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16 outubro 2012

Efeito Manada

Remar contra a maré pode soar como uma péssima dica no mercado de capitais. Contudo, existem investidores que acreditam que isso não só é possível como também é lucrativo. A abordagem de investimento contrário ao mercado (contrarian investing) entende que a maioria das pessoas está, em muitas ocasiões, errada a respeito das decisões de compra e venda das ações. Segundo essa polêmica linha de raciocínio, a estratégia deve se pautar por comprar os papéis quando todo mundo está vendendo e vendê-los tão logo os demais passem a comprá-los. Esse tipo de investidor acredita que, quando uma oportunidade de investimento se torna reconhecida por todos no mercado, significa que o espaço para ganhos já passou. Para os contrarians, grande parte dos investidores tende a comprar ações quando elas já estão caras, seguindo um efeito de manada e, portanto, auferem poucos ganhos.

POR QUE IR CONTRA O MERCADO?

As bolhas especulativas são exemplos emblemáticos do efeito de manada ao qual os contrarians resistem. Muitos investidores novatos, entusiasmados com a possibilidade de ganho rápido, entraram no mercado pouco antes de haver o estouro das bolhas. É nesse momento que passam a atuar os que investem contra o mercado. Quando todo mundo estava comprando e acreditando numa oportunidade de fazer bons negócios, os contrarians percebiam que era hora de vender suas posições. Eles partem da lógica, contraintuitiva, de que o ser humano, naturalmente social, tem certa resistência em rejeitar seus pares e "ir contra a maré". É justamente no resistir a essa tentação que residem as oportunidades de ganhos para os contrarians.

A estratégia pode ser utilizada tanto para períodos curtos de tempo quanto para horizontes mais longos. Ela não se apoia só nos preços das ações — muitos investidores mesclam a estratégia de investimento em valor com o investimento contra o mercado. Nem sempre os resultados indicam a mesma decisão de compra ou venda, mas a análise dos fundamentos da empresa fornece mais um componente para o contrarian justificar sua posição.


OPÇÃO PELA FLEXIBILIDADE


Alguns investidores adotam posições baseadas em uma mentalidade permanente de queda ou de subida do mercado, como numa montanha-russa. Os seguidores da estratégia de investimento contra o mercado não têm essa postura. Os contrarians são flexíveis e estão constantemente avaliando, de maneira geral, tanto o preço da ação-alvo quanto o mercado.

AS LIÇÕES DE SER DO CONTRA


O investimento contra o mercado traz alguns insights interessantes, mesmo para investidores que não pretendam segui-lo. Por exigir um alto grau de disciplina e análise, o grupo dos contrarians é formado por investidores experientes e dedicados. Qualquer aplicador pode extrair pelo menos três lições dessa estratégia: 1. Pense diferente: a independência de pensamento que os contrarians utilizam requer autocontrole e a total separação da influência emocional na decisão de investir. Aliada à filosofia do "comprar na baixa e vender na alta", essa disciplina pode trazer bons ganhos para o investidor. 2. Não se baseie apenas na tendência de preços: alguns investidores adotam crenças predeterminadas a respeito do mercado — alguns são sempre otimistas; e outros, sempre pessimistas quanto às tendências da bolsa. Os contrarians estão permanentemente atentos às chances de fazer seu dinheiro render e buscam ser ágeis para acertar no timing de compra e de venda. Seja na baixa ou na alta, existem oportunidades de ganho. 3. Nem sempre a maioria está certa: não é correto dizer que a maioria do mercado está sempre errada, entretanto é igualmente falso assumir que ela está sempre certa. O contrarian prefere acreditar que a maioria tende a estar errada e agindo por impulso de manada. Manter a racionalidade e o distanciamento das emoções é uma importante disciplina para qualquer investidor.

E FUNCIONA?

Como um exemplo ilustrativo dessa estratégia, analisamos, entre 2008 e 2009, dez empresas que tiveram as quedas mais acentuadas da BMFBovespa. Os papéis desse grupo de "perdedoras" despencaram, em 2008, 88% em média, mais que o dobro do índice Bovespa, que caiu 41%. O comportamento dessas mesmas dez ações foi bastante superior à média no ano seguinte — essa carteira hipotética subiu 238% em média —, quase três vezes a subida do Ibovespa no mesmo período (veja gráfico abaixo).

Isso significa que as ações que mais perderam em 2008 se mostraram grandes "vencedoras" no ano seguinte. Um investidor contrarian que tivesse comprado esses dez piores papéis de 2008 teria auferido um retorno bem superior à média de mercado. Essa evidência está em linha com o conceito de Beta, o indicador de risco apresentado no capítulo 3. Quanto maior o Beta, mais voláteis são os retornos, ou seja, tanto as altas quanto as baixas são mais intensas que a média do mercado.

Fugindo da manada - 16 de Outubro de 2012 - Revista Capital Aberto Especial - Rafael Liza

Reapresentação

A incorporadora e construtora Rossi Residencial reapresentou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na sexta-feira, as demonstrações financeiras relativas aos anos de 2011, 2010 e 2009, acompanhadas dos formulários de informações trimestrais dos primeiro e segundo trimestres de 2012 e dos três anos anteriores.

A reapresentação das informações decorreu dos ajustes nas práticas contábeis da companhia. A Rossi afirmou ainda que todas as informações financeiras estão acompanhadas de relatórios de auditoria e revisão limitada sem ressalvas, em substituição aos anteriormente apresentados.


Fonte: Aqui

As demonstrações anteriores estavam com ressalvas?

Americanas

Sobre a solicitação de falência das Americanas:

O caso assumiu proporções que superam os limites da mera disputa comercial. A Bolsa de Valores de São Paulo pediu explicações à rede varejista, que teve suas ações penalizadas ao longo do dia. Os papéis preferenciais da Lojas Americanas caíram 2,27%. A situação se acalmou no dia seguinte, quando a empresa enviou à bolsa um comunicado assinado por Murilo Corrêa, diretor de relações com investidores, no qual alegou desconhecer detalhes do processo e garantiu estar em dia com as obrigações relacionadas ao credor. Procurada pela DINHEIRO, a Americanas não quis dar entrevista. Já a direção do Athenabanco foi lacônica: “O pedido de falência é um expediente usado normalmente por credores”, disse Robinson Leite, diretor de operações do Athenabanco, sem informar o montante que motivou o pedido.

De fato, basta uma busca na internet para encontrar casos semelhantes. Na quarta-feira 10, a pequena Ahmeyndukato Alimentos, fabricante de confeitos de amendoim, ingressou na 1ª Vara de Falências de São Paulo contra o poderoso Makro Atacadista. Mesmo se tratando de um expediente corriqueiro, esse tipo de ação, de acordo com José Roberto Martins, especialista em branding, de São Paulo, costuma gerar prejuízos às marcas envolvidas. Para ele, a Americanas descuidou de um de seus maiores ativos: sua marca. “Trata-se de um caso típico de erro na gestão de imagem”, afirmou. A palavra, agora, está com a Justiça.


Fonte: Imagem chamuscada - 15 de Outubro de 2012 - Revista Isto É Dinheiro - Rosenildo Gomes FERREIRA

Anteriormente as Americanas já tiveram um pedido de falência por uma dívida de menos de R$300.

Quando a política influencia...

A ‘mão do governo’ sobre a economia está pressionando empresas na bolsa. Levantamento da Economatica que analisa os efeitos das recentes medidas restritivas ou regulatórias sobre o retorno das ações mostra que ele é negativo na maioria delas. Telefonia, energia, bancos e infraestrutura são os mais expostos. As quedas chegam a mais de 30%.

O setor mais prejudicado na bolsa é o elétrico.

“Fator Brasília” afeta valor de ações na bolsa - 15 de Outubro de 2012 - Brasil Econômico - Marília Almeida

Setores regulados estão sujeitos a "mão do governo". É natural. O problema é o governo gostar de fazer interferências na economia, adotando o Kirchnerismo.

Verbos

Eis um texto interessante:

A Lei 6.404/76 e as instruções da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) empregam de forma corriqueira os verbos "publicar", "divulgar", "disponibilizar" e "comunicar" para tratar da obrigação imposta a companhias fechadas e abertas de dar publicidade aos atos societários que interessam aos acionistas e a terceiros. Contudo, o regulador, muitas vezes, utiliza esses termos de maneira indiscriminada, como se correspondessem a uma ordem de igual alcance. Vamos a alguns exemplos.

