Translate

14 dezembro 2006

Custo de um soldado

Reportagem interessante do Wall Street Journal sobre o custo de um soldado norte-americano:

Caixa, o ponto fraco do Exército americano
December 14, 2006 4:05 a.m.

Por Greg Jaffe
The Wall Street Journal

FORT STEWART, EUA — Apenas seis semanas antes de partir para o Iraque, os 3.500 soldados da 1a Brigada da Terceira Divisão de Infantaria do Exército americano deveriam estar aprendendo sobre Ramadi, bastião dos rebeldes iraquianos onde eles passarão um ano.

Muitos dos soldados nem sabem qual é a mistura de etnias que forma essa cidade de maioria sunita. "Não passamos tanto tempo quanto gostaríamos aprendendo sobre a cultura local, a língua, a política — todas as coisas que demoram para se aprender", diz o tenente coronel Clifford Wheeler, que comanda um dos batalhões de 800 soldados da brigada.

Em vez disso, a tropa está aprendendo a usar equipamentos com os quais deveriam, numa situação ideal, ter começado a treinar no início do ano, dizem seus comandantes. Muitos soldados receberam apenas recentemente os novos fuzis M-4 e as miras telescópicas, que estão em falta porque o Exército dos Estados Unidos passa por um aperto de caixa. Alguns ainda estão sem metralhadoras ou sistemas de vigilância usados para identificar rebeldes colocando bombas nas estradas. Eles foram informados que receberão a maioria desses equipamentos quando chegarem ao Iraque.



As dificuldades aqui em Fort Stewart (Estado da Geórgia) — uma das maiores bases militares dos EUA — aparecem em todo o Exército. Elas confirmam uma situação histórica: a Guerra do Iraque expôs mais de uma década de falhas e cálculos errôneos que agora estão minando a força militar mais poderosa do planeta.

Nos 15 anos seguintes à Guerra Fria, os planejadores militares de alto escalão e os oficiais civis do departamento da Defesa dos EUA não prepararam o Exército para enfrentar conflitos de guerrilha longos e desgastantes, como no Iraque e Afeganistão. Em vez disso, apostaram em guerras rápidas, dominadas por armamento de alta tecnologia.

O resultado é que num período em que a guerra no Iraque está se aprofundando, e o debate sobre a retirada das tropas está se intensificando, o custo crescente de levar a luta adiante está estourando até o enorme orçamento do Exército americano. A falta de recursos está provocando a falta de equipamentos e de pessoal importantes.

De 1990 a 2005, os militares americanos torraram dinheiro em destróieres, aviões de caça e sistemas antimísseis bilionários. Os partidários desses programas dizem que os EUA enfrentam vários tipos de ameaças e devem estar preparados para todas. Armamentos de alta tecnologia contribuíram para a derrubada rápida dos regimes ditatoriais no Iraque e no Afeganistão, mas têm ajudado pouco na tarefa mais difícil de estabilizar os dois países.

Dos US$ 1,9 trilhão gastos pelos EUA com armamentos nesse período, com correção monetária, a Força Aérea recebeu 36% e a Marinha, 33%. O Exército informou que recebeu 16%. Apesar das guerras no Iraque e no Afeganistão, ambas dominadas por tropas no solo, a relação não mudou muito.

Previsões otimistas demais do governo Bush — e do Exército — pioraram o arrocho no orçamento do Exército. Ambos acreditavam que o número de soldados no Iraque iria cair significativamente em 2006 e que o Exército não precisaria de tanto dinheiro como havia pedido inicialmente. Em vez disso, os custos foram às alturas.

O custo do equipamento básico que os soldados levam para a batalha — capacete, fuzil, colete à prova de balas — passou de US$ 7.000 em 1999 para US$ 25.000. O custo de pagar e treinar as tropas aumentou de US$ 75.000 em 2001 para US$ 120.000 por soldado. Nas tropas reservistas, os custos dobraram desde 2001 para US$ 34.000 por soldado.

Fiesp e a pirataria


Notícia do Estado de hoje:

Fiesp se rende à invasão chinesa

Entidade critica importação, mas distribui brindes feitos na China

Nem a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) consegue resistir à invasão chinesa. Ontem, o presidente da entidade, Paulo Skaf, reclamou que os preços dos produtos chineses são baixos e o volume importado pelo Brasil é muito grande porque a China usa de “banditismo” e práticas desleais de comércio ao manter sua moeda desvalorizado de forma artificial.

No entanto, a organização do almoço de fim de ano da entidade cometeu uma gafe. Depois da reclamação, ofereceu pen drives (pequenos dispositivos de armazenamento de dados para computadores) de origem chinesa, como brinde aos jornalistas. “Eu desconhecia esse fato, mas, certamente, esse produto não é pirata e foi comprado com nota fiscal”, afirmou Skaf, visivelmente constrangido.

Anne Warth
Jander Ramon
SÃO PAULO

Valor de Itiquira


Recentemente coloquei na minha página um comentário sobre um texto do Ipea, onde os autores mensuravam o valor do parque estadual de Itaúnas, no Espírito Santo.

Li uma dissertação de mestrado onde a autora, Arlete de Freitas Botelho, utiliza o método custo de viagem para mensurar o valor do parque municipal de Itiquira ("Método Custo de Viagem na Valorização do Parque Municipal de Itiquira", de 2005, do mestrado em Economia do Meio Ambiente, orientação do prof. Jorge Nogueira).

Este é um exemplo típico da dificuldade de mensurar o valor do meio-ambiente. Como Itiquira fica próximo de Brasília, apesar de ser o segundo maior salto do País, este método irá apresentar um valor muito reduzido. Segundo a autora, R$785 mil.

A imagem é do Salto de Itiquira

Diversas notícias

SEC afrouxa regra

A SEC, órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, afirmou que as empresas não mais precisarão de duas opiniões, por parte de seus auditores, sobre a eficácia de seus controles internos. As companhias argumentam que realizam checagens custosas sobre esses controles, porque as diretrizes da lei Sarbanes-Oxley são vagas, segundo o Financial Times. O aumento dos custos com contabilidade e auditoria tem feito com que as empresas deixem de abrir seu capital nas bolsas de valores americanas. (Valor de hoje)

PwC é multada

A unidade britânica da PwC, a maior firma de auditoria do mundo, recebeu uma multa de 1,5 milhões de libras esterlinas (US$ 2,9 milhões) por ter falhado na identificação de fraudes contábeis na TransTec, em 1999, que levaram ao colapso da empresa. As informações são do Financial Times. (idem)

Siemens declara a descoberta de US$ 554 milhões em pagamentos suspeitos

A gigante alemã Siemens informou hoje que uma auditoria interna detectou cerca de US$ 554 milhões em pagamentos suspeitos na contabilidade da companhia dos últimos sete anos.A auditora interna começou depois que a companhia descobriu um possível desfalque de recursos por parte dos funcionários. Na semana passada, um ex-executivo da área de tecnologia e telecomunicações da Siemens foi preso temporariamente e a procuradoria de Munique investiga também um grupo de cerca de 12 ex-funcionários da empresa que teriam desviado em torno de US$ 265 milhões de recursos da companhia.No mês passado, a Siemens anunciou a republicação de seu balanço anual. Ao invés dos US$ 4 bilhões de lucro líquido declarado em novembro, a companhia revisou o ganho para US$ 3,9 bilhões.(Valor Online, 13/12)

Otimismo


Da Gazeta de hoje (Bolsa terá 5º- ano de alta em 2007)

Presidente eleito da entidade descarta bolha e prevê mais expansão do mercado doméstico. A Bovespa está perto de fechar 2006 com uma sequência de recordes. Quatro anos seguidos de valorização, mais de 70 ofertas públicas de ações e 37 aberturas de capital. Mas para o recém-eleito presidente nacional da Apimec, Álvaro Bandeira, esse ciclo ainda terá novos capítulos. "O mercado de capitais está apenas começando a consolidar sua função de capitalizar as empresas", diz. Para ele, com a ausência de sobressaltos da economia norte-americana, a ampliação da governança corporativa das empresas domésticas e a proximidade de o Brasil conseguir o investment grade das agências de classificação de risco, a tendência é uma entrada cada vez maior de capital externo. Em contrapartida, Bandeira, também diretor da corretora carioca Ágora, diz que ainda há avanços importantes a serem perseguidos pelas empresas em governança corporativa.

E avisa: algumas das novatas na Bolsa estão sobrevalorizadas. "A separação entre o joio e o trigo ainda não aconteceu", afirma.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)


Ao mesmo tempo, ontem os acionistas da Submarino aprovaram a fusão com a Americanas.com, anunciada em 23 de novembro. (As ações da empresa saltaram de 52 para 67)

Erros de auditoria


Segundo notícia da Gaceta de los Negocios, de hoje, a maior empresa hipotecária dos Estados Unidos, Fannie Mae, está cobrando da antiga empresa de auditoria, a KPMG, a responsabilidade por negligência e quebra de contrato. A Fannie Mae considera que a KPMB falhou no seu papel de auditoria e não evitou erros na sua contabilidade cujo valor é de 6,3 bilhões de dólares. A Fannie Mae reclama indenização de 2 bilhões.

Já a KPMG afirma que a própria empresa de auditoria também possui reclamação contra a Fannie Mae.

Em dezembro de 2004 a SEC descobriu que executivos da Fannie Mae cometiam irregularidades desde 2001, maquiando os resultados. A empresa teve que pagar uma multa de 400 milhões

Segundo o jornal espanhol (em conjunto com a Bloomberg)

Ahora, la empresa hipotecaria culpa a KPMG de no haber detectado esas anormalidades. “Fannie Mae ha determinado al menos 30 prácticas contables aprobadas por KPMG que no eran acordes a los principios contables generalmente aceptados”, ha señalado en su acusación. “Es difícil imaginar un caso más claro de mala práctica contable”, ha añadido.

