Segundo Avatars consume as much electricity as Brazilians (5/12/2006) existem entre 10 e 15 mil Avatars. Supondo 12,5 mil exijam 4 mil servidores e 12,5 computadores, que cada computador consome 120 watts e cada servidor 200 watts. Além disto, acrescente 50 watts por servidor de ar-condicionado. O consumo seria:
(4,000 x 250 x 24) + (12,500 x 120 x 24) = 60,000,000 watt-hours or 60,000 kilowatt-hours
Per capita isto significa:
60,000 / 12,500 = 4.8 kWh
Anualizado corresponde a 1,752 kWh.
A média mundial de consume é de 2 436 kWh por ano. O brasileiro consome 1 884 kWh. Ou seja, um avatar consome tanta energia quanto um brasileiro.
Fonte: Aqui
14 janeiro 2009
O indicador do Super-Bowl
Este é um indicador que acerta 79% das vezes o que deve ocorrer com o mercado acionário ao longo do ano. É também um bom exemplo da existência de correlação espúria (ou seja, correlação sem nenhum sentido teórico). No caso, o resultado do Super-bowl conseguiu acertar 33 das 42 vezes. Mas errou em 2008, a exemplo de inúmeros economistas.
E a previsão para este é que o mercado deverá crescer.
Veja mais aqui
E a previsão para este é que o mercado deverá crescer.
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Frase
Convergência distante
Convergence on a simple, clear global standard cannot come soon enough.
Fair value accounting - 12 January 2009 - Financial Times - Asia Ed1 – 12
Adoção das IFRS
Um texto interessante no Financial Times sobre a adoção da IFRS na forma de pergunta e resposta.
Observe que o executivo do CFA, quando comenta sobre a implantação do IFRS, indica um prazo razoável de 2014. O Brasil resolveu, com a Lei 11.638, acelerar o processo. Será que não foi precipitado?
(...) Será que um padrão contábil global beneficia os investidores? Como os mercados se tornam cada vez mais globais é importante ser capaz de confiar na informação financeira e fazer comparações internacionais, os quais requerem um conjunto uniforme de alta qualidade das normas contábeis. (…)
Existem desvantagens potenciais na convergência das normas? Alguns investidores sentem que um sistema baseado em princípios leva a muita gestão discricionária. Outros receiam perder informações contidas nas evidenciações extensas dos USGAAP e regulamentos da SEC. Além disso, o IFRS GAAP é sem dúvida menos robusto em áreas como contabilidade de arrendamento e princípios de reconhecimento e contabilização das receitas para o setor de seguros.
Outra desvantagem é o potencial que as IFRS não podem, de fato, melhorar a comparabilidade internacional se as empresas e os reguladores aplicarem princípios baseados em padrões diferentes. Não há um organismo para garantir que a execução IFRS são interpretadas e aplicadas de forma uniforme. (…)
Outro desafio para a convergência é politização das normas locais. Por exemplo, a aplicação e a execução das normas IFRS na União Européia, que adotou as IFRS em 2005, têm sido variadas e influenciados por interesses locais. (…)
Qual o tempo razoável para adoção? Exigir a adoção para 2014 é razoável. (...)
Reasons to move to a global IFRS
Kurt Schacht - 12 January 2009 - Financial Times - Surveys FNM1 - 10
Observe que o executivo do CFA, quando comenta sobre a implantação do IFRS, indica um prazo razoável de 2014. O Brasil resolveu, com a Lei 11.638, acelerar o processo. Será que não foi precipitado?
Auditoria no Escândalo da Índia
O Conselho da problemática Satyam Computer Services Ltd., recentemente nomeado pelo governo indiano, disse que está à procura de um novo auditor.
Os auditores da empresa atual, a PricewaterhouseCoopers, trabalharam com Satyam por cerca de oito anos. Espera-se que empresa substituta seja nomeada nas próximas 48 horas, de acordo com a nova diretoria da Satyam. (...)
A PricewaterhouseCoopers recusou a comentar na segunda-feira. Na semana passada a empresa defendeu seus procedimentos e disse, "As auditorias foram realizadas pela Pricewaterhouse em conformidade com normas de auditoria aplicáveis e foram apoiados por uma apropriada evidência de auditoria." Ela também afirmou na semana passada que está colaborando com os reguladores. (...)
Satyam to Hire New Auditor - After Redoing Books, Technology Firm's Board to Assess Need for a Bailout - Eric Bellman & Jackie Range – 13/01/2009 - The Wall Street Journal - B3
O peso acadêmico no escândalo
(...) Satyam tinha como diretor K.G. Palepu, um professor da Harvard Business School(...)
Satyam's wake-up call for corporate India
Sandeep Parekh - 12/01/2009 - Financial Times - Asia Ed1 – 07
Palepu é co-autor de Business Analysis & Valuation, presente na minha estante.
13 janeiro 2009
Turismo saúde
O Brasil começa a entrar na rota dos turistas da saúde
(...) Os países que são destinos turísticos de saúde também têm criado incentivos tanto para facilitar a vinda dos pacientes como para os hospitais melhorarem seu padrão de atendimento. A Índia, por exemplo, permite a importação de equipamentos médicos de última geração sem barreiras burocráticas e criou um visto especial com permanência de um ano para os turistas-pacientes.
No Brasil, o turismo de saúde ainda é um segmento incipiente. Segundo dados do Ministério do Turismo, nos últimos três anos, 180 mil pacientes vieram realizar tratamentos médicos no País.(...)
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3) OTÍLIO FERREIRA FILHO* - Diretor comercial da Det Norske Veritas (DNV) Healthcare no Brasil ) - 13/01/2009
Mais um índice
A métrica reflete a capacidade da empresa para gerar um fluxo de caixa livre no momento que aumenta as receitas (...). A medida é particularmente importante durante o atual arrocho de crédito, porque mostra as empresas que podem são capazes de crescer sem a ajuda de financiamento externo (...)
Fluxo de caixa livre é o fluxo discricionário de dinheiro que uma empresa pode usar para fazer aquisições, liquidar dívida, declarar dividendo ou recomprar ações.
A métrica é calculada dividindo fluxo de caixa livre pela receita. Então, se o free cash growth profile é de 10 por cento, isto significa que gera 10 centavos de fluxo de caixa livre para cada dólar de vendas.
Have Cash, Won't Borrow, Marie Leone, CFO, 9/1/2009
Patrimônio de Afetação
Compra de imóvel ainda tem risco
12/01/2009 - Valor Econômico
(...) Assim como o próprio mercado, os mecanismos de proteção aos compradores se sofisticaram. Hoje, cada empreendimento tem uma contabilidade separada. Um avanço e tanto. Mas a principal blindagem do setor, o chamado patrimônio de afetação - instrumento legal que dá mais garantias ao comprador em casos extremos, como a falência - ainda é pouco usada pelas empresas.
Por exigência dos bancos, que também foram prejudicados pela falência da Encol, praticamente todas as empresas adotam as SPEs (Sociedades de Propósito Específico). A SPE é uma empresa criada para cuidar de um único empreendimento. Com vida curta, nasce no momento da compra do terreno e é desfeita depois da entrega das chaves. Nessas sociedades, não há contaminação das contas da empresa ou de um outro empreendimento com problemas.
"É um bom instrumento, que garante a segregação dos ativos", afirma André Viola Ferreira, sócio da Terco Grant Thornton, empresa que audita a maioria dos balanços das companhias do setor. As sociedades específicas também são muito usadas por conta das parcerias entre empresas do setor imobiliário. As companhias se associam apenas naquele empreendimento.
Quando a SPE já era realidade dentro das empresas, em agosto de 2004 entrou em vigor uma lei específica (10.931/2004) - do patrimônio de afetação. Mas trata-se de uma lei facultativa, cuja adoção fica a critério do incorporador. "Como muitas companhias já tinham o hábito de criar as SPEs, que também segrega o patrimônio, poucas empresas a adotaram", afirma o advogado Rodrigo Bicalho, sócio do Bicalho Molica Advogados. "O uso está aumentando, mas proporcionalmente no mercado ainda é pequeno", observa.
A adoção de um mecanismo não exclui o outro. O mesmo empreendimento pode ser duplamente blindado. Geralmente, os bancos exigem um ou outro para concessão de empréstimo. Especialistas são unânimes em afirmar que tanto a SPE, quanto o patrimônio de afetação são um avanço importante e garantem segurança ao comprador. A diferença entre ambos aparece em situações extremas, como a falência. O patrimônio de afetação não entra na massa falida. "A SPE é uma filial da empresa, integra o patrimônio da incorporadora e entra na massa falida", explica Alexandre Laizo Clápis, sócio da área imobiliária do Machado, Meyer, Sendacz e Opice. "A proteção absoluta para o comprador é o patrimônio de afetação", diz ele.
Quando um empreendimento está "afetado", como diz o jargão jurídico, em caso de paralisação da obra, os compradores podem vender as unidades restantes para continuar o projeto ou o próprio terreno, além de assumir a obra e contratar uma outra construtora. Para que isso aconteça numa SPE, é necessário que o juiz determine. "Mas vale lembrar que, no caso Encol, o juiz tirou várias obras da massa falida e permitiu que os condôminos tocassem sozinhos", afirma Luiz Rogélio Tolosa, diretor de relações com investidores da Brascan Company. A Company foi uma das primeiras empresas a adotar o patrimônio de afetação.
O diretor de finanças corporativas da Even, Eduardo Cytrinowicz, lembra que, se há financiamento bancário em uma SPE, a instituição financeira terá todo interesse em concluir a obra.
A burocracia ainda é um argumento usado contra o patrimônio de afetação. Esse mecanismo de proteção exige que a empresa preste contas detalhadas trimestralmente a uma comissão de compradores. "As empresas temem que um grupo sem conhecimento ou que atue de má-fé possa ter acesso privilegiado a informações importantes ou uma ingerência muito grande sobre a obra", diz o advogado Rodrigo Bicalho. Mas as empresas que já adotam o modelo dizem que não há problemas com os compradores. "Temos mais de 50 prédios com comissão de representantes e não vemos problema algum", diz Tolosa. "A lei foi feita para ser usada em um momento de estresse, não afeta o dia-a-dia", afirma. Informações mais estratégicas, como o valor pago na contratação de serviços e compra de materiais, não costumam ser fornecidas pelas companhias.
Para estimular a adoção, já que a lei é facultativa, o governo estabeleceu uma tributação diferenciada - de 7% sobre o faturamento da obra. Mas não é exatamente uma vantagem, já que a SPE pode adotar o lucro presumido e ser tributada entre 6,5% e 6,7%. O patrimônio de afetação passa a ser mais vantajoso, porém, em projetos maiores, com valor geral de vendas acima de R$ 48 milhões, que passam a ser tributados sobre o lucro real.
O patrimônio de afetação não é usado como argumento de vendas, simplesmente porque a grande maioria dos consumidores desconhece a vantagem. O mecanismo começa a ser adotado por um número maior de empresas, mas ainda está restrito a determinados projetos É o que ocorre na Cyrela, PDG Realty, e JHSF, que usou o modelo no Cidade Jardim, que reúne shopping, prédio residencial e comercial. O Seridó 106, imóvel de altíssimo padrão da construtora São José e Klabin Segall também. A mineira MRV começou a fazer em alguns empreendimentos e agora vai expandir para todas as obras.
Mais sobre o assunto, publicado no blog, clique aqui
A importância dos índices de liquidez
A empresa Sacyr possui 20% da empresa de petróleo Repsol. Esta participação está valorada em 3,9 bilhões de euros. A Sacyr pretende vender esta participação. O procedimento mais adequado seria reclassificar este investimento como sendo circulante. Mas para não influenciar os índices de solvência, a empresa decidiu manter a participação como não circulante.