No art. 3º da Instrução 358, a CVM diz que "cumpre ao diretor de relações com investidores divulgar e comunicar (...) qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado aos seus negócios". No §4o da mesma norma, é dito, então, que essa divulgação deverá se dar através de "publicação nos jornais de grande circulação utilizados pela companhia". Ou seja, no art. 3º, o regulador usa o verbo "divulgar" no sentido de "publicar", já que a informação deve ser veiculada em jornal. Outro exemplo de mau uso dessas palavras é a adoção do verbo comunicar como sinônimo de publicar. Isso pode ser visto no art. 133 da Lei das S.As. O parágrafo menciona que os "administradores devem comunicar, até 1 mês antes da data marcada para a realização da assembleia-geral ordinária, por anúncios publicados na forma prevista no artigo 124, que se acham à disposição dos acionistas: o relatório da administração (...)". Há situações ainda mais complexas, como o emprego do verbo "comunicar" como sinônimo de "divulgar", mas significando "publicar". É o caso do art. 12 da Instrução 480: "O emissor deve comunicar aos titulares dos valores mobiliários, na forma estabelecida para divulgação de fato relevante, as medidas tomadas para o cumprimento das obrigações de que trata o caput (...)". Como foi visto no primeiro exemplo, a divulgação de fato relevante é, na verdade, uma publicação em jornal.

Essas situações dificultam o cumprimento da obrigação legal de publicação dos atos societários, principalmente pelos diretores de relações com investidores. Numa pesquisa sobre o assunto, identifiquei outros exemplos para, ao fim, delimitar o que significa (do ponto de vista da regulação) a obrigação de publicar, divulgar, disponibilizar e comunicar imposta às companhias. Em resumo, cheguei às seguintes conclusões:

• publicar: indica a obrigação de veicular — na imprensa oficial dos estados ou em jornal de grande circulação na localidade em que está situada a sede da companhia — os atos societários que interessam aos acionistas e a terceiros;

• divulgar: é empregado para designar a ordem genérica, aberta e inespecífica de transmitir e disseminar informações, seja a um destinatário identificado, seja para a mídia. Essa flexibilidade confere ao responsável pela divulgação margem de discricionariedade no cumprimento do dever legal;

• disponibilizar: indica, para a companhia, a obrigação de finalizar a informação de modo a torná-la apropriada para exame da coletividade. Cumprida essa etapa, cabe à empresa depositá-la em local apropriado para consulta (sede da companhia, endereço eletrônico, sistema IPE); e

• comunicar: é utilizado com mais frequência no sentido de transmissão direta de informações a um destinatário específico e identificado, por meio de veículos igualmente específicos (telegrama, ofício, mensagem eletrônica).

Espera-se que a pesquisa sirva de base à reforma pontual da regulamentação de modo a eliminar conflitos de interpretação e dirimir a insegurança no seu cumprimento.

Comandos confusos - 16 de Outubro de 2012 - Revista Capital Aberto - Gustavo Oliva Galizzi

Nobel

O mapa mostra o predomínio dos EUA no Nobel de Economia.

15 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Conduzindo Miss Daisy. (Aqui sobre Daisy e aqui sobre o filme)

Retorno dos bancos

O valor da ação do BB na última quarta-feira (10) - em torno de R$ 22,50 - carregava uma expectativa de rentabilidade sobre o patrimônio líquido em torno de 16% ao longo dos próximos trimestres. Como a rentabilidade do banco estava em 20,5% no fim do terceiro trimestre, significa dizer que, para os investidores, o retorno deve cair cerca de 20%.

No caso dos bancos privados, a expectativa também é de retornos menores nos próximos trimestres, mas em magnitude inferior à queda projetada para o BB. No Itaú e no Bradesco, o preço das ações na quarta-feira (10)indicava uma rentabilidade sobre o patrimônio na faixa dos 18%, nível semelhante ao do final do segundo trimestre - que tinha 18,8% para o Bradesco e 18,3% para o Itaú (...)


As razões incluem a taxa de juros (Selic) menor, a redução das tarifas, pressão do governo, entre outras razões. Observe como é interessante que ambiente externo tenha influencia sobre o desempenho de um índice.

Autocontrole

Um dos estudos mais conhecidos da área comportamental é o teste do marshmallow. Este teste verifica a capacidade de autocontrole das crianças: diante de doces, elas resistem ou não a tentação de comer alguns doces.



O teste do marshmallow funciona da seguinte forma: crianças recebem um prato com um marshmallow. Se esperarem um determinado tempo, elas receberão dois marshmallows. O curioso do teste é que os cientistas tentam verificar se o resultado do teste está relacionado com o sucesso futuro da criança.

O estudo original foi realizado na década de 70, na Universidade de Stanford. Mais tarde foi observado a relação entre o resultado e o desempenho futuro da criança, incluindo o teste SAT, um teste de desempenho acadêmico.Um novo estudo parece demonstrar que a capacidade de resistir à tentação é influenciada também pelo ambiente.

As crianças que sofreram interações confiáveis imediatamente antes da tarefa marshmallow esperaram, em média, quatro vezes mais -12 contra três minutos - do que jovens em situações não confiável.

Leia mais aqui 

Frase

"Como seres humanos também são animais, gerenciar um milhão de animais me dá dor de cabeça"

Terry Gou, Chairman da Foxconn, comentado sobre a substituição de funcionários por robôs.

Aquisição de empresas

as famílias e empreendedores que detêm as empresas cobiçadas estão pedindo preços mais razoáveis, depois de uma fase em que, com o Brasil no auge da moda, os preços foram às alturas. 
(Brasil sai de moda, e preços de empresas caem - Fernando Dantas, 14 de outubro de 2012, B3)

Segundo o texto este movimento deve-se a volatilidade da bolsa e ao crescimento fraco da economia. O primeiro aspecto aumenta a taxa de desconto, reduzindo o preço final. O crescimento reduz a expectativas de geração de riqueza futura.

Mas existe outro fator importante que deve ser levado em consideração: a crise financeira nos países desenvolvidos reduz o dinheiro disponível para aquisições em países emergentes.

Eike e Tributação

Duas empresas com sede no exterior concentram 72,5% do valor total da participação direta de Eike Batista em ações de suas controladas OGX, OSX, MMX, LLX, MPX e CCX. Levantamento feito pela consultoria Economática mostra que as ações mantidas nessas holdings offshore representam R$ 13,87 bilhões da fortuna do homem mais rico do País.

O Estado americano de Nevada foi a sede escolhida pelo bilionário para a Centennial Asset Mining Fund LLC, que, por sua vez, controla a Centennial Asset Brazilian Equity Fund LLC. Por meio dessas companhias Eike mantém a maior fatia de sua participação nas seis empresas brasileiras.

(...) Ao contrário de algumas companhias que se apoiam nesse artifício para ocultar quem é seu real controlador, Eike não esconde que é ele quem está por trás dessas holdings. (...)

A principal motivação apontada em casos semelhantes é a redução de gastos com tributos. "O objetivo mais latente da criação das empresas offshore é buscar um cenário mais positivo em termos de benefícios fiscais relacionados ao Imposto de Renda e à Contribuição Social Sobre o Lucro", explica o especialista em direito tributário Paulo Sigaud, da Aidar SBZ Advogados. (...)

Eike tem 72,5% do patrimônio nos EUA - Estadão - 14 out 2012 (via aqui)

Racionalidade, Suicídio e o Homem-bomba

A evidência sobre a racionalidade de suicídio é persuasivo. Por exemplo, no Estado do Oregon, o suicídio é legal. (...)a partir de uma perspectiva econômica este comportamento é racional, porque representa uma clara preferência expressa.

O que isso tem a ver com os homens-bomba? Se for racional cometer suicídio, então é certamente racional atingir um objetivo no processo. Eliminando os inimigos é - a partir da perspectiva da economia - uma meta racional. Além disso, a pesquisa moderna em terroristas suicidas (ver Kix [2010]) mostra que eles apresentam exatamente as mesmas características de isolamento e depressão, que leva em muitos casos, ao suicídio sem a bomba.


