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09 outubro 2012

Contabilidade criativa e os repasses do BNDES

Editorial O Estado de S.Paulo
04 de outubro de 2012

O Tesouro Nacional deverá liberar entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões nos próximos dias para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a fim de que este possa prosseguir nas suas operações com empresas, inclusive do governo.

É um expediente que já foi denunciado, no passado, pela economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) que acompanhava a economia brasileira. No entanto, é apresentado pelas autoridades monetárias brasileiras como "contabilidade criativa".

No fundo, trata-se de uma operação de triangulação em que o Tesouro empresta recursos ao BNDES sem que, pelas normas contábeis, isso represente aumento da dívida líquida, pois são recursos repassados pelo banco de desenvolvimento a empresas controladas direta ou indiretamente pelo governo, que pagam dividendos ao Tesouro e, portanto, ajudam a elevar de modo sensível o superávit primário.

Fugindo das normas da transparência, nunca se explicou com clareza o custo dessas operações para o Tesouro. Na realidade, este paga juros mais elevados pela dívida que contrai do que os praticados pelo BNDES, e os dividendos que recebe parecem inferiores aos juros que paga. Os repasses ao BNDES não aparecem como despesas do governo, enquanto os dividendos que o Tesouro recolhe são incluídos nas receitas - um dos pontos altamente criticados.

Num momento em que o governo reconhece que não poderá alcançar a meta cheia de superávit primário do governo central - e terá de emitir mais títulos da dívida pública, sobre os quais incidirão mais juros -, essa "contabilidade criativa" apresenta graves inconvenientes.

É somente por causa de convenções contábeis que a dívida pública não está aumentando. Na realidade, ela cresce e exige o pagamento de juros, que é feito com emissão de novos papéis da dívida. Serão juros sobre os quais incidirão mais juros.

Por outro lado, desde que começou a campanha eleitoral, os governos estaduais foram autorizados a aumentar seus empréstimos, o que representa nova fonte de juros a pagar.

Por enquanto, a dívida pública está num nível administrável, mas poderá chegar a um ponto em que o País será forçado a pagar juros mais altos por sua rolagem, especialmente se a liquidez internacional - que vem sendo objeto de alertas pela presidente Dilma Rousseff - voltar a se estreitar.

De qualquer maneira, o fato de a equipe econômica estar anunciando que o superávit primário não será atingido já deve levar a um aumento dos juros que o Brasil está pagando.

Que tipo de financiamento para a sua empresa?

"Em recente matéria, a revista Exame lista Seis motivos para desconfiar de um investidor-anjo. O texto tem ótimas dicas para quem considera atrair um sócio-investidor para o seu negócio, mas os alertas focam questões de cunho basicamente jurídico e societário. Não há uma análise sob a ótica estratégica.

Minha dica vem de The Innovator's Solution: Creating and Sustaining Successful Growth, (Harvard Business School Press, 2003), de Clayton Christensen. Segundo o professor de Harvard, há que se diferenciar o Dinheiro bom do Dinheiro ruim.

Para o autor, Dinheiro bom é impaciente por lucro e paciente por crescimento, ao passo que o Dinheiro ruim é o paciente por lucro e impaciente por crescimento.

A explicação é bem direta: nas start-ups, especialmente aquelas focadas em Inovações Disruptivas, o lucro da operação é o melhor indicador de que um modelo de negócio é viável e sustentável. Já o crescimento, por sua vez, não ocorre da noite para o dia quando se persegue novos mercados, ou quando o público-alvo é formado por não-consumidores.

Se a empresa demora a atingir seu break even - e ainda cresce rapidamente, acelerando o aumento do rombo - ela corre o risco de transformar-se numa máquina de moer dinheiro e esgotar seus recursos, antes mesmo de ter a chance de tornar-se efetivamente sólida.

Por este motivo, até, Christensen sugere que o preço de um produto inovador deve ser determinado antes mesmo de se saber seu custo - e não o contrário. Se o preço que seu cliente está disposto a pagar pelo seu produto (você pesquisou isso, certo?) não cobre seus custos, então esqueça, pois seu negócio não é viável. E não é cobrando mais caro que você vai consertar isto."


Dinheiro Bom e Dinheiro Ruim - Rodolfo Araújo em "O Líder Acidental".
Imagem: Yonil

Ebitda

A Comissão de valores mobiliários (CVM) editou ontem instrução que uniformiza (1) o cálculo do lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês) entre as empresas abertas brasileiras. A medida foi bem recebida pelo mercado, e poderá facilitar a análise de investimento, já que atualmente cada companhia tem sua própria metodologia, afirmaram gestores ouvidos pelo Valor. (...)

"Existe um cálculo tradicional para o Ebitda, que está nos livros de finanças (2), e ele tem de ser atendido", explicou o superintendente. A empresa está autorizada a divulgar um Ebitda ajustado, calculado pela metodologia que achar mais adequada, desde que também publique o tradicional.

Ao escolher publicar os dois indicadores, a companhia também deve informar a metodologia. "Tem que divulgar tudo o que for necessário para que o investidor entenda como o Ebitda foi ajustado e possa refazer a conta se achar necessário", disse.

A instrução foi elogiada por gestores de investimentos (3), que consideraram a regra positiva e necessária para pôr fim à "bagunça" quando se refere ao cálculo usado pelas companhias para chegar a esse indicador.

Segundo André Querne, analista da Rio Gestão, o Ebitda é relevante para a análise de investimentos (4). "É coerente [a nova regra], pois se cada empresa fizer um ajuste diferente no Ebitda, acaba sendo um indicador não comparável", explicou.

O analista lembra que um dos métodos mais utilizados por gestores é o chamado "valor da firma", que é o FV/Ebitda - a soma do valor de mercado da companhia com sua dívida líquida sobre o Ebitda. Esse cálculo substituiu o P/L, a razão entre o patrimônio e o lucro líquido, indicador utilizado no mercado em meados dos anos 1990 (5).

Querne indica que, atualmente, cada empresa adiciona indicadores ao Ebitda para melhor refletir as características do negócio em que atua. "Existem ajustes inerentes de cada empresa e de cada setor. A maior parte das empresas só divulga o ajustado, e não o tradicional", disse.

"A medida é positiva, porque não impede a empresa de divulgar o ajuste. Por outro lado, mostra qual é o padrão", completou. Além disso, a padronização também facilita a comparação com empresas estrangeiras.

Para um analista de gestora que não quis se identificar, hoje o cálculo do Ebitda é "uma bagunça, pois cada empresa calcula da maneira que lhe convém".

Por outro lado, na opinião de Reno Azevedo, analista da JGP Gestão de Recursos, a instrução editada pela CVM não terá impactos. "Não faz muita diferença. O que importa são as informações divulgadas pela empresa, pois nós mesmos fazemos o cálculo do Ebitda, com a nossa própria metodologia (6)", disse.

A mudança passou por extenso debate no mercado. Segundo a CVM, a discussão foi bem recebida a colaboração dos interlocutores "influenciou muito a minuta final".

Fonte: Aqui

(1) É interessante que esta uniformização já era discutida desde 2006. Veja para isto o livro Teoria da Contabilidade, Niyama e este blogueiro, página 27, exercício 8.
(2) Livro de finanças decente não possui cálculo do Ebitda. Possui uma crítica feroz a este índice.
(3) É triste imaginar que estes gestores tomam decisão de investimento baseado nesta "coisa" chamada Ebitda. O leitor deveria aproveitar e anotar estas empresas para não ser clientes delas.
(4) Como este índice pode ser relevante para análise de investimento? Não faz sentido: não é caixa, não é lucro, não é nada.
(5) O P/L tem um suporte teórico, frágil é verdade, mas possui.
(6) Por um lado este gestor afirmou que acha isto tudo uma bobagem. E é. Mas afirmou que usa o índice.

Certificação Digital

Aos poucos, livros de centenas de páginas com a contabilidade das empresas são substituídos por arquivos digitais assinados e transmitidos digitalmente. Isso desde o início do Sped, (Sistema Público de Escrituração Digital), que começou em 2005 com a nota fiscal eletrônica.

Uma nova etapa de transição começa em outubro para cerca de 40 mil empresas paulistas. Elas terão de enviar arquivos digitais com informações de ICMS e IPI.

Não há uma regra para saber qual empresa está obrigada. A lista completa está disponível no site da Secretaria Estadual da Fazenda.

