas o sistema tributário acaba aprofundando essa desigualdade. Outra recomendação do presidente do Ipea é abandonar tributos antigos e adotar formatos mais modernos. Exemplo de modernidade, segundo Pochmann, é a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) porque "conversa com o futuro e não precisa de fiscais".


Enviado por Alexandre Alcantara (grato)

SEC versus AOL

La Comisión de Valores de EEUU (SEC) demanda por fraude a ocho ex directivos de AOL Time Warner
20/5/2008 - NUEVA YORK, 20 (EUROPA PRESS)

La Comisión de Valores de EEUU (SEC) ha presentado cargos por presunto fraude contra ocho ex directivos de AOL Time Warner ante las supuestas acciones cometidas por los acusados que llevaron a la compañía a sobreestimar sus ingresos publicitarios en más de 1.000 millones de dólares (640 millones de euros).(...)

La demanda presentada por la SEC alega que "al menos desde mediados del año 2000 y hasta mediados de 2002" los cuatro acusados "idearon, supervisaron y ejecutaron" transacciones fraudulentas en las que facilitaban fondos para adquisiciones publicitarias en Internet a compradores que no querían o no tenían necesidad de ello.

La SEC reclama a los presuntos implicados los fondos obtenidos con esas prácticas ilegales y pide sanciones y multas contra ellos En este sentido, la Comisión de Valores de EEUU subraya que "los ingresos publicitarios 'online' eran una medida fundamental para analistas e inversores a la hora de evaluar a la compañía. Los acusados hicieron o contribuyeron de manera fundamental a una serie de informes para inversores que incluían los datos financieros fraudulentos de la compañía. Asimismo, Kelly y Wovsaniker, quienes certificaron públicamente la contabilidad de la empresa, también han sido acusados de haber engañado al auditor externo de la empresa respecto a estas transacciones fraudulentas".(...)

20 maio 2008

Frase da semana: Modelos e Decisão

“Pessoas não usam nossos modelos para ajudar na decisão, mas para justificar decisões que eles previamente tomaram” (John Kay, Darwin’s wife and war in Iraq: a missing link, Financial Times 14 May 2008)

Política, Remuneração dos Políticos e Qualidade do Legislativo

Motivating Politicians: The Impacts of Monetary Incentives on Quality and Performance é um dos melhores textos que li nos últimos dias. Os autores (Claudio Ferraz e Frederico Finan) procuram desenvolver uma relação entre a remuneração dos políticos e a qualidade do legislativo usando informações do legislativo brasileiro. O Brasil é um dos países mais descentralizados do mundo (é surpreendente essa afirmação dos autores, na página 8. Para justificá-la os autores lembram que os governantes locais recebem uma grande soma de recursos) e os legisladores podem influenciar os gastos públicos locais.

Ao ocupar um cargo no legislativo, o político tem forte incentivo para desempenhar sua função conforme a expectativa do eleitorado (mas não necessariamente dos analistas políticos): (1) podem ser reeleitos indefinitivamente, (2) o legislativo é uma etapa para outras funções políticas e (3) a remuneração é um incentivo para sua permanência.
O trabalho empírico dos autores envolve a mensuração da relação entre desempenho político (número de projetos aprovados), salário do legislativo e características do município.

Usando regressão (OLS) os autores encontraram que maiores salários estão associados com candidatos com mais anos de educação. Além disso, os salários afetam o desempenho dos políticos pois nos municípios onde o salário era maior o número de projetos aprovados também aumentou.

A conclusão do texto é muito interessante e vai contra tudo aquilo que pensamos dos legisladores:

O aumento dos incentivos, ou seja salário, melhora a qualidade do governo.