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14 outubro 2012

Rir é o melhor remédio


Adaptado daqui

Teste da Semana


Será que você está por dentro das principais notícias contábeis da semana? Tente responder as questões abaixo. O resultado está nos comentários

1 - A Venezuela, que recentemente reelegeu Chavez como presidente da República, possui uma característica rara nos dias de hoje, que traz consequências na contabilidade das empresas localizadas naquele país:
É um dos três países do mundo considerados hiperinflacionários
Não reconhece as normas internacionais do Iasb
Utiliza somente o custo de reposição nas demonstrações contábeis

2- Na semana tivemos um exemplo contábil do valor de liquidação. Trata-se de parte do espólio do Banco Santos, em particular do seu antigo controlador, que está indo a leilão. Os produtos que serão leiloados são:
Automóveis antigos
Obras de arte
Vinhos

3 – Um conhecido guru de finanças pessoais perdeu uma causa judicial e teve decretada falência. Ele é o autor de:
Casais inteligentes enriquecem juntos
Os Axiomas de Zurique
Pai rico, pai pobre

4 – Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que 20% das empresas manipulam os resultados. Deste total, qual a percentagem que reduz o lucro?
40%
60%
80%

5 – Este setor perdeu 13 bilhões em valor de mercado em razão da redução de tarifas e competição:
Bancos
Energia elétrica
Telecomunicações

6 – Foi criado o SASB, uma entidade voltada para regulação de normas contábeis nos Estados Unidos
Governamental
Não financeiras e sustentabilidade
Vinculado ao terceiro setor

7 – Esta semana foi solicitada a falência deste importante varejista brasileiro. Por sinal, não é a primeira vez que esta empresa não paga seus fornecedores e tem falência decretada. No passado uma dívida de menos de R$300 tirou as ações de negociação da bolsa da
Lojas Americanas
Lojas Renner
Pão de Açúcar

8 – Nelson Tanure fez uma série de denúncias, como acionista minoritário da TIM. Tanure, no passado, ficou conhecido por estar à frente da (s)
Casas Pernambucanas
Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil
Lojas Arapuã

9 – Esta empresa de construção republicou seus balanços, com mudança no reconhecimento da receita:
Camargo Correa
MRV
Rossi

10 – A BMW do Brasil foi condenada a pagar 13 milhões de reais para uma ex-concessionária pela seguinte razão:
Concorrência desleal
Defeitos nos produtos vendidos
Lucros Cessantes

Fato da Semana

Fato da Semana: Normatização do Ebitda 

Qual a importância disto? O Ebitda é um índice de análise de balanço de empresas. As companhias com ações negociadas no mercado acionário gostam de divulgar este índice, pois o seu resultado é maior que o chamado “lucro operacional”. Ou seja, se uma empresa possui resultado operacional ruim, mesmo assim é possível que seu Ebitda seja positivo. O problema é que cada empresa estava calculando seu Ebitda de maneira diferente; alguns, como é o caso da empresa aérea Gol, que estavam sendo “criativas”, usando Ebitda realmente diferentes. Para acabar com esta confusão, a Comissão de Valores Mobiliários decidiu normatizar o cálculo deste índice.

O fato torna-se relevante em termos da discussão sobre a relevância de regular cálculo de índices. Isto torna-se mais grave quando se sabe que o Ebitda é um índice com pouca informação: é uma invenção de empresas com desempenho ruim. Além disto, que conhece realmente finanças não usa “isto”. Será que não existe assunto mais importante para atrair a atenção da CVM?

Positivo ou negativo? – Negativo. Perde-se tempo com um índice com pouca utilidade prática, exceto para remunerar executivos ruins (vide Vivendi, empresa francesa) ou justificar desempenho ruins das empresas (Gol). Além disto, cria um precedente perigoso: será que a CVM irá regular como calculamos a liquidez corrente ou o endividamento?

Desdobramentos – As empresas podem calcular sendo a normatização, mas isto não coíbe que “outros” Ebitdas sejam inventados pelo mercado substituir este índice na sua principal finalidade: esconder desempenhos ruins.

Facebook

Ao formalizar a proposta para a oferta pública de suas ações na Bolsa de Valores (IPO, em inglês), o Facebook, a maior rede social da internet, fundada por Mark Zuckerberg, destacou a eficácia de anúncios vinculados aos amigos de clientes, citando uma pesquisa da Nielsen, firma de medição de audiência.

Barbara Jacobs, diretora-assistente de Finança Corporativa da Securities and Exchange Commission (SEC, o xerife americano do mercado financeiro), duvidou, e ela e sua equipe vetaram o pedido para garantir que o Facebook divulgasse toda informação potencialmente relevante para os investidores. Segundo um memorando de Barbara, dirigido ao diretor-executivo de Finanças do Facebook, David Ebersman, a afirmação da rede social parecia mais anúncio publicitário do que uma pesquisa da Nielsen.

A diretora da SEC deu um ultimato: “apresente o estudo e o consentimento da Nielsen para usar seus dados ou simplesmente não o use”, escreveu ela a Ebersman, em 28 de fevereiro. Após resistir, o Facebook desistiu de usar a referência.

O incidente foi apenas parte de uma intensa troca de mensagens, que durou dois meses e meio, entre autoridades da SEC e a firma de advocacia do Facebook, Fenwick & West LLP. Uma dúzia de cartas, publicadas um mês após o IPO do Facebook, ocorrido em 17 de maio, revelam uma diretoria não apenas relutante em revelar informações, mas ainda especulando sobre aspectos rudimentares de seu negócio, a apenas algumas semanas de a companhia realizar o maior IPO do setor tecnológico. Muitos dos questionamentos levantados pela SEC, que hoje atormentam investidores, foram vislumbrados na troca de correspondência entre a SEC e o Facebook.

— Deram a eles o benefício da dúvida quando os deixaram ofertar publicamente suas ações, considerando que estavam preparados para o novo momento — disse uma fonte da Wedbush Securities. — Eles (o Facebook) ainda não conseguiram provar que estão.
Uma das questões cruciais para a SEC, envolvendo o futuro do Facebook como empresa com ações na Bolsa, era se a companhia conseguiria converter em receita o número crescente de usuários que acessam a rede a partir de plataformas móveis, pois estes veem menos anúncios que os demais clientes. E as cartas mostram os executivos retendo detalhes importantes, levando a SEC a pressioná-los.

Ao perceber que o Facebook estava contando o número de alguns usuários móveis duas vezes, Barbara escreveu em 22 de março: “Por favor explique-nos como vocês garantiram que seus números não estão exagerados.” A apenas oito dias do IPO, no dia 9 de maio, o Facebook deixou claro num documento que o número de usuários móveis crescia mais rapidamente do que os anúncios, o que prejudicava a receita e o lucro. Foi o primeiro sinal público de que o IPO poderia ficar aquém das altas expectativas que despertara.

Cada vez mais desconfiados

A questão dos usuários móveis é ainda mais relevante hoje, na medida em que o Facebook anunciou no início do mês que tem um bilhão de usuários em todo o mundo, frente aos 845 milhões do início do ano. Mais da metade deles (600 milhões) acessa a rede por dispositivos móveis, com crescimento de 41% neste ano.

— Estamos nos tornando cada vez mais desconfiados de alguns dos métodos de obtenção de lucro (do Facebook) — disse Richard Greenfield, analista da BTIG Research, à TV Bloomberg na última segunda-feira, ao se referir à luta da companhia de Zuckerberg para extrair receita dos usuários móveis. Ele está sugerindo a seus clientes que se desfaçam das ações.

Fonte: O Globo

BVA

O banco BVA, que está sob pressão por não ter apresentado nenhum balanço auditado em 2012 e não ter efetivado a capitalização de R$ 300 milhões prometida para setembro, estuda tirar da presidência executiva Ivo Lodo, que também é sócio da instituição. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o acionista majoritário do BVA, José Augusto Ferreira dos Santos, avalia que a divulgação dos números oficiais do ano e a capitalização seriam insuficientes para acalmar o mercado financeiro. Por isso, defende que um novo executivo assuma a instituição. (...)