Sacyr estudia cómo clasificar Repsol en el balance para no deteriorar su solvencia
Javier F. Magariño Madrid
12 January 2009
Cinco Días
Nacional
005
(…) Las Normas Internacionales de Información Financiera (NIIF) obligan a presentar los negocios o participaciones en fase de desinversión como "Activos mantenidos para la venta". Cuando se efectúa esa reclasificación, los citados activos pasan del apartado de no circulantes al de corrientes; del mismo modo que la deuda que llevan asociada cae desde el pasivo no circulante al pasivo circulante. (…) El 20% de la participada equivale a 3.943 millones en Bolsa, mientras la deuda permanece inalterable y es igual a los créditos bancarios y otros préstamos en que incurrió Sacyr para alcanzar esa posición: 6.518 millones. El desfase entre ambas cifras en la parte más líquida o realizable del balance afectaría a la posición de solvencia a corto plazo. (…)
Sacyr estudia cómo clasificar Repsol en el balance para no deteriorar su solvencia
Javier F. Magariño Madrid
12 January 2009
Cinco Días
Nacional
005
Ensinando IFRS
Caso Parmalat
Deloitte entra em acordo com CVM sobre caso Parmalat
Valor Online
08/01/2009 20:41
A auditoria independente Deloitte e seus sócios Wanderley Olivetti e Michael John Morrel firmaram um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e vão pagar um total de R$ 400 mil para encerrar um processo administrativo em função do caso Parmalat. Desse total, R$ 300 mil são relativos à Deloitte e R$ 50 mil à cada executivo.
De acordo com comunicado divulgado pela autarquia, a auditoria, que prestava serviços de auditoria independente para a Parmalat, era acusada no processo de não ter emitido, no período de 2000 a 2003, os pareceres e os relatórios de revisão especial de acordo com as normas contábeis vigentes. Os dois sócios também tinham sido acusados no processo porque eram os responsáveis pela emissão dos pareceres de auditoria e relatórios de revisão especial em questão.
Como a diretoria colegiada da CVM aceitou a proposta de termo de compromisso, os processos e as acusações ficam suspensos em relação aos que firmaram o acordo. Após o cumprimento dos termos do acordo, o processo é extinto. A Parmalat Alimentos (que era a empresa operacional) e a Deloitte eram partes do mesmo processo administrativo, aberto pela CVM em 2005, após um inquérito que apurou irregularidades no processo de reestruturação da Parmalat Brasil S/A, iniciado em 2000. Em 2003, ocorreu o pedido de concordata da companhia.
A Deloitte já tinha feito uma proposta anterior, de pagar um total de R$ 50 mil para fechar o termo, porém os diretores da autarquia rejeitaram, em outubro do ano passado. A auditoria alegou à CVM que a empresa auditada, a Parmalat, já havia feito um acordo com a autarquia, no valor de R$ 70 mil. Depois da rejeição da primeira proposta, o comitê de termos de compromisso da CVM iniciou um processo de negociação com a Deloitte e o valor final foi acertado em R$ 400 mil.
(...)
(Catherine Vieira | Valor Econômico, para o Valor Online)
Barato ou caro?
Compare:
O mercado financeiro tem demonstrado descontentamento com a estratégia agressiva de incorporações do Banco do Brasil. O resultado acaba se refletindo nos papéis da instituição, que amargam uma queda da ordem de 47% nos últimos 12 meses, de longe a maior entre os maiores bancos brasileiros. Com a redução no valor de mercado, o BB passou a ter uma avaliação próxima à do Unibanco, que antes da fusão com o Itaú possuía menos da metade dos ativos do banco estatal, de acordo com dados da consultoria Economatica. No pregão desta quinta-feira, enquanto o Ibovespa subiu 2,87%, as ações do BB fecharam em queda de 2,28%.
A principal preocupação do mercado é com o valor que o banco tem pago nas operações. Na assembléia que aprovou a aquisição da Nossa Caixa, que custou R$ 7,6 bilhões, os fundos estrangeiros que são acionistas minoritários do BB votaram contra a operação.
Ações caem e valor de mercado encosta no Unibanco
9/1/2009 - Gazeta Mercantil - Finanças & Mercados - Pág. 3 - Vinícius Pinheiro e Jiane Carvalho
Com:
O temor do mercado de que o Banco do Brasil pagasse caro pela participação no Banco Votorantim acabou não se concretizando. Os R$ 4,2 bilhões desembolsados por metade do capital do braço financeiro da família Ermírio de Moraes correspondem a um valor cerca de 20% superior ao patrimônio líquido da instituição. A relação entre preço e valor patrimonial (P/VPA) é o método de avaliação mais usado nas operações de fusões e aquisições no setor financeiro.
Para efeito de comparação, a Nossa Caixa, adquirida pelo BB dois meses antes, saiu por R$ 7,6 bilhões, o equivalente a 2,4 vezes o patrimônio. Na época, os fundos estrangeiros com participação minoritária no banco se manifestaram contra a operação, cujo valor foi considerado caro.
As ações do BB, que vinham em queda pelo receio de que o Votorantim tivesse uma avaliação semelhante, subiram 3,11% na sexta-feira. Na avaliação da equipe de análise da Link Investimentos, o preço surpreendeu positivamente. Antes do anúncio, o mercado especulava que o BB pagaria até R$ 7 bilhões pela participação, ou 2,2 vezes o patrimônio do Votorantim.
Os analistas também destacaram o fato de a relação entre preço e patrimônio líquido ter ficado abaixo da registrada pelo próprio BB, que atualmente é negociado na bolsa com um P/VPA de 1,4 vez. Segundo a estrategista da Ativa Corretora, Mônica Araújo, parte da diferença entre as avaliações pode ser explicada pelo fato de o BB não ter assumido uma posição majoritária do Votorantim. "Porém, mesmo que fosse o caso e o banco pagasse 30% a mais pelo chamado prêmio de controle, a compra ficaria em um patamar abaixo da média das últimas operações no setor bancário."
Necessidade de caixa
Para um profissional do mercado, que pediu para não ser identificado, a necessidade de caixa do grupo Votorantim após as perdas de R$ 2,2 bilhões registradas com as operações em derivativos cambiais exóticos pode ter facilitado o negócio para o BB. Ele destaca que a distribuição de R$ 750 milhões em dividendos à família Ermírio de Moraes, que será realizada antes da entrada do banco estatal, é um sinal de que a venda pode ter sido usada para reequilibrar as finanças do grupo.
Banco do Brasil pagou barato pelo Votorantim, dizem analistas
12/1/2009 - Gazeta Mercanti - Finanças & Mercados - Pág. 3 - Vinícius Pinheiro
Ilusão da Moeda
A época que a pessoa nasceu interfere nas decisões financeiras tomadas e na atitude perante o risco. Este fato é muito explorado no livro Outlier (muito bom, vale a pena ler). Mas chamou a atenção o seguinte texto:
Este aspecto é interessante. No passado, reproduzimos (eu e minha orientanda Ludmila) um trabalho sobre ilusão da moeda. E os resultados não corresponderam ao que foi obtido nos Estados Unidos. Teria alguma relação?
Ms Malmendier e Mr Nagel também encontraram que pessoas que viveram em períodos de elevada inflação sistematicamente esperam que a inflação futura seja mais elevada do que aqueles que não tiveram a experiência com alta inflação
Este aspecto é interessante. No passado, reproduzimos (eu e minha orientanda Ludmila) um trabalho sobre ilusão da moeda. E os resultados não corresponderam ao que foi obtido nos Estados Unidos. Teria alguma relação?
Xadrez
BRIC é abreviatura para Brasil, Rússia, Índia e China. Seriam os países que alcançariam um patamar de desenvolvimento rapidamente. No xadrez a Rússia sempre foi o principal país. Mas recentemente tanto a Índia quanto a China estão avançando. A China possui hoje a terceira melhor média de rating entre os dez principais jogadores. A Índia conta com o atual campeão mundial, o campeão juvenil, a campeã juvenil. [O Brasil praticamente só teve Mequinho, que na década de 70 chegou a ser um dos quatro melhores do mundo]
Agora uma notícia impressionante: um garoto indiano de 9 anos, Hetul Shah, ganhou de um Grande Mestre. É o novo recorde, do garoto mais jovem a ganhar de um GM. (Em 1999 um garoto de oito anos bateu John Nunn, mas num jogo rápido).
Fonte: Aqui
Agora uma notícia impressionante: um garoto indiano de 9 anos, Hetul Shah, ganhou de um Grande Mestre. É o novo recorde, do garoto mais jovem a ganhar de um GM. (Em 1999 um garoto de oito anos bateu John Nunn, mas num jogo rápido).
Fonte: Aqui
Remuneração e Evidenciação
Empresas são contra abertura de salário
7/1/2009
Valor Econômico
Vai começar um jogo de forças entre as empresas abertas e o regulador do mercado de capitais brasileiro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O alvo da disputa é a transparência que será exigida das companhias na divulgação da remuneração de seus executivos.
A Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) deverá se opor à proposta feita pela autarquia de obrigar que as empresas divulguem os salários de diretores e conselheiros individualmente. "Essa divulgação é mais um tema de curiosidade do que de necessidade para os acionistas", afirmou Antonio Castro, presidente da organização. (1)
(...) Com a mudança pretendida pela CVM, o país se alinha às práticas americanas e francesas, por exemplo. A partir de 2010, as companhias brasileiras terão que fornecer, por executivo, todos os pagamentos feitos - salário fixo, bônus, planos de opções de ações, aposentadoria e todos os tipos de benefícios. Tudo isso referente aos três últimos anos e também uma estimativa para o exercício corrente da entrega deste documento anual, que deve ser divulgado até o fim de todo mês de abril. Além disso, as empresas terão que justificar e explicar a estratégia de sua política de remuneração, com detalhes.
Castro, da Abrasca, considera útil aos acionistas que as empresas identifiquem o que é remuneração fixa e variável nas informações divulgadas ao mercado. "O que aconteceu nos Estados Unidos decorreu de grandes excessos nos salários variáveis", ressaltou ele, ao justificar sua posição. Ele também defende a separação entre os pagamentos feitos aos conselheiros e aos diretores, em grupo. (2)
A atual crise financeira está intimamente relacionada aos ganhos milionários dos executivos financeiros. Como grande parte da remuneração estava atrelada ao desempenho das companhias, muitos riscos foram assumidos em busca de retornos exorbitantes. Não é a primeira vez que o estímulo dado aos executivos está no centro dos problemas de grandes grupos econômicos. Foi assim também com as fraudes contábeis da Enron, Tyco, WorldCom, entre outras. (3)
Apesar de o embate entre o regulador e as companhias ser esperado, os especialistas acreditam que não há espaço para retrocesso nas propostas da CVM.
"Não dá mais para a remuneração ser uma caixa preta no Brasil. A mudança é necessária se o país quer continuar com um mercado ativo, para alinhamento às práticas internacionais", defendeu Érica Gorga, professora da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Carlos Eduardo Lessa Brandão, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), acredita que esse avanço é muito importante para que o país continue sendo um receptor de recursos internacionais. (4)
O aumento da transparência na divulgação dos salários dos executivos em outros países trouxe conseqüências. Nos Estados Unidos, contou Érica, há especialistas que defendem que a competição entre os administradores elevou os ganhos desses profissionais. Há uma pressão por maior salários maiores, pois todos querem estar entre os 25% mais bem pagos do mercado. A professora da FGV afirmou, porém, que essa não é a única explicação para a expansão das remunerações nos últimos anos. Há argumentos que relacionam a alta dos ganhos dos administradores com o aumento do lucro das empresas. (5)
No Brasil, há uma clara resistência cultural à abertura desse tipo de informação. Já nos Estados Unidos, o assunto é de interesse coletivo. Meios para conter as distorção nos ganhos dos executivos constaram das plataformas de campanha dos candidatos à presidência do país. A diferença é tão marcante que a própria CVM, no edital da minuta da instrução que trata do assunto, discorre sobre esse desafio.
