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10 fevereiro 2012

Caixa e Dividendos

O aumento no volume de caixa e equivalentes existentes nas grandes empresas mundiais já foi bastante discutido na área financeira. Um aspecto interessante é que ao mesmo tempo as empresas estão deixando de pagar dividendos.

A proporção dos lucros canalizada para o pagamento de dividendos nas companhias do índice S&P 500 está no nível mais baixo desde 1900. (...) [Caixa bate recorde, mas dividendos mínguam, Valor Econômico, 31 jan 2012, John Authers | Financial Times]

Numa crise, as pessoas querem dinheiro e recompensam as empresas que pagam dividendos:

A pressão dos investidores está afetando o desempenho do mercado. No ano passado, o índice S&P 500 ficou inalterado, mas os 10% das ações com maior rendimento na forma de dividendos desfrutaram um ganho médio de 18%, de acordo com Savita Subramanian, do BofA Merrill Lynch. Tendências demográficas condicionaram isso. Subramanian qualifica o cenário de desequilíbrio secular entre demanda e oferta. No lado da demanda, a população ocidental está envelhecendo rapidamente e necessita renda após aposentar-se. Gestores de fundos estão empenhados no marketing de fundos de dividendos. "A renda proveniente de ações é a única classe de ativos de fundo mútuo que ficou de pé no Reino Unido", diz Neil Dwane, da Allianz Global Investors, que lançou um novo fundo de dividendos em 2009.(...)


Ao contrário dos lucros, sujeitos a possíveis truques contábeis, um cheque de pagamento de dividendos é algo concreto. E os investidores já não confiam em que os gestores invistam o dinheiro excedente com sabedoria, preferindo impor a "disciplina dos dividendos".

Mas hoje o dinheiro do caixa está sendo gerado mundialmente. E a distribuição é em geral paroquial. Para trazer este dinheiro de volta para casa, muitas empresas pagam elevados impostos. Preferem não pagar dividendos e ter que dividir a conta com o governo.

Com respeito a este assunto, uma pesquisa recente publicada com as empresas do Brasil (RETENÇÃO DE CAIXA, DESEMPENHO OPERACIONAL E VALOR: UM ESTUDO NO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO, RCO, v. 5, n. 13, 2001, Cristiano Augusto Forti, Fernanda Maciel Peixoto, Kellen Silva Freitas) mostra que aumentar caixa aumenta o valor. Vale a pena dar uma lida no artigo, que está muito interessante.

Reputação

Um texto do Valor Econômico (Manter a reputação on-line é desafio, 7 de fevereiro de 2012, origalmente publicado no Bloomberg Business Week) comenta da dificuldade de manter a reputação sob a ótica de empresas que tem como finalidade defender a reputação dos seus clientes. Eis um trecho interessante:

Mas se você fizer uma busca pela Reputation Changer em algumas partes dos Estados, a primeira página de resultados vai mostrar um link para um "post" dizendo que a empresa "faz afirmações falsas". E o segundo resultado para a Elixir é um comentário anônimo segundo o qual a empresa é "uma picaretagem total".


Figura: Aqui

Convergência

Os princípios usados na classificação e na mensuração de ativos financeiros poderão ser os responsáveis pelo mais importante passo em direção à harmonização dos padrões contábeis mundiais. Em 27 de janeiro, o International Financial Standards Board (Iasb), órgão europeu que emite os International Financial Reporting Standards (IFRS), e seu par norte–americano, o Financial Accounting Standards Board (Fasb), oficializaram a intenção de convergir para um tratamento contábil comum para ativos financeiros. Esse é o ponto sobre o qual os padrões de ambas as entidades mais divergem atualmente — e, ao que tudo indica, o modelo europeu, adotado integralmente no Brasil desde 2010, tende a prevalecer. "O Fasb vai se aproximar do Iasb", prevê o professor Eliseu Martins, da FEA–USP.

A favor do padrão europeu está a flexibilidade. O IFRS 9, do Iasb, contabiliza os instrumentos financeiros de acordo com o modelo de negócio da companhia. Isso significa que a linha de contas a receber, por exemplo, pode receber tratamentos distintos das empresas. Naquelas em que a estratégia é vender a prazo e manter em carteira os créditos até a data do recebimento efetivo, os ativos financeiros devem ser contabilizados pelo valor de custo. Nas empresas que repassam os recebíveis antes do vencimento, o critério a ser seguido é o do valor justo. Nos Estados Unidos, na última reforma proposta para a norma doméstica de contabilização de instrumentos financeiros, o valor justo é a regra geral. "Os IFRS embutem o princípio da utilidade da informação para o usuário, enquanto o modelo norte–americano é mais radical", avalia Tadeu Cendón, sócio da área de risco de qualidade da PwC.

A aproximação entre Fasb e Iasb não produzirá efeitos imediatos no Brasil. A adoção do IFRS 9, inicialmente mandatória para os países aderentes aos IFRS a partir do ano que vem, já havia sido adiada para 2015. Agora, com o esforço conjunto dos órgãos internacionais, as discussões locais comandadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que tradicionalmente antecedem a chegada de uma nova norma, entram em compasso de espera. "Provavelmente, o cronograma de trabalho será refeito", diz Edison Arisa, coordenador técnico do CPC e sócio da PwC responsável por instituições financeiras. Dependendo do resultado do acordo entre Iasb e Fasb, alguns temas relacionados ao IFRS 9 poderão ter suas regras revistas. Um deles é a contabilização de hedge (hedge accounting); outro, o impairment, método pelo qual as companhias avaliam, anualmente, quanto cada um de seus ativos ainda pode gerar de retorno.


Contabilidade em convergência - 9 de fev 2012 - Revista Capital Aberto - Yuki Yokoi

09 fevereiro 2012

Rir é o melhor remédio

Ingressos para ver o time do coração: R$ 40,00

Vestido novo para formatura: r$ 180,00

DVD da banda favorita: R$ 35,00


----PORÉM...

Somar 4 páginas de contas patrimoniais na HP12C e ver no visor que o ATIVO fechou com o PASSIVO durante uma prova de contabilidade:

... I S S O N Ã O T E M P R E Ç O ! !

Autor: Wailen Antonio
Fonte: Vida de Contador

Aquisição

A Estácio adquiriu a Faculdade Seama por 21,72 milhões, informa a imprensa. A tabela ao lado apresenta as últimas transações de aquisição de faculdades no Brasil. O valor da Seama foi de R$7900 por aluno, aproximadamente, acima da média das aquisições anteriores.

Rir é o melhor remédio


Matemática e Moda. Mais aqui

Links


Executivos e Comandantes
PF indica 22 do PanAmericano

Executivos muito bem pagos e executivos subremunerados

A senha do presidente Assad (síria) era 12345

Itaú
Itau Unibanco e o maior lucro da história

Itau quer retirar Redecard do mercado

Quantitativo
Quants previram a vitória dos Patriots

A matemática do Sudoku 

Lazer
O que é mais interessante: ler um livro ou ficar com uma mulher? (foto)

O futebol do Canadá e a paixão pelo esporte


Arte
Encontrada uma cópia da Mona Lisa

Problemas na tradução dos títulos de filmes

Conceito de arte, segundo George Harrison

Comportamento
O efeito positivo dos impostos sobre o consumo do alcool

Traduzindo o jargão da academia

Excesso de confiança alimenta a confiança?