Em um ambiente marcado por desconfiança em relação aos bancos de pequeno e médio porte, o BVA entrou na mira dos investidores pelo atraso na divulgação dos balanços auditados. Assim como ocorreu com outras instituições financeiras, o BVA sofreu uma inspeção do Banco Central (BC) este ano. Após analisar os dados da instituição, a autoridade pediu cerca de R$ 150 milhões em provisões adicionais para créditos duvidosos, o que fez o BVA apurar prejuízo de aproximadamente R$ 100 milhões no primeiro semestre.

Como o prejuízo reduz automaticamente o patrimônio líquido, o BVA começou a trabalhar em uma capitalização. Lodo chegou a anunciar ao Estado que a instituição receberia R$ 300 milhões até o fim de setembro. Além disso, um plano de reorganização societária foi rejeitado pelo BC. O plano previa, entre outras coisas, a saída de Santos do bloco de controle.

Para piorar, duas agências de classificação de risco, a americana Moody's e a brasileira Austin Rating, reduziram a nota de crédito do BVA no fim de setembro. Pela Moody's, o BVA tem nota "E" - é um dos últimos degraus da escala da agência. Ontem, a Austin cortou a nota de três fundos de investimento em direitos creditórios (FDICs) do BVA por causa da piora da qualidade de crédito das carteiras. (...)

Fonte: Estado de S Paulo

Previsão Nobel de Economia

A figura mostra uma pesquisa de opinião sobre eventuais vencedores do Nobel de Economia. Conforme  postado anteriormente, a Thomson Reuters aposta em Atkinson/Deaton, Ross e Shiller. Atkinson e Ross aparecem na relação, mas não Deaton e Shiller. Hart e Tirole são candidatos que foram lembrados como potenciais vencedores em anos  anteriores.

Frase

“People always ask me, 'Were you funny as a child?' Well, no, I was an accountant.”
― Ellen DeGeneres

13 outubro 2012

Rir é o melhor remédio


Entrevista com Joseph Stiglitz

O 'sonho americano' se tornou um mito, afirma economista Prêmio Nobel
Alexander Jung e Thomas Schulz
Der Spiegel

O setor financeiro é responsável pela crescente desigualdade entre ricos e pobres nos Estados Unidos, diz o professor de economia ganhador do Prêmio Nobel, Joseph Stiglitz. Em uma entrevista para a “Spiegel”, ele acusa o setor de rapinar os pobres e comprar políticas do governo que o ajuda a ficar mais rico. Na Universidade de Colúmbia, que fica localizada a apenas quadras do Harlem, no oeste de Manhattan, riqueza e pobreza estão mais próximas do que em muitos lugares em Nova York. Aqui é onde o economista americano e ganhador do Prêmio Nobel de 2001, Joseph Stiglitz, trabalha como professor.

Natural de Gary, Indiana, ele passou anos examinando a desigualdade social. Sua primeira experiência pessoal com a questão ocorreu na infância, quando perguntou por qual motivo sua babá não estava cuidando de seus próprios filhos. Posteriormente, como economista-chefe do Banco Mundial, ele estudou o fenômeno em um nível global. Em junho, ele publicou um livro sobre o assunto, intitulado “The Price of Inequality: How Today's Divided Society Endangers Our Future” (O preço da desigualdade: como a sociedade dividida de hoje coloca nosso futuro em risco, em tradução livre), que foi lançado recentemente em alemão. Em uma entrevista para a “Spiegel”, Stiglitz discute como a disparidade de renda está dividindo os Estados Unidos e como a Europa poderia superar a crise do euro.

[...]

Spiegel: Os Estados Unidos sempre se viram como sendo uma terra de oportunidade, onde as pessoas podem sair da miséria para a riqueza. O que aconteceu ao sonho americano?

Stiglitz: Essa crença ainda é poderosa, mas o sonho americano se tornou um mito. As chances na vida de um cidadão americano jovem dependem mais da renda e da educação de seus pais do que em qualquer outro país industrializado avançado para o qual existem dados. A crença no sonho americano é reforçada por casos, por exemplos dramáticos de indivíduos que ascenderam do fundo ao topo –mas o que mais importa são as chances na vida do indivíduo. A crença no sonho americano não é apoiada por dados.

Spiegel: O que os números sugerem?

Stiglitz: Não houve nenhuma melhoria no bem-estar da família típica americana por 20 anos. Por outro lado, o 1% no topo da pirâmide da população ganha 40% mais em uma semana do que o quinto mais baixo recebe em todo um ano. Resumindo, nós nos transformamos em uma sociedade dividida. A América criou uma máquina econômica maravilhosa, mas a maioria dos benefícios vai para o topo.

Spiegel: Entretanto, restando mais cinco semanas de campanha presidencial, a desigualdade ainda não teve um papel sério.

Stiglitz: Ela é um assunto, mas geralmente apenas sob a superfície. Não se pode esperar um debate científico sobre o coeficiente Gini, a medição estatística de desigualdade. Mas quando os democratas dizem que apoiam a classe média, eles estão falando sobre a desigualdade. E eles acentuam o contraste com o candidato republicano, Mitt Romney, que é emblemático do 1% superior da população. O fato de Romney ter denegrido os 47% dos americanos que não pagam imposto de renda provocou uma reação enorme, em parte porque mostrou quão fora de contato as pessoas no topo estão do restante do país.

[...]

Spiegel: O movimento Ocupe não conseguiu se tornar um fator poderoso. Por que ele fracassou?

Stiglitz: Ele se transformou em um movimento antiestablishment, e um aspecto de ser antiestablishment é ser antiorganização. Não é possível ter um movimento que não seja organizado. De qualquer modo, a frustração ainda está lá. Eu vou contar uma história: eu assisti recentemente “A Ópera dos Três Vinténs”, de Bertolt Brecht. Quando chegou a frase “O que é roubar um banco comparado a fundar um banco?”, a plateia inteira começou a aplaudir.

Spiegel: Quatro anos atrás, nós citamos essa frase em uma capa da “Spiegel”, sobre a crise bancária.

Stiglitz: É mesmo? Não era uma plateia demagoga naquela noite no teatro, mas para mim disse algo sobre até que ponto isso penetrou na psique dos americanos.

Spiegel: O que há na mente deles?

Stiglitz: As pessoas temem perder seu emprego. Mesmo as que estão empregadas, elas não sabem se o manterão. O que é certo é que se perderem o emprego, será difícil conseguir outro. Todo mundo conhece alguém que não consegue encontrar um emprego...

Spiegel: ...ou que perdeu sua casa.

Stiglitz: Essa é outra fonte de ansiedade. Mais de um quarto de todos os proprietários de imóveis residenciais deve mais do que o valor de suas casas. Nós precisamos de uma estratégia de crescimento para estimular a economia. Nós não investimos o suficiente por 30 anos –em infraestrutura, tecnologia, educação.

Spiegel: Com um fardo da dívida de US$ 16 trilhões, não há muito espaço para manobra.

Stiglitz: Os Estados Unidos podem tomar empréstimos com taxa de juro próxima de 0%, de modo que seríamos estúpidos se não investíssemos mais dinheiro e criar empregos. E também poderíamos fazer esforços para assegurar que os super-ricos paguem sua parcela justa. Nós poderíamos levantar mais dinheiro de uma série de formas. Olha para as empresas de mineração: o governo lhes concede o direito de extrair recursos por muito menos do que deveria, mas leilões poderiam assegurar que paguem o apropriado.

Spiegel: Então, sua resposta para o problema da desigualdade é transferir dinheiro do topo para a base?

Stiglitz: Primeiro, transferir dinheiro do topo para a base é apenas uma sugestão. Mais importante é ajudar a economia a crescer de modo que beneficie tanto as pessoas na base quanto no topo, e o fim dos “privilégios”, que transferem muito dinheiro dos cidadãos comuns para aqueles no topo.

[...]

Spiegel: O senhor presume que o governo sabe melhor onde criar empregos. O senhor não está superestimando essa habilidade?

Stiglitz: Nós precisamos de estradas, pontes e aeroportos. Isso é óbvio. Os retornos do investimento público em tecnologia são, na média, muito altos –pense na Internet, no Projeto Genoma Humano e no telégrafo.

Spiegel: Também há muitos exemplos de dinheiro público desperdiçado. O programa espacial americano custa uma fortuna, e os resultados são questionáveis.

