A contabilidade governamental na Babilônia e no Egito teve um desenvolvimento geralmente semelhante, embora a introdução do papiro como material de escrita tenha tornado os registros egípcios menos volumosos e permitido um uso mais amplo de documentos auxiliares. As contas egípcias mais antigas que sobreviveram datam de aproximadamente 2390 a.C. Assim como na Babilônia, a coesão nacional dependia da organização das finanças reais, nas quais os armazéns de cada distrito recebiam impostos pagos em espécie e encaminhavam os itens menos perecíveis para um tesouro central. Em um império mantido coeso por meio dos registros, os escribas foram descritos por A.H. Woolf como os “pivôs sobre os quais girava toda a engrenagem do tesouro e de outros departamentos”. Com extremo cuidado, os contadores vinculados a cada armazém registravam tudo o que era recebido e os detalhes de sua utilização. Nada saía do tesouro sem uma ordem escrita. Uma segurança adicional era garantida por um elaborado sistema de controle interno, que exigia que os registros de um oficial estivessem em concordância com os de outro. A precisão era altamente recomendada, pois as contas eram auditadas pelo superintendente do armazém, sendo que irregularidades graves podiam ser punidas até mesmo com mutilação ou morte.
A importância atribuída a esses registros contrasta, de forma curiosa, com sua falta de sofisticação. A escrituração egípcia parece ter se desenvolvido rapidamente e, depois, estagnado virtualmente por vários milhares de anos. Os registros de recebimento e desembolso do governo permaneceram, essencialmente, como listas em colunas, que não podem ser consideradas contas no sentido moderno de categorias de acumulação de dados. Argumenta-se que métodos mais avançados não eram necessários porque a economia egípcia mudou muito pouco após seu período inicial de desenvolvimento. O contraste entre a contabilidade antiga e a moderna pode ser expresso nos termos de um sistema econômico egípcio complexo, porém primitivo, que nunca evoluiu a ponto de tornar útil uma escrituração baseada em acumulação e somatório.Do verbete de Michael Chatfield do livro The History of Accounting.
Como muito documento da civilização sobreviveu, temos alguns aspectos curiosos sobre o Egito. Em uma postagem anterior, comentamos sobre as desculpas por faltar ao trabalho, em um documento encontrado no Egito antigo. O mapa da postagem mostra como a população do atual Egito concentra em torno do Nilo.
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