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15 janeiro 2008

Auditoria e a nova lei

Novas regras aquecem mercado de auditoria
BRUNO VILLAS BÔAS
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 14/01/2008

A sanção do Projeto de Lei nº 121/2007 (antigo PL 3.741/2000) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebida com entusiasmo pelas empresas de auditoria. Não apenas porque moderniza a Lei das Sociedades Anônimas (Lei das S/A), mas também porque torna obrigatória a publicação, em jornais de grande circulação e no Diário Oficial, de balanços auditados por parte de empresas fechadas de grande porte.

Na avaliação de algumas das maiores empresas de auditoria do Brasil, embora os números sejam divergentes, até mil empresas passam a ser obrigadas a publicar balanços. Segundo José Roberto Carneiro, sócio-líder de Auditoria da Deloitte, o Brasil era um dos países menos auditados no mundo, atrás até mesmo de vizinhos do Mercosul.

“Temos uma estimativa bastante rudimentar, mas trabalhamos com cerca de mil empresas”, afirma o executivo, destacando que as novas regras obrigam empresas não abertas com capital superior a R$ 240 milhões em ativo total ou R$ 300 milhões em receita bruta anual a terem seus balanços auditados e publicados no Diário Oficial e em jornais de grande circulação.

Carneiro acrescenta que a procura, contudo, ainda é muito esparsa, uma vez que a lei foi sancionada pelo presidente Lula em 28 de dezembro último. “Mas já fomos contatados por algumas empresas”, garantiu o sócio da Deloitte, empresa que também realiza globalmente consultoria tributária, em gestão de riscos, empresarial, outsourcing e de capital humano.

As novas regras também tornam obrigatória a inclusão, no ativo permanente, os bens intangíveis, antes uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apenas para companhias abertas. Determinam ainda a substituição da demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR) pela demonstração dos fluxos de caixa (DFC), entre outras mudanças.

Para Carneiro, das alterações contidas na lei sancionada, a maior dificuldade para as empresas que ainda não publicam balanço será a mudança da cultura de informalidade em alguns processos. , explica.

O executivo acrescenta que o principal benefício das novas regras será, contudo, a redução do custo de capital. Com informações contábeis mais compeltas e divulgadas, as empresas de crédito terão meios de avaliar o risco e capacidade de pagamento das empresas. “Mesmo o custo das auditorias será muito inferior a esses ganhos na captação de recursos”, afirma.

O sócio de Auditoria da Ernst & Young, Sérgio Romani, afirma que as mudanças foram uma boa notícia para o mercado. Embora atrasado em alguns anos (o projeto de lei aguardou aprovação durante sete anos no Congresso), a lei moderniza, de fato, as regras contábeis brasileiras. Para ele, a aprovação do projeto de lei chegou a ser uma surpresa.

“Ficou todo mundo meio surpreso com a aprovação do projeto de lei. Acreditamos que uma das razões que podem ter encorajado a aprovação foi justamente o aspecto de arrecadação. Com empresas auditadas, elas precisam sair um pouco da informalidade. Auditando, não tem caixa dois”, frisa o sócio da Ernst & Young.

Segundo Romani, a principal preocupação das empresas de auditora é como se preparar para atender ao aumento da demanda. Ele diz que a Ernst & Young precisará formar novos auditores. “O Brasil era um dos países menos auditados do mundo. Vamos, agora, precisar formar mais auditores. Fizemos contratação de 300 no ano passado. Neste ano, serão mais 500”, diz.

A principal meta da nova lei, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2008, é atualizar as regras contábeis brasileiras e alinhá-las com as internacionais, como do International Accouting Standards Board (IASB), por meio do International Financial Reporting Standards (IFRS). Para especialistas consultados, a lei atinge seus objetivos.

CVM e a nova lei - 4

Nova lei não exige divulgação de balanços
Gazeta Mercantil - 14/01/2008

São Paulo, 14 de Janeiro de 2008 - Tal e qual entrou em vigor, a lei nº 11.638, que atualizou as regras contábeis brasileiras, não obriga as empresas limitadas e as SA (sociedades anônimas) de capital fechado, com ativos a partir de R$ 240 milhões ou receita anual de R$ 300 milhões, a divulgarem e/ou publicarem seus balanços contábeis. É essa a interpretação de Marcos Venicio Sanches, contador e sócio da empresa de consultoria e auditoria BDO Trevisan, que participou dos debates que antecederam a criação da lei. "Se houvesse intenção de que os balanços fossem divulgados, o texto original do projeto de lei nº 3.741 (que se transformou na lei) teria sido mantido", afirma Sanches, para justificar sua posição. As entidades de classe das empresas eram contra a medida e influenciaram a sua retirada do texto da lei, conta.

O assunto, porém, continua controverso e ainda encontra quem defenda a obrigatoriedade de divulgação e/ou publicação dos balanços. Mas, por enquanto sem amparo legal. O que a lei determina - e ninguém discute - é que as SAs de capital fechado e as empresas limitadas (de porte acima mencionado) contratem auditoria independente para suas demonstrações contábeis, já este ano. Após sete anos em tramitação no Congresso Nacional, a lei foi sancionada em 28 de dezembro de 2007.

Vantagens da auditoria

Mesmo sem as vitrines da divulgação, a lei aumenta a transparência das empresas, ajuda a reduzir a sonegação fiscal e reduz custos de captação. Além disso, contribui para aumentar o fluxo de recursos para essas firmas, beneficiando o crescimento da economia. "As empresas vão sair do escuro. Para um banco, por exemplo, uma coisa é analisar o risco de crédito de uma companhia com balanço auditado do que de uma sem. Um risco menor certamente vai se refletir em um custo menor do crédito", afirma.

De acordo com a lei, as empresas-alvo poderão escolher entre seguir a Lei das SAs ou seguir as regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que regulamenta as companhias abertas. A opção vai determinar as regras que deverão verificar para fazer suas demonstrações contábeis. Se optarem pela Lei das SAs, deverão adotar as práticas contábeis da Legislação Societária brasileira.

Se optar pela CVM, suas demonstrações contábeis consolidadas também deverão ser feitas no padrão contábil internacional IFRS (International Finance Reporting Standards) a partir de 2010, como foi prescrito para as empresas de capital aberto. Pela determinação da CVM, o IFRS só se aplica aos balanços consolidados. Os balanços das controladoras continuam no padrão nacional. Na opinião de Sanches, porém, o caminho natural é que haja convergência de todos os balanços contábeis para o padrão internacional.

Custos de auditoria

As empresas alvo da lei nº 11.638 terão que profissionalizar seus departamentos contábeis, o que certamente terá custos. Além disso, deverão gastar com a contratação de firmas de auditoria independente. Para dar uma idéia de quanto pode custar a contratação de uma auditoria, Sanches faz uma estimativa de preço: no caso de uma empresa com ativos de R$ 240 milhões, que seja bem organizada e que não tenha muitas filiais, o preço pode ficar em torno de R$ 80 mil a R$ 100 mil. Ele lembra que cada caso é um caso e são muitos os quesitos que entram na formação do preço.

Coisas novas

A lei aprofundou a harmonização das práticas contábeis locais com as normas do IFRS. Entre elas, a mais importante foi a criação no patrimônio líquido de uma conta chamada "ajuste de avaliação patrimonial". Nela serão registrados os ajustes dos ativos e passivos para o valor de mercado, conforme Sanches.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Lucia Rebouças)

CVM e a nova lei - 3

Impacto de mudança de lei contábil deve ser calculado já para exercício de 2007, diz CVM
Valor + News - 14/01/2008

SÃO PAULO - As companhias abertas brasileiras terão que calcular os impactos das mudanças contábeis previstas na Lei 11.638/07 já para as demonstrações financeiras referentes ao ano passado. De acordo com comunicado divulgado hoje pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no momento da divulgação do balanço do exercício social encerrado em dezembro de 2007, a empresa já deve informar, "quando possível", em notas explicativas, "uma estimativa" dos efeitos da nova norma "no patrimônio e no resultado de 2007 ou o grau de relevância sobre as demonstrações de 2008".

Para que as empresas tenham algum tempo para se adaptar à nova realidade, a CVM entende que os balanços trimestrais (ITRs) deste ano não precisarão contemplar completamente as alterações previstas na nova lei, publicada no dia 28 de dezembro, embora seja necessário prever os impactos das mudanças em notas explicativas.

Já para o exercício de 2008 como um todo, a autarquia considera que haverá tempo suficiente para a adaptação total das demonstrações financeiras.

Diante das mudanças que isso representa, no entanto, a CVM informou que vai priorizar a regulamentação da Lei 11.638/07 nos seus assuntos mais complexos, para que as áreas de contabilidade das empresas, assim como os auditores independentes, consigam entender e aplicar as mudanças necessárias dentro do prazo previsto.

Com a intenção de avaliar se as sugestões estão no caminho correto, a autarquia pretende receber, até o próximo dia 25 de janeiro, comentários de agentes do setor sobre este tema e também sobre o cronograma de aplicação da nova legislação.

Entre as novidades da Lei 11.638/07, antigo projeto de lei 3.741/2000, está a obrigatoriedade da classificação de ativos financeiros, inclusive derivativos, em categorias de "negociação", "disponíveis para venda" e "mantidos até o vencimento". A variação de preços destes ativos podem impactar diretamente o resultado, no caso de papéis dentro da categoria "negociação", ou o patrimônio, se enquadrados como "disponíveis para venda".

Muda também, entre outros pontos, a forma de contabilização de ativos de empresas adquiridas, que passam a ser registrados pelo valor de mercado (e não contábil).

Passa a ser obrigatória ainda a publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), em substituição à Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), e da Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

CVM e a nova lei - 2

CVM espera que empresas usem normas contábeis internacionais até 2010
FolhaNews - 14/01/2008

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) espera que as novas normas contábeis --em linha com o padrão internacional-- estejam plenamente em vigor para ser usado nos balanços das empresas até 2010, informou nesta segunda-feira Antonio Carlos de Santana, superintendente de Normas Contábeis do órgão.

As mudanças foram definidas pela lei 11.638/07, sancionada no final de dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que altera significativamente a Lei das Sociedades por Ações.