Dopamina


As pesquisas que atualmente estão sendo realizadas para tentar entender o mercado podem ser classificadas em dois tipos. Na primeira, procura-se analisar friamente os dados existentes, tentando descobrir, por exemplo, padrões de comportamento nas séries históricas. Esta abordagem é tradicional nos estudos sobre o mercado e envolvem um grande conjunto de dados em que serão aplicadas técnicas estatísticas.

Outro grupo tentar entender o que está por trás do mercado. Ou seja, o ser humano. Neste grupo, os pesquisadores eventualmente podem até usar os dados do mercado, mas o objetivo final é procurar verificar como a ação do homem influencia no comportamento do mercado. Existem três grandes subgrupos de pesquisas. No primeiro, o foco é o indivíduo específico e seu processo decisório. Boa parte dos achados de finanças comportamentais está neste grupo. Assim, a conclusão de que as pessoas sentem muito mais a perda do que o prazer do ganho, que conhecemos como aversão à perda, é uma situação típica de comportamento humano, que irá explicar certos movimentos do mercado.

Um segundo subgrupo de pesquisadores tem-se dedicado ao comportamento social. A preocupação é tentar verificar como as interações de grupos de pessoas afetam o mercado. Esta tendência das pessoas de seguirem o comportamento de um grupo irá refletir no chamado efeito manada. O desenvolvimento recente das redes sociais tem facilitado as pesquisas nesta área.

Podemos dizer que enquanto o primeiro subgrupo é “derivado” da psicologia, o segundo tem sua raiz na “sociologia”.

Um terceiro subgrupo, que é o objeto desta postagem, está mais interessado na parte física do comportamento. Aqui a preocupação é saber em que parte do cérebro uma decisão é tomada. As pesquisas são realizadas usando máquinas modernas que conseguem ver o que está ocorrendo dentro da cabeça das pessoas enquanto decisões são tomadas. Esta área tem sido denominada como neuroeconomia. Há tempos já se sabe, por exemplo, que a forma como as pessoas tomam decisões possuem um comportamento genético. O efeito do testosterona nos investidores já é conhecido (aqui, aqui e aqui). Acredita-se que os banqueiros tenham em grande quantidade um gene chamado AFL11 numa taxa de 84% deles, versus 2,7% da população.

Uma pesquisa mais recente avaliou os genes de 60 traders que trabalham em Wall Street. O objetivo era estudar o efeito da dopamina, um neurotransmissor do cérebro, responsável, entre outras coisas, pela dependência do jogo, sexo, álcool e outras drogas.

Pesquisas anteriores já apontavam para o efeito na dopamina no mercado acionário (aqui, aqui e aqui). Agora, dois pesquisadores Claremont Graduate University estudaram o efeito da dopamina na oferta pública inicial de ação. Este tipo de oferta é muito excitante e tende a aumentar a atividade da dopamina no cérebro. Mas sabemos também que em geral estas ofertas não são um bom investimento, tendo um retorno abaixo do esperado. Ou seja, liberar muita dopamina pode levar a péssimas decisões de investimento.

Os pesquisadores encontraram que os investidores de maior sucesso são aqueles que conseguem “controlar” a atividade da dopamina. Estes profissionais conseguem compensar o risco de uma oferta pública por uma visão de longo prazo graças a gene específico.

Talvez no futuro os traders devam fazer um exame completo na sua estrutura de genes para saber se conseguem controlar ou não sua dopamina.

Para ler mais: The Wall Street Gene, Jonah Lehrer, The Wall Street Journal, 4 fev 2012

Efeito Ramadã


(...)Outro alvo dos estudos neuroeconômicos é o dinheiro. Na teoria econômica tradicional hegemônica, ele não tem valor próprio, a não ser a possibilidade de adquirir bens. Mas o cérebro humano tem uma relação própria com o valor do dinheiro. "Ele é um valor que o cérebro usa como todos os outros valores: comida, sexo, brinquedos, sono, exercício", diz Angela Stanton, que organizou o volume "Neuroeconomics and the Firm", que investiga a relação entre o cérebro e o funcionamento das empresas. "Em outras palavras, o dinheiro é uma ferramenta do prazer", que ativa uma área do cérebro contida no mesencéfalo.

Os neuroeconomistas buscam entender as consequências desse tratamento do dinheiro. Ao descobrir que mesmo em pessoas com perfis muito diferentes o dinheiro acionava os mesmos mecanismos de busca e aversão ao risco, o laboratório de Paul Glimcher, em Nova York, tentou descobrir que tipo de relação uma pessoa manteria com o dinheiro quando estivesse com muita fome. "O mais interessante é que a fome faz com que as pessoas, por mais diferentes que sejam suas atitudes normalmente com relação ao risco, se tornem mais ou menos iguais. Elas convergem para uma aversão moderada ao risco", diz Glimcher. "Pensamos: isso deve ter implicações macroeconômicas! Precisamos encontrar algum mercado em que a variação do nível de fome seja variável para ver o que acontece."

"Um dos membros do laboratório é árabe", relata o pesquisador. "Foi ele quem sugeriu observar o que acontece com as bolsas dos países do Oriente Médio durante o Ramadã." No Ramadã, mês sagrado da religião muçulmana, os fiéis passam todo o dia, do amanhecer até o pôr do sol, sem comer. Ao se debruçar sobre os dados tirados das negociações no período, os neuroeconomistas se depararam com um fenômeno conhecido como "efeito Ramadã".

"De fato, nesse período, a variação dos preços nos mercados árabes quase desaparece. Os preços realmente variam muito pouco", diz Glimcher. "Nenhum dos investidores quer arriscar. Ninguém tinha sido capaz de explicar convincentemente por que isso acontece. Agora podemos dizer que a resposta está no hipotálamo, que regula as atitudes perante o risco", conta o neurocientista. E acrescenta: a partir dessa descoberta, vai ser possível desenvolver um modelo econômico que leve em consideração a fome dos agentes na hora de investir.
Fonte: Valor

Intangíveis

Artigo interessante, mas tenho alguns senões:


O advento da Lei 11.638, no fim de 2007, e a convergência aos padrões contábeis internacionais (IFRS, na sigla em inglês) aproximaram a contabilidade brasileira da realidade econômica das companhias. No entanto, os balanços feitos nos novos moldes ainda têm pouca utilidade (1) para a tomada de decisões empresariais. Dentre as inúmeras razões para isso, merece destaque o não reconhecimento de ativos intangíveis. Mesmo quando são alguns dos bens mais valiosos das organizações, eles podem permanecer ocultos e adormecidos. Isso porque alguns dos ativos intangíveis mais relevantes, como marcas, patentes, logística de distribuição de produtos, fórmulas e capital intelectual, dentre outros, não podem ter seus valores efetivamente registrados nos demonstrativos contábeis. (2)


Não faltam exemplos de negócios que, da noite para o dia, mudaram substancialmente de valor, em função da omissão anterior de ativos intangíveis. Em 3 de novembro de 2011, a fabricante de bebidas Schincariol tinha R$ 4,46 bilhões em ativos físicos registrados em seu balanço. Porém, em 2011, a cervejaria japonesa Kirin calculou que seria de R$ 8,73 bilhões o valor total da empresa, pela qual desembolsou R$ 6,3 bilhões (descontando a dívida da brasileira). Essa diferença entre os números registrados no balanço e o valor pago se deve, sobretudo, à consideração de valores intangíveis não computados pelos demonstrativos financeiros.