Pis/Cofins


Empresas podem reverter provisões
Valor Econômico - 14/12/2006

O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) mudou sua interpretação sobre a manutenção de provisões em disputas tributárias e abriu caminho para que as empresas melhorem os resultados em seus balanços de 2006. A Interpretação Técnica Ibracon nº 02, de 30 de novembro, flexibiliza a norma contábil e altera diretamente a forma de tratamento, pelas companhias, dos passivos referentes ao alargamento da base de cálculo do PIS/Cofins. O Supremo Tribunal Federal (STF) já deu ganho de causa ao contribuinte, mas a decisão foi tomada em um recurso extraordinário, que vale apenas para ações individuais. Por isso, o Ibracon, referendado em seguida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), proibiu a reversão destas provisões até que cada empresa tenha seu próprio caso julgado no Supremo.

Estes passivos podem fazer uma diferença considerável nos resultados das companhias abertas. Uma breve leitura das notas explicativas dos balanços do terceiro trimestre deste ano das empresas mostra bilhões represados em provisões. A Braskem é um bom exemplo, pois atravessa um ano difícil devido ao alto custo de sua principal matéria-prima, a nafta, e à valorização do real frente ao dólar. De janeiro a setembro, o resultado da companhia ficou em apenas R$ 6 milhões. Segundo a nota explicativa do balanço de setembro, em fevereiro deste ano a companhia teve o trânsito em julgado de seis ações que envolviam o alargamento da base de cálculo do PIS/Cofins e conseguiu reverter R$ 90,9 milhões de provisões. Diz a nota que o impacto positivo, em seu resultado, de ações ainda em curso seria de R$ 106 milhões, o que pode evitar um prejuízo contábil neste ano.

O especialista Ari Carrion, do escritório Polonio Advogados, lembra que toda empresa, ao reverter provisões, melhora seus resultados contábeis e, por consequência, afeta os valores dos dividendos a serem distribuídos. Ele diz ainda que há uma vantagem fiscal na reversão, já que esse resultado diminui o lucro considerado para cálculo do imposto de renda. Além disso, Carrion diz que a nova interpretação também melhora a condição das empresas que não constituíram as provisões para fazer frente à discussão do alargamento. E os próprios auditores sabem que existem grandes esqueletos não representados nos balanços.

O presidente da diretoria nacional do Ibracon, Francisco Papellás, que assina a Interpretação Técnica nº 02, explica que havia muita confusão sobre a Norma e Procedimento de Contabilidade nº 22, aprovada pela CVM na Deliberação nº 489 do ano passado. As normas exigem que as empresas que questionam tributos estabelecidos em leis os tratem como uma "obrigação tributária" e, assim, mantenham provisões até que tenham as ações transitado em julgado. Papellás diz que as empresas poderão fazer uma nova avaliação sobre a necessidade de manter ou não a provisão referentes a essas obrigações tributárias em discussão na Justiça sempre que houver um novo evento sobre o caso analisado.

Esse novo evento, no caso do alargamento da PIS/Cofins, é a publicação, em agosto, do acórdão da decisão do pleno do Supremo, que pacifica a questão, e o trânsito em julgado do caso, em setembro. O tributarista Roberto Haddad, da KPMG, diz que essa nova interpretação do Ibracon esclarece todas as dúvidas que ainda existiam sobre o assunto nas empresas. Alguns advogados chegaram a entender que toda e qualquer disputa tributária teria que ser provisionada. Mas fica claro agora que são apenas aquelas disputas que questionam uma lei. A grosso modo, as causas que, em última instância, chegariam ao Supremo para discussão de inconstitucionalidade de lei. Além disso, Haddad diz que a norma prevê que um especialista tributário faça a análise e não o advogado que patrocina a causa.

A análise para a reversão de provisão ou até mesmo para não se constituir provisão de causas que envolvam uma obrigação tributária deve ser feita com base em três pontos: a existência de jurisprudência pacificada nos órgãos que tenham o poder de deliberar de forma definitiva sobre a questão, a opinião dos advogados patrocinadores sobre a inexistência de falhas processuais e ainda evidências de que não haverá redução patrimonial futura.

A questão do alargamento não só já foi definida pelo Supremo - que já sinalizou transformar a questão em súmula vinculante - como a própria Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) já manifestou diversas vezes a intenção de desistir de recursos sobre essa causa. Só não o fez ainda porque a conta do governo pode ser afetada, já que a desistência significaria o levantamento de bilhões de reais em depósitos judiciais que estão nas contas do Tesouro.

Os contribuintes que travam disputas tributárias com a Fazenda não necessariamente precisam fazer depósitos judiciais, porque muitas vezes a Justiça não exige. As companhias fazem então as provisões para que, quando tiverem que pagar o fisco, caso percam a causa, não tenham seus balanços afetados. Na outra mão, quando ganham, revertem as provisões e melhoram resultados. Das grandes companhias abertas com os maiores valores provisionados relativos à disputa do alargamento estão Ambev, Aracruz, CSN, Embraer, TAM, Votorantim Celulose e Papel (ver tabela acima). Outras companhias, como o Pão de Açúcar, incluem na provisão uma causa já perdida, a majoração da alíquota da PIS/Cofins, também prevista na Lei nº 9.718, de 1998, e que teve sua constitucionalidade afirmada no mesmo julgamento que declarou a inconstitucionalidade do alargamento. Isso significa que boa parte da provisão de R$ 991 milhões não poderá ser revertida. Outro caso diferenciado é o da Petrobras, que pagou o tributo e só depois que o Supremo declarou inconstitucional o alargamento é que entrou com a ação. Por isso terá que esperar o trânsito em julgado da ação para fazer a devida compensação do que pagou a maior com outros tributos, segundo exigência da Receita.

Corte de custos


Da Gazeta Mercantil de hoje:

Investir para vender em 2007

O Pão de Açúcar investiu em corte de custos e conseguiu, neste ano, uma economia de R$ 120 milhões, que serão reinvestidos na rede. O valor é resultado de melhorias de processos, como compartilhamento de serviços, que levou a uma redução de R$ 46 milhões nos custos da empresa, e criação de uma agência interna de publicidade, que trouxe uma economia de aproximadamente R$ 15 milhões. (...)

Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 5)

13 dezembro 2006

Love Letters


A SEC, órgão que controla o mercado norte-americano, está adotando uma política de transparência muito interessante e que deveria ser seguida pelos demais órgãos. Está evidenciando as cartas que está enviando para as empresas abertas. Estão disponíveis, segundo o sítio footnoted, mais de 14 mil cartas de 2006, com algumas interessantes curiosidades. Dois exemplos:

1) Em junho de 2006 a SEC enviou quatro correspondências para a Ford. A empresa evidenciou a existência destas cartas em outubro!

2) A IBM recebeu duas cartas este ano. A empresa não divulgou nada sobre este assunto.

CPC


O Comitê de Pronunciamentos Contábeis abriu Audiência Pública, a primeira desde sua criação, referente ao Pronunciamento Técnico CPC 01. Esta audiência estará aberta até o dia 31 de dezembro

O pronunciamento diz respeito a Redução no Valor Recuperável de Ativos ("Impairment") e guarda relação com o IAS 36 (IASB).

"O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 01 é definir procedimentos visando a assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de ser recuperado no tempo por uso nas operações da entidade, ou em sua eventual venda. Caso existam evidências claras de que os ativos estão registrados por valor não recuperável no futuro, a entidade deverá imediatamente reconhecer a desvalorização, por meio da constituição de provisão para perdas."

O pronunciamento pode ser obtido no sítio do CPC

Enron

Notícia da EFE:

Tribunal ordena prisão imediata do ex-presidente da Enron

Washington, 12 dez (EFE).- Um tribunal federal de apelações dos Estados Unidos negou hoje ao ex-presidente-executivo da Enron, Jeffrey Skilling, seu pedido de ficar em liberdade enquanto aguarda o julgamento de seu recurso, e determinou a sua prisão imediata.

O juiz Patrick Higginbotham escreveu nos autos que "Skilling não levantou dúvidas substanciais que possam resultar numa provável revogação de sua pena". Ele desautorizou assim uma decisão judicial anterior que adiava a prisão e negou o estabelecimento de uma fiança.

Agora, o principal acusado pelo escândalo da Enron deverá ser levado à prisão federal de Waseca (Minnesota) para começar a cumprir a sua pena de 24 anos por 19 acusações de conspiração, fraude e abuso de informação privilegiada.

Skilling foi condenado em 23 de outubro a mais de 24 anos de prisão após ser declarado culpado de conspiração e fraude por participar de uma trama de operações ilegais que levaram à quebra da companhia.

Em maio, o júri também declarou culpado Kenneth Lay, fundador da companhia, quem morreu dois meses depois do julgamento, vítima um problema cardíaco.

A Enron, que chegou a ser a sétima maior empresa dos EUA, quebrou em dezembro de 2001, quando foram reveladas operações não registradas em sua contabilidade, que seus diretores tinham usado para ocultar suas dívidas. EFE

Gol


Notícia da Gazeta Mercantil de hoje:

Governança Corporativa
Exemplo da GOL reforça defesa do guidance por analistas

São Paulo, 13 de Dezembro de 2006 - Na semana passada, em meio à crise no setor aéreo, a GOL, pela segunda vez em 16 dias, revisou para baixo sua previsão de resultados para o ano, em decorrência do cancelamento de vôos e da taxa de ocupação das aeronaves. A medida trouxe impacto imediato. As ações caíram na Bovespa. O Merrill Lynch reduziu a expectativa de alta dos papéis, embora tenha mantido a recomendação de compra.

Apesar das notícias ruins, a atitude da empresa reforçou a opinião dos profissionais que defendem a prática das companhias de divulgar freqüentemente aos investidores suas previsões de desempenho, conhecida como guidance. "Mesmo quando as novidades não são boas, é importante informar o mercado com rapidez, porque isso reduz a possibilidade que os analistas avaliem eventos pontuais como piores do que realmente são", diz Márcio Veríssimo, diretor da MZ Consult. "Quando não tem informação nenhuma, o risco de oscilação das ações é maior", emenda Roger Oey, analista do Banif Primus.

