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21 setembro 2012

Vale

Entre as 27 empresas brasileiras com ações negociadas em bolsas de Nova York, a mineradora Vale é a única que segue usando o padrão contábil americano, conhecido como US Gaap, no documento anual de informações (20-F) entregue para a Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários americana.

Todas as outras passaram a usar o modelo internacional IFRS, conforme permitido pelo regulador americano desde o fim de 2007 para empresas estrangeiras.

Ao apresentarem o balanço de 2011 no 20-F entregue este ano, foi a vez de Petrobras, Itaú e Bradesco se juntarem às demais empresas brasileiras, que já tinham decidido abandonar o US Gaap.

A maioria das empresas nacionais passou a usar apenas o IFRS já para o balanço de 2010, entregue no ano passado. Aquele também foi o primeiro exercício em que todas as companhias do Brasil adotaram obrigatoriamente o conjunto integral de normas contábeis internacionais.

Procurada pelo Valor, a SEC informou que mais de 300 empresas, de um total de 965 emissores estrangeiros registrados, já estão usando o padrão internacional.

A Vale foi questionada sobre a decisão de manter a divulgação em US Gaap e se isso teria relação com o fato de a norma contábil do IFRS sobre indústria extrativa ainda estar em discussão. Por meio de nota, a mineradora negou que a decisão tenha relação com isso e ressaltou que também traduz o balanço em IFRS envia para a SEC, ou seja, divulga nos dois padrões também nos Estados Unidos. "A nossa avaliação foi que os nossos investidores estavam mais acostumados com o modelo US Gaap e precisavam de tempo para se familiarizar com o novo modelo", afirmou a companhia.

Sem marcar data, a Vale diz, no entanto, que a tendência é que no futuro fique só com o IFRS.

Renê Coppe Pimentel, coordenador acadêmico do MBA Relações com Investidores da Fipecafi e do Ibri, diz que grandes empresas e bancos chegam a ter equipes com 15 a 20 pessoas só para atender regras ligadas à contabilidade internacional e formulários da SEC. "É bastante clara a economia de custo para a empresa", afirma, sobre as companhias que ficaram com um único balanço.

As empresas, por sua vez, até admitem que existe redução de gastos, mas garantem que esse não foi o principal fator que determinou a decisão de ficar apenas com o IFRS.

"Se tem um processo a menos, tem uma redução de custo. Mas é a homogeneidade da informação que faz uma diferença enorme. Se tiver um conjunto de princípios que levam a números diferentes, isso gera desinformação", afirma Rogério Calderon, diretor de controladoria do Itaú.

Alexsandro Broedel, diretor de controle financeiro do banco, acrescenta que a busca pela convergência também pode ser vista no balanço brasileiro, que segue as regras do Banco Central. "No que as que as normas locais permitem que se siga o IFRS, como em instrumentos financeiros, a gente aproxima", afirma.

Em nota, a Petrobras disse que a decisão não se deveu apenas a custos, mas para evitar o uso de dois padrões e para a seguir a tendência mundial de uso do IFRS. A companhia destacou, entretanto, que apesar de não ser obrigatório, divulgou o balanço em dólares. (FT)


Vale é a única que ainda usa padrão dos EUA - 21 de Setembro de 2012 - Valor Econômico

Teste 584

Parece que as empresas pagam muitos impostos. Mas a existência de um grande número de regras pode iludir esta crença. Nos Estados Unidos, uma das maiores empresas é a General Eletric. Nos últimos dez anos, a alíquota desta empresa foi de:

1,2%
2,3 %
38%

Iasb ataca norma bancária dos EUA

Segundo o Financial Times (IASB warns of reduction in bank lending, Adam Jones) o presidente do Iasb, Hans Hoogervorst, criticou a atitude mais conservadora dos EUA quanto a contabilidade bancária dos empréstimos. [O texto foi publicado hoje, traduzido, pelo Valor e encontra-se em postagem a parte]

Segundo o presidente do Iasb, o método dos EUA envolve o reconhecimento antecipado das perdas de crédito esperadas. Para Hans Hoogervorst isto pode ter consequências graves sobre a economia, pois incentivaria os bancos a reduzir seus empréstimos em situações de crise. Neste caso, os empréstimos bancários teriam um papel "pró-cíclico", agravando a crise financeira.

O IASB defende uma postura mais suave. A presidente do FASB, Leslie Seidman, negou que o sistema afete a economia.

Aqui o artigo do Financial Times.

Iasb ataca norma bancária dos EUA 2

Eis o texto do Financial Times:

Iasb critica nova regra para banco - Adam Jones | Financial Times, de Londres

Os bancos poderão reduzir a concessão de empréstimos sob uma nova abordagem para provisões de créditos de difícil recuperação que está sendo preparada nos Estados Unidos, de acordo com Hans Hoogervorst, presidente do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb).

A crítica é mais um sinal de que as iniciativas para criar regras contábeis globais perdem força.

O método, que prevê admitir antecipadamente todas as perdas previstas com a concessão de empréstimos poderia ter "sérias consequências inesperadas", disse.

O registro de perdas a partir do "primeiro dia" com o novo método poderia encorajar as instituições financeiras, em tempos difíceis, a tentar ampliar os lucros cortando novos créditos, afirmou.

"Os créditos bancários poderiam se tornar ainda mais pró-cíclicos do que já são", argumentou em discurso em Bruxelas.

O Iasb, responsável pelas Normas Internacionais de Resultados Financeiros (IFRS) usadas na União Europeia, Canadá, Brasil e outros países, defende que os bancos reservem provisões para as perdas previstas com seus empréstimos no ano e que promovam baixas contábeis mais contundentes quando surgirem evidências específicas de inadimplência.

O Fasb, orgão que dita as normas americanas (US Gaap), questiona a complexidade e dificuldade de adaptação dessa abordagem e desenvolve atualmente um modelo alternativo que prevê a reserva, pelos bancos, de provisões com base nos prejuízos esperados até o vencimento do empréstimo, em vez de apenas um ano.

Os dez anos de tentativas para harmonizar os IFRS e os Gaap dos EUA estancaram em meio ao entusiasmo cada vez menor pelo projeto nos EUA.

Perfil do Investidor e Risco

Já se passaram mais de 30 anos [1] desde que os primeiros trabalhos de finanças comportamentais surgiram. A cadeira cresce em aceitação e o número de publicações voltadas ao tema revela como tem obtido centralidade no debate econômico e financeiro [2]. No entanto, são raros os exemplos de aplicações práticas de tais ensinamentos no dia a dia dos investidores [3]. Veja, por exemplo, o caso do perfil de risco de investidor. Para qualquer conselheiro financeiro ou aplicador não há pergunta mais óbvia e, ao mesmo tempo, desconcertante que "Qual o nível de risco que o senhor(a) está confortável em assumir na sua carteira?". O usual constrangimento com a pergunta tem sido amenizado por meio do uso de questionários de avaliação de tolerância ao risco, que no Brasil recebem o nome de API (análise do perfil do investidor), obrigatório de ser respondido desde 2010 por quem deseja fazer investimentos em fundos que envolvam ativos de risco. Com base em suas respostas, você será colocado em um de três grupos: Conservador (basicamente 100% renda fixa), Moderado (um pouquinho de fundos multimercados e ações são adicionados à carteira) ou Agressivo (mais multimercados e ações que o anterior e menos renda fixa). E voilá! Sua carteira está pronta e balizada às suas necessidades, desejos e medos. 

Algumas perguntas podem evidenciar o absurdo da tarefa em questão. Por exemplo, é possível um ser humano ter um único nível de tolerância ao risco que pode ser mensurado como se estivéssemos na loja de calçados em busca de um sapato do tamanho certo? Além disso, caso de fato possamos determinar por meio de teste a tolerância ao risco de um indivíduo, diferentes questionários deveriam gerar consistentemente o mesmo perfil. Será que isso é verdade? Levantamos o questionário disponível na internet de três grandes bancos e pedi a 60 pessoas que respondessem aos três testes. Curiosamente, apenas 56% dos resultados coincidiram. Ou seja, para 44% das respostas um questionário resultou em Conservador enquanto os outros dois deram Moderado ou Agressivo. Em outras palavras, a probabilidade de que dois questionários gerem para uma pessoa o mesmo diagnóstico de perfil são pouco melhores que ganhar um jogo de cara ou coroa [4]. O seu suposto nível de tolerância ao risco depende menos de quem você é e mais de qual questionário você responderá. 

Vários estudos comportamentais mostram que nosso humor, inerentemente maleável e, portanto inconstante, é o principal fator por trás da capacidade de um indivíduo avaliar e tolerar riscos [5]. Se suas emoções mudam, sua propensão ao risco se altera e isso pode ocorrer com diferenças de minutos, as vezes segundos. Vejamos alguns exemplos. 


Em um estudo efetuado em Israel, alguns estudantes do sexo masculino foram expostos a fotos de várias mulheres que estavam em um site de relacionamento. Na sequência, eles podiam escolher receber diferentes pagamentos seja no dia seguinte ou em uma data mais distante. Os homens que viram fotos de pessoas mais atraentes se mostraram 70% menos propensos a esperar para receber os pagamentos.