Algumas correntes contrárias ao reconhecimento do ativo intangível entendem que sua avaliação depende de julgamentos influenciáveis pelos interesses envolvidos. Eventualmente, os administradores poderiam abandonar o conservadorismo, um princípio básico da contabilidade (3), para dourar a situação patrimonial da companhia. Não por acaso, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) proíbe essa prática. Tal vedação, contudo, não deixa de ser contraditória, pois esse mesmo tipo de julgamento profissional é permitido em outra circunstância (4): no cálculo do ágio por expectativa de rentabilidade futura presente no CPC 01 (redução do valor recuperável de ativos) e no CPC 15 (combinação de negócios).


Uma alternativa discutida no mundo acadêmico seria tratar os ativos intangíveis como pró–forma. Do ponto de vista societário, a publicação dessa estimativa também poderia reduzir significativamente os conflitos entre acionistas minoritários e controladores em operações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), por exemplo (5). Nessas situações, é comum minoritários pedirem avaliações adicionais da empresa, por acreditarem que o valor da proposta esteja abaixo do considerado justo.


Nem a Receita Federal trata, de modo apropriado, o valor dos ativos intangíveis. A operação de venda de uma companhia é tributada em 34% como simples ganho de capital, desconsiderando–se os intangíveis que deveriam ser contabilizados no valor patrimonial da empresa vendida. Nesse sentido, o empresário perde duplamente: no dia a dia, pela falta de transparência contábil; e, posteriormente, quando percebe os efeitos de um ativo valioso sendo tributado de modo injusto. s novas diretrizes e normas contábeis, calcadas na primazia da "essência sobre a forma", tornaram o trabalho dos contadores um pesadelo. Antes verdadeiros guardiões do Fisco, agora eles têm a dura missão de entender e investigar a natureza das operações da companhia, mesmo que a realidade do bem mais valioso de uma empresa não seja traduzida de forma eficaz.

Pérola oculta - Revista Capital Aberto - 8 fev 2012 - Fernando Cabral

(1) Não é verdade. Sabemos que é usado.
(2) Podem, em certas situações.
(3) Já não é mais. Vide a nova CPC 00.
(4) Contradiz o texto anterior, conforme observação (2)
(5) Tenho dúvidas. Observe que isto não adianta nada se não tiver acesso aos pressupostos da avaliação.

Arte em Folha



Arte na natureza

08 fevereiro 2012

Rir é o melhor remédio

Aula de Arte, adaptado daqui

Risco

No recém-lançado relatório anual do Credit Suisse Global Investment Returns Yearbook 2012 (via aqui) o gráfico acima mostra o apetite pelo risco e os eventos mundiais, desde 1981 (clique na imagem para ver melhor). Nos últimos meses o rebaixamento das notas de países europeus aumentou a aversão ao risco, atingindo um ponto mínimo que no período tem níveis precedentes com a crise do default do México no início da década de oitenta, o estouro da bolha no início do século e o default do Lehman. 

Tamanho do Balanço

Geralmente o tamanho do ativo de uma empresa não é destaque. Mas o caso do Banco Central da Europa é. Veja trecho da notícia a seguir:

O balanço patrimonial do Eurosystem (que inclui o Banco Central Europeu e os bancos centrais dos 17 países da zona do euro) encolheu pela segunda semana seguida, na semana encerrada em 3 de fevereiro, com a diminuição dos empréstimos para instituições financeiras. (...)


O BCE tem sido criticado, por um lado, por ampliar o volume de seu balanço patrimonial e, assim, abrir caminho para potenciais riscos relacionados a obrigações maiores. Por outro lado, o BCE também tem sido criticado por não assumir um papel maior no combate à crise da zona do euro, o que aumentaria ainda mais seu balanço. (...)


Fonte da Foto, aqui

Contador


O texto abaixo reflete o otimismo exarcebado do atual presidente do CRC-SP,Luiz Fernando Nóbrega, em relação a questões contábeis. Primeiro,antes de criticar a carga tributária que está em voga neste país, é necessário entender que, nos últimos anos , a sociedade brasileira demandou do governo federal mais gastos sociais que investimento público. Destarte, convivemos com alta carga tributária, baixo nível de desemprego, inflação elevada, pouco investimento público e crescimento dos gastos com transferência de renda (Bolsa Família, INSS, salário mínimo, abono salarial, seguro-desemprego etc). Este limita a diminuição substancial da carga de tributos. Em outras palavras, não há "espaço" fiscal para a redução dos tributos. Outrossim, é evidente que os serviços públicos prestados estão aquém do desejado. Quanto à burocracia deste sistema, é latente a necessidade de reformas.
Ademais, não creio que o Brasil esteja "entre os países mais avançados no setor de contabilidade", haja vista que nossa educação contábil é pífia; os profisionais não têm capacidade de editar os padrões contábeis; o contador é visto apenas como "bookkeeper", entre outros fatores já conhecidos pelos nobres leitores.

Além disso, o Brasil não é um dos líderes do processo de convergência contábil, pois não temos "voz" nas discussões contábeis nos organismos internacionais (IASB, FASB etc.). Acredito que isso seja válido para toda a América Latina. Em relação à consolidação das normas internacionais, na esfera privada o processo está avançando de forma tempestiva, no entanto, na pública ainda existem diversos entraves a serem solucionados.
Na reportagem,o foco do presidente do CRC-SP é a relação entre a profissão contábil e suas atribuições tributárias. Sabemos que o contador pode e deve exercer outras funções , não obstante, os próprios profissionais contábeis não enxergam que há várias alternativas de atuação, além da contabilidade societária e fiscal, como:consultoria, auditoria, perícia,controller, magistério, controle interno, contador internacional etc. Portanto, o conhecimento contábil é eclético.

Leia a matéria do DCI/SP:


São Paulo – 2012 promete ser um ano de mudanças dentro do setor de contabilidade. De acordo com Luiz Fernando Nóbrega, presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRC), o segmento contábil caminha à frente do de outros países da América no que diz respeito a organização e ferramentas de pagamento, e o que falta para o setor deslanchar é a contra partida do governo federal no que diz respeito a carga tributária e simplificação dos trâmites legais.

“Não há dúvida de que estamos entre os países mais avançados no setor de contabilidade. O que esperamos agora é que se desenvolva um processo mais fácil e menos burocrático, para que o contador tenha mais tempo para analisar separadamente cada ação, e agir melhor”, afirmou o executivo.

De acordo com Nóbrega o papel do contador no Brasil está um pouco distorcido. “Hoje o contador não trabalha para o cliente mas para o governo”, disse ele, e continuou: “Uma desburocratização por parte do governo eliminaria uma série de informações redundantes que são constantemente enviadas”.

A expectativa do executivo é de que este ano o setor cresça a cima do crescimento médio da economia – por volta de 5% – e o que puxará o segmento é a força do meio contábil, que se faz cada vez mais necessário. “A profissão contábil adentra 2012 com uma expectativa ainda maior do que a de 2011.Estamos sendo cada vez mais reconhecidos pela sociedade com um papel de destaque no auxílio efetivo aos nossos clientes. As normas internacionais estão se consolidando tanto na área privada quanto na pública”, diz.

E com a desburocratização também será importante para valorizar o profissional da área. “Quando o governo perceber que há uma necessidade de rever formas de tributação, nós mudaremos toda a cultura do segmento”, assevera Nóbrega, e explica: “Feito isso, o profissional irá escrever mais, pensar mais, e as tributações serão mais justas, e o crescimento será latente, teremos escritórios que contratarão ainda mais, universidades formarão ainda mais e empresas perceberão a necessidade de profissionalizar este setor”, disse.