Mais comum nos EUA, o hábito de municiar o mercado com expectativas de desempenho tem ganho força no Brasil nos últimos anos, especialmente entre as novatas da Bolsa. Além da própria GOL, empresas como Localiza, Vivax e Submarino divulgam guidance desde o início. Essa tendência acompanha a evolução do número de empresas listadas nos níveis superiores de governança da Bolsa, em que há maior cobrança por transparência. Esta não é a única explicação. "É mais comum entre as empresas novas, porque muitas estão em crescimento acelerado e o mercado quer projeções", diz Oey.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)

12 dezembro 2006

Correlação



Correlação entre os setores em cinco anos de mercado norte-americano

Fonte: Tickersense

Rating mais difícil


SEgundo reportagem do New York Times (através do Calculated Risk) as agêncis de rating estão mais rigorosas com as empresas:

=> Das empresas que receberam seu primeiro rating, somente 10% apresentaram o "investment grade"
=> A mediana das empresas não financeiras dos EUA é agora BB, abaixo da mediana de uma década atrás, de BBB.

Notícias diversas




(1) Petrobras e SOX

(2) A importância da Sustentabilidade

(3) A importância do Tag Along

Tata X CSN

Segundo os jornais de hoje informam, a CSN cobriu a oferta da Tata pela Corus.

"Apenas um dia depois da nova proposta do grupo indiano, empresa brasileira eleva oferta para US$ 9,6 bilhões" (Estado de S. Paulo, CSN cobre oferta da Tata pela Corus, Agnaldo Brito)

"A CSN anunciou ontem uma nova proposta de 515 pence (centavos de libra) por ação da Corus, o que dá à empresa um valor total de US$ 9,6 bilhões (R$ 20,5 bilhões). A oferta revisada da Tata, anunciada no domingo, era de 500 pence por ação, ou US$ 9,2 bilhões.

A primeira oferta da Tata, pela Corus, anunciada no final de outubro, era de 455 pence por ação. A CSN entrou na briga no meio de novembro, anunciando que faria uma proposta de 475 pence por ação. Mas antes que oficializasse a proposta, a Tata deu um novo lance, no domingo. Ontem, a CSN voltou à disputa com uma oferta oficial contando, segundo a empresa, com o apoio de bancos internacionais.

O diretor-financeiro da CSN, Otávio Lascano, disse em teleconferência com analistas que, para garantir o negócio, a companhia já assegurou uma linha de financiamento de US$ 8 bilhões com os bancos Barclays, Goldman Sachs e ING.

Além disso, a empresa firmou uma linha de crédito de cerca de US$ 2,5 bilhões com o UBS e o Citibank. Em adição, a Corus teria US$ 650 milhões para fazer frente às necessidades de capital de giro.

(...) A compra do grupo anglo-holandês, 8º maior do mundo, significaria um enorme salto tanto para a Tata, 52ª maior siderúrgica do mundo, quanto para a CSN, 49ª do ranking: ambas passariam a ocupar o 5º posto na lista das maiores produtoras de aço. Ontem, as ações da Corus subiram 5% por causa do leilão entre as duas empresas.

A disputa acirrada pela Corus, apesar de o mercado não considerar a empresa um ativo de primeira linha, segue a lógica da corrida por fusões e aquisições na siderurgia mundial. As siderúrgicas buscam ganhar escala principalmente para aumentar seu poder de pressão para negociar o preço do minério, cujo mercado está nas mãos de poucas mineradoras.

(...) A CSN, apesar de enfrentar a desconfiança do mercado (as ações da empresa caíram ontem 2,32%), tenta mostrar os ganhos que terá com o negócio. As sinergias somariam US$ 750 milhões até 2009. Deste valor, US$ 450 milhões viriam da elevação do fluxo de caixa da Corus quando a empresa receber minério-de-ferro da Mina Casa de Pedra, da CSN.

Isso permitiria, segundo o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, 'destravar' os ativos de minério-de-ferro e elevar a produção para 50 milhões de toneladas por ano. A outra parte dos ganhos (US$ 300 milhões) viria das economias de uma operação global.

A ponderação mais ouvida entre analistas sobre a elevação do preço pela Corus é a de que essa disputa pode 'destruir valor', ou anular esses ganhos que a CSN imagina obter depois de fechar o negócio. 'Há um limite para estas ofertas, não sei se a CSN chegou nele, mas há um limite', diz Pitchon. O Banco Merrill Lynch distribuiu avaliação de que o limite da siderúrgica brasileira seria de US$ 9,9 bilhões.

Rodrigo Ferraz, analista de siderurgia da Brascan Corretora, diz que os ganhos obtidos pela CSN não se resumem aos US$ 750 milhões. O controle da Corus dará à CSN acesso ao mercado europeu e norte-americano, algo que o Brasil só tem acesso parcialmente. A CSN poderá, no médio e longo prazo, segundo ele, criar novas usinas de chapas no Brasil e mandar para laminação nas plantas da Europa."



Na Folha de hoje (Financiamento da compra é complexo, PETER MARSH, do "FINANCIAL TIMES") informa:

"Tanto para a Tata Steel quanto para a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), descobrir a maneira correta de obter financiamento para suas propostas de adquirir a Corus foi um processo complicado.

O grupo indiano e o brasileiro estão tentando adquirir uma empresa que produz três vezes mais aço do que eles, e era necessário descobrir um mecanismo que permitisse financiar pouco mais de US$ 10 bilhões.

A oferta inicial de US$ 10 bilhões que a Tata Steel apresentou pela Corus praticamente naufragou devido à complexidade do pacote de empréstimos proposto, de acordo com uma pessoa envolvida na transação. O maior problema era criar um conjunto de empréstimos levando em conta a complexa mistura de passivos das usinas da Corus na Holanda e no Reino Unido.

O banco de investimento Credit Suisse foi convocado para especificar um mecanismo que permitisse obter um empréstimo de 3,3 bilhões de libras, que formou a base da proposta da Tata Steel. A dívida seria registrada como parte da contabilidade da Tata Steel e seu ressarcimento seria coberto pelo fluxo de caixa futuro.

O Deutsche Bank e o ABN Amro também forneceram parte do dinheiro envolvido no empréstimo de 3,3 bilhões de libras. Outros 2,2 bilhões de libras foram investidos pelo grupo industrial Tata, principal acionista da Tata Steel. O mesmo pacote básico de financiamento estava em jogo na nova oferta da Tata Steel, no valor de 5,5 bilhões de libras, anunciada no domingo.

A nova oferta da CSN, no valor de 5,7 bilhões de libras, emprega alguns dos mesmos mecanismos que o pacote de financiamento desenvolvido pelo Credit Suisse, a fim de ressarcir parte das dívidas contraídas pela CSN por meio do fluxo de caixa futuro do grupo. A maior parte do dinheiro foi obtida em forma de empréstimo por três bancos -Barclays, ING e Goldman Sachs-, enquanto outra parcela dos recursos viria de um pacote de empréstimos separado no valor de 1,6 bilhão de libras, com dinheiro fornecido pelo Citigroup e pelo UBS.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

11 dezembro 2006

As Estatais


Segundo dado do Valor Econômico de 29/11/2006:

Em 2005, as estatais lucraram R$ 35,702 bilhões, mas 65% desse resultado foi gerado por apenas uma empresa - a Petrobras (R$ 23,450 bilhões). Houve prejuízos também - 45 empresas apresentaram resultados negativos, totalizando perda de R$ 1,540 bilhão. O que o governo quer fazer agora é introduzir, na gestão das suas empresas de capital aberto, conceitos modernos, como o de "governança corporativa", já adotados, com sucesso, em duas das estatais - a Petrobras e o BB. (...)

Do governo Collor à gestão Fernando Henrique Cardoso, a União vendeu dezenas de estatais, apurando receita de US$ 56,2 bilhões e transferindo ao setor privado dívidas no valor total de US$ 11,3 bilhões. No mesmo período, os Estados apuraram US$ 27,9 bilhões com suas privatizações e se livraram de dívida de US$ 6,7 bilhões. Àqueles que alegam que essa dinheirama, usada para o abatimento da dívida pública, não impediu que o país quebrasse em 1999 e mesmo em 2002, fica a pergunta: onde estaríamos hoje, sem aqueles recursos?"



(Os planos do governo para as estatais - Cristiano Romero)

Governança Corporativa


Da Gazeta Mercantil de 29/11/2006:

Governança Corporativa - A próxima fronteira na transparência das empresas abertas

São Paulo, 28 de Novembro de 2006 - Atender as exigências dos diferentes níveis de governança da Bovespa já não é suficiente para satisfazer a demanda do mercado por transparência. Entre outras informações, fundos de investimentos e corretoras agora estão cobrando das empresas a divulgação mais freqüente das variações do fluxo de caixa, estratégia de crescimento e avaliação setorial. Essa é uma das conclusões de um worshop sobre a percepção do investidor, realizado ontem pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri). Um exemplo desa tendência é o fundo norte-americano Alliance Bernstein, colosso norte-americano que tem mais de US$ 2 bilhões investidos em ações de companhias domésticas, e que vem cobrando delas informações sobre estratégias de crescimento, capacidade do corpo administrativo, e dinâmica setorial. "A necessidade de fazer projeções de investimentos para prazos longos faz com que as informações não financeiras que recebemos das empresas sejam as mais importantes", avaliou Ana Paula Lanzana, analista da instituição.Já analistas de bancos e de corretoras, que têm no horizonte cenários menos longos, a cobrança por mais detalhes dos dados financeiros tem crescido. "As companhias deveriam publicar trimestralmente o quanto conseguiram de valor adicionado, prática até hoje só adotada pela Petrobras", disse Fábio Anderáos, da Geração Futuro.
De olho nesse movimento, empresas mais ativas em matéria de governança começam a se antecipar para tentar descobrir as matérias de maior interesse do mercado. As elétricas CPFL e Cemig, por exemplo, adotaram ferramentas de gestão que mapeiam as questões que chegam com maior freqüência à área de relações com investidores. "Assim, conseguimos saber mais rapidamente o que nossos acionistas querem saber", afirmou o presidente-executivo da CPFL, Wilson Ferreira Jr. "É um instrumento importante para eliminar o gap de percepção da companhia por parte dos investidores", emendou o diretor financeiro e de relações com investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)