A transição é complexa, mas aponta para resultados positivos, segundo Roberto Dias Duarte, professor de gestão contábil eletrônica na PUC-MG. O mais óbvio é a economia com impressões e encadernações.

"É como comparar um computador com uma máquina de escrever", diz Duarte. Porém, ele diz que nem sempre o computador é mais rápido, pois a pessoa tem de aprender a usá-lo, compara.

Entre as vantagens do Sped, Duarte aponta a obrigatoriedade de uma melhora na gestão que a digitalização obrigará. Na escrituração digital, informações como controle detalhado do estoque, cadastro de produtos e fornecedores --informações que ficavam em livros de contabilidade-- estarão à disposição do Fisco instantaneamente.

Geuma Nascimento, sócia da Trevisan Gestão Consultoria diz que o Sped é uma realidade irreversível, da qual não adianta reclamar. Pelo contrário, o importante é se preparar e perceber as vantagens futuras que podem vir da implantação, como a diminuição da sonegação.


Folha de S Paulo, 8 de outubro de 2012

Jogadores mais bem pagos

Eis a lista dos jogadores de futebol mais bem pagos do mundo:

10. Cristiano Ronaldo - Real Madrid - 12,9 milhões de dólares
9. Messi - Barcelona - 13,6 milhões
8. Conca - Guangzhou - 13,7 milhões
7. Torres - Chelsea - 14 milhões
6. Drogba - Shanghai Shenhua - 15,6 milhões
5. Aguero - Manchester City - 16,2 milhões
4. Yaya Toure - Manchester City - 16,8 milhões
3. Wayne Rooney - Manchester United - 17,9 milhões
2. Ibrahimovic - PSG - 18,8 milhões
1 - Eto´o - Anzhi Makhachkala - 25,9 milhões

É interessante que os dois melhores jogadores do mundo são 9o. e 10o. colocados. Parte da lista pode ser explicada por jogadores que atuam em países com pouco espaço na mídia internacional e abrem mão da fama pelo dinheiro. É o caso de Conca, Drogba e Eto´o. Aguero e Yaya vestem a  camisa do City, que pagou um bom dinheiro para reforçar o time para ganhar o campeonato inglês. O PSG, o clube que mais contratou na temporada, possui o segundo lugar, com o sueco Ibrahimovic.

Likes

Recentemente o Facebook deletou os Likes falsos na rede social, gerados por malwares e contas falsas. Eis a lista de quem mais perdeu:

1. Kit Kat perdeu 3,012,539 Likes em 1 dia
2. Facebook perdeu 124,919 Likes em 1 dia
3. Red Bull perdeu 117,780 Likes em 1 dia
4. MLB perdeu 116,119 Likes em 1 dia
5. Dell perdeu 107,889 Likes em 1 dia
6. Coca-Cola perdeu 96,445 Likes em 1 dia
7. Farmville perdeu 61,225 Likes em 1 dia
8. CityVille perdeu 58,214 Likes em 1 dia
9. Samsung Mobile perdeu 52,717 Likes em 1 dia
10. Twitter perdeu 51,123 Likes em 1 dia

Fonte: Business Insidere, via aqui

Lehman Brothers

O banco norte-americano Lehman Brothers anunciou na sexta-feira que chegou a um acordo de princípios que põe fim ao seu litígio com seu braço europeu, o Lehman Brothers International (Europe), por ações que somam US$38 bilhões.

"James Giddens, que supervisiona a liquidação do Lehman Brothers e Tony Lomas, o liquidador do Lehman Brothers International (Europa) anunciaram o acordo para resolver todos os conflitos entre suas respectivas entidades", diz o comunicado.

Falta agora a aprovação do juiz de falências dos Estados Unidos, James M. Peck, assim como da Alta Corte Inglesa.

"Caso (o acordo) seja aprovado, os ativos poderão ser distribuídos aos clientes e credores do Lehman", aos quais já foram distribuídos mais de US$90 bilhões, diz o comunicado.

As duas entidades disputam uma grande quantidade de ativos, que devem ser distribuídos aos investidores que perderam dinheiro com a maior quebra bancária na história dos Estados Unidos.

O Lehman Brothers declarou falência no dia 15 de setembro de 2008, dando início a uma crise mundial sem precedentes.


Fonte: aqui

08 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

VALOR

Fonte: 9GAG

Skol no Vale do Silício

A Ambev mantém desde maio uma operação avançada em Palo Alto, no Vale do Silício norte-americano, voltada para projetos de inovação relacionados à marca Skol. Batizada de Garagem Skol, a estrutura funciona dentro de um centro de desenvolvimento de tecnologia da Anheuser-Busch Inbev e tem como missões criar projetos inovadores para a comunicação da marca, indicar novas tecnologias que podem ser aplicadas no Brasil e fazer ponte entre profissionais da companhia com empresas da região, como Google e Twitter.

À frente da unidade está Harry Lewis, que antes ocupava a gerência de marketing da plataforma jovem da marca no Brasil. O trabalho resultou em novos formatos, como um pocket show virtual na campanha de lançamento da nova embalagem da cerveja.

Fonte: Eduardo Duarte Zanelato

Frase

I think they were probably lovers.

(Jane Gleeson -White, autor de Double Entry: How the Merchants of Venice Created Modern Finance, sobre Pacioli e Da Vinci: Acredito que eles provavelmente eram amantes)

07 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Amigos Imaginários

Fonte: Dan Piparo

Cegueira conveniente ou desonestidade proposital?

Vocês já leram as postagens do professor César (aqui e aqui) e do Rodolfo (aqui) sobre o livro “A Mais Pura Verdade Sobre a Desonestidade”, mas ao devorar a introdução não pude me conter. Tive que ressaltar o início do livro por causa de um debate em uma das minhas aulas de governança.

Quando, em sala de aula, falávamos sobre fraude, surgiu a dúvida “filosófica” sobre a extensão do conhecimento das fraudes por empregados da Enron e do banco Panamericano. Não se trata de responsabilidade ou de inocência, mas do simples ato de saber. Conversamos um pouco sobre isso mas é difícil chegar a alguma conclusão.

O interessante é que já no início do livro, Dan Ariely fala sobre John Perry Barlow, um amigo que trabalhou como consultor para a Enron. Ariely comenta: “enquanto eu conversava com John estava interessado, especialmente, na descrição sobre sua própria cegueira conveniente”. Embora John fosse um consultor para a empresa em um momento em que a Enron estava perdendo o controle, ele não observou nada anormal. Muito pelo contrário. Como qualquer bastidor, John acreditou que a Enron era uma empresa líder e inovadora na nova economia.

A partir disso pondera-se até onde ocorreu (e ocorre) a cegueira conveniente. Se estivéssemos em uma dessas empresas, como reagiríamos? Até que ponto inventamos cenários para que as mentiras nos pareçam toleráveis e justificadas?
E bem no estilo “House” de ser, o livro de Dan Ariely defende que “todo mundo mente”. Você sabe quando está mentindo pros outros. Mas e pra você?

Corruptos na prisão

"Nos Estados Unidos, o preso tem direito a pedir para cumprir a pena em determinada penitenciária. O juiz pode aceitar o pedido, mas a palavra final é do Federal Bureau of Prisons, órgão que administra o sistema penitenciário federal. Em sua decisão, o FBP leva em conta se o grau de periculosidade do condenado combina com o nível de segurança da prisão. Blagojevich escolheu Englewood porque é uma prisão razoável. É lá que Jeffrey Skilling, o ex-presidente da Enron, ex-gigante do setor de energia, está cumprindo sua pena de 24 anos. Skilling foi condenado por sua participação no enorme escândalo contábil que acabou levando a Enron à falência, em 2001.

[...]

Não existe prisão feliz, mas existem prisões que punem com a perda da liberdade, como deve ser, e não com a perda da dignidade humana. Nos Estados Unidos, a crise que estourou em 2008 chegou às prisões, que estão cada vez mais superlotadas e com menos dinheiro. Na Califórnia, o custo das penitenciárias pressiona os gastos com as escolas e o sistema universitário. Para aliviar o peso orçamentário das prisões estaduais, o governo criou um programa para que mais criminosos cumpram pena nas cadeias municipais. Há casos de cidades que estão cobrando dos presos pelos gastos com comida, roupa e saúde. Os pobres não pagam nada.

[...]