As mudanças contábeis, além de fazer os balanços brasileiros ficarem de acordo com as normas do Iasb (Conselho de Padrão Internacional de Contabilidade, na sigla em inglês), também trará mais transparência para as demonstrações --inclusive as das grandes empresas de capital fechado, já que elas também terão que ter o balanço aprovado por uma auditoria independente. Todas as empresas com faturamento anual superior a R$ 300 milhões ou tenham patrimônio acima de R$ 240 milhões estão enquadradas nessa regra.

"Esperamos que a convergência total do balanço consolidado das empresas possa ser feito em 2010", disse Santana.

Para isso, a CVM precisa fazer todas as instruções normativas até o final de 2009, para que possam ser aplicadas no balanço do mesmo ano, que será divulgado em 2010.

O prazo, explica Santana, é necessário para que a CVM faça a normatização das alterações promovidas na Lei das Sociedades por Ações. O órgão, inclusive, abriu uma consulta pública até 25 de janeiro para que as partes interessadas (empresas e escritórios e advocacia e contabilidade, por exemplo) façam comentários e sugestões.

Segundo Santana, a normatização começará pelos temas mais complexos "para que o mercado tenha tempo de se adequar". Entre esses temas estão a classificação e mensuração dos instrumentos financeiros e a contabilização de operações de combinação de empresas.

Mas algumas normas devem ser obedecidas desde já. Uma delas é apresentar no balanço anual os eventos subseqüentes (fatos que poderão ter impacto no resultado do ano seguinte, para mais ou para menos). No caso das empresas que já apresentaram o balanço de 2007, elas poderão fazer uma nota explicativa com essas informações, sem ter que reapresentar o balanço.

*Vantagens*

Segundo Santana, a convergência com as normas internacionais de contabilidade trará menores custos de captações financeiras e contábeis às empresas, além de trazer maior transparência aos investidores.

"[A lei] Tenta eliminar barreiras para nos inserirmos na convergência contábil internacional", disse. "Isso dará condição para as empresas, por exemplo, captarem no exterior com menor custo."

Esta facilidade ocorre porque o investidor estrangeiro tem mais segurança em analisar os dados da empresa.

O custo contábil menor, por sua vez, ocorre porque atualmente muitas empresas brasileiras --em especial as que possuem papéis negociados nas bolsas americanas e européias-- são obrigadas a fazer os dois tipos de balanço. Com a convergência passará a fazer apenas um.

CVM e a nova lei

CVM faz ato normativo para alteração de balanços das SAs
Gazeta Mercantil - 15/01/2007

São Paulo, 15 de Janeiro de 2008 - A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) deu início ao processo de regulação da Lei nº 11.638 que atualiza as regras contábeis brasileiras para sua conversão ao padrão internacional, aprovada em 28 dezembro de 2007, após sete anos de discussão no Congresso Nacional. O ato normativo que será emitido pela CVM foi colocado em audiência pública, ontem, e até o próximo dia 25 estará aberto a sugestões.

Segundo Antonio Carlos Santana, superintendente de normas contábeis da CVM, o prazo é curto dada a urgência da matéria. Pela lei, as empresas precisam fazer suas demonstrações contábeis relativas ao exercício de 2008 já de acordo com as novas determinações. "Com a lei 11.638, inicia-se um o processo de convergência do padrão contábil brasileiro para o internacional, que vai culminar com a conversão das demonstrações contábeis consolidadas para o IFRS (Internacional Finance Reporting Standards)", afirmou ele.

Até 2010, todos os balanços consolidados relativos ao exercício do ano deverão estar no padrão IFRS, informou. "Nossa meta é que, na mesma data, os balanços individuais (das controladoras e controladas) também estejam no padrão internacional", acrescentou Santana.

Para Reynaldo Saad, sócio da empresa de consultoria e auditoria Deloitte, muitas das exigências trazidas pela nova lei já eram praticadas por companhias abertas - como as do Novo Mercado da Bovespa e aquelas que negociam ADRs ( recibos de ações) nas Bolsas de valores internacionais - e outros já haviam sido introduzidos pela regulação da CVM e pelo Ibracon.

Entre os pontos do ato normativo que vão merecer análises mais detalhadas de advogados e tributaristas, Saad cita a criação da Reserva de Incentivos Fiscais. "O que pode ou não ser considerado incentivo fiscal, certamente é um dos pontos de conflito."

De acordo com a CVM, a regulação para a criação da Reserva de Incentivo Fiscal possibilitará que as companhias abertas possam, a partir de regulação, registrar as doações e subvenções para investimento não mais como reserva de capital e sim no resultado do exercício (de imediato ou em bases diferidas), como estabelece a norma internacional. Para que a companhia não corra o risco de perder o benefício fiscal da subvenção, está sendo previsto que a parcela do lucro líquido que contiver esse benefício fiscal possa ser destinada para essa reserva e excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório.

Outros pontos que deverão ser discutidos são a segregação entre a escrituração mercantil e a tributária e a identificação, avaliação e contabilização a valor de mercado de todos os ativos e passivos da empresa em fusões, aquisições ou venda de controle.

A nova lei também criou dois novos subgrupos de contas: o Intangível, na conta ativo permanente e os Ajustes de Avaliação Patrimonial, no patrimônio líquido, em linha com os padrões internacionais de contabilidade. No ativo imobilizado foram incluídos os bens decorrentes de operações em que há transferência de benefícios, controle e risco, independentemente de haver transferência de propriedade. Além disso foram segregados no ativo intangível os bens incorpóreos, inclusive o goodwil (ágio) adquirido. O subgrupo Ajustes de Avaliação Patrimonial servirá essencialmente para abrigar a contrapartida de determinadas avaliações de ativos a preço de mercado, especialmente de instrumentos financeiros.

Divulgação de balanços

As sociedades anônimas de capital fechado já eram obrigadas a divulgar balanços, conforme esclarecimento dado por Marcos Venicio Sanches, contador e sócio da BDO Trevisan. O que a lei 11.638 introduziu para as sociedades de capital fechado foi a obrigatoriedade de fazer auditoria. Mas isso só para as de grande porte, com ativos superiores a R$ 240 milhões ou receitas superiores a R$ 300 milhões por ano.

Para as sociedades limitadas e outros tipos de sociedades (sociedades sem fins lucrativos), desde que de grande porte, a lei determinou a auditoria das demonstrações contábeis. Mas não a obrigatoriedade de divulgação de seus balanços, esclareceu.

Para o diretor nacional do Ibracon (Instituto Brasileiro de Contabilidade), Eduardo Possetti, a interpretação da lei pela CVM está muito clara. "Em princípio não vemos nada em que nossa interpretação poderia divergir. Mas, se houver algo que possamos agregar, faremos isso."(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Lucia Rebouças)


Aqui o link para o documento da CVM em PDF

14 janeiro 2008

Rir é o melhor remédio

Fasb versus Iasb

O sucesso do Iasb pode ser explicado pelo marketing. Os defensores do Iasb são super vendedores, diz este artigo da CFO

Detector de mentiras

Através da functional magnetic resonance imaging (fMRI), uma máquina que detecta a atividade dos cérebro, os cientistas já conseguem determinar se uma pessoa mente ou não com uma precisão de 78%. Alguns cientistas acreditam que esta percentagem pode aumentar para 94%. Clique aqui para ler mais.

A máquina fMRI tem sido usada nos estudos recentes para determinar como as decisões econômicas são realizadas no cérebro.

Capes

A área da Capes que cuida da pós-graduação em Administração, Ciências Contábeis e Turismo tem novo coordenador. Encerrou o mandato do professor Tomás de Aquino. No novo triênio o coordenador será João Luiz Becker, do Programa de Pós-Graduação em Administração da UFRGS.

Sobre o mercado de música e quem ganha e perde

Um texto no NEw York Times de 13/01/2008, Tyler Cowen, do Marginal Revolution, faz uma análise do mercado de música:

Em 2007, as vendas de álbum caíram 15,3 por cento, em comparação com 2006, um ano ruim. Mesmo que as vendas de 10 faixas sejam contados como um álbum, as vendas foram ainda caíram 9,5 por cento.

Os economistas não sabiam se digitalização iria ajudar ou prejudicar o mercado de música; muitos pensavam que uma maior exposição à música e à facilidade de acesso on-line pode levar as pessoas a comprarem mais. Mas, em 2007, o resultado ficou claro: as pessoas tendem a comprar a sua música favorita de um álbum, online, em vez de comprar todo o álbum. Mais faixas digitais individuais estão sendo vendidas, mas isso não significa maiores lucros para os artistas da música ou para as empresas. Os preços são mais baixos para a música (99 centavos uma canção no iTunes) e uma parte dos lucros ficam com os fabricantes de hardware, acima de tudo com a Apple e seu iPod.

Uma tentativa de explicar o que é um auditor

Um “chefe” para as contas da empresa
Gazeta do Povo - 13/1/2008

Profissão de auditor global exige conhecimento em direito

Um dos papéis de um auditor global é verificar se o relatório de contas da empresa está perfeito e pode ser publicado, para conhecimento dos investidores. “Ele faz um mapeamento dos processos internos de custo e conseqüentemente do risco da empresa. E responde civilmente pelas informações”, resume o sócio-diretor do escritório de Curitiba da empresa de auditoria BDO Trevisan, Marcello Palamartchuk.

O diretor diz ainda que é exigido do auditor global conhecimento sobre direito societário e tributário. Na BDO Trevisan, o pessoal aprende na prática, mas com metodologia, diz o auditor. “Conseguimos capacitar muitas pessoas com turmas de estudo.” O profissional acrescenta que existe uma tendência de padronização nas normas contábeis em todo o mundo, o que deve facilitar o trabalho no âmbito mundial e criar mais campo para o auditor global.

O sócio da área de auditoria da Deloitte, José Ricardo Faria Gomez, lembra que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), reguladora do mercado de capital aberto no Brasil, pretende adotar em 2010 as normas do Padrão Internacional de Relatórios Financeiros (IFRS, na sigla em inglês). Para ele, o setor é promissor. “Eu diria que é um mercado em explosão, não em expansão. O pessoal aprende na prática e com treinamentos. Não exigimos experiência, até preferimos sem”, explica. De 2006 para 2007, o Brasil se tornou o segundo país estrangeiro em número de empresas listadas na Bolsa de Nova Iorque (NYSE), com 33, atrás apenas do Canadá, que tem 80.