A autarquia destaca que três argumentos devem ser levados em consideração no debate do tema e pede, especialmente, contribuições para a discussão. O primeiro é justamente a diferença cultural entre o Brasil e os países que exigem que a remuneração de executivos seja aberta em nível individual. "Aqui, as pessoas tendem a não revelar seu patrimônio ou renda", diz o texto da CVM. A preocupação do regulador é justamente os reflexos que essa divulgação pode causar, como a redução de interesse de executivos "competentes" por esses cargos, devido ao maior grau de exposição, o que poderia acarretar um aumento de salários.
Outro ponto de preocupação é com uma eventual desvantagem entre as companhias abertas e as fechadas na competição por executivos. As fechadas não têm nenhuma obrigação de dar informações sobre salários. (6)
Por fim, a CVM também admite que há a questão da segurança. Trata-se de um dos principais argumentos de quem se opõe à maior transparência. "Mesmo que esses dados tenham utilidade aos investidores, não é aconselhável que as empresas os divulguem dada a nossa realidade, de grandes problemas de segurança", disse Castro, da Abrasca. (7)
As exigências propostas pelo regulador para a questão da remuneração são superiores a quaisquer manuais ou recomendações de boas práticas de governança existentes hoje no país. O tema não é abordado nem mesmo nos segmentos diferenciados de listagem da Bovespa - níveis 1, 2 e Novo Mercado.
A transparência que pode ser alcançada com a nova regra da CVM supera até mesmo as sugestões de órgãos como o IBGC e o Comitê de Orientação para Divulgação de Informações ao Mercado (Codim), ambos estão também realizando audiências públicas neste momento. O IBGC está revisando os códigos de boas práticas e no texto sugerido não há menção à abertura individual de salários e benefícios. Já o Codim iniciou, em dezembro, audiência sobre um pronunciamento para remuneração, que se limita a sugerir a abertura dos ganhos por órgão de administração, com divisão da parcela fixa e variável e divulgação da política dos pagamentos.
O principal motivo da condescendência com a não divulgação dos salários por executivos é de que a informação mais relevante aos investidores é a política de remuneração. (8) Entretanto, é preciso ressaltar que, com exceção do próprio regulador, há poucos órgãos independentes para tratar do assunto. O próprio IBGC, que reúne companhias abertas e conselheiros, não abriga um consenso sobre o assunto.
"O mais importante é verificar se a empresa foca o estímulo aos executivos no curto prazo ou no longo prazo", acredita Renato Chaves, da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, fazendo coro a tolerância. (9) Para ele, uma sugestão feita pela própria CVM na consulta é interessante. O regulador admite sua "pouca experiência" com o tema e questiona se a divulgação por órgão de administração, com abertura individual apenas para os três executivos mais bem pagos, não seria suficiente para identificar distorções nas práticas das companhias.
(1) Uma afirmação infeliz. A informação é útil ao investidor. Elevada remuneração pode representar maior despesa. Alem disto, é interessante comparar a remuneração com o desempenho da empresa. Esta é uma discussão relevante nos mercados mais sérios. (2) o pagamento de conselheiros deve ser evidenciado. Em muitas empresas, o cargo num conselho nada mais é do que a contratação de lobistas disfarçados. Nas estatais, é uma forma de “remunerar” os políticos aliados, em especial os gestores do governo. Muitos deles são incompetentes para ocupar estes cargos. (3) Provavelmente esta afirmação é verdadeira. (4) Este é um ponto de vista interessante. Mas observe que o investidor estrangeiro tem este interesse em saber a remuneração. Mas o brasileiro não? (5) Existem autores que afirmam que a divulgação da informação fez aumentar os ganhos dos executivos. No entanto isto não seria plenamente aplicável no Brasil já que os executivos brasileiros são tipicamente os acionistas controladores. São os fundadores ou os filhos dos fundadores da empresa, e não gestores profissionais, que mostraram serviço ao longo do tempo. Estas pessoas não estão muito interessadas na divulgação das informações. (6) Este argumento é fraco e tendencioso. Sempre existira diferença entre estas duas empresas. (7) Outro argumento fraco. Esta questão existira, com ou sem esta divulgação. (8) não é verdade. Saber quanto ganha um executivo que desempenha mal suas funções também é relevante. (9) A Previ não é uma boa escolha para defender o argumento. Quanto ganha um executivo da Previ? A sua remuneração é compatível com a qualidade das suas decisões?
12 janeiro 2009
Convergência
(...) Ray Ball, um professor de business da Universidade de Chicago diz que é irreal pensar que mais de cem países que adotaram a contabilidade internacional irão usar as regras da mesma forma. (...)
Fonte: USA Today
via Accounting Principles
O texto do jornal faz uma análise das conseqüências da adoção da IFRS, apontando as vantagens e escutando também as desvantagens. O aspecto central do texto é tentar responder se a opção é interessante.
Nosso país parece que já fez a opção pela adoção das normas. Mas observe que se discute muito que deve mudar na contabilidade, mas pouco sobre o custo (mas muito sobre os benefícios).
É interessante comparar o texto do US Today (que não é considerado um grande jornal na área) com um dos melhores jornais brasileiros na área de negócios.
Num artigo da Gazeta Mercantil de 8 de janeiro de 2009 (Corrida para implantar IFRS deve ganhar força em 2009) também se discute a adoção da IFRS. Mas não se considera os argumentos contrários (que existem e necessitam serem ponderados). Mais ainda, a base do artigo é uma entrevista com um empregado da empresa de auditoria Ernst &Young. Nunca é demais lembrar que as empresas de auditoria têm um profundo interesse na implantação da IFRS.
Em outro artigo, do dia seguinte, mas na mesma Gazeta Mercantil (Para as empresas, IFRS deve alavancar o crescimento, 9/1/2009) o mesmo problema. Apesar de o texto mostrar o bom momento das empresas de auditoria, o artigo só olhou um lado da questão.
Uma Visão Otimista do Mercado Brasileiro
(...) A primeira lição ou observação que devemos fazer se refere à regulamentação dos mercados. E esse é o ponto fundamental para a existência desse tipo de golpe. Há uma imensa diferença entre os mercados brasileiro e americano de fundos de investimentos. Lá, os "hedge funds" não divulgando nem cotas com regularidade, demonstrativos ou a composição da carteira. O mercado lá praticamente não tem regulamentação, o que permite a existência de estruturas como a construída por Madoff.(O otimismo agradou tanto que foi parar no clipping do Ministério do Planejamento)
Ao contrário, no Brasil há uma enorme regulamentação que exige grande transparência dos participantes desse mercado. Qualquer investidor pode consultar no site da CVM um conjunto grande de informações sobre um fundo de investimentos, como os demonstrativos financeiros, o agente custodiante dos títulos, o administrador, além da carteira com defasagem de 90 dias. Também é possível ver na seção de fatos relevantes se há algum problema recente com o fundo que tenha sido detectado pela CVM, como um desenquadramento da carteira.
Nem tudo é perfeito, claro, dado os problemas que enfrentamos com os fundos do Banco Santos. Mas, na imensa maioria das vezes, dá uma grande segurança ao investidor. Assim, a possibilidade de termos algum fundo de investimentos trabalhando com um sistema similar ao de Madoff no Brasil é nula. Não há porque algum investidor se precipitar e resgatar recursos dos fundos por conta desse evento. (...)
As lições oferecidas a partir do caso Madoff
8/1/2009 - William Eid Junior - Valor Econômico
Nota Fiscal Eletrônica
Nota eletrônica avança nas empresas
11 January 2009
O Globo - 29
Número de firmas adotando o sistema vai quadruplicar este ano, para 50 mil
Henrique Gomes Batista
BRASÍLIA. O ano de 2009 deverá ser marcado pelo uso massificado da Nota Fiscal Eletrônica. Segundo a Receita Federal, o total de empresas que utilizam a ferramenta vai quadruplicar: passará das atuais 12 mil para 50 mil firmas até o fim do ano. Isso deverá trazer agilidade e economia para empresas e para o Fisco, tanto na fiscalização, quanto no armazenamento dos documentos. Além disso, a nota auxiliará o combate à sonegação.
— Ao fim de 2009, empresas que representam 80% da arrecadação federal estarão utilizando a nota eletrônica — disse Carlos Sussumu Oda, da coordenação-geral de Fiscalização da Receita Federal.
O governo comemora. Segundo Sussumu, a agilidade no cruzamento de dados e na identificação do produto por toda a cadeia aumenta de forma significativa. Ele, contudo, não se arrisca a informar quanto poderá deixar de ser sonegado com o instrumento, que, na verdade, possui todas as características da nota fiscal tradicional, porém não utiliza papel.
— Além do combate à sonegação, ganhamos na diminuição de erros de preenchimento da nota. Se alguém infortunadamente incluir um número errado, o documento não é aceito — explica.
Adesão das empresasse dará por setores
Isso porque a nota eletrônica funciona em um sistema seguro, baseado em certificação digital. Assim é possível ter certeza absoluta da origem do documento. Caso um produto passe por uma cadeia econômica grande, todas as informações anteriores seguem eletronicamente no documento fiscal. Dessa forma, são evitadas fraudes, como notas frias ou o uso de uma única nota fiscal para passar o mesmo produto diversas vezes pela divisa de um estado, por exemplo.
Em um primeiro momento, o documento está sendo usado apenas para a Nota Fiscal modelos 1 e A1. Isso significa que a nota da padaria ou de uma loja de roupas não será afetada imediatamente, por utilizar o modelo 2, o mais simples, ou os cupons fiscais. A nota eletrônica só poderá ser utilizada em substituição à nota mais completa, entre empresas que geram crédito tributário. O consumidor, em geral, só tem acesso a esse tipo quando compra um carro zero quilômetro, por exemplo.
O esperado aumento de firmas participantes do projeto este ano ocorrerá porque o governo decidiu implementá-lo de forma gradual, por setores. O processo começou em abril de 2008, com fabricantes de cigarros e distribuidoras de combustíveis, por exemplo, de um total de cinco setores. Setembro marcou o ingresso das montadoras e outros oito setores.
Em abril de 2009, outros 27 setores vão aderir obrigatoriamente ao procedimento, como fabricantes de garrafas de vidro e PET, de tintas e de álcool. Em setembro mais 54 setores, inclusive fabricantes de jóias, concessionárias de veículos, fabricantes de fertilizantes, cosméticos, mídias virgens (CDs, DVDs) e tubos e conexões de PVC.
As empresas também se beneficiam. Elas conseguem integrar melhor seus sistemas, passar de forma mais rápida pelas divisas estaduais e, principalmente, podem desativar enormes galpões para o armazenamento das notas em papel. Segundo Newton Oller, coordenador de Modernização da Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo, no total 1.800 empresas paulistas já emitiram mais de 16 milhões de NFEs.
— Começamos esse processo em abril, quando a Nota Fiscal Eletrônica passou a ser obrigatória para 850 empresas. Ou seja, cerca de mil empresas se anteciparam ao calendário e já estão no novo sistema — diz Oller.