Nos Estados Unidos, 1 000 americanos em média são condenados por corrupção a cada ano nas cortes federais (veja o quadro). No Brasil, contam-se nos dedos. Um levantamento feito por seis estudiosos da Universidade de Illinois mostra que Chicago é a cidade com mais corruptos - ou que mais prende corruptos. De 1976 até 2010, foram mais de 1 500 condenados. A segunda cidade é Los Angeles, com quase 1 300 presos, seguida de Nova York, com 1 200. A capital, Washington, é apenas a quarta na lista, com 1 000 corruptos presos em 34 anos."

Fonte: André Petry

Apoio à gestão privada e pública no Brasil

O Movimento Brasil Competitivo é uma organização (OSCIP) criada em novembro de 2001 e orientada ao estímulo e ao fomento do desenvolvimento da sociedade brasileira. Congrega as funções do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) e do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP). O movimento tem como objetivo principal viabilizar projetos que visam ao aumento da competitividade das organizações e da qualidade de vida da população.

O Movimento Brasil Competitivo vem apoiando trabalhos que estão contribuindo para transformar a gestão pública em diversos estados, como por exemplo, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Sergipe e Distrito Federal. Nessas ações, estão sendo aplicados conceitos básicos da administração, como o controle das despesas, estabelecimento de metas de trabalho, planejamento dos investimentos visando resultados, dentre outros. Ressalta-se que os recursos do MBC provêm da iniciativa privada, que espera ser beneficiada com a melhoria na qualidade dos serviços e a desburocratização da máquina pública.

[...]

Destaca-se, nas atividades daquela instituição, a implementação do Programa Modernizando a Gestão Pública (PMGP), a partir de 2005, em alguns estados brasileiros. O objetivo do MBC, conforme assinala Johannpeter (2009), é promover um aumento radical da competitividade das organizações privadas e públicas brasileiras, de maneira sustentável, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população.

MATIAS-PEREIRA, José. A Governança Corporativa Aplicada No Setor Público Brasileiro, Administração pública e gestão social, v. 2, n. 1, p. 110-135, jan./mar. 2010.

06 outubro 2012

Pense Nerd: The Blog

A loja Thinkgeek (que é super legal e já foi objeto de outras postagens – não, não recebemos comissão – infelizmente) está com uma camiseta interessante e por tempo limitado:

Camiseta “The Blog” escrita no estilo de filme de horror dos anos 50:

Segundo o site, os blogs são formidáveis porque permitem que “pessoas normais” opinem sobre tópicos geralmente reservados para a mídia tradicional (ou sobre tópicos negligenciados pela mídia tradicional). Sabe o que torna os blogs terríveis? Eles permitem que “pessoas normais” soltem suas opiniões por aí.

Aqui uma lista de coisas irritantes (divulgadas pelo site), sem ordem específica:

- Erros gramaticais – Veja bem, você escolheu se comunicar via palavra escrita. Aprenda-a! Não importa o quão passional você seja sobre determinado assunto, a sua postagem merece ser revisada antes das massas serem sujeitas a ela. E se as palavras não são o seu forte, talvez seja melhor você ficar apenas com o Tumblr (ou o Instagram).

- Comunicação "via única" – Isso não é um diário. Você posta algo cheio de opiniões que aparenta encorajar a discussão interativa, mas os comentários estão desativados? Você perde.

- Ausência – Todos nós caímos nessa eventualmente, mas postar uma lista de desculpas sobre o porquê da sua não postagem não se qualifica como uma verdadeira postagem. Se você não tem tempo, troque para o Twitter ou qualquer outra alternativa micro-blogging.

A camiseta está a venda por tempo limitado. ^.^

Rir é o melhor remédio


Fonte desconhecida

Fato da Semana

Fato da Semana: Doutorado da Unisinos

Qual a importância disto? O número de doutores em contabilidade no Brasil é muito reduzido. Até recentemente somente a Universidade de São Paulo formava doutores. Depois da chegada dos programas da UnB-UFPB-UFRN, Furb e Fucape, mais um doutorado é aprovado pela Capes. A aprovação da Unisinos é bem vinda já que o programa de mestrado desta universidade é um dos pioneiros na área.
A criação de mais um curso pode melhorar a produção científica da área. Mais uma universidade com um curso de doutorado tende a melhorar o debate acadêmico, com a possibilidade de abarcar áreas de pesquisas que atualmente não são contempladas pelos outros programas. Como o número de mestres existentes no Brasil é muito superior ao de doutores, existe uma demanda reprimida que pode ser atendida pela Unisinos.

Positivo ou negativo? – Positivo. A autorização irá significar mais pesquisadores na área.

Desdobramentos – A tendência é que outros programas que atualmente somente possuem o curso de mestrado sigam o caminho da Unisinos.

Aumento de estudos científicos fraudulentos

Segundo um novo estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, a fraude é um verdadeiro problema em publicações científicas e tem aumentado no decorrer das décadas.

O estudo analisou 2.047 artigos sobre pesquisas biomédicas (desde 1973) que foram mais tarde desacreditadas e retiradas de publicações científicas - constatou-se que a principal razão para a retratação não foram erros honestos (não propositais), mas sim fraude.

Mais de 40% das retratações foram devido à descoberta de fraude e 23% de plágio. A taxa de retratações de artigos publicados, apesar de pequena em porcentagem (cerca de 2.000 entre dezenas de milhões publicados nas últimas quatro décadas), está crescendo: aumentou cerca de 10 vezes nos últimos 37 anos.

Essa tendência é preocupante, porque mesmo um número muito pequeno de artigos fraudulentos pode acarretar enormes danos. A maior fraude mencionada no estudo é do Dr. Andrew Wakefield, um inimigo de vacinação. Seu trabalho científico falso relatava uma ligação entre autismo e vacinas, o que teve um impacto devastador sobre a saúde e o bem-estar de bebês e crianças de todo o mundo, pois as mães entraram em pânico e não quiseram vacinar seus filhos com medo deles ficarem doentes. Apesar do artigo ter sido retratado e desacreditado, muitos ainda continuam achando que Wakefield estava certo.

Recentemente, um médico britânico, Benjamin Goldcare, denunciou uma prática da indústria farmacêutica de omitir resultados negativos de novos remédios para vendê-los como se fossem eficazes. A cada ano, são testados e lançados uma infinidade de novos medicamentos. O sistema de teste e aprovação desses remédios coloca controle excessivo nas mãos dos fabricantes, de forma que eles quase sempre podem definir qual o veredicto sobre qualquer medicamento em fase de experimentos. Em busca de proteger os próprios interesses econômicos, os laboratórios farmacêuticos nem sempre liberam os remédios ao mercado com a garantia de que farão bem aos pacientes. Esse mecanismo coloca uma série de medicamentos no mínimo ineficazes no mercado. Além de não surtirem o efeito esperado, podem ocasionar novos problemas no organismo.

Com tudo isso, nos perguntamos: até que ponto devemos confiar em pesquisas científicas e na indústria farmacêutica?

Arthur Caplan, chefe da Divisão de Ética Médica do Centro Médico Langone da
Universidade de Nova York (EUA), acredita que denúncias são um grande passo para acreditarmos nos médicos e cientistas. A capacidade de admitir que há fraudes e “maçãs podres”, significa que o meio está alerta e consciente da necessidade de mais esforços para mudar esse cenário.

Caplan suspeita que a natureza cada vez mais competitiva da ciência, o desejo de garantir mais subsídios, patentes e patrimônios, a proliferação de revistas que não estão fazendo um bom trabalho de revisão também são culpados pelo aumento das fraudes. Segundo ele, a biomedicina tem de agir para deter essa tendência crescente. Mais educação para jovens investigadores científicos, sanções mais duras para fraude, e aumento dos recursos e recompensas para revisão científica podem ajudar a interromper essa onda.

Fontes: dth media, BBC News e HyperScience

The Honest Truth About Dishonesty

Mais um vídeo da RSA Animate - desta vez retratando o novo livro de Dan Ariely.



05 outubro 2012

Professor

"Uma das minhas responsabilidades é ajudar os estudantes a se prepararem mentalmente para a semana de provas. Eu sempre acreditei que devo ajudar a motivar os alunos. E porque não? Eu sou treinador e mentor. Se os alunos não recebem encorajamento da minha parte, então de onde irão receber?"

David Albrecht - Pondering the Classroom

Rir é o melhor remédio



Você sabe a diferença entre Incerteza e Risco?