Stiglitz: Mas mesmo esses gastos ainda são menores do que o dinheiro desperdiçado pelo setor financeiro privado dos Estados Unidos, e os bilhões gastos para resgatar as empresas do setor financeiro. Apenas uma corporação, a AIG, recebeu mais de US$ 150 bilhões –mais do que foi gasto em bem-estar social para as famílias necessitadas de 1990 a 2006.

Spiegel: Mas o governo também se tornou proprietário dessas empresas e até mesmo conseguiu vender partes delas com lucro. O senhor não teme que essa estratégia de pacotes de estímulo cada vez maiores possa levar a inflação?

Stiglitz: Não necessariamente. O banco central tem a capacidade de tirar liquidez do sistema.

Spiegel: Mas é muito mais difícil diminuir a liquidez do que aumentá-la.

Stiglitz: Um banco central bem administrado conta com muitas ferramentas. Ele pode aumentar os juros ou as exigências de depósito compulsório para os bancos privados. Logo, acho que o risco é relativamente pequeno. A fraqueza na economia europeia apresenta um risco muito maior do que qualquer risco de inflação moderada. É melhor algum emprego onde o salário perde em termos reais em poucos pontos percentuais do que nenhum emprego.

Leia a entrevista completa aqui.

Taxa de juros e fundos de pensão


Fundos de pensão: a escolha de sofia
Fábio Giambiagi
Fonte: Valor Econômico, 09/10/2012
A queda da taxa Selic era uma antiga aspiração nacional, por várias razões, pelo fato de estimular a produção, melhorar o nível de emprego, mitigar a apreciação da taxa de câmbio e reduzir a despesa de juros.
Contudo, é necessário atentar para o outro lado da moeda, associado a aspectos em relação aos quais a redução da Selic pode causar problemas potenciais, como resultado da inércia dos agentes negativamente afetados por esse fenômeno. Um desses aspectos, com repercussões significativas sobre a economia, é a saúde dos fundos de pensão. Para entender isso, peço ao leitor um pouco de paciência para desenvolver um raciocínio matemático, ainda que simples.
Imaginemos uma situação em que não haja inflação, a taxa de juros real seja nula e um homem solteiro autônomo comece a trabalhar aos 20 anos, aposentando-se aos 55 anos e vivendo até os 80 anos de idade. Se ele separar todos os meses R$ 500 de contribuição, no final de 35 anos terá na sua conta o valor de R$ 500 x 12 x 35 = R$ 210 mil. Esse valor acumulado, gasto posteriormente ao longo dos últimos 25 anos de vida da pessoa (300 meses) possibilitará a esta uma renda mensal de R$ 210 mil / 300 = R$ 700. No mundo real, porém, a taxa de juros costuma ser positiva, de modo que com seus depósitos sendo remunerados, o juro faz parte do trabalho que, na ausência de remuneração financeira, seria feito apenas pelo esforço de poupar.
Em outras palavras, para um assalariado que quiser ter uma aposentadoria complementar, quanto maior for a taxa de juros, menor precisará ser a parcela poupada do salário. Pela mesma razão, dada uma taxa de juros que gera uma necessidade de contribuição para ter uma certa aposentadoria complementar, quanto maior for a queda dos juros, maior terá que ser o aumento da contribuição.
É arriscada a ideia de que a redução dos juros pode ser compensada com uma exposição maior na renda variável
Com Felipe Vilhena Amaral, tentamos mensurar as consequências de uma redução dos juros sobre a alíquota de equilíbrio de planos de pensão. O artigo, bastante técnico, publicado na “Revista Brasileira de Direito Previdenciário” (número 6, 2011), refere-se aos planos de Benefício Definido (BD), mas o pano de fundo é o mesmo que afeta os planos de Contribuição Definida (CD), com a diferença de que aquilo que nos planos BD gera a necessidade de medidas compensatórias para preservar o benefício, nos planos CD implica uma redução deste.
Em qualquer caso, uma menor remuneração das aplicações afeta os participantes, aumentando a alíquota requerida para o plano continuar equilibrado ou exigindo uma redução dos benefícios ou ainda um aumento do período contributivo, para que o plano não se torne insolvente. É uma escolha difícil.
Na tabela, extraída do citado artigo, apresentam-se as alíquotas de contribuição sobre o rendimento para o caso de um indivíduo solteiro que começa a trabalhar com 20 anos de idade, contribui 35 anos e se aposenta com 55, recebendo uma renda complementar igual ao último salário por outros 25 anos, renda essa indexada à inflação. A tabela apresenta resultados para diferentes combinações de taxas de desconto e de incremento da remuneração real na data-base.
A flexibilidade para escolher a taxa de desconto pode permitir inicialmente que alguns fundos agravem a situação futura dos mesmos caso resolvam “driblar” a necessidade de medidas corretivas (como aumento da contribuição ou elevação da idade de aposentadoria), mas não há dúvidas de que todos os participantes terão que se ajustar, cedo ou tarde. É bom ressaltar que quanto mais demorar o ajuste, mais drástico ele terá que ser depois.
A simples redução da taxa de desconto de 6% para 5% gera uma necessidade de elevação da alíquota de equilíbrio entre 4 e 6 pontos percentuais. A ideia de que a redução dos juros poderá ser compensada mediante uma maior exposição na renda variável é arriscada, porque é improvável que tenhamos outro ciclo de prosperidade da Bolsa como o do pós-Real ou o de 2003/2008. Os fundos serão obrigados a se adaptar à realidade de juros menores e fazer a sua “escolha de Sofia”..

12 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Evidenciação

Aparentemente melhorar a evidenciação traz benefícios para o mercado acionário de diversas formas. A quantidade de pesquisas sobre o assunto é enorme. Observe o leitor o gráfico abaixo:


Este gráfico foi construído a partir de milhares de observações obtidas em quarenta países, inclusive o Brasil. Em cada país foi calculado o nível de evidenciação do mercado (dados do Global Competitiveness Report) e o risco do mercado, obtido pelo desvio padrão anualizado do mercado acionário. É possível perceber que mercados com níveis elevados de risco possuem baixa evidenciação: a correlação estatística é de -0,43, significativa a 5%. Dos países que participaram da amostra, o Brasil é o sétimo de maior risco no período analisado e o 31o em evidenciação.

O gráfico seguinte relaciona o índice M/B pela evidenciação.

O índice M/B traduz a relação entre o preço da ação ordinária no mercado e o valor contábil. Mercados que evidenciam melhor tendem a ter uma valorização maior dos papéis: neste caso, a correlação foi de 0,569, também significativa. O Brasil, que ocupa a 31o posição na evidenciação é 47º no índice.
Os dados foram obtidos do artigo Why Are US Stocks More Volatile?, publicado no Journal of Finance de agosto de 2012, de autoria de Bartram, Brown e Stulz. 

Hiperinflação

A Venezuela é um dos três países atualmente considerados "hiperinflacionários" sob normas  de contabilidade dos EUA e internacionais, o que significa que as empresas têm de converter as demonstrações financeiras de suas operações na Venezuela em dólares americanos, e refletir as perdas e ganhos da taxa de câmbio em seus ganhos atuais.

Venezuelan Hyperinflation Accounting Hassles to Persist - Emily Chasan - WSJ

Vinhos 2

Ainda sobre Os vinhos do Banco Santos:

O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira [foto] não é reconhecido apenas por falir o Banco Santos, liquidado em 2004, com um rombo de R$ 2,3 bilhões, e por ficar preso por 15 dias na época. Ele se tornou famoso também por ser uma combinação de mecenas das artes e de bon vivant (uma de suas empresas, a Brazil Foundation, organizou a mostra do Redescobrimento, em 2000, em São Paulo), que reuniu em sua faraônica residência mais de 1,8 mil obras, entre quadros, esculturas, uma alentada biblioteca e uma adega de vinhos finos. Trata-se de um conjunto avaliado em pouco mais de R$ 40 milhões. O valor é quase suficiente para comprar a mansão — de R$ 50 milhões — que abriga o acervo, da qual Ferreira foi despejado há sete anos. Para desgosto do banqueiro, a Justiça resolveu começar a leiloar parte do seu patrimônio pessoal, como uma forma de pagar pelo menos parte dos credores lesados pela quebra do Santos.