De acordo com executivo um dos passos caminhados ano passado pelo mercado contabilista brasileiro, que resultará num cenário positivo para o setor, é o destaque do País na adequação de leis internacionais de tributação. “O Brasil se tornou um dos líderes mundiais do processo de convergência das normas contábeis, no ano passado.”

Exemplo disso, explicou Nóbrega, foi a criação de um grupo do setor que representa a América Latina, e dá voz ao Brasil e países vizinhos sobre o setor. “Criamos ano passado o Grupo Latino-americano de Emisores de Normas de Información Financiera (Glenif), presidido por um brasileiro, Juarez Domingues Carneiro, que também é presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), dando voz efetiva aos países latinos dentro do International Accounting Standards Board (Iasb). Esta conquista permitirá uma transposição interna muito melhor para as normais internacionai, haja vista nossa interferência no processo de elaboração destas.”

Nóbrega afirmou ainda que o encaminhamento desta postura internacional resultará em promoção do profissional e da sociedade com relação ao setor. Ele explica ainda que para este ano, as mudanças pleiteadas pelo CRC estão em âmbito nacional são as mesmas feitas há algum tempo. “Nosso pleito acaba se tornando um clichê, mas esperamos uma redução e simplificação da carga tributária, além de uma desburocratização dos processos de constituição e licenciamento das empresas.”

“Isso se traduz, para nós, profissionais da contabilidade, em uma economia de tempo valiosa que nos permitirá atuar em áreas mais nobres para os nossos clientes, áreas estas que possam gerar um maior valor com nossos serviços”, analisa.

Mudanças

O executivo explica que há uma movimentação conjunta entre associações, empresas e contadores para pressionar o governo e mudar a realidade tributária do brasil. “É uma ação conjunta com pressão por parte dos órgãos que representam o setor, além de empresas que buscam melhorias.”

Um dos meios usados para isso, explica, é a Internet. “Já derrubamos algumas barreiras, mas ainda há muito que conquistar nesse meio ainda”, disse.

“Falamos de um futuro ainda mais promissor, de um setor que não cresce mais em razão de impasses do governo, então, percebemos cada vez mais a ciência do contador com relação a isso, e a busca por melhorias”, disse.

“Damos assistência a todos os setores da economia, crescemos junto com todos eles”, afirmou Nóbrega, que acrescentou: “Para crescermos acima da média, precisamos otimizar o trabalho do contador, precisamos que ele gaste mais tempo descrevendo, por escrito, a realidade de cada negócio, e assim a tributação será mais justa”, afirmou.

Solução requer paciência

Para driblar os problemas e manter o ritmo de crescimento a solução, de acordo com Nóbrega, está em um trabalho “de formiguinha”, em conjunto com todos os públicos. “Não podemos esperar uma mudança brusca de última hora. Não funciona assim”, disse.

O executivo afirma que o setor contábil no Brasil ainda pensa com uma cabeça às vezes antiquada com relação a tributação. “Não é possível, muitas vezes, usar a mesma base de comparação para todos os impostos, há casos que precisam ser pensados e analisados separadamente.”

A mudança, gradual, que já teve início, não tem prazo para ser resolvida, mas nem tudo está perdido. “O mercado está otimista, o Brasil já tem voz ativa nos padrões mundiais do setor, e é uma questão de tempo para que as coisas se resolvam. Precisamos apenas manter o ritmo e o empenho”, diz.

O cenário se mostra tão positivo que novas áreas começam a surgir dentro da contabilidade. “Temos informações de novas categorias dentro da contabilidade, contratação de profissionais focados em análise, coisa que nunca existiu e abre um leque de opções para o emprego no setor.”

07 fevereiro 2012

Vestibular UnB 01/2012

O resultado do vestibular da Universidade de Brasília saiu hoje. Assim como relatamos no resultado do PAS, a maioria é composta por... isso mesmo! Mulheres! \o/ De 69 aprovados, 37 são representantes da força feminina.

Vi que alguns candidatos já estavam na lista de aprovação do PAS, como a Naína Barbosa, irmã do mestre - e super leitor do blog - Glauber Barbosa. Dupla aprovação! Que belo!

Felicitações aos novos alunos. Que seja uma caminhada formidável e gratificante!


Rir é o melhor remédio




O segredo da beleza de Gwyneth Paltrow, Aniston e Madonna

Links


Bancos
As mudanças no sistema financeiro ao longo do tempo

HSBC é o banco mais valioso do mundo

Bradesco e Itau entre os 20 mais valiosos

Uma estranha nota explicativa do Morgan Stanley. Aqui a parte dois

Fraudes
Ex-executos do Pan Americano querem receber direitos trabalhistas

Eletrobrás aperta o cerco contra inadimplentes

Fraude do Azeite de Oliva (dica de Alexandre Alcantara)

Mercado
Transações de alta-frequência possuem intervenção humana

Comparando a lucratividade entre a Apple e a Amazon

Executivos e Recursos Humanos
Zuckerberg irá controlar o Facebook com menos de 10% do capital social

A dificuldade de recrutar mão de obra no Brasil: língua inglesa

Consultores sobre Remuneração de Executivos

Lei e Ordem
TJ DF gasta cinco vezes mais que o Supremo

Dobb-Frank em gráfico

Propagandas
Cuecas da Década de 70 (foto)

Comerciais do SuperBowl

Qual o valor do Facebook?

A emissão de ações por parte da empresa Facebook gerou uma discussão interessante sobre o real valor desta empresa. Esta postagem irá concentrar em dois textos recentes.

O primeiro foi publicado no Wall Street Journal e associa o investimento no Facebook ao paradoxo de São Petersburgo. Este paradoxo consiste num jogo, denominado de Loteria de São Petersburgo, e foi proposto por Nicolas Bernoulli.

O jogo é o seguinte: dois apostadores, Marcos e Lucas, jogam um “cara ou coroa” com as seguintes regras: a) se sair cara, o jogo acaba; b) se cara sair na primeira jogada, Marcos irá pagar duas moedas; caso só saia na segunda jogada (após uma cora na primeira), Marcos paga quatro moedas; se cara sair na terceira rodada, Marcos irá pagar oito moedas. A segunda regra do jogo pode ser resumida da seguinte forma: se a primeira cara sair na jogada “n”, Lucas irá receber dois elevado a “n” de moedas. (Antes de prosseguir uma observação: existem diferentes versões para o paradoxo; estamos usando aqui a versão mais interessante em termos do assunto que estamos tratando.)

A questão é: quanto você pagaria para ter o privilégio de jogar a Loteria de São Petersburgo? A solução do paradoxo é feita através do valor esperado. Existe 50% de chance de sair coroa no primeiro lançamento e ganhar duas moedas; as chances de saírem duas coroas seguidas é de ¼; três coroas é de 1/8 e assim por diante. Pode-se calcular o valor esperado dos ganhos da seguinte forma:

Valor Esperado = (1/2) x 2 + (1/4) x 4 + (1/8) x 8 + ...

Isto é matemática do ensino médio e o valor obtido é infinito. Ou seja, em situações de recursos ilimitados e tentativas ilimitadas, o valor que Lucas poderia pagar para entrar no jogo seria infinito. Este resultado é surpreendente e pesquisas práticas http://plato.stanford.edu/archives/fall2004/entries/paradox-stpetersburg/ mostram que dificilmente uma pessoa pagaria mais do que 25 moedas para entrar neste jogo.