Texto escrito por Rodolfo Araújo

À primeira vista estes conceitos parecem tão intimamente ligados que, escrever sobre eles, soa redundante ou mesmo inútil.

Como veremos, entretanto, há pequenas porém importantes diferenças entre Incerteza e Risco e, desconhecê-las, pode levar a decisões incorretas.


Risco é quando todas as variáveis de uma situação são conhecidas e você consegue calcular as probabilidades de cada uma delas acontecerem. Depois, ao combinar os resultados, você tem uma medida precisa das chances de aquilo resultar em algo bom ou ruim.

Mas quando uma ou mais variáveis são desconhecidas - ou quando não se sabe o impacto real que cada uma delas pode ter - então estamos tratando de uma situação de Incerteza.

Isto posto, já dá para perceber que, na vida real, a maioria das situações nas quais avaliamos Riscos estamos, na verdade, falando de Incertezas - especialmente no mercado financeiro.

Ocorre, no entanto, que cada um dos termos causa reações diferentes em quem os escuta.

Num cenário de "Incerteza", parece que alguém não sabe o que está fazendo. A falta de certeza não sugere um ambiente complexo demais ou um problema matematicamente intratável. Ao contrário, parece demonstrar incompetência - o que, vimos, não é o caso.

Já "Risco" é visto como algo controlado e previsível - como de fato é. Mas quando você tem uma visão de Risco sobre algo que é Incerto, estará sendo levado ao erro de trocar o quase certo pelo totalmente duvidoso.

Os mais bem pagos


Fonte: Revista Fortune via Radar Econômico

Novas normas

O CPC divulgou as novas audiências públicas para revisão de CPC´s, de acordo com o sitio:

"O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) oferecem à Audiência Pública Conjunta a revisão de quatro documentos:
CPC 19 - Negócios em conjunto;
CPC 35 - Demonstrações Separadas;
CPC 17 - Contratos de Construção;
CPC 30 - Receitas."
A minutas estão disponíveis no sitio do CPC em Audiência Públicas.

Via Caminhos do Saber

Violência



Frase

"I maybe need to get a new accountant.

(Romney para Obama, no primeiro debate da eleição presidencial)

PwC

A empresa PwC teve $ 31,5 bilhões de dólares em receitas em 2012. O aumento na receita foi ajudado pelos trabalhos de consultoria, que aumentaram 17%. Já a receita de auditoria aumentou 3%. Da receita, cerca de 12 bilhões são provenientes da Europa Ocidental e 11,5 bilhões dos EUA, informou a Reuters.

04 outubro 2012

Doutorado em Contabilidade na Unisinos

A 139ª Reunião do Conselho Técnico-Científico do Ensino Superior (CTC/ES) aprovou mais um doutorado em Ciências Contábeis:

Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Rio Grande do Sul.

A Unisinos também recebeu aprovação para o mestrado em gestão educacional, doutorado em engenharia de produção e sistemas e doutorado em psicologia.

Ademais, autorizaram mais um doutorado em administração no Rio de Janeiro (UNIGRANRIO - Universidade do Grande Rio - Prof. José de Souza Herdy).

Veja os demais cursos autorizados aqui.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Cruzeiro do Sul

A investigação dos motivos que levaram à liquidação do banco Cruzeiro do Sul continua revelando informações pitorescas.Segundo a Polícia Federal, Luis Octavio índio da Costa e seu pai, Luis Felippe, controladores do banco, usaram uma empresa para esconder bens que haviam adquirido ilegalmente.A empresa, batizada de Star, teve seu capital multiplicado por 160% em dois anos. O curioso é a forma como esse crescimento foi alcançado.Os índio da Costa aportaram até mesmo um Porsche Cayenne, carrão avaliado em 500.000 reais, no capital da empresa.

Fonte: Exame

Careca

Homens com cabeças raspadas são percebidos como mais masculino, dominante e, em alguns casos, possuem maior potencial de liderança do que aqueles com vastos cabelos ou com queda de cabelo, de acordo com um estudo recente realizado pela Universidade de Wharton, na Pensilvânia.

Fonte: WSJ

TIM

A TIM Participações esclareceu, em relação à nota publicada pelo colunista Lauro Jardim no Radar On-line da revista Veja, que os R$ 6,6 bilhões mencionados na coluna não correspondem a dívida, mas a contingências.

"Não há dívida de R$ 6,6 bilhões como informou o artigo. Conforme apresentado em nossas demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2011, este montante refere-se a contingências cujo grau de risco, segundo avaliação interna e de profissionais independentes, não exige provisionamento segundo as normas contábeis aplicáveis à matéria", diz o diretor de Relações com investidores da TIM, Rogerio Tostes Lima, em comunicado.

A empresa diz ainda que "todas as premissas de avaliação de risco adotadas pela companhia, que resultaram nas provisões de contigências reportadas nas suas demonstrações financeiras, inclusive aquelas de ordem tributária, foram feitas em estrito cumprimento de todas as regras contábeis aplicáveis".

Sobre a alegação de abertura de uma investigação por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Securities and Exchange Commission (SEC), Lima diz que a companhia tem ADRs listados na NYSE e está adicionalmente sujeita aos controles e procedimentos da Lei Sarbanes-Oxley (SOX). "A Seção 404 da SOX, por exemplo, determina uma avaliação anual dos controles e procedimentos internos, que vem sendo feita regularmente, para a emissão de relatórios financeiros, entre os quais se incluem aqueles relacionados à contabilização de nossas provisões para contingências", diz.

Segundo Lima, nos exercícios financeiros de 2009, 2010 e 2011, auditores independentes executaram procedimento específicos, testando os métodos utilizados pela TIM e emitiram relatórios, sem ressalvas, atestando tanto a razoabilidade das demonstrações financeiras quanto a eficácia dos controles internos e dos procedimentos executados para a emissão dos relatórios financeiros.

Em relação à CVM, Lima diz que a TIM tem conhecimento de uma reclamação feita junto à autarquia pelo acionista minoritário JVCO Participações Ltda., empresa do grupo Docas Investimentos controlada por Nelson Tanure, a respeito do tema tratado na coluna de Lauro Jardim. Segundo Lima, a TIM já se manifestou há tempos junto à própria CVM.

"A companhia esclarece que a CVM ainda não se pronunciou acerca da reclamação feita por aquele acionista ou mesmo das informações prestadas pela companhia, que continua pronta a demonstrar a correção do procedimento adotado e das demonstrações financeiras publicadas e informadas ao mercado. Da mesma forma, a companhia não tem nenhuma informação, e nem foi solicitada pela SEC, a se manifestar acerca de qualquer procedimento ou investigação a respeito da mesma matéria", diz Lima.

O executivo diz que são absolutamente inverídicas, equivocadas e falaciosas as afirmações feitas na coluna ou mesmo na reclamação feita pela JVCO. Por isso, diz, a TIM está avaliando as medidas jurídicas a serem adotadas para a preservação dos interesses da companhia e de seus demais acionistas.


Valor de R$ 6,6 bi é contingência e não dívida, esclarece TIM - 3 de Outubro de 2012 -  Estadão.com.br

Ágio

Tudo indica que o esforço dos contribuintes para conseguir manter o benefício fiscal da amortização de ágio gerado em aquisição surtiu resultado. O texto de uma minuta da medida provisória que determinaria o fim do Regime Tributário de Transição (RTT), a qual o Valor teve acesso, traz novas regras, restringindo o uso do benefício, que reduz o Imposto de Renda (IR) e a CSLL a pagar.

A Receita Federal queria simplesmente acabar com o ágio, que tem gerado inúmeros casos de autuações bilionárias. Mas após negociações entre empresários e governo, essa solução intermediária é a que tem mais chances de prosperar.

De acordo com o Subsecretário de Tributação e Contencioso da Receita, Sandro de Vargas Serpa, a proposta de MP seria encaminhada à presidente Dilma Rousseff até sexta-feira. Serpa admite, entretanto, que o prazo poderá ser estendido, já que depende da agenda da Fazenda.

Antes da publicação, detalhes finais ainda seriam debatidos. "Esse projeto foi feito no âmbito da Receita Federal, e logicamente colhemos impressões, tivemos contato com alguns tributaristas de forma informal. Agora que a minuta está pronta, o Ministério da Fazenda chamará alguns institutos e federações para conversar em cima de algo mais concreto", disse Serpa, em um evento na semana passada.