A primeira a sofrer a investida dos leiloeiros será a adega, com 1.200 rótulos. O vinho mais caro é o Petrus magnum (1,5 litro), safra 1988, cujo lance inicial será de R$ 5 mil – uma pechincha. O leilão, realizado apenas pela internet, começa no dia 22 e termina em 24 de outubro. “A adega está avaliada em R$ 430 mil, mas a expectativa é de que esse valor dobre ao final do leilão”, afirma Alexandre Travassos, gerente operacional da Superbid Judicial, entidade que organiza o evento. Segundo Travassos, serão vendidos 143 lotes, mas, no caso de não haver a liquidação do total, será realizado um segundo leilão, entre 25 de outubro e 15 de novembro, para os itens restantes.

“Nesse caso, pode haver um desconto de 40% no preço de avaliação.” 

A ressaca do Banco Santos - Por Fernando TEIXEIRA - Isto é Dinheiro

Um exemplo de custo histórico, valor de mercado e valor de liquidação.

Robert Kiyosaki falido

Robert Kiyosaki está falido! Quem é Kiyosaki? Já citamos ele no blog, num teste, na relação dos livros de negócios superestimados e nas dicas de leitura. Quando ministrei a disciplina de Finanças Pessoais recebi a recomendação de ler o "Pai Rico, Pai Pobre": detestei.

A notícia é que o famoso escritor de conselhos financeiros perdeu um julgamento e por isto entrou com um pedido de proteção Chapter 7. O julgamento deverá levar 24 milhões de dólares de uma fortuna estimada em 80 milhões, segundo o Business Insider. Kiyosaki não repassou parte do dinheiro que ganhou para a empresa Learning Annex, que era responsável por suas palestras e publicação dos primeiros livros.

Antes do pedido, o livros de Kiyosaki já eram criticados pela superficialidade, conselhos questionáveis, entre outros aspectos.

Sustentabilidade

Um modelo preliminar preparado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) sobre os relatórios integrados "que unem dados de sustentabilidade ambiental e social com números econômico-financeiros" deve ficar pronto até outubro do ano que vem. (...)

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está discutindo o assunto com o CPC. No entanto, não há ainda qualquer sinalização de que se publicará uma instrução que padronize as práticas (...)

Fonte: UOL Economia

Disney e o dever de pagar impostos

No espírito do dia das crianças (a parte da Disney e não a da guerra...), um desenho com o Pato Donald vinculado na época da Segunda Guerra, ressaltando a importância do pagamento de impostos.

"Não é apenas um dever, mas também um direito".

O rádio ainda ensina Donald a preencher o formulário de renda simplificado.

"Funded and approved by the US Department of Treasury in 1943, this Disney featurette called "The New Spirit" was to encourage every good American to do his "duty" and pay his taxes, which, at this time, were at an all time high. Those who do not wish to pay or don't pay it gladly are depicted as friends of Hitler and enemies of liberty and democracy."

Frase

Leia a frase a seguir:

"Transparência nos dados é o rei; mas transparência nos dados, juntamente com conteúdo é ainda maior"

O mais surpreendente é quem disse a frase. Três possibilidades:

Arnold Schwarzenegger, ator e ex-governador
Cesc Fabregas, jogador de futebol
Will.i.am, cantor de rapper do Black Eyed Peas

(A resposta nos comentários)

11 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Um dia antes da Auditoria      No dia da auditoria








Enviado por Alexandre Alcantara, grato.

Cozinhando os livros 2

Abaixo uma mensagem do Twitter de Jack Welch:

Welch foi ex-presidente da GE durante muitos anos, quando a empresa aumentou suas receitas em 385% e o valor de mercado em 4000%. É um gestor admirado por muitos. Mas vejam a figura a seguir:
Na primeira parte da figura, o resultado da GE durante a gestão de Welch. E a seguir o resultado obtido pelo sucessor. É visível a mudança no padrão. Se você não sabia o que é "cozinhar os livros", agora sabe.

Cozinhando os livros

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos por professores de finanças chegou a uma constatação preocupante: pelo menos 20% das empresas "gerenciam resultados", usando técnicas contábeis agressivas.

O gerenciamento de resultados pode ser feito fazendo escolhas contábeis mais agressivas, que mudar o resultado. E estas escolhas são perfeitamente legais. Em muitas empresas (40%), a mudança é no sentido de reduzir o lucro para que, no futuro, possa fazer o contrário.

O importante da pesquisa é que o questionário garantiu o anonimato.

Bancos perdem 13 bi

Os bancos tiveram mais um dia de perdas na bolsa ontem, com desvalorizações que chegaram a 3,07% no caso do Bradesco,após os concorrentes Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal anunciarem na véspera redução de tarifas. Com quedas consequentes nas cobranças, as quatro maiores instituições financeiras — BB, Bradesco, Itaú e Santander — perderam R$ 13,8 bilhões em valor de mercado no ano.

Daqui para frente, no entanto, a expectativa de analistas é de que os papéis ainda caiam um pouco, para então sofrerem uma acomodação. “O viés para o setor na bolsa não é positivo”, afirma o analista da Futura Investimentos, Adriano Moreno. Ele acredita que as quedas de ontem foram causadas não pela redução das tarifas em si por parte dos bancos públicos, mas pela sinalização do governo de uso destas instituições financeiras no sentido de redução de custos da economia, a exemplo do que ocorreu com tarifas elétricas.(...)

Luis Miguel Santacreu, analista de instituições financeiras da Austin Rating, ainda justifica a queda das ações de bancos na bolsa com o maior volume de provisões para fazer frente à inadimplência em meio a um cenário em que as carteiras de crédito não têm crescido como no ano passado. “Além disso, a queda da Selic em si também remunera menos os ativos das aplicações financeiras”, pondera. “Aqueles que estavam aplicando em ações de bancos podem estar eventualmente realizando lucros.”

Neste ambiente de maior competição, os próximos trimestres vão ser claros quanto às estratégias de cada instituição financeira em relação à adesão ao modelo de gestão bancária voltada para a redução de tarifas e juros. “O mercado reage com mais impulsividade, mas pode ser que os balanços surpreendam com sinalização de aumento do volume de crédito que compense a queda do juro”, diz Santacreu. (...)


Fonte: Aqui

SASB

O SASB é Sustainability Accounting Standards Board, uma entidade criada para cuidar da comunicação da informação não-financeira das empresas. Seu campo de atuação é a padrões contábeis de sustentabilidade.

Já existem em Londres o International Integrated Reporting Council. Outro grupo é o Global Reporting Initiative. O SASB tem sede em São Francisco. Seu foco é complementar o trabalho realizado pelo Financial Accounting Standards Board. Ou seja, tem um foco local.

O primeiro trabalho do SASB é produzir o "mapa da materialidade", com as prioridades sobre as questões de sustentabilidade em dez setores.

Leia mais aqui

(Observe o leitor a  grande  quantidade de entidades contábeis com ASB no nome: Fasb, Iasb, Gasb e, agora, SASB. Falta o BASB, Brazilian ...)

Aposta do Nobel

Perto da escolha do Nobel de Economia, eis as apostas da Thomson Reuters:

1. Sir Anthony Atkinson (inglês) e Angus Deaton (EUA) por pesquisa sobre salários, estado do bem-estar  social, pobreza etc
2. Stephen Ross - finanças
3. Shiller - finanças, com estudos sobre dinâmica de preços e volatilidade.

Será confiável? Nos três casos anunciados até agora, a Thomson Reuters errou todos.

Concorrência em auditoria

A Comissão de Concorrência da Grã-Bretanha, que está analisando o oligopólio do setor de auditoria, divulgou documentos preliminares sobre a investigação. Nestes documentos a Comissão afirma que a competição do setor seria restringida pelos envolvidos na escolha dos auditores. Pesquisando os presidentes de comitê de auditoria, a maioria deles já havia trabalhado para uma das grandes empresas.

Ou seja, os envolvidos na escolha dos auditores possuem antecedentes que pode revelar a preferência por uma das Big Four.

