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06 novembro 2017

CVM e Auditor

Eis uma notícia sobre o poder regulamentar da CVM:

O Supremo Tribunal Federal (STF) irá discutir os limites do poder regulamentar da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) quanto à atividade profissional de auditor independente, dispondo sobre infrações e punições. A matéria é tratada no Recurso Extraordinário (RE) 902261, que teve repercussão geral reconhecida em deliberação no Plenário Virtual.

O caso teve origem em mandado de segurança impetrado por auditores independentes visando ao afastamento da incidência de dispositivos da Instrução 308/1999, da CVM, que impõem limitações à atividade profissional de auditor independente e às pessoas naturais ou jurídicas a ele vinculadas, criando infrações e estabelecendo punições suspostamente não previstas em lei. A Justiça Federal em São Paulo acolheu o pleito entendendo que a autarquia não tem autorização para impor restrições ao exercício da atividade de auditor nem para aplicar penalidades sem respaldo legal. Em seguida, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) negou provimento à apelação da CVM, mantendo assim a decisão de primeira instância.
No Supremo, a CVM sustenta que seu poder regulamentar decorre dos artigos 5º, inciso II, e 174 da Constituição Federal, os quais tratam da descentralização do poder normativo do Executivo em relação a entidades e órgãos administrativos especializados. Sustenta que o artigo 8º, inciso I, da Lei 6.385/1976 fixa a competência regulamentar da Comissão e afirma que a regulamentação tem fundamento no interesse público, na confiabilidade, no mercado eficiente e na proteção ao investidor.

Relator
Em sua manifestação, o relator do recurso, ministro Marco Aurélio, se pronunciou pelo reconhecimento da repercussão geral da matéria. Segundo ele, está em discussão a disciplina de atividade de auditor independente e a pessoas naturais ou jurídicas a ele vinculados, diante da existência de Instrução da CVM que impõe limitações à atividade profissional. “Cumpre ao Supremo examinar o tema, pacificando-o considerada a Constituição Federal”, concluiu. A manifestação do relator foi seguida por maioria em votação no Plenário Virtual.

Marca País

Em 2013 postamos que a marca "Brasil" foi avaliada como sendo a 8a do mundo, entre os diversos países. Resolvemos voltar e verificar o que ocorreu com a nossa marca nos últimos anos. Eis o resultado:



De oitavo para 18o. do mundo. Com um valor estimado de 800 bilhões de dólares. Em 2013 era 1,5 trilhão. Ou seja, perdemos "metade" da marca. Mas será que o problema não seria a avaliação?

Links

Em 2019, um quilo não pesará um quilo

Quem ganha com a redução de impostos em uma empresa: os acionistas ou os empregados? (aqui e aqui)

A relação entre internet e o mercado de sexo (gráfico)

Economia da mineração Bitcoin

A reação do Lord Ashcroft quando perguntado sobre o Paradise Papers

Venezuela lança a nota de 100 mil bolívar (= 2,5 dólares)

10 Erros da Economia Comportamental: uma breve explicação



1º Erro: Não é possível inferir o comportamento coletivo do comportamento individual.

2º Erro - Ergodicidade- Modelar o comportamento humano usando valor esperado é errado, pois o mundo é não-ergódica. Assim, o uso do conceito de valor esperado é inadequado., pois num sistema não ergódico, médias de longo prazo não convergem ao valor esperado.

3º Erro: Usar ferramentas que servem pra modelar processo com caudas finas para modelar processos com caudas pesadas.

4º Erro: Preferências intertemporais não são viesadas se usarmos probabilidade estocástica

5º Erro: Aversão à perda é uma propriedade matemática que está condicionada à sobrevivência de um indivíduo e não uma preferência psicológica.

6º Erro: Quando a resposta de um sistema é não-linear, médias não podem ser usadas.

7º Erro: Contabilidade mental não é compatível com a teoria da informação

8º Erro: Distribuição de eventos extremos não é revelada por distribuições empíricas não-paramétricas

9º Erro: Risco individual é diferente do risco coletivo.

10º Erro: p-valor é estocástico.




Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

05 novembro 2017

Links

Trump entra na guerra para que a Bolsa de NY tenha a oferta pública da Aramco (aqui e aqui)

Tamanho dos prédios e a questão econômica

Livro de autoajuda e o gênero

P-valor: a significância estatística pode ser insignificante

Humanos mostram mais amor pelos cachorros do que pelos humanos

Paradise Papers 2

Mais revelações sobre o Paradise Papers:

Brazil’s finance minister, Henrique de Campos Meirelles, started a foundation in Bermuda “for charitable purposes.” He says it will support education charities after his death.

Arábia Saudita

Sob a justificativa de combater a corrupção, 11 príncipes, 4 ministros, funcionários, militares e homens de negócios foram presos no sábado e no domingo na Arábia Saudita. O rei Salmán fez algo inédito naquele país. Tudo leva a crer que está tentando neutralizar a oposição ao princípe herdeiro, Mohamed Bin Salmán (MBS), e suas reformas.

Além disto, o rei anunciou a destituição do ministro da Economia.

Recentemente o país anunciou uma oferta pública de ações para principal empresa, a Aramco. Ao mesmo tempo, um ambicioso projeto de uma mega cidade. Em ambos os casos, MBS estaria comandando os projetos.

Fato da Semana: Eleição nos Conselhos

Fato da Semana: Eleição do CRC


Data: Final de outubro


Contextualização - Regularmente os profissionais do setor contábil, registrados no conselho, comparecem às urnas para eleição do conselho regional de contabilidade. O custo deste processo é muito alto. Na maioria dos casos, o processo ocorre com chapa única. Faz sentido tornar o processo eletrônico? Como uma forma de demonstrar que o sistema é "avançado", optou-se pelo processo eletrônico. Entretanto, há muitas controvérsias com respeito a segurança do processo e isto ocasionou recurso. A justiça entendeu, pelo menos por enquanto, que isto fazia sentido.

Relevância - O processo mostra a necessidade de uma mudança na forma de escolha dos dirigentes dos conselhos. O desinteresse é grande. Além disto, a forma de escolha para o Conselho Federal trata, de forma desigual, os profissionais, já que a votação é por unidade da federação.

Notícia boa - Sim, pois isto pode provocar uma mudança no processo.

Desdobramento - A forma da eleição não deve mudar substancialmente seu resultado.

Mas a semana só teve isto? Sim.