Em outra pesquisa, estudantes foram colocados diante de uma opção segura, com 70% de chance de ganhar US$ 2,00 e outra mais arriscada, com 4% de chance de ganhar US$ 25,00. Um grupo de estudantes foi então colocado em uma sala e assistiu a um seriado de TV cômico (no caso desse estudo, o seriado Friends). O restante dos estudantes assistiu a um concerto instrumental de gaita de fole com o som levemente distorcido e a eles foi pedido que cantasse uma letra de música predefinida. Nesse segundo grupo, 87% escolheu a opção mais arriscada, como se estivessem buscando neutralizar a chateação e o constrangimento com a possibilidade de obter um ganho financeiro elevado. 


Em um experimento realizado na França, um grupo de voluntários recebeu um caneta de marca famosa e assistiu a uma cena sangrenta de assassinato de um filme de terror, enquanto um outro grupo ficou observando um aquário com peixes tropicais. Na sequência, precisavam responder por quanto venderiam a caneta que ganharam e quanto pagariam para comprar a caneta de outra pessoa. Quem assistiu a cena de crime ficou mais propenso a pagar mais para comprar a caneta de outra pessoa. Psicólogos interpretam isso como uma resposta instintiva para lidar com a tristeza. Ou seja, a tristeza está associado à perda de algo que valorizamos, e por isso ficamos mais dispostos a pagar alto para compensar ou nos recuperarmos da sensação de perda. 

Estes são apenas alguns exemplos de que alterações de humor afetam nossa postura frente ao risco. Não há evidência acadêmica, ou suporte em pesquisas aplicadas, de que seja possível definir com um mínimo de precisão a propensão ao risco de uma pessoa. Os estudos evidenciam grande maleabilidade desse comportamento e grande suscetibilidade de alteração com base em informações a que somos expostos no momento da avaliação. 

Quando responder ou aplicar um questionário de avaliação de perfil de risco, esteja ciente de suas limitações, tendo a noção de que se trata apenas de um "fotografia" do humor do investidor no momento em que foi respondido. Atribuir muito mais à capacidade de diagnóstico de tais questionários seria equivalente a desconsiderar por completo a maleabilidade do humor humano.

Tolices que não questionamos - 20 de Setembro de 2012 - Valor Econômico - Aquiles Mosca



[1] Considerando que surgiu com Kahneman e Tversky, já são 40 anos.

[2] Acho exagero considerar como tema central da economia. Alguns ainda não consideram as contribuições relevantes.

[3] Talvez o melhor seria "são raras as aplicações dos conhecimentos"

[4] A comparação é infeliz: no jogo de moedas temos dois resultados esperados e nos questionários três.


[5] Mas parece que isto não explica o resultado da pesquisa realizada, já que os questionários foram respondidos um após o outro.

Schapiro

Segundo a Bloomberg, existe um forte boato que Mary Schapiro, a responsável pela  fiscalização de Wall Street, poderá deixar  seu posto em novembro, após a eleição. O boato aumentou com uma licença médica tirada por Schapiro. Comenta-se que  ela está desgastada com as questões políticas envolvendo a SEC.

Chefiando a SEC, ela tem um papel crucial na definição da convergência contábil dos Estados Unidos.

PCC

PCC é a sigla para Private Company Council, uma entidade criada recentemente nos Estados Unidos para fazer regras contábeis para empresas de capital fechado. Segundo notícias da Reuters, foi indicado o nome de Billy Atkinson, um ex-partner da PwC, como chairman.

A entidade receberá apoio do Financial Accounting Standards Board, que recentemente apresentou uma proposta de framework para estas empresas. Naturalmente que a ideia não é aplicar as normas das empresas com ações negociadas na bolsa.

Ignobel

O Prêmio Ig Nobel --a paródia do Nobel que elege as pesquisas científicas mais esdrúxulas-- destaca neste ano descobertas como a de que chimpanzés reconhecem outros macacos olhando fotos de seus traseiros e um experimento que identificou ideias complexas no cérebro de um salmão morto.

Apesar do tom de ridículo, o segundo trabalho foi, na verdade, a denúncia de uma crise na neurociência, área em que revistas técnicas têm publicado estudos com conclusões duvidosas sobre mapeamentos cerebrais.

A lista de ganhadores tinha outros trabalhos inacreditáveis --um deles era sobre o (baixo) risco de pacientes explodirem durante colonoscopias--, e o estudo sobre a mente do peixe acabou meio ofuscado entre os vencedores anunciados hoje.

O experimento de Craig Bennet, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, representa bem o lema do Ig Nobel: premiar pesquisas que "primeiro fazem rir, depois fazem pensar".

Usando uma máquina de ressonância magnética para mapear o cérebro do animal morto, o cientista mostrou que, usando um pouco de estatística sem rigor para interpretar os resultados, é possível tirar qualquer conclusão.

No estudo, Bennet mostrou que o cadáver de peixe tinha empatia e apontou quais áreas de seu cérebro eram responsáveis por isso.

"Mostramos ao salmão uma série de fotografias com humanos em situações sociais de valor emocional específico", diz o estudo. "Pedíamos ao salmão para determinar quais emoções o indivíduo estaria sentindo."

A parte do estudo de Bennet que não tinha graça nenhuma era um levantamento sobre o panorama atual da pesquisa com ressonância magnética funcional (que vê a atividade do cérebro em tempo real). Em um ano, 26% dos artigos científicos estavam se valendo do mesmo método estatístico que ele mostrou ser frágil. Numa conferência, 79% dos trabalhos tinham esse problema.

Isso explica, em parte, a proliferação de estudos atribuindo funções ultraespecíficas a partes do cérebro.

A cerimônia de entrega do prêmio ocorreu nesta quinta-feira, no teatro da prestigiada Universidade Harvard (EUA).


Nobel da pesquisa maluca ajuda a criticar ciência "séria" - RAFAEL GARCIA

Crise e os Bancos

Estimativa, menor do que uma avaliação semelhante feita seis meses atrás, mostrou que os bancos precisam reforçar substancialmente os seus balanços, aponta o Comitê de Basileia de reguladores globais do setor financeiro

Os principais bancos do mundo precisariam levantar 374 bilhões de euros (US$488 bilhões) em capital extra se regras mais pesadas tivessem entrado em vigor no fim do ano passado, estimaram reguladores que estão implementando as normas, nesta quinta-feira.

A estimativa, menor do que uma avaliação semelhante feita seis meses atrás, mostrou que os bancos precisam reforçar substancialmente os seus balanços.

O Comitê de Basileia de reguladores globais disse nesta quinta-feira que, se as novas regras, conhecidas como Basileia III, estivessem em vigor no final de dezembro, os maiores bancos precisariam de 374 bilhões de euros para manter um capital base de 7% dos ativos, a meta para os bancos atenderem as novas regras quando elas entrarem em vigor.

O comitê havia estimado em abril que os principais bancos precisariam de 486 bilhões de euros se as regras tivessem entrado em vigor em junho de 2011.

Bancos precisam de 374 bilhões de euros para cumprir novas regras - Reuters

Mais regras

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) coloca hoje em audiência pública duas minutas de deliberação que aprovam dois pronunciamentos técnicos - o CPC 19 (negócios em conjunto) e CPC 35 (demonstrações separadas).

A autarquia informa que as proposta de revisão contemplam as alterações feitas pelo International Accounting Standards Board (Iasb) após a edição do último documento, tomando por base o Bound Volume - BV 2012.

No caso do CPC 19, a minuta inclui compatibilizações de texto com o objetivo de produzir os mesmos reflexos contábeis que a aplicação da IFRS 11 – Joint Arrangements. As modificações propostas pela CVM alteram o pronunciamento original principalmente quanto ao conceito de controle e à diferenciação entre uma controlada em conjunto e acordos de operação conjunta. O pronunciamento é de aplicação mandatória a partir de 2013.

Para o CPC 35, a busca é dos mesmos reflexos contábeis que a aplicação da IAS 27 Separate Financial Statements. As sugestões e os comentários, por escrito, deverão ser encaminhados, em ambos os casos, até o dia 22 de outubro, à Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria da CVM.


CVM coloca duas regras contábeis em audiência pública - 20 de Setembro de 2012 - Valor Online - Ana Paula Ragazzi | Valor

Automóvel e infidelidade

É bem fácil perder as contas do tanto de redes sociais que aparecem por aí. Tem de tudo, para todos. O AshleyMadison.com foi criado para reunir um grupo bastante incomum, de (vamos dizer) pessoas não-adeptas da monogamia. O site é a maior rede de relacionamentos extraconjugais do mundo.

Aproveitando esse público bem específico, a equipe de marketing do portal resolveu fazer um simples questionário perguntando aos seus usuários qual carro dos infiéis do Brasil. Entre os mais de 2.000 puladores de cerca da ala masculina que votaram, o campeão foi o Volkswagen Jetta. O Honda Civic ficou em segundo lugar. No top 5 ficaram logo em seguida o Ford Ecosport, Toyota Corolla e BMW Serie 3.

No grupo das mulheres, que contou com cerca de 1.000 participantes da pesquisa, o campeão foi o Tucson, utilitário da Hyundai. Para a preocupação dos moços comprometidos, a medalha de prata ficou com o Citroën C3, compacto preferido delas. Para completar o hall dos 5, marcaram presença o VW Fox, Fiat Punto e Honda Fit.

É curioso notar que o carro pode demostrar um certo perfil dos infiéis. Dentro das listas de cada sexo, os modelos mais populares não aparecem, mostrando que os adúlteros espalhados pelo país estão provavelmente na meia idade e com carreiras já estabelecidas. Veja abaixo o top 10 e torça para o seu amado(a) não dirija um desses (pelo menos as chances são menores).