Em Facebook and the St. Petersburg Paradox, Jason Zweig sugere que uma ação como a do Facebook parece com a loteria de São Petersburgo. Se esta suposição estiver correta, o valor justo da ação seria infinito. Um correto diria: compre.

Entretanto, é difícil acreditar nisto. Atualmente o Facebook possui 845 milhões de pessoas como usuários, segundo informa Zweig. Acreditar na aplicabilidade do paradoxo neste caso seria confiar que este número continuaria a aumentar. Mas provavelmente teremos aqui uma limitação, condicionada pelo número de pessoas e empresas existentes no nosso planeta. Assim, apesar da ideia ser tentadora, é difícil de acreditar que teríamos uma situação como esta.

Uma análise mais tradicional é realizada por Henry Blodget em Well, Now We Know what Facebook´s worth – and it´s not $100 billion. Usando a receita de 4 bilhões e o lucro de quase 1 bilhão, Blodget calcula o valor da empresa usando múltiplos. E o valor encontrado é bem inferior aos 100 bilhões que alguns estão estimando.

Com um lucro de 1 bilhão pode-se calcular o valor do Facebook usando o índice Preço/Lucro. Este índice mostra a relação entre o lucro por ação e o preço da ação no mercado. Corresponde ao número de anos que o investidor deve esperar para receber de volta o total investido na empresa. Mas o P/L, como é conhecido, também pode ser usado para estimar o valor da empresa. Aqui usamos os valores já conhecidos de empresas que já estão no mercado. Por exemplo, a Google tem um P/L de 20 vezes. Se o Facebook atingir este valor isto significa dizer que seu preço no mercado seria de 20 bilhões. A Apple possui um P/L de 13; usando isto como parâmetro, o valor do Facebook seria de 13 bilhões. O problema de usar estes dois parâmetros é que o Facebook está crescendo mais rápido que estas duas empresas. Mas se usarmos um P/L de 50, o Facebook estaria avaliado em 50 bilhões.

Um problema do P/L é exatamente o fato de que a empresa está em crescimento rápido. Assim, o lucro de 1 bilhão reflete a realidade de 2011, não de 2012. Talvez os investidores considere mais plausível que o valor seja o lucro mais recente. Usando um lucro estimado para este ano de 2 bilhões e um P/L de 20, o valor do Facebook seria 40 bilhões.

Outra possibilidade é usar a receita como parâmetro. A Apple possui um valor de mercado de três vezes sua receita; o Google seria de cinco vezes; e o LinkedIn corresponde a 16 vezes. Se considerar um múltiplo da receita de 10 vezes para o Facebook, isto significa que o valor da empresa seria de 40 bilhões.
Observe que em todos os casos, dificilmente é possível encontrar um valor de $100 bilhões para o Facebook. Mas nada impede que o mercado precifique as ações desta empresa por este valor. Como sabemos, o mercado é muitas vezes irracional e geralmente o preço inicial de uma oferta de ações é superestimado. A conferir.

CADE e Auditorias

O Valor Econômico (via aqui) informa que a BDO esteve no CADE solicitando providências para evitar que as Big Four concentrem ainda mais o setor de auditoria.

Os problemas da BDO tiveram início há pouco menos de um ano, quando quase toda a equipe de auditores da Trevisan foi contratada pela KPMG. A empresa tinha 800 pessoas e hoje está com 200.

O objetivo é obrigar a KPMG a vender os ativos adquiridos da Trevisan, desfazendo o negócio.

O caso é considerado inédito no Cade, onde jamais uma firma de auditoria havia reclamado contra aquisições de equipes de pessoal por suas concorrentes. O órgão antitruste entrou em contato com a Office of Fair Trading (OFT) – uma agência britânica que regula a competição – para obter informações a respeito da atuação das “big four” (quatro grandes) naquele país. Fundamentalmente, o Cade quer verificar como as empresas que despontam como quintas colocadas têm equipes adquiridas por uma das quatro grandes no Reino Unido e em outros países.


Os conselheiros também querem responder a pelo menos duas grandes questões antes de decidir. A primeira é se o fato de a BDO ter informado que não encontra uma parceira no Brasil, como a Trevisan, pode ser interpretado como um efeito anticompetitivo no mercado local. Eles querem verificar se não existem condições para uma quinta competidora no Brasil.


A outra questão é que o caso envolve a compra de ativos intangíveis. “Não estamos falando de plantas industriais ou marcas, mas de capital intelectual”, admitiu um conselheiro. “Eu não me lembro de um caso semelhante no Brasil”, completou. Deloitte, PricewaterhouseCoppers e Ernst & Young Terco preferiram não comentar o assunto.

Mercado de Carbono

Um mercado de créditos de carbono realmente eficiente poderia diminuir em mais de 75% a perda de biodiversidade nas florestas tropicais. É o que mostra um estudo divulgado na última edição da revista Nature Climate Change. (...)

Mas o biólogo brasileiro José Maria Cardoso da Silva, vice-presidente global da Conservação Internacional, diz que o mercado ainda está muito imaturo. "Esbarramos em um duplo problema", explica. Em primeiro lugar, um mercado exige um arcabouço legal e institucional que dê segurança aos investidores. "Na maioria dos lugares, isso ainda não existe ainda", pondera Silva.

No Brasil, embora alguns Estados contem com boa legislação de compensação por serviços ambientais, falta uma estrutura legal federal - o que gera insegurança e desestimula investimentos.



Fonte: Estado de S Paulo, 6 de fevereiro de 2012


Mais sobre o assunto aqui

06 fevereiro 2012

Rir é o melhor remédio







Palavras e Criatividade: camisinha, homem aranha, lua, tsunami, elevador, ideia, comédia e drama.

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Internet
Gráfico: do Netscape ao Facebook

Facebook oficializa a oferta

Tumblr quer abrir escritório no Brasil

Auditoria
Comitê de auditoria tem baixa adesão

Inglaterra: Deloitte investigada

Olympus e auditores 

Avaliação 
Metodologia para preço de endereço na Web

Curso com Damodaran

Fama e French: os retornos das ações são normalmente distribuídos?

Academia
Humor é assunto sério

Um exemplo de viés na academia

Um dos melhores MBAs do mundo e de graça

Qual a profissão possui pessoas mais espertas?

Jornalismo
Jornalismo econômico e celebridade 

Messi na capa da Time; mas não para os EUA

Compra por Impulso

A compra por impulso chama a atenção dos pesquisadores de marketing e de finanças pessoais por sua influência. Para as finanças comportamentais, a compra por impulso tem o interesse da aparente irracionalidade.

Os dados chamam a atenção para sua relevância: alguns estudos já mostraram que a grande maioria dos consumidores compra, ou já compraram, por impulso; em outros, mais de 60% das compras em supermercados foram classificadas como sendo “por impulso”.

Uma pesquisa realizada com consumidores da Paraíba tentou compreender a relação entre os valores humanos e este tipo de consumo. Os participantes do estudo eram jovens universitários, com renda familiar elevada e morando com sua família. O resultado mostra que as características do consumidor, como sua renda, idade e sexo, ajudam a explicar o comportamento impulsivo na compra. Assim, os mais riscos, mais jovens e as mulheres compram mais por impulso, a pesquisa mostrou. Além disto, a frequência de visita ao centro de compras e o uso de cartão de crédito também influenciam no consumo.

Leia Mais em Comprou sem Querer? Entenda o Porque!. Samuel Lins e Rita de Cássia Pereira, RBGN, Fecap, 2011

É difícil deixar de elogiar a criatividade no título do artigo.