Paradise Papers

Um ano depois do Panamá Papers, um conjunto de documentos sobre pessoas e empresas com investimentos em paraísos fiscais, surgiu hoje o Paradise Papers. O assunto surgiu quando o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, o mesmo que obteve os documentos no passado, adquiriu os documentos e através de um consórcio internacional de jornalistas está investigando o assunto. O vazamento ocorreu a partir do escritório Appleby.

Já se sabe que a rainha Elizabeth  fez investimentos em paraísos fiscais. O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, também foi citado por ter participações em empresas de oligarcas russos, assim como Rex Tillerson e Gary Cohn. Entre as empresas, Apple, Nike, Twitter, Facebook, Alergan. No caso do Twitter e Facebook, uma estranha obsessão da Rússia em investir nestas empresas.

No mapa, os países com pessoas citadas, o que inclui o Brasil.

Um aspecto curioso revelado pela imprensa refere-se ao controle do clube Everton. A investigação inicial levantou que talvez o clube tenha participação do acionista do Arsenal, o que contraria as regras da Premier League.

Rir é o melhor remédio


04 novembro 2017

CSN e o balanço sem auditoria

Com uma dívida de R$ 30 bilhões no fim de setembro, a CSN terá que terminar de colocar em dia seus demonstrativos financeiros para poder sentar com os bancos credores para alongar seus vencimentos. A empresa, presidida por Benjamin Steinbruch, divulgou os balanços auditados do exercício de 2016, mas ainda está em falta com os números de 2017 – os dados deste ano conhecidos ontem, 30, não tiveram auditoria. Até o momento, os credores não receberam previsão de quando essa divulgação ocorrerá. Mesmo com todos resultados devidamente auditados, uma negociação da dívida exigirá, como é de praxe, reforço em garantias.

Chegando? A CSN tem vencimentos importantes se aproximando. Conforme o demonstrativo financeiro de 2016, o último auditado, para o quarto trimestre deste ano está prevista a amortização de R$ 1,1 bilhão. Para 2018 são esperados pagamentos de R$ 7,7 bilhões. A Deloitte, auditor da CSN, destaca, em carta anexada ao balanço, que para este ano a administração “permanece engajada com o plano de alongamento do prazo do seu endividamento, principalmente de curto prazo, estimando a repactuação de empréstimos e financiamentos no montante de R$ 1,5 bilhão”.


Fonte: Aqui

Suspensa a eleição online do CRC/CFC

Recebi a seguinte notícia do Alexandre Alcântara:


03 novembro 2017

Pemex e Odebrecht

La Auditoría Superior de la Federación (ASF) mexicana considera probado que Pemex realizó pagos "en exceso" al consorcio brasileño Odebrecht por valor de casi 787 millones de pesos (41,6 millones de dólares al tipo de cambio actual) en el marco de dos contratos de "acondicionamiento del sitio, movimiento de tierras y conformación de plataformas para el aprovechamiento de residuales" y de "suministro de agua para rellenos" en su refinería de Miguel Hidalgo (Tula de Allende, Estado de Hidalgo, centro del país). Los sobrecostes superan el 60%. Durante años, la constructora Odebrecht tejió una enorme trama de corrupción con ramificaciones en varios países de América Latina, entre ellos México.

En total –sumando otros contratos en los que Odebrecht no figura como prestador del servicio– la pretrolera estatal mexicana realizó pagos "improcedentes" por valor de casi 1.250 millones de pesos (casi 66 millones de dólares) en dos proyectos: el citado de Tula de Allende y otro de características similares en Salamanca (Guanajuato, centro de México). La ASF considera ese monto "recuperable" para el erario mexicano. El grueso de esa cantidad (937 millones de pesos) tiene que ver con la no revisión por parte de Pemex de que los precios contratados fueran "razonables y convenientes en relación con las obras o trabajos similares".


Fonte: El País

Rir é o melhor remédio


02 novembro 2017

Previdência Social: análise de Roberto Campos

Há 22 anos Roberto Campos escreveu um artigo que continua extremamente atual e chocante. A análise continua atual, com exceção dos números que são muito piores. O tempo passou, o futuro chegou e até hoje o Brasil ainda não fez uma verdadeira reforma da previdência.

As ichneumonidae da Previdência
Roberto Campos, 8 de novembro de 1995.

"A esperança de que o governo possa fornecer a nós todos um bom padrão de vida... e segurança contra o infortúnio, independentemente de nossos valores e habilidades, tem sido um artigo de fé das democracias ocidentais em todo este século. É agora um anacronismo fadado a desapontamentos. (James Davidson, em "The Great Reckoning")

As ichneumonidae são umas vespas que imobilizam lagartas com infecções paralisantes, e depois põem nelas os seus ovos, os quais geram larvas que se alimentam do corpo vivo que lhes é, assim, assegurado. É a situação da Previdência Pública brasileira, consumida por dentro pelo corporativismo e pelo parasitismo fisiológico.

Por ser compulsoriamente estatal, a Previdência é antidemocrática, obrigando o cidadão a confiar sua poupança a esse administrador catastrófico, o Estado. É também um "absurdo atuarial", uma "fonte de injustiças sociais" e um "megadesperdício econômico". Sob o nome pomposo de Seguridade Social, a Constituição de 1988 misturou três coisas diferentes em sua natureza e fontes de financiamento: a previdência, que deve ser financiada por contribuições individuais; a assistência social aos desvalidos, que exige cobertura orçamentária; e a saúde, que sob o aspecto preventivo é principalmente responsabilidade governamental, podendo a medicina curativa ser partilhada com o setor privado. Absurdos atuariais, injustiça social e desperdício econômico são características também de centenas de regimes especiais financiados pela União, Estados e municípios, falimentares em sua maioria.

É lícito ao Estado compelir o cidadão a um esforço de poupança para que não se torne voluntária e conscientemente um encargo para a sociedade. Mas ele não deve ser obrigado a confiar sua poupança ao "pai terrível", se preferir fundos privados de capitalização, que ofereçam serviços em regime competitivo. O indivíduo é o melhor fiscal de sua poupança previdenciária, como o faz com sua caderneta de poupança, podendo transferi-la para o operador mais eficiente. Os partidários da previdência pública compulsória são tiranos disfarçados de samaritanos...

O atual sistema é também um "absurdo atuarial", vítima de uma dinâmica perversa. Entre 1960 e 1994, a população cresceu 128% e o número de beneficiários, 1.400%. Em virtude da universalização da cobertura, cerca de 40% dos beneficiários nunca pagaram contribuição. Numa era de crescente expectância de vida, quase dois terços dos aposentados têm menos de 54 anos. São atletas residuais ou balzaqueanas aquém da menopausa... Temos 2,3 contribuintes por beneficiário, quando seriam necessários quatro para viabilizar atuarialmente o sistema. As mulheres costumam sobreviver aos maridos, mas podem aposentar-se cinco anos antes.