Mulheres
1. Hyundai Tucson
2. Citroën C3
3. VW Fox
4. Fiat Punto
5. Honda Fit
6. Toyota Corolla
7. Peugeot 207
8. Honda Civic
9. Kia Soul
10. Honda CR-V
11. BMW X1

Homens
1. VW Jetta
2. Honda Civic
3. Ford Ecosport
4. Toyota Corolla
5. BMW Série 3
6. VW Golf
7. Citroën C4
8. Ford Focus
9. Mercedes-Benz Classe C
10. Fiat Palio Weekend
11. Peugeot 207


É preciso ver com bastante ressalva este tipo de pesquisa. O viés da amostra e a falta de cuidado estatístico colocam um grande ponto de interrogação sobre estes  resultados.

P.S. Não tenho nenhum destes carros.

Terra

Foto da Terra, tirada de Marte.

20 setembro 2012

Rir é o melhor remédio

Diploma

Alan Turing


No princípio era o abstrato
14/09/2012
Valor Econômico
Antonio Carlos Barbosa de Oliveira é engenheiro (USP) e "master of science" (MIT). E-mail: acbolive@mac.com

Estamos acostumados a utilizar diariamente nossos computadores e telefones inteligentes para uma enorme diversidade de tarefas, tais como escrever um texto, calcular uma planilha, pesquisar um fato na internet ou simplesmente jogar um vídeo game. Fazemos isso sem nos darmos conta de que uma única maquina consegue realizar um número ilimitado de funções. Quando queremos utilizar nosso computador para uma nova tarefa, vamos à loja de aplicativos do nosso fabricante favorito e escolhemos um novo programa, que, depois de instalado em nosso computador universal, passa a realizar a nova função. Essa ideia, aparentemente simples e hoje em dia absolutamente clara para qualquer pessoa, foi concebida em 1936 por um dos maiores gênios do século XX, o matemático inglês Alan Turing, de quem se comemora neste ano os cem anos de nascimento. Praticamente desconhecido do grande público, mesmo em seu país, Turing merece reconhecimento amplo, ainda que tardio.

O matemático alemão David Hilbert definiu nos anos 1920 um programa de pesquisa centrado em demonstrar a consistência, a completude e a decidibilidade da matemática. Consistência, na matemática, significa que os axiomas não geram contradições lógicas. Completude significa que qualquer sentença matemática verdadeira pode ser demonstrada a partir dos axiomas. Decidibilidade significa dispor de um processo puramente mecânico que permita saber se uma sentença matemática é falsa ou verdadeira. O programa de Hilbert, como seu projeto passou a ser conhecido, sofreu um primeiro impacto negativo com o matemático austríaco Kurt Gödel, que em 1931 demonstrou a impossibilidade de qualquer sistema lógico formal de certa complexidade ser simultaneamente completo e consistente. Utilizando a própria lógica matemática para demonstrar suas limitações, Gödel constrói a sentença lógica "Esta sentença não pode ser demonstrada". Se admitirmos que a sentença é verdadeira, ela realmente não pode ser deduzida a partir dos axiomas e o sistema lógico é incompleto. Se admitirmos que a sentença é falsa, então ela pode ser deduzida a partir dos axiomas e o sistema é inconsistente, pois permite a dedução de uma sentença falsa. Um sistema lógico que permite a dedução de sentenças falsas permite também a demonstração de qualquer coisa e é absolutamente inútil. Assim, os matemáticos passaram a trabalhar sabendo que existem verdades matemáticas que não podem ser deduzidas ou demonstradas; qualquer sistema axiomático, sendo consistente, será sempre obrigatoriamente incompleto.

A questão da decidibilidade permanece em aberto até que Alan Turing, com 23 anos e recém-nomeado "fellow" na Universidade de Cambridge, resolve atacar o problema. Em 1936, ele conclui o trabalho que dá o golpe de misericórdia no programa de Hilbert, mostrando que é impossível definir um procedimento mecânico que determine a verdade ou a falsidade de toda e qualquer sentença matemática. Para chegar a essa importante descoberta matemática, Turing inventa uma máquina computacional universal, um dispositivo abstrato que posteriormente se realizaria fisicamente nos computadores hoje utilizados.

A palavra "computador", ou "computer" em inglês, era utilizada para descrever pessoas, em geral mulheres, que realizavam cálculos manualmente. Existiam empresas cujo negócio era vender serviços de cálculos matemáticos, utilizando o trabalho de "computers", treinadas para executar manualmente uma sequência de procedimentos que resultaria na solução numérica de um problema matemático.

Para formular adequadamente o "Entscheidungsproblem" (problema da decidibilidade), Turing precisava formalizar a noção de um procedimento puramente mecânico em um calculo matemático, e parte da observação de como os seres humanos, as "computers" da época, faziam cálculos, escrevendo símbolos com lápis e papel. Tentando caracterizar os principais elementos do processo de cálculo, Turing define uma máquina simples, composta por uma fita unidimensional e infinita em que símbolos podem ser lidos ou escritos. Com essa máquina puramente abstrata, que funciona com regras bastante simples, Turing consegue capturar a essência do processo computacional e afirma que existe uma máquina universal capaz de executar qualquer cálculo, a partir de instruções gravadas na própria fita. Não é necessário criar máquinas especificas e individuais para cada problema. Uma única máquina universal, com uma sequência de símbolos em sua fita - hoje, diríamos com um programa ou software -, pode realizar toda e qualquer computação. Especificando a máquina universal, Turing prova que existem funções incomputáveis e que não é possível, como imaginou Hilbert, criar um processo puramente mecânico para determinar se sentenças matemáticas são verdadeiras ou falsas. Turing consegue, simultaneamente, obter um maravilhoso resultado matemático e cria a base teórica para a maior revolução tecnológica do século.

Turing termina de escrever seu importante trabalho e viaja aos Estados Unidos para fazer o doutorado em Princeton. Ao voltar à Inglaterra, em 1938, resolve aplicar seu talento matemático para ajudar o país a enfrentar a ameaça nazista.

A máquina de guerra alemã necessitava de um processo eficiente de comunicação para implementar a estratégia de blitzkrieg com movimentação rápida de tropas e recursos. Resolve, então, adotar um sistema de comunicação por radiotelégrafo, baseado em mensagens cifradas por uma máquina chamada Enigma. A máquina, portátil e alimentada por bateria, consistia em um teclado e um painel de lâmpadas. Quando uma tecla era pressionada, o sinal elétrico passava por uma série de três rotores e um painel de cabos que trocava a letra pressionada por outra letra que aparecia acesa no painel luminoso. Para cada letra, os rotores mudavam de posição, fazendo com que a letra resultante fosse diferente. Teoricamente, para decifrar uma mensagem, seria necessário tentar 10 bilhões de bilhões de combinações diferentes, para determinar a configuração utilizada na criptografia da mensagem e conseguir decifrá-la.

O serviço de inteligência inglês escolheu Bletchley Park, uma casa senhorial construída por um negociante no século XIX, localizada entre Oxford e Cambridge, para instalar um time de matemáticos, linguistas, jogadores de xadrez e outros especialistas, em um ambiente sem nenhuma disciplina militar. Nesse lugar quase acadêmico, muito parecido com os atuais laboratórios de pesquisa multidisciplinares, as maiores inteligências da Inglaterra conseguiram decifrar o código Enigma e outros códigos alemães e japoneses.

Turing teve papel fundamental. No inicio da guerra, a Inglaterra estava totalmente dependente dos comboios de navios para abastecer a ilha. Esses navios eram extremamente vulneráveis aos submarinos alemães, os "U-boats", que recebiam ordens e reportavam suas posições através do radiotelégrafo cifrado pela Enigma.

Para quebrar o código, os ingleses se valeram de uma limitação da máquina e de erros humanos cometidos pelos operadores alemães. Uma característica da Enigma era que uma letra nunca era cifrada como ela mesma, mas sempre como uma letra diferente. Os operadores alemães utilizavam muitas vezes mensagens padronizadas, em que algumas palavras sempre eram repetidas no inicio da mensagem. Alinhando as palavras que provavelmente haviam sido utilizadas com as letras da mensagem cifrada e sabendo que uma letra seria sempre cifrada em uma letra distinta, para cada mensagem interceptada era possível obter um diagrama que reduzia substancialmente o numero de combinações a serem exploradas. Mesmo assim, a análise manual dessas combinações era inviável.

Turing projetou uma máquina eletromecânica, apelidada de "Bombe", que permitia a análise de combinações em alta velocidade e viabilizava a produção de mensagens decodificadas em escala industrial. Os líderes militares aliados começaram a receber diariamente as mensagens alemãs e as perdas de navios nos comboios caíram substancialmente.



No auge da guerra, mais de 10 mil pessoas trabalhavam na recepção, decodificação e análise de mensagens cifradas. Historiadores modernos acreditam que o trabalho em Bletchley Park reduziu a duração da guerra em pelo menos dois anos. Terminada a guerra, Churchill ordena a destruição de todas as máquinas "Bombe" e proíbe todos os civis e militares em Bletchley Park de comentarem o que fizeram. O segredo foi mantido durante mais de 20 anos. Turing recebeu a condecoração OBE ("Order of the British Empire"), mas ninguém pôde saber por quê. Seu trabalho na quebra do código Enigma permaneceria desconhecido até os anos 1970.