‘Quem paga impostosem dia quer nota eletrônica’
Empresas também economizarão em gastos corriqueiros:
— A dispensa do papel favorece economias com o serviço do motoboy, que cada vez mais consome parte dos orçamentos das empresas nas cidades grandes — exemplifica Nivaldo Cleto, sócio da Clássico Consultoria, Auditoria e Tecnologia Contábil, de São Paulo, e membro do Grupo Nacional da Massificação da Certificação Digital.
Segundo ele, as empresas ganham eficiência indireta com a ferramenta, pois as pequenas firmas tendem a largar a velha burocracia do papel e estabelecer padrões eletrônicos de contabilidade. Cleto lembra que muitas empresas começaram a brigar para que seus setores sejam incluídos na nota. Segundo ele, o objetivo é acabar com a concorrência predatória:
— Quem paga impostos quer a nota eletrônica para que eventuais concorrentes que fraudam o Fisco passem a pagar impostos, equilibrando o mercado.
Outra vantagem conferida com a nota é a permissão para que empresas com diversas filiais usem apenas um único certificado, pois o que vale é a chamada base do CNPJ, que são os primeiros números registrados. O governo de São Paulo colocou à disposição das empresas, gratuitamente, um programa de emissão de Nota Fiscal Eletrônica, o que reduz ainda mais os custos de modernização.
11 January 2009
O Globo - 29
Número de firmas adotando o sistema vai quadruplicar este ano, para 50 mil
Henrique Gomes Batista
BRASÍLIA. O ano de 2009 deverá ser marcado pelo uso massificado da Nota Fiscal Eletrônica. Segundo a Receita Federal, o total de empresas que utilizam a ferramenta vai quadruplicar: passará das atuais 12 mil para 50 mil firmas até o fim do ano. Isso deverá trazer agilidade e economia para empresas e para o Fisco, tanto na fiscalização, quanto no armazenamento dos documentos. Além disso, a nota auxiliará o combate à sonegação.
— Ao fim de 2009, empresas que representam 80% da arrecadação federal estarão utilizando a nota eletrônica — disse Carlos Sussumu Oda, da coordenação-geral de Fiscalização da Receita Federal.
O governo comemora. Segundo Sussumu, a agilidade no cruzamento de dados e na identificação do produto por toda a cadeia aumenta de forma significativa. Ele, contudo, não se arrisca a informar quanto poderá deixar de ser sonegado com o instrumento, que, na verdade, possui todas as características da nota fiscal tradicional, porém não utiliza papel.
— Além do combate à sonegação, ganhamos na diminuição de erros de preenchimento da nota. Se alguém infortunadamente incluir um número errado, o documento não é aceito — explica.
Adesão das empresasse dará por setores
Isso porque a nota eletrônica funciona em um sistema seguro, baseado em certificação digital. Assim é possível ter certeza absoluta da origem do documento. Caso um produto passe por uma cadeia econômica grande, todas as informações anteriores seguem eletronicamente no documento fiscal. Dessa forma, são evitadas fraudes, como notas frias ou o uso de uma única nota fiscal para passar o mesmo produto diversas vezes pela divisa de um estado, por exemplo.
Em um primeiro momento, o documento está sendo usado apenas para a Nota Fiscal modelos 1 e A1. Isso significa que a nota da padaria ou de uma loja de roupas não será afetada imediatamente, por utilizar o modelo 2, o mais simples, ou os cupons fiscais. A nota eletrônica só poderá ser utilizada em substituição à nota mais completa, entre empresas que geram crédito tributário. O consumidor, em geral, só tem acesso a esse tipo quando compra um carro zero quilômetro, por exemplo.
O esperado aumento de firmas participantes do projeto este ano ocorrerá porque o governo decidiu implementá-lo de forma gradual, por setores. O processo começou em abril de 2008, com fabricantes de cigarros e distribuidoras de combustíveis, por exemplo, de um total de cinco setores. Setembro marcou o ingresso das montadoras e outros oito setores.
Em abril de 2009, outros 27 setores vão aderir obrigatoriamente ao procedimento, como fabricantes de garrafas de vidro e PET, de tintas e de álcool. Em setembro mais 54 setores, inclusive fabricantes de jóias, concessionárias de veículos, fabricantes de fertilizantes, cosméticos, mídias virgens (CDs, DVDs) e tubos e conexões de PVC.
As empresas também se beneficiam. Elas conseguem integrar melhor seus sistemas, passar de forma mais rápida pelas divisas estaduais e, principalmente, podem desativar enormes galpões para o armazenamento das notas em papel. Segundo Newton Oller, coordenador de Modernização da Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo, no total 1.800 empresas paulistas já emitiram mais de 16 milhões de NFEs.
— Começamos esse processo em abril, quando a Nota Fiscal Eletrônica passou a ser obrigatória para 850 empresas. Ou seja, cerca de mil empresas se anteciparam ao calendário e já estão no novo sistema — diz Oller.
‘Quem paga impostosem dia quer nota eletrônica’
Empresas também economizarão em gastos corriqueiros:
— A dispensa do papel favorece economias com o serviço do motoboy, que cada vez mais consome parte dos orçamentos das empresas nas cidades grandes — exemplifica Nivaldo Cleto, sócio da Clássico Consultoria, Auditoria e Tecnologia Contábil, de São Paulo, e membro do Grupo Nacional da Massificação da Certificação Digital.
Segundo ele, as empresas ganham eficiência indireta com a ferramenta, pois as pequenas firmas tendem a largar a velha burocracia do papel e estabelecer padrões eletrônicos de contabilidade. Cleto lembra que muitas empresas começaram a brigar para que seus setores sejam incluídos na nota. Segundo ele, o objetivo é acabar com a concorrência predatória:
— Quem paga impostos quer a nota eletrônica para que eventuais concorrentes que fraudam o Fisco passem a pagar impostos, equilibrando o mercado.
Outra vantagem conferida com a nota é a permissão para que empresas com diversas filiais usem apenas um único certificado, pois o que vale é a chamada base do CNPJ, que são os primeiros números registrados. O governo de São Paulo colocou à disposição das empresas, gratuitamente, um programa de emissão de Nota Fiscal Eletrônica, o que reduz ainda mais os custos de modernização.
A responsabilidade do governo
O Estado de S. Paulo publicou no domingo um longo artigo com análise da crise (... e como consertar um mundo quebrado, 11/01/2009). O texto faz um bom resumo da crise e, com respeito a contabilidade, apresenta o seguinte trecho:
Ou seja, o artigo culpa os reguladores. E absolve o mensageiro.
Na sua mais recente tentativa de extorquir confiança, por exemplo, as autoridades estão depositando imensa pressão sobre o Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira para que suspenda a contabilidade de reajuste a preço de mercado. Basicamente, isso significa que os bancos não terão de responder pelos valores reais dos ativos nos seus registros, podendo, em vez disso, afirmar que eles valem seja qual for o preço que tenha sido pago por eles.
Isso terá o efeito duplo de reduzir a transparência e aumentar o autoengano (empanturre-se o quanto quiser durante meses, mas se recuse a subir numa balança e, quem sabe, ninguém perceba que você engordou). E ninguém vai cair nessa. Quando as pessoas são tratadas aos gritos de “confie!”, a única coisa que se pode esperar delas é que entrem em pânico.
Ou seja, o artigo culpa os reguladores. E absolve o mensageiro.
Evidenciação
Alexandre Alcântara faz uma comparação muito interessante sobre a evidenciação da empresa de Madoff, antes e depois da crise.
Aqui e aqui antes da crise
Aqui depois da crise.
Aqui e aqui antes da crise
Aqui depois da crise.
Avaliação do BRB
Avaliação do BRB gera polêmicaOs valores apresentados pelas empresas de consultoria costumam ser um preço mínimo. O governo do DF deveria tentar aquecer a disputa pelo BRB, em lugar de brigar com a estimativa. Outra questão diz respeito ao momento, que deve ter afetado o valor estimado no negocio. Por um lado, é conhecimento de todos que o mercado não é propicio para venda (neste caso, o governo do DF perdeu timing). Por outro lado, existe um grande desejo do BB de retomar o posto de “maior banco”.
07/01/2009
Gazeta Mercantil
A polêmica começa a cercar o processo de venda do Banco de Brasília (BRB) para o Banco do Brasil, a ser realizada no primeiro semestre. Os debates envolvem o preço da negociação, que teria sido estipulado em R$ 800 milhões, conforme a primeira avaliação que está prestes a ser concluída. O Governo do Distrito Federal (GDF) demonstra descontentamento e quer preço maior, de pelo menos R$ 1,2 bilhão. E foi justamente a divulgação extra-oficial do preço de referência do banco brasiliense que causou uma reação negativa do GDF. O governador, José Roberto Arruda, teria considerado o valor baixo, na avaliação feita pela Ernst & Young, consultoria contratada pelo próprio governo para definir o preço do banco. (...)
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Ayr Aliski)
Um Caso Interessante, ora pois pois...
O antigo chefe da contabilidade do Parque Expo, empresa pública que organizou a Expo-98, foi condenado pelo Tribunal Cível de Lisboa a indenizar a cooperativa "Mar da Palha" em mais de 2,3 milhões de euros.
Este montante refere-se a um desfalque resultante do desvio de 32 cheques entregues pela Cooperativa "Mar da Palha" à "Parque Expo" pela compra de dois terrenos na zona da Expo-98 para construção de dois empreendimentos. O ex-chefe de contabilidade e tesouraria do Parque Expo exercia funções nas duas entidades, o que possibilitou os desvios ocorridos entre 1996 e 1998. (1)
(...) Porém, os outros dois elementos foram condenados por não terem exercido os seus deveres de controlo e fiscalização sobre Caldeira. Por outras palavras, nunca deveriam ter tido uma "confiança cega" sobre Caldeira. (2)
O esquema que conduziu ao desfalque assentou num negócio de compra da dois terrenos à Parque Expo. A cooperativa "Mar da Palha", representada por Caldeira e os outros dois elementos também ligados à Expo, pretendia construir para os seus cooperantes habitações em dois empreendimentos designados "Vasco da Gama" e "Gil Eanes". Para tal, chegou a acordo para pagar pelas duas parcelas, faseadamente, um total de 7,5 milhões de euros.
Só que os pagamentos foram alvo de manipulação contabilística. Aproveitando-se dos poderes conferidos pelas funções de chefe de contabilidade e tesouraria, Caldeira conseguiu fazer constar na contabilidade os recebimentos, mas sem que isso correspondesse a efectivos depósitos bancários, apesar de a "Mar da Palha" passar os cheques. Quando o deteve, a Polícia Judiciária apreendeu-lhe vários desses cheques. (3)
Fonte: Aqui
Observações:
(1) Falha básica no controle das empresas. A mesma pessoa ocupava dois cargos em empresas com transações entre si. (2) é interessante a interpretação da justiça portuguesa. Corresponde a condenar os funcionários por desleixo ou incompetência. (3) Aqui temos o poder do método das partidas dobradas. A saída do cheque de uma empresa deveria corresponder a um lançamento na outra empresa, que não ocorreu.
Este montante refere-se a um desfalque resultante do desvio de 32 cheques entregues pela Cooperativa "Mar da Palha" à "Parque Expo" pela compra de dois terrenos na zona da Expo-98 para construção de dois empreendimentos. O ex-chefe de contabilidade e tesouraria do Parque Expo exercia funções nas duas entidades, o que possibilitou os desvios ocorridos entre 1996 e 1998. (1)
(...) Porém, os outros dois elementos foram condenados por não terem exercido os seus deveres de controlo e fiscalização sobre Caldeira. Por outras palavras, nunca deveriam ter tido uma "confiança cega" sobre Caldeira. (2)
O esquema que conduziu ao desfalque assentou num negócio de compra da dois terrenos à Parque Expo. A cooperativa "Mar da Palha", representada por Caldeira e os outros dois elementos também ligados à Expo, pretendia construir para os seus cooperantes habitações em dois empreendimentos designados "Vasco da Gama" e "Gil Eanes". Para tal, chegou a acordo para pagar pelas duas parcelas, faseadamente, um total de 7,5 milhões de euros.