Leia também aqui

Dedicação

Trabalho árduo supera o talento, quando o talento não trabalha arduamente.
Dedicação é a capacidade de se entregar à realização de um objetivo. Não conheço ninguém que tenha progredido na carreira sem trabalhar pelo menos doze horas por dia nos primeiros anos. Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho sem sacrificar sábados e domingos pelo menos uma centena de vezes.
Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus filhos, terá de se dedicar a isto, superar o cansaço, arrumar tempo para ficar com eles, deixar de lado o orgulho e o comodismo. Se quiser um casamento gratificante, terá de investir tempo, energia e sentimentos nesse objetivo. O sucesso é construído à noite! Durante o dia você faz o que todos fazem. Mas, para conseguir um resultado diferente da maioria, você tem de ser especial. Se fizer igual a todo mundo obterá os mesmos resultados.
Não se compare à maioria, pois, infelizmente, ela não é o modelo de sucesso. Se você quiser atingir uma meta especial, terá de estudar no horário em que os outros estão tomando chope com batatas fritas. Terá de planejar, enquanto os outros permanecem á frente da televisão. Terá de trabalhar, enquanto os outros tomam sol à beira da piscina.
A realização de um sonho depende da dedicação. Há muita gente que espera
que o sonho se realize por mágica. Mas toda mágica é ilusão. E ilusão não tira ninguém do lugar onde está.

Roberto Shinyashik

10 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Jornal de Wall Street

Lojas Americanas: Falência?


O fornecedor "Athenabanco Fomento Mercantil" pediu a falência das Lojas Americanas na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. O pedido foi divulgado ontem (9/10/2012) na seção 'Falências Requeridas' do jornal Valor Econômico.

“A BM&FBovespa está consultando a empresa sobre requerimento de falência veiculado na imprensa em 09/10/2012”, informou a bolsa em nota.

Procurada, a Lojas Americanas informou que o Tribunal de Justiça do Rio ainda não disponibilizou acesso ao processo. Em nota, a empresa esclarece ainda que “todos os valores, negociados por fornecedores da companhia com a factoring Athenabanco, que a empresa tem conhecimento, estão pagos. Além disso, os valores não são significativos e não comprometem a saúde financeira da empresa”.

Minoritário e Tim

Uma noticia destaque na imprensa é que um acionista minoritário da Tim, a JVCO, processa a empresa por abuso de poder da controladora. Entre as acusações, problemas relacionados ao reconhecimento contábil de passivos.

Um aspecto pouco divulgado na notícia é que a JVCO é uma empresa de Nelson Tanure. Quem é Tanure? Na Wikipédia mostra que este empresário gosta de situações complicadas. No seu currículo, Tanure foi o último gestor do jornal Gazeta Mercantil e do Jornal do Brasil. Deixou dívidas enormes.  Seria um minoritário injustiçado ou somente uma pessoa interessada em aproveitar da situação?

Rossi

Com 49 dias de prazo na apresentação do balanço do segundo trimestre, a Rossi Residencial divulgou, no fim da noite de quarta-feira, uma revisão dos dados do resultado prévio do período, entregue em 15 de agosto. O novo balanço teve alterações em praticamente todas as linhas contábeis e ainda não passou pela auditoria independente, assim como a prévia apresentada há um mês e meio.

Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a empresa afirmou que modificou suas práticas contábeis para um padrão mais "conservador". A adoção de tais práticas levou a empresa a revisar os resultados não apenas do segundo trimestre, mas todos desde 2009, já que o ciclo da construção é, em média, de três a cinco anos.

As informações trouxeram alguma luz, mas levantaram ainda mais dúvidas entre analistas e investidores sobre a real situação das finanças da Rossi. A incorporadora informou ter realizado ajustes totais de R$ 715,3 milhões em 30 de junho. O grosso dessa revisão, 85%, veio de uma mudança cobrada pela Deloitte, sua nova auditoria. Até o período anterior, a Rossi era auditada pela Ernst & Young Terco.

O prejuízo líquido do segundo trimestre, de R$ 9,06 milhões, virou lucro de R$ 51,3 milhões

A apropriação dos resultados e custos da parte do terreno e da incorporação de um mesmo empreendimento eram feitas de forma separada. Os números das duas etapas entravam em momentos distintos no balanço e elas tinham até margens operacionais diferentes, por serem registradas por SPE's (Sociedades com Propósitos Específicos) diferentes. Agora, as receitas e custos presumidos de um mesmo empreendimento passam a entrar juntos. A nova regra é retroativa aos últimos três anos.

Com isso, a empresa melhorou os resultados da primeira metade deste ano, mas piorou os dados referentes a 2011, 2010 e 2009. "Na prática, eles tiraram receita do passado e jogaram mais receita no presente", afirma Flávio Conde, analista da CGD Securities.

(...) O impacto negativo dos reajustes foi sentido diretamente no patrimônio líquido. Os lucros contabilizados em anos anteriores, partindo de receitas presumidas, foram estornados. Em 30 de junho, o patrimônio líquido, de R$ 2,79 bilhões na prévia de agosto, caiu para R$ 2,075 bilhões, queda de 25%. "A conclusão é que a empresa vale R$ 700 milhões a menos", afirma Conde.

Esse é o ponto mais grave também na visão de Eduardo Silveira, analista da BES Securities. "Essa baixa no PL foi maior do que a gente esperava". O analista comparou com empresas que passaram por problemas financeiros semelhantes recentemente e que estão fazendo operações de aumento de capital em valores equivalentes aos impactos dos estouros de orçamentos. A Brookfield faz uma capitalização de R$ 400 milhões, enquanto a PDG realiza uma operação de R$ 800 milhões. Como a Rossi anunciou que prepara um aumento de capital de R$ 500 milhões, o mercado esperava, no máximo, reajustes dessa ordem.

Outro índice que chamou a atenção do analista foi a alavancagem (endividamento líquido sobre patrimônio líquido). Como as dívidas foram ajustadas para cima e o patrimônio líquido para baixo, esse índice subiu. No segundo trimestre, foi revisado de 108% para 148,5%.

Rossi Residencial muda balanço e adota "padrão mais conservador" - 5 de Outubro de 2012 - Valor Econômico - Ana Fernandes

Ainda segundo o Valor Econômico (De olho no futuro se esquece o passado - Fernando Torres)

Tudo indica que não foi a Rossi que escolheu mudar suas práticas contábeis. Afinal, ter de republicar balanços não é algo desejável para nenhuma companhia. Se ela fez isso, portanto, foi por conta de pressão do auditor. (...)

Nos últimos anos, a empresa usou um sistema de reconhecimento de receita que a favoreceu. Ela divulgou margens brutas compatíveis com a das concorrentes, mas usando um critério que a favorecia perante as rivais.

Como os terrenos são registrados no balanço pelo custo histórico, a margem ligada a eles já costuma ser maior que a do serviço de incorporação. Com o salto recente no valor de mercado dos terrenos nas grandes cidades, e com a queda nas margens de incorporação por conta da elevação dos custos de mão de obra, essa diferença foi duplamente acentuada nos últimos anos.

Enquanto as rivais amargavam quedas de margem por conta de estouro de orçamento na incorporação, a Rossi tinha no reconhecimento antecipado dos terrenos, com margem maior, um fator que sustentava seus resultados na parte superior da média do mercado.

Agora que se aproxima o período da entrega da maior parte dos empreendimentos, em que a tendência das margens era diminuir (para abaixo da média do setor, para compensar o efeito positivo anterior), já que o peso da incorporação seria maior no resultado total, em detrimento dos terrenos, ela muda a prática contábil.

Fazendo o ajuste retroativo, quem olhar o passado verá que as margens da empresa não eram tão boas quanto pareciam. Mas passado é passado. Daqui para frente, chamarão mais atenção as novas margens que serão divulgadas.


Outro texto explora a questão da bolha (A bolha estourou e acabou a folia contábil no setor - Nelson Niero)

Não se sabe ainda se existe uma bolha no setor imobiliário brasileiro, mas uma coisa parece certa: existia uma bolha contábil e ela já estourou. (...)

Um auditor se abstém de dar opinião quando não obteve comprovação suficiente para fundamentar seu parecer. Ou seja, depois de quase 50 dias, a Deloitte não sabia ainda o que fazer dos números da Rossi.

