Translate

Mostrando postagens com marcador origens. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador origens. Mostrar todas as postagens

15 abril 2011

Origem do termo capital de giro

Por Pedro Correia


Segundo Eugene Brigham e Michael Ehrhardt: " o termo capital de giro[1] originou-se do velho vendedor ianque que carregava a sua carroça para então, sair vendendo as suas mercadorias . A mercadoria era chamada de capital de giro porque era exatamente isso que o que ele vendia , ou fazia "girar" para produzir seus lucros. A carroça e o cavalo eram seus ativos permanentes. Ele geralmente era o dono do cavalo e da carroça, portanto, ambos eram financiados com capital próprio;no entanto,o ambulante tomava emprestado os fundos para comprar a mercadoria. Esses empréstimos eram denominados empréstimos de capital de giro e tinham de ser reembolsados depois de cada viagem para demonstrar ao banco que o crédito que era seguro. Se o vendedor conseguisse pagar o empréstimo, o banco poderia conceder outro, e dizia-se que os bancos que seguiam esse procedimento estavam empregando "prática bancárias justas"."


[1] De acordo com Assaf Neto e César Tibúrcio, na obra Administração do Capital de Giro : "O capital de giro ou capital circulante é representado pelo ativo circulante, isto é, pelas aplicações correntes, identificadas geralmente pelas disponibilidades, valores a receber, estoques. Num sentido mais amplo, o capital de giro representa os recursos demandados por uma empresa para financiar suas atividades operacionais identificadas desde a aquisição de matéria-primas até o recebimento pela venda do produto acabado."


10 dezembro 2006

Origens




Justiniano Henriques Tibúrcio deixou sua cidade natal, Santa Luzia (região metalúrgica) e migrou-.se para Patos (hoje Patos de Minas). Consta que tenha tomado tal atitude, deixando, inclusive estudos superiores, por desentendimentos com familiares. Casou-se com Maria Madalena, moça simples e muito dedicada à família, com quem teve prole numerosa. Dedicou-se à profissão de sapateiro (fabricante de sapatos e botinas sob medida) e, nas horas vagas foi também mestre-escola, nome dado aos professores de primeiras letras, na época. Numerosos de seus descendentes, mesmo não levando seu nome, se destacaram na Cidade de Patos de Minas: Dácio Pereira da Fonseca, advogado e professor, que foi Prefeito da Cidade; Eurípedes Gonçalves Martins, contador e empresário, foi Presidente da Associação Comercial e Industrial de Patos de Minas (primo e cunhado do anterior, Dácio). Ambos são visnetos de Justiniano Henriques Tibúrcio. Monsenhor Vicente Ambrósio dos Santos, sacerdote conceituado em Uberaba, onde é vigário da Paróquia de São Benedito, que é seu neto, filho de sua. filha Hermínia (e João Ambrósio dos Santos).

Maria Madalena, uma das filhas de Pé Justo (como era carinhosamente chamado o Sr. Justiniano acima referido), casou-se com o comerciante Zama Alves Pereira, com quem teve doze filhos. O Sr. Zama foi pessoa de destaque na comunidade patense, tendo sido Juiz de Paz durante algum tempo, época em que chegou a assumir as funções de Juiz Municipal, autoridade de quem o Juiz de Paz era o substituto legal. Embora vivendo em época em que não se dava o devido valor à educação e formação profissional qualificada, o Sr. Zama preocupou especialmente em proporcionar aos filhos esta formação. Vejamos: um médico, um dentista, um farmacéutico, dois advogados, três professoras. Dos quatro outros, uma faleceu em criança, um faleceu adolescente, um deixou os estudos de medicina por motivos de saúde o outro foi seu auxiliar no comércio e depois seu sucessor, não tendo prosseguido os estudos. Destaquemos as atuações de alguns deles: Da. Celcídia Alves Tibúrcio Campos, professora., foi a Diretora do então Grupo Escolar (hoje Escola Estadual de 1º e 2º Graus) “Marcelino de Barros” durante muitos anos. Omar Alves Tibúrcio, advogado, foi Diretor do Rádio Clube de Patos a que impulsionou e em cujos funções veio a falecer, além de advogado de renome, juntamente com seu irmão Zama Alves Tibúrcio. Ambos se dedicaram a causas cíveis. O Sr. Zama foi ainda Vereador à Câmara Municipal de Patos de Minas.