Gomez diz que o auditor entra na empresa e passa por seis semanas de treinamento, para depois atuar como estagiário por um ano. Após esse período, recebe ao menos duas semanas de cursos por ano, para manter-se atualizado neste dinâmico setor. “O perfil exigido é de adaptação a diferentes culturas – para saber lidar com um empresário mexicano, inglês ou alemão, por exemplo – e de evitar conflitos nas negociações. Discutir de forma profissional”, detalha. O inglês é obrigatório e o espanhol, desejável, mas é preciso muito conhecimento técnico, tanto no ambiente contábil quanto no tributário, explica o auditor.

O sócio da PricewaterhouseCoopers em Curitiba, Mario Tannhauser, diz que um auditor global começa ganhando R$ 1 mil, como trainee, mas que o salário cresce bastante à medida que o profissional sobe na carreira. Para chegar a sócio são uns 15 anos de trabalho. “Para assinar o balanço é preciso ter registro no CRC [Conselho Regional de Contabilidade], mas nós aceitamos profissionais de diferentes áreas, como economia, administração”, diz. Conforme Tannhauser, o auditor precisa gostar de números e contas, que é o que mais vai fazer, mas a atividade não se resume somente a olhar para a contabilidade de uma empresa. “O auditor passou a atender o cliente e oferecer outros serviços. A carreira é muito dinâmica, é preciso estar antenado no mercado local e no global.”

Por que a administração ignora as escolas de administração

Os três candidatos democratas para presidência dos Estados Unidos em campanha nas primárias são advogados. Mesmos os cônjuges de Barack Obama, Hillary Clinton e John Edwards são advogados. Mike Huckabee e John McCain não são advogados, mas Rudy Giuliani e Fred Thompson são. Esta é uma corrida para o CEO dos Estados Unidos, não para seu conselho geral. Existi um graduado em administração entre os candidatos? Mitt Romney - e ele fez direito junto com o seu MBA em Harvard.

Escolas de administração deveriam pensar sobre advogados. Primeiro, eles parecem mandar nos EUA. Dos 43 presidentes dos EUA, 25 foram advogados. Somente um tem um MBA (o atual, mas talvez seja melhor não falar sobre isto).

Segundo, escola de direito parece ter uma influencia sobre sua profissão que as escolas de administração não possuem. Quando um escola de direito publica um periódico, advogados os lêem. Quando escolas de direito fazem seminários, advogados vão.
Executivos, por outro lado, prestam pouca atenção no que as escolas de administração fazem ou dizem. Em 1993, Donald Hambrick, então presidente da Academy of Management, descreveu a academia de administração numa conferência como um "incestuoso ciclo fechado", em que os professores vão para "falar um com os outros". Muito pouco mudou.
Na atual edição da The Academy of Management Journal, Rita Gunther McGrath da Escola de Administração de Columbia diz: "Muito dos que nós publicamos sequer é citado por outros acadêmicos.
Não é somente as escolas de direito que tem um grande impacto na sua profissão. Escolas de medicina e engenharia também."

Por MICHAEL SKAPINKER Financial Times - 8/1/2008 -Asia Ed1 -Page 11

Quais as razões para isto? Skapinker lista as seguintes possibilidades:

a) Para progredir na carreira acadêmica é necessário a publicação em periódicos de prestígio. E nestas publicações, a legibilidade do artigo não é um aspecto importante

b) Alguns artigos são adornados com tabelas, estatísticas e jargões, o que faz com que o autor pareça um "acadêmico"

c) Dentro do mundo dos negócios, as escolas de administração sofrem de um complexo de inferioridade

Aqui também

Projeção

Na construção de uma estrutura de avaliação, uma das etapas mais sensíveis é a projeção do resultado futuro da empresa. O analista precisa determina como o futuro irá afetar os resultados e, conseqüentemente, o valor da empresa.

Existem diversas formas de fazer a projeção. O uso de métodos quantitativos confere a projeção uma certa cientificidade ao resultado, mas isto não garante, de certo modo, que o valor encontrado seja próximo ao valor que será realizado.

Desde a publicação de certos trabalhos ressaltando a qualidade do "mercado", tem-se buscado o uso de técnicas que poderiam substituir a opinião (ou a "sabedoria") da massa.

Existem bons e maus resultados com o uso desta técnica. Recentemente uma pesquisa foi realizada com dados dos funcionários da Google. Esta empresa está usando a "opinião" de empregados, através de contratos de compra e venda referente ao desempenho de um produto da empresa. O resultado deste encontro entre comprador e vendedor reproduziria o mercado de opiniões sobre determinado produto.

Dois pesquisadores tiveram acesso a estas informações e encontraram algumas conclusões interessantes:

=> os mercados são bons na projeção de quantos usuários o sistema de e-mail a empresa teria ao final de cada período
=> os empregados tendem ao otimismo quanto a esta informação
=> quando as ações da empresa no mercado de capitais estão em alta, os empregados são mais otimistas
=> A existência de afinidade/vínculo entre as pessoas termina por influenciar a projeção.

Fonte: Aqui e aqui

A questão é que o uso do mercado para previsão depende de certas características (diversidade, agregação e incentivos) que nem sempre estão presentes no que queremos medir. Recentemente, o uso do "mercado" sofreu uma derrota na previsão eleitoral dos Estados Unidos. Nesta situação, duas das condições não foram observadas, o que torna difícil afirmar que esta não é uma boa técnica tendo em vista este revés.

13 janeiro 2008

Anpcont

Instruções sobre elaboração de resumos e de trabalhos para o II Congresso ANPCONT já se encontram no sítio www.furb.br/congressoanpcont

Palavreado difícil

Um problema com o banco BCP e sua auditoria externa, a KPMG, produziu um texto interessante da Agência Lusa (BCP: KPMG garante que informou sempre autoridades dos resultados das auditorias, 12/01/2008). Este banco está sendo investigado em Portugal por suspeitas de ter financiado sociedades de paraísos fiscais para comprarem ações do próprio BCP durante o aumento de capital em 1999. As críticas sobre a KPMG provocou uma reação da empresa de auditoria, que escreveu um comunicado

A KPMG acrescenta que se encontra "submetida a estritos deveres legais e deontológicos que a impedem de comentar ou revelar quaisquer factos de que tenha tomado conhecimento no exercício da sua actividade", mas garante que, "no momento oportuno e quando se encontrarem reunidas as condições legalmente requeridas para esse efeito, a KPMG não deixará de defender o seu bom-nome por todas as vias que considere adequadas".

11 janeiro 2008

Rir é o melhor remédio


Propaganda machista

Acabou a conta "Lucros Acumulados"

Observe o que diz o artigo da nova lei contábil:

"d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados."

Onde está a conta "Lucros ou Prejuízos Acumulados"?

Verifique aqui e aqui

Links

1. Mercado em todo lugar: lentes de contato da Hello Kitty
2. Ensinando economia através da música. Uma boa idéia para fazer o mesmo com a contabilidade, não?
3. Ainda sobre a Sanyo e outras empresas que refizeram as demonstrações
4. Medo de perder e vontade de ganhar

As multinacionais dos emergentes


A The Economist da semana traz duas reportagens sobre as multinacionais dos países emergentes (The Challengers). O texto procura entender a razão da expansão destas empresas, usando diversos exemplos conhecidos: Tata, Cemex, Mittal e também empresas brasileiras.

O texto lembra o caso da Embraer que "tornou-se a terceira maior empresa fabricante de aviões do mundo, com especialização em jatos regionais. Metade das vendas da Sadia e Perdigão, duas empresas brasileiras de alimentos, o que equivale a cerca de 6 bilhões de dólares, são exportações."

Para explicar este fato, a The Economist usa a consultoria BCG.

"Seus mercados domésticos oferecem diversas vantagens. O crescimento rápido dá as empresas escala e poupa dinheiro para investir no estrangeiro. Os custos são baixos. As dificuldades de operar em um mercado emergente pode tornar os gestores adaptáveis e flexíveis. Finalmente, liberalização gradual dos seus mercados domésticos - como ocorreu na Índia desde o início da década de 1990, deixou-lhes expostas à concorrência das multinacionais. A ameaça à sua posição dominante doméstica tem incentivado seus gestores em aprimorar suas habilidades, tendo-os expostos às melhores práticas internacionais e impulsionando a buscar o crescimento no exterior para compensar a quota de mercado perdida em casa."

Segundo a BCG são cinco estratégias usadas pelas empresas emergentes.

1) Tornar uma marca local em global - o texto cita o caso da empresa chinesa Hisense
2) Transformar a engenharia local em excelência em termos de inovação global. O caso citado é o da Embraer:

"Apoiada pelo governo brasileiro e mais tarde, em grande parte, privatizada, a Embraer ultrapassou da canadense Bombardier e tornou-se líder mundial de fabricação de jatos regionais. (...) Em 2006, mais de 95% dos R$3,8 bilhões de vendas ocorreram fora do Brasil. É um dos maiores exportadores do Brasil, combinando baixo custo de fabricação com P&D avançada. Além disso, a Embraer possui uma joint venture com a China Aviation Industry Corporation II. "

3) Tornar-se líder numa estreita categoria de produto
4) Tirar partido dos recursos naturais domésticos - O exemplo são as brasileiras Sadia e Perdigão


Elas têm construído vendas em todo o mundo para tirar o máximo proveito dos abundantes recursos para a produção de suínos, aves e grãos no Brasil, complementado pela crescente condições ideais e baixos custos trabalhistas. Outra empresa brasileira, Vale, tem explorado as enormes e baratas fontes de minério de ferro para se tornar um dos principais fornecedores do mundo.

5) Novo modelo de negócios - é o caso da Cemex

Em outro texto (aqui) a revista chama a atenção para o fato de que a teoria econômica não considera a possibilidade de países pobres exportarem capital para países desenvolvidos.

P.S. O Rio de Janeiro possui 100 mulheres para cada 86,4 machos. Esta desproporção pode ter várias explicações. A violência seria uma delas? Esta questão intrigante é objeto de artigo na The Economist

SEC descarta morte rápida do US GAAP

O chairman Christopher Cox afirmou que apoia a existência de um conjunto de normas contábeis globais. Mas também afirmou que o US GAAP não irá morrer rapidamente. Isto talvez afaste uma projeção dos Estados Unidos adotarem a IFRS em três a cinco anos. Isto tranqüiliza alguns especialistas que acham que as normas internacionais são inferiores as normas norte-americanas (e provavelmente são).