Bolsa Brasileira de Mercadorias


Com problemas nos sistemas de informática e dificuldade de emplacar novos produtos, a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), instituição sem fins lucrativos controlada pela BM&FBovespa, enfrenta uma rebelião de parte de suas corretoras associadas. Os problemas, que se arrastam há pelo menos três anos, se agravaram desde que a bolsa colocou no ar um novo sistema para intermediar licitações públicas.


A BBM nasceu da fusão de sete bolsas regionais, com o objetivo original de integrar as bolsas de mercados físicos e a de futuros, via BM&F. Posteriormente, passou a oferecer uma plataforma para mediar pregões eletrônicos para órgãos públicos.

Embora atue com quatro principais linhas de negócio, hoje apenas a intermediação de leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) efetivamente gera receita para a bolsa. Para fechar as contas, a instituição depende também da taxa cobrada dos quase 250 associados.

O volume negociado na BBM em 2011 registrou queda de 12,4% em relação ao ano anterior e somou R$ 6,1 bilhões. Embora apresente o maior giro, o registro de contratos de balcão rende poucos emolumentos para a bolsa. No caso específico das licitações, foco dos problemas recentes, o valor movimentado na plataforma da BBM foi de R$ 179 milhões no ano passado, uma redução de 25%, de acordo com dados da própria instituição.

Com a promessa de modernizar os sistemas e trazer mais receitas para as corretoras, a bolsa gastou pouco mais de R$ 8 milhões desde 2008 com investimentos em processamento de dados, de acordo com demonstrativos obtidos pelo Valor. Em 2010, apenas essa despesa representou quase 30% da receita líquida da instituição.

Lançado há pouco mais de um ano, o novo sistema tem apresentado problemas constantes, conforme o relato de duas corretoras e um usuário do sistema, que pediram para não ser identificados. Uma terceira corretora confirmou o caso, mas preferiu não falar com a reportagem. Segundo as fontes, a dificuldade com a operação tem levado os órgãos que promovem licitações a migrar para outras plataformas que oferecem serviços semelhantes.

Questionada, a BBM não informou os gastos com o sistema nem as receitas geradas pelo negócio de licitações. A instituição se pronunciou apenas por nota, na qual confirmou que a plataforma apresentou instabilidades que se concentraram entre julho e agosto de 2011. “Depois disso, medidas preventivas adicionais foram tomadas com o objetivo de evitar a recorrência de instabilidades, e a plataforma está operando dentro da normalidade”, afirma.

O estopim dos desentendimentos entre bolsa e corretoras vem de antes dos problemas de informática e teve início em 2008, a partir de mudanças na forma de cobrança pelos serviços. Até então, a bolsa recebia uma taxa equivalente a 1,5% ao valor da licitação – semelhante aos leilões da Conab -, cuja receita era dividida entre a corretora que vencia a disputa e a que trouxe o órgão público para realizar o pregão no sistema da BBM.

Após questionamentos de participantes e problemas de inadimplência, a bolsa decidiu cobrar apenas uma taxa fixa de uso e abriu o sistema para que qualquer interessado pudesse participar dos leilões, sem a necessidade de interferência de uma corretora.

Várias delas não se adaptaram aos novos tempos. Estima-se que quase metade das associadas da BBM hoje estejam inativas. E todos os associados que não geram negócios para a bolsa – menos a BM&FBovespa – são obrigados a pagar a taxa de contribuição em dobro. As divergências levaram a corretora paranaense Pregnet a constituir uma nova bolsa e a entrar com uma ação judicial contra a BBM e a BM&FBovespa. Procurada, a Pregnet confirmou o processo, mas disse que não comentaria o assunto.

As demais corretoras sobreviventes passaram a atuar em outros portais que oferecem pregões eletrônicos. Trata-se de um mercado com grande espaço para crescimento, uma vez que a maior parte das prefeituras e órgãos públicos ainda realiza licitações da maneira tradicional. A maior visibilidade e acesso a competidores proporcionados pelos sistemas reduzem a probabilidade de fraudes nas licitações e costumam se traduzir em economia para os cofres públicos.

Como ainda detêm títulos da BBM, as corretoras são as maiores interessadas na recuperação da bolsa. O investimento em um novo sistema de licitações foi apresentado como uma forma de reagir ao crescimento recente de portais concorrentes. Mas até o momento a iniciativa não surtiu o efeito desejado. O software, que teria sido desenvolvido por uma empresa ligada à BM&FBovespa, apresenta lentidão na atualização dos lances dos leilões e costuma sair do ar, conforme o relato de usuários.

Para reduzir a dependência das corretoras a uma única linha de negócio, a bolsa criou novos produtos nos últimos anos, mas que até o momento “não pegaram”. É o caso dos leilões de produtos físicos, como feijão e carne bovina, que registraram volume de R$ 2,8 milhões, em apenas 71 operações, durante todo o ano passado.

Outra alternativa para os associados seria a atuação em outros mercados, como os leilões da Conab, que efetivamente apresentam volume e negócios. As corretoras alegam, porém, que esses são mercados cativos e, portanto, de difícil entrada.

Fonte: Vinícius Pinheiro, Valor Economico

05 fevereiro 2012

NASA

Muita coisa pode dar errado em uma missão espacial, e alguns erros podem acabar transformando uma fortuna em prejuízo. Segundo o Gizmodo, Há alguns anos, um foguete da NASA passou por um probleminha aparentemente tolo, mas que poderia custar 100 milhões de dólares (174 milhões de reais) aos cofres da agência. Uma solução criativa, no entanto, acabou resolvendo o caso pelo preço de um almoço popular.

Tudo começou em meados de 2009, na fase final de construção do foguete Ares I. Concebido pela NASA como parte do projeto Constellation (cancelado pelo governo dos EUA no ano passado como corte no orçamento), cuja função era criar uma nova geração de naves espaciais, o foguete estava passando por ajustes nos controles internos.

Quando boa parte do projeto do Ares I já estava em desenvolvimento, os cientistas descobriram uma falha que poderia colocar tudo por água abaixo. Eles notaram que, devido ao desenho do foguete e às alterações físicas na máquina durante um lançamento, a vibração da cabine dos astronautas seria tão grande que eles não poderiam ler o que estivesse escrito em qualquer tela digital da cápsula.
Obviamente, não poderia haver missão se eles não pudessem ler nada.

A solução pensada, então, foi dar um jeito de fazer os astronautas vibrarem na mesma frequência da cabine. Algo como tornar os astronautas uma parte colada à cabine, vibrando com ela, de modo que os olhos poderiam acompanhar a vibração da tela. O problema é que, com a tecnologia disponível, mesmo a mais precisa das aproximações de vibração entre foguete e tripulação ainda seria imperfeita. O conteúdo da tela continuaria tão ilegível quanto antes.

Quando o desespero já tomava conta dos engenheiros e demais cientistas, surgiu uma ideia: ao invés de tentar ajustar a vibração no ambiente (no caso, a cabine), por que não ajustar a vibração na própria tela? Para isso, bastou um projetor de luz estroboscópica, aquela luz piscante que se usa em boates. Como a luz pisca em determinada frequência, acendendo e apagando, permite ver em poses estáticas e contínuas um objeto que na verdade está em movimento.