Finalmente, cometemos a originalidade de, no serviço público, dar aos aposentados remuneração superior à dos ativos.

A previdência pública faz justiça social às avessas. Os pobres financiam os de melhor qualidade de vida. As contribuições afluem para uma vala comum, de onde segmentos ativistas e politizados, como magistrados, congressistas e professores, saqueiam aposentadorias especiais e múltiplas. No regime geral da previdência, o valor médio do benefício rural é de um salário mínimo, subindo para 2,1 mínimos no setor urbano. Esses valores, no Judiciário e no Legislativo, alcançam mais de 36 mínimos. A contribuição é compulsória até o teto de dez salários mínimos. O resultado é que os pobres ficam escravizados à tirania do burocrata ineficiente, pois não têm dinheiro para recorrer à previdência complementar. Será justo um sistema em que as pessoas mais pobres, em 1993, se aposentavam em média com 62 anos, enquanto os beneficiários de aposentadorias especiais por tempo de serviço abandonavam o trabalho aos 53 anos? Para sancionar tais distorções, os beneficiários transformam os "privilégios extraídos" em "direitos adquiridos". Mas não há "garantias onerosas" (coisa diferente dos direitos humanos básicos) inalteráveis face à Constituição. Nem há imunidade à falência sistêmica pela inviabilização atuarial.

A previdência pública compulsória é também fator de desperdício econômico. Os custos da máquina estatal são elevadíssimos (10% dos benefícios), as greves frequentes, os serviços exasperantes. Mais importante ainda, não serve de alavancagem para o desenvolvimento, ao contrário do que sucederia com os fundos privados, obrigados a investimentos produtivos na economia para dar rentabilidade ao segurado.

A reforma previdenciária proposta pelo governo é menos uma reforma que um útil remendo. Visa a viabilizar atuarialmente o atual sistema, corrigindo várias distorções e injustiças. Mas não ataca dois problemas fundamentais: o caráter antidemocrático da gestão estatal "compulsória" de recursos privados e a necessidade de mobilização de poupança de longo prazo para a retomada do crescimento. A desculpa para a compulsoriedade estatal é que o governo exerceria uma função redistributiva. Mas na prática essa redistribuição não tem favorecido os pobres e sim grupos de pressão politicamente organizados.

A solução ideal seria a adoção do modelo chileno de privatização, ainda que em caráter opcional, podendo os estatólatras optar pela previdência pública. Seria uma mudança do eixo conceitual. A responsabilidade básica da provisão para o futuro caberia ao cidadão, que para isso deixaria de pagar contribuições ao governo. Este só teria três funções: fiscalizar os administradores dos fundos de pensão privada; garantir o patrimônio dos segurados, em caso da falência das entidades administradoras, cobrando destas para isso uma taxa de seguro de risco; complementar a renda daqueles que, ao fim de sua vida laboral, não alcançassem, pelos processos do mercado, o mínimo vital. A contribuição dos empregadores se transformaria em aumento salarial para os empregados, dando-lhes uma margem para suplementar o fundo de pensão com seguro saúde e contra invalidez. Subproduto importante do sistema chileno foi a criação de um "capitalismo do povo", pois os segurados se tornavam acionistas vigilantes das empresas financiadas por sua poupança previdenciária.

Uma proposta intermediária entre a atual previdência pública e o modelo chileno foi apresentada pelo deputado Eduardo Mascarenhas. Permite que o plano básico da previdência social ofereça modalidades diferentes de cobertura previdenciária, desde que os cálculos atuariais incluídos na Lei de Custeio e Benefícios sejam consistentes. O contribuinte pagaria de acordo com o menu de benefícios escolhido, podendo optar por contribuições menores com redução dos benefícios, o que lhe deixaria margem para complementar sua renda com seguros privados. Em favor dos optantes, o Tesouro emitiria certificados de poupança, monetizáveis nas datas previstas na modalidade do seguro, mas que poderiam ser aplicados também como moeda de privatização de estatais, substituindo-se o ativo previdenciário por um ativo acionário.

Os dois pontos de estrangulamento do desenvolvimento latino-americano são as periódicas crises cambiais e a insuficiência da poupança doméstica. Os asiáticos nos ensinaram que a orientação exportadora e a atração de investimentos diretos permitem a superação do perigo cambial. Os chilenos nos ensinaram que a privatização da previdência é o melhor instrumento para aumentar a poupança interna e alavancar investimentos produtivos. Isso exigiria abandonarmos a obsessão protecionista de substituição de importações, resultante do "pessimismo exportador", e a ilusão do "Estado Benfeitor". Essa entidade abstrata não existe. O que existe é o governo concreto, de burocratas e políticos, que convivem num Zoo social, sujeitos a incursões predatórias das ichneumonidae do corporativismo e do parasitismo fisiológico.

Links

A manipulação dos smartphones (aqui a palestra no TED)

O segredo dos códigos verdes de Matrix

O custo da gasolina no mundo

"Independência" no Comitê de Auditoria não aumentou valor (nos Estados Unidos)

Os pagamentos irregulares da Pemex para Odebrecht

As melhores (?) comidas do mundo

31 outubro 2017

Gênero e Pós-graduação em Contábeis

Os dados levantados revelaram que, na média do período pesquisado, houve predominância do gênero masculino, tanto no nível de mestrado como no de doutorado. Portanto, os dados indicam que a presença feminina nos programas de pós-graduação em Ciências Contábeis do Brasil tem sido inferior à masculina. Embora se perceba um aumento no ingresso das mulheres nos cursos de graduação em Ciências Contábeis, na pós-graduação stricto sensu ainda há predomínio do gênero masculino, principalmente nos cursos de doutorado.

No mestrado acadêmico, o número de mulheres representou 44%  do total.No doutorado, 42%. Acredito que se a pesquisa contemplasse o corpo docente, a proporção seria bem menor.

Fonte: Presença do Gênero Feminino entre os Discentes dos Programas de Pós-Graduação de Ciências Contábeis no Brasil. Daniele Cristina Bernd, Marcielle Anzilago e Ilse Maria Beuren. Repec,  v. 11, n. 4, art. 3, p. 408-429, out./dez. 2017.