Fusões e Aquisições



Os laudos de processos de fusões e aquisições no ano de 2007 foi novamente dominado pelas instituições financeiras norte-americanas, conforme pode ser visualizado na figura. Pelo número de o destaque ficou para Citigroup, Goldman Sachs, UBS e Rotschild. Em valor, os acordos promovidos pela Goldman Sachs chegaram a quase 1,2 trilhões de dólares, seguido pelo Morgan Stanley e o Citigroup.

Fonte: Aqui

Iasb e Fasb juntos


El IASB, el organismo internacional encargado de elaborar las normas contables internacionales aprobó ayer la nueva norma sobre combinaciones de negocios que las empresas que utilicen este tipo de contabilidad deberán aplicar a partir de julio de 2009. Pero la gran novedad es que por primera vez la emisión de esta norma se ha realizado en coordinación con el organismo estadounidense de contabilidad, el FASB, con el objetivo de alcanzar la convergencia entre las normas contables internacionales, las NIC o NIIF y los US Gaap.

Para el socio director responsable de práctica profesional de KPMG, Enrique Asla, el grado de convergencia que se consigue con la publicación de las normas reguladoras de las combinaciones de negocios "es una muestra clara de la voluntad de lograr un lenguaje contable común y de reducir las diferencias que actualmente existen entre las NIIF y los US Gaap". Asla señala que a pesar de que las normas aprobadas no sean completamente idénticas ambos organismos han compartido esfuerzos para lograr un acuerdo no sólo en los conceptos y principios, sino también en la terminología adoptada. El avance hacia la convergencia es uno de los factores que respaldan los cambios propuestos recientemente a las normas de la SEC, que permitirán utilizar las NIIF en los informes financieros presentados por emisores privados extranjeros sin tener que realizar la conciliación a los US Gaap. Pese al avance hacia la convergencia, el presidente de la SEC, Christopher Cox afirmó ayer que la desaparición de la FASB no es "inminente" ya que las normas emitidas por este organismo están "profundamente entroncadas en EE UU". Señaló además que la IASB debe mejorar su buen gobierno antes de que la SEC le otorgue la misma consideración que a la FASB.

La contabilidad de EE UU y la internacional pactan su primera norma
A. Corella Madrid - Cinco Días -11/1/2008

Aqui, uma melhor explicação da nova regra:

(...) One of the most controversial changes has been accounting for acquisition-related costs. Fees paid to investment banks, attorneys and valuation experts will no longer be included in goodwill and have the potential to affect earnings.

Until now, acquisition-related costs paid to third parties have been capitalized as part of the purchase price.

Under the new accounting rules, these fees will be considered an expense as incurred and have to be written off against profits. The move could seriously cut into the profits of companies engaged in major transactions, with bills for advisers sometimes running to hundreds of millions of dollars. Moreover, as deal costs are expensed when they are incurred, the appearance of significant spikes in such expenses could raise questions about potential acquisitions that are still confidential.

Under both regimes, the changes begin taking effect for financials in fiscal 2009.

However, the change is designed to make company financial statement more transparent so investors have a better idea of how funds are parceled out.

Additionally, both sets of standards require that acquirers recognize contingent liabilities (a current obligation that results from a future event, such as a lawsuit settlement) at the acquisition date, and that changes in the value of the liabilities after the acquisition date are recognized in accordance with existing rules governing contingent considerations.

Another change will be in so-called step, or partial, acquisitions. These occur when a company that holds stock in a target company acquires additional shares to take control of the target. Similar to FASB's new merger rules, (FAS 141R) IFRS 3 does not require companies to fair-value every asset and liability at each stage of a step acquisition to calculate goodwill. Instead, goodwill is now measured as the difference (at the acquisition date) between the combined value of the existing holding in the target and the value of shares transferred, and net assets acquired.

But differences between the two sets of rules still remain. While the international standard allows an acquiring company to measure minority interest in a target company either at fair value or at its proportionate share of the target's identifiable net assets, the domestic standard requires minority interests to be measured at fair value.

The two boards also have different definitions of control as it pertains to business combinations. A transaction defined under IFRS as a business combination may not be considered one under FAS. The IASB board expects to address the discrepancy sometime this year.

Another difference the IASB will take on this year is the definition of fair value. IFRS 3 bases fair value on the exchange value of an asset or liability, while U.S. GAAP defines fair value as an exit value. In addition, there is a split between the two boards regarding the threshold for recognizing contingent liabilities. IFRS 3 requires recognition of a liability if it can be reliably measured, while FAS 141R requires management to be more than 51% sure that the contingency is likely. (...)
Merger accounting standards converge - Donna Block - The Deal

10 janeiro 2008

Rir é o melhor remédio


A diferença entre querer e necessitar, segundo a New Yorker

Propagandas do passado





Fonte: Aqui

Links

1. Os melhores e piores comerciais de 2007 nos Estados Unidos e aqui em português
2. Cinco marcas famosas que ajudaram Hitler
3. Carreiras de futuro (e não tem o contador)
4. Abordagem econômica para os problemas diários

Nova lei

Um artigo publicado hoje na Gazeta sobre a nova Lei. É um interessante resumo das mudanças

As implicações da nova lei contábil
Gazeta Mercantil - 10/1/2007

10 de Janeiro de 2008 - Depois de uma longa tramitação no Congresso, foi sancionada pelo presidente da República, em 28 de dezembro, a Lei 11.638, que altera a Lei das Sociedades por Ações em pontos importantes. As mudanças trazidas representam um importante avanço institucional, contribuindo para aumentar o grau de transparência das demonstrações financeiras e, assim, oferecer maior segurança ao investidor.

A Lei coloca como meta a harmonização das normas e práticas contábeis brasileiras às internacionais, com o objetivo não apenas de colocar o Brasil nos trilhos dessa tendência global, mas também de facilitar o acesso das empresas nacionais aos mercados externos e atrair capitais estrangeiros ao País. Outra preocupação fundamental foi a de segregar os princípios contábeis em relação às normas tributárias e legislações específicas; o atendimento dessas normas não eximirá a companhia de apresentar demonstrações financeiras de acordo com as normas aplicáveis às demais empresas.

Adota-se a Demonstração dos Fluxos de Caixa em substituição ao Demonstrativo de Origens e Aplicações de Recursos, aumentando consideravelmente a visibilidade dos fluxos financeiros das companhias. Muitas empresas, voluntariamente, por demanda de mercado, já vêm apresentando demonstrações de fluxos de caixa. A institucionalização, no entanto, vai forçar uma padronização, em benefício dos usuários das demonstrações financeiras.

Dentro do elenco de dispositivos para adequar a legislação brasileira às práticas internacionais, destacam-se algumas outras medidas: (i) a criação da conta "ajustes de avaliação patrimonial", no patrimônio líquido, para incorporar as avaliações a valor de mercado dos instrumentos financeiros; (ii) a obrigatoriedade de realização de avaliações periódicas dos ativos permanentes, a fim de verificar a efetiva possibilidade de recuperação dos valores neles aplicados, assim como para ajustar os critérios para cálculo da depreciação; e (iii) o registro no resultado de doações e subvenções governamentais para investimento.

Nas contas de ativo, propõe-se a criação do grupo denominado intangível: bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia, inclusive o fundo de comércio adquirido. As novas disposições privilegiam a avaliação de ativos pelo valor recuperável, pelo valor de mercado ou pelo valor presente. Dentro dessa perspectiva, a Lei traz também as seguintes medidas: (i) a contabilização a valor de mercado dos ativos e passivos originados em operações de fusão, cisão ou compra do controle acionário; (ii) o ajuste a valor presente dos ativos de longo prazo e de exigíveis de longo prazo.

Algumas exigências aumentam a transparência das demonstrações financeiras, como a contabilização no resultado, como despesa, de remunerações a funcionários realizadas na forma de ações, debêntures, etc.; e a obrigatoriedade da apresentação da Demonstração de Valor Adicionado.

Algo a se lamentar foi a exclusão, durante a passagem do texto pela Câmara dos Deputados, de uma proposta que obrigaria empresas de grande porte (ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões), ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, a publicar demonstrações financeiras. Permaneceu apenas a exigência de elaboração de demonstrações financeiras, que deverão sofrer auditoria independente, por auditor registrado na CVM, nos moldes das companhias abertas.

Inovadoramente, a Lei prevê que a CVM, o Banco Central e demais órgãos e agências reguladoras poderão celebrar convênio com entidade que tenha por objeto o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e auditoria, podendo adotar suas orientações técnicas. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que já vem atuando, preenche essa finalidade. Idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos de entidades representativas de elaboradores e usuários de demonstrações financeiras, O CPC conta com o apoio dos órgãos reguladores.

A Deliberação 520/07 permite que a CVM coloque em audiência pública conjunta com o CPC as minutas de pronunciamentos técnicos por ele emitidas, podendo aceitar e referendar em ato próprio, no todo ou em parte, os pronunciamentos emitidos pelo CPC.

A aprovação da Lei 11.638 é muito bem-vinda. Embora ainda não traga todas as modificações desejáveis à nossa legislação societária, representa um inegável passo à frente no processo de seu aperfeiçoamento, sendo, assim, importante fator de fortalecimento e de estímulo a nosso mercado de capitais.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Reginaldo Alexandre)

Mais evidenciação

Segundo o Financial Times (Companies could be forced to reveal off-balance sheet vehicles, Jennifer Hughes, 9/1/2008, Europe Ed1, Page 17) o Iasb estuda a possibilidade de exigir das empresas um balanço patrimonial paralelo (a "parallel" balance sheet) para explicar melhor os instrumentos "fora de balanço". Os itens "fora de balanço" são alternativas que entidades encontram e que terminam por não revelar os seus riscos

Recentemente algumas instituições financeiras (Citigroup e HSBC) tiveram problemas com estes itens.


Some have suggested a form of parallel balance sheet on which entities such as SIVs could be explained in greater detail and the numbers would reconcile directly with those on the main balance sheet. This would mainly affect financial institutions.