Esse foi o segredo: isolar cada momento de leitura da tela como um flash visual. Um projetor como esse é escandalosamente mais barato do que um novo sistema anti vibração de foguetes: de fato, custa não mais do que cinco dólares (o equivalente atual a R$ 8,70). Depois disso, bastou usar um acelerômetro (equipamento que faz exatamente o que diz o nome) para regular a vibração da luz estroboscópica com a do foguete, e, pronto, caso resolvido.

A tecnologia já foi aprimorada depois disso, e atualmente os problemas quanto à vibração em foguetes foram praticamente extintos. É uma pena que o projeto Constellation e o lançamento do Ares I tenham sido temporariamente suspensos devido ao corte de verba do governo dos EUA, mas a lição fica para todas as iniciativas espaciais que ainda virão.

Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio


A oferta de ações do Facebook. Fonte: Aqui

Fotografias





Prêmio Sony de Fotografia. Mais aqui

Explicação

Bradesco e Santander divulgaram seus balanços na terça-feira 31 e, apesar de avançarem, os resultados decepcionaram os investidores. O Bradesco lucrou R$ 11,03 bilhões, alta de 10% em relação a 2010. Já o Santander lucrou R$ 7,75 bilhões pelo padrão contábil internacional IFRS, alta de 5,1% ante 2010. Os números vieram abaixo do previsto e o culpado foi o aumento de custos.

Fonte: Isto É Dinheiro.

É sempre muito difícil entender o comportamento do mercado. Obviamente que a explicação da revista é uma tentativa. Outra explicação: o ataque dos hackers mostrando a vulnerabilidade dos sistemas das instituições financeiras.

Basileia III

O presidente do Banco Itaú, Roberto Setubal, acredita que o Brasil também precisaria fazer ajuste no acordo de Basileia 3, a exemplo da demanda de países como a Índia e o México no Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, em inglês), espécie de xerife das finanças mundiais.

“Todos os países têm suas peculiaridades e temos uma situação que está sendo discutida também que é a dos créditos fiscais, com peso maior no Basileia 3”, afirmou. “O Brasil, em função do tratamento fiscal que é dado às provisões para devedores duvidosos, acaba criando um crédito fiscal maior.”

Setubal explicou que o crédito fiscal não é dedutível para fins de imposto de renda no momento em que se constitui a provisão. Só é dedutível quando a perda se caracteriza de fato, e acaba criando um crédito fiscal nesse período em que a cobrança foi feita sem sucesso. O acordo de Basileia 3 impõe limite para utilização do crédito fiscal e afeta diretamente o capital próprio do banco.

Para o presidente do Itaú, “pode ser feita uma combinação de alguma flexibilização no Brasil com flexibilização externa, no FSB”. Oficialmente, por sua vez, o Banco Central (BC) brasileiro tem insistido que implementará rigorosamente o Basileia 3.

Em Davos, o presidente do FSB, Mark Carney, que é também presidente do BC do Canadá, confirmou ao Valor que a entidade vai examinar potenciais consequências de Basileia 3 para economias emergentes, insistindo que não se trata de flexibilizar regras e sim de, eventualmente, fazer “ajustes menores”.

Ele deu dois exemplos. A demanda do México sobre subsidiárias de bancos estrangeiros, para evitar assimetria, avaliando a sugestão para que a regulação estipule que a exigência de capital adicional possa ser constituído e mantido por cada entidade legal que forma o banco internacionalmente. Assim, o capital adicional contribuído por uma subsidiária na América Latina estaria disponível para ela absorver perdas potenciais.

Já na Índia, a dificuldade é com o novo padrão de alavancagem, ou limite máximo de endividamento dos bancos. A Índia impõe que os ativos das instituições financeiras sejam compostos de 25% de títulos públicos, o que na prática aumenta o tamanho do balanço dos bancos.

Fonte: Assis Moreira, Valor Economico

04 fevereiro 2012

Rir é o melhor remédio

Bolha Imobiliária


Segundo os dados da Fipe-Zap o valor de venda do imóvel no Brasil nos últimos doze meses cresceu 25,5%. Este crescimento não foi uniforme entre as diferentes capitais, já quem em Recife o preço de venda aumentou em 34,2%, enquanto em Salvador o crescimento foi só de 7,5%. Em 36 meses, o imóvel para venda no Rio de Janeiro aumentou em 128,8%, o que representa um aumento anual de 32%. 

Somente para fins de comparação, em doze meses a inflação, medida pelo IPCA, foi de 5,6%. Isto significa dizer que o preço real dos imóveis cresceu em 18,8%. 

Debate: O fim do FED


O debate sobre o fim do Banco Central americano (o Fed) vem crescentemente ganhando tração, e ainda bem. Porém, assim como vários debates políticos, este é mais um debate que sequer deveria ser necessário. Tampouco deveria ser algo tido como controverso. Isso porque, se você parar para pensar a respeito, a simples ideia de existir um banco central em uma economia não faz absolutamente nenhum sentido.

Não existe hoje, graças aos céus, um repositório central — gerido pelo governo — para planejar e administrar a distribuição de sapatos. O mercado cuida desta tarefa com perfeição. Não há escassez de nenhum tamanho ou tipo de sapato. Da mesma maneira, não há nenhuma agência responsável por planejar e administrar a produção e a distribuição de alfaces, de teclados ou de cortinas. De alguma maneira, todos nós conseguimos obter livros, roupas, serviços de limpeza e tudo o mais de que necessitamos e desejamos sem que nenhuma agência de planejamento central administre a quantidade disponível destes itens e serviços, especifique os preços dos produtos e socorra as empresas quando elas se expandirem mais do que deveriam e se tornarem insolúveis.

Por que então a realidade deveria ser distinta para o dinheiro e para o setor bancário? O dinheiro é uma mercadoria. O setor bancário é um empreendimento como qualquer outro. Nenhum deles é criação do estado. Ambos surgiram no mercado e assim deveriam ter permanecido, pois somente assim a qualidade do produto poderia estar constantemente sujeita à disciplina imposta pelo mercado. Em uma economia de mercado, as coisas funcionam por si sós, sem a necessidade de nenhuma supervisão de um comitê central. Há demanda e há oferta para satisfazer esta demanda. Empreendedores atentos descobrem oportunidades de lucro no mercado e se apresentam para fazer com que haja oferta para satisfazer uma determinada demanda.

03 fevereiro 2012

Pesquisa: Rapidinhas


DINHEIRO DÁ ÁGUA NA BOCA
Voluntários foram expostos a fotos de itens variados (entre eles, dinheiro) enquanto mantinham tufos de algodão na boca. Cientistas da Universidade Northwestern pesaram esse algodão e constataram que quem tinha visto imagens de dinheiro salivaram mais. Isso acontece porque pensar em bens materiais afeta o mesmo sistema do cérebro que é ativado pela comida.

GENTE BOAZINHA DANÇA MELHOR
Em um estudante da Universidade de Göttingen, 53 mulheres foram chamadas para dar notas ao desempenho de 48 homens que, depois de passarem por testes de personalidade, foram gravados dançando. Os passos que mais agradaram foram os dos participantes que tinham sido avaliados como mais gentis e amáveis.

NÃO FAÇA SEXOS COM CRIATURAS DO FUTURO
Pesquisadores franceses avisam: se um dia for viajar no tempo, tome cuidado. Eles reanimaram camarões que haviam sido congelados em 1985, 1996 e 2007 e os colocaram para cruzar entre si. As fêmeas que se reproduziram com machos “do futuro” morreram 12% mais cedo. Os cientistas ainda não sabem explicar o porquê disso.

Ciência Maluca. Superinteressante, Ed. 301.