Há certa urgência para a publicação da MP, já que alguns prazos devem ser cumpridos para que as normas entrem em vigor a partir do início de 2013. Com base na Constituição, a medida provisória deve ser publicada até o fim deste ano para ter efeitos em relação às mudanças no IR. Já em relação às contribuições, as alterações passam a ter efeitos práticos após 90 dias a contar da sua edição. Porém, a Constituição também estabelece que a MP deverá ser convertida em lei ainda neste ano para valer em 2013, caso majore o IR a pagar.

Com eleições e o julgamento do mensalão, especialistas acreditam que é improvável que isso seja possível. "O que pode acontecer é que o governo diga que não se trata de uma majoração, como aumento de alíquota ou da base de cálculo", diz o advogado Luiz Rogério Sawaya Batista, do escritório Nunes e Sawaya Advogados.

Conforme o texto, a dedutibilidade fiscal do ágio será proibida em operações dentro do mesmo grupo econômico. Outra mudança tem relação com o cálculo do ágio em si. Até 2007, ele era obtido pela diferença entre o preço pago e o patrimônio líquido contábil da empresa adquirida. Agora, fica claro que ele será composto pela diferença entre o preço de aquisição e o valor justo dos ativos líquidos comprados. "Com isso, o valor do ágio vai diminuir", afirma Sawaya. Quanto menor o ágio, menor o benefício fiscal.

Outra mudança, que ainda não estaria totalmente definida, tem relação com o prazo. Hoje o ágio é amortizado num intervalo de cinco a dez anos, a partir do momento da incorporação da empresa adquirida. Mas, na prática, quase todas as empresas usam o prazo mais curto.

Pelo texto da minuta, a amortização só começaria a ocorrer a partir do quarto ano da aquisição, também por um mínimo de cinco anos dali em diante. Com a dilatação do prazo para nove anos, o valor presente do benefício fiscal será menor.

Esse prazo de quatro anos para início da dedução foi considerado muito longo por Pedro Cesar da Silva, da ASPR Auditoria e Consultoria. "Evidentemente que o setor empresarial deverá tentar reduzir isso no Congresso", diz. Por outro lado, Silva diz que a solução "foi um alento para o setor empresarial", se for levado em conta que o Fisco queria acabar totalmente com o benefício.

O presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Antonio Castro, diz que o órgão não foi procurado formalmente pela Fazenda para discutir a minuta. Mas adianta que vê com preocupação a mudança no prazo para amortização do ágio. "Nesse momento, vemos com preocupação medidas que possam ser inibidoras de aquisições, porque o benefício, nesse caso, estaria sendo mandado para o futuro", afirma.

O rigor na fiscalização de operações que gerem ágio também deve ficar maior caso essa minuta seja aprovada, segundo Silva. Isso porque o texto prevê que os laudos usados na incorporação deverão ser registrados em cartório, o que não era exigido até então. Além disso, deve haver uma aceleração nos processos de incorporação que estão em curso. Isso porque o texto prevê que as incorporações feitas até 31 de dezembro de 2012 seguirão as regras já existentes.

Para Eduardo Kiralyhegy, do Negreiro, Medeiros & Kiralyhegy Advogados, a mudança no ágio deve dar fôlego à arrecadação e ao mesmo tempo inibir as operações de incorporações. "Virou uma febre fazer operação societária como forma de planejamento fiscal e ter um ganho imediato", diz. Por essa nova maneira proposta na minuta, essas incorporações terão que ser consideradas na sua essência e pensando na sua continuidade, de acordo com Kiralyhegy.

Além da questão do ágio, a MP traz todas as regras que deverão ser seguidas para apuração do lucro real, com o fim do RTT. Segundo Kiralyhegy, a minuta preserva a neutralidade fiscal. Mas em vez de se fazer os ajustes em uma declaração separada (Fcont), como ocorreu entre 2008 e 2012, passa-se a fazer agora no e-Lalur. "É uma saída razoável porque não se criou uma nova regra. Não deve elevar a carga tributária."

Além do fim do RTT, a MP traz uma definição de "receita bruta", que é base para incidência de tributos como PIS, Cofins e contribuição previdenciária. Além da receita de venda de bens e serviços, o texto considera como faturamento "as receitas da atividade ou objetivo principal da pessoa jurídica", que não sejam de vendas de bens e serviços.

Para Sawaya, o novo texto não afeta a discussão, em andamento no Judiciário, sobre o que entra na base de cálculo do PIS e da Cofins para as instituições financeiras. "Mas o novo conceito aumenta a base de cálculo das empresas que recolhem o PIS e a Cofins cumulativos pelo regime do lucro presumido", afirma.

A Receita tentou incluir um conceito de receita bruta mais amplo na Lei 12.715, mas a definição foi vetada pela presidente Dilma após reclamação de empresários, para que houvesse uma discussão mais profunda sobre o tema. Na versão vetada, seria considerado receita bruta "o ingresso de qualquer outra natureza auferido pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou de sua classificação contábil, sendo também irrelevante o tipo de atividade exercida pela pessoa jurídica".

Um assunto da minuta que ainda gera mais controvérsia entre o Fisco e as empresas é a tributação de aquisições com deságio, ou seja, quando ocorre o que os técnicos chamam de compra vantajosa. Nesse tipo de transação, o preço pago pelo comprador é inferior ao valor atualizado dos ativos líquidos recebidos.

Pela contabilidade societária, quando isso ocorre a empresa compradora deve registrar um lucro, correspondente a essa diferença, de uma única vez. A Receita entende que se aquele lucro servirá como base de pagamento de dividendos, a tributação de todo esse ganho deve ocorrer também de uma única vez.

Mas como esse é um lucro não realizado do ponto de vista de caixa, as empresas tentam convencer o Fisco de que a tributação desse ganho na compra vantajosa ocorra conforme os ativos adquiridos sejam vendidos ou baixados. "Apesar dessas operações serem mais difíceis de ocorrer, deve trazer um impacto financeiro grande para as companhias que fizerem essa operação", diz Silva, da ASPR.


Receita deve alterar regras para ágio em aquisições - 3 de Outubro de 2012 - Valor Econômico - Bárbara Mengardo, Adriana Aguiar, Laura Ignacio e Fernando Torres | De São Paulo

Revolução

Se você, leitor, não consegue se imaginar trabalhando sem uma máquina de xerox por perto, é bom se preparar: estudo recente com mais de 7,2 mil profissionais do mundo todo feito por pesquisadores do LinkedIn apontou 13 itens (inclusive o xerox) que, da mesma forma que os disquetes e a internet discada, deverão “sumir” dos escritórios nos próximos anos.

Confira a lista:

Gravador de fita;
Fax;
Arquivos com fichas de papel;
Horário de trabalho padrão;
Telefone de mesa;
Computadores de mesa;
Roupa de trabalho formal (terno, gravata etc);
Escritório especial para gerentes/executivos;
Cubículos;
Pen-drive;
Escritórios com porta;
Cartão de visita;
Máquinas de xerox (em tempo: o termo mais preciso é “fotocopiadora”; “xerox” é uma marca).

Fonte: Alexandre Alcantara

Reconhecimento da Receita

Com respeito ao projeto de norma referente a reconhecimento da receita, os ajustes a valor do tempo, que tem gerado oposição, deve ser mantido pelo Fasb e Iasb no projeto conjunto de convergência, informou o Journal of Accountancy:

se um contrato com um cliente tem uma componente de financiamento significativa, a entidade deve ajustar a quantia de retribuição prometida para os efeitos do valor do dinheiro no tempo.

As empresas Boeing , General Motors e Chrysler defendem a eliminação deste aspecto.

03 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Você viu ele? Provavelmente não. Pois você estaria morto.

Provisão

A TIM é acusada de irregularidades em seu balanço pela JVCO Participações, acionista minoritário da empresa. O investidor denunciou a operadora de telefonia móvel na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e na sua equivalente nos Estados Unidos, a SEC (Security Exchange Commission).

A JVCO Participações acusa a TIM Participações S/A, controlada pela Telecom Italia, de provisionar quantia "irrisória" em seu balanço para o pagamento de riscos tributários --autuações feitas pelos fiscos municipais, estaduais e federal. A empresa nega a denúncia e que haja problemas junto à CVM.

Mesmo com a negativa da TIM, as ações da companhia despencavam 5,72% às 16h09 desta terça-feira (2), pouco menos de uma hora antes do fechamento do pregão. Na mesma hora, a Bovespa caía 0,72%. Operadores citaram a divulgação da denúncia como o motivo para a queda no valor dos papéis.