Some details of off-balance sheet holdings are disclosed in footnotes to the accounts, but these are scattered throughout long reports and in many cases do not clearly match the actual balance sheet numbers, according to experts. The issue is due to be discussed by the board in the coming months and the full proposals have not yet been drafted. The parallel balance sheet is one possible option.

"At this stage, we're not trying to zero down to an answer. We'll be discussing this with a large number of interested parties," said Sir David Tweedie, head of the IASB. "What we're trying to do is simplify the accounting so banks can say, 'if it all blows up, this is what we face, but here are the reasons it won't'. That way, people have the information."

Auditors are conducting year-end audits of many of the biggest banks and have warned they will be paying particular attention to off-balance sheet activity and fair-value accounting - the practice by which banks mark their assets to current market prices.

Agreeing fair values has been made tougher this year by the complexity of the instruments and the drying-up of markets.

O outro lado da conciliação

A União Européia anunciou que as empresas estrangeiras que fazem negócios na comunidade de países não necessitarão de fazer a conciliação com o padrão europeu (ou seja, do Iasb), sob certas condições.

Recentemente os Estados Unidos tomou uma medida similar quanto ao IFRS. Clique aqui

Violinos como investimento

Kathryn Graddy e Philip Margolis pesquisaram se um violino Stradivarius é um bom investimento.

Apesar não ser um ativo com mercado regular, a raridade do produto e sua qualidade tornam possível fazer um acompanhamento do mercado e verificar o retorno de investir no ativo. Analisando os preços praticados entre 1850 a 2006 os pesquisadores encontraram um retorno médio de 3,3% ao ano.

Este valor é menor que retornos de outros investimentos, inclusive em arte. E este retorno não inclui as comissões, que são mais elevadas. Seria então ruim investir em violinos? Para os autores não necessariamente. A teoria de Markowitz explica um pouco esta contradição: a correlação é inversa em relação a alguns investimentos. Isto significa que o violino pode ser interessante para diversificar investimento.

Observe que mesmo sendo um ativo, potencialmente sujeito a depreciação, a qualidade do produto impede que a contabilidade reconheça o "desgate ou obsolescência".

Direito Canônico e Contabiidade

Uma notícia interessante da Espanha sobre a questão de evidenciação numa universidade católica da Espanha. O bispado solicitou que uma pessoa informasse a contabilidade, que não atendeu. A Igreja abriu um processo canônico.

El Derecho Canónico podría decidir otra controversia sobre las cuentas de la UCAM
La Verdad - 10/1/2008

Las cuentas de la Universidad Católica se han convertido en otra controversia, en paralelo, entre el obispo de la Diócesis de Cartagena y el presidente de la Fundación San Antonio. Hasta tal punto de que se podría iniciar un proceso canónico para respaldar la pretensión del Obispado de que José Luis Mendoza le informe sobre la contabilidad de la institución académica, cuya gestión está encomendada a la Fundación. Este último no atendió el primer requerimiento de monseñor Reig Plà para entregarle las cuentas, argumentando que la Diócesis está informada puntualmente cada año de la gestión económica a través de la memoria de la Universidad Católica. José Luis Mendoza señaló ayer, al ser preguntado por La Verdad, que no tenía conocimiento de que se hubiera abierto un proceso canónico sobre este asunto, sobre el que no quiso pronunciarse. Apuntó que «las relaciones con el Obispado son cordiales».

Un proceso canónico se abre en el seno de la Iglesia para dirimir cuestiones totalmente internas, que no tienen trascendencia civil. Es una figura recogida dentro del Derecho Procesal Canónico que tiene como objetivo resolver una duda. Los miembros del tribunal constituido al efecto tienen como finalidad adecuarse a la verdad objetiva. El proceso termina con una sentencia. La mayoría de casos que se dirimen están referidos a las nulidades matrimoniales. Ayer no fue posible conocer la opinión de la Diócesis al respecto. Otras fuentes conocedoras del caso apuntaron que dicho proceso se había iniciado a instancias del Obispado.

09 janeiro 2008

Rir é o melhor remédio

Depois do pacote fiscal (que o governo disse que não faria), esta propaganda mostra o homem da receita (com fundo musical Taxman, The Beatles) e informa que em Liechtenstein não é assim.

Da Superinteressante

Na revista superinteressante de janeiro uma pergunta: Por que tantas empresas aéreas vão à falência no Brasil? A explicação da revista é interessante:

"Basicamente, porque voar é um troço caro pra caramba - seja por aqui, seja em qualquer outro lugar do mundo. Tudo é caro, do combustível às taxas para pousar e decolar, dos gastos com pessoal superespecializado (pilotos e técnicos de manutenção) à própria compra ou leasing das aeronaves. Um exemplo concreto ajuda a entender o preço da aviação. Para manter seus 65 aviões no ar, a Gol gastou, em 2006, R$3,1 bilhões. Isso dá nada menos que R$47 milhões por aeronave! Claro que, se tiver bastante gente disposta a voar pela companhia, o custo compensa. (...) Com 74% dos assentos ocupados e aeronaves no ar por 14 horas diárias, a empresa conseguiu embolsar R$569 milhões - um lucro de R$8,7 milhões por aeronave. (...) Como os custos não caem, um pequeno desequilíbrio vira um buraco sem fundo (...)"


Podemos então traduzir o texto para uma linguagem mais apropriadas (a contábil):

"a Gol gastou" = custo do serviço prestado mais despesa administrativa e despesa operacional da empresa
"Conseguiu embolsar" = obteve um lucro. Este número não consegui achar nas demonstrações financeiras
"como os custos não caem" = custo fixo

Links

1. Depois do “[Ivar] Kreuger crash” em Wall Street, o Securities Act foi aprovado em 1933 exigindo mais evidenciação
2. Sobre Ivar Kreuger e o impacto da falsa contabilidade no crash
3. Ciência e Fé
4. Como nascem as grandes idéias
5. Tamanho no banheiro masculino
6. Música sendo usada por traficantes para lavar dinheiro no México

Convergência nas normas européias

Principios contables de terceros países y de UE se equipararán desde 2009
Agencia EFE - Servicio Económico - 8/1/2008

Bruselas, 8 ene (EFECOM).- Los principios de contabilidad financiera que se utilizan en el extranjero podrán equiparse a los aplicables en la UE a partir de 2009 gracias a una nueva normativa que pretende crear un marco común de normas contables para las empresas que cotizan en Bolsa.

El objetivo de la normativa, adoptada el pasado 21 de diciembre, es eliminar los costes derivados de la existencia de sistemas distintos, informó hoy el Ejecutivo comunitario.

La Comisión podrá, a partir de la definición de equivalencia y del mecanismo previsto en el nuevo reglamento, presentar propuestas concretas para que los principios contables aplicables en terceros países se consideren equivalentes a los de la UE desde 2009.

El comisario europeo de Interior, Charlie McCreevy, destacó que el reglamento "contribuye de manera decisiva al objetivo de promover la eficacia de los mercados de capitales a través del establecimiento de un lenguaje contable mundial común".

El nuevo reglamento permitirá además a Bruselas autorizar a reguladores de terceros países a utilizar sus principios contables en la UE durante un periodo transitorio que finalizará a más tardar en 2011, siempre que esos Estados converjan hacia las normas internacionales de información financiera (IFRS) o tengan intención de adoptarlas.
La UE fue en 2005 el primer lugar en el que las normas IFRS se hicieron obligatorias para las empresas que cotizan en bolsa.

Escrituração digital

Escrituração fiscal digital é adiada
Valor Econômico -8/1/2008

A obrigatoriedade da escrituração fiscal digital (EFD) para os contribuintes de ICMS e de IPI foi prorrogada para o ano que vem pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). O Ato Cotepe/ICMS nº 20, de 2007, publicado no Diário Oficial da União (DOU) em 28 de dezembro do ano passado, adiou a entrada em vigor do sistema, prevista para 1º de janeiro deste ano, em um ano, mas o assunto ainda depende dos Estados para ser tirado do papel pela Receita Federal do Brasil (RFB).A nova forma de escrituração fiscal, vinculada ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) da Receita Federal, unificará informações fiscais de todos os contribuintes do ICMS e do IPI e substituirá a escrituração em livros fiscais como o registro de entradas, de saídas, de apuração do ICMS e do IPI e o de inventário, que hoje devem ser impressos e encadernados.

O objetivo do fisco com a mudança na escrituração fiscal é o de facilitar a detecção de fraudes e sonegação, segundo Flávio Araújo, coordenador geral de fiscalização substituto da Receita. Mas, além dos contribuintes que participam dos testes de implantação da escrituração fiscal digital, os Estados, responsáveis pela arrecadação do ICMS, também pediram ao Confaz uma prorrogação do prazo de início da nova obrigatoriedade para poderem adequar seus sistemas, segundo Araújo. Isto porque, entre os Estados, somente Minas Gerais tem um projeto-piloto para testar o sistema. Em dezembro, a Superintendência de Arrecadação e Informações Fiscais da Secretaria de Fazenda mineira fez contato com a Federação das Indústrias do Estado (Fiemg) convidando fabricantes dos setores de tabaco, veículos e siderurgia a participar do projeto. Nos próximos dias a secretaria publicará uma portaria formalizando a medida. De acordo com Araújo, outros Estados já estão programando projetos para este ano.

A dificuldade ocorre porque o fisco receberá as informações eletrônicas em um formato determinado, o que obrigará os contribuintes a adaptarem seus softwares de controle de vendas e de contabilidade - os chamados ERPs - aos formatos definidos pela Receita. Para o consultor da Trevisan Outsourcing, Alessandro Mendes, que assessora empresas na adaptação de softwares para o Sped, as empresas médias e pequenas terão mais dificuldades com a escrituração fiscal digital, pois não têm o suporte de grandes empresas de tecnologia e, assim, arcarão com custos mais altos na mudança de sistema.Para Werner Dietisch, diretor da empresa de softwares fiscais Lumen IT, que assessora uma das empresas convidadas pela Receita para os testes do Sped, ainda não é possível desenvolver softwares que atendam às exigências da Receita porque os detalhes técnicos ainda não foram divulgados. "Há inúmeras adequações necessárias, como o registro de dados de leituras de contas de luz para o crédito de ICMS", afirma.