Rir é o melhor remédio


30 outubro 2017

Avaliação baseada em classificação dos periódicos marginalizam regiões e temas

Uma prática comum em muitos sistemas de avaliação de pesquisa é avaliar o valor de um trabalho baseado no periódico em que é publicado. Essas avaliações baseiam-se no pressuposto de que a pesquisa publicada em revistas de prestígio ("topo") é excelente e, portanto, deve ser recompensada. A declaração DORA e o Manifesto de Leiden advertiram contra esta prática, mas os sistemas de avaliação baseados em periódicos continuam a ser usados ​​em muitos países como a Espanha, o Brasil, a Colômbia, a África do Sul e em rankings globais influentes(...)

Um estudo mostra que os sistemas de avaliação de pesquisa baseados em periódicos subestimam a pesquisa que é relevante para importantes questões sociais, econômicas e ambientais, marginalizando assim alguns tipos de conhecimento. Por exemplo, horticultura de maracujá, doenças de palmeira de óleo, patógenos específicos que atacam cravos vermelhos, os estudos botânicos de biodiversidade e a história comercial latino-americana são assuntos publicados principalmente em revistas que obtêm baixa classificação. Como esses tópicos não se encaixam em idéias de excelência, eles recebem pouco reconhecimento e recursos governamentais e não são considerados desejáveis ​​na perspectiva da responsabilidade pública. No entanto, essas questões são essenciais para o desenvolvimento econômico, ambiental e social de regiões como a América Latina.

Outro estudo mostra que a inclusão de periódicos nas mais prestigiadas bases de dados de citações, a Web of Science (WoS), não se baseia em critérios objetivos. Especificamente, o estudo mostra que o país, a linguagem e a disciplina de um periódico influenciam a probabilidade de inclusão, independentemente da sua qualidade editorial ou impacto científico. (...)

Fonte: Aqui (grifo nosso)

Links

Os piores filmes dos anos 2000

Ministro das Finanças da Arábia Saudita diz que ainda está certo da IPO Internacional da Aramco

Um desenho antigo do Pica-pau repaginado por brasileiros

Como estão os processos contra a JBS na CVM

Fábrica de Chips de Eike ainda não entrou em operação (e querem mais dinheiro público)

Regra para IPO nos EUA está retirando uma série de custos contábeis onerosos

Kobe Steel retira previsão de lucro, depois do escândalo sobre a qualidade do produto

Quando a auditoria pública altera o comportamento no governo

Uma pesquisa realizada no Chile deveria ser objeto de leitura obrigatória para os auditores públicos. Logo na quinta frase o texto afirma:

Encontramos que o design da auditoria pode criar incentivos contra os objetivos nacionais públicos da legislação nacional no que diz respeito aos contratos públicos impostos pela auditoria.


A análise é interessante já que foi realizada num país vizinho e identificou o impacto da auditoria no comportamento posterior. Além disto, os autores mostram que quando o governo analisa, de forma mais detalhada, um certo procedimento, como o caso do leilão, termina por desencorajar o uso desse processo no futuro.

Maria Paula Gerardino, Stephan Litschig e Dina Pomeranz. CAN AUDITS BACKFIRE? EVIDENCE FROM PUBLIC PROCUREMENT IN CHILE.

Pesquisas em Economia são exageradas e viesadas


Resumo:

We investigate two critical dimensions of the credibility of empirical economics research: statistical power and bias. We survey 159 empirical economics literatures that draw upon 64,076 estimates of economic parameters reported in more than 6,700 empirical studies. Half of the research areas have nearly 90% of their results under-powered. The median statistical power is 18%, or less. A simple weighted average of those reported results that are adequately powered (power ≥ 80%) reveals that nearly 80% of the reported effects in these empirical economics literatures are exaggerated; typically, by a factor of two and with one-third inflated by a factor of four or more.

Statisticians routinely advise examining the power function, but economists do not follow the advice. McCloskey (1985, p. 204)

Ioannidis, J. P. A., Stanley, T. D. and Doucouliagos, H. (2017), The Power of Bias in Economics Research. Econ J, 127: F236–F265. doi:10.1111/ecoj.12461

Slides aqui


Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

29 outubro 2017

Resenha: Valerian

Valerian é um personagem dos quadrinhos da França. Em 1967, Christin e Méziéres publicaram a primeira tira na revista Pilote. O agente espaço-temporal Valérian e sua colega Laureline viajam o universo no tempo e espaço a mando dos seus superiores. Na sua origem, Valérian vive na Terra em 2720, onde a maioria das pessoas vivem sonhando. Um vilão, Xombul, perturba os sonhos das pessoas e viaja para Terra no início dos anos mil. Valérian é mandado para tentar capturar o vilão e termina por encontrar Laureline. Após a missão, ele volta com o vilão e Laureline para 2720.

A segunda história ocorre em 1986, quando a Terra é quase destruída por um acidente nuclear. Os heróis são enviados para uma New York inundada para novamente capturar Xombul, que fugiu da prisão. A missão envolve ir para Brasília. É isto mesmo. Valerian e Laureline irão encontrar com governantes para tentar ajudar a Terra a recuperar dos problemas. O quadrinho abaixo foi retirado desta aventura. Observe a citação para a Universidade de Brasília! Uma terceira aventura faz parte do volume deste livro, lançado pelo Sesi-SP.
O cineasta Luc Besson (O Profissional, O Quinto Elemento e Lucy) era fã dos quadrinhos e fez uma versão para o cinema da terceira aventura do primeiro volume, batizada nos quadrinhos de O Império dos Mil Planetas. O livro destaca, por sinal, algumas semelhanças da série Star Wars com a imaginação dos autores que produziram Valerian.

Vale a pena? - Gosto de quadrinhos de vários tipos: Maurício de Souza, Garfield, PhD Comics, Ruas, Miller, Snider ... Mas não sei se indicaria este.




Fato da Semana: Punição para uso de informação privilegiada

Fato da Semana: Trader do HSBC é condenado

Data: 23 de outubro

Contextualização -Uma empresa solicita uma operação cambial de bilhões de dólares. O trader compra antes moeda, garantindo um lucro. Um clássico uso de informação privilegiada. A justiça decidiu agora que ele é culpado e pode ser preso. Estamos tão acostumados a ler sobre a corrupção brasileira que esquecemos que este é um problema mundial. Nesta semana colocamos nos links uma baixaria envolvendo dois clubes de futebol de Portugal. Também postamos uma frase inacreditável da maior bilionária da África sobre corrupção. Postamos sobre o roubo de combustível no México. E a oferta pública que está obrigando até a bolsa de Londres a mudar suas regras.