Segundo a JVCO, acionista minoritária da TIM no Brasil, a empresa possuía mais de R$ 6,6 bilhões em autuações em 31 de dezembro do ano passado, mas apenas R$ 126,53 milhões (1,9% do total) foram provisionados para o pagamento dessas dívidas no balanço de 2011.

A denúncia diz que esse provisionamento era de 10,65% das autuações em 2009 e de 6% no ano seguinte.

A JVCO diz que, caso a TIM não tivesse adotado "uma postura conservadora" para o provisionamento em 2011, a empresa não teria registrado lucro líquido de R$ 1,281 bilhão no período --dos quais R$ 533 milhões foram destinados à distribuição de dividendos aos acionistas.

Para a TIM, no entanto, essa dívida não existe e o montante total refere-se "a contingências cujo o grau de risco não exige provisionamento segundo as normas contábeis aplicáveis".

"Todas as premissas de avaliação de risco adotadas pela companhia, que resultaram nas provisões de contigências reportadas nas suas demonstrações financeiras, inclusive aquelas de ordem tributária, foram feitas em estrito cumprimento com todas as regras contábeis aplicáveis", disse a empresa em comunicado ao mercado.


TIM é acusada de irregularidades em seu balanço por acionista minoritário - REUTERS

Enanpad

Claudia Cruz foi ao Enanpad e escreveu um post sobre o valor elevado que é cobrado neste congresso:

Trata-se de um dos congressos mais caros da área, um estudante (graduação, mestrado ou doutorado) que não fica hospedado nos hotéis recomendados pelo evento, que mora na cidade do evento, por exemplo, não consegue participar sem gastar cerca de R$ 1.100,00! Este ano o nível de economia de despesas do evento assustou... Não se tinha nem mesmo água para beber nas salas onde ocorreram as sessões de apresentações dos trabalhos, onde o coordenador da sessão e demais congressistas ficavam pelo menos duas horas. Nada de certificados impressos... Consciência ecológica? Tenho lá minhas dúvidas se isso é amor às árvores e à Camada de Ozônio! E uma pasta vergonhosa, que não tem utilidade nem mesmo para levar livros para a faculdade ou fazer compras no supermercado. Porém essa redução de custos não se refletiu em um único centavo de economia para os participantes. Mas é “status” estar no EnANPAD... E muitos acadêmicos vão lá desfilar seus achados, teorias, grifes e narizes empinados...

Acho que os organizadores desse congresso (a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração e seus líderes) precisam de algumas lições de Contabilidade de Custos! Gostaria de ver prestações de contas do EnANPAD, contas auditadas das atividades da Associação e um contador assinando os relatórios! Vamos reduzir essa assimetria informacional!

A propósito, existe a divisão acadêmica de Contabilidade, mas sempre ficamos no porão! Isso mesmo! Os trabalhos da área de Contabilidade foram apresentados no segundo subsolo do Hotel Windsor na Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, onde o evento vem ocorrendo há três anos consecutivos.


Faz tempo que não vou ao Enanpad. Fui coordenador de área e na época o congresso ficava praticamente de graça. Depois disto, tentei ser associado, mas eles não mandavam o boleto para pagamento. Hoje não vou mais em razão do preço cobrado.

Mas discordo da posição da Claudia quanto o valor. A Anpad, que organiza o congresso, sabe que vários congressistas são patrocinados por suas instituições de ensino. Ou seja, quem paga é o dono da faculdade ou os contribuintes (instituições públicas). Por isto eles cobram caro. Outros participantes são os estudantes, que querem publicar num congresso.

Ignóbil

O prêmio Ignóbil deste ano premiou uma pesquisa muito interessante para a área comportamental. Um dos ramos crescentes de pesquisa é colocar uma máquina que "lê" o que se passa no cérebro, denominada de ressonância  magnética funcional (fMRI), quando, por exemplo, você mostra imagens. Esta experiência básica na neurociência tem sido reproduzida muito nos últimos anos. Os ganhadores do Ignóbil fizeram um estudo deste tipo, com uma importante diferença: em lugar de um ser humano usaram um salmão morto.

A experiência mostrou as enormes fraquezas das pesquisas com fMRI. Apesar do deboche do prêmio, a constatação da pesquisa foi útil para alertar sobre os problemas da neurociência.

Leia mais aqui

Criatividade




Fonte: Aqui

Fisco

O volume de investimento norte-americano no mercado brasileiro poderá cair a partir do próximo ano em função de uma nova regulamentação imposta pelo governo dos Estados Unidos, a Fatca (Foreign Account Tax Act). Pela legislação, o governo deverá ser informado sobre qualquer movimentação financeira de americanos em fundos de investimento no exterior. A intenção é evitar sonegação e evasão fiscal.

Segundo a empresa de auditoria KPMG, a adaptação à legislação exigirá mudança nas estruturas operacionais das gestoras dos fundos de investimento no Brasil.


Fonte: aqui

Norwalk Agreement

Estamos completando dez anos do acordo realizado na cidade de Norwalk, Estados Unidos, entre o Fasb e o Iasb. As duas entidades reguladoras de normas contábeis, dos Estados Unidos e do Iasb, acertaram tentar reduzir a diferença existente entre as duas abordagem.

Tammy Whitehouse, do Compliance Week, lembra que a data está passando em branco: parece que o movimento de convergência está reduzindo, com as divergências  existentes entre ambas entidades.

Previdência

Preocupado com os altos gastos da Previdência Social com pensões pagas após a morte dos contribuintes, o governo começou a estudar alterações profundas no atual sistema de concessão do benefício. A intenção é aproximar o modelo brasileiro das fórmulas utilizadas na maior parte do mundo, que contam com mais restrições em relação aos valores desembolsados e às pessoas aptas a recebê-los.

O secretário de Políticas de Previdência Social, Leonardo Rolim, afirmou ontem que as mudanças nas regras de pensões por morte no País estão entre as prioridades da pasta comandada pelo ministro Garibaldi Alves. "O Brasil tem o sistema mais benevolente de pensões do mundo e não dá para manter sistema como está", afirmou Rolim. Porém, ele não disse que ação será adotada.

(...) A cifra é elevada, mas o governo tem contas mais salgadas a pagar. O sistema de previdência dos servidores públicos terá este ano um déficit de R$ 60 bilhões, mas ele atende a apenas 953 mil funcionários inativos.

Rolim citou vários pontos nos quais o modelo brasileiro se distancia dos sistemas de outros países. "Aqui, por exemplo, não há prazo de carência nem prazo mínimo para o recebimento do benefício após um casamento ou união estável. Além disso, no Brasil são pagos valores integrais dos benefícios, não importando a quantidade de dependentes."

Outro ponto elencado pelo secretário é a transferência da cota dos dependentes para os viúvos. Se um segurado falece, a pensão é dividida entre seu cônjuge e os filhos menores. Quando os filhos atingem a maioridade, a parcela que era paga a eles passa para o viúvo ou viúva do segurado. Em outros países, ela é extinta.


Previdência é 'benevolente' e deve mudar, diz governo - 2 de Outubro de 2012 - O Estado de São Paulo - EDUARDO RODRIGUES

Preços com elevada margem

Este texto comenta produtos que possuem uma elevada margem sobre o custo. Concordei com quase toda lista e acho que se aplica perfeitamente ao Brasil:

1. Pipoca e doces no cinema
2. Remédios prescritos
3. Diamantes
4. Água engarrafada
5. Saladas
6. Armação de óculos
7. Refrigerantes
8. Mensagem de textos
9. Vinho e Champanhe
10. Minibar de hotel

02 outubro 2012

Gasb

Depois da notícia que Leslie Seidman estaria deixando o Fasb, a entidade que trata das normas contábeis nos Estados Unidos, o seu similar para o setor público daquele país, o Gasb, parece que também está procurando um novo presidente. Robert Attmore, que desde 2004 dirige o Gasb, estaria deixando a entidade.

Rir é o melhor remédio


Conheça o single Gangnam Style,o rapper sul-coreano PSY e o vídeo mais curtido da história do You Tube:





O Hitler também aderiu ao estilo Gangnam:

Até a The Economist se rendeu ao fenômeno: Investing Gangnam Style 


Burocracia

Estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria), obtido pela Folha, revela que 92% dos empresários das indústrias da construção, transformação e extrativista atribuem parte de sua perda de competitividade ao excesso de burocracia.