A escrituração fiscal digital é uma das partes do tripé que compõem o Sped - as outras duas são a escrituração contábil digital (ECD), que substituirá a impressão dos livros diário e razão das empresas, e a nota fiscal eletrônica. A escrituração contábil digital entrou em vigor este ano para 12 mil grandes contribuintes cadastrados no programa de acompanhamento diferenciado da Receita. Eles serão comunicados até o fim deste mês que estão incluídos no programa e que, por isso, ficam obrigados a transmitir suas informações contábeis à Receita em formato eletrônico até junho de 2009 - ou seja, precisarão organizar suas informações eletronicamente durante este ano.Já a nota fiscal eletrônica está em funcionamento, mesmo sem a obrigatoriedade. Hoje 84 empresas já emitem notas fiscais por meio eletrônico, e a partir de abril quase 600 empresas dos setores de cigarros e combustíveis estarão obrigadas a utilizar somente este sistema - obrigatoriedade que se estende aos fabricantes de automóveis, cimento, metalurgia, medicamentos e bebidas, além de frigoríficos e distribuidores de energia elétrica em setembro deste ano.

Efeito da lei contábil

Novas regras contábeis afetarão ganho de investidor
Graziella Valenti - 08/01/2008

Esse ano promete agito para as empresas abertas e seus acionistas quando o assunto for contabilidade. A mudança da legislação brasileira afetará, além das companhias abertas, seus investidores. Serão diversas as alterações a serem absorvidas e nem todas foram percebidas ainda. E muitas companhias terão de acelerar a familiarização com o padrão internacional IFRS.

A Lei 11.638, promulgada em 28 de dezembro, abre o caminho para a convergência das regras brasileiras ao IFRS. Muitas mudanças foram feitas no próprio texto da lei. Essas terão de ser respeitadas já no balanço anual de 2008, que será publicado em 2009. Porém, grande parte das modificações depende de normalização pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Elas virão aos poucos e terão cronogramas específicos, conforme sua divulgação.

A despeito de uma adoção gradual das modificações necessárias para os balanços individuais das empresas, o investidor poderá se familiarizar com a nova realidade por meio das demonstrações financeiras consolidadas - que não têm efeito fiscal. Há dois cronogramas principais para isso. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central (BC), no esforço pela convergência, determinaram que empresas abertas e bancos publiquem balanços consolidados rigorosamente de acordo com o IFRS a partir de 2010.

Além disso, há situações em que o prazo é mais curto. As companhias que abriram capital ou migraram para o Novo Mercado têm de apresentar balanço consolidado em padrão internacional - IFRS ou o americano US Gaap - após dois exercícios completos listadas no espaço de governança diferenciada criado pela Bovespa, ou antes disso.

Com o processo acelerado, não demorará para os investidores perceberem que terão de se preparar para as alterações, que representarão uma revolução na contabilidade nacional. Na prática, no entanto, os reflexos só virão quando a contabilidade doméstica estiver plenamente adequada nos balanços individuais: que balizam dividendos e projeções de resultados das companhias.

Fábio Cajazeira, sócio e especialista em mercado de capitais da PricewaterhouseCoopers (PwC), afirma que haverá, por exemplo, ajuste na remuneração dos acionistas. Como a nova lógica afetará os balanços e, com isso, os lucros das empresas, haverá impacto nos dividendos - já que são pagos com base no desempenho.

Quando a realidade contábil brasileira estiver plenamente modificada, Cajazeira acredita que, além da participação dos acionistas nos lucros, haverá reflexos até mesmo sobre o valor das ações listadas na bolsa. "A cotação é, muitas vezes, produto de múltiplos baseados no resultado da companhia. " Em alguns casos, há ganhos e, em outros, perdas.

A reconciliação dos números do padrão nacional com o IFRS do Banco Itaú dá uma mostra do tamanho do impacto. Enquanto o lucro líquido do banco pela legislação societária foi de R$ 4,3 bilhões, em 2006, o ganho em IFRS somou R$ 6,4 bilhões. Já o patrimônio subiu de R$ 23,5 bilhões para R$ 27,5 bilhões, com a adequação dos parâmetros.

As diferenças de resultados geradas da transição de regras não são exclusividades das empresas brasileiras. As companhias européias, quando passaram por esse processo entre 2001 e 2005, também sofreram ajustes bilionários. Henri Fortin, especialista em administração financeira do Banco Mundial, afirmou que as mudanças no Brasil são de grande relevância para melhor inserção do país no contexto global dos mercados financeiros, cada vez mais complexos e interligados.

Apesar da possibilidade de as empresas listadas no Novo Mercado escolherem entre IFRS e US Gaap é de se esperar um aumento da opção pelo padrão internacional, no lugar do americano - até poucos anos, o mais difundido. A mudança no Brasil está em linha com a evolução global do tema. Vem aumentando o número de países que toma como base o IFRS e, em novembro, até o órgão regulador americano, a Securities and Exchange Commission (SEC), passou a permitir que as companhias estrangeiras listadas lá apresentem apenas os números no padrão internacional, sem necessidade de reconciliação com o US Gaap.

A preferência pelo IFRS por parte das empresas com governança diferenciada deverá facilitar a adaptação do investidor, na medida em que já demonstrará quais serão as companhias mais afetadas e as linhas do balanço que sofrerão os ajustes mais significativos. Cajazeira conta que cerca de 70% das empresas com nível de transparência diferenciado já estavam inclinadas a usar o IFRS. As demais consideravam ainda alguma chance de optar pelo americano em razão do padrão ser usado pelas concorrentes internacionais.

O superintendente de relações com empresas da Bovespa, João Batista Fraga, diz que não há intenção de mudar a regra. Ou seja, as empresas não serão obrigadas a escolher o IFRS. Elas poderão usar o US Gaap, se assim desejarem. Aquelas que já seguem o modelo americano também poderão continuar com essa opção. No entanto, admite que tanto as mudanças no Brasil quanto a decisão da SEC devem influenciar a predileção pelo padrão internacional.

Valor Econômico


Enviado por Ricardo Viana

Externalidades

Externalidade é um conceito muito importante da economia. Diz respeito aos efeitos, positivos ou negativos, gerados por um agente econômico que atinge outros agentes. Os agentes atingidos não têm condições de impedir estas externalidades. (aqui e aqui) Um exemplo simples é a construção de uma estrada, que terá como externalidade negativa o desmatamento da região.

No mundo moderno é comum escutar a expressão que um determinado produto não possui custo. Por exemplo, este blog, tanto para o autor, quanto para o leitor, "não possui custo". Mas esta afirmação não é correta pois estamos deixando de considerar as "externalidades". A Google, que possibilita a existência deste espaço, ganha com ele (toda vez que vou colocar uma postagem, aparece a mensagem perguntando se eu - e a Google - não gostaria de ganhar dinheiro com o blog). Quando usamos a Wikipedia sem pagar nada, alguém precisa financiar este "custo" que aparentemente não existe (no caso da Wikipedia, são os doadores. Você já percebeu que existe um convite para você doar para a Wikipedia continuar seu trabalho?)

Neste ponto, não custa lembrar de uma máxima de finanças: não existe almoço grátis.

O vínculo entre economia e guerra

Desde o fim da segunda guerra mundial, o mundo já conviveu com mais de uma centena de guerra civis. O resultado destes conflitos foi mais de 16 milhões de vidas. Uma possível explicação para a existência deste tipo de conflito é a economia. Os países menos desenvolvidos geralmente dependem de poucos produtos para obter divisas. Quando o preço destes produtos reduz no mercado mundial, a chance de um conflito é maior. Markus Brückner e Antonio Ciccone (aqui) analisaram esta questão e encontraram alguns vínculos. No período entre 1997 e 2000 o preço internacional do café caiu em 50%. Três países da África que dependem da exportação do produto, Burundi, Ruanda e Uganda, iniciaram uma guerra logo após (em 2000, 2001 e 2002, nesta ordem).

Periódicos e Fator de Impacto

Uma forma de verificar se um periódico é importante para uma área é através do fator de impacto. Entretanto, esta medida tem uma série de problemas. O principal é a mensuração. Clique aqui e aqui

08 janeiro 2008

Rir é o melhor remédio


Fonte

A nova lei

Temos algumas mudanças na lei 6.404 (aqui, a lei 6.404 como ficou). Sabemos que o presidente Lula vetou a questão dos resultados dos exercícios futuros por questões tributárias (aqui). Como diria o grande filósofo Neto, "é brincadeira".

Quando analisamos o que era necessário fazer em termos de lei (leasing, classificação do ativo, publicação de informações para empresas fechadas, extinção das reservas do patrimônio e do REF) ficamos frustados com o resultado final. Pelo visto, teremos mais várias décadas com uma lei que já não atende as necessidades de um país moderno.

Links

1. Para quem toma Coca-cola Um vídeo interessante que mostra o efeito da Coca
2. Empresa mais odiada entre seus pares
3. Tortura chinesa a moda antiga Antigo manual chinês de tortura
4. Arte fractal

Vídeo

Um dica de vídeo, sobre contabilidade, enviada por Saulo Augusto (aqui). Comédia inglesa.

Brasil no futuro

Seremos a fazenda do mundo?

"If China was becoming the world's workshop and India its back office, Brazil is its farm -- and potentially its center of environmental services." Michael Reid no seu livro "Forgotten Continent", citado por Roger Cohen em New Day In The Americas New York Times, 6/1/2008 (Este artigo foi traduzido e publicado no Estadão)

Pagando bons dividendos

Entre as empresas que mais pagam dividendos, a primeira colocada, segundo o critério do Dividend Yield (a relação entre dividendo e o valor da ação) é a Transmissão Paulista (14,23%). Depois, Eletropaulo (13,71%) e Telesp (10,60%). Fonte: Aqui

Blog em Contabilidade

É raro um blog que discute contabilidade. Aqui tem um link para o blog do Moises Ávila.