Só que os pagamentos foram alvo de manipulação contabilística. Aproveitando-se dos poderes conferidos pelas funções de chefe de contabilidade e tesouraria, Caldeira conseguiu fazer constar na contabilidade os recebimentos, mas sem que isso correspondesse a efectivos depósitos bancários, apesar de a "Mar da Palha" passar os cheques. Quando o deteve, a Polícia Judiciária apreendeu-lhe vários desses cheques. (3)
Fonte: Aqui
Observações:
(1) Falha básica no controle das empresas. A mesma pessoa ocupava dois cargos em empresas com transações entre si. (2) é interessante a interpretação da justiça portuguesa. Corresponde a condenar os funcionários por desleixo ou incompetência. (3) Aqui temos o poder do método das partidas dobradas. A saída do cheque de uma empresa deveria corresponder a um lançamento na outra empresa, que não ocorreu.
Dívida no futebol Espanhol
O texto a seguir comenta a questão do endividamento no futebol espanhol.
Dívida bilionária ameaça o futebol espanhol
Com a dificuldade em obter crédito em bancos, alguns clubes têm o futuro em risco; Real é o mais endividado
Jamil Chade
Em 2008, a Espanha rompeu jejum de 44 anos e conquistou novamente a Eurocopa. Mas a temporada não será lembrada apenas pela proeza. A crise financeira mundial ameaça clubes e põe em risco a sustentabilidade do futebol local. Levantamento obtido pelo Estado feito por economistas da Universidade de Barcelona aponta que o endividamento dos campeões da Europa chega a 2,8 bilhões ou R$ 9 bilhões.
Dívidas não são problema novo no esporte e passaram a ser crônicas nas últimas temporadas. Mas, com amplas possibilidades de financiamento e patrocínio até passado recente, sempre foram empurradas para o ano seguinte, na expectativa de tempos melhores. Agora, com a pior crise no sistema financeiro em 70 anos, os créditos secaram até para times de futebol.
Conseqüência imediata: alguns deles já foram colocados em administração judicial para evitar o desaparecimento. Só ao fisco os clubes espanhóis já devem mais de 600 milhões. O clube espanhol mais endividado é o Real Madrid, com 527 milhões, bem acima de seu próprio orçamento, de 366 milhões. O presidente do time, Ramon Calderon, está sendo duramente atacado pelos sócios, não apenas pelo rendimento do time, mas pelas contas pouco transparentes. (1)
Ele insiste que as dívidas são de "apenas" 200 milhões. Mas, com lucros anunciados para 2008 de 52 milhões, a dívida começa a ameaçar a capacidade do clube de fazer novos contratos milionários. (2)
Uma situação ainda mais crítica vive o Atlético de Madrid, com dívida menor que a de seu rival - 430 milhões -, mas com prejuízos crescendo a cada ano. Em 2008, terá perdas de 58 milhões, 45% a mais que em 2007. Seu projeto de construir um novo estádio, portanto, pode ser até abandonado. (3)
O Barcelona também vive situação delicada. Deve 388 milhões e é outro que pode ser seriamente afetado. Já o Valencia, com 286 milhões de dívidas, está prestes a declarar que não tem como pagar seus empréstimos. Há fortes rumores de que o clube dos brasileiros Renan (ex-goleiro do Internacional) e Edu vá afastar seu presidente, Vicente Soriano.
Mas o Valencia vive exatamente o problema de milhões de empresas em todo o mundo: não consegue negociar com os bancos novas linhas de créditos para financiar suas dívidas.
MENORES SOFREM MAIS
Se os grandes e tradicionais clubes sofrem, os pequenos já estão com a corda no pescoço. O Sporting Gijon, o Malaga ( 15 milhões) e o Real Sociedad (28 milhões) já estão sob administração judicial. Na Segunda Divisão, o Celta de Vigo, que tem em seu elenco os brasileiros pouco conhecidos Danielo, Dinei, Renan e George Lucas, está no Tribunal de Comércio e só não foi dissolvido graças a uma maquiagem em suas contas. Sua dívida está calculada em 50 milhões. (4)
O Racing Santander está sem patrocinador e a ordem é não gastar mais nada. (5) A lista dos endividados ainda inclui o Mallorca (60 milhões), o Athletic Bilbao (48 milhões), o Levante (81 milhões) e o Alavés (28 milhões). Uma comissão parlamentar vai entregar ao governo uma avaliação da situação e pedir reforma na organização do futebol do país. Em outros centros importantes, como Inglaterra e Itália, a crise também é preocupante. Os clubes ingleses estariam devendo 4 bilhões, enquanto as ações da Juventus, de Turim, sofreram uma expressiva queda de valor - cerca de 50% - na bolsa italiana. (6)
Observações: (1) O texto não esclarece alguns termos contábeis. Provavelmente o que o texto denomina “dívidas” seriam as exigibilidades (passivo circulante e não circulante) (2) existe uma idéia subjacente ao texto de que dívida é ruim. Seria melhor considerar isto diante uma análise comparativa ou através de um índice, como nível de endividamento. (3) Esta é uma parte polêmica e interessante do texto. Quando um clube tem um prejuízo de 36,8 milhões num período e o prejuízo passa a ser de 50 milhões no período seguinte ocorreu um aumento ou uma redução do prejuízo? Na escala matemática, seria uma redução do prejuízo. (4) os números entre os parênteses devem ser as dívidas. (5) aqui acredito que o termo gastar deveria ser “investir”. (6) a observação sobre a queda da ação da Juventus só faz sentido quando se compara com o mercado.
As empresas fechadas e a Lei 11.638
Quando da aprovação da lei 11.638 um dos destaques foi a questão contábil das empresas fechadas. Os otimistas enxergaram que a lei permitiria, finalmente, que conhecêssemos os números de grandes empresas que não possuíam capital negociado na bolsa de valores. Entretanto, a lei falava da obrigação em fazer, mas não em publicar.
Desde que o processo de alteração da Lei 6404 começou existia claramente uma resistência das empresas fechadas em divulgar seus resultados. O tempo permitiu perceber que estas empresas nunca tiveram interessadas em publicar seus resultados. Pelo contrário.
Um texto interessante, do jornal Valor Econômico, discute esta questão. É óbvio que o Valor tem interesse nesta questão (assim como a Gazeta, a Exame ou a Economatica), pois tem receita na venda de informações contábeis.
Eis alguns trechos mais relevantes:
Mais um detalhe. Este aspecto representa um interessante estudo de caso sobre a questão da padronização. No livro de Teoria da Contabilidade, no primeiro capitulo, discutimos sobre a padronização como uma atividade política. Este e' um exemplo bastante pertinente. No mesmo capitulo discutimos também o fato que a padronização sempre comete injustiça.
Desde que o processo de alteração da Lei 6404 começou existia claramente uma resistência das empresas fechadas em divulgar seus resultados. O tempo permitiu perceber que estas empresas nunca tiveram interessadas em publicar seus resultados. Pelo contrário.
Um texto interessante, do jornal Valor Econômico, discute esta questão. É óbvio que o Valor tem interesse nesta questão (assim como a Gazeta, a Exame ou a Economatica), pois tem receita na venda de informações contábeis.
Eis alguns trechos mais relevantes:
No Brasil, grandes empresas fechadas também mantêm sigilo dos números
5/1/2009
Valor Econômico
Procure nos vários anuários de empresas disponíveis no mercado, o "Valor 1000", por exemplo: a GM aparece na lista com uma receita líquida de vendas de R$ 19,5 bilhões em 2007, 17,5% acima de 2006. O capital é americano. E é só. As colunas subseqüentes na tabela que lista as maiores empresas do país - lucro líquido, margem líquida, rentabilidade do patrimônio líquido, nível de endividamento, liquidez etc. -, todas com traço. Sabemos, a partir de um crescimento significativo da receita, que a montadora está fazendo mais dinheiro. Deduzimos pelos números publicados nos Estados Unidos - onde ela tem ações negociadas em bolsa - que as operações brasileiras dão lucro, mas não quanto. Então, o que sabemos? (...)
A parte da lei que interessa às companhias de capital fechado é a que exige daquelas com receita bruta acima R$ 300 milhões ou ativos de R$ 240 milhões a escrituração de demonstrações financeiras pelas novas regras, com a checagem de auditor independente.
O plano ambicioso de acadêmicos, auditores e profissionais do mercado de capitais ficou parado no Congresso por anos a fio, naquele processo de envelhecimento natural, de corte e costura e de tira-e-põe que não raramente transforma bons projetos em caricaturas.
No projeto original, as empresas fechadas teriam que publicar seus balanços, como se fossem companhias de capital aberto. Na tramitação, sob forte lobby das grandes companhias, o "publicar" foi definido como tornar disponível na internet, ou seja, sem custos, se o documento fosse colocado no site da própria empresa. No texto que virou lei, essa parte foi simplesmente eliminada, o que sugere que o problema dessas empresas não é o custo de publicação. O que incomoda, mesmo, é revelar seus números. (...)
Independentemente da lei, as montadoras e as outras empresas fechadas poderiam dar um novo significado ao conceito de responsabilidade social. A checagem das contas já é um avanço, porém parece uma incoerência, ou pelo menos um desperdício, auditar um balanço e guardá-lo na gaveta, já que a idéia não é abrir mais um mercado promissor para as firmas de auditoria.
Mais um detalhe. Este aspecto representa um interessante estudo de caso sobre a questão da padronização. No livro de Teoria da Contabilidade, no primeiro capitulo, discutimos sobre a padronização como uma atividade política. Este e' um exemplo bastante pertinente. No mesmo capitulo discutimos também o fato que a padronização sempre comete injustiça.
11 janeiro 2009
Rir é o melhor remédio

A tirinha a seguir é do Calvin e Haroldo. Talvez seja o melhor resumo da crise. (clique na figura para visualizar melhor)
Para mais tirinhas deste personagem, aqui
Música
Alguns números sobre venda de música
=> Total de venda de álbuns caiu para 428,4 milhões de unidades. Em 2007 foi de 500,5 milhões
=> As vendas físicas caíram para 362,6 milhões (versus 450,5 milhões) e as digitais aumentaram para 65,8 milhões
=> Todos os gêneros foram afetados.
=> Receita com shows aumentaram em 7,8%, com aumento no custo médio do ingresso (8%) e no número de ingressos vendidos (3%)
A seguir uma lista parcial (só inclui a América do Norte) dos shows em 2008:
Madonna - $105 million
Celine Dion - $94 million
Eagles - $73.4 million
Kenny Chesney - $72.2 million
Bon Jovi - $70.4 million
Bruce Springsteen & The E Street Band - $69.3 million
Neil Diamond - $59.8 million
Rascal Flatts - $55.8 million
The Police - $48 million
Tina Turner - $47.7 million
Via Blog Big Picture
=> Total de venda de álbuns caiu para 428,4 milhões de unidades. Em 2007 foi de 500,5 milhões
=> As vendas físicas caíram para 362,6 milhões (versus 450,5 milhões) e as digitais aumentaram para 65,8 milhões
=> Todos os gêneros foram afetados.