No final da guerra, os americanos anunciam o término da construção do ENIAC, o primeiro computador eletrônico, utilizado para cálculos de trajetórias balísticas. Essa máquina gigantesca precisava ser reconfigurada, mudando-se cabos e chaves elétricas, para cada novo problema a ser resolvido, processo que muitas vezes durava várias semanas. Não era a máquina universal programável que Turing havia imaginado.

Em 1945, o matemático John von Neumann escreve o projeto EDVAC, novo computador baseado na ideia de um programa armazenado internamente na memória. Von Neumann não cita o trabalho de Turing em seu relatório, mas existem várias evidências de que ele conhecia a proposta da máquina universal de Turing e a utilizou em seu projeto.

Os ingleses, temendo ficar atrasados em relação aos americanos no desenvolvimento de computadores, iniciam vários novos projetos. Turing passa a trabalhar no National Physical Laboratory (NPL) e escreve uma proposta para construção do computador programável ACE ("automatic computing engine"). Enquanto o relatório de von Neumann é preliminar e deixa muitos pontos indefinidos, a proposta de Turing é completa e detalhada. Mais de dez anos após inventar a máquina universal, Turing tem a oportunidade de realizar fisicamente seu computador.

Além de ter a ideia da máquina universal e projetar um dos primeiros computadores baseados nessa ideia, Turing também se dedica a indagações filosóficas sobre a natureza da mente e inicia o debate sobre a possibilidade de uma máquina ter inteligência. Seu trabalho mais conhecido nessa área é "Computer machinery and intelligence", publicado em 1950. Pela primeira vez o computador é visto não apenas como uma máquina para calcular números, mas como um processador de símbolos, capaz de apresentar comportamento que talvez possa ser considerado inteligente.

O estilo do ensaio é claramente de provocação aos filósofos. Turing propõe um jogo, envolvendo três participantes, para determinar se um computador é inteligente. Um deles faz perguntas através de um teletipo aos dois outros participantes, um dos quais é um computador programado para imitar um ser humano. Se o computador conseguir se fazer passar por um ser humano, ou seja, se o indagador não conseguir distinguir quem é humano e quem é a máquina, pode-se dizer que se está frente a um computador inteligente. O "Teste de Turing", como esse jogo passou a ser conhecido, até hoje é relevante nas discussões dos filósofos sobre a natureza da mente.

Nos ambientes mais tolerantes de Cambridge e Bletchley Park, a homossexualidade de Turing, sempre assumida e aberta, nunca havia sido um problema. Em Manchester, onde desenvolvia modelos matemáticos do processo biológico de morfogênese, Turing é vitima de um pequeno furto em sua casa. Vai à delegacia local denunciar o furto e menciona seu relacionamento com um jovem. Imediatamente, deixa de ser a vítima de um furto e passa a ser réu, pois a relação homossexual na Inglaterra era considerada crime. Em 1952, é julgado e condenado por "gross indecency" e perde o status de segurança que ainda tinha como consultor do serviço secreto britânico. A pena imposta é a castração química, através da ingestão de hormônios femininos que, entre outros efeitos, faz crescer seios. Em 1954, sua governanta o encontra morto na cama; ao seu lado, uma maçã mordida e um forte cheiro de cianureto no quarto. Turing não deixa nenhuma nota e a policia conclui o inquérito como suicídio por envenenamento.

Em geral, os matemáticos fazem suas grandes contribuições antes dos 30 anos. No caso de Turing, sua grande descoberta sobre números computáveis foi feita antes dessa idade, mas sem dúvida, quando foi condenado, ele ainda estava cheio de ideias e poderia ter produzido muito, se não tivesse morrido. Também se pode imaginar que, caso tivesse sido incriminado antes por sua homossexualidade, a Inglaterra teria ficado sem sua criatividade e engenhosidade para decifrar os códigos alemães e poderia ter perdido a guerra.

Quando ligo o computador e vejo uma maçã mordida na tela, não posso deixar de pensar nesse gênio terrivelmente injustiçado. A Apple nega que seu logotipo seja uma referência ao suicídio de Turing.

Marcas 2

O Itaú é a única marca brasileira entre as maiores do mundo:
A queda no mercado brasileiro pode justificar o desempenho.

Marcas

As maiores marcas do mundo (clique na imagem para aumentar)

Malas

Desenhos interessantes de malas

Cruzeiro do Sul

"Como os controladores do Banco Cruzeiro do Sul foram indiciados por uma suposta fraude se o recurso de âmbito administrativo perante o Banco Central ainda nem foi julgado?", questionou o criminalista Roberto Podval, que defende os banqueiros Luís Felippe e Luís Octávio Índio da Costa.

Para o advogado, "o indiciamento foi prematuro porque o recurso no procedimento administrativo pode determinar que aqueles fatos (as operações) são corretos".

A Polícia Federal ainda não tem dados consolidados sobre o tamanho do rombo no Cruzeiro do Sul. No caso do Banco Panamericano, inicialmente o inquérito apurou prejuízos da ordem de R$ 1,5 bilhão. Ao final, os federais descobriram que a trama levou a um rombo de R$ 4,3 bilhões - em agosto, a Justiça Federal acolheu denúncia da Procuradoria da República e abriu ação penal contra os antigos dirigentes do Panamericano.

A PF revela preocupação com o impacto que operações como as do Cruzeiro do Sul e do Panamericano causam no mercado financeiro. As buscas na residência de Luís Octávio e na empresa da família que estaria sendo usada para ocultar patrimônio foram ordenadas pelo juiz Márcio Catapani, da 2.ª Vara Criminal Federal em São Paulo.

"Não obstante o indiciamento a que foram submetidos, (Luís Felippe e Luís Octávio) não se recusaram a depor, explicaram tudo", disse Podval. "Não houve operação para maquiar balanço e para retiradas de valores. Se era maquiagem, não tinha dinheiro. Até porque todo o dinheiro deles está no banco, não saiu nada da instituição."

Segundo o advogado, antes mesmo da implantação do Regime de Administração Especial e Temporária (Raet), imposto pelo Banco Central ao Cruzeiro do Sul, os controladores não realizaram transferências de valores. "Não houve nenhuma ocultação de bens. Os bens estão como sempre estiveram, nada foi modificado."

Para Podval, a ordem judicial que tornou indisponível o patrimônio dos banqueiros não tem efeito prático. "Todos os bens já foram bloqueados pelo BC. Como são diretores do banco, por ocasião do Raet eles assinaram termo indicando os bens que possuem para bloqueio."

O advogado protocolou petição na Justiça Federal, com cópia para a PF e para o Ministério Público Federal. "Estou colocando (os banqueiros) à disposição das autoridades. Se quiserem qualquer documento que não localizaram na busca, é só avisar que vamos entregar."


'Não houve maquiagem de balanço', afirma defesa - O Estado de S.Paulo - 19 de set 2012

A importância do Contador

O Ministério Público Federal em São Paulo afirmou que os ex-controladores do Cruzeiro do Sul, Luiz Felippe e Luis Octavio Indio da Costa, mais um ex-conselheiro e uma ex-diretora do banco são investigados por formação de quadrilha. "Eles teriam se unido de maneira estável e estruturada para administrar o banco de maneira fraudulenta", disse o Ministério Público em nota, que também apura lavagem de dinheiro.

Segundo o Valor apurou, os investigados são Maria Luisa Garcia de Mendonça, das áreas de contabilidade e controles internos, e Horácio Martinho Lima.

(...) Segundo o Ministério Público, as operações de fraude no banco resultaram em um lucro artificial que, por sua vez, gerou o pagamento indevido de R$ 90 milhões aos acionistas. "Desse total, R$ 63 milhões teriam sido destinados aos então controladores do banco", afirmou o Ministério Público.

MP investiga quadrilha no Cruzeiro - 19 de Setembro de 2012 - Valor Econômico - Carolina Mandl | De São Paulo

Imagem: aqui (O título do post é uma ironia...)

Elétricas 2

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta terça-feira que as empresas do setor elétrico terão de se adaptar a uma nova ordem. O ministro fez a afirmação ao ser questionado sobre as demissões anunciadas por algumas empresas, como AES Eletropaulo e Furnas, após a publicação da medida provisória que dispõe sobre a renovação das concessões de geração, transmissão e distribuição do setor.

"Essas empresas são, basicamente, mais de 60% do sistema Eletrobras e cerca de 30% dos Estados. Elas terão de ajustar suas despesas e contas à nova ordem, às circunstâncias novas que surgiram", afirmou. "Elas terão que eleger suas prioridades ao efeito da redução de custos e se adaptar a isso. Cada qual saberá o que fazer."

O ministro disse que ainda é cedo para avaliar esse cenário de demissões. "Ainda estamos na madrugada do anúncio dessas medidas. Isso vai ocorrer em 5 de fevereiro do próximo ano. Até lá, temos alguns meses. Então, elas vão examinar, com seu corpo diretivo, contabilidade e administração o que fazer", afirmou.

Lobão afirmou que, no caso das empresas do sistema Eletrobras, todas as deliberações terão de ser submetidas a ele. "Nós estamos na esperança de que isso possa se resolver sem alteração profunda de pessoal", acrescentou, ponderando que as empresas do sistema Eletrobras costumam pagar salários mais elevados e oferecer vantagens aos funcionários. "Isso tudo será avaliado cautelosamente porque a tradição do governo e suas preocupações são sempre no sentido de preservar os empregos no Brasil."