Lucros Cessantes

A BMW do Brasil foi condenada a pagar a uma antiga concessionária indenização por lucros cessantes no valor de R$ 13,1 milhões. A decisão favorece a Nett Veículos, que atuava na cidade de São Paulo. A concessionária decidiu ir à Justiça depois de a montadora cancelar contrato para revenda exclusiva de veículos da marca. Depois de 14 anos de tramitação no Judiciário, o processo transitou em julgado no dia 13 de setembro.

De acordo com os advogados da Nett, o valor já foi penhorado na conta bancária da BMW. "Estamos esperando o levantamento do dinheiro", diz Ronaldo Vasconcelos, sócio do Lucon Advogados. Firmado em janeiro de 1996, para vigência de cinco anos, o contrato foi rescindido em abril de 1998. "A loja teve que fechar de um dia para outro."

(...) Segundo o acórdão do TJ-SP, a lei proíbe a rescisão unilateral. "Essa vedação é compreensível em pactos dessa natureza, eis que se cuida de negócio que exige vultoso investimento, cujo retorno não ocorre em curto prazo", afirma na decisão o relator do processo, desembargador Arantes Theodoro, acrescentando ainda que a BMW teria descumprido a cláusula que estabelecia prazo de doze meses para o aviso prévio da rescisão ao concessionário. Com isso, o TJ fixou indenização de 4% sobre o faturamento da concessionária projetado até o término do contrato, ou seja, até 2001. (...)


Montadora é condenada em R$ 13 milhões - 9 de Outubro de 2012 - Valor Econômico - Bárbara Pombo

Novo Doutor

O blogueiro Orleans Silva Martins é o doutor mais fresco em contabilidade do Brasil. Na segunda-feira (8/10/2012), sua tese, denominada, "Relações entre a Assimetria de Informação e as Características das Empresas no Mercado Acionário Brasileiro" foi aprovada no Programa Multi-institucional e Inter-regional de Pós-graduação em Ciências Contábeis UnB/UFPB/UFRN.

Da esquerda para a direita:
Dr. Fábio Moraes da Costa (membro externo), Dr. Edilson Paulo (orientador), Dr. Orleans Silva Martins, Dr. Wagner Moura Lamounier (membro externo), Dr. Ivan Ricardo Gartner (membro interno) e Dr. Anderson Luiz Rezende Mol (membro interno)




Bom gestor sabe arrecadar e aplicar recursos

Segundo José Matias Pereira, na hora de escolher um candidato, eleitor deve levar em consideração a situação financeira da cidade e a forma como os políticos envolvidos na disputa vão aplicar a verba.



Fonte: CBN

Vinhos

O ex-dono do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, desencadeou nesta terça-feira uma batalha pessoal para tentar evitar a venda das quase 1,2 mil garrafas de vinho que colecionava na adega de sua mansão. (...)

A peça fundamental da acusação é o laudo de um perito, contratado pelo gestor da massa falida, que diz que “garrafas de vinho da adega, algumas de alto valor, apresentam redução do líquido, enquanto outras já se encontram vazando e mais outras apresentando início de deterioração”. O documento, assinado por Oliver Smith, segue sugerindo a venda o mais rápido possível da bebida, sob pena de perda de qualidade e de valor da coleção.

O especialista em vinhos, por sua vez, diz que das 1192 garrafas que avaliou, menos de 15 garrafas apresentam problemas de conservação. E que o problema não foi necessariamente causado após a saída de Ferreira da casa. Em alguns casos, trata-se de rolhas com décadas, que se deterioraram naturalmente e já deveriam ter sido trocadas. Há o caso de uma garrafa com duas rolhas. Porém, na maior parte dos casos, o vinho permanece em perfeito estado, afirma Smith. Segundo ele, além disso, a adega é bem protegida do sol e, nos cinco dias em que levou para avaliar o lote, o ar-condicionado esteve sempre ligado. (...)


Fonte: aqui

O que o seu "rastro" diz sobre você?



Um vídeo que me surpreendeu pelas pessoas realmente acreditarem e se assustarem com o médium. Saber o número da sua conta é um tanto exagerado né?

Com as faturas de cartão de crédito (que talvez você jogue fora sem rasgar) é possível saber seu estilo de vida: se você mora sozinho ou tem filhos, tem carro, viaja (fica em hotel cinco estrelas?), compra muitas roupas ou vai a bares e boates. Com as redes sociais ficou ainda mais fácil traçar o seu perfil – o que você compartilha? Quais fan pages (ou contas no twitter, instagram, pinterest)“curte” ? Quantos “amigos” tem? Como é a sua interação nesse ambiente?

Isso pode ser usado para o seu “bem” – com base no seu perfil, são direcionados anúncios que possam te interessar, ou para o seu mal – um médium tirando o seu dinheiro ou a orientadora que te adiciona para saber se você está terminando o trabalho ou se está na festa é o mais simples. Tenho certeza que coisas mais elaboradas virão à sua mente...

Indicado por Ednilto Tavares Júnior, a quem agradecemos.

BM&FBovespa: Horário de Verão

A BM&FBOVESPA informou o horário de negociação dos segmentos Bovespa e BM&F que irão vigorar a partir de 22 de outubro, devido ao início do horário brasileiro de verão, em 21 de outubro.

Principais destaques em relação aos horários de negociação:

- Não haverá alteração do pregão regular no mercado Bovespa, ou seja, permanece em sessão contínua das 10h às 17h;

- Será estendido o call de fechamento para todo o mercado de balcão organizado e para todos os Fundos de Investimento Imobiliário de Bolsa;

- Será criado o call de fechamento para opções de IBOVESPA a partir das 16h50, com encerramento estendido em dois minutos a partir do encerramento do último call de ação;

- A negociação de contratos de Índice Bovespa Futuro, que começa às 9h, será estendida até as 17h55;

- O call de fechamento será das 17h55 até as 18h;

- A partir de 5 de novembro, deixa de existir o pregão After Hours para o contrato futuro de soja com liquidação financeira.

Confira os horários de negociação: aqui.

Fonte: BM&FBovespa

09 outubro 2012

Rir é o melhor remédio


Contabilidade criativa e os repasses do BNDES

Editorial O Estado de S.Paulo
04 de outubro de 2012

O Tesouro Nacional deverá liberar entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões nos próximos dias para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a fim de que este possa prosseguir nas suas operações com empresas, inclusive do governo.

É um expediente que já foi denunciado, no passado, pela economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) que acompanhava a economia brasileira. No entanto, é apresentado pelas autoridades monetárias brasileiras como "contabilidade criativa".

No fundo, trata-se de uma operação de triangulação em que o Tesouro empresta recursos ao BNDES sem que, pelas normas contábeis, isso represente aumento da dívida líquida, pois são recursos repassados pelo banco de desenvolvimento a empresas controladas direta ou indiretamente pelo governo, que pagam dividendos ao Tesouro e, portanto, ajudam a elevar de modo sensível o superávit primário.

Fugindo das normas da transparência, nunca se explicou com clareza o custo dessas operações para o Tesouro. Na realidade, este paga juros mais elevados pela dívida que contrai do que os praticados pelo BNDES, e os dividendos que recebe parecem inferiores aos juros que paga. Os repasses ao BNDES não aparecem como despesas do governo, enquanto os dividendos que o Tesouro recolhe são incluídos nas receitas - um dos pontos altamente criticados.

Num momento em que o governo reconhece que não poderá alcançar a meta cheia de superávit primário do governo central - e terá de emitir mais títulos da dívida pública, sobre os quais incidirão mais juros -, essa "contabilidade criativa" apresenta graves inconvenientes.

É somente por causa de convenções contábeis que a dívida pública não está aumentando. Na realidade, ela cresce e exige o pagamento de juros, que é feito com emissão de novos papéis da dívida. Serão juros sobre os quais incidirão mais juros.

Por outro lado, desde que começou a campanha eleitoral, os governos estaduais foram autorizados a aumentar seus empréstimos, o que representa nova fonte de juros a pagar.

Por enquanto, a dívida pública está num nível administrável, mas poderá chegar a um ponto em que o País será forçado a pagar juros mais altos por sua rolagem, especialmente se a liquidez internacional - que vem sendo objeto de alertas pela presidente Dilma Rousseff - voltar a se estreitar.

De qualquer maneira, o fato de a equipe econômica estar anunciando que o superávit primário não será atingido já deve levar a um aumento dos juros que o Brasil está pagando.