Governança Corporativa 01

Da Gazeta Mercantil de 29/11/2006:

"Governança Corporativa - Vendo as outras perspectivas

29 de Novembro de 2006 - Os jornalistas acham que a culpa é das empresas. As empresas acham que a culpa é dos advogados. Estes acham que é em parte das empresas e em parte dos jornalistas. O fato é que muitas empresas em processo de abertura de capital estão tendo seus processos adiados devido a suspensões temporárias da CVM para esclarecimento de dúvidas referentes a declarações feitas para jornais e revistas.
Isso está gerando um clima de terror entre as empresas que estão passando a se recusar a conversar com a imprensa nesse período." (Marcio Verissimo)

Custos do Pan


No dia 26/11 postei o seguinte:

"Os problemas financeiros nas Olimpíadas de Londres alertam para a questão dos jogos Pan-Americanos (alguém já viu alguma prestação de contas?) e para futuras candidaturas brasileiras" (Clique aqui também)

Temos agora um reportagem sobre o assunto, publicada hoje no Estado:

"Rio luta contra prazos e orçamento

Com todos os cronogramas descumpridos e custo que já subiu 13 vezes, Jogos ainda podem ficar sem a vela

Michel Castellar e Sílvio Barsetti

Com todos os prazos de entrega de obras descumpridos e um orçamento que não pára de crescer - o custo do Pan-Americano 2007 subiu 13 vezes, de R$ 386 milhões para R$ 5 bilhões -, os organizadores do evento consideram agora como prioridade a liberação das obras na Marina da Glória. Querem, assim, evitar que o Brasil seja o único país-sede em 55 anos de competição a não promover a tradicional disputa da vela.

O Ministério Público Federal e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) são contrários às obras na Marina por causa do impacto ambiental e travam na Justiça uma briga com a prefeitura pela não liberação da área para a construção de uma garagem de barcos e de um shopping.

Cinco meses atrás, o Comitê Organizador do Pan (Co-Rio) já temia que os atrasos na Marina só deixariam o local preparado para os competidores de vela em maio, muito próximo do início dos Jogos, em 13 de julho. Com as últimas interrupções - a mais recente ocorreu na quarta-feira, com a ida de policiais federais à Marina -, o assunto voltou a inquietar o comitê.

O Co-Rio nega que haja um plano B para a vela, mas a hipótese não está descartada. O Iate Clube, na Urca, é apontado por alguns velejadores como alternativa e poderia ser utilizado para o Pan em caráter de emergência, desde que passasse também por algumas reformas.

'Há um psicodrama em torno da garagem de barcos. Esse equipamento é exigido no Caderno de Encargos dos Jogos Pan-Americanos para que a Marina da Glória possa receber competições náuticas', disse o secretário municipal de Urbanismo, Alfredo Sirkis, voz destoante no Partido Verde, em defesa do projeto que alteraria a paisagem no parque público.

VELOCIDADE

As obras seguem em ritmo acelerado a 7 meses do Pan. Depois de problemas para a liberação de financiamento da Caixa, no total de R$ 406 milhões, a Vila Pan-Americana está com sete dos seus 16 prédios já em condições de abrigar os atletas. A conclusão das obras no local está prevista para fevereiro. São, ao todo, 1.480 apartamentos.

O Complexo Olímpico do Autódromo de Jacarepaguá, a 3 quilômetros da Vila, é um dos principais centros nervosos dos Jogos - abrigará disputas de basquete, natação, nado sincronizado, ginástica artística, saltos ornamentais e ciclismo de pista. As obras do complexo podem ser consideradas as mais atrasadas: só devem ficar prontas em junho.

No local, a Arena Olímpica, com capacidade para 15 mil pessoas, consumirá R$ 119,2 milhões, e, para evitar novos atrasos no cronograma, o trabalho tem sido realizado todos os dias da semana. No Parque Aquático, com custo de R$ 74,8 milhões, o ritmo também é veloz. A única obra modesta no complexo é o velódromo (R$ 9,8 milhões) - que vai ser construído em 2007.

O Estádio João Havelange, palco do futebol e do atletismo, está em uma fase delicada, com a montagem dos arcos da cobertura. Seu valor pode servir como referência para comparar o salto no orçamento dos Jogos. No lançamento do projeto, em 2003, custaria R$ 166 milhões. Passou para R$ 229,8 milhões, R$ 237 milhões , R$ 305 milhões , R$ 315 milhões e, de acordo com a última estimativa da prefeitura, chegará a R$ 350 milhões.

Responsável pelo Complexo do Maracanã (estádio, Maracanãzinho e Parque Aquático Júlio de Lamare), o engenheiro Sérgio Emilião viu os gastos com reformas no local praticamente triplicarem, de R$ 96 milhões para R$ 250 milhões. O acabamento do complexo só deve ser finalizado em maio. O parque aquático está pronto. O estádio está previsto para ser liberado ainda este mês e o Maracanãzinho, em abril.

Detalhes como pintura e troca de assentos só serão providenciados perto do início dos Jogos. 'Senão, teremos de refazer tudo e gastar mais por causa dos maus torcedores', disse Sérgio Emilião.

CUSTOS

O orçamento do Pan, atualizado, conta com R$ 2 bilhões da prefeitura, R$ 1,4 bilhão da União e R$ 310 milhões do Estado. Completam a receita R$ 690 milhões do Co-Rio e investimentos da iniciativa privada.

Essas cifras não incluem determinados gastos com infra-estrutura, como os R$ 628,5 milhões do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara ou os R$ 70 milhões do sistema de monitoramento das ruas por câmeras (220), que o governo do Estado disse ter investido para a realização dos Jogos.


(Grifos meus)

Notícia do Valor de hoje

Empresas buscam contadores com formação global

Durante quase seis meses, a Dupont do Brasil esteve em busca de um profissional de contabilidade para preencher uma vaga em aberto. As exigências: falar inglês, conhecer padrões contábeis internacionais, saber se comunicar e ter poder de liderança. "Achar alguém preparado assim no mercado é como encontrar uma agulha no palheiro", revela Alessandra Sanches Santos, controller da subsidiária brasileira. O problema enfrentado pela multinacional americana é realidade para quase todas as empresas no Brasil. A demanda é maior que a oferta de mão-de-obra qualificada, tanto nas posições mais juniores como nas executivas. Isso porque o mercado de capitais caminha para a harmonização dos padrões contábeis internacionais.

E para aferir maior credibilidade e transparência às demonstrações financeiras, há um esforço das companhias, mesmo aquelas de capital fechado e que não têm ações na bolsa, em se aproximar das normas contábeis americanas (US Gaap) ou européias (IFRS). Pesquisa recente da KPMG no país aponta que 40% das empresas brasileiras, por exemplo, já adotam normas internacionais, ou seja, convertem seus balanços a uma das duas regras. Cenário que é familiar a quem atua nas múlti a bastante tempo.

"Minha equipe é formada por 15 pessoas e todas são obrigadas a ter essas competências, porque reportamos nossas demonstrações em duas moedas, em BR Gaap e a US Gaap", afirma Alessandra, que também dá aula na Trevisan Escola de Negócios. "Hoje, o profissional que quer manter a empregabilidade precisa dominar as práticas de contabilidade internacional, conhecer as normas americanas e européias. Ele precisa ter um perfil global".

Segundo João Márcio Souza, responsável pela divisão de finanças da Hays Brasil, consultoria especializada na seleção de executivos de média gerência, a convergência dos padrões contábeis brasileiros com os internacionais começa a ser foco da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Central, exigindo essa prática das empresas de capital aberto.

"As companhias que se encaixam no nível 2 de governança da Bovespa ou no novo mercado já são obrigadas a seguir em paralelo a legislação de balanço local, a norma americana ou a européia de contabilidade", explica Bernardo Cavour, gerente da Michael Page, consultoria de recrutamento voltada para média gerência. A empresa estima fechar o ano com 450 posições na área de finanças, das quais 70% são para controllers, analistas contábeis e contadores plenos. "O mercado está super aquecido para esses profissionais, principalmente de dois anos para cá, depois da explosão de abertura de capital das companhias brasileiras e da internacionalização de grandes grupos nacionais".

Prova disso é que este ano a Michael Page registrou um crescimento de 35% na oferta de vagas em relação a 2005. "E a perspectiva é que tenhamos um aumento de 45% em 2007", diz. Os salários acabam sendo bastante atrativos, sobretudo para aqueles que possuem larga experiência. Não raro, os talentos são roubados das multinacionais, por já dominarem os requisitos do novo perfil desse profissional, chamado de contador global. Um analista contábil júnior ganha, inicialmente, cerca de R$ 2,5 mil enquanto um controller pode ter uma remuneração mensal entre R$ 10 mil e R$ 20 mil, dependendo da sua atuação e do tamanho da companhia em que trabalha.

A PricewaterhouseCoopers prepara os trainees que costumam entrar sem qualquer domínio das normas contábeis internacionais. As firmas de auditoria, aliás, são tradicionais celeiros para a formação de profissionais, justamente por lapidarem os recém-formados. "E muitos deles saem daqui para trabalhar em empresas, o que nos faz todo ano reforçar o processo de contratação", ressalta Fábio Abreu, gerente sênior da Price. Muitos dos profissionais de auditoria, além de aprenderem na prática, são enviados para o programa de intercâmbio, que visa dar essa visão global da área.

