Quando as pessoas mentem, elas distorcem intencionalmente informações factuais. Quando trapaceiam, elas criam informações fraudulentas. Embora esses dois tipos de comportamento antiético sejam distintos, a literatura em ética comportamental tem confundido mentira com trapaça. Os paradigmas experimentais clássicos usados nessa área avaliam o comportamento de mentir, não o de trapacear. No entanto, estudiosos têm usado os resultados de estudos sobre mentira para desenvolver teorias sobre trapaça. Essa abordagem limitou a nossa compreensão do comportamento antiético. Neste trabalho — que inclui um estudo piloto e 14 experimentos pré-registrados com participantes de painéis online (N = 7.684) — eu separo a trapaça da mentira e demonstro que esses comportamentos são não apenas teoricamente distintos, mas também significativamente diferentes na prática. Especificamente, mostro que os mentirosos são menos propensos do que os trapaceiros a apresentar um relatório que maximize o lucro, e que os trapaceiros geralmente se sentem melhor consigo mesmos após trapacear do que os mentirosos se sentem após mentir. Além disso, demonstro que sentimentos de conforto mediam a maior disposição dos trapaceiros em apresentar um relatório voltado ao lucro máximo, e que a menor probabilidade de os mentirosos o fazerem diminui quando sabem que não precisarão apresentar evidências para comprovar suas alegações. Ao identificar essas diferenças, este trabalho reconcilia resultados conflitantes na literatura de ética comportamental e estabelece uma base conceitual mais clara para pesquisas futuras.
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