Lobão: empresas do setor elétrico terão que se ajustar - Anne Warth

Elétricas

O analista do banco J. Safra, Sérgio Tamashiro, estima em R$ 26 bilhões a destruição de valor para as empresas do setor elétrico com a renovação das concessões das antigas hidrelétricas. As condições impostas foram anunciadas na semana passada pelo governo, que publicou a Medida Provisória 579.

O governo adotou um modelo diferente do que era esperado pelo mercado. Para renovar suas concessões, as empresas serão reembolsadas por ativos que ainda não estão depreciados, já que a remuneração desses ativos não poderá ser mais repassada às tarifas. A partir de 2013, as geradoras só poderão transferir para o preço da energia os custos de operação e manutenção (O&M) das hidrelétricas, que serão calculados pela Agência Nacional de Energia (Aneel).

O J. Safra estima que o reembolso dos ativos não depreciados pode chegar a R$ 14 bilhões. O valor leva em conta o pagamento de R$ 4 milhões por megawatt (MW) instalado e a taxa de depreciação anunciada do governo.

Para calcular a destruição de valor para as empresas, o banco reduziu todas as tarifas das geradoras para R$ 30 por MWh. Inicialmente, se esperava que as tarifas de renovação fossem de R$ 60 por megawatt hora (MWh) para Cesp, Furnas e Chesf e de R$ 100 por MWh para Cemig.

De acordo com o Safra, a destruição de valor bruta do setor alcança R$ 40 bilhões, que será parcialmente compensada pelo reembolso de R$ 14 bilhões. "Com isso, a destruição de valor no setor de geração deve chegar a R$ 26 bilhões", disse o analista.

Na avaliação de Tamashiro, a elétrica mais beneficiada com o pacote de renovação de concessão será a Chesf, controlada pela Eletrobras, que deve receber R$ 10,2 bilhões para o reembolso das hidrelétricas de Xingó, Paulo Afonso IV, Itaparica e Castelo Branco. "Este valor é 62% acima de nossas estimativas de R$ 6,3 bilhões, devido principalmente à hidrelétrica de Xingó", afirmou o analista. Ele estima que a destruição de valor bruta para a Chesf no período entre 2013 e 2035 será de R$ 14,3 bilhões, o que equivalerá R$ 4,1 bilhões líquidos, após considerar o possível reembolso do governo.

A Cemig será uma das mais afetadas pela Medida Provisória. "Chegamos em nossa pior situação para a Cemig, pois, em nossos modelos antigos, usávamos R$ 100 por MWh no período de concessão inteira, de 2013 a 2035", afirmou Tamashiro. No novo cenário de R$ 30 por MWh, o analista calculou uma destruição de valor de R$ 11,9 bilhões para a estatal mineira, que, deduzida do possível reembolso de R$ 1,6 bilhão, representa um perda líquida de R$ 10,4 bilhões (ou de R$ 12 por ação).

No caso de Furnas, que também pertence à Eletrobras, a empresa deve obter um reembolso de apenas R$ 870 milhões. De acordo com Tamashiro, a destruição bruta de valor para a estatal deve chegar a R$ 7,9 bilhões, representando uma perda líquida de R$ 7 bilhões, ou o equivalente a R$ 5 por cada ação da Eletrobras.

A Cesp, geradora de energia de São Paulo, deve receber R$ 1,1 bilhão pelo reembolso das hidrelétricas de Jupiá, Três Irmãos e Ilha Solteira. "Considerando-se a destruição de valor bruta no período entre 2013 e 2035, chegamos em R$ 5,9 bilhões, equivalente a um prejuízo líquido de R$ 4,8 bilhões", afirmou o analista.


Pacote deve destruir valor das elétricas em R$ 26 bi - 19 de Setembro de 2012 - Valor Econômico - Claudia Facchini (Imagem: aqui)

Bipolar

Ontem completou 30 anos da invenção do sinal mais famoso da internet.

19 setembro 2012

Marcas



As maiores marcas do mundo (clique na imagem para aumentar)

Rir é o melhor remédio



Evolução humana

Frase


G1- Por fim, qual é o segredo do sucesso?

Gustavo Franco - Estudar muito muito muito. O resto é conversa.

Fonte:G1

Contador: Mais uma piada ruim


No “CPATrendlines” indicaram o livro “The Accountant’s (Bad) Joke Book” disponível aqui.

Infelizmente não está disponível para o kindle. Ou em português. Mas com a ferramenta “surprise me” eu li algumas piadas e as achei super engraçadas! Não sei se a tradução vai atrapalhar... mas são mesmo bad jokes! ;)

P. Qual o método contraceptivo utilizado por um contador?
R. Seu senso de humor.

P. Quando alguém decide se tornar contador?
R. Quando percebe que não tem carisma para ser um atuário.

P. O que é um atuário?
R. Um contador sem senso de humor.

P. Por que alguns contadores decidem virar atuários?
R. “Guardar livros” é empolgante demais para eles.

P. O que atuários fazem para dar alma às festas de escritório?
R. Convidam contadores.

P. Como você chama um contador que é visto conversando com alguém?
R. Popular.

Honestidade e Desonestidade


Dan Ariely, no seu novo livro, discute a questão da honestidade. Assim como nos dois livros anteriores, os ótimos “Previsivelmente irracional” e “Positivamente irracional”, Ariely apresenta seu ponto de vista relatando seus experimentos, além de outros pesquisadores, realizados na universidade.

São dez capítulos distribuídos em pouco mais de duzentas páginas de fácil leitura. A conclusão de Ariely é que as pessoas são honestas, de uma maneira geral, mas aproveitam algumas oportunidades para tirar pequenas vantagens pessoais. As pesquisas apresentadas no livro mostra que algumas coisas aumenta a desonestidade das pessoas: a capacidade de racionalização, a existência de conflito de interesses, a criatividade da pessoa, a existência de um ato imoral, o cansaço, o fato de outras pessoas se beneficiam do nosso ato, a observação de atos desonestos em outras pessoas e a cultura. Assim, para Ariely, o grupo social pode ser um gatilho para atos reprováveis.

Existem algumas formas de reduzir a desonestidade das pessoas: juramentos, assinaturas, lembretes morais e supervisão. Observe que a possibilidade de ser pego e a pena não possui efeito sobre o comportamento das pessoas. A transparência, que tem sido muito lembrada na área financeira como um bom incentivo para reduzir atos ruins, parece, segundo Ariely, não ter efeito sobre as pessoas.

São muitos casos que Ariely conta. O mais interessante aparece no final do livro, quando discute sobre a influência do ambiente. A conclusão de Ariely é que o padrão de desonestidade parece não variar entre os diferentes países. Fazendo uma mesma experiência em diversos locais (Israel, China, Itália, Turquia, Canadá e Inglaterra), não foram observadas diferenças nos resultados. Mas num P.S., Ariely destaca que uma vez foi encontrada uma diferença num bar em Washington onde se reuniam funcionários do Congresso dos Estados Unidos e em outro, ponto de encontro de executivos dos bancos de Wall Street. “Quem você acha que trapaceou mais, os políticos ou os banqueiros? Eu tinha certeza de queriam os políticos, mas nossos resultados mostraram o oposto”.

Para os interessados em finanças comportamentais é uma leitura obrigatória.

Bulhões

A Justiça Federal decretou a extinção da ação penal da Operação Porto Europa, espetacular missão da Polícia Federal desencadeada em 2009 que levou ao banco dos réus a empresária paulistana Tânia Bulhões (foto), sob acusação de fraudes em importações, subfaturamento e emprego de laranjas.

O pedido do fim do processo foi feito pelo empresário Márcio Campos Gonçalves também réu na ação. Tânia já havia sido condenada e feito um acordo na Justiça. Na decisão publicada sexta-feira, o juiz Marcelo Costenaro Cavali, da 6.ª Vara Criminal Federal, invocou "ausência de justa causa" para o processo ante o fato de que a investigação teve amparo em interceptações telefônicas que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou ilícitas.

(...) A Porto Europa foi lastreada em documentos amealhados pela Operação Dilúvio nos domínios de Campos, nos EUA. A Dilúvio foi deflagrada em agosto de 2006 com a colaboração do DHS (Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos), que efetuou as buscas nos escritórios de Campos.

A PF e a Receita estimaram que empresas envolvidas importaram R$ 1,1 bilhão em quatro anos. Pode chegar a R$ 500 milhões o montante global da sonegação de tributos federais aduaneiros, além de outros impostos.



Justiça extingue ação contra Tânia Bulhões - Fausto Macedo - Estado de S Paulo, 16 de set 2012 - B15

Em 2010 ela tinha sido condenada por formação de quadrilha. Anteriormente tinha aderido a delação premiada.

Custo da burocracia

Mas o presidente do IBPT lembra que, além da carga, há o custo para responder ao Fisco. "A burocracia tributária exige que as empresas cumpram 97 obrigações contábeis. Isso representou no ano passado, um custo médio de 1,5 % do faturamento. Ou seja, mais de R$ 25 bilhões! "

É muito caro pagar imposto - Alberto Tamer - Estado -16 set 2012

18 setembro 2012

Rir é o melhor remédio



Onde está Wally? ;)

Fonte: bizarrocomics.com

Duas Novas Estatais

A equipe do Palácio do Planalto estuda a criação de duas novas entidades ainda neste ano: a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e a Autoridade de Gestão Portuária.