Abreu é um caso desses. Foi para os Estados Unidos há dois anos com o objetivo de conseguir um dos mais difíceis certificados direcionados para contadores, o CPA, exame que habilita o profissional a ser contador público norte-americano. "O CPA é uma qualificação reconhecida não apenas nos Estados Unidos, mas também em outros países", afirma. "Com a globalização e os impactos da lei Sarbanes-Oxley, tornar-se um CPA traz grandes vantagens e dá transparência ao trabalho que desenvolvemos". Nos Estados Unidos estima-se que existam mais de 330 mil CPAs e no Brasil cerca de 40.

Para preparar contadores brasileiros a prestar o exame, a Price desenvolveu um treinamento próprio na América do Sul. E apesar desse investimento na qualificação dos profissionais - que também envolve o reembolso de parte da mensalidade em faculdades e curso de inglês -, Abreu reconhece que ainda é complicado ter no mercado gente experiente e qualificada. "Por isso, apostamos no intercâmbio". Entre 2004 e 2006, a Price expatriou 92 brasileiros e 11 estão participando do treinamento global.

O grupo Roche tem três turmas que participam todo ano de treinamentos internacionais. Eles acontecem regionalmente e visam aprimorar o conhecimento dos executivos da área de contabilidade. "As escolas não preparam os profissionais para as regras globais", critica Fernando Mazeo, controller da Roche no Brasil. Apesar de reportar o balanço para a matriz em reais, as regras contábeis precisam se adequar ao padrão europeu, o IFRS. O que torna necessário para sua equipe de sete contadores ter uma visão mais globalizada. O desempenho tem sido tão positivo que a filial ganhou um prêmio por atender a todos os requisitos exigidos na publicação de informações financeiras para o mercado este ano.

De olho na lacuna de formação que existe no país, a Fucape Business School, escola de negócios sediada no Espírito Santo, criou este ano o primeiro curso de graduação com ênfase em contabilidade internacional. Até então, as faculdades no Brasil contavam com disciplinas específicas sobre o assunto ou abordavam o tema na pós-graduação. A Fucape segue o currículo proposto pelo Group of Experts on International Standards of Accounting and Reporting - ISAR, órgão ligado ao United Nations Conference on Trade Development- UNCTAD. "O curso quer formar profissionais para que tenham capacidade de assumir riscos e propor alternativas para a tomada de decisão. Esta é a nova linha de estudos da contabilidade segundo o modelo curricular definido pela ONU", conta Aridelmo Teixeira, doutor em controladoria e contabilidade pela USP e professor da faculdade.

Os alunos têm uma formação global e passam a conhecer mais profundamente as normas de contabilidade internacional, além de áreas vizinhas como administração, economia, tecnologia da informação e métodos quantitativos. Com duração de dois anos, o curso formará a primeira turma de jovens contadores globais no final de 2008 e agora as inscrições para o processo de seleção de 2007. "Fomos até convidados pela ONU para apresentar nossa experiência durante reunião anual, em outubro, do órgão que reúne experts em padrões internacionais de contabilidade das Nações Unidas, no Palácio das Nações, em Genebra, Suíça", lembra.



Na continuação(Precisa-se de contadores globalizados)

"As empresas no Brasil enfrentam dificuldades para encontrar contadores com perfil global, que dominem as novas regras contábeis internacionais. A subsidiária da Dupont levou seis meses para preencher uma vaga que exigia inglês e conhecimento dos novos padrões da contabilidade mundial.

Na Michael Page, empresa de recrutamento no nível gerencial, das 450 colocações deste ano na área de finanças, 70% eram para controllers. Para suprir a falta de profissionais com as novas qualificações, a consultoria PricewaterhouseCoopers e a indústria farmacêutica Roche têm enviado seus contadores para treinamentos no exterior. "

Bancos na China


Da Folha de Sâo Paulo de hoje (Grandes estatais passaram por reestruturação, sem autor)

"Os grandes bancos estatais chineses passaram por uma ampla reestruturação nos últimos três anos, com o objetivo de se prepararem para a concorrência estrangeira.

A reforma incluiu a injeção de bilhões de dólares por parte do governo, a transferência de créditos de recuperação duvidosa para outras estatais, a abertura de capital e a entrada de sócios estrangeiros.

A intenção das mudanças era melhorar os balanços das instituições e forçá-las a atuar dentro das regras de mercado.

(...) Ao abrir o capital das empresas e lançar ações no mercado, o governo busca não só levantar recursos. Quer também que os bancos se enquadrem nas regras internacionais aplicáveis às companhias abertas, como a contabilidade transparente.

(...)Dados oficiais indicam que o volume de empréstimos irrecuperáveis está em 7,6% do total nos grandes bancos comerciais. O índice ainda é alto, mas está abaixo dos quase 40% registrados no início da década.

O governo também injetou dinheiro para melhorar a situação dos grandes bancos. Estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) estima que o "Proer" chinês consumiu US$ 280 bilhões desde 1998."

A briga pela Corus


A briga entre a CSN e a Tata pela Corus prossegue. A Tata agora oferece 9,2 bilhões de dólares pela siderúrgica da Europa. A CSN estava preparando para oficializar o lance que tinha feito na semana passada (8,1 bilhões). A primeira oferta da Tata era de 7,6 bilhões.

Quem ganhar sobe no ranking dos produtores de açõ. Ambos ficariam em quinto lugar

Segundo o jornal Estado de S. Paulo de hoje, a direção da companhia será obrigada a recomendar esta nova proposta da Tata para os acionista. "Analistas de mercado dizem que, se a CSN tivesse feito sua oferta há 12 meses, teria levado a Corus por um valor de 300 pence por ação." (contra os 515 da atual oferta)

Previ


Reportagem de hoje do Estado de S. Paulo afirma que a Previ, fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil, já administra R$ 100 bilhões.

A reportagem destaca a grandeza do fundo, informando que seu patrimônio "poderia comprar, à vista, qualquer um dos dois maiores bancos privados do País (Bradesco ou Itaú) que estavam avaliados pouco acima de R$ 70 bilhões nas bolsas de valores no final do mês passado." (Isto não é bem verdade. Compraria as ações baseadas no valor de mercado. Mas o controle seria mais caro.)

"Pode ainda comprar duas vezes o Banco do Brasil. É o típico caso em que a criatura ficou maior que o criador."

Entretanto, a reportagem não deixa de considerar um fato preocupante. "A Previ é um dos poucos fundos de pensão no País que mantém a modalidade de ‘benefício definido’, em que o aposentado recebe, indefinidamente, valores semelhantes aos salários dos tempos em que estava trabalhando. A outra opção (contribuição definida) é proporcional à poupança acumulada no período de trabalho."

10 dezembro 2006

Fatos da Semana


1. Uma ONG a venda - clique aqui

2. Mudança no ranking dos bancos brasileiros - o Itaú é o maior banco segundo o Banco Central - Clique aqui e aqui

3. Reajuste no minério da Vale - clique aqui

4. Accor compra Ticket - clique aqui

5. O futuro da contabilidade - clique aqui

Origens




Justiniano Henriques Tibúrcio deixou sua cidade natal, Santa Luzia (região metalúrgica) e migrou-.se para Patos (hoje Patos de Minas). Consta que tenha tomado tal atitude, deixando, inclusive estudos superiores, por desentendimentos com familiares. Casou-se com Maria Madalena, moça simples e muito dedicada à família, com quem teve prole numerosa. Dedicou-se à profissão de sapateiro (fabricante de sapatos e botinas sob medida) e, nas horas vagas foi também mestre-escola, nome dado aos professores de primeiras letras, na época. Numerosos de seus descendentes, mesmo não levando seu nome, se destacaram na Cidade de Patos de Minas: Dácio Pereira da Fonseca, advogado e professor, que foi Prefeito da Cidade; Eurípedes Gonçalves Martins, contador e empresário, foi Presidente da Associação Comercial e Industrial de Patos de Minas (primo e cunhado do anterior, Dácio). Ambos são visnetos de Justiniano Henriques Tibúrcio. Monsenhor Vicente Ambrósio dos Santos, sacerdote conceituado em Uberaba, onde é vigário da Paróquia de São Benedito, que é seu neto, filho de sua. filha Hermínia (e João Ambrósio dos Santos).

Maria Madalena, uma das filhas de Pé Justo (como era carinhosamente chamado o Sr. Justiniano acima referido), casou-se com o comerciante Zama Alves Pereira, com quem teve doze filhos. O Sr. Zama foi pessoa de destaque na comunidade patense, tendo sido Juiz de Paz durante algum tempo, época em que chegou a assumir as funções de Juiz Municipal, autoridade de quem o Juiz de Paz era o substituto legal. Embora vivendo em época em que não se dava o devido valor à educação e formação profissional qualificada, o Sr. Zama preocupou especialmente em proporcionar aos filhos esta formação. Vejamos: um médico, um dentista, um farmacéutico, dois advogados, três professoras. Dos quatro outros, uma faleceu em criança, um faleceu adolescente, um deixou os estudos de medicina por motivos de saúde o outro foi seu auxiliar no comércio e depois seu sucessor, não tendo prosseguido os estudos. Destaquemos as atuações de alguns deles: Da. Celcídia Alves Tibúrcio Campos, professora., foi a Diretora do então Grupo Escolar (hoje Escola Estadual de 1º e 2º Graus) “Marcelino de Barros” durante muitos anos. Omar Alves Tibúrcio, advogado, foi Diretor do Rádio Clube de Patos a que impulsionou e em cujos funções veio a falecer, além de advogado de renome, juntamente com seu irmão Zama Alves Tibúrcio. Ambos se dedicaram a causas cíveis. O Sr. Zama foi ainda Vereador à Câmara Municipal de Patos de Minas.