Relevância - O Financial Times disse que o caso pode mudar o mercado de câmbio. É uma dura punição para àqueles que se aproveitam da informação privilegiada.

Notícia boa - Sim. O regulador deve agir quando necessário e para garantir o bom funcionamento do mercado.


Desdobramento - Não sou tão otimista quanto o Financial Times, mas pode abrir brecha para outros processos.


Mas a semana só teve isto? Sim.

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Improviso é tudo

28 outubro 2017

Casey Brown: Saiba o seu valor e cobre por ele


Seu chefe provavelmente não está lhe pagando o que você vale – ao invés disso, eles estão lhe pagando o que pensam que você vale. Tire um tempo para aprender a moldar seus pensamentos. A consultora de preços Casey Brown compartilha histórias e ensinamentos que podem lhe ajudar a comunicar melhor o seu valor e ser paga por sua excelência.

27 outubro 2017

Links

SEC aprova novo relatório de auditoria (aqui também)

Dez meses depois, ações do Monte Dei Paschi voltam ao pregão

Um fundo "adquiriu" um processo judicial contra Toshiba

Prêmio pelo risco no Brasil (via blog Contabilidade e Métodos Quantitativos)

Bancos e incentivos inapropriados

A popularidade dos Beatles está diminuindo?

Leite, Recuperação Judicial e Censura

A revista Exame preparava um texto sobre o processo de recuperação judicial da Tuiuti que estavam em tramitação na Comarca de Amparo. Os autos eram públicos e digitais até agosto de 2017. Neste mês, o juiz determinou o sigilo do processo por conta de uma disputa interna. O mesmo juiz entendeu que a informação seria ilícita e não deveria ser divulgada, podem influenciar o mercado e afetar a recuperação judicial.

A disputa foi levada para o Supremo, pois a editora Abril, que publica a revista, entendeu ser isto um ato de censura. Agora o Supremo Tribunal Federal suspendeu a decisão da Justiça estadual que determinou a retirada de matéria da revista Exame: seria uma censura prévia.

Ficou interessado? Aqui o link para a história.

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Fazendo progresso

26 outubro 2017

Ainda IPO da Aramco

Comentamos aqui, no passado, sobre a oferta pública de ações da Aramco. Uma notícia informa que a Arábia Saudita pretende construir uma cidade futurística. Talvez com o dinheiro da IPO.

Mas a melhor análise é da revista The Economist (dica de Sérgio Nazaré, grato). O tema é a confusão recente sobre o local da oferta, além do valor estipulado.

Sobre o local, a Bolsa da Arábia Saudita anunciou que tem condições de absorver a oferta sozinha. Isto é muito questionável, já que o valor de mercado de todas as empresas desta bolsa é muito pequeno e a Aramco é muito grande para esta bolsa. Existem notícias sobre a possibilidade de uma emissão privada para alguns investidores chineses. E como comentamos, a IPO nos Estados e Unidos e na Inglaterra não é tão simples assim.

Mas a melhor análise da The Economist é sobre o valor (aqui um link do blog). A revista é cética quanto a isto:

A confusão parece ter se originado no palácio real. Desde o início, o MBS, como o príncipe herdeiro é conhecido, insistiu que a empresa deveria ser avaliada em pelo menos US $ 2 trn e que o IPO deveria ocorrer no próximo ano. Ele ainda não levou em conta nem a ameaça de ações judiciais relacionadas aos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 que poderiam resultar de uma cotação na Bolsa de Valores de Nova York, ou a complexidade da emissão de ações na Bolsa de Valores de Londres, onde os investidores institucionais estão irritados com os esforços para reduzir as regras de listagem por parte da Aramco. Ele erroneamente assumiu que, dadas as enormes taxas prometidas aos banqueiros e conselheiros, outros atores do mundo das finanças dobrariam o joelho.

Conclui o texto:

Para atingir esse objetivo, o MBS pode precisar refletir mais sobre o que significa uma IPO. Seu governo é o único acionista da Aramco e, claro, tem a última palavra. Mas, a menos que ele esteja preparado para afrouxar as rédeas, permitindo que o IPO avance em um ritmo prudente e deixe os investidores decidir qual é o valor correto, ele pode fazer melhor para destruir o processo completamente. Sua atitude até agora sugere pouca fé nas forças de mercado que ele deseja desencadear.

Links

Relação entre status e felicidade

Na Comunidade Europeia, para fins de impostos, Bridge não é esporte

O melhor jogador do Fifa 18 e o pior (não é o Muralha)

O preço do cinema deve ser o mesmo?

Deutsche paga por manipulação de mercado

Os melhores lugares para viajar (país, cidade e estado)

Probabilidade num parque de diversão


 Vídeo muito interessante sobre estatística em um parque de diversão. O vídeo mostra como as chances estão contra os clientes. E alguns truques que os parques usam para reduzir suas chances de ganhar nos brinquedos. (via aqui)

Problemas com o Blockchain

Blockchain é a tecnologia por trás do Bitcoin. Essa tecnologia pode acabar com boa parte dos trabalhos de contadores e auditores. Mas até o momento ela tem vários problemas que impedem sua adoção em larga escala:

1) É muito complicado.

The technology behind blockchain is complex enough. Add it to the complexity of a heavily regulated business environment, and blockchain may not even get out of the gate. “Blockchain is thus also turning out to be more complicated than most of us thought,” warns Kris Henley, communications manager with the Centre for the Digital Economy at the University of Surrey. “Its tremendous potential is mitigated by its steadfast resistance to being a ‘magic’ solution, and its need for regulation like so many game-changing technologies of the Digital Economy.”

Optimas’ Pierron chimes in as well. “Processing trades via blockchain would not simplify the capital markets, but rather move the complexity around,” he adds.

2) Pode aumentar os custos de transações

By disintermediating financial institutions, so the reasoning goes, multiple parties can conduct transactions seamlessly, without paying a commission. However, cost savings are dubious. “Moving cash equity markets to a blockchain infrastructure would drive a significant increase of the overall transaction cost,” Pierron continues. “Trading on a blockchain system would also be slower than traders would tolerate, and mistakes might be irreversible, potentially bringing huge losses.”

3)Problemas de desempenho

Because of its inherently distributed, peer-to-peer nature, blockchain-based transactions can only complete when all parties update their respective ledgers – a process that might take hours. As ledgers grow, furthermore, people question whether they will bog down. “Blockchain has a lot to prove in its performance,” says Peter Hiom, deputy CEO at the ASX trading exchange.