A Embrapii terá o objetivo de intermediar a relação entre centros de pesquisa tecnológica e o parque manufatureiro, à semelhança do que faz a Embrapa com a produção nacional agrícola. Já a autoridade portuária, caso seja criada, servirá de coordenadora dos portos, monitorando chegadas e partidas de navios.

Adaptado daqui.

Raking

O gráfico mostra a evolução do ranking dos cem melhores jogadores de xadrez do mundo, de 2000 até os dias de hoje. Está muito claro que a pontuação dos maiores jogadores está crescendo no tempo. Hoje para estar entre os melhores é necessário ter um jogo muito melhor que no passado.

É possível usar os dados (obtidos aqui) para calcular a relação entre o tempo e o ranking: é de 0,992, muito alta. Uma regressão entre ranking e o tempo mostra a seguinte equação: Ranking = 2637,83 + 1,22 Tempo. Ou seja, para cada período de tempo o ranking dos melhores jogadores está aumentando 1,22. O problema desta minha regressão é que o período de tempo é variável. Usei, numa segunda regressão, somente os dados de janeiro de cada ano. A equação continuou boa (correlação 0,993) com a seguinte equação: Ranking = 2636,8 + 5,7 x Ano. A cada ano o ranking médio dos cem maiores jogadores aumenta 5,7 pontos.

Existem algumas possíveis explicações para isto. Primeiro, o sistema de raking, denominado de Elo, pode estar conduzindo a este problema. Este é um tema que demanda mais pesquisa. Segundo, a participação de mais jogadores no sistema de rating permite que o número de enxadristas com boa pontuação também cresça. Terceiro, a qualidade dos jogadores têm melhorado no tempo em razão da melhoria do treinamento e do acesso à internet (e aos jogos on-line). Um comentário  referente a um trabalho acadêmico mostra que o rating ficou constante no tempo e que os efeitos podem ser explicados pelo controle de tempo e redução de interrupções nos jogos.

Pilão

Quando decidiu trocar a diretoria financeira do varejista francês Carrefour por um posto semelhante na subsidiária brasileira da holandesa D.E. Master Blenders 1753 (a antiga Sara Lee), dona do café Pilão, em junho deste ano, o paulista André Maurino vislumbrava uma carreira e tanto pela frente.

A operação brasileira de café é a maior da empresa no mundo, com faturamento de 1,5 bilhão de reais, ou 21% da receita global. Marcas como Pilão, Palheta e Café do Ponto fazem da Master Blenders a líder do mercado nacional. E o Brasil é o maior produtor mundial de café e segundo mercado consumidor do produto.

Mas Maurino logo percebeu que, por trás dessa força toda, algo parecia errado. Ante o que ele julgou serem indícios de manipulação de resultados, ele solicitou uma auditoria à PricewaterhouseCoopers. A suspeita chamou a atenção da matriz, que despachou para o Brasil sua cúpula em julho.

Em 1º de agosto, a empresa divulgou um comunicado informando a descoberta de problemas de contabilidade na operação brasileira, que, somados, resultam em perdas de 85 milhões a 95 milhões de euros (de 212 milhões a 237 milhões de reais). Dizia ainda que os balanços financeiros dos últimos três anos e meio seriam revisados.

A informação fez com que as ações da Master Blenders, que havia passado a negociá-las em Amsterdã apenas três semanas antes, desvalorizassem 7% no dia seguinte. “Em questão de minutos perdemos quase 500 milhões de euros (cerca de 1,2 bilhão de reais)”, afirma Errol Keyner, vice-diretor da Associação Holandesa de Acionistas.

Segundo EXAME apurou, a suposta fraude custou o emprego do presidente brasileiro, Dantes Hurtado, do antigo diretor financeiro e do segundo executivo de finanças, demitidos na primeira semana de setembro. Procurada, a Master Blenders não deu entrevista nem confirmou as demissões.

A Master Blenders contratou em julho a auditoria Ernst & Young e a empresa de investigação americana Kroll. O que aconteceu? Sabe-se até agora que a maior parte do problema estava no departamento de vendas. Para cumprir as metas de crescimento estabelecidas pela matriz e garantir seus bônus anuais, alguns executivos teriam registrado uma série de pedidos de varejistas por conta própria, sem que eles fossem oficialmente realizados — uma prática conhecida como “antecipação de venda”.

Ao final, o varejista até aceitava a compra, mas só pagava quando desejava de fato recebê-la, o que poderia levar meses. Na contabilidade da empresa, no entanto, constava o valor integral da venda. Outro malabarismo acontecia na relação com os grandes varejistas e atacadistas.

Para convencê-los a fazer novos pedidos, mesmo quando seus estoques estavam cheios, a equipe da Master Blenders aumentava em até 50% a verba promocional paga à rede. Esse tipo de verba é usado para inclusão de seus produtos em tabloides ou para garantir uma posição privilegiada na gôndola, uma prática comum no mercado.

Ocorre que, em alguns meses, a Master Blenders não teria lançado no balanço o pagamento dessa verba como despesa, mas como “contas a receber” — por exemplo, vendia 1 milhão de reais para um varejista, mas ele pagava apenas 800 000 reais porque cobrava 200 000 reais de verba promocional. Como o dinheiro nunca voltava, isso virou uma bola de neve no balanço.

Para uma empresa do tamanho da Master Blenders, que fatura o equivalente a 7 bilhões de reais, um erro de 200 milhões de reais nas contas não chega a ser uma catástrofe — segundo dados da consultoria KPMG, empresas brasileiras e americanas perdem o equivalente a 5% do PIB em fraudes a cada ano. O maior problema está na crise de confiança que esse tipo de notícia gera.

Do balanço apresentado aos investidores na época da venda das ações, o lucro dos últimos três anos e meio ficou 37 milhões de euros menor. Por causa da revisão das informações, a associação de investidores holandeses passou a exigir uma compensação da companhia e de quem assinou seu prospecto de entrada na bolsa — no caso, a auditoria Price e o banco ABN Amro.

Oficialmente, a Master Blenders afirma que “a investigação interna já foi praticamente concluída e não revelou novas descobertas ou impactos financeiros adicionais” na operação brasileira. Mas a investigação iniciada por Ernst & Young e Kroll, que começou em julho, está programada para terminar em outubro. Ou seja, mais detalhes podem ser revelados — e não se descarta que novas perdas tenham de ser contabilizadas no balanço da empresa que é líder em vendas de café no país.

Fraude de mais de R$ 200 milhões com Café Pilão - 17 de Setembro de 2012 - Revista Exame - Ana Luiza Leal

Recadastramento

O CFC publicou, no DOU (Diário Oficial da União) do dia 10 de setembro de 2012, a norma que estabelece o recadastramento nacional dos Profissionais da Contabilidade.

De acordo com a Resolução CFC nº 1.404, é obrigatório o recadastramento nacional do Profissional da Contabilidade com registro ativo no CRC de seu registro originário, transferido ou provisório. A exigência tem por finalidade atualizar os dados existentes, mantendo-se os números de registros e a jurisdição de cada Conselho Regional. (...)

O recadastramento será feito por etapa, de acordo com escala estabelecida por cada CRC. Uma senha exclusiva será remetida ao profissional ao endereço eletrônico constante no cadastro do respectivo CRC, para acesso ao programa informatizado e a realização do recadastramento.

O período para a atualização dos dados cadastrais começa no dia 1º de outubro e vai até 31 de dezembro de 2012.


Fonte: CFC (via Informação Contábil)

CVM

A revista Exame fez uma entrevista com o novo presidente da CVM. Uma questão interessante foi feita para ele:

O senhor estava sendo investigado pela CVM por não ter prestado as informações aos investidores de acordo com as regras da entidade, como executivo da Gol. Em julho, concordou em pagar 200000 reais para encerrar o caso. Por quê?

Assinei um termo de compromisso com a CVM, o que não quer dizer que sou culpado e quis burlar as regras de forma internacional. Escolhi encerrar o assunto. Ocorreu o seguinte: quando o preço do petróleo disparou, no ano passado, revisamos nossas projeções de resultados e publicamos um comunicado ao mercado 11a internet, mas a CVM exigiu um fato relevante, publicado num jornal de grande circulação. Depois, descumpri o prazo de preenchimento de um formulário de referência sobre esse assunto. Além disso, a CVM pediu que a Gol divulgasse previsões trimestrais, não só anuais. Resolvemos tudo.

Contabilidade

Da Revolução Industrial, no século XVIII, até os dias de hoje, as profissões braçais e intelectuais sempre precisaram se adaptar às novas demandas do mercado. E o contador, cujo dia é celebrado em 22 de setembro, não foge à regra, como temos acompanhado nos últimos anos, tanto com a uniformização das normas contábeis até a recente implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).

Peça fundamental para o sucesso das empresas, o contador tem a característica de se adaptar facilmente às dificuldades, mas há de se registrar a preocupação quanto às constantes alterações nas legislações tributárias, trabalhistas e previdenciárias, além das obrigações acessórias. Estes processos obrigam-no a gastar muito tempo para atender essas exigências, quando, em verdade, poderiam realizar atividades voltadas à gestão dos negócios dos clientes.