José Pereira, português, veio da Cidade de Guimarães e para se distinguir de outros Pereira, vindos de outras localidades, era chamado José Pereira de Guimarães. O local de origem acabou se incorporando ao nome, como aconteceu também com outros: Porto, Liboa, Coimbra, etc. quase sempre indicam a cidade de origem da família. José Pereira Guimarães era Capital da Guarda Nacional, amigo do Imperador Pedro II, chegou a arregimentar um bom contingente para a Guerra do Paraguai. Seguindo destino diferente de outros seus irmãos que vieram para o Brasil e ficaram em Cidades importantes, o Capitão Zé Pereira se embrenhou pelos sertões como um desbravador, fixando-se onde hoje é o Distrito de Santana de Patos. Tornou-se uma figura quase lendária pela bravura com que enfrentava seus adversários ou inimigos (coisa comum, na época. Mas especialmente ficou famoso pela perspicácia e inteligência com que intuía ou desconfiava de ciladas que lhes eram preparadas. Deixou prole numerosa.
Um seu neto, do mesmo nome e também Capitão da Guarda Nacional (que foi dissolvida, exatamente no seu tempo), Capitão José Pereira Guimarães, conhecido pela alcunha de JUCA MANDÚ, foi chefe político no mesmo distrito de Santana de Patos, sendo vereador por vários anos à Câmara Municipal de Patos de Minas. Em sua homenagem a Escola Estadual de 1º Grau de Santana de Patos e uma rua em Patos de Minas se chamam JUCA MANDU. Sempre se preocupou com o bem da comunidade e era pessoa muito querida. Um seu filho, Vicente Pereira Guimarães (Vicente Mandu) foi Prefeito de Patos de Minas de princípios de 1.948 a princípios de 1.951. Foi o primeiro Prefeito eleito depois do Estado Novo (período ditatorial implantado por Getúlio Vargas. Preocupou-se com escolas e estradas para a zona rural; água e eletricidade e esgoto nas sedes dos distritos; Urbanização da Cidade, fazendo ser elaborado uma planta Cadastral da Cidade em que previa a criação de um Parque Municipal onde tinha sido a Lagoa dos Patos que, drenada, se transformou em um brejal infestado de cobras e outros animais, bem no centro da Cidade. Este seu projeto não foi executado nas gestões subseqüentes, sendo o terreno correspondente invadido e nele criadas ruelas destoantes com a estrutura urbanística da Cidade. Infelizmente nem todos pensam de modo igual. Foi também o iniciador do asfaltamento da Cidade que, até então, tinha suas ruas todas com piso de terra batida. Para isto foi necessário refazer toda a rede de água e esgotos, pelo que foi impiedosamente criticado, devido o transtorno que as valas (necessárias para o serviço) causavam ao trânsito urbano.

Pedro Ferreira da Silva, também da Guarda Nacional, no posto de Tenente, era conhecido por Pedro Luiz, fazendeiro perto de Serra do Salitre (então distrito do Município de Patrocínio, hoje município autônomo).
Foi casado com Rita Francelina Leite, com quem teve 13 filhos. Ficando viúvo, casou-se com Rosa Cortes, irmã da primeira, com quem teve outros 17 filhos. Alguns destes filhos morreram em criança, mais a maioria chegou à idade adulta. Em reuniões de membros da Guarda Nacional formou conhecimento e amizade com o Capitão Juca Mandú, do que resultou troca de visitas (a família toda visitava a outra família). Hoje as localidades de Serra do Salitre e Santana dos Patos estão perto e de fácil acesso. Mas naqueles tempos eram dois dias de viagem a cavalo. Em marcha forçada, pode-se-ia fazer o percurso em um dia, desde que se saísse de madrugada. Destas visitas surgiu o namoro de José Pedra, primogênito de Pedro Luiz e Maria Delfina de São José (Maroca), filha primogênita de Juca Mandú. Casaram-se no dia 30 de julho de 1.911, ele com 24 anos e ela com 15. Tiveram 15 filhos. Alguns destaques Ana Guimarães Silva teve oportunidade de freqüentar aulas em escola particular em fazenda de parentes, juntamente com outros dois irmãos. Depois dedicou-se a ensinar os mais jovens, bem como a filhos de colonos. Os estudos primários recebidos nesta época valeram sobremaneira a todos. Com a falência (negócios de Zebu) a família ficou sem recursos financeiros. Aquele estudo serviu de base paro continuar e arrumar serviço para muitos dos filhos. O 7º filho, Gaspar Guimarães Silva foi pracinha na Força Expedicionária Brasileira, que lutou na Itália contra a prepotência de Hitler. Maria Teresa, a 10ª filha foi tabeliã no Distrito de São João de Serra Negra, Município de Patrocínio; Antonio Rafael da Silva, o único que pode estudar, formou-se em engenharia de minas e trabalhou nesta profissão até bem pouco tempo, na firma ALCAN (Alumínios Canadense). Fez cursos no exterior por diversas vezes (Alemanha, Japão e várias vezes no Canadá). É o mais novo, o l5º filho.

Baltazar Guimarães Silva, o 8º filho de José Pedro e Moroca, deixou de estudar (no Seminário) e, não tendo condições financeiras (coincidiu com a falência do Pai) foi ser funcionário da Prefeitura Municipal de Patos de Minas. Casou-se com Maria de Lourdes Alves Tiburcio, filha do Sr. Zama Alves Pereira, professora. Depois de 4 filhos fez o curso de Técnico em Contabilidade, estudando a noite e trabalhando durante o dia. Na profissão de contabilista (deixou a Prefeitura, naturalmente) teve oportunidade de ser Assessor da Associação Comercial e Industrial de Patos
de Minas, durante 20 anos. Ajudou a re-estruturar esta entidade pô-la a funcionar, pois já existia há 10 anos, mas quase nunca atuava, só esporadicamente. Iniciou a escrita da APAE, do Sindicato Rural, visando mais colaborar para que estas entidades pudessem sobreviver. Ajudou a fundar a Associação Profissional dos Contabilistas de Patos de Minas e, depois, a transformá-la em Sindicato. Depois de aposentado com 35 anos de serviço, ainda continuou por algum tempo, sendo compelido a parar por problemas visuais. Ajudou a fundar a Associação dos Aposentados e Pensionistas de Patos de Minas, especialmente na elaboração de seus Estatutos. Foi o Secretário Geral na Diretoria Provisória. É membro do Conselho Deliberativo e Segundo Secretário da Diretoria Executiva na Primeira Diretoria definitiva.
Tem cinco filhos de seu casamento, aos quais procurou dar condições de estudar, para o que contou com a boa vontade dos mesmos.

(Texto de Baltazar Guimarães Silva, para sua neta Caísa, de 1992. Na foto, Baltazar e Lourdes)

Crise aérea

O mais relevante foi dito na entrevista do dirigente da Vale


"Temos alguns problemas no Brasil que têm impacto lá fora. Como, por exemplo, a questão de segurança nos grandes centros urbanos e a crise de energia há alguns anos. Vira-e-mexe, temos problemas de natureza estrutural que influenciam a imagem brasileira."

O efeito da crise aérea


No Estadão de hoje:

"O caos da semana passada elevou o prejuízo das companhias aéreas para R$ 80 milhões, segundo estimativas preliminares do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea). Nos primeiros dez dias de crise, o prejuízo havia sido de R$ 40 milhões. 'Os problemas dos últimos dias foram bem mais graves', afirma o diretor de assuntos institucionais do Snea, Anchieta Hélcias.

Além dos prejuízos diários com atrasos e cancelamentos, as companhias estão perdendo receita com passageiros que desistiram de voar. No caso de TAM e Gol, houve ainda o impacto financeiro. Nos últimos três meses, desde o acidente com o Boeing da Gol, a perda de valor de mercado das ações das duas companhias juntas na Bovespa foi de R$ 5 bilhões.

O prejuízo das companhias aéreas se soma ao do setor de táxi aéreo, que fala em perdas de R$ 70 milhões, por conta das restrições impostas pelas Aeronáutica."


Além dos estragos diretos, o apagão aéreo também está afetando a economia

"Economistas consideram difícil estimar os prejuízos, mas no setor aéreo já se fala em perda de R$ 1 bilhão

(...) Segundo os analistas, a cadeia de contaminação do apagão aéreo é longa e tem como principal destaque o turismo - que já fala em uma perda de receita da ordem de R$ 1 bilhão. Empresas como as de transporte aéreo de cargas também estão sendo afetadas - mas aqui o prejuízo está concentrado mais no mercado doméstico do que na importação e exportação de componentes indústriais, uma vez que os vôos internacionais são menos afetados. Isso sem falar no prejuízo óbvio das companhias de aviação regular e de táxi aéreo, que calculam os prejuízos diretos em mais de R$ 150 milhões.

A dificuldade para mensurar o tamanho do impacto na economia deve-se, entre outros fatores, à pobreza de estatísticas do setor de turismo no Brasil. Nem mesmo a Embratur, órgão oficial do governo para a área, sabe informar qual sua participação no PIB. Extra-oficialmente, analistas dizem que esse porcentual varia entre 3% e 5%"


A crise é sentida no setor de turismo com as promoções inéditas de pacotes:

"Em plena alta temporada, a maior operadora de turismo do Brasil, a CVC, lançou uma grande campanha publicitária para anunciar descontos de até 20% em 10 mil pacotes turísticos, incluindo até mesmo noites de réveillon no Nordeste."

Quantos as exportações, os efeitos também são sentidos:

"Produtos que requerem agilidade e cuidados especiais, como as flores cultivadas em Holambra, no interior de São Paulo, chegam com pelo menos um dia de atraso, uma ameaça a contratos firmados com japoneses e americanos, caso o problema se agrave este fim de ano."

08 dezembro 2006

Impacto da crise aérea


Conforme noticiado aqui, a crise aérea está causando impacto no setor de turismo. O Estado de S Paulo de hoje informa que a crise provoca redução de 50% nos pacotes vendidos. O setor hoteleiro tem uma projeção de queda de 20%. (Observe a incoerência entre as duas informações...)

Ao mesmo tempo aumenta o número de reclamações no Procon contra as empresas aéreas.