The transaction delay may also be a deal-killer. “The delay before the final assurance that a transaction has been recorded ‘for good,’ that can be up to a couple of hours, would create too much uncertainty for market participants, especially during time of high volatility,” continues Pierron.

4) Imutabilidade dos registros nem sempre é bom

One of blockchain’s most touted benefits is the immutability of its ledgers: once participants record a transaction, no one can change or delete it. Such immutability prevents the correction of mistakes to be sure – but there are other issues as well.


In fact, immutability may cause blockchain to run afoul of regulation. “Digital ledger technologies must be chosen based on user needs and legal requirements,” writes the Open Data Institute. “For example; tamper-proof and immutable data stores prevent the modification of stored data, but this may not always be an acceptable property. The EU ‘right to be forgotten’ requires the complete removal of information; if that data is in an unchangeable system like a blockchain, this could be impossible.”

5) Adoção insuficiente

The promise of blockchain in large part depends upon enough parties using the same implementation of the technology – a classic example of the network effect. However, it’s unclear any particular blockchain solution (other than Bitcoin itself) will ever be able to reach this threshold.

Without such universal adoption, blockchain’s practicality is questionable. “It’s obvious that a credit union-only distributed ledger system will require universal adoption to be of any use,” says John San Filippo, cofounder and principal at OmniChannel Communications. “It’s my experience that trying to achieve universal adoption of anything in this industry is an act of pure futility.

6) Possibilidade de fraude

The fraud weakness lies at the transaction endpoints. By the term ‘endpoint’ I mean the boundary between physical space, where living, breathing human beings exist, and cyber-space, where the blockchain databases reside. The endpoint is where physical space users interact with the cyber-space blockchain.


Fonte: aqui e aqui



Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

25 outubro 2017

Finanças não é ciência

O mundo acadêmico das finanças está cheio de intelectuais, mas idiotas. Os melhores fundos de hedge do mundo (aqueles que "batem" o mercado ano após ano) não contratam economistas nem doutores em finanças, pois o conhecimento dessas disciplinas é praticamente inútil no mercado financeiro, principalmente econometria. Existem 3 problemas em finanças.

1) Não é possível estabelecer leis imutáveis em finanças. Nada funciona para sempre.

Finanças é o resultado de mudanças de instituições, agentes e leis humanas. Ao contrário dos fenômenos físicos, os mercados financeiros são um sistema adaptativo. Não há leis positivas em finanças. Na melhor das hipóteses, os acadêmicos podem encontrar algo que costumava trabalhar, já que a oportunidade será arbitrada após sua publicação.
2) O método científico não pode ser aplicado em finanças

O único laboratório financeiro é o mercado. Os acadêmicos não podem repetir experiências, portanto suas descobertas não podem ser validadas independentemente.  Em vez disso, os acadêmicos afirmam que as simulações históricas (backtests) podem substituir experiências verdadeiras. Mesmo que isso fosse verdade, praticamente nenhum estudo controla testes múltiplos, uma prática que a American Statistical Association considera "altamente enganosa". Como o atual presidente da American Finance Association reconheceu, isso significa que a grande maioria das descobertas publicadas em revistas de finanças provavelmente são falsas, devido ao viés de seleção. A razão pela qual essas teorias financeiras pseudocientíficas são ensinadas nas salas de aula é porque elas são não são falsificáveis ​​num sentido popperiano.


3) Todas as evidências mostram que as finanças acadêmicas não funcionam

Onde estão os acadêmicos da área de finanças bilionários? Não há vencedores bilionários do Prêmio Nobel em Economia. Nenhuma teoria financeira acadêmica gerou retornos de investimento substanciais para seus autores. Claro, alguns acadêmicos se enriqueceram cobrando taxas de gerenciamento ultrajantes para seus investidores, mas isso não tornou seus investidores mais ricos. Previsões inúteis significam que as finanças não são uma ciência.



Fonte: aqui

23 outubro 2017

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Insider Trading no caso da JBS

FBI está investigando os Guptas da África do Sul

SEC está "ajudando" as empresas a usar Não GAAP

Ex-executivo da GE usava dois aviões nas suas viagens (um bom exemplo de conflito de agência)

Mapa de risco na pesquisa científica

Ainda o IPO da Aramco

Ex-trader de câmbio do HSBC é culpado de fraude

Mark Johnson, ex-negociador de moeda estrangeira do HSBC, foi considerado culpado de conspiração e fraude de um cliente em um negócio de câmbio no valor de $3,5 bilhões. Segundo o Financial Times, essa decisão poderá trazer implicações históricas para o funcionamento do mercado de câmbio que movimenta cerca de $5,3 trilhões por dia.

O ex-bancário enfrentara até 20 anos de prisão após ter sido considerado culpado em nove das acusações (oito de fraude e um de conspiração), sendo considerado inocente em apenas uma.

Johnson foi preso em julho de 2016 no Aeroporto internacional de Nova Iorque e foi acusado de conspirar, em 2011, com outros funcionários da empresa, para comprar libras esterlinas antes de realizar uma operação cambial de US $ 3,5 bilhões solicitada pela Cairn Energy (empresa britânica de óleo e gás), que ajudou a aumentar o preço de moeda. O processo, de acordo com a acusação, lhes permitiu ganhar milhões de dólares em detrimento de seu cliente.

Roubo de Combustível

Recentemente o México abriu o mercado de distribuição de combustível para o investidor privado (e estrangeiro). Entretanto, desde então, os investidores não estão muito animados em atuar no mercado de forma mais intensa. Um dos motivos é a segurança ou o roubo de combustível. Segundo este site, o roubo de combustível custa para Pemex, a equivalente da Petrobras do México, o valor de US$ 4 milhões por dia ou 1,4 bilhão por ano (bem menos do que o desvio ocorrido na estatal brasileira, segundo a estimativa, pouco confiável, da empresa). Apesar dos gastos na prevenção do roubo, desde 2008 foram 1,5 bilhão, o número de desvios continua aumentando. Recentemente, os ladrões roubaram combustível diretamente de um posto de combustível da Pemex.

Sobre o curso de contábeis

Sobre o curso de Contábeis, o portal G1 fez uma reportagem, entrevistando a professora Clésia, da UnB, e Selma, da UFF:

Guia de carreiras - Ciências Contábeis

De acordo com a Fundação Brasileira de Contabilidade, o Brasil possui 530.373 profissionais da área – sendo 65,8% graduados e outros 34,2%, técnicos. Só em 2015, 42.483 pessoas se formaram nesse curso em universidades particulares e públicas do Brasil. No mesmo ano, foi a 10ª carreira mais procurada no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Mesmo assim, a profissão ainda é cercada de mitos – confundida com administração e economia, por exemplo. Para discutir o que costuma ser dito sobre as ciências contábeis, o G1 entrevistou os seguintes especialistas: Selma Alves Dios, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF)e Clésia Camilo Pereira, do departamento de ciências contábeis e atuariais da Universidade de Brasília (UnB)

Confira a seguir:

O curso de ciências contábeis é muito semelhante aos de economia e administração?