Segundo o levantamento, o problema reflete nas vendas para o mercado nacional e internacional.

Dos empresários entrevistados, 85% afirmam que teriam melhor desempenho se o governo enxugasse a quantidade de obrigações impostas pela legislação vigente.

(...) A pesquisa foi feita com representantes de 2.388 indústrias. Foram ouvidas 867 pequenas empresas, 909 médias e 612 grandes. O período de coleta foi de 2 a 17 de abril de 2012. (...)

Para 60% dos empresários consultados, o resultado prático dessa postura de governo é o aumento de gastos das empresas e a destinação de recursos para atividades não ligadas à produção.

Outro problema apontado pelo estudo é a frequente alteração das normas, que criam um ambiente instável para os negócios.

Papelada é entrave para 9 entre 10 industriais - JULIA BORBA- Folha de S Paulo - 9 set 2012

PME

O prazo para a aplicação do novo padrão contábil para as pequenas e médias empresas, o IFRS (International Financial Reporting Standards), em vigor desde janeiro de 2010, vence em janeiro de 2013. Apesar do largo período para adequação, poucas empresas cumpriram a determinação baixada pelo Banco Central e regulamentada por portaria do Conselho Federal de Contabilidade, o CFC. E, em caso de fiscalização, poderão ser multadas.

O processo de convergência obriga todas as empresas brasileiras e órgãos da Administração Pública a adequarem suas Demonstrações Financeiras para o padrão Internacional, destacando que as Pequenas e Médias Empresas possuem uma norma internacional compilada e sintética (IFRS PME), mas que traz os mesmos conceitos da norma integral. (...)


Fonte: Aqui

Fraudes

As perdas dos bancos com fraudes eletrônicas aumentaram 60% em 2011, segundo dados da Febraban (federação dos bancos). O prejuízo total das instituições foi de R$ 1,5 bilhão.

Bancos perdem R$ 1,5 bi com fraudes - 01 de Outubro de 2012 - Folha de São Paulo

Imagens históricas

Por causa da Érika Chad "curti" uma Fan Page muito interessante no Facebook:

Imagens Históricas


A desta postagem: “Rio, 1968: imagem da Sexta-Feira Sangrenta

Em 22 de julho de 1968, diversos intelectuais e artistas participaram de uma passeata contra a repressão policial aos estudantes no Rio, episódio conhecido como a Sexta-Feira Sangrenta. Nesta foto, de autor desconhecido, aparecem da esquerda para a direita: Carlos Scliar, Helio Pellegrino, Clarice Lispector, Oscar Niemeyer, Glauce Rocha, Ziraldo e Milton Nascimento.”

01 outubro 2012

Rir é o melhor remédio


Um comercial de produto de beleza. Uma ideia simples e criativa.

Contrarreforma na Previdência (II)


FABIO GIAMBIAGI É ECONOMISTA E AUTOR DE REFORMA DA PREVIDÊNCIA ED. CAMPUS) - O Estado de S.Paulo
Dou continuidade, com o texto de hoje, ao artigo da semana passada, no qual abordei o desafio previdenciário. Naquele quis mostrar as tendências com que o País se defronta e apontar para o desleixo com que se tem abordado o fenômeno. O relato da incúria nacional, porém, não acaba nas questões já tratadas.
Sabia-se há tempos que no Brasil as famílias têm cada vez menos filhos e que a sociedade está envelhecendo. Com base nessas premissas, a revisão populacional do IBGE de 2008 projetou a população até 2050, ano a ano, incluindo a previsão para 2010. Pouco depois foi possível cotejar previsão e realidade, à luz dos dados do Censo de 2010. E a realidade acabou confirmando aquele cenário, mas em escala mais intensa: o Censo informou-nos que as famílias estão tendo menos filhos - porém foi além e disse que estão tendo ainda menos filhos do que se imaginava. E ele nos informou que as pessoas estão vivendo mais - porém também neste caso foi além e disse que estão vivendo mais do que se supunha.
A comparação dos resultados observados em 2010 do Censo daquele ano com o cenário populacional para 2010 previsto na revisão de 2008 indica que a população total se revelou muito próxima da prevista - apenas 1% inferior à projeção - e o grupo de 15 a 59 anos foi praticamente o mesmo que na projeção. O mais importante, contudo, foi o que aconteceu com os grupos etários extremos. No grupo de crianças e adolescentes, a população efetivamente observada no Censo de 2010 entre zero e 14 anos revelou-se 7% inferior à prevista na projeção feita em 2008 para aquele ano. Já a população com 60 anos e mais no Censo de 2010 foi 7% maior do que a projeção. Os efeitos de longo prazo, se o País não se preparar para essa realidade, serão dramáticos: haverá poucas crianças e poucos jovens - menos ainda do que imaginávamos; e haverá muitos idosos - que viverão mais do que se pensava. Trata-se de um desafio maiúsculo.
Por um lado, isso é ótimo. Quem não gosta de poder viver mais? Por outro, mais idosos com menos indivíduos trabalhando representarão uma combinação pesada para a geração que vier a sustentar as nossas aposentadorias. Que as pessoas envelheçam e as sociedades tenham de se adaptar a isso é parte da vida. Que os nossos filhos tenham de pagar mais para financiar uma legião de aposentados que teremos nos aposentando precocemente, todavia, é um ato de egoísmo para com as gerações seguintes.
Nada disso é novidade - mas todos fingem que o problema não existe. O governo federal optou anos a fio por surfar na popularidade fácil, em vez de arregaçar as mangas e se dedicar à arte do convencimento, mostrando a importância de aprovar uma reforma previdenciária. O mercado tapou os olhos para aqueles números a fim de ganhar rios de dinheiro nos anos de euforia. E os diversos grupos sociais curtiram o período na base do "vou muito bem, obrigado", desde os mais pobres, que ganharam Bolsa-Família, até os mais afortunados, que aproveitamos os anos de dólar barato para frequentar com assiduidade o exterior.
À luz dessa situação, o virtual fim do fator previdenciário, de que o governo estaria cogitando para depois das eleições, tem um conflito insanável com a lógica. De fato, a uma situação já complexa por questões demográficas o fim do fator previdenciário adicionará um problema maior ainda: a cada aposentado que vier a falecer, nós o estaremos substituindo no sistema por outro que, em média, vai ter um plus de remuneração de 25%. A conta a ser paga pelos nossos filhos vai aumentar. O argumento de que "50 anos depois o sistema vai estar ajustado" passa por cima do fato de que a despesa do INSS em 2020 ou 2030 tende a ser maior do que com as regras atuais. Isto é, não se trata de uma reforma, mas de uma contrarreforma.
Quando na Argentina mudaram as regras de aposentadoria nos anos 1990, o então ministro da Economia, Domingo Cavallo, também dizia que 50 anos depois as contas melhorariam. Mas quando veio a crise a única coisa que interessava ao mercado era o resultado primário mês e mês - e esse, no Brasil, com a proposta do governo, e tudo o mais constante, deve piorar.
Há fatos na vida de uma nação cuja dimensão é óbvia - dez anos depois. Hoje sabemos todos que a Lei de Informática foi um desastre para o desenvolvimento do País, mas nos anos 80 era extremamente popular. Com a proposta em discussão pode acabar acontecendo a mesma coisa: o fim do fator previdenciário poderá até ser aprovado por unanimidade, mas no futuro vamo-nos arrepender amargamente.
A ideia de combinar idade de aposentadoria e tempo de contribuição, definindo uma soma mínima, é engenhosa e evitaria valores muito baixos com o fator previdenciário. Ela merece ser explorada (na direção de avançar para uma regra mais dura, como 95/100), mas não há uma única razão técnica para que a proposta tenha de ser vinculada ao que, na prática, seria a eliminação do fator.
De fato, a nova regra poderia conviver perfeitamente com o fator previdenciário, como uma exigência complementar à do tempo contributivo. A racionalidade da exigência de que a soma do tempo contributivo e da idade de aposentadoria obedeça a um valor mínimo não combina com o populismo do fim do fator. Se o problema é o baixo valor com sua aplicação quando as pessoas se aposentam cedo, o correto é fazê-las trabalhar por mais tempo. Na prática, o que o fim do fator vai fazer é promover um aumento das futuras aposentadorias, agravando o problema que temos em perspectiva em razão do envelhecimento da população.
Foi por causa desse tipo de atitudes que a Grécia se converteu no que é hoje. Se daqui a dez ou 20 anos o resto do mundo julgar que o Brasil agiu como um país irresponsável, não poderemos reclamar.