Notícias breves

1. Novo contador - clique aqui para ler

2. YouTube de dados - projeto da Swivel pretende transformar-se no You Tube dos dados. Quem tiver uma base de dados pode colocar neste sítio. Clique aqui para ler

3. Contabilidade de clubes - Segundo a Folha de S. Paulo (8/12/2006), "apesar de a Timemania ter como objetivo principal o saneamento fiscal dos clubes de futebol, times que não têm dívidas poderão participar. A vantagem é que poderão utilizar livremente a sua parte na verba, sem a preocupação de saldar compromissos com o governo. (...) Além de ceder suas imagens, os times terão algumas obrigações. A partir do ano que vem, adotarão o balanço uniformizado de clubes, formatado pelo Conselho Federal de Contabilidade." (Sem-dívida pode aderir ao novo jogo)

4. Contabilidade de partidos políticos - O PT já admite que as contas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva podem ser aprovadas com ressalvas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na terça-feira. Isso porque os advogados do partido não alimentam esperanças de que, mesmo depois de terem retificado dados da contabilidade de campanha, a área técnica do tribunal vá alterar parecer em que sugere a rejeição das contas de Lula. O parecer dos técnicos serve como base para que os ministros do TSE decidam a questão. Eles podem segui-lo ou podem decidir de forma diversa. (...) No caso da Deicmar, os advogados do PT apostam que as contas serão "salvas" por um precedente da ministra Ellen Gracie, relatora da contabilidade de Lula em 2002. A resolução (nº 21.308) foi resgatada pelo PT e anexada ao termo de retificação. À época, Gracie relevou uma doação de R$ 50 mil da Associação Nacional de Factoring, "fonte vedada" pela Lei Eleitoral": O argumento dela foi que a quantia era "ínfima". Ou seja, Materialidade. (PT já admite aprovação do TSE com ressalvas, Folha de S. Paulo, Silvio Navarro)

5. A Comissão Européia extendeu o prazo para que empresas estrangeiras possam adotar os padrões contábeis por mais dois anos. A idéia é promover o uso do IFRS, mas de uma forma mais eficiente. Esta decisão está de acordo com o compromisso realizado entre o Iasb e o Fasb para convergência das duas normas para 2009.

6. Pensão - Segundo notícia da Reuters, o Britain's Accounting Standards Board (ASB) está incentivando os planos de pensão a apresentar maior transparência sobre como medem os custos.

O futuro da contabilidade


As seis maiores empresas de contabilidade do mundo (PricewaterhouseCoopers (PwC) International, Grant Thornton International, Deloitte, KPMG International and Ernst & Young) produziram um documento sobre a revolução na evidenciação contábil. (Clique aqui para ler o documento).

O título é “Global Capital Markets and the Global Economy: A Vision from the CEOs of the International Audit Networks,” o documento reune algumas das idéias que estes executivos têm sobre a contabilidade.

Uma das questões apresentadas é a possibilidade do investidor ter acesso, em tempo real, as informações da empresa. Outra questão apresenta é necessidade de apresentar, além do desempenho passado, a projeção do futuro baseado na informação financeira, inclusive intangível.

Outra questão é a necessidade de convergência das normas internacionais.

O relato enfatiza a necessidade de adotar a Global XBRL Initiative. No mundo, segundo o relatório, mais de 40 mil empresas já usam o XBRL para colocar seus dados.

Vale briga com os chineses


Além de discutir com os chineses sobre o reajuste do minério no próximo ano, a Vale enfrenta os chineses na África (Vale briga com a China por espaço na África, Estado de S. Paulo, 08/12/2006, de Jamil Chade). A China busca na África os recursos minerais que precisa. A reportagem narra o caso do Gabão:

"Um funcionário do alto escalão do governo do Gabão na Organização das Nações Unidas (ONU) informou ao Estado que a Companhia Vale do Rio Doce estava suspendendo suas atividades no país. A empresa teria revisto seus plano de exploração de manganês, setor que é tido como uma grande esperança no Gabão para gerar novos recursos ao país.

Um dos motivos que levou a Vale a desistir no momento de investir no país africano teria sido o fato de ter perdido um dos contratos mais cobiçados na África em 2006. A mina de ferro de Belinga, no norte do Gabão, acabou nas mãos de um consórcio chinês. Há cerca de três meses, o governo do Gabão optou pelos investimentos da China, apesar da proposta feita pela Vale do Rio Doce.

A Vale nega que esteja desistindo de investir no Gabão. A empresa informa que, apesar da perda do concorrência para a mina de Belinga, ainda mantém projetos de pesquisa de manganês e cobre no país.

Os investimentos em um complexo siderúrgico no Gabão seriam de quase US$ 3 bilhões, incluindo a construção de um porto, mais de 500 quilômetros de ferrovia e uma hidrelétrica para alimentar a produção."

Direitos Autorais


Notícia do sítio Blue Blus de ontem:

Sucessos dos Beatles serao 'dominio publico' em poucos anos - Mais de 4,000 nomes, entre eles o de Paul McCartney, foram publicados hoje em um anuncio de pagina inteira no Financial Times. Pedem que o Governo ingles aumente a proteçao de direitos autorais de gravaçoes de musicas para alem dos atuais 50 anos. A indústria fonografica inglesa quer copiar os EUA e proteger o copyright por 95 anos e diz que a decisao final cabe a Comissao Europeia. Ontem, o Governo inglês rejeitou a ampliaçao do prazo. Se o periodo de 50 anos for mantido, sucessos de artistas como Cliff Richards e Beatles começarao a cair em dominio publico nos proximos anos. 'Love Me Do', de 1962, e 'I Want To Hold Your Hand', de 1963, perderiam a proteçao em 2012 e 2013, respectivamente.

07 dezembro 2006

Xadrez


O resultado final do encontro entre o campeão mundial de xadrez e o computador foi 4 a 2 para o computador. Em outras palavras, em seis partidas foram 4 empates e duas vitórias.

Ao mesmo tempo o mundo perde o ex-jogador Bronstein. Este grande mestre soviético disputou o título com Botwinick, então campeão mundial. A disputa terminou empatada mas a última partida é polêmica até hoje. Alguns acham que Bronstein foi obrigado a entregar o jogo por ser judeu.

Notícias


1. O capitalismo brasileiro - sobre a Medley, empresa na área de genéricos - Clique aqui

2. É época de fusão - Clique aqui

3. Estréia "Enron: The Musical" em Houston, Texas. Clique aqui para ler

4. Amazon irá utilizar a HP para imprimir mais de 20 bilhões de páginas por ano em livros de baixo volume. Clique aqui para ler

06 dezembro 2006

Sustentabilidade


Reportagem do Estado, sobre o ISE da Bovespa. Nestes casos a propaganda é pela "empresa do bem" versus a "empresa do mal". Será que a regressão à média não funciona no mercado também? Ou seja, as empresas que são hoje consideradas no índice serão também rentáveis amanhã?

Com o aval da Bolsa de Valores

Aumenta número de companhias no índice de sustentabilidade empresarial da Bovespa

Andrea Vialli

Os investimentos feitos em empresas 'socialmente responsáveis' - aquelas com preocupações sociais e ambientais - ganham impulso no Brasil. Na semana passada, entrou em vigor a nova carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, que reúne empresas que aliam preocupação socioambiental a um bom desempenho econômico. Foi a primeira revisão da carteira do índice, que passou de 28 para 34 empresas listadas. São 43 ações, de setores como financeiro, energia elétrica, siderurgia e papel e celulose, entre outros.

Embora ainda bastante nova, a carteira sustentável da Bovespa já segue uma tendência de maior valorização das ações em relação ao índice da bolsa - fato que ocorre também com o índice de sustentabilidade Dow Jones, da Bolsa de Nova York, que chega ter valorização 30% superior em relação índice convencional. 'No acumulado de 2006, o ISE teve uma valorização de 28,8%, superior à registrada pelo índice Ibovespa, que foi de 25,3% no período', diz Ricardo Nogueira, superintendente executivo de Operações da Bovespa.

O lançamento da carteira, em dezembro do ano passado, fez com que vários bancos lançassem fundos de investimentos atrelados ou inspirados no ISE. ABN Amro Real, Bradesco, Itaú, HSBC, Banco do Brasil e Safra têm fundos com esse perfil. 'Pela primeira vez, os fundos que operam no Brasil com o conceito de investimentos socialmente responsáveis ultrapassaram R$ 500 milhões em recursos de terceiros', diz Nogueira.

A entrada de empresas de setores como petróleo e gás (Petrobrás) e siderurgia (Acesita e Gerdau) tornou a carteira do ISE mais diversificada, na avaliação de Alex Carpenter, diretor de renda variável do HSBC Investiments, que tem entre seus produtos financeiros um fundo de investimento atrelado ao ISE. Antes, a maior parte das ações do ISE era de bancos.

A rentabilidade do fundo, segundo Carpenter, foi de 32,11%, no acumulado de 2006, e o patrimônio líquido administrado ficou em R$ 42 milhões. No entanto, boa parte da rentabilidade do fundo se deve ao bom desempenho do setor financeiro. 'O fundo teve rentabilidade, independentemente do foco na sustentabilidade. Havia muitos bancos na primeira carteira', diz. Ele acredita, no entanto, que em um segundo momento o investidor brasileiro tenderá a valorizar os conceitos de sustentabilidade. 'Lá fora, isso virou moda entre os investidores institucionais, como fundos de pensão, e isso deve se repetir por aqui', diz.

Roberto Gonzalez, assessor de sustentabilidade da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), afirma que já existe interesse de fundos de pensão, como Previ, Petros e Valia, em investir em empresas focadas em sustentabilidade. 'As próprias empresas já incorporaram o conceito em seus processos produtivos, e a nova carteira reflete isso, com a entrada de grupos com visibilidade internacional como Petrobrás e Gerdau', diz Gonzalez.

CRITÉRIOS

Para compor o índice, as empresas são selecionadas a partir de uma análise de sua rentabilidade e de como lidam com questões socioambientais, feita por meio de um questionário com 150 perguntas que é enviado às companhias. Entram no índice as empresas que conseguem boa pontuação em todos os aspectos avaliados.

