No início de abril de 2024, Xu Xinyu, executivo da Ferretti SpA — fabricante italiana de iates de luxo — percebeu que estava sendo seguido e contratou uma empresa de contraespionagem. A investigação revelou, em 3 de abril, dispositivos de escuta escondidos em sua mesa, além de outros disfarçados nas tomadas dos escritórios do secretário do conselho e do tradutor sino-italiano da empresa.
Dois processos criminais foram abertos no Ministério Público de Milão — um por Xu e seus colegas, outro pela própria Ferretti, com acusações de invasão de sistemas e violação de privacidade. Ainda em fase preliminar, não há garantia de que resultem em acusações formais.
Embora a Ferretti afirme ter mantido relações construtivas com seu maior acionista, o grupo chinês Weichai, membros do conselho cogitaram que a espionagem poderia ter origem interna. A empresa seguirá acompanhando os desdobramentos antes de divulgar qualquer informação aos investidores, dentro das normas de governança corporativa.
Uma suspeita de espionagem pode trazer impactos na contabilidade da empresa. A começar pela necessidade de provisões relacionadas a riscos legais, já que processos judiciais podem resultar em custos com advogados, indenizações ou multas. A governança corporativa pode demandar reforço nos controles internos e revisão das práticas de auditoria.
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