Orçamento Público é bode expiatório

A demora de assembléias legislativas e câmaras de vereadores em aprovar o orçamento anual contribuiu para o aumento de 55,2% na Provisão de Devedores Duvidosos (PDD) da Oi no primeiro trimestre, na comparação com igual período do ano passado. Nos três primeiros meses deste ano, o valor foi de R$ 222 milhões, 36,1% superior aos R$ 163 milhões registrados no quarto trimestre de 2007. (...)
"A gente teve um primeiro trimestre afetado por algumas negociações, principalmente com governos estaduais e municipais, onde as assembléias legislativas e câmaras de vereadores demoraram a aprovar os respectivos orçamentos. Sem os orçamentos, os governos não podem empenhar as suas verbas e sem o empenho das suas verbas eles não podem pagar as suas despesas", frisou Salazar durante teleconferência com analistas, acrescentando que a expectativa é de melhorar esse indicador ao longo do ano. (...)
(Rafael Rosas | Valor Online e Talita Moreira | Valor Econômico para o Valor Online - Demora na aprovação de orçamentos estaduais e municipais eleva provisão de perdas da Oi - 5 May 2008)


Todo ano o orçamento público atrasa. Então isso não deveria ser a explicação para o aumento da provisão de devedores duvidosos na empresa, correto? A não ser se o volume a receber do poder público tenha aumentado significativamente. É usual na gestão das empresas usar fatos externos para justificar desempenho interno.

Cash Flow is King


Nos momentos de incerteza, volte aos fundamentos. É o que sugere Tom Lauricella em Cash flow reigns once again for investors --- Accounting tricks can obscure quality of company earnings (The Wall Street Journal Europe, 13 May 2008), para quem o fluxo de caixa é imune a manipulações.

Headline earnings numbers -- typically net income -- can be massaged by perfectly legal accounting tricks, such as changing depreciation schedules or the way revenue is recognized. Cash flows -- how much actual money a company spits out -- are by no means immune from shenanigans, but many analysts consider them a cleaner way to assess a company's health.
There are other reasons to search out companies with strong cash flow. A company generating extra cash can avoid the costly proposition of raising money in today's unsteady markets. It also gives companies the flexibility to boost dividends or stock buybacks.


O conceito do fluxo de caixa disponível, que é representado pela soma do caixa operacional com o caixa de investimento, também é lembrado:

Operating cash flow is the amount of cash a company creates from its operations, unvarnished by earnings that come from things like asset sales. Free cash flow -- considered an even purer measure of a company's true profitability -- subtracts from operating cash flow the money going into capital investments. It's "as close as there is to a silver bullet when it comes to sorting out good companies from the pretenders," says David Sowerby, a portfolio manager at Loomis Sayles & Co.


Fluxo de caixa não é uma novidade no Mercado e também não é uma medida perfeita, como lembra o texto:

It also isn't a perfect yardstick. Companies can goose cash flows even when it's not in their interest. For example, they might cut needed capital spending to hoard cash and in turn jeopardize future growth.


Os investidores consideram que a diferença entre o caixa e o lucro pode dizer muito sobre uma empresa. Assim, a diferença entre ambos, expressa nos accruals, podem ser um sintoma de problemas para uma empresa:

Mr. Rothman says there are hints that quality is starting to matter more. Another Lehman strategy is one that screens stocks based on changes in their accruals -- things like unpaid bills or accounts receivable. It bets against stocks with rising accruals -- a signal cash flow might not be so healthy -- and favors stocks that generate operating cash. That strategy is up 5.6% so far this year, Lehman says, in part because it generally avoids financials.
Richard Sloan, of Barclays Global Investors, expects to see more strains on companies with rising accruals, especially those that have put large amounts of "goodwill" on their balance sheets in recent years that reflect the premiums they paid over book values in acquisitions.

O valor da crise sistêmica

O recente problema financeiro dos Estados Unidos exigiu a intervenção do governo. Uma conta interessante (In Case you were Sleeping) mostrou que o “investimento” do Fed na crise foi de 2.500 dólares por pessoa. Isso excedeu o custo direto da guerra do Iraque.

Capital de Giro de Longo Prazo


Aparentemente um contrasenso:

“Grandes empresas já operam capital de giro tradicional de seis anos” (Linha de Capital de Giro cresce 47%, Valor Econômico, 24/3/2008). Capital de giro são recursos de curto prazo, correto? Ou não?