'Não adianta a empresa ter um bom desempenho ambiental se ela não for rentável, e vice-versa. E não adianta ter boa liquidez, se ela tem questões trabalhistas pendentes', explica Mário Monzoni, professor do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (CES/FGV), um dos responsáveis pela elaboração do questionário enviado às companhias.

Mercado para tudo


No blog Marginal Revolution postam artigos com a denominação "Mercado para tudo". Nossa versão tupiniquim é a seguinte (Estado, 6/12/2006, p. c7):

Direção queria vender ONG de Campinas por R$ 100 mil

Primeira parcela venceria 30 dias após assinatura de contrato com a SAP

Marcelo Godoy

Um negócio como qualquer outro. Era isso que diretores da organização não-governamental Associação Comunitária Brasileira na Defesa da Consciência da Cidadania (Ascombras) queriam fazer quando decidiram vender a ONG. Para tanto, um contrato previa o pagamento de R$ 100 mil em cinco parcelas iguais. A primeira venceria 30 dias após a 'assinatura de convênio para administração do Centro Hospitalar das Penitenciárias, entre as Ascombras e a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP)'.

O contrato da Ascombras com a SAP é um dos 13 feitos com ONGs que foram cancelados durante a investigação feita pelo secretário da Administração Penitenciário, Antônio Ferreira Pinto, revelada ontem pelo Estado. Contratos com outras três unidades prisionais estão sob suspeita. Ao todo, dez ONGs administravam 9,6 mil presos. Os convênios assinados somavam R$ 31,4 milhões.

O contrato de venda da Ascombras, que consta do dossiê de Ferreira, previa que o presidente da entidade ia substituir a 'atual diretoria e o Conselho Fiscal' e renunciar ao cargo de presidente 'no ato de assinatura do convênio'. O desligamento seria 'irrevogável de qualquer função ou cargo na mesma'. Segundo o relatório de Ferreira, o contrato evidencia 'a aventura irresponsável da administração pública na manutenção'. A transação não se realizou porque os diretores mudaram de idéia após a assinatura de convênio em 2005 para cuidar das 729 presas da Penitenciária Feminina de Campinas em vez do centro hospitalar.

No dossiê sobre a Ascombras há ainda notas fiscais frias apresentadas pela ONG. Elas encobririam gastos fictícios com computadores, reformas de presídio e compra de alimentos. São casos em que nos endereços dos fornecedores existem outras empresas, ou o prestador do serviço não é conhecido no local informado pela nota.

O caso da Ascombras é o primeiro em que o ex-secretário Nagashi Furukawa admite a possibilidade de irregularidades. Ele disse que tomou conhecimento em março do caso por meio de relatório do então coordenador de presídios, Hugo Berni Filho. O ex-secretário disse que se reuniu com a direção da ONG e ordenou a imediata prestação de contas sobre os gastos, pois até aquele momento, desde a assinatura do convênio, a entidade não havia feito isso.

Segundo a apuração feita na SAP por Ferreira, foram achadas 44 notas frias. Elas justificaram, por exemplo, o pagamento de R$ 5,7 mil a um pedreiro de São Paulo, que devia fazer um serviço em Campinas. No endereço da nota não havia ninguém com o nome do pedreiro. O mesmo expediente foi usado para justificar mais R$ 48 mil gastos.

Também foram constatadas cinco notas falsas para cobrir gastos de R$ 40,6 mil com materiais de informática. A empresa que supostamente vendeu os equipamentos em 2005 está inapta desde 2004 no Cadastro nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). No endereço da empresa, na Rua Santa Ifigênia, funciona outra loja, que não vende material de informática. Há ainda uma dezena de notas fiscais de uma empresa de materiais escolares para justificar a aquisição de alimentos.

Por fim, a ONG juntou ainda notas de uma empresa chamada Sermix, em cujo endereço na Cidade Dutra, zona sul de São Paulo, não está estabelecida. As notas nesse caso justificaram gastos de R$ 32 mil.

Furukawa, que anteontem disse ao Estado por a mão no fogo pelos diretores das ONGs, voltou atrás ontem. 'Não posso pôr a mão no fogo por essa ONG. Não sei nem mesmo se foram os meus assessores que descobriram as notas frias e as indicaram para a atual administração', afirmou.

Lei do contador terá consulta pública

Conforme notícia do Valor Econômico de ontem (Lei do contador vai a consulta pública)

A proposta de projeto de lei a ser encaminhada ao Congresso Nacional para modificar a legislação que regulamenta a profissão dos contadores deverá ser colocada em audiência pública em todos os Estados da federação a partir do dia 12 de dezembro. (...) O setor até hoje obedece às regras previstas no Decreto-Lei nº 9.295, de 1946.

(...) Um dos pontos que deverá suscitar maior polêmica é com relação à reserva de mercado. A proposta tende a excluir os técnicos de contabilidade da carreira.(...) a existência de três vertentes possíveis: de elevação ao status de graduação para quem quiser manter o registro, de preservação apenas dos atuais técnicos, sem a inclusão de novos contadores sem graduação, e de que técnicos só poderão ter o registro de contadores com um determinado tempo de exercício profissional.

Os conselhos também querem passar a exigir um exame de qualificação para a profissão - à semelhança do que faz a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - com exame de atualização a cada dois anos. O CFC já tentou instituir a prova em 1999, mas a exigência foi derrubada na Justiça por ser instituída por resolução, e não por lei, como querem agora os conselhos."

Itaú é o maior Banco?

Reportagem de hoje do Estado contesta a notícia que o Itaú é o maior banco do País ( Bradesco ainda é o maior, garante a Austin Rating, de Leandro Modé, Milton F. da Rocha Filho).

Para a Austin Rating o Bradesco ainda é o maior banco privado do País em ativos pois o Banco Central não leva em consideração os balanços consolidados.

'Os balanços consolidados do trimestre encerrado em setembro ainda colocam o Bradesco como a principal instituição privada do País em ativos, que é o único critério reconhecido em vários países desenvolvidos para esse tipo de mensuração', disse o presidente da Austin, Erivelto Rodrigues. para a reportagem.

O Bradesco não entrou na polêmica, mas o Itaú considera que o ranking do Banco Central é o correto. Segundo a reportagem,

O chefe do departamento do BC responsável pelo ranking, Cornélio Pimentel, explicou ao Estado que a diferença entre os números do levantamento da instituição e os divulgados nos balanços devem-se a questões metodológicas.

Entre outros pontos, ele observou que o BC não inclui as empresas não financeiras no cálculo dos ativos. Isso significa que estão excluídas operações de seguradoras, participação em indústrias ou empresas agropecuárias.

05 dezembro 2006

Críticas a SOX

Na Folha de S. Paulo de hoje Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, num artigo denominado "O controle do controle do controle" diz que:

"Normas de governança são novidade admirável na área corporativa. Mas excessos de burocracia são retrocessos (...)

NÃO VI em jornais brasileiros nenhuma referência a declarações feitas na semana passada pelo ex-presidente do banco central americano Alan Greenspan sobre a Lei Sarbanes-Oxley. (...)

Greenspan disse que a maior parte dessa lei americana, que estabeleceu regras de governança corporativa, é "criadora de custos sem benefícios". Ele tem uma forma jocosa de encarar o problema. Acha que todo o processo de contabilidade imposto pela lei é essencialmente um passatempo que desvia as atenções dos principais executivos das tarefas que eles efetivamente devem realizar, como projetar investimentos.

(...) É uma ótima lei. Ninguém pode ser contra normas que defendam ética, transparência e combate a fraudes. Ocorre que o conjunto de controles internos criados pela SOX gera um sem-número de burocracias de contabilidade que representa enormes aumentos de custos para as empresas e de receitas para os auditores. Segundo a Financial Executive International, uma entidade mundial que reúne diretores financeiros, uma empresa de capital aberto precisa gastar em média US$ 4 milhões por ano para cumprir a lei.

Nada contra as normas de governança. Elas representam uma novidade admirável deste novo século na área corporativa. Mas os excessos de burocracias significam retrocesso. Pela lei, a eficácia operacional das atividades de controle, por exemplo, precisa ser avaliada por equipes que gerenciam os programas de controle. Essas são controladas pelas auditorias independentes. Ou seja, criou-se o controle do controle do controle, com custos e burocracias que atrapalham a funcionalidade das empresas. "

Outras notícias


1. Ibovespa bate recorde - A Ibovespa fecha a segunda acima de 46.500 pontos. Isto significa alta de 1,72% em dezembro e de 27,50% em 2006.

2. Empresas aéreas tentam superar a crise - A TAM conta com novos perfis de tarifas. A Gol prefere concentrar nos clientes corporativos. A estratégia da TAM pode reduzir os custos do programa de milhagem. Segundo informa o Estado hoje, previsão de especialistas mostram que a ocupação média das empresas caiu para 67%, quase 8% abaixo do registrado até outubro.

3. A Telemar marcou para 15 de dezembro a assembléia geral extraordinária para sua reformulação e ingresso no Novo Mercado.

O maior banco privado brasileiro é o Itaú


Depois de dominar o ranking de maior banco privado brasileiro por anos, o Bradesco acaba de perder o posto para o Itaú. A compra do BankBoston fez com que o Itaú assumisse o posto de banco privado número 1 em ativos totais, um dos indicadores de porte do setor (Itaú ultrapassa Bradesco e vira o banco privado nº 1, de Leandro Modé, para o Estado de hoje)

A briga pelo primeiro posto é antiga e na nova posição o Itaú passa a ter ativos de R$ 201,3 bilhões em setembro, ultrapassando inclusive a Caixa Econômica Federal (CEF), atrás somente do Banco do Brasil. Os ativos do Bradesco somam R$ 195,7 bilhões e do Banco do Brasil 281,6 bilhões.

Quando o raking é depósitos, o Bradesco ainda vence o Itaú: R$ 78,9 bilhões versus R$ 56,4 bilhões.