Dez Lugares Mais Poluídos do Mundo

1. Sumqayit, Azerbaijan
2. Chernobyl, Ukraine
3. DzerzHinsk, Russia
4. Kabwe, Zambia
5. La Oroya, Peru
6. Linfen, China
7. Norilsk, Russia
8. Sukinda, India
9. Tianying, China
10. Vapi, India

Fonte: Aqui

Sears acusada de expor dados dos clientes



O cliente é convidado a participar de uma comunidade na internet, com a possibilidade de ganhar prêmios, sem saber que a empresa está usando os dados obtidos no computador do inocente de forma invasiva e sem permissão. Um especialista de Harvard descobriu o esquema e denunciou. Veja notícia aqui , aqui e aqui

Conforme pode ser notado, o preço das ações da empresa recuaram.(Fonte: AOL)

Parece comédia

Lisboa, 04 Jan (Lusa) - A análise dos documentos de contabilidade da Air Luxor de 2003 a 2005 indica que existiam bens no imobilizado que, entretanto, "desapareceram pura e simplesmente", afirma o relatório do administrador de insolvência da companhia de aviação.

O relatório, hoje apresentado à assembleia de credores da Air Luxor, que se reuniu no Tribunal de Comércio de Lisboa, acrescenta: "continuamos a não perceber onde se encontram esses bens nem quem os tem, pelo que cremos estar perante uma situação de crime de roubo".

Na apresentação do relatório à assembleia de credores, o administrador de insolvência assinalou que "não teve acesso a elementos credíveis de contabilidade que lhe permitissem elaborar um parecer fundamentado".

O administrador indicou que conseguiu localizar e apreender alguns activos da Air Luxor e que aguarda oportunidade para apreender mais alguns.

Depois de um trabalhador referir a existência de alguns activos da empresa e indicar os locais para onde foram deslocados, a juíza apelou a todos os presentes que conhecessem activos da empresa e a sua localização que o comunicassem ao administrador de insolvência.

A juíza indicou que o avião Falcon apreendido tem um valor atribuído de 500 mil euros.

Na sua apresentação, o administrador de insolvência afirmou que o seu trabalho "tem sido um romance", adiantando que primeiro não sabia onde era a sede da Air Luxor e quando lá foi já estava alugada por outra empresa.

Afirmou que havia documentos de contabilidade empacotados para seguir para um armazém e parte deles já tinha seguido, observando que está a negociar com os proprietários do espaço onde se encontram os documentos a utilização desse espaço para se fazer a auditoria decidida pela Comissão de Credores.

Uma auditoria que, segundo a juíza, pode demorar meses.

O administrador de insolvência disse à agência Lusa que não se sabe ainda quanto tempo demorará este processo de liquidação da Air Luxor, admitindo que face á situação existente possa prolongar-se por três ou quatro anos.


Aviação: Bens da Air Luxor "desapareceram pura e simplesmente" - administrador de insolvência - Agência Lusa - Serviço Economia - 4/1/2008

Jogo do Giro

Conforme a CFO Magazine (Playing Games, 10/12/2007), uma pesquisa nas demonstrações contábeis de 145 grandes empresas européias mostrou que estas entidades fazem operações para melhorar seu capital de giro. No final do ano, as empresas aumentam o desconto, devolvem estoques para fornecedores etc para reduzir o dias de vendas a receber (DVR ou DSO). O dia de vendas em estoque também reduz no período.

Sendo Simples e Fazendo Sucesso

O sucesso do Nintendo Wii diante dos complexos concorrentes mostra que a simplicidade pode ser importante nos dias de hoje. Em lugar de hardware com muitas funções, a Nintendo optou com o game simples e acessível para quem não quer passar o dia inteiro jogando. Mas o sucesso maior da empresa está no

Nintendo DS, que ainda vende muito, apesar de ter três anos de idade. O DS não possui nada muito complexo. Leia mais aqui

Ensino a distância

O ensino a distância possui características peculiares que podem ajudar na eliminação do Dilema de Baumol. (Relembrando, Baumol é um economista norte-americano, ainda vivo, que propôs que em certos setores, inclusive educação, não é possível ter uma redução do custo em virtude do aumento da produtividade). Algumas instituições de ensino, como a University of Phoenix, nos Estados Unidos, e algumas universidades no Brasil, possuem uma estrutura produtiva diferente do ensino tradicional.

Os cursos ofertados possuem estruturas para reduzir custos, incluindo a redução de infra-estrutura no campus (prédios, bibliotecas etc), economia de escala (centralização dos cursos e padronização dos conteúdos) e redução no atendimento on-line com redução na interação entre aluno e professor. Além disto, este modelo reduz a possibilidade de inovações e alterações substanciais de conteúdo.

Os modelos mais tradicionais de ensino à distância, como o praticado pela Universidade Aberta do Brasil, não consegue obter esta estrutura de produção. Usam uma relação tutores/aluno baixa, um material produzido por especialistas da área, promovem encontros presenciais, entre outros aspectos. Por um lado, isto serve para melhorar a qualidade deste ensino. Mas por outro, não se consegue obter uma economia de escala tão elevada.

Clique aqui para ler mais

Mapa Interessante 2

Aqui, neste texto , é elogiado um bom gráfico. É interessante a história de três dos melhores mapas. O mapa da guerra da Criméia, considerado um dos melhores da história, consegue mostrar 6 informações ao mesmo tempo, de forma didática.

Mapa Interessante

Este mapa apresenta de maneira didática os maiores produtores de petróleo e os maiores consumidores, além do caminho do petróleo no mundo. Didático e Simples

07 janeiro 2008

Rir é o melhor remédio

2007 em revista. Um vídeo de 108 segundo sobre o ano de 2007

Alfa e Warren Buffett

A importância do "alfa" na indústria de fundos. Clique aqui para ler (em inglês). E outra, da mesma The Economist, sobre Buffett

Mercado


Em 2007, o mercado acionário brasileiro foi o 5o. do mundo, conforme a The Economist. Valorização um pouco acima de 40%.

Os mais vendidos de 2007

1. Harry Potter and the Deathly Hallows - J.K. Rowling
2. The Secret - Rhonda Byrne
3. Eat, Pray, Love: One Woman's Search for Everything Across Italy, India and Indonesia- Elizabeth Gilbert
4. Harry Potter und die Heiligtümer des Todes -J.K. Rowling
5. A Thousand Splendid Suns - Khaled Hosseini
6. The Dangerous Book for Boys - Conn Iggulden & Hal Iggulden
7. Deceptively Delicious: Simple Secrets to Get Your Kids Eating Good Food - Jessica Seinfeld
8. Good to Great: Why Some Companies Make the Leap...and Others Don't - Jim Collins
9. Water for Elephants: A Novel - Sara Gruen
10. StrengthsFinder 2.0: A New and Upgraded Edition of the Online Test from Gallup's Now, Discover Your Strengths - Tom Rath

Fonte: Amazon e The Economist

Canal de Tempo por 5 bilhões

Um canal de tempo deverá ser negociado por 5 bilhões. Duas possíveis razões para este preço absurdo: a existência de poucos canais a cabo independentes; e o fato de ser um bom ponto de venda para anunciantes. Geralmente o Weather (e seu endereço Weather.com) é muito visitado, em especial por viajantes. Clique aqui e aqui

Como se faz lavagem de dinheiro

O traficante lavava o dinheiro num lava-jato.

Um dos dez filhos do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, é apontado pela delegada federal Luciana de Castro Ribeiro como sucessor dele no comando da quadrilha de tráfico internacional de drogas. (...)

Ele também é acusado de lavar o dinheiro do tráfico por meio da empresa Gás Aceso - com nome fantasia Chama Gás, na Favela de Duque de Caxias -, da qual é sócio ao lado de um cunhado de Beira-Mar, Carlos Wilson Portela Wanderley, e de Wilson Messias do Nascimento. Na contabilidade da empresa não apareciam as despesas reais, criando lucro fictício a ser distribuído entre os sócios. Assim, segundo peritos federais, o dinheiro do tráfico ganhava aparência legal. O mesmo acontecia na JJ Lava a Jato, também na favela, que pertence a Jaqueline e a Jorge Ribeiro Júnior, preso na Operação Fênix. O responsável pelas contas das empresas e de seus sócios, o contador Humberto Marcelino Ferreira, foi indiciado por lavagem de dinheiro. (...)


Filho assume império de Beira-Mar CRIMINALIDADE Aos 21 anos, Felipe Alexandre da Costa virou chefe da quadrilha após prisão de Jaqueline, mulher do traficante
Marcelo Auler - Estado de S. Paulo, 6/1/2008

Golpe da Formatura

FORTALEZA. O baile de formatura da turma de Agronomia da Universidade Federal do Ceará (UFC), marcado para amanhã, era o momento mais esperado pelos 44 alunos que concluíram o curso em dezembro. Mas a festa e a confraternização com as famílias não acontecerão. Eles foram vítimas de um golpe estimado em quase R$5 milhões, praticado pela empresa de eventos Academia da Formatura. Os donos desapareceram com o dinheiro de cerca de três mil alunos que haviam pago integral ou parcialmente os custos para a organização das solenidades de colação de grau, missas e festa.

Gilson Louzado, de 25 anos, um dos integrantes da comissão de organização da formatura do curso de Agronomia foi ontem à tarde à Delegacia de Defraudações e Falsificações registrar ocorrência. Encontrou outras dezenas de pessoas, de diferentes cursos e universidades, também vítimas do golpe. Em média, cada estudante pagou cerca de R$1.500. O baile de Gilson e sua turma aconteceria num dos mais caros buffets de Fortaleza.

Não há ainda o número preciso de alunos lesados. A estimativa é de que cerca de 300 cursos de cinco universidades tenham sido afetados. A Academia de Formatura existe desde 2001 e era muito conhecida na cidade. Os eventos aconteceram normalmente até a semana passada. O delegado titular da Delegacia de Falsificação e Defraudações, Andrade Júnior, disse que já pediu a prisão preventiva de Geraldo Guerra e Ana Cristina Ribeiro Lopes, donos da empresa.


Alunos sofrem golpe de R$5 milhões - O Globo - 4/1/2008

Jargão

Um texto interessante do Financial Times (Sharp reminder of how auditing jargon can hurt, escrito pela Jennifer Hughes, 2/1/2008, Ed1, Page 17) comenta sobre o jargão de auditoria. A autora coloca que os investidores aguardam, todo ano, as demonstrações contábeis e o parecer de auditoria se os negócios estão em processo de continuidade. Este ano, a consideração da "continuidade" será crítica para os investidores como um sinal. Conforme lembra Hughes, tecnicamente "estar em continuidade" significa que um negócio é considerado viável. Caso contrário, existindo um opinião adversa, isto significa problemas.