=> Receita com shows aumentaram em 7,8%, com aumento no custo médio do ingresso (8%) e no número de ingressos vendidos (3%)
A seguir uma lista parcial (só inclui a América do Norte) dos shows em 2008:
Madonna - $105 million
Celine Dion - $94 million
Eagles - $73.4 million
Kenny Chesney - $72.2 million
Bon Jovi - $70.4 million
Bruce Springsteen & The E Street Band - $69.3 million
Neil Diamond - $59.8 million
Rascal Flatts - $55.8 million
The Police - $48 million
Tina Turner - $47.7 million
Via Blog Big Picture
10 janeiro 2009
Frase
Mas ao contrário do que alguns comentaristas têm dito o assunto Madoff não prova que a SEC não é uma instituição que deva ser blindada. Também não mostra que tudo o que precisa é de mais dinheiro para fazer o seu trabalho. Pelo contrário, este escândalo ressalta a necessidade de uma abordagem reguladora no século 21.
How the SEC Can Prevent More Madoffs
Arthur Levitt Jr. – 5/1/2009 - 5 January 2009 - The Wall Street Journal - A13
How the SEC Can Prevent More Madoffs
Arthur Levitt Jr. – 5/1/2009 - 5 January 2009 - The Wall Street Journal - A13
09 janeiro 2009
Diferença
Recentemente a Espanha fez algumas importantes alterações na sua contabilidade, resultando no novo Plan General de Contabilidad (PGC), em vigor desde o primeiro dia do ano. Para difundir estas mudanças, o jornal Expansión lançou uma coleção, por 1,95 euros, sobre o assunto (Fonte: Numerosos ejemplos para solventar las principales dificultades de las empresas, 5/1/2009, Expansión)
Partes relacionadas
Transparência para contratos
06/01/2009 - Valor Econômico
A relação é direta: quanto pior a governança de uma companhia, maior a chance de existirem mais e maiores transações com empresas do mesmo grupo ou ligadas ao controlador, ou ainda com seus administradores. A conclusão é de um estudo recente realizado por professores da Universidade de São Paulo (USP) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), a primeira pesquisa acadêmica brasileira sobre a questão.
Essas operações, os chamados contratos com partes relacionadas, podem até ser mais eficientes do ponto de vista econômico - afinal, parece mais seguro fechar um negócio com quem se conhece. No entanto, elas embutem grandes tentações e podem representar uma fonte de desvio de riqueza da companhia para a outra parte envolvida nessas transações, seja o controlador, sócio relevante ou um administrador.
"Diversos escândalos [empresariais] desta década destacaram a importância dessas transações", diz o estudo do professor Alexandre Di Miceli, da Faculdade de Economia da USP e coordenador do Centro de Estudos em Governança (CEG), da Fipecafi. Esses contratos foram, pelo menos de alguma forma, responsáveis por casos como Enron, Worldcom, Parmalat e, no Brasil, Agrenco. Por isso, o assunto é polêmico no mundo inteiro.
"Não dá para dizer que é uma pesquisa conclusiva, mas os dados quantitativos apontam que as operações são mais comuns e maiores nas companhias com menos governança", afirmou Di Miceli. "Além disso, quem usa mais têm múltiplos [indicadores de preço de ação] menores", completou, explicando que isso pode indicar que o mercado atribui um desconto para as companhias que se utilizam demais desses contratos. (...)
Um grande problema com as pesquisas nesta área refere-se a mensuração da governança corporativa. Isto, obviamente, não invalida o estudo. Pelo contrário.
Novos economistas
A revista The Economist, no seu último número de 2008, fez um levantamento dos mais promissores economistas (International bright young things). A pesquisa apresenta uma lista de jovens pesquisadores, em diferentes áreas. Esta listagem é realizada a cada dez anos. A listagem de vinte anos listava o economista Paul Krugman, vencedor do Nobel de 2008. Já a relação de dez anos tinha a presença de Levitt, co-autor de Freakonomics.
Mas do texto destaco o seguinte comentário:
Ver o artigo aqui, em PDF.
Esta pesquisa pode ser de muito interesse para área contábil. Observe que os órgãos reguladores trabalham com a premissa questionável de que mais informação é melhor. A pesquisa indica o oposto.
Mas do texto destaco o seguinte comentário:
Com apenas 29, o senhor Shapiro [JESSE SHAPIRO] já pode vangloriar de uma coleção resultados obtidos dignos de uma seqüência de "Freakonomics". Ele revelou que algumas decisões são mais bem feitas sem informação em excesso: as pessoas são melhores em predizer o vencedor das eleições governamentais americanas quando eles vêem os candidatos com o som desligado.
Ver o artigo aqui, em PDF.
Esta pesquisa pode ser de muito interesse para área contábil. Observe que os órgãos reguladores trabalham com a premissa questionável de que mais informação é melhor. A pesquisa indica o oposto.
Capital de Giro
Um texto, enviado por Alexandre Alcântara, discute o capital de giro. Fiz comentários em alguns trechos, entre colchetes.
No setor metalúrgico, notícias dão conta que as empresas estão negociando contratos com seus fornecedores de matéria-prima já que a demanda na construção e na indústria automotiva está diminuindo o ritmo. Em alguns casos, clientes estariam pedindo aos fornecedores para atrasar ou até cancelar entregas, enquanto outros optam por comprar suas matérias-primas no mercado à vista, onde os preços caíram dramaticamente.
Trade-Credit – O lubrificante da economia global
O crédito está difícil de ser conseguido nos dias atuais. Nos EUA, empresas geram mais de 15% de seus financiamentos a partir de contas a pagar. Internacionalmente, esses níveis podem ser ainda maiores. E já que mais de 80% das transações são "vendor financed" (negociação de valores a receber), fornecedores e outras companhias estão corretamente preocupadas se vão ser pagas. Afinal de contas, essas empresas têm que suportar os custos até que seus clientes as paguem.
Esse intervalo financeiro é conhecido como trade-credit, o que, junto com o inventário, forma o principal componente do capital de giro. Esse último é um significativo condutor à lucratividade. Em uma companhia comum, diminuir o capital de giro em 30% leva a um aumento de 16% nos retornáveis, descontados os impostos, do capital investido.
[O texto está confuso aqui. O que seriam os “retornáveis”?]
Com isso, não é de se espantar que o Deutsche Post tenha anunciado um programa para diminuir o capital de giro em €700 milhões até o fim de 2009. Enquanto isso, a rede de varejo Tesco, há muito tempo, estabeleceu seu trade-credit abaixo de zero ao assegurar o pagamento de seus clientes antes de ter de pagar seus fornecedores.
Pressionar os fornecedores – uma estratégia sensível?
Mas é questionável se o melhor comportamento é o de pressionar seus fornecedores. Primeiramente, processos de pagamento e trade-credit variam em cada país, indústria e até mesmo companhias. Enquanto empresas geralmente aderem às normas da indústria, a questão do crédito pode variar de cliente para cliente. Na verdade, um dos gerentes que entrevistamos para esse artigo descobriu que sua empresa tinha mais de 1.000 diferentes condições de crédito ao redor do mundo.
[O autor faz questão de destacar que medidas não podem ser extrapoladas para todo tipo de empresa. Não é fácil ter uma fórmula mágica.]
Em muitas ocasiões, as empresas acumulam condições de pagamento no momento em que adicionam parceiros da cadeia de fornecedores e não os consolida regularmente. Pesquisadores financeiros investigaram essas diferenças e a principal razão para que as companhias ofereçam o trade-credit parece ser a pressão da competitividade, informação de crédito e descriminação de preço (no lado do fornecimento) e "transaction pooling", proteção de controle e avaliação de crédito, (no lado da demanda).
Segundo, o trade-credit impacta a relação da cadeia de fornecedores e gerenciar isso agressivamente pode prejudicar essas relações. Companhias que provocam uma situação de hostilidade com seus fornecedores ao atrasar o pagamento arriscam não apenas perder as inovações e diminuir sua capacidade, mas também conturbar a cadeia de suprimentos. Isso pode impactar a parte financeira. Empresas conhecidas por suas transações, que enfrentam problemas em sua cadeia de suprimentos, reportaram reações negativas nesses anúncios, com a capitalização no mercado caindo até 10%.
[Muito boa a posição do autor, ao destacar que medidas podem afetar relacionamentos de longo prazo.]
Três estratégias de "trade-credit"
Uma série de três perguntas pode ajudar:
1) Primeiro, os gerentes têm que pensar em qual tipo de relação eles querem construir. O fornecedor é um parceiro estratégico? O cliente é uma peça-chave? Esse parceiro estará trabalhando com você por mais de um ano? Se existe a possibilidade dessa interação se repetir, espere um tempo para entender os custos do seu parceiro e tente criar uma situação em que todos possam sair satisfeitos.
2) Se a relação é uma questão mais transacional, os gerentes devem determinar a posição competitiva de sua empresa. Os produtos ou serviços são inovadores e únicos? A empresa foi bem em negociações anteriores? Se a resposta é não, há uma pequena margem para ajustar os termos do crédito. A negociação deve ser baseada nos padrões da indústria.
3) Mesmo se a empresa está em uma posição favorável, ainda deve considerar sua base de custos. Qual a proporção de custos que varia com a produção? Se a maioria dos custos é fixa, as empresas devem confiar no trade-credit para atrair os clientes. Se a maioria dos custos for variável e a empresa correr o risco de sofrer perdas em vendas, ela deve minimizar seu capital de giro e se adaptar.
No curto-prazo, alguns passos imediatos devem ajudar a prevenir as empresas de se tornarem vitimas da crise financeira.
•Monitorar pagamentos atuais e as mudanças dos termos de créditos acordados
•Informar-se da situação financeira dos principais fornecedores e clientes
•Oferecer liquidez em determinados casos
Conversações e diálogos em tempos de crise irão não apenas prevenir transtornos, mas também gerar boa vontade e salientar o interesse nesse relacionamento – muito mais valioso a longo prazo do que apenas para economizar gastos.
[Para a maioria das empresas eu incluiria o “sentar no caixa” do texto anterior. Ou seja, o acompanhamento de perto do fluxo de caixa. Por incrível que pareça, isto não é prática comum de muitas empresas, onde o gestor não acha interessante a área financeira]
A importante questão do capital de giro[A questão da cadeia de valor na gestão do ciclo financeiro, a exemplo do texto anterior]
por Ralf Seifert e Daniel Seifert
19/12/2008
Especialistas internacionais questionam pressão a fornecedores e sugerem, em vez disso, criação de portfólio de estratégias
Com o aprofundamento da crise financeira e o encolhimento do crédito bancário, o capital de giro tornou-se uma questão importante. Reportagens recentes indicam que fornecedores das empresas automobilísticas alemãs estão sendo pressionados ao limite da falência em um momento em que os bancos desistem ou encurtam o crédito.
O mesmo se passa nos EUA. Com a comunidade financeira rapidamente perdendo confiança em suas grandes empresas automobilísticas, os fornecedores de autopeças enfrentam dificuldades para assegurar fundos e sofrem nas mãos de mercados com pouco crédito e com declínio na demanda. Duas situações que não representam boas notícias para as montadoras, que correm o risco de parar a produção por que seus fornecedores podem não conseguir entregar as mercadorias a tempo.
No setor metalúrgico, notícias dão conta que as empresas estão negociando contratos com seus fornecedores de matéria-prima já que a demanda na construção e na indústria automotiva está diminuindo o ritmo. Em alguns casos, clientes estariam pedindo aos fornecedores para atrasar ou até cancelar entregas, enquanto outros optam por comprar suas matérias-primas no mercado à vista, onde os preços caíram dramaticamente.
Trade-Credit – O lubrificante da economia global
O crédito está difícil de ser conseguido nos dias atuais. Nos EUA, empresas geram mais de 15% de seus financiamentos a partir de contas a pagar. Internacionalmente, esses níveis podem ser ainda maiores. E já que mais de 80% das transações são "vendor financed" (negociação de valores a receber), fornecedores e outras companhias estão corretamente preocupadas se vão ser pagas. Afinal de contas, essas empresas têm que suportar os custos até que seus clientes as paguem.