José Pereira, português, veio da Cidade de Guimarães e para se distinguir de outros Pereira, vindos de outras localidades, era chamado José Pereira de Guimarães. O local de origem acabou se incorporando ao nome, como aconteceu também com outros: Porto, Liboa, Coimbra, etc. quase sempre indicam a cidade de origem da família. José Pereira Guimarães era Capital da Guarda Nacional, amigo do Imperador Pedro II, chegou a arregimentar um bom contingente para a Guerra do Paraguai. Seguindo destino diferente de outros seus irmãos que vieram para o Brasil e ficaram em Cidades importantes, o Capitão Zé Pereira se embrenhou pelos sertões como um desbravador, fixando-se onde hoje é o Distrito de Santana de Patos. Tornou-se uma figura quase lendária pela bravura com que enfrentava seus adversários ou inimigos (coisa comum, na época. Mas especialmente ficou famoso pela perspicácia e inteligência com que intuía ou desconfiava de ciladas que lhes eram preparadas. Deixou prole numerosa.
Um seu neto, do mesmo nome e também Capitão da Guarda Nacional (que foi dissolvida, exatamente no seu tempo), Capitão José Pereira Guimarães, conhecido pela alcunha de JUCA MANDÚ, foi chefe político no mesmo distrito de Santana de Patos, sendo vereador por vários anos à Câmara Municipal de Patos de Minas. Em sua homenagem a Escola Estadual de 1º Grau de Santana de Patos e uma rua em Patos de Minas se chamam JUCA MANDU. Sempre se preocupou com o bem da comunidade e era pessoa muito querida. Um seu filho, Vicente Pereira Guimarães (Vicente Mandu) foi Prefeito de Patos de Minas de princípios de 1.948 a princípios de 1.951. Foi o primeiro Prefeito eleito depois do Estado Novo (período ditatorial implantado por Getúlio Vargas. Preocupou-se com escolas e estradas para a zona rural; água e eletricidade e esgoto nas sedes dos distritos; Urbanização da Cidade, fazendo ser elaborado uma planta Cadastral da Cidade em que previa a criação de um Parque Municipal onde tinha sido a Lagoa dos Patos que, drenada, se transformou em um brejal infestado de cobras e outros animais, bem no centro da Cidade. Este seu projeto não foi executado nas gestões subseqüentes, sendo o terreno correspondente invadido e nele criadas ruelas destoantes com a estrutura urbanística da Cidade. Infelizmente nem todos pensam de modo igual. Foi também o iniciador do asfaltamento da Cidade que, até então, tinha suas ruas todas com piso de terra batida. Para isto foi necessário refazer toda a rede de água e esgotos, pelo que foi impiedosamente criticado, devido o transtorno que as valas (necessárias para o serviço) causavam ao trânsito urbano.

Pedro Ferreira da Silva, também da Guarda Nacional, no posto de Tenente, era conhecido por Pedro Luiz, fazendeiro perto de Serra do Salitre (então distrito do Município de Patrocínio, hoje município autônomo).
Foi casado com Rita Francelina Leite, com quem teve 13 filhos. Ficando viúvo, casou-se com Rosa Cortes, irmã da primeira, com quem teve outros 17 filhos. Alguns destes filhos morreram em criança, mais a maioria chegou à idade adulta. Em reuniões de membros da Guarda Nacional formou conhecimento e amizade com o Capitão Juca Mandú, do que resultou troca de visitas (a família toda visitava a outra família). Hoje as localidades de Serra do Salitre e Santana dos Patos estão perto e de fácil acesso. Mas naqueles tempos eram dois dias de viagem a cavalo. Em marcha forçada, pode-se-ia fazer o percurso em um dia, desde que se saísse de madrugada. Destas visitas surgiu o namoro de José Pedra, primogênito de Pedro Luiz e Maria Delfina de São José (Maroca), filha primogênita de Juca Mandú. Casaram-se no dia 30 de julho de 1.911, ele com 24 anos e ela com 15. Tiveram 15 filhos. Alguns destaques Ana Guimarães Silva teve oportunidade de freqüentar aulas em escola particular em fazenda de parentes, juntamente com outros dois irmãos. Depois dedicou-se a ensinar os mais jovens, bem como a filhos de colonos. Os estudos primários recebidos nesta época valeram sobremaneira a todos. Com a falência (negócios de Zebu) a família ficou sem recursos financeiros. Aquele estudo serviu de base paro continuar e arrumar serviço para muitos dos filhos. O 7º filho, Gaspar Guimarães Silva foi pracinha na Força Expedicionária Brasileira, que lutou na Itália contra a prepotência de Hitler. Maria Teresa, a 10ª filha foi tabeliã no Distrito de São João de Serra Negra, Município de Patrocínio; Antonio Rafael da Silva, o único que pode estudar, formou-se em engenharia de minas e trabalhou nesta profissão até bem pouco tempo, na firma ALCAN (Alumínios Canadense). Fez cursos no exterior por diversas vezes (Alemanha, Japão e várias vezes no Canadá). É o mais novo, o l5º filho.

Baltazar Guimarães Silva, o 8º filho de José Pedro e Moroca, deixou de estudar (no Seminário) e, não tendo condições financeiras (coincidiu com a falência do Pai) foi ser funcionário da Prefeitura Municipal de Patos de Minas. Casou-se com Maria de Lourdes Alves Tiburcio, filha do Sr. Zama Alves Pereira, professora. Depois de 4 filhos fez o curso de Técnico em Contabilidade, estudando a noite e trabalhando durante o dia. Na profissão de contabilista (deixou a Prefeitura, naturalmente) teve oportunidade de ser Assessor da Associação Comercial e Industrial de Patos
de Minas, durante 20 anos. Ajudou a re-estruturar esta entidade pô-la a funcionar, pois já existia há 10 anos, mas quase nunca atuava, só esporadicamente. Iniciou a escrita da APAE, do Sindicato Rural, visando mais colaborar para que estas entidades pudessem sobreviver. Ajudou a fundar a Associação Profissional dos Contabilistas de Patos de Minas e, depois, a transformá-la em Sindicato. Depois de aposentado com 35 anos de serviço, ainda continuou por algum tempo, sendo compelido a parar por problemas visuais. Ajudou a fundar a Associação dos Aposentados e Pensionistas de Patos de Minas, especialmente na elaboração de seus Estatutos. Foi o Secretário Geral na Diretoria Provisória. É membro do Conselho Deliberativo e Segundo Secretário da Diretoria Executiva na Primeira Diretoria definitiva.
Tem cinco filhos de seu casamento, aos quais procurou dar condições de estudar, para o que contou com a boa vontade dos mesmos.

(Texto de Baltazar Guimarães Silva, para sua neta Caísa, de 1992. Na foto, Baltazar e Lourdes)