Profissões

A pesquisa partiu de um aparente paradoxo. Apesar de se constatar no Brasil um apagão de mão de obra qualificada, o salário real médio de quem tem o ensino médio completo caiu de R$ 1.378 em 2000 para R$ 1.317 em 2010. Da mesma forma, os diplomados no curso superior viram seu rendimento médio cair de R$ 4.317 em 2000 para R$ 4.060 em 2010. Se o ganho de quem tem o ensino médio ou grau universitário caiu, é um sinal de que a demanda por qualificação recuou - o que aparentemente contradiz a o fenômeno do apagão de mão de obra.  Jovens estudam humanas, mercado pede exatas

No destaque, contabilidade. Quanto mais à esquerda, maior o salário da profissão. Clique na imagem para ver melhor. Observe a boa posição de "atuária".

Rodízio

Ainda sobre a investigação do mercado de auditoria na Inglaterra, na sexta-feira o Financial Reporting Council afirmou, segundo notícia da Reuters, que as grandes empresas devem fazer rodízio a cada dez anos para garantir qualidade na contabilidade. Um relatório de março de 2011 mostrou que os auditores na Grã-Bretanha permanecem muito tempo na mesma empresa.

Os reguladores temem que um período de tempo muito longo fazem com que os auditores sejam menos rigorosos na auditoria. Durante a crise financeira, os auditores apresentaram pareceres sem ressalvas para bancos que, posteriormente, tiveram que ser socorridos pelos contribuintes britânicos.

O comunicado do FRC antecede a decisão da União Européia sobre o mesmo assunto.

Carros caros

Um texto da Forbes pergunta a razão do carro importado ser tão caro no Brasil (Why are imported cars so expensive in Brazil?). Usando como fonte o diretor de vendas e marketing da Chrysler. No Brasil é possível comprar um Jeep Cherokee por 80 mil dólares; com este dinheiro se compra dois automóveis desses e sobra dinheiro.

Usando o exemplo de um automóvel que custa R$100 mil nos Estados Unidos. Quando adquirido aqui se paga:

imposto de importação = 35%
Taxas de aduanas (3%)
Impostos (PIS COFINS)
Margem da Chrysler (7,5%)
IPI (55%)
Margem do varejo (10%)

O automóvel de 100 mil fica 170 mil após estes impostos.

Responsabilidade dos Auditores

Jonathan Weil, colunista da Bloomberg, destaca uma nova atitude da SEC com os auditores. Na semana passada a SEC acusou três ex-executivos de um banco de Nebraska por cometer fraude contábil durante a crise financeira.

Weil lembra que nos últimos anos a SEC tem evitado acusar algum executivo de uma instituição financeira de fraude contábil, mesmo após problemas de diferentes entidades:

No Countrywide, por exemplo, a SEC acusou o ex-CEO Angelo Mozilo de não divulgar perdas com empréstimos conhecidos. Se as alegações da SEC contra ele eram verdadeiras, então os relatórios financeiros da empresa, por definição, deve ter contido distorções [contábeis].

Segundo Weil, a posição da SEC tem um grande beneficiário: as quatro grandes empresas de auditoria, que podem alegar que seu trabalho não estava incorreto num potencial litigio.

Eu não sou Rafa

O tenista Rafael Nadal disfarça de um funcionário. A reação das pessoas é interessante: não acreditam que ele não é o Rafa. Em 2:18 o senhor pergunta: "você joga tenis?" e ele responde: "às vezes". 

Bug derrotou Kasparov

Em maio de 1997 um computador da IBM, conhecido como Deep Blue, derrotou o então campeão mundial de xadrez Garry Kasparov. Kasparov é considerado um dos maiores - se não for o maior - jogadores de xadrez e nunca tinha perdido para uma máquina. A derrota aconteceu após o programa da IBM fazer um sacríficio. O resultado da partida contribui para que a máquina conseguisse 2 vitórias, 3 empates e 1  vitória no confronto com o então campeão mundial.
Kasparov, e muitas outras pessoas, acham que a jogada era muito sofisticada para uma máquina e acusou existir uma intervenção humana durante o jogo. Talvez por isto, Kasparov nunca aceitou completamente a derrota; a desconfiança de atuação humana durante o jogo foi solidificada pelo fato da IBM não ter aceito uma revanche. O jogador russo pediu os arquivos e a empresa não forneceu. Existem ainda boatos de que a vitória do computador da IBM foi combinada para aumentar o valor das ações da empresa. 

Agora, uma das pessoas responsáveis pelo Deep Blue revela que o movimento inesperado ocorreu em razão de um bug do programa. Outras partidas realizadas entre humanos e computadores após 1997 mostraram que é cada vez mais difícil derrota uma máquina. Nos dias atuais o computador tem sido usado para ajudar os humanos a jogar melhor. 

Ainda sobre xadrez, o torneio de São Paulo (aqui também) apresentou a vitória do jovem italiano Caruana terminou com 11 pontos (3 vitórias e 2 empates), com o armênio Aronian em segundo (7 pontos) e o norueguês Carlsen em terceiro. O torneio terá um returno na cidade de Bilbao, Espanha. 

Seguros

Com respeito a notícia sobre uma nova rodada de discussão sobre seguros por parte do Iasb, conforme postado aqui, o Journal of Accountancy destaca alguns aspecto interessantes. Primeiro, será uma discussão direcionada para os pontos que geraram muita polêmica, o que o Iasb chamou de targeted re-exposure. Segundo, apesar do projeto ser conjunto com o Fasb, esta entidade reguladora dos Estados Unidos não adotou a mesma atitude de aceitar novos debates. Isto não significa que o Fasb considera concluído o projeto; pelo contrário, os debates ainda ocorrerão sobre a norma.

O Journal of Accountancy lembra que ocorreram muitas divergências entre o Fasb e o Iasb quanto ao tratamento contábil de seguros.

(Fonte da Imagem: aqui)

Crise na Espanha

A auditoria encomendada pela União Europeia indicou que os bancos espanhóis necessitam de pelo menos € 53,74 bilhões (R$ 140,3 bilhões) para sanear sua condição financeira.

A cifra pode chegar a quase € 60 bilhões [1], no entanto, se for levada em conta os processos de fusão entre as instituições financeiras em andamento, conforme salienta a consultoria Oliver Wyman, em relatório publicado nesta sexta-feira.

O valor foi estimado a partir do exame dos balanços fornecidos pelos 14 maiores grupos bancários espanhóis, a pedido da União Europeia. Economistas do setor financeiro estimavam um valor acima dos € 60 bi para recapitalizar os bancos da Espanha.

Dos 14 bancos examinados pela consultoria, metade passou nos chamados "testes de estresse" realizados [2]. Esses testes simulam a capacidade financeira de um banco suportar uma crise financeira.

Como reporta a agência Efe, essas sete instituições financeiras representam 62% do setor financeiro espanhol, e não precisam de capital adicional.

(...) O setor bancário da Espanha, uma das maiores economias da zona do euro, foi severamente avariado tanto pela crise de 2008 quanto pela explosão de uma "bolha imobiliária" local.

Carregados de créditos "podres" (com poucas ou nenhuma chance de pagamento), os bancos espanhóis começaram a ter problemas para manter as portas abertas, lançando a ameaça de uma crise sistêmica no país ibérico, já afundado numa recessão sem prognóstico de acabar antes de 2014.

Por esse motivo, o governo espanhol pediu em junho uma ajuda financeira de € 100 bilhões para recuperar os bancos do país.

O conselho dos ministros de Finanças da zona do euro havia aprovado o pedido ainda naquele mês, mas a liberação dos recursos ficou dependente dos resultados da auditoria divulgada hoje.

Fonte: Folha de SPaulo

[1] Existe uma divergência nos valores entre a Folha e a Isto é Dinheiro. Esta revista informa que as necessidades são de 60 bilhões de euros, mas que pode cair para 53,74 se considerar os processos de fusão. Acho que faz mais sentido isto.
[2] Isto não quer dizer muita coisa, pois o teste é  calibrado conforme o nível de "otimismo" da pessoa que fez o teste.

Tweedie

O ex-presidente do Iasb, David Tweedie, irá ajudar o International Valuation Standards Council na preparação de regras para avaliação de derivativos e outros instrumentos financeiros, informou a Reuters.