Esse intervalo financeiro é conhecido como trade-credit, o que, junto com o inventário, forma o principal componente do capital de giro. Esse último é um significativo condutor à lucratividade. Em uma companhia comum, diminuir o capital de giro em 30% leva a um aumento de 16% nos retornáveis, descontados os impostos, do capital investido.
[O texto está confuso aqui. O que seriam os “retornáveis”?]
Com isso, não é de se espantar que o Deutsche Post tenha anunciado um programa para diminuir o capital de giro em €700 milhões até o fim de 2009. Enquanto isso, a rede de varejo Tesco, há muito tempo, estabeleceu seu trade-credit abaixo de zero ao assegurar o pagamento de seus clientes antes de ter de pagar seus fornecedores.
Pressionar os fornecedores – uma estratégia sensível?
Mas é questionável se o melhor comportamento é o de pressionar seus fornecedores. Primeiramente, processos de pagamento e trade-credit variam em cada país, indústria e até mesmo companhias. Enquanto empresas geralmente aderem às normas da indústria, a questão do crédito pode variar de cliente para cliente. Na verdade, um dos gerentes que entrevistamos para esse artigo descobriu que sua empresa tinha mais de 1.000 diferentes condições de crédito ao redor do mundo.
[O autor faz questão de destacar que medidas não podem ser extrapoladas para todo tipo de empresa. Não é fácil ter uma fórmula mágica.]
Em muitas ocasiões, as empresas acumulam condições de pagamento no momento em que adicionam parceiros da cadeia de fornecedores e não os consolida regularmente. Pesquisadores financeiros investigaram essas diferenças e a principal razão para que as companhias ofereçam o trade-credit parece ser a pressão da competitividade, informação de crédito e descriminação de preço (no lado do fornecimento) e "transaction pooling", proteção de controle e avaliação de crédito, (no lado da demanda).
Segundo, o trade-credit impacta a relação da cadeia de fornecedores e gerenciar isso agressivamente pode prejudicar essas relações. Companhias que provocam uma situação de hostilidade com seus fornecedores ao atrasar o pagamento arriscam não apenas perder as inovações e diminuir sua capacidade, mas também conturbar a cadeia de suprimentos. Isso pode impactar a parte financeira. Empresas conhecidas por suas transações, que enfrentam problemas em sua cadeia de suprimentos, reportaram reações negativas nesses anúncios, com a capitalização no mercado caindo até 10%.
[Muito boa a posição do autor, ao destacar que medidas podem afetar relacionamentos de longo prazo.]
Três estratégias de "trade-credit"
Uma série de três perguntas pode ajudar:
1) Primeiro, os gerentes têm que pensar em qual tipo de relação eles querem construir. O fornecedor é um parceiro estratégico? O cliente é uma peça-chave? Esse parceiro estará trabalhando com você por mais de um ano? Se existe a possibilidade dessa interação se repetir, espere um tempo para entender os custos do seu parceiro e tente criar uma situação em que todos possam sair satisfeitos.
2) Se a relação é uma questão mais transacional, os gerentes devem determinar a posição competitiva de sua empresa. Os produtos ou serviços são inovadores e únicos? A empresa foi bem em negociações anteriores? Se a resposta é não, há uma pequena margem para ajustar os termos do crédito. A negociação deve ser baseada nos padrões da indústria.
3) Mesmo se a empresa está em uma posição favorável, ainda deve considerar sua base de custos. Qual a proporção de custos que varia com a produção? Se a maioria dos custos é fixa, as empresas devem confiar no trade-credit para atrair os clientes. Se a maioria dos custos for variável e a empresa correr o risco de sofrer perdas em vendas, ela deve minimizar seu capital de giro e se adaptar.
No curto-prazo, alguns passos imediatos devem ajudar a prevenir as empresas de se tornarem vitimas da crise financeira.
•Monitorar pagamentos atuais e as mudanças dos termos de créditos acordados
•Informar-se da situação financeira dos principais fornecedores e clientes
•Oferecer liquidez em determinados casos
Conversações e diálogos em tempos de crise irão não apenas prevenir transtornos, mas também gerar boa vontade e salientar o interesse nesse relacionamento – muito mais valioso a longo prazo do que apenas para economizar gastos.
[Para a maioria das empresas eu incluiria o “sentar no caixa” do texto anterior. Ou seja, o acompanhamento de perto do fluxo de caixa. Por incrível que pareça, isto não é prática comum de muitas empresas, onde o gestor não acha interessante a área financeira]
Capital de Giro
O texto a seguir mostra a dificuldade de se fazer administração de capital de giro num momento de crise. Entre colchetes, minhas observações.
Em tempos de crise, o caixa é rei
Executivos redobram a vigilância sobre o entra-e-sai de dinheiro das empresas para evitar surpresas
Patrícia Cançado
Durante anos, nove entre dez empresas americanas cresceram guiadas pelo princípio de caixa curto e alto endividamento. Com o fim da hiperinflação no Brasil, a equação passou a fazer a cabeça de muitos financistas e empresários por aqui. Essa tal "alavancagem" era uma atitude não só estimulada pelos bancos como aplaudida pelos acionistas.
[Discordo. Alguns bancos não estimulam a alavancagem. Não é tão simplista assim]
A quebra do Lehman Brothers inverteu a regra do jogo. Muitas acordaram nos dias seguintes - e não é apenas modo de dizer - sem dinheiro disponível para tocar suas operações com folga. "Com os bancos e a bolsa fechados, o caixa passa a ser o principal ativo das empresas em qualquer lugar do mundo", afirma o diretor da Boston Consulting Group, Fernando Machado. "No curtíssimo prazo, o caixa é rei. Quem tiver, vai passar melhor por essa situação."
[É questionável a afirmação que o caixa é o principal ativo. Existe aqui uma confusão entre a idéia de “estoque”, que está expresso no balanço, e a idéia de “fluxo”, que estaria nas demonstrações do Resultado e dos Fluxos de Caixa. O principal ativo é aquele que permite gerar – no sentido de fluxo – caixa]
Ninguém está a salvo, embora alguns tenham mais urgência em recompor ou preservar o capital que os outros. Desde que as perdas com derivativos de quase R$ 700 milhões vieram à tona, o presidente do Conselho de Administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, não encerra o expediente sem antes verificar o fluxo de caixa da companhia. Nos tempos de fartura, essa função era do gerente de tesouraria das empresas. O que Furlan tem feito é o que os especialistas em reestruturação de empresas chamam de "sentar no caixa". Ou seja, controlar o entra-e-sai de dinheiro tal como um dono de padaria, calculando cada centavo.
[Aqui neste parágrafo refere-se ao fluxo de caixa.]
Outros executivos - com mais ou menos pressa - estão no mesmo barco. "Se você não fizer isso, o dinheiro vai embora rápido porque o horizonte é incerto. É preciso estar preparado para mais 12 meses sem crédito fácil", diz José Carlos Aguilera, especialista em reestruturação de empresas e atual presidente da Brasil Ecodiesel. "A Vale tem R$ 14 bilhões em caixa e, mesmo assim, está reduzindo produção e demitindo funcionários para se adequar à nova realidade de consumo de minério. O ideal seria fazer conta para ver se vale a pena demitir. Mas, em crise de caixa, as soluções são imediatistas."
[Não é possível afirmar – ou deixar implícito – que 14 bilhões de caixa da Vale é elevado. A determinação do volume de dinheiro que deve ser retido no caixa é muito difícil e depende de cada empresa]
O remédio não é igual para todos. Em primeiro lugar, as empresas tentam renegociar contratos e dívidas, alongar prazo de pagamento a fornecedores e encurtar o de clientes, cortar custos (inclui demissões), liberar estoques, cancelar investimentos e liquidar ativos não operacionais, como aviões e imóveis. Nos últimos meses, tanto aqui quanto lá fora, não houve um dia sequer sem que uma empresa - as montadoras, em particular - anunciasse medidas nesse sentido.
[Observe que as medidas dizem respeito ao ciclo financeiro da entidade – fluxo da atividade operacional - e ao fluxo de investimento.]
Quando nada disso é suficiente, parte-se para doses mais radicais, como a venda de unidades que não fazem parte do negócio principal ou de participação minoritária.
[O problemas das medidas citadas é a crise. O dinheiro é curto e não aparecem compradores para as unidades colocadas à venda. Neste momento, a demanda de caixa para fins especulativos, na definição de Keynes, torna-se importante. Os 14 bilhões da Vale, por exemplo, podem ser usados para adquirir boas oportunidades que estão sendo colocadas a venda por outras empresas. Mas quantas empresas podem fazer isto hoje?]
Foi o que fez, por exemplo, a InPar ainda no começo do semestre. Ela colocou à venda imóveis não residenciais com o objetivo de levantar R$ 400 milhões. Não foi o bastante para estancar a sangria. Estrangulada pelo furo bilionário, a Sadia estaria disposta a abrir mão de até 20% das ações para recompor seu caixa. Até aqui, 18 fundos se interessaram pelo negócio, segundo o próprio Furlan.
A Brasil Ecodiesel, maior produtora de biodiesel do País, é outro caso dramático. A situação já era difícil antes da crise e só piorou depois dela. Quando Aguilera foi convidado para assumir o comando do negócio, em maio deste ano, a dívida era de R$ 290 milhões. Em agosto, ele conseguiu esticar o prazo de 85% desse valor. "Tirei parte do problema da frente. Mas não resolvi o capital de giro. Os bancos estão nos financiando, mas o custo é alto e o dinheiro não é garantido", explica Aguilera.
[Ficou confuso o texto. Afirma, em primeiro lugar, que a empresa aumentou o prazo da dívida. Mas teve que assumir financiamentos de capital de giro, tipicamente de curto prazo. Afinal, a empresa aumentou ou não o prazo da dívida]
A Ecodiesel tem poucas saídas. Alongar o prazo de pagamento dos fornecedores, como têm feito as usinas de açúcar e álcool, é impossível. Ela só pode pagar à vista. Por outro lado, encurtar o prazo para clientes também não resolve, porque o jogo de forças é desequilibrado. O cliente da Ecodiesel é ninguém menos que a Petrobrás. "No meu caso, sobram duas alternativas: adequar as vendas ao tamanho do caixa atual ou aumentar o capital, com novos e antigos acionistas", revela Aguilera. A meta é a segunda opção. "Em setembro, não conseguia falar com ninguém. Em dezembro, vários investidores se interessaram por analisar."
[Este é o problema das medidas elencadas quando a empresa é o elo mais fraco da cadeia de valor, como é o caso da Ecodiesel. Quem determina o sucesso de medidas de alongamento do ciclo financeiro é a empresa mais forte, no caso a Petrobrás.]
Hoje, o poder está do lado do comprador. Ele tem agora a oportunidade de pagar barato por um negócio que pode se valorizar mais adiante. As ações das companhias brasileiras de capital aberto estão depreciadas, o que abre o apetite de fundos de participações, os chamados private equity. Quem tem cacife para comprar está de olho, aguardando o fundo do poço. "É um jogo de forças. Quem piscar primeiro, leva. A sensação é que esse tempo de espera passou", diz Aguilera.