Nesta Era do Conhecimento, o profissional que melhor se atualizar e preparar certamente conquistará o mercado, pois seu valor será medido pela experiência, criatividade e aprendizado técnico. Ao contrário, será obrigado a trabalhar com clientes que necessitam de poucos serviços, geralmente ligados à geração e pagamento envolvendo notas fiscais eletrônicas, DARF e GPS.

Não creio naquela máxima que fala em profissional do futuro, mas sim, em profissional do presente, pois por meio dele que as empresas vivem e fazem negócios. É o agora que importa, pois automaticamente ele assegurará o futuro. Na Era Digital, conhecimento é poder, e a contabilidade está se reinventando diariamente para ocupar seu devido lugar.

É verdade também que milhares de reais estão sendo investidos pelas empresas contábeis na busca do conhecimento contínuo por meio de treinamentos especializados. Claro que ainda falta muito, mas o caminho está aberto e efetivamente trará muitos ganhos aos contadores e às empresas.

Se até algumas décadas atrás a informação era totalmente dependente de um meio físico, como o papel ou o disquete, hoje ela está disponível em algum lugar na web, como a recente tecnologia de cloud computing (computação em nuvem), que trouxe mais agilidade no armazenamento e acesso a informações, em qualquer parte do mundo.

Em pleno início, o século XXI já está transformando a dinâmica do gerenciamento das empresas e dos negócios, fazendo surgir uma nova contabilidade, baseada no conhecimento e na rapidez para atender às mais variadas demandas do cliente.



Foto: Máquina de Contabilidade Burrows.

Carlos Meni – é CEO da Prosoft Tecnologia.
Fonte: Portal Administradores.com

UBS

A história de Adoboli (foto), um ex-funcionário do banco UBS, mostra a relevância dos controles internos numa organização. Nascido em Gana, mas vivendo na Inglaterra desde os onze anos de idade, começou a trabalhar no UBS em 2006. Em setembro de 2011, há um ano, Adoboli foi acusado de fraude e esconder seu desempenho. O prejuízo do ex-funcionário para o UBS deve ter ultrapassado a 2 bilhões de dólares.

Conforme noticiado pelo The Telegraph (UBS trader Kweku Adoboli lost thousands on spread bets prior to arrest, 17 set 2012, Jonathan Russell), Adoboli é acusado pela promotoria de fraude e de falsa contabilidade. A investigação mostrou que Adoboli perdeu dinheiro com apostas no mercado financeiro, mas mesmo assim continuou transacionando com o dinheiro do UBS.

A promotoria alega Sr. Adoboli contas deliberadamente falsificados e escondeu os negócios de seus chefes, a fim de encobrir suas ações.

Pesquisa de pesquisa

Recebi a seguinte dúvida de um leitor:

(...) sou acadêmico da terceira série do curso de Ciências Contábeis da UNIOESTE campus de Marechal Cândido Rondon - Paraná.

Acompanho o seu blog, Contabilidade Financeira, quase diariamente. Confesso que é viciante!

Dentre as postagens feitas, gosto em especial daquelas que fazem referências a pesquisas estrangeiras.

Bom, como tenho interesse em seguir na carreira acadêmica, gostaria de expandir meus conhecimentos sobre pesquisas na área contábil. Assim, venho lhe pedir um favor: o senhor pode me indicar alguns sites americanos, ingleses etc. onde posso baixar artigos acadêmicos sobre pesquisas na área contábil, em especial, no idioma inglês?

Desde já agradeço.

Respeitosamente


Minha resposta:

Na sua universidade tem o Proquest? Trata de uma base de artigos de diversos periódicos estrangeiros. Lá realmente existem bons artigos de periódicos internacionais. Uma alternativa disponível é usar o Proquest associado a um leitor de RSS, como o Reader do Google. Uso sempre o Reader, que é o instrumento básico para construção dos textos do blog. Com isto, toda vez que sair um artigo com o termo que você cadastrou, o Reader será avisado e você terá informação sobre o texto. Você pode cadastrar os endereços dos periódicos estrangeiros no Reader também.

Um endereço interessante é o SSRN, sigla de Social Science Research Network. Aqui geralmente estão as pesquisas que ainda não foram publicadas. A qualidade do SSRN é bastante variável: você pode achar excelentes pesquisas ao lado de pesquisas regulares. A vantagem é que muitas pesquisas ainda em fase de "acabamento" estão disponibilizadas aqui e você antecipa o tema que está sendo discutido. Você também pode cadastrar o SSRN para receber os avisos através do Reader.

Sempre dou uma olhada no NBER. Apesar de ser um endereço mais para pesquisas de economia, vez por outra encontra algo que interessa a contabilidade. Geralmente atualizam as pesquisas a cada quinze dias. Também são pesquisas em fase de acabamento, mas geralmente são publicadas nos principais periódicos da área de estudos sociais aplicados.

Leia ainda:

Como melhorar o seu referencial teórico

Ferramentas de pesquisa

Oxitocina

"Você deve agradecer ao estoque de oxitocina do seu cérebro, um hormônio que ajuda a permitir várias ações bondosas e gentis, do tipo que permite a nossa sobrevivência como sociedade. Cientistas já sabem há muito tempo que este hormônio tem um papel fisiológico essencial durante o nascimento e a lactação, e estudos indicam que a oxitocina pode influenciar o comportamento animal também.

Agora, estudos mostram que o hormônio está intimamente ligado aos pilares da vida civilizada, a nossa capacidade de empatia e confiança. Uma pesquisa publicada neste mês mostra que diferenças genéticas estão ligadas ao efeito da oxitocina na capacidade de entender expressões faciais, compreender as emoções de outras pessoas e de se sentir mal pela dificuldade de outras pessoas. “Entrei nesta pesquisa com muito ceticismo, mas os resultados me surpreenderam”, afirma Sarina M. Rodrigues, da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos.

Além destas descobertas. Agora acredita-se que a oxitocina pode também funcionar como uma espécie de ferramenta para o capitalismo. Em uma série de estudos, Ernst Fehr, diretor do Instituto de Pesquisas em Economia da Universidade de Zurique, na Suíça, demonstrou que o hormônio tem um papel importante para que as pessoas confiem o próprio dinheiro a estranhos. Em uma das pesquisas realizadas por Fehr e colegas, um teste foi feito com 58 estudantes, que receberam um esguicho nasal de oxitocina ou de um placebo. Após 50 minutos, eles foram instruídos a jogar o “Jogo da Confiança”, utilizando unidades monetárias que eles poderiam investir ou guardar.

Os pesquisadores descobriram que os participantes que receberam a oxitocina tiveram muito mais propensão a confiar nos parceiros, com 45% deles investindo o máximo de dinheiro possível. No grupo de controle, só 21% das pessoas tiveram o mesmo comportamento. Além disso, quando as pessoas sabiam que estavam jogando contra computadores, e não pessoas, a confiança continuava inabalável.

Ainda assim, os especialistas lembram que a oxitocina não muda o comportamento da pessoa para que ela vire um otário. A pesquisadora Simone Shamay-Tsory, da Universidade de Haifa, em Israel, percebeu que, quando participantes do estudo recebiam a oxitocina e jogavam contra pessoas que consideravam arrogantes, elas ficavam mais felizes quando os outros perdiam. Quando os “arrogantes” ganhavam o jogo, o sentimento de inveja aumentava consideravelmente.

A oxitocina no nascimento e na economia

O hormônio serve como uma forma de mandar um sinal de confiança a mães, que têm a oxitocina liberada logo após o nascimento dos filhos. Sue Carter, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, é uma pioneira no estudo do hormônio, mas afirma que ele não recebia atenção quando era ligado ao nascimento, mas que agora que é ligado ao mundo da economia e das finanças, se tornou assunto recorrente.

A oxitocina viaja pela corrente sanguínea e afeta órgãos muito distantes do cérebro, e age como uma espécie de neurotrasmissor, permitindo que as células cerebrais se comuniquem. Porém, diferente de muitos outros neurotransmissores, a oxitocina tem apenas um receptor, designado a reconhecer a sua forma e reagir a ela. Outros transmissores, como a dopamina e a serotonina, têm cinco ou mais receptores ligados ao seu reconhecimento.

Por este motivo, um estudo realizado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, analisou como duas variantes no código genético de uma pessoa pode influenciar a sua capacidade de empatia, baseado em um questionário e um teste de comportamento. Neste segundo exame, os participantes analisaram a expressão facial de 36 fotografias de pessoas em preto-e-branco e descreveram a expressão com uma palavra, que deveria ser ligada ao humor ou sentimento passado pela imagem.

Este teste, feito com 192 pessoas de ambos os sexos, mostrou que aquelas que têm a versão A do receptor para oxitocina – que é ligada ao autismo e pouca habilidade paterna – tiveram pontuações muito mais baixas que as pessoas com a variação G do receptor. 'Somos todos diferentes, e isso é bom', afirma Sarina Rodrigues. 'Se todos fossem amorosos e bonzinhos, o mundo seria muito mais chato', brinca." [NY Times]

17 setembro 2012

Contabilidade: um dos cursos mais procurados

O curso de contabilidade é uma das 10 carreiras mais procuradas entre os jovens que vão prestar vestibular nas faculdades federais. A informação foi divulgada pelo Ministério da Educação, com base em levantamento do Sistema de Seleção Unificado (Sisu), a partir do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).