Rir é o melhor remédio



Autor: Henrique Lopes
Fonte: Aqui
Indicado por Jefferson Santos, a quem agradecemos.

Novo Rating

Na postagem de ontem sobre a Wikirating não comentei o fato de que este endereço também está trabalhando em outros tipos de classificação, incluindo empresas.

Para o caso das empresas, especificamente, é importante notar que a Wikirating possui dois tipos de notas: a da pesquisa de opinião e o índice criado pela Wikirating. Para este segundo caso, o índice ainda não existe, estando em discussão uma proposta que considera indicadores tradicionais (fluxo de caixa, retorno sobre investimento, retorno sobre patrimônio líquido, giro de valores a receber, margem operacional, endividamento e outros) assim como um "fator de correção" que inclui marca, emissão, responsabilidade social e inovação.

Em novembro de 2011 começou a pesquisa de opinião com as empresas. O número de empresas ainda é reduzido, mas já temos a Fannie Mae com nota CCC ou algumas empresas com boas notas. No lado positivo, o destaque é para as petrolíferas: Pemex, Petrobras e Repsol receberam AA+, a maior nota até o momento. Estas notas são superiores ao AA- da Microsoft, o A+ da Wallmart, o A- da Apple ou o BBB- do Facebook.

Grammy: e o vencedor é...

...pagador de imposto também!

Segundo o Diário de Pernambuco, com reportagem reproduzida aqui, um brasileiro ganhador do Grammy latino foi, de quebra, taxado em R$ 66 pela Receita:

Vencedor do Grammy latino como engenheiro de som pelo disco Ária, de Djavan, o produtor Enrico de Paoli recebeu uma surpresa desagradável junto do troféu. O prêmio, oferecido pela Academia Nacional de Gravações dos Estados Unidos, chegou junto de uma cobrança da Receita Federal pelos impostos da importação.

No documento, é exigida a soma de R$ 66,50, dividida em valor aduaneiro, importação e ICMS. Revoltado, o engenheiro de som divulgou a imagem no Facebook, junto de um desabafo. “O desgosto e o nojo são inevitáveis. Acabo de receber a minha estatueta do GRAMMY, e junto com ela veio um DARF de recolhimento de 60% de impostos de importação, e mais 15% de impostos ICMS. Para vencer no Brasil, tem que ter MUITA garra, porque o governo é SEMPRE nosso maior obstáculo”, declarou.

Realmente, parece muito estranho que uma honraria, que se supõe não ter sido paga, venha com valores de importação embutidos. Questionada, a assessoria de imprensa da Receita Federal em Brasília não soube informar se a cobrança de impostos por prêmios e troféus é legítima ou se houve um erro da alfândega no Rio de Janeiro na avaliação do produto, quando poderiam ter suposto se tratar de uma réplica ou algo parecido.

IFRS: Regras para tributos continuam indefinidas


O ano de 2012 promete trazer novidades para os tributaristas que têm feito a interface entre contabilistas, administradores, agentes do mercado e a Receita Federal no processo de adoção das normas internacionais contábeis (IFRS). Além da promessa do Fisco de que será dada uma solução definitiva para substituir o Regime Tributário de Transição (RTT), há a expectativa da intensificação de fiscalizações e o aumento das autuações, pois o prazo para este tipo de lançamento relacionado aos fatos envolvendo IFRS e RTT começa a se esgotar em 2013.

Desde o começo do processo de convergência das empresas brasileiras ao padrão contábil internacional, havia a preocupação de qual seriam os efeitos para o cálculo de tributos. Com as novas regras para a elaboração do balanço societário, a expectativa era de que – com atualizações de ativos por valores de mercado e outras formas de garantir aos números a essência econômica e não os aspectos formais – os resultados poderiam ser maiores e, consequentemente, implicar em uma base maior para a incidência de tributos. Ou, dependendo da situação, ocorrer o inverso.

A medida provisória (parte da MP nº449/08) foi convertida na Lei nº 11.941/09 e ficou conhecida como Regime Tributário de Transição – RTT, dissociando a contabilidade fiscal da societária. Por conta do RTT, os resultados continuam a ser tributados segundo as normas contábeis anteriores a dezembro de 2007.

Mas, ao longo dos últimos quatro anos várias questões não conseguiram uma resposta clara no RTT, o que colocou advogados tributaristas, contadores, administradores e a Receita Federal em situações ainda sem respostas que podem, inclusive, resultar em autuações, processos administrativos e judiciais. Entre os questionamentos mais frequentes estão: o tratamento do ágio em aquisições, as despesas com juros na compra de ativos, qual patrimônio líquido – se o fiscal ou o societário – deve ser usado para cálculo dos juros sobre capital próprio, e até mesmo os critérios para o cálculo dos dividendos a serem distribuídos: se deve ser utilizado o lucro societário ou o fiscal.

A promessa do Fisco, de acordo com o advogado Edison Fernandes, do escritório Fernandes, Figueiredo, é de que haja uma solução definitiva, dando fim inclusive ao regime transitório (RTT), até o final de 2012. Há duas opções, segundo ele: elaborar uma legislação que substitua o RTT e explicite os aspectos da contabilidade societária que efetivamente terão impacto fiscal ou criar um livro de ajustes das convergências contábeis, onde seriam lançadas as exceções para realizar os cálculos com fins fiscais.

Nada impede, porém, que os registros e cálculos feitos nos últimos quatro anos gerem discussões. “A prazo para a realização de autuações pela Receita Federal é de cinco anos, a partir do registro do fato. A expectativa é de que comecem a ocorrer fiscalizações relacionadas a essas questões a partir do fim deste ano”, afirma Fernandes.

A advogada Ana Cláudia Utumi, coordenadora tributária do escritório Tozzini Freire, afirma que houve algumas autuações no fim de 2011, mas a questão era a justificativa econômica para o registro do ágio em aquisições, não o efeito do IFRS e RTT. “O importante é que as empresas fiquem preparadas para as fiscalizações referentes ao RTT, revisando as informações, para ter certeza que tudo o que foi registrado está de acordo com a sua realidade econômica”, afirma.

Fonte: Andréa Háfez, Valor Economico

Capa

Capa da The Economist sobre a oferta de ações do Facebook. (Fonte: Aqui)

Fuga de cérebros

Segundo Robert Guest, a fuga de cérebros (brain drain,em inglês) gera consequências econômicas positivas para os países em desenvolvimento:

Like many rich countries, Britain imports planeloads of medical personnel like my wife's midwife from poor countries like Nigeria; without them, Britain's hospitals could barely function. But this transfer of intellectual capital raises a troubling question: Is it fair for rich countries to poach talent from poor ones? After all, it seems intuitive that "brain drain" hurts the poor. Frank Dobson, when serving as Britain's health secretary, called it an "international disgrace." If all the best doctors and engineers move to the West, who will staff hospitals or build railways in Nigeria or Bangladesh? Simple justice, it would seem, requires that rich countries should stop recruiting doctors and engineers from poor ones.

Or does it? One of the most surprising findings in modern economics is that the brain drain reduces global poverty. On balance, the outflow of talent from poor countries to rich ones is actually good for poor countries -- and even more so for poor people, since many escape poverty by emigrating.

Migration makes poor countries better off in several ways. First, the prospect of earning big bucks working abroad spurs more people to acquire marketable skills. They scrape together college fees and stay late in the library. Having qualified as doctors or engineers, many will promptly emigrate. But many will not. Some will fail to obtain a visa; others will stay behind to look after their aging parents.