Efeito da crise
Milionários (com riqueza acima de 1 milhão de dólares) estadunidenses perderam 30% da sua fortuna, prejudicando sua habilidade de manter o estilo de vida e aposentadorias
Veja no gráfico a distribuição percentual destas perdas. Fonte: Aqui
Veja no gráfico a distribuição percentual destas perdas. Fonte: Aqui
08 janeiro 2009
Pornô pede ajuda
O fato do dia: Enron da India
O fato do dia em contabilidade é um escândalo com a empresa Satyam, da Índia, que lembra um pouco o que ocorreu com a Enron, nos EUA. (grifo meu)
WSJ:Escándalo por fraude corporativo Satyam estremece a India
07/01/2008 - Dow Jones en Espanol - Por Nirah Sheth, Jackie Range y Romit Guha - THE WALL STREET JOURNAL
El presidente de la junta de una de las compañías de tecnologías de la información más grandes de India admitió que inventó resultados financieros clave, incluyendo un balance ficticio de efectivo de más de US$1.000 millones, una revelación que ha sacudido al mundo empresarial de la India y probablemente hará que los inversionistas cuestionen la validez de los resultados corporativos a medida que la otrora boyante economía se desacelere.
B. Ramalinga Raju, fundador y presidente de la junta de Satyam Computer Services Ltd. -"satyam" significa verdad en sánscrito- dijo en una carta de renuncia que también exageró las ganancias por los últimos años, exageró la cantidad de deuda que se le debía a la compañía y subestimó sus deudas. Finalmente, el engaño alcanzó "proporciones simplemente inmanejables" y quedó en una posición "como montando un tigre, sin saber como bajarse sin ser devorado".
La noticia desató temores sobre el gobierno corporativo y los estándares de contabilidad a lo largo de la industria india, especialmente dado que Satyam era auditado por PricewaterhouseCoopers y tenía directores independientes de alto perfil, incluyendo a un profesor de la Escuela de Negocios de Harvard, en su junta hasta hace poco.
PricewaterhouseCoopers dijo que está examinando la declaración de Raju y declinó hacer más comentarios. Inmediatamente se hicieron comparaciones a los problemas de gobierno y contabilidad corporativa que se generaron con la crisis de Enron.
(...) Entre sus clientes cuenta con gigantes como Nestlé SA, General Electric Co., Caterpillar Inc., Sony Corp. y Nissan Motor Corp.
(...) La debacle de Satyam llega en un momento difícil para las compañías tecnológicas líderes de India, que han pasado a simbolizar las aspiraciones del propio país de ser una superpotencia comercial y un gran actor en el negocio global de la subcontratación y la administración de datos. La industria, pese a que emplea directamente sólo cerca de dos millones de los 1.100 millones de habitantes de India, ayudó a forjar un próspero sector de servicios en grandes metrópolis como Bangalore, Mumbai, Delhi e Hyderabad. (...)
En su carta de confesión de cinco páginas a la junta de Satyam, Raju dijo que inicialmente la brecha entre las ganancias operativas reales de la empresa y las reflejadas en los libros había sido marginal. Pero a medida que Satyam creció y sus costos se incrementaron, también lo hizo el tamaño de la brecha. Raju temía que si la compañía parecía tener un pobre desempeño, podría motivar un intento de adquisición que expondría las discrepancias, así que forjó formas de esconderlo.
Públicamente, la compañía reportó cifras estelares. En el año que terminó el 31 de marzo de 2008, Satyam reportó US$2.100 millones en ventas y US$427,55 millones en ganancias. Eso representó un crecimiento de 48% en los ingresos y de 35,5% en ganancias frente al año anterior.
Sin embargo, el fraude se hizo cada vez más difícil de mantener a medida que la suerte de la compañía cambió para mal. Raju dijo en su carta que en el trimestre que terminó el 30 de septiembre las ventas reales de Satyam fueron de US$434 millones, mientras que reportó US$555 millones. Satyam reportó US$136 millones en ganancias, pese a que la cantidad real era de sólo US$12,5 millones. La compañía también reportó que tenía US$1.100 millones disponibles en efectivo. En realidad, sólo tenía US$66 millones, dijo Raju.
Falência de Bancos
Dos 7146 bancos dos EUA, 25 faliram em 2008. Isto representa menos que 1% de todos os bancos ou 99,65% dos bancos sobreviveram. Nos últimos quarenta anos o maior número de falência ocorreu durante a crise do final da década de 80 e início de 90. Naquele período, o número atingiu a mais de 500 instituições. Apesar disto, o número de falência de 2008 é o maior dos últimos 15 anos. Fonte: Aqui
Custo
O texto a seguir mostra a questão do efeito da economia de escala no custo de produção. Em geral, uma produção de maior quantidade tende a reduzir o custo unitário. Uma das razões é o fato de que parte do custo é fixo.
Genérico antiaids produzido no País custa até 7 vezes mais que importado
Entre os motivos para a diferença estão menor escala de produção e dificuldades na política industrial farmacêutica
Lígia Formenti
Remédios genéricos anti-retrovirais produzidos no Brasil chegam a custar até sete vezes mais do que aqueles fabricados em outros países. A diferença, reconhecida pelo Ministério da Saúde, é fruto da produção em menor escala, da maior dificuldade em comprar matéria-prima e da falta histórica de uma política industrial farmacêutica.
Mas o preço alto também é atribuído, em parte, a uma espécie de "comodismo" dos laboratórios oficiais. "O setor sabe que é estratégico e, diante da segurança que essa situação lhe dá, nem sempre toma as medidas necessárias para se tornar mais competitivo", afirma a pesquisadora de economia em saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro Lia Hasenclever.
A organização Médicos Sem-Fronteiras há alguns anos informa preços de medicamentos usados por pacientes com aids. Comparando os valores apresentados pela organização com os do Programa Nacional de DST-Aids, nota-se uma variação significativa (mais informações nesta pág.). Essa desproporção já havia sido destacada antes em duas pesquisas, uma delas divulgada em dezembro de 2007. Questionado na época, o governo havia afirmado que os preços seriam reduzidos em 20% neste ano. A previsão foi cumprida, mas, mesmo assim, a desigualdade de valores continua.
A diferença entre os preços dos genéricos antiaids nacionais e indianos tornou-se significativa a partir de 2005. Um estudo feito por Alexandre Grangeiro, pela economista Luciana Teixeira e pelo pesquisador Francisco Bastos sobre a trajetória dos gastos com anti-retrovirais entre 1988 e 2005 mostrou que, neste último ano, preços dos remédios brasileiros destoavam da tendência internacional. Enquanto aqui os preços subiam, no exterior era registrada uma redução de até 53% nos valores. "A produção nacional é extremamente importante. Mas temos de perseguir preços mais baixos, vantajosos em todas as áreas, seja no mercado externo, seja no interno", diz Luciana, que também é consultora da Câmara dos Deputados.
Os laboratórios nacionais produzem 9 dos 17 remédios usados no coquetel para tratamento de pacientes com aids. A partir de 2009, mais um produto será acrescentado à lista, o Efavirenz, anti-retroviral produzido pela Merck que, em 2007, teve a licença compulsória decretada.
Os produtos feitos no Brasil representam pequena parcela do que é gasto com medicamento no Programa Nacional de DST-Aids. A maior fatia da verba, 72%, é consumida com remédios protegidos por patentes. "Essa é uma das razões que acabam desviando a atenção sobre o quanto custa o remédio produzido no País. Como a fatia é menor, a discussão sobre os preços acaba ficando em segundo plano", afirma Luciana. Mas há outra razão para que a discussão não seja enfrentada: a convicção de especialistas de que é preciso incentivar a produção nacional e o receio de que, ao apontar falhas na área, haja pressões para que a compra passe a ser feita com outros fornecedores.
OUTRO CAMINHO
"O fato de o preço de alguns produtos ser maior é um problema que precisa ser enfrentado, mas nem de longe deve se pensar em substituir a produção nacional por produtos mais baratos. O caminho a seguir é outro", diz Eloan dos Santos Pinheiro, ex-diretora de Farmanguinhos.
Grangeiro, que já foi coordenador do Programa Nacional de DST-Aids, tem avaliação semelhante. Ao fortalecer a indústria nacional, diz, o País ganha de várias maneiras: afasta o risco da dependência do mercado externo na área de medicamentos, fortalece a economia e garante bons argumentos para negociar preços dos antiaids protegidos por patentes. "Mas isso não exclui a necessidade de buscarmos uma indústria com preços mais competitivos." No seu estudo, Grangeiro aponta evidências do enfraquecimento da indústria nacional produtora de genéricos nos últimos anos. Uma das demonstrações desse processo, afirma, é justamente o aumento de preços desses medicamentos e também as falhas de distribuição, constatadas no período.
A coordenadora do Programa Nacional de DST-Aids, Mariângela Simão, atribui a diferença da tendência de preços a dois fatores - a produção dos genéricos indianos tem escala muito maior do que a brasileira e, naquele país, os encargos sociais são menores. "Tudo isso acaba refletindo no preço final", completa. Eloan destaca outro fator: quando a indústria indiana de genéricos começou a crescer, foi formado uma espécie de consórcio entre produtores de toda a cadeia, desde a matéria-prima até o produto final. "Há um ajuste do quanto deve ser produzido, há uma isenção de impostos em todo o processo, algo que não ocorre no Brasil."
CERTA CONDESCENDÊNCIA?
Eloan afirma que pode ter ocorrido, no passado, uma certa condescendência com laboratórios oficiais brasileiros que não baixaram os preços no momento que deveriam. "Não sabemos ao certo o que ocorreu. Mas o fato é que não há como transformar os preços competitivos de um momento para o outro." Ela avalia que, o ideal, seria estabelecer um cronograma para redução dos preços. A providência, ressalta, deveria ser acompanhada de uma série de outras iniciativas: sistema de compras, tributações, incentivos. "É preciso pensar na produção vertical. Matéria-prima, produtos intermediários, até chegar ao remédio final", diz. Coisa que hoje não ocorre.
Lia Hasenclever acredita que não adianta exigir mudança drástica. Ela ressalta, no entanto, que não há como mudar o tratamento de uma hora para outra. "É preciso dosar, caso contrário, o que pode ocorrer é um enfraquecimento ainda maior dos laboratórios." Como exemplo, cita a mudança, em 2006, no sistema de compras públicas. A partir daquele ano, drogas que antes eram compradas pelo ministério passaram a ser adquiridas por Estados e municípios. "O estabelecimento da concorrência de um momento para o outro acabou abalando as contas de muitos laboratórios." Uma medida, que, para Lia, foi perigosa. "Muitos laboratórios oficiais se queixam que estavam totalmente adaptados para determinada produção e, de repente, esse quantitativo foi alterado, para menos."
(Clique na imagem para visualizar melhor)
Burocracia
Veja e compare
Na primeira foto, o contrato entre o sindicato e a Ford, com 2.215 páginas.

Na segunda foto, o contrato de 1941, com 24 páginas.

Fonte: Aqui
Na primeira foto, o contrato entre o sindicato e a Ford, com 2.215 páginas.

Na segunda foto, o contrato de 1941, com 24 páginas.

Fonte: Aqui
As melhores profissões
Um estudo analisou 200 profissões para determinar a melhor e a pior em termos de critérios relacionados ao trabalho (ambiente, lucro, demanda física, stress)
Os melhores, na ordem: matemáticos, atuários, estatísticos, biológos, engenheiro de software, analista de computadores, historiadores, sociologistas, desenho industrial e contadores. Na seqüência, economista, filosófo, físico. Entre os piores, motorista de táxi, trabalhador da construção civil, mecânico.
Veja aqui
Os melhores, na ordem: matemáticos, atuários, estatísticos, biológos, engenheiro de software, analista de computadores, historiadores, sociologistas, desenho industrial e contadores. Na seqüência, economista, filosófo, físico. Entre os piores, motorista de táxi, trabalhador da construção civil, mecânico.
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