In auditing standards, cause for the emphases are preceded by dire-sounding phrases such as "significant level of concern" and "material uncertainty."

"The wording is horrid. There is a danger the market will react and that the words become a prophecy that is self-fulfilling," said Martyn Jones, national audit technical partner at Deloitte. "There clearly needs to be a lot of early work by companies to make sure the going concern area is dealt with properly."

Auditors have good reason to worry about professional liability. After the meltdown of so many dotcom companies in 2001, a wave of lawsuits followed.

Coréia Perdoa fraudador

Segundo o Financial Times (President pardons Daewoo fraudster, por Song Jung-A, 2/1/2008, Asia Ed1,Page 13), o ex-dirigente do Daewoo Group, Kim Woo-choong, foi perdoado, no dia 1o. de janeiro, da sentença de 10 anos recebida em 2006. O executivo foi preso por fraude e outros crimes, depois que a Daewoo entrou em crise financeira com dívidas acima de 80 bilhões de dólares. O perdão é um procedimento tradicional na Coréia do Sul e incluiu outros executivos. Mas o tamanho do perdão gerou críticas no país.

Enquanto isto, nos Estados Unidos, o ex-executivo da Waste James E. Koenig foi condenado. Aqui e aqui

Nova Lei

Foi sancionada pelo Presidente da República a Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei n o 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras.

A supracitada lei pode ser acessada através do seguinte endereço


Grato, Eliedna Barbosa (Edinha)

A seguir uma reportagem sobre o assunto:

Nova lei deve provocar correria nas empresas
Gazeta Mercantil 3/1/2007

São Paulo, 3 de Janeiro de 2008 - A reforma da lei contábil brasileira deve provocar correria entre as empresas que serão atingidas pela mudança, segundo instituições do mercado de capitais. Sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última quinta-feira, dia 28, o texto da lei n 3741/00 determina a publicação dos demonstrativos financeiros individuais de acordo com os padrões contábeis internacionais (IFRS, na sigla em inglês) já no exercício de 2008.

Na prática, os balanços de todas as companhias abertas e as de capital fechado com ativos acima de R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões terão que seguir as diretrizes estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A autarquia avisou que pretende acatar os pareceres do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão independente criado em 2005 para liderar o processo de convergência do padrão de contabilidade brasileiro ao IFRS, já adotado por 107 países.

Até agora, o CPC emitiu apenas um pronunciamento técnico, que diz respeito à redução do valor recuperável de ativos. Outros cinco pareceres estão em audiência pública e podem ser aprovados em breve de forma conjunta com a CVM. "À medida que forem divulgados, esses pareceres se tornarão obrigatórios", explica Vânia Borgerth, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) no Rio de Janeiro. A CVM já avisou que o balanço consolidado das empresas do exercício de 2010 deverá estar totalmente enquadrado ao padrão internacional.

Para o presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), Francisco Papellás Filho, a pressa das empresas para se enquadrar às novas regras vai provocar uma corrida por profissionais especializados em contabilidade internacional. "Não vai ter contador suficiente para atender a demanda", prevê. "Não há profissionais formados em número suficiente para conduzir essa transição com tranquilidade", concorda Vânia, do Ibri.

Segundo ela, as companhias que apostavam na postergação da mudança são as que mais têm a temer, já que trata-se de uma transição complexa e custosa. "Foi por isso que as autoridades regulatórias européias deram alguns anos de prazo para as companhias da região se adaptarem".

Para tentar compensar a falta de formação no assunto nas universidades, grandes empresas como Itaú, HSBC, Petrobras e Odebrecht vêm realizando cursos intensivos de IFRS in company para seus funcionários. Simultaneamente, as grandes firmas de auditoria (Ernst & Young, Price, Deloitte e KPMG) estão vendendo programas de treinamento.

Para Reginaldo Alexandre é diretor técnico da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-SP), a mudança é bem vinda e abrirá a porta para a chegada de mais investimentos estrangeiros em ações de empresas domésticas. "Por outro lado, a pressão de prazo vai obrigar as companhias a se movimentarem mais rapidamente", avalia.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)

Fundos quantitativos


Máquinas do lucro
Por Angelo Pavini, de São Paulo
04/01/2008

A maioria dos fundos quantitativos, que usam sistemas automáticos de decisão de investimentos com base em modelos estatísticos e matemáticos, se saiu bem no ano passado. De uma amostra de 12 fundos acompanhados pelo Valor com base em dados do site Fortuna, oito conseguiram superar o CDI de 11,82% em 2007. Apesar disso, a estratégia parece não ter ainda caído nas graças dos investidores, com um resgate líquido de R$ 95 milhões, fechando dezembro com um patrimônio de R$ 630 milhões. Esse valor está concentrado em cinco carteiras - Santander Dinâmico, SLW Volatilidade, ABN Amro Quant e os dois fundos que o Itaú herdou do BankBoston, Quant IB e Expert IB. Muitas carteiras têm menos de R$ 10 milhões.

Um dos destaques do ano é a novata Vector Investimentos, cujo fundo Vector Quantitativo acumulou 16,70% no ano, o melhor desempenho da amostra. A gestora foi criada em 2006 por um grupo de ex-executivos do Garantia/Credit Suisse e do Unibanco que resolveu criar uma carteira quantitativa dentro do projeto de uma encubadora de fundos do Banque Safdié. "A idéia era receber aplicações dessa encubadora, mas o Safdié desistiu do projeto", explica Moacir Kang, sócio da Vector. Assim, o fundo acabou sendo criado com recursos dos sócios e conhecidos, acumulando R$ 3,5 milhões.

Kang - que foi responsável pela área de derivativos da Unibanco Asset Management e da tesouraria do banco - e seu sócio Marcelo Chilov tiveram sua primeira experiência com gestão quantitativa na AAA Asset Management, em 1999. O fundo quantitativo voltado para estrangeiros acabou fechando com a crise da Nasdaq. "Mas essa experiência nos ajudou a montar um dos melhores bancos de dados de cotações do mercado brasileiro, ferramenta fundamental para os modelos quantitativos", diz.

Segundo Kang, o Vector Quantitativo usa o sistema de caixa preta, onde o modelo decide o que fazer, sem interferência humana. "O gestor só entra se há algum evento corporativo, algum anúncio de uma empresa", diz. Nesse caso, normalmente a ação é retirada da carteira, que é, então, recalculada pelo modelo.

O desempenho do Santander Dinâmico, o maior da categoria, foi bastante errático ao longo de 2007, explica Alexandre Silverio, superintendente de gestão de fundos da Santander Asset Management. O fundo, que completou quatro anos em 2007 com retorno médio anual de 114% do CDI, foi razoável no primeiro semestre e ganhou bastante no segundo, chegando a acumular 125% do referencial até outubro. Em novembro e dezembro, porém, a carteira teve perdas no mercado de dólar e fechou o ano com 104,5% do CDI. "Gosto de indicar esse fundo para diversificação, pois ele não se vincula às decisões da equipe de gestão", diz Silverio. O Dinâmico fechou com uma volatilidade razoável, de 7,6% ao ano, para 12% dos multimercados mais agressivos ou 30% de um fundo de ações.

Os modelos dos fundos quantitativos tiveram de ser ajustados à nova realidade do mercado criada pela crise das hipotecas de alto risco ("subprime"), diz Aristides Jannini, diretor-executivo de Asset Management do banco WestLB. Uma das mudanças foi fazer com que os modelos trabalhassem com menor risco e volatilidade, que assustavam os investidores. "Fizemos isso evitando que os fundos 'dormissem' com posições em aberto, mesmo abrindo mão de alguns ganhos", diz. "Isso corrigia a grande falha dos fundos quantitativos, que é não detectar o fato novo, que não está no modelo", diz. O resultado foi bom para o WestLB Absolut, que terminou o ano com retorno de 15,68%. "Foi um retorno muito bom se levarmos em conta que muitos fundos multimercados tiveram perdas", diz. "Nosso trabalho neste ano, que também deve ter forte volatilidade, será reduzir ainda mais a oscilação dos modelos e mostrar para o cliente que essas aplicações devem ser vistas no longo prazo."



No começo do ano, o Principia Hedge também não foi muito bem. O período foi de "spreads" (diferenças de cotações) altos e as distorções de preços demoraram mais para se ajustar, reduzindo os ganhos dos modelos, explica Marcelo Paixão, sócio da Principia Capital Management. Mas, quando o mercado começou a cair em agosto, com liquidez, os modelos começaram a ir bem. "Nos pares de long/short (arbitragem de ações) e no mercado de volatilidade tinha muita distorção e, com a liquidez maior e 'spreads' menores, o custo de transação caiu e tivemos mais resultados", diz. Paixão lembra que, para o modelo quantitativo, não importa muito se o mercado cai ou sobe, mas que oscile bastante e tenha muita liquidez para os "spreads" não se alargarem. Para este ano, Paixão espera que mercado continue com liquidez abundante e muita volatilidade, o que deve beneficiar os modelos quantitativos. "Pode ser um quadro semelhante ao do segundo semestre do ano passado", diz.

Valor Econômico

Enviado por Ricardo Viana

Novo periódico

A Revista de Contabilidade e Organizações aparece com uma série de artigos interessantes. Temas como princípios de contabilidade (com Sérgio de Iudicíbus), Teoria de Agência (Flávia Dalmácio e Luiz Corrar), Evidenciação de Informações (Marcelle Oliveira), Métodos quantitativos em Auditoria (José Maria Dias Filho e Joselito Ribeiro), Privatização (Rogério Reis, Ariton Teixeira e Mirian Pires), Situação Financeira dos Estados Brasileiros (Gilmar Mello e Valmor Slomski) e Professor Universitário (Vilma Slomski). Além disto, um artigo internacional de Merchant, sobre orçamento.

Vale Brinde

Sobre o crescente mercado de vale brinde, em especial nesta época do ano, este artigo ilustra o crescimento exponencial e faz uma análise sob a ótica econômica. Aqui e aqui mais sobre isto. No livro de Teoria da Contabilidade, em co-autoria com o prof. Jorge Katsumi, analisamos o sentido contábil do vale brinde.

Links

1. Efeito janeiro
2. Reversão à média em mercados emergentes?
3. Igreja de resultados
4. Agências de desenvolvimento gostam de grandes agendas, pois não podem ser mensuradas