Entre o segundo semestre de 2011 e os primeiros seis meses deste ano, a procura pelo curso de contabilidade praticamente dobrou e ocupa agora a 8ª posição no ranking nacional, com 28 mil candidaturas.

Segundo Eduardo Pocetti, presidente do Ibracon (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), os principais motivos que têm levado os estudantes a procurar formação em Ciências Contábeis são as novas oportunidades profissionais geradas pelo mercado financeiro.

[...]

Os profissionais formados neste curso podem trabalhar com auditoria, contabilidade, controle, perícia ou ainda seguir a carreira acadêmica. O salário inicial é de aproximadamente R$ 1.800,00 como trainee. No entanto, a remuneração de um coordenador contábil pode chegar a R$ 13 mil e de um diretor, a mais R$ 30 mil.


Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio



Fonte: Humor nos Anos Incríveis

Mais uma vitória da Apple

A Apple obteve nesta sexta-feira (14) mais uma vitória legal na disputa de patentes que trava com a sul-coreana Samsung Eletronics. O juiz James Gildea, da Comissão de Comércio Internacional (ITC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, decidiu que a Apple não infringiu patentes da Samsung, numa sentença ainda sujeita à revisão pelos demais juízes da comissão. O ITC tem o poder de bloquear importações de produtos que violam patentes.

A decisão inicial do ITC é o golpe mais recente recebido pela Samsung na disputa com a Apple após ter perdido um caso de alto nível na Justiça da Califórnia no último mês. Em 24 de agosto, um júri decidiu que muitos produtos da Samsung violaram patentes da Apple, incluindo o design do iPhone. O júri decidiu ainda que a gigante sul-coreana deve ressarcir a Apple em mais de US$ 1 bilhão pelos prejuízos.

As ações da Apple, que subiram 1,2% no pregão regular hoje [14/9] em Nova York e chegaram a atingir um novo valor recorde de US$ 696,98, eram negociadas em alta de 0,17% no after hours, a US$ 692,48. Em comunicado, a Samsung disse que a companhia continua confiante de que a decisão final da comissão será em seu favor. A Apple não quis comentar a decisão. As informações são da Dow Jones.


"aplle obtém mais uma vitória legal contra Samsung", Andréia Lago, Agência Estado.

Leitor Eletrônico

"A briga pelo nascente mercado brasileiro de livros digitais promete esquentar. A Livraria Cultura anunciou na quinta-feira uma parceria com a canadense Kobo para trazer leitores eletrônicos e livros digitais para o País, na preparação para a chegada da operação de varejo da americana Amazon. "A parceria deve impulsionar o mercado de e-books por aqui", afirmou Sergio Herz, presidente da Livraria Cultura.

A empresa planeja vender quatro modelos de e-readers da Kobo, sendo um deles um tablet com sistema operacional Android. Os planos são agressivos. "Ainda não definimos os preços, mas o primeiro modelo deve ser mais barato que o Kindle importado", disse Herz. Com lançamento previsto para o fim do próximo mês, o primeiro modelo será o Kobo Touch, que custa US$ 99 nos Estados Unidos. Um Kindle International [o mais simples], comprado diretamente do site americano da Amazon, sai no Brasil por cerca de R$ 450, com impostos.

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?"Espero que nosso lançamento venha a incentivar as editoras brasileiras", disse Pedro Herz. "Elas já estão lançando os livros novos também na versão digital, mas existe uma oportunidade muito grande no catálogo." Assim como a Amazon, a Kobo tem um sistema em que escritores independentes podem publicar seus livros digitais diretamente. Esse serviço não será trazido ao Brasil no mês que vem, mas está nos planos da Cultura oferecê-lo por aqui.

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A expectativa sobre a chegada da Amazon no Brasil é grande. A empresa tenta negociar acordos com editores e tenta aquisições. Apesar de não existirem informações oficiais, pessoas do mercado diziam, há alguns meses, que o lançamento seria em setembro. Agora, muita gente já diz que a estreia da operação de varejo provavelmente ficou para o ano que vem. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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"Livraria Cultura entra no mercado de leitor eletrônico", Renato Cruz, Agência Estado.

Os limites entre ciência e ficção


"Você já reparou que todas as invenções tecnológicas já foram imaginadas antes de existir? Por mais extravagante que pareça, toda inovação do século XXI já havia sido cogitada por algum escritor ou cineasta décadas antes. Uma cientista social galesa, Dra. Joan Haran, defende que estas primeiras concepções do que seria uma inovação científica, e para que serviria, ajudaram a definir a função social dos aparelhos quando eles se tornaram realidade.

Devem ser estreitados, segundo a pesquisadora, os laços entre a ciência “de verdade” e aquela fantasiada nos filmes e livros. E os argumentos que a autora utiliza em seu artigo, publicado no último dia 10, são de uma simplicidade surpreendente.
Questão de planejamento

Nenhuma obra de ficção científica imagina determinada tecnologia só por imaginar: a história sempre gira em torno de como aquilo mexe com o inventor, com os protagonistas, como move a sociedade e muda o mundo, para o bem ou para o mal.

Uma análise dessas obras pode emprestar valiosas noções a quem produz tecnologia e a quem a financia. Segundo ela, é importante que o cidadão comum tome parte nesses debates científicos, que não se pratique ciência apenas dentro dos laboratórios.

Exemplos concretos
O livro “Admirável Mundo Novo”, escrito pelo britânico Aldous Huxley em 1931, alcançou fama e reconhecimento para além do universo geek que surgiria décadas depois. Na obra, o autor constrói uma fictícia sociedade “organizada”, na qual as pessoas são hierarquizadas por castas por nascerem biologicamente pré-dispostas a determinado padrão. O tal método lembra muito a fertilização in vitro, que ainda estava longe de ser inventada naquela época.

Esse mesmo princípio (de condicionar nascimentos) foi trabalhado sob uma ótica muito mais positiva com uma escritora mais recente. Em 1976, a americana Marge Piercy escreveu “Woman on the edge of the time” (literalmente traduzido, “mulher no limite do tempo”), que narra a história de uma mulher que, internada como louca, passa a se comunicar com uma pessoa do futuro que diz viver em uma sociedade perfeita e igualitária. O segredo? Tirou-se da mãe a responsabilidade da gestação. Todas as crianças eram nascidas de úteros artificiais, o que garantiu igualdade de gêneros.
Tais exercícios de literatura, segundo Joan Haran, fazem com que a humanidade possa refletir com profundidade não somente a respeito da tecnologia que já existe, como também daquela que ainda está por ser inventada.

Desde a metade do século passado, os autores de Best-sellers e campeões de bilheteria ponderam até que ponto a máquina pode substituir o homem. Se ela ainda não “dominou” a humanidade intelectualmente, já colocou trabalhadores no olho da rua ao substituí-los em indústrias, por exemplo. Se mais gente tivesse pensado com antecedência em como seria uma “sociedade de máquinas”, talvez o estrago fosse menor."
O que você acha?


Fonte: Hyperscience

10% do Cérebro?

"Se você assistiu Sem Limites também deve ter ficado impressionado com a estória do fracassado escritor Eddie Morra (Bradley Cooper) que, ao tomar uma pílula quase mágica, transforma-se num mago do mercado financeiro, don juan infalível e exímio lutador, dentre outras coisas.

O filme - bacaninha, por sinal - apoia-se numa das mais difundidas falácias sobre o cérebro humano: a de que usamos apenas 10% do seu potencial.

A ideia é atraente porque cria uma enorme esperança em torno dos outros 90% do cérebro que, reza a lenda, permaneceriam ociosos a maior parte do tempo. Se já fazemos tanta coisa com uma pequena fração do órgão, imagine do que seríamos capazes ao utilizarmos toda a sua capacidade!

O empolgante enredo não passa, no entanto, de um mito que, de tão repetido, quase se transforma em realidade. A verdade, contudo, está bem longe disto.

A lenda dos 10% provavelmente teve seu grande patrocinador em Dale Carnagie que, segundo contam Sandra Aamodt e Sam Wang em Bem-vindo ao seu cérebro (Cultrix, 2009), teria citado um inexistente estudo de William James para justificar a lorota.

Desde então, o mito tem sido explorado e difundido pelos gurus da autoajuda, para dizer que todos somos Einsteins adormecidos, com um enormes potenciais ocultos ainda a serem descobertos. Uma animadora fantasia pseudocientífica, para alimentar a conhecida historinha de que todos estamos a um passo da genialidade.

Ocorre que nosso cérebro, assim como boa parte do resto do corpo, é altamente eficiente, tendo seus processos espalhados por uma intrincada estrutura que, até hoje, continua desafiando os cientistas. Modernos estudos de ressonância magnética funcional têm demonstrado, recentemente, que várias de suas partes estão sempre em funcionamento simultâneo, mesmo nas tarefas mais corriqueiras.

Fosse verdade o factóide dos 10%, pequenas lesões no cérebro teriam pouca ou nenhuma consequência em pacientes neurológicos, dado que afetariam partes aparentemente inúteis de nossa anatomia - o que está muito londe de ser o caso. De outro modo, o cérebro teria diminuído de tamanho ao longo da evolução humana, em vez de aumentado, de forma a economizar espaço e energia. Bem, ao menos na maioria das pessoas..."


Texto "10% do cérebro = 100% da falácia", escrito por Rodolfo Araújo, publicado no blog Auto-Atrapalha