Não. É comum que candidatos façam inscrição no vestibular e coloquem “ciências contábeis” como segunda opção e “economia” como primeira, por exemplo. Mas é preciso ter cuidado: os cursos têm focos muito diferentes.

Em ciências contábeis, a área principal é registrar e analisar contas. É concentrado no funcionamento dos agentes econômicos – sejam empresas, órgãos públicos ou terceiro setor. “A contabilidade foca na entidade que atua no mercado: no registro das operações dela e na prestação de informação sobre o patrimônio, por exemplo”, explica Selma Alves Dios, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Já a graduação em economia é voltada para a chamada “macroeconomia”. “O profissional dessa área aprende a ter uma visão do funcionamento do mercado e da economia como um todo, no qual estão inseridas as instituições”, completa Selma. E, em administração, o foco é na gestão da empresa – questões estratégicas, recursos humanos, marketing, etc. “A contabilidade vai avaliar justamente os efeitos econômicos dessas ações aplicadas pelos administradores”, explica a professora.

Toda empresa precisa de uma pessoa formada em ciências contábeis?

Sim. “As empresas de pequeno porte não precisam necessariamente de um economista ou de um administrador, mas obrigatoriamente de um contador”, afirma Clésia Camilo Pereira, do departamento de ciências contábeis e atuariais da Universidade de Brasília (UnB). “O controle e a prestação de contas são imprescindíveis a todas as organizações, independentemente do tamanho ou da finalidade delas”, completa a professora Selma.

Isso faz com que o mercado da profissão seja amplo e que a oferta de empregos, satisfatória. Além de atuar especificamente nas empresas, é possível também trabalhar em escritórios que prestem o serviço de contabilidade para quem os contratar. “As firmas individuais, por exemplo, podem preferir contratar o escritório. O serviço encomendado por elas começa já na abertura dela, na legalização de todo o processo”, afirma Selma.

É preciso ser muito bom em matemática?

Não. A área da contabilidade não exige conhecimentos profundos de matemática pesada ou fundamentos mais densos dela. Embora o curso aborde tópicos como estatística e cálculo, não são demandadas habilidades complexas na profissão. É possível contar também com os avanços tecnológicos para fazer as operações matemáticas no dia a dia. “Atualmente, temos muitos sistemas informatizados que nos auxiliam”, afirma Clésia.

No entanto, apesar de não ser necessário ter conhecimentos tão aprofundados, é interessante que o estudante tenha prazer em lidar com números. Afinal, boa parte das tarefas da contabilidade os envolve.

A rotina da profissão é insana?

Depende. “A carga de trabalho é grande e demanda tempo”, afirma Selma. As tarefas envolvem questões de responsabilidade, como prestação e fechamento de contas. A necessidade de sempre fornecer dados corretos e de cumprir os prazos faz com que o profissional trabalhe sob pressão. Apesar disso, a existência de recursos tecnológicos para auxiliar na tabulação de dados pode facilitar a execução das tarefas.

É importante entender também que a demanda de trabalho é sazonal. Em início de ano, por exemplo, as declarações de imposto de renda podem sobrecarregar as equipes.

É necessário ter conhecimentos além da contabilidade?

Sim. “É uma área muito disputada por profissionais de economia, de direito e de administração. Se a pessoa mantiver somente a formação nos números e no registro de contas, ela vai perder a oportunidade de ampliar sua participação no mercado”, afirma a professora da UFF. Ela avalia que é importante ter visão de negócios, habilidade de planejamento e conhecimentos do cenário econômico. Especializações, por exemplo, podem aprofundar questões como controladoria, auditoria, mercado e finanças.

Clésia reforça a necessidade de ir além da formação básica. “Embora existam muitos profissionais no mercado, há a procura por aqueles que não se limitam às questões fiscais, que tenham também noções de gerência, por exemplo”, afirma.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

22 outubro 2017

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Quando um político pode ser "humano" (ao lado)

Notas de zero euros existe

Bebê escuta a sua mãe pela primeira vez (vídeo) 

Pocket of predictibility: quando o mercado acionário possui períodos curtos de previsibilidade

Clube de futebol português do Porto está revelando e-mails do seu inimigo, o Benfica. Inclui bruxaria. E Benfica deseja indenização. E aqui, como os e-mails chegaram ao Porto.

Especialista

“Angola não será a próxima Venezuela”. Essa é pelo menos a convicção que empresária Isabel dos Santos transmitiu num evento promovido pela Reuters em Londres, onde garantiu que entre Angola e Venezuela “não há praticamente nada em comum. Talvez só o tempo”, admitiu a empresária em declarações citadas no portal Angola Nossa.

No que diz respeito à corrupção, e questionada sobre se este é um dos problemas mais difíceis de resolver em Angola, a empresária rejeitou que o seu país possa ser conotado em exclusivo a essa situação. “A corrupção não é uma questão específica de um povo, ou de um país, é específico do ser humano. Depende da educação que se tem, da mãe, do pai, do professor”, realçou a empresária.


Fonte: Aqui


Quem é Isabel Santos? Ela é a mulher mais rica da África. Conseguiu boa parte da sua fortuna provavelmente por ser filha de José Eduardo dos Santos, presidente de Angola desde 1979.

Fato da Semana: Desemprego

Fato da Semana: Desemprego no setor contábil

Data: 19 de outubro 



Contextualização - Os dados do Caged, que este blog acompanha mensalmente, talvez seja a grande fonte de informação sobre o desempenho do setor contábil. Os dados informam o número de admitidos e demitidos, com ricas informações sobre ocupação, salário, idade, região, gênero, entre outras.Começamos a acompanhar estas informações há meses e já era perceptível os reflexos da maior crise econômica da história do Brasil no emprego. De janeiro de 2014 até o último mês foram extintas quase 38 mil vagas de trabalho formal. É muita gente sem emprego.

Relevância - A grande questão é que nos últimos meses ocorreu um descolamento entre os dados da economia e do setor contábil. Enquanto existe uma "recuperação" na economia, no setor contábil somente um mês o número de admitidos foi superior ao número de demitidos. Isto pode ser um reflexo de uma crise maior, estrutural, no setor? De qualquer forma, o otimismo daqueles que afirmam que "não falta emprego para quem quer trabalhar na área" deve ser visto com muita cautela. Em agosto ousamos afirmar que a recuperação talvez ocorra em novembro.

Notícia boa - Não. Mas pode ser pior se esta redução tiver associada a mudança na estrutura do trabalho na área, o que seria um sinal de que a reversão da tendência será muito pequena e lenta.

Desdobramento
- Arriscamos no passado dizer que a tendência irá mudar em novembro. É um palpite.

Mas a semana só teve isto? Além disto, as decisões do TCU.

21 outubro 2017

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Anindya Kundu: O impulso que os estudantes precisam para superar obstáculos


Como os alunos desfavorecidos podem obter sucesso na escola? Para o sociólogo Anindya Kundu, determinação e tenacidade não são suficientes; os estudantes também precisam desenvolver sua capacidade de ação, ou a capacidade de superar obstáculos e navegar pelo sistema. Ele compartilha histórias auspiciosas de estudantes que desafiaram as expectativas diante de seus desafios pessoais, sociais e institucionais.

19 outubro 2017

Mais Demitidos que Admitidos no setor Contábil: Alguém se importa?

O Ministério do Trabalho disponibilizou hoje os dados do mercado de trabalho formal de setembro de 2017. Em termos da economia, tivemos pelo sexto mês consecutivo mais contratações do que demissões. De abril deste ano até setembro foram criadas 210 mil novas vagas. É bem verdade que isto não representa uma recuperação nos níveis antes da crise econômica, mas parece que o pior já passou.

Mas no setor contábil, a coleta que este blog faz do mercado de trabalho mostra que a recuperação ainda não chegou. Dos noves meses deste ano, somente em janeiro o número de contratados superou as demissões. Em 2017 foram destruídas 6.166 vagas de emprego no setor; considerando janeiro de 2014 como marco inicial o número de demitidos supera os admitidos em quase 38 mil: 37.955.

Em setembro a crise atingiu principalmente as mulheres (-146 versus -41 dos homens), os escriturários (-132) e com instrução até o ensino médio completo (-594). O salário dos demitidos era 23,2% maior que dos novos contratados, dentro do padrão dos últimos meses, mas muito acima dos valores de 2014, por exemplo, quando a diferença era de 15,1%. Quanto maior a crise, maior a diferença salarial entre aqueles que perderam o emprego e aqueles que consiguiram carteira assinada. O tempo de emprego também é afetado pela crise: tende a aumentar quando a crise aumenta; no caso do setor contábil, as pessoas que perderam emprego possuíam um tempo médio de 38,77 meses (em setembro de 2015, por exemplo, era de 31,88 meses). Quanto a idade, tanto os admitidos quanto os demitidos tiveram um aumento na média.

A questão do p-valor na pesquisa científica

Geralmente as pesquisa científicas trabalham com o p-valor. Geralmente trabalhamos com um p-valor de 5%. Entretanto, recentemente, muitas críticas estão sendo dirigidas para esta estatística. Alguns periódicos estão simplesmente proibindo de usar o termo. E muitas pesquisas, quando replicadas, estão apresentando um p-valor acima de 5%, o que "não confirma" a conclusão dos trabalhos publicados.

Muitas sugestões tentam resolver este problema através de testes mais rigorosos e replicação das pesquisas. Outra solução seria mexer no p-valor usado tradicionalmente, de 5%:

Essa inconsistência é típica de muitos estudos científicos. É particularmente comum para p-valor em torno de 0,05 . Isso explica por que uma proporção tão alta de resultados estatisticamente significativos não se replicam.

Em setembro, meus colegas e eu propusemos uma nova idéia: Somente os valores de P inferiores a 0,005 devem ser considerados estatisticamente significativos. Os valores de P entre 0,005 e 0,05 devem ser chamados de sugestivos.

Em nossa proposta, resultados estatisticamente significativos são mais propensos a replicar, mesmo depois de explicar as pequenas probabilidades anteriores que geralmente pertencem a estudos nas ciências sociais, biológicas e médicas.

Além disso, pensamos que a significância estatística não deve servir como um limite de linha brilhante para publicação. Os resultados estatisticamente sugestivos - ou mesmo os resultados que são em grande parte inconclusivos - também podem ser publicados, com base em se eles relataram ou não importantes evidências preliminares sobre a possibilidade de que uma nova teoria possa ser verdadeira.


A base da ideia dos autores é o Teorema de Bayes.

TCU aponta problemas ...

Segundo o portal G1:

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou nesta quarta-feira (18) que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sofreu prejuízo de pelo menos R$ 304 milhões ao financiar uma operação de compra de frigoríficos nos EUA pela JBS, em 2008. (...)

Segundo o relator do processo, Augusto Sherman, a BNDESPar - braço do BNDES que compra participações em empresas – pagou 20% a mais por cada ação da JBS. Na época, cada ação deveria ter custado até R$ 5,90 ao BNDES, mas o banco pagou R$ 7,07.


O mesmo TCU afirmou ter existido superfaturamento de "pelo menos" R$187 milhões nas obras do Comperj. O segundo caso realmente é mais difícil de investigar. Mas o primeiro... As ações tinham preço no mercado, as informações estavam disponíveis desde 2008. Foram dez anos...

Toshiba

Segundo notícia da Reuters, a Toshiba, uma grande empresa japonesa, está sendo investigada pelo regulador deste país asiático. A investigação parece ter iniciado a partir do relatório de auditoria da PriceWaterhouseCoopers Aarata em agosto de 2016. No parecer, o auditor, de forma pouco usual, emitiu uma opinião qualificada para as demonstrações, mas uma opinião de adversa para a governança corporativa.

O problema estaria na avaliação da unidade da Westinghouse, nos Estados Unidos, onde a empresa apresentou prejuízos recorrentes. Antes disto, a Toshiba esteve envolvida na manipulação dos resultados. Há uma ameaça da Toshiba deixar de ser negociada na bolsa em razão dos problemas contábeis.

Links

Responsabilidade social corporativa na Amazon

Leonardo da Vinci é valorizado demais? (há controvérsia)

Rússia: Alugando jatinhos particulares para tirar fotos para o Instagran

Bancos britânicos envolvidos na lavagem de dinheiro da África do Sul

Na devolução do dinheiro ao Tesouro pelo BNDES, entrou a Caixa no meio

Xadrez: A mulher tem um desempenho melhor jogando contra os homens (como isto é contrário